• Nenhum resultado encontrado

Famílias residentes nas comunidades do bairro Agronômica

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Famílias residentes nas comunidades do bairro Agronômica"

Copied!
96
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

LAUCIANA ROSA DA SILVA

FAMÍLIAS RESIDENTES NAS COMUNIDADES DO BAIRRO AGRONÔMICA: PERFIL E NECESSIDADES

Palhoça – SC 2010

(2)

FAMÍLIAS RESIDENTES NAS COMUNIDADES DO BAIRRO AGRONÔMICA: PERFIL E NECESSIDADES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação Serviço Social, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.

Orientadora: Professora Regina Panceri, Dra.

Palhoça – SC 2010

(3)

FAMÍLIAS RESIDENTES NAS COMUNIDADES DO BAIRRO AGRONÔMICA: PERFIL E NECESSIDADES

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do grau de Bacharel em Serviço Social e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Serviço Social da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis, 20 de junho de 2010.

_____________________________________

Profª. Orientadora Regina Panceri. Dra. Universidade do Sul de Santa Catarina

_____________________________________________ Maria Angela Isoppo – Assistente Social

_____________________________________________ Fernando Anísio Batista – Sociólogo

(4)

Eu, Lauciana, dedico este trabalho in memoriam de meu pai Lauro Barbosa da Rosa, e à minha mãe Darci Macedo Alves da Silva; aos meus sobrinhos John

Henrique e Kauhê, pela força e incentivo que me deram sempre.

(5)

Agradeço primeiramente a Deus, pois sem Ele nada seria possível.

Agradeço a minha família, que sempre me apoiou nesta caminhada, que torceu e comemorou cada etapa vencida; aos amigos, que sempre estiveram juntos, especialmente Nara, Marcelo e Liliane; à minha irmã Luciana, pelo incentivo, cooperação e apoio, até mesmo quando eu não estava disposta: que compartilharam comigo momentos de tristeza e também de alegria, nesta etapa em que, com graça de Deus, está sendo vencida.

Agradeço aos professores que me acompanharam, especialmente à Professora e doutora Regina Panceri, que foi orientadora e amiga, pela paciência e dedicação.

Agradeço a toda equipe da Ação Social São Luiz e principalmente ao Renato, Presidente da Instituição, pela oportunidade de estágio e pelo acolhimento que recebi: de coração o meu muito obrigado.

Agradeço a todos que, diretamente e indiretamente, me deram uma força quando eu não estava muito animada e contribuíram para a minha formação.

Agradeço a todos que fizeram a diferença em minha vida.

Agradeço às pessoas que, quando olho para trás, sinto muitas saudades.

A Todos, o meu,

(6)

Na arte de viver, para centrar o sentido da vida, é determinante saber dar para ser. Entre as muitas formas de vida, não existe nenhuma que prenda e depois permaneça estática. Cada coisa é vivente na medida em que metaboliza, recicla, retira e oferece novamente. (Antonio Meneghetti)

(7)

Pode-se dizer que, no decorrer da história da evolução humana, a família sofreu diversas transformações de organização familiar, e sobrevive até os dias de hoje a todas as mudanças econômicas, éticas, culturais, políticas e sociais, sendo um ponto de referência para o ser humano. A família é ainda uma referência, e possui uma estrutura tão forte e presente na sociedade que, no decorrer desse estudo, observou-se que as Famílias residentes nas comunidades do Bairro Agronômica, em Florianópolis/SC, variam muito em sua formação, composição e regras de vida. Deste modo, o presente estudo procurou apresentar os resultados da pesquisa para identificar o perfil e as necessidades das famílias residentes nas comunidades do bairro Agronômica, executada no período de Agosto de 2009 a Novembro de 2009, visando posteriormente, por meio da identificação do perfil e das necessidades dessas famílias, impulsionar atividades de atendimento, orientação, encaminhamento, suporte social, qualificação profissional, atividade sócio-educativas, entre outras. Foram pesquisadas 286 famílias das seguintes comunidades: Comunidade do 25, Santa Vitória, São João, Morro do Horácio, e Comunidade do Morro do céu.

(8)

You could say that, over the history of human evolution, the family suffered several transformations of family organization, and survives to this day to all the economic, ethical, cultural, political and social, as a reference point for humans. The family is still a reference, and has a structure so strong and present in society that in the course of this study, we observed that the families living in neighborhood communities in Agronomy, in Florianopolis/SC, vary widely in their formation, composition and rules of life. Thus, this study sought to present the results of research to identify the profile and needs of families living in communities of the district Agronomic, performed during the period August 2009 to November 2009, aiming through the identification of its profile and needs further boost service activities, counseling, referral, social support, vocational, social and educational activities among others. We surveyed 286 families of the following communities: Communities of 25, Victoria St, St. John, Horace Hill and Community of Heaven.

