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Esportes radicais: a educação física escolar fora das quatro linhas

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Academic year: 2021

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ESPORTES RADICAIS: A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR FORA DAS QUATRO LINHASI

EXTREME SPORTS: THE PHYSICAL EDUCATION OFF THE FOUR LINES

Moisés Cominesi JuniorII Fabricio de SouzaIII

Resumo: O presente estudo teve como objetivo introduzir à prática dos Esportes Radicais (ER) através da Educação Física (EF) no Ensino Fundamental, bem como verificar o interesse e a satisfação dos alunos no que diz respeito à prática relacionada aos ER. Com metodologia exploratória e qualitativa, foi realizado em uma escola do município de Imbituba com 30 alunos, cujas idades variam entre 13 e 14 anos de ambos os sexos. Os instrumentos de pesquisa foram dois questionários, o primeiro relacionado ao interesse dos alunos sobre os ER na EF escolar e o segundo sobre a satisfação após as aulas vivenciadas durante o estudo. Os resultados mostraram que 96,7% (29 alunos) tem interesse em terem aulas de ER na EF escolar, bem como 100% (30 alunos) mostraram satisfação parcial ou total a respeito das aulas lecionadas.

Palavras-chave: Educação Física. Esportes Radicais. Ensino Fundamental.

Abstract: This study aimed to introduce the practice of Extreme Sports (RE) through Physical Education (PE) in Elementary School, as well as to verify the interest and satisfaction of students regarding the practice related to RE. With exploratory and qualitative methodology, it was conducted in a school in the municipality of Imbituba with 30 students, whose ages vary between 13 and 14 years of both sexes. The research instruments were two questionnaires, the first related to the students' interest about the RE in school PE and the second about the satisfaction after the classes experienced during the study. The results showed that 96.7% (29 students) are interested in having RE classes in school PE, as well as 100% (30 students) showed partial or total satisfaction regarding the classes taught.

Keywords: Physical Education. Extreme Sports. Elementary School.

I Artigo apresentado como requisito parcial para a conclusão do curso de Graduação em Educação Física Licenciatura da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL. 2019.

II Acadêmico do curso de Educação Física Licenciatura da Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul. E-mail: moisescominesijr@gmail.com

III Especialista em treinamento desportivo e mestre em Ciências da Saúde – Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL). Professor Titular na Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.

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1 INTRODUÇÃO

Este estudo apresenta uma abordagem didática acerca dos EF no contexto escolar. A prática de esportes nas escolas está estreitamente relacionada às aulas de Educação Física (EF), nas quais, segundo Armbrust e Silva (2012), emerge a necessidade de inserir atividades culturais e desportivas diferenciadas que vem sendo notoriamente divulgadas pela mídia nos diais atuais. No artigo “Pluralidade cultural: Os esportes radicais na Educação Física”, Armbrust e Silva (2012) afirmam que os esportes radicais, como estratégias para o desenvolvimento humano, podem ser abordados na EF com o intuito de promover a consciência para o conflito de dúvidas e incertezas.

Nesse sentido, ainda segundo Armbrust e Silva (2012), essa prática pode colaborar com o processo do desenvolvimento do pensamento, julgamento e comportamento autônomos do indivíduo, tanto no que diz respeito à vida pessoal, quanto às questões do seu coletivo mais próximo, como também àqueles referentes ao cuidado e preocupação com o planeta. Nesse cenário, os ER acabam por se diferenciarem dos conteúdos tradicionais nas aulas de EF, uma vez que apresentam novas perspectivas cognitivas, culturais e sociais, ao agregarem, conforme Marinho (2008), sentidos associados à novidade, bem como ao desconhecido e ao não-explorado.

Conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), publicada em 2016, o Ensino Fundamental, é a etapa mais longa da Educação Básica, com nove anos de duração, atendendo estudantes entre 6 e 14 anos. Portanto, há crianças e adolescentes que, durante esse período, vivenciam uma série de mudanças relacionadas à aspectos físicos, cognitivos, afetivos, sociais, emocionais, entre outros. Nesse sentido, a BNCC (2016) afirma que nos anos iniciais é de extrema importância valorizar as situações lúdicas de aprendizagem e as experiências de cada aluno. Dessa forma, torna-se possível permitir a participação ativa na construção de novos conhecimentos e descobertas. No que diz respeito aos conteúdos/temas abordados nas aulas de EF, o Parâmetro Comum Curricular (PCN) do Ensino Fundamental, publicado em 1997, aponta como fundamentais os esportes, jogos, lutas e ginásticas, além de atividades rítmicas e expressivas e conhecimento sobre o corpo.

Segundo o PCN (1997), consideram-se esportes apenas as práticas em que são adotadas regras de caráter oficial e competitivo, organizadas em federações regionais, nacionais e internacionais que regulamentam a atuação amadora e a profissional. Isto é, aquelas que envolvem condições espaciais e de equipamentos sofisticados como campos, piscinas,

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bicicletas, pistas, ringues, ginásios, etc. Dessa forma, pode-se identificar a falta de qualquer perspectiva de introduzir novas experiências esportivas dentro do currículo, tornando assim algo essencialmente pré-estabelecido a ser seguido.

De acordo com Pereira (2008), esse conceito relacionado aos conteúdos clássicos não é mais suficiente para abranger a totalidade da cultura de movimento do ser humano, uma vez que a cultura está fora do ambiente escolar à medida que também é produto deste. É possível perceber o desinteresse crescente pelas aulas tradicionais de EF, principalmente nas séries correspondentes à segunda metade do Ensino Fundamental (6º, 7º, 8º, e 9º ano). Dessa maneira, a EF escolar está cada vez mais repetitiva, uma vez que os professores não buscam se atualizar e introduzir novas metodologias de ensino, mostrando-se acomodados e, por vezes, desmotivados. Logo, acabam privando os alunos de vivenciarem nova s experiências nas fases classificadas como primordiais para os possíveis desenvolvimentos. Assim, percebe-se que o número de educadores que compreendem a importância de apresentar e desenvolver os ER com os alunos é pequeno em comparação àqueles que abordam essas práticas nas aulas de EF.

Nesse cenário, Morin (2002) ressalta a importância de levar em consideração o objetivo que a EF tem de formar cidadãos capacitados para enfrentar os problemas de seu tempo, desenvolvendo a proatividade e o conhecimento de mundo. No que diz respeito aos ER, conforme Mariz de Oliveira (1988), um dos grandes desafios do professor de EF consiste em como pensar na prática esportiva fora das quadras, fora de regras de vitória e derrota entre adversários, num esporte fundamentado na solidariedade entre os participantes.

Nesse contexto, essa pesquisa tem como objetivo verificar o interesse e a satisfação dos alunos, acerca da prática de ER nas aulas de EF, identificando suas limitações e conhecimento prévio de cada um dos esportes apresentados.

2 METODOLOGIA

O estudo utilizou como método de abordagem, o dedutivo, “processo pelo qual, com base em enunciados ou premissas, chega-se a uma conclusão necessária, em virtude da correta aplicação de regras lógicas [...]” ( LAKATOS; MARCONI, 2008, p. 256). O método dedutivo parte de um raciocínio geral para chegar ao particular.

Além disso, quanto ao nível de profundidade da pesquisa, esta foi exploratória, uma vez que o objetivo principal desse tipo de pesquisa é “[...] proporcionar maior familiaridade

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com o objeto de estudo”. (LEONEL; MOTTA, 2007, p. 100). De modo a também ser descritiva, visto que visa a descrever as características de populações e de fenômenos. (GIL, 2002, p. 171). No que se refere ao procedimento utilizado para a pesquisa, esta aplicou o procedimento de estudo de campo, que “focaliza uma comunidade, que não é necessariamente geográfica, já que pode ser uma comunidade de trabalho, de estudo, de lazer ou voltada para qualquer outra atividade humana” (GIL, 2002, p. 53).