(9)

Gráfico 1 -

Composição, Condições e Procedência da Família

Identificação quanto a procedência das Famílias residentes nas

comunidades do bairro Agronômica ...44

Gráfico 2 - Naturalidade ...45

Gráfico 3 - Os motivos da vinda para o município ...47

Gráfico 4 - Tempo que reside no município ...48

Gráfico 5 - Composição Familiar / Sexo ...49

Gráfico 6 - Composição Familiar / Moram na Residência ...50

Gráfico 7 - Composição Familiar / Número de Filhos ...51

Gráfico 8 - Composição Familiar / Estudantes ...52

Gráfico 9 - Composição Familiar / Turno que Estudam ...53

Gráfico 10 - Composição Familiar / Idade dos Filhos ...54

Gráfico 11 - Composição Familiar / Responsáveis pela Casa ...55

Gráfico 12 - Escolaridade ...56

Gráfico 13 - Profissão por grau de Escolaridade ...57

Gráfico 14 - Situação Trabalhista ...58

Gráfico 15 - Estado Civil ...59

Gráfico 16 - Renda ...60

Gráfico 17 - Condições Habitacionais / Moradia ...61

Gráfico 18 - Meio de comunicação para entrar em contato com a família ...62

Participação Comunitária Gráfico 19 - Participação da Família em programas da Rede Pública ...63

Dificuldades e Necessidades Sentidas pelas Famílias Gráfico 20 - Dificuldades no meio Familiar ...65

Gráfico Gráfico Gráfico 21 - 22 - 23 - Necessidades sentidas pelas Famílias/Orientação e Encaminhamento ...66

Necessidades sentidas pelas Famílias / Cursos ...67

(10)

Tabela 1 -

Composição, Condições e Procedência da Família Identificação quanto a procedência das Famílias residentes nas

comunidades do Bairro Agronômica ...44

Tabela 2 - Naturalidade ...45

Tabela 3 - Os motivos da vinda para o município ...46

Tabela 4 - Tempo que reside no município ...47

Tabela 5 - Composição Familiar / Sexo ...48

Tabela 6 - Composição Familiar / Moram na Residência ...49

Tabela 7 - Composição Familiar / Número de Filhos ...50

Tabela 8 - Composição Familiar / Estudantes ...51

Tabela 9 - Composição Familiar / Turno que Estudam ...52

Tabela 10 - Composição Familiar / Idade dos Filhos ...53

Tabela 11 - Composição Familiar / Responsáveis pela Casa ...54

Tabela 12 - Escolaridade ...56

Tabela 13 - Profissão por grau de Escolaridade ...57

Tabela 14 - Situação Trabalhista ...58

Tabela 15 - Estado Civil ...59

Tabela 16 - Renda ...60

Tabela 17 - Condições Habitacionais / Moradia ...60

Tabela 18 - Meio de comunicação para entrar em contato com a família ...61

Participação Comunitária Tabela 19 - Participação da Família em programas da Rede Pública ...63

Dificuldades e Necessidades Sentidas pelas Famílias Tabela 20 - Dificuldades no meio Familiar ...64

Tabela Tabela Tabela 21 - 22 - 23 - Necessidades sentidas pelas Famílias/Orientação e Encaminhamento ...65

Necessidades sentidas pelas Famílias / Cursos ...66

(11)

ASA – Ação Social Arquidiocesana ASSL – Ação Social São Luiz

CDI – Comitê para Democratização de Informática ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente

FABS – Folhas de Acompanhamento das Ações Básicas de Saúde LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social

SUAS – Sistema Único de Assistência Social UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina Unisul – Universidade do Sul de Santa Catarina

(12)

@ Arroba $ Cifrão

% Porcentagem

& representação gráfica do Latim "et".

(13)

1 INTRODUÇÃO ...13

2 A AÇÃO SOCIAL SÃO LUIZ...16

2.1 CONTEXTUALIZANDO A AÇÃO SOCIAL SÃO LUIZ...16

2.2 CONTEXTUALIZANDO A IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA AÇÃO SOCIAL SÃO LUIZ...22

3 REFLETINDO SOBRE FAMÍLIA ...28

3.1 FAMÍLIA E CONTEXTO SOCIAL...28

3.2 A FAMÍLIA E SUAS CONFIGURAÇÕES...31

4 O SERVIÇO SOCIAL E O ESPAÇO OCUPACIONAL ...35

4.1 REFLETINDO SOBRE A INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL...35

4.2 O CAMPO DE ESTÁGIO COMO ESPAÇO DE INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL...39

5 IDENTIFICAÇÃO...42

5.1 IDENTIFICAÇÃO DO PERFIL E DAS NECESSIDADES DAS FAMÍLIAS RESIDENTES NAS COMUNIDADES DO BAIRRO AGRONÔMICA...42

5.2 COMPOSIÇÃO, CONDIÇÕES E PROCEDÊNCIA FAMILIAR...43

5.3 PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA...61

5.4 DIFICULDADES E NECESSIDADES SENTIDAS PELAS FAMÍLIAS...63

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...69 REFERÊNCIAS ...72 GLOSSÁRIO ...75 APÊNDICE A – FOTOGRAFIAS ...76 APÊNDICES B – DOCUMENTOS...83 ANEXOS ...90