Quanto à análise de dados, a pesquisa foi qualitativa, pois esse tipo de pesquisa leva em consideração o aspecto da subjetividade, sendo que o pesquisador analisa palavras, envolve-se com o processo e gera ideias e categorias para a pesquisa. (LEONEL; MOTTA, 2007, p. 108-110).

Esta pesquisa caracterizou-se com caráter empírico, cujo objetivo é verificar o interesse e a satisfação dos alunos no que diz respeito à prática de ER nas aulas de EF, identificando suas limitações e conhecimento prévio de cada um dos esportes apresentados. Para tanto, foram ministradas aulas em uma turma de 8

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ano de uma escola do município de Imbituba,com um grupo de 30 alunos com idades entre 13 e 14 anos, de ambos os sexos. Foram realizadas seis aulas, três teóricas e três práticas sobre ER das seguintes modalidades: slackline, surf (balance boarding) e skate. No que diz respeito ao critério de inclusão e exclusão, só foram aptos a participarem os alunos que entregaram assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APENCICE A) que devidamente assinado pelos pais ou responsáveis e os alunos assinaram o Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) (APENDICE B).

Para obter os resultados foram aplicados dois questionários (APENDICE C e D) no grupo de alunos do 8º ano da escola estadual. O primeiro questionário foi sobre o interesse e conhecimento que o aluno já possui relacionado aos ER. O questionário consistiu num quadro de perguntas objetivas, cujo objetivo foi analisar o autoconhecimento e a expectativa sobre os ER nas aulas de EF. Nesse contexto, ele foi aplicado com direcionamento à prática de ER. Por exemplo: “Entre os esportes radicais skate, surf e slackline, quais você mais gosta?”. Após aplicar o primeiro questionário, foram ministradas as aulas de ER das três modalidades apresentadas. Na sequência, foi aplicado um segundo questionário de satisfação, referente à experiência dos alunos nas aulas de EF a respeito dos ER. Por fim, foram realizadas as análises dos dados obtidos por meio dos questionários.

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A amostra total de participantes foi de 30 alunos, correspondendo assim, 100% da turma do 8º Ano do município de Imbituba. Os alunos foram submetidos ao primeiro questionário relacionado ao conhecimento e interesse dos alunos perante aos ER nas aulas de EF. Pode-se verificar abaixo as respostas do 1º Questionário.

O Gráfico 1 apresenta quais ER os alunos já praticaram.

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Levando em consideração os dados acima, 53,3% (16 alunos) já praticaram alguma vez na vida algum tipo de ER. Entre as três categorias apresentadas o skate teve destaque considerável com 26,7% (8 alunos) pois, de acordo com a pesquisa de Ambrust e Ascânio (2010), “os estímulos às novas atividades, como o skate podem objetivar alguns apontamentos e perspectivas educacionais para o estreitamento dos conteúdos atrelados à cultura corporal de movimento”. Dessa maneira, essa aproximação do skate como ferramenta educacional reforma às ações de aulas lúdicas, com o valorizando o aluno pelas boas ações, bem como respeitando e dando atenção a todos.

O gráfico 2 corresponde ao interesse dos alunos em participarem de aulas de ER na EF.

Gráfico 2- Interesse dos alunos em participarem de aulas de ER na EF escolar.

De modo geral, os alunos demonstraram interesse em vivenciar aulas de ER na EF escolar, embora 46,7% (14 alunos) nunca tenham praticado algum tipo de ER antes. Em um estudo realizado por Capaverde, Medeiros e Alves (2012), os autores apontam como tarefa do professor adaptar as práticas do esporte de aventura de acordo com realidade dos alunos, ao

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construírem novas estratégias para serem discutidas em aulas. Assim, o professor possibilita ao aluno entender a formação desse conteúdo para que possa compreender a sua prática num segundo momento. Dessa forma, percebe-se que o professor é o mediador entre as novas experiências e os alunos, uma vez que 90% (27 alunos) demonstraram interesse em aprender sobre os ER.