(14)

A família, base da sociedade, recebe o influxo de todas as mudanças e transformações que incidem sobre a vida da comunidade. A família, no seu percurso de vida, cria a sua história com passado, presente e perspectiva de futuro. Na sua dinâmica interna e na sua relação com o meio social mais amplo, a família modifica-se constantemente, modificando também esmodifica-se meio. É certo que cada família tem uma “biografia” que lhe é própria, mas a maioria passa por etapas relativamente comuns.

Embora existam diversas formas de organização familiar – em diferentes sistemas culturais, sociais e políticos –, as mudanças na composição e vida familiar decorrem do processo da rápida transformação demográfica e socioeconômica, bem como das condições, como migração e mudanças conjunturais, com rebaixamentos socioeconômicos, o que aumentam as pressões sobre a família.

O interesse em elaborar o presente trabalho de conclusão de curso é fruto da experiência de estágio curricular obrigatório do curso de Serviço Social – Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), realizado na Ação Social São Luiz (ASSL), compreendendo o período de agosto de 2009 a novembro de 2009.

Nesse período, a Ação Social São Luiz reviu seu plano de ação, e verificou-se que não havia investimento específico nas famílias residentes na região de sua abrangência, e nem naquelas atendidas pela Ação Social São Luiz, sendo que se desconhecia o seu perfil e necessidades. Para tanto, se propôs uma investigação para identificar o perfil e as necessidades dessas famílias, com intuito de criar programas específicos de atendimento que atendessem às necessidades apontadas. Surgiram, então, indagações sobre as famílias residentes na área do bairro Agronômica, local onde está situada a Ação Social São Luiz. O que fazem? quais as necessidades dessas famílias?

Para atender às novas exigências do Sistema Único de Assistência Social fazia-se necessário o reposicionamento de ações e o foco em famílias. Para tanto, realizou-se uma investigação comunitária para identificar o perfil e necessidades dessas famílias, com o objetivo de, posteriormente, criar um Programa especifico de atuação, possibilitando acesso a direitos sociais, rompendo com as práticas assistencialistas que vem se perpetuando ao longo dos anos.

(15)

Com tais questionamentos, estabeleceu-se, como problema a ser pesquisado: Qual o perfil e as necessidades das famílias residentes nas comunidades do bairro Agronômica, em Florianópolis/SC?

Definiu-se, como objetivo geral, apresentar a identificação do perfil e das necessidades das famílias residentes nas comunidades do bairro da Agronômica.

E para os objetivos específicos estabeleceu-se: contextualizar o histórico institucional e o serviço social na Ação Social São Luiz.

Para a reflexão sobre família foi necessário recorrer a autores do Serviço Social, como Martinelli, Iamamoto, Carvalho, Minayo, entre outros.

A coleta de dados para a identificação do perfil e das necessidades das famílias residentes nas comunidades do bairro Agronômica foi feita através de visitas nas residências e nos atendimentos realizados pelo “Projeto Criança Feliz” (Pastoral da Criança), utilizando, como instrumento, formulário e entrevistas, sendo que os acadêmicos do curso de Serviço Social da Unisul atuaram na coleta, tabulação e auxilio na análise dos dados. Por meio dos textos estudados em sala de aula, diário de campo, relatórios e da prática de estágio, foi possível estabelecer uma reflexão sobre a intervenção do Serviço Social na Ação Social São Luiz.

A importância do presente estudo, para a Ação Social São Luiz, é de estar refletindo sobre a temática “Família” e, a partir dos resultados, propor ações, visando à consecução dos direitos sociais via políticas públicas, capacitação por meio de cursos profissionalizantes e outros, para então oferecer às famílias residentes nas comunidades do bairro Agronômica, oportunidades de inserção social, com uma melhor qualidade de vida, autonomia e emancipação.

O referido trabalho está estruturado em 05 capítulos.

O capítulo I é a Introdução. No capítulo II discorreremos sobre a Ação Social São Luiz de uma maneira geral, localizando o campo de estágio e contextualizando o Serviço Social na referida organização.

No III capítulo, apresentaremos uma reflexão sobre família. No IV capítulo aborda-se a intervenção do Serviço Social.