O gráfico 3 representa o conhecimento dos alunos acerca dos ER através de um questionamento.

Gráfico 3- Conhecimento dos alunos sobre os ER através da pergunta: “QUAIS DESSAS MODALIDADES ESTARÃO PRESENTES NAS OLIMPÍADAS DE TOQUIO 2020?”

Os alunos mesmo sem nunca terem tido aulas de ER na EF escolar, demonstraram ter conhecimento relacionado aos ER, pois, 70% (21 alunos) dos participantes acertaram as respostas. Levando em consideração o fato de que os alunos afirmaram não ter contato com os ER no âmbito escolar, um dos fatores que pode ter influenciado no resultado é a mídia, pois, de acordo com (CÁSSARO,2011,p.8) “as atividades de aventura tem se notabilizado pela diversidade e número de adeptos, ainda mais pela própria divulgação dos meios de comunicação, tanto pela mídia ou pelas revistas especializadas”. Dessa forma, é possível associar o conhecimento dos alunos acerca das modalidades que estarão presentes nas olimpíadas de 2020 com o assíduo papel das mídias no que diz respeito a veiculação de notícias relacionadas aos ER,

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O gráfico 4 também representa o conhecimento dos alunos acerca dos ER através de um segundo questionamento.

Gráfico 4 - Conhecimento dos alunos sobre os ER através da pergunta:

“QUANTAS VEZES O BRASILEIRO GABRIEL MEDINA FOI CAMPEÃO MUNDIAL DE SURF?”

De acordo com o gráfico, é perceptível que o conhecimento dos alunos pode estar relacionado, novamente, à influência da mídia, que por sua vez, coloca em evidência atletas brasileiros que se destacam mundialmente em suas modalidades especificas. Nesse sentido, segundo Kenski (1995, p. 130) “os atletas são figuras de destaque na mídia e, enquanto forem campeões, têm espaços assegurados nas campanhas publicitárias”. Dessa forma, a influência da mídia sobre os esportes pode contribuir com o conhecimento prévio dos alunos, visto que é característico destacar os atuais campeões, os quais acabam se tornando referência dentro da sua modalidade.

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Após a aplicação do 1º Questionário, aconteceu o processo de intervenção a partir das aulas teóricas e práticas das modalidades de ER apresentadas (skate, surf e slackline). O 2º Questionário foi relacionado a satisfação dos alunos acerca dos ER e aplicado com os alunos após as aulas de ER na EF Escolar.

O gráfico 1 corresponde à satisfação dos alunos sobre as aulas de ER.

Gráfico 1 – Satisfação dos alunos sobre as aulas de ER na EF.

Conforme os resultados apresentados no gráfico, após terem praticado as aulas de ER, os alunos demonstraram enorme satisfação, em que 83,3% (25 alunos) declararam terem gostado muito das aulas. Ainda nesse contexto, 53,3% (16 alunos) declararam terem gostado de todas as três modalidades esportivas apresentadas, embora, 46,7% (14 alunos) já terem tido algum contato com o skate, conforme foi apresentado no gráfico número 1 do primeiro questionário.

Um dos fatores que pode ter influenciado esse resultado é a prática dos esportes na natureza, pois os alunos estão acostumados com as aulas somente dentro das quadras e linhas. Segundo Marinho (2001, p. 144) “a natureza, levada, então, a um segundo plano é redefinida como um ambiente coincidentemente útil e agradável, atrativo e conveniente para as atividades esportivas”. Assim, o meio ambiente e o esporte de aventura estão diretamente relacionados, ao proporcionar ao praticante um sentimento de prazer, de liberdade e de satisfação pessoal.

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O gráfico 2 representa a satisfação dos alunos através de uma pergunta, após vivenciar as aulas de ER.

Gráfico 2 – Satisfação dos alunos após vivenciarem a prática dos ER. Pergunta: “QUAL ESPORTE RADICAL VOCÊ MAIS GOSTOU?”

Depois da prática nas aulas de ER, os alunos demonstraram significativa satisfação, em que 83,3% (25 alunos) afirmaram terem gostado “muito” das aulas. Seguindo o mesmo raciocínio, 50% (15 alunos) afirmaram terem gostado de todas as três modalidades esportivas apresentadas, embora, 46,7% (14 alunos) já terem tido algum contato com o skate. De acordo com Pereira e Armbrust (2010) esses conhecimentos, valores e atitudes são estimulados quando há um intuito de alguém, no caso, um professor, colocando situações que desafiem os alunos. Nesse sentido, é papel do professor incluir os ER nas suas disciplinas de ensino, pois os alunos demonstram interesse em aprender algo diferente e novo.

O gráfico 3 representa a satisfação dos alunos através de uma pergunta, sobre terem mais aulas de ER na EF escolar.

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Gráfico 3 – Satisfação dos alunos após vivenciarem a prática dos ER. Pergunta:

“VOCÊ GOSTARIA DE TER MAIS AULAS DE ESPORTES RADICAIS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA?”

Pode-se observar através do gráfico que a grande maioria dos participantes, 96,7% (29 alunos), gostariam de ter mais aulas de ER na EF Escolar. Comparado com o gráfico da questão número 2 do 1º questionário, nota-se uma evolução no interesse da turma: a porcentagem 90% (27 alunos) aumentou para 96,7% (29 alunos) após a intervenção das aulas de ER. A EF escolar, pode por meio da experiência na natureza, potencializar suas estratégias de ensino para desenvolver nos alunos, suas habilidades motoras, capacidades físicas e cognitiva. Segundo Marcon e Bonotto (2016, p. 2) “os esportes radicais desenvolvem não apenas habilidades e capacidades motoras, mas também auxiliam na construção da personalidade do indivíduo e oportunizam que superem seus limites”. Desse modo, os ER além de possibilitar o desenvolvimento motor, contribuem também na construção de identidade.

Nesse contexto, Kenski (1995, p. 133) afirma que “é preciso, no entanto, que o profissional de Educação Física se dê conta de que mais do que preparar um sujeito para uma prática esportiva, ele está contribuindo para a formação de um novo sujeito, para uma nova sociedade’. Assim, percebe-se que a importância da prática dos ER na escola é, sobretudo, fundamental para o desenvolvimento dos alunos não somente como possíveis atletas, mas como cidadãos capazes usar os esportes para uma melhor qualidade de vida.

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Levando em consideração o objetivo geral do estudo, os alunos demonstraram possuir interesse em vivenciar aulas de ER no ambiente escolar. Segundo os alunos, os professores ainda apresentam certa insegurança em colocar os ER como conteúdo de aula, visto que os alunos sentem a ausência dessas modalidades na prática esportiva escolar.

A comparação do primeiro com o segundo questionário (INTERESSE VS SATISFAÇÃO) apresentou o aumento de 96,7% (29 alunos) para 100% (30 alunos), no que diz respeito ao interesse inicial dos alunos em relação ao ER e a satisfação depois que foram aplicadas as aulas teóricas e práticas.

Assim, embora os ER sejam considerados como esportes com alto risco físico, ainda possibilitam aos seus praticantes momentos de contato direto com a natureza, desenvolvimento motor, tomada de decisão e satisfação. Em suma, os alunos ficaram satisfeitos com a nova experiência vivenciada nas aulas de EF, sobretudo, pela maneira diferente de praticar esportes fora das quatro linhas. Portanto, quando planejados e articulados de maneira adequada, os ER se caracterizam como um conteúdo de grande importância no ambiente escolar, fato que possibilita a introdução nas aulas de EF.

Nesse sentido, a teorização e a prática dos ER oportunizam aos alunos diversos benefícios relacionados à saúde e ao desenvolvimento motor, além de tornar possível a sensação de liberdade e satisfação, quando vivenciados em ambientes naturais.

REFERÊNCIAS

ARMBRUST, I, SILVA, S.A.P.S. Pluralidade cultural: os esporte radicais na Educação Física escolar. Movimento, Porto Alegre, v. 18, n. 01, p. 281-300, jan/mar de 2012.