No V capítulo, enfocaremos o perfil e as necessidades das famílias residentes nas comunidades do bairro Agronômica, apresentando a metodologia da pesquisa e a identificação do perfil e das necessidades sob a forma de gráficos, analisando os dados em três categorias:

(16)

• Primeira Categoria: Composição, condições e procedência familiar; • Segunda Categoria: Participação comunitária; e

• Terceira Categoria: Necessidades e dificuldades encontradas no meio familiar.

As Considerações Finais trazem alguns exemplos vivenciados na prática, os tipos de arranjos familiares observados e a concepção de família contemporânea. Finalmente, as Referências utilizadas no decorrer do estudo, Glossário, Apêndices, Anexos e Índice.

(17)

2.1 CONTEXTUALIZANDO A AÇÃO SOCIAL SÃO LUIZ

A Paróquia Nossa Senhora de Lourdes e São Luiz Gonzaga pertence à Arquidiocese de Florianópolis, e foi criada pelo Decreto Episcopal de 25 de Novembro de 1950. Sua área é de aproximadamente 1.393.000 metros quadrados, e está situada no Bairro Agronômica, na cidade de Florianópolis, Estado de Santa Catarina.

Ao entrarmos em contato com sua paisagem física, podemos observar que sua área é constituída de uma parte plana e outra de morros, sobressaindo o Morro da Cruz. Este aspecto de sua topografia permite a concretização geral das condições em que vive sua população, tendo em vista o desnível social, cultural e econômico existente entre as famílias residentes em cada uma destas áreas.

Na área plana de sua abrangência, residem famílias com um padrão de vida socioeconômico relativamente alto, destacando-se profissionais liberais, proprietários e outros. Em contraste, na parte de morros vamos encontrar um aglomerado populacional com condições mínimas de subsistência de vida familiar, devido à sua carência socioeconômica e cultural, sobressaindo o operário não especializado, o biscateiro, a lavadeira e a doméstica.

No sentido de desenvolver um trabalho social, a Paróquia Nossa Senhora de Lourdes e São Luiz fundou, em 1950, a Assistência Social São Luiz (ASSL), por iniciativa do pároco e alguns paroquianos, visando proporcionar assistência médica e farmacêutica às famílias carentes sócio-economicamente, residentes em âmbito paroquial.

Seus estatutos foram registrados sob nº 293, no livro A-7 do Registro Civil de Pessoas Jurídicas no Diário Oficial de Santa Catarina de 15 de Janeiro de 1952 e de 16 de Setembro de 1957, tendo sido considerado de “Utilidade Pública” pela lei estadual nº 761, de 7 de Outubro de 1952. Dessa maneira, ficou constituída a Assistência Social Luiz, sociedade civil sem fins econômicos, com sede à Rua Rui Barbosa, nº 01, Bairro Agronômica, Florianópolis.

(18)

A Assistência Social São Luiz, denominação oficial da obra social da Paróquia funcionou, até o ano de 1970, em precárias instalações, o que impossibilitava o alcance de seus objetivos. Naquele ano, o Arcebispo Metropolitano doou à paróquia um prédio com amplas instalações, para os trabalhos de ação social que ali vinham se desenvolvendo. Este prédio foi denominado pela comunidade de “Centro Social São Luiz”, e vinha proporcionando melhores condições de atendimento à comunidade da paróquia de Nossa Senhora de Lourdes e São Luiz.

Gradativamente a Assistência Social São Luiz vem sofrendo modificações e hoje, chamada de Ação Social São Luiz (ASSL), vem procurando adequar-se aos preceitos da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), Sistema Único de Assistência Social (SUAS), Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), bem como aos preceitos do Estatuto do Idoso.

Deste modo desenvolve seus trabalhos, visando à promoção humana e ao desenvolvimento comunitário referentes à educação, lazer e assistência, com o objetivo de promover o indivíduo, sua melhoria na qualidade de vida, o exercício da cidadania e o desenvolvimento comunitário.

A ASSL, com sua sede própria na paróquia Nossa Senhora de Lourdes e São Luiz Gonzaga, atua diretamente nas comunidades vulnerabilizadas, e também através da atuação de profissionais junto às comunidades por meio de projetos. Para tanto, tem parcerias firmadas com a Prefeitura Municipal de Florianópolis, com Centros Comunitários e Capelas, além de integrar a Ação Social Arquidiocesana. Atua nas seguintes comunidades: Morro do Céu, Vila Santa Rosa, Morro do Horácio, São João, Nova Palestina, Nova Trento, Morro do Vinte e Cinco e Santa Vitória, e no ano de 2009 iniciou seu processo de reordenamento

Em 2009, com a mudança de diretoria, teve inicio o reordenamento das ações desenvolvidas. Elaborou