ARMBRUST, Igor; LAURO, Flávio Antônio Ascânio. Skate e suas possibilidades educacionais. Motriz rev. educ. fís.(Impr.), v. 16, n. 3, p. 799-807, 2010.

BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, 1997.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base nacional comum curricular: O ensino fundamental no contexto da educação básica Brasília, DF, 2016. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#fundamental>. Acesso em: 12 de abr. de 2019.

CAPAVERDE, Mariane Rech; MEDEIRO, Tiago Nunes; ALVES, Sérgio Luiz Chaves. Esporte de aventura nas aulas de educação física: uma alternativa ao alcance dos profissionais? Revista Vento e Movimento – FACOS/CNEC Osório Nº 1, Vol. 1, 2012.

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GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. KENSKI, Vani M. O impacto da mídia e das novas tecnologias de

Comunicação na educação física. Motriz - Volume 1, Número 2, 129-133, Dezembro/1995. Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/01n2/1_2_Vani.pdf> Acesso em: 02 de nov. de 2019.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008, p. 256.

LEONEL, Vilson; MOTTA, Alexandre de Medeiros. Ciência e pesquisa: livro didático. Palhoça: UnisulVirtual, 2007.

PEREIRA, D.W. et. al. Esportes radicais, de aventura e ação: conceitos, classificações e características. Revista Corpoconsciência, Santo André, vol. 12, n. 1, pág. 18-34, jan/jun 2008. MARCON, Júlio César Freitas; BONOTTO, José Orion. Esportes radicais: uma alternativa para as aulas de educação física. Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Licenciatura, no Curso de Educação Física da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, 2016. Disponível em: <http://repositorio.unesc.net/handle/1/4790>. Acesso em: 03 de nov. de 2019

MARINHO, A. Lazer, aventura e risco: reflexões sobre atividades realizadas na natureza. Movimento, Porto Alegre, v. 14, n. 2, p. 181-206, maio/ago. 2008. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/Movimento/article/view/5756/3364>. Acesso em: nov. 2019.

MARIZ de OLIVEIRA, J.G. Educação Física e Esporte no Ensino Superior. In: Passos, S.C.E. Educação Física e Esportes na Universidade – Brasília, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Física e Desportos, 1988.

MORIN, E. Educação e Complexidade: os setes saberes e outros ensaios. São Paulo: Cortez. p.13, 2002.

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APÊNDICE-A TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Universidade do Sul de Santa Catarina Comitê de Ética em Pesquisa – CEP UNISUL

1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Participação do estudo

Senhores pais ou responsáveis, o seu filho (a) está sendo convidado (a) a participar da pesquisa intitulada Esportes Radicais: ‘’A Educação Física Escolar Fora das Quatro Linhas’’ coordenada por Fabricio de Souza. O objetivo deste estudo é introduzir, através da Educação Física no Ensino Fundamental, a prática dos Esportes Radicais, bem como verificar a aceitação e satisfação dos alunos. Caso você aceite que seu filho (a) participe, ele (a) terá que participar de 6 aulas de Educação Física na Escola André A. de Souza no período vespertino.

A pesquisa será dividida em 3 partes: 1ª: Os participantes terão que responder a um questionário de interesse e conhecimento sobre esportes radicais. 2ª: Os participantes terão que participar das aulas práticas das três modalidades dos esportes radicais: slackline, surf e skate (OBS: O surf será aplicado na escola com simulação, os participantes não irão à praia); 3ª: Após terem respondido ao questionário sobre interesse e conhecimento e feito as aulas práticas, os participantes serão submetidos a mais um questionário de satisfação sobre as novas experiências esportivas, o que deve dispender cerca de 45 minutos por aula.

2 RISCOS E BENEFÍCIOS

Com a participação do seu filho (a) nesta pesquisa, ele (a) estará exposto a riscos que são possíveis de acontecer durante as aulas práticas. Dentro da escola o risco maior está voltado ao constrangimento, medo, inexperiência ou alguma possível lesão, como entorse, luxação, etc. Caso algum desses casos venham a ocorrer, serão tomadas as seguintes providências: O professor estará disponível para ajudar e prestar os primeiros socorros, contudo, os alunos estarão devidamente seguros, usando os EPI necessários para a prática dos esportes radicais, sob a responsabilidade do (a) pesquisador (a) responsável.

Esta pesquisa tem como benefícios perceber o quanto a Educação física e os esportes radicais são importantes para o desenvolvimento dos alunos dentro da escola.

3 SIGILO, ANONIMATO E PRIVACIDADE

O material e informações obtidas podem ser publicados em aulas, congressos, eventos científicos, palestras ou periódicos científicos, sem sua identificação. Os pesquisadores se responsabilizam pela guarda e confidencialidade dos dados, bem como a não exposição individualizada dos dados da pesquisa. A participação do seu filho (a) é voluntária, ele (a) terá a liberdade de se recusar a responder quaisquer questões que lhe ocasionem constrangimento de alguma natureza

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4 AUTONOMIA

O participante também poderá desistir da pesquisa a qualquer momento, sem que a recusa ou a desistência lhe acarrete qualquer prejuízo. É assegurada a assistência durante toda a pesquisa, e garantido o livre acesso a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas consequências. Se com a sua participação na pesquisa for detectado que você apresenta alguma condição que precise de tratamento, você receberá orientação da equipe de pesquisa, de forma a receber um atendimento especializado. Você também poderá entrar em contato com os pesquisadores, em qualquer etapa da pesquisa, por e-mail ou telefone, a partir dos contatos dos pesquisadores que constam no final do documento.

5 DEVOLUTIVA DOS RESULTADOS

Os resultados da pesquisa poderão ser solicitados a partir do dia 01/11/2019 junto de uma cópia dos resultados finais da pequisa. Ressalta-se que os dados coletados nesta pesquisa –seja informações de prontuários, gravação de imagem, voz, audiovisual ou material biológico– somente poderão ser utilizados para as finalidades da presente pesquisa, sendo que para novos objetivos um novo TCLE deve ser aplicado.

6 RESSARCIMENTO E INDENIZAÇÃO

Lembramos que a participação do seu filho (a) é voluntária, o que significa que ele (a) não poderá ser pago, de nenhuma maneira, por participar desta pesquisa. De igual forma, a participação na pesquisa não implica em gastos ao participante. No entanto, caso tenha alguma despesa decorrente da sua participação, tais como transporte, alimentação, entre outros, não será ressarcido do valor gasto. Se ocorrer algum dano decorrente da sua participação na pesquisa, você será indenizado, conforme determina a lei.

Após ser esclarecido sobre as informações da pesquisa, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine o consentimento de participação em todas as páginas e no campo previsto para o seu nome, que é impresso em duas vias, sendo que uma via ficará em posse do pesquisador responsável e a outra via com você.

7 CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO

Eu concordo em participar,

voluntariamente da pesquisa intitulada “’A Educação Física Escolar Fora das Quatro Linhas” conforme informações contidas neste TCLE.

Local e data:

Assinatura Responsável:

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E-mail para contato: Telefone para contato:

Assinatura do (a) pesquisador (a) responsável: Outros pesquisadores:

Nome:

E-mail para contato: Telefone para contato:

Assinatura do (a) aluno (a) pesquisador (a):

O Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CEP) é composto por um grupo de pessoas que estão trabalhando para garantir que seus direitos como participante sejam respeitados, sempre se pautando pelas Resoluções 466/12 e 510/16 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). O CEP tem a obrigação de avaliar se a pesquisa foi planejada e se está sendo executada de forma ética. Caso você achar que a pesquisa não está sendo realizada da forma como você imaginou ou que está sendo prejudicado de alguma forma, você pode entrar em contato com o Comitê de Ética da UNISUL pelo telefone (48) 3279-1036 entre segunda e sexta-feira das 9 às 17horas ou pelo e-mail cep.contato@unisul.br.

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APÊNDICE B – TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TALE)

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP

UNISUL TELEFONE (48) 3279-1036

TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TALE)

Olá Aluno, você está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa “Esportes Radicais: A Educação Física Escolar Fora das Quatro Linhas’’. Nessa pesquisa pretendemos identificar se você já praticou algum esporte radical ou gostaria de praticar nas aulas de educação física.

Para essa pesquisa, será necessário que você participe das aulas e pratique cada uma das modalidades apresentadas:

SKATE SLACKLINE SURF (BALANCE BOARD)

Para participar dessa pesquisa, o seu responsável deverá autorizar e assinar o termo de consentimento. Você não vai gastar e nem receber dinheiro para participar dessa pesquisa. Se houver alguma dúvida do participante poderá ser esclarecida em qualquer momento, assim, tendo a liberdade de escolha em participar ou não da pesquisa. A sua participação é de forma voluntária. Você não será identificado com padrões profissionais de sigilo, atendendo a legislação brasileira (Resolução Nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde) utilizando as informações somente para fins acadêmicos e científicos.

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Eu portador(a) do documento de

identidade (RG) (se já tiver identidade), fui

informado (a) dos objetivos da presente pesquisa de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações. Tendo o consentimento do meu responsável já assinado, declaro que concordo em participar dessa pesquisa. Recebi uma cópia desse termo de assentimento e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas.

Tubarão de de 2019

Assinatura do participante

Obs.: Devida permissão dos pais ou responsáveis.

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APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO DE INTERESSE

7.1 QUESTIONÁRIO INTERESSE SOBRE A PRÁTICA DE ESPORTES RADICAIS NA ESCOLA

NOME: IDADE: SERIE: TURMA: DATA: / / ASSINALE COM UM ‘’ X ‘’ AS RESPOSTAS DE ACORDO COM O SEU INTERESSE E CONHECIMENTO SOBRE ESPORTES RADICAIS.

1. VOCÊ JÁ PRATICOU ALGUM ESPORTE RADICAL ? SE SIM, QUAL?

 SKATE ( )

 SURF ( )

 SLACKLINE ( )

 OUTROS ( )

2. VOCÊ GOSTARIA QUE TIVESSE AULAS DE ESPORTES RADICAIS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ?

SIM ( )

NÃO ( )

3. QUAIS DESSAS MODALIDADES ESTARÃO PRESENTES NAS OLIMPÍADAS DE TÓQUIO 2020?

 SLACKLINE & SURF ( )

 SURF & CAPOEIRA ( )

 CAPOEIRA & SLACKLINE ( )

 SKATE & SURF ( )

4. QUANTAS VEZES O BRASILEIRO GABRIEL MEDINA FOI CAMPEÃO MUNDIAL DE SURF?

 1 ( )

 2 ( )

 3 ( )

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APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO DE SATISFAÇÃO

7.2 QUESTIONÁRIO SATISFATÓRIO SOBRE A PRÁTICA DE ESPORTES RADICAIS NA ESCOLA

NOME: IDADE: SERIE: TURMA: DATA: / / ASSINALE COM UM ‘’ X ‘’ AS RESPOSTAS DE ACORDO COM A SUA EXPERIÊNCIA NAS AULAS DE ESPORTES RADICAIS.

7.3 1. QUAL ESPORTE RADICAL VOCÊ MAIS GOSTOU?

 SKATE ( )

 SURF ( )

 SLACKLINE ( )

2 VOCÊ GOSTOU DAS AULAS?

 POUCO ( )

 RAZOÁVEL ( )

 MUITO ( )

3. VOCÊ GOSTARIA DE TER MAIS AULAS DE ESPORTES RADICAIS NAS AULAS DE EDUCAÇAO FÍSICA?

SIM ( )

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me concedido saúde para superar todos os desafios ao longo desse percurso. Agradeço também a minha família pelo apoio nas horas difíceis, bem como ao meu orientador prof. Me. Fabrício de Souza pela paciência e orientação.

Referências

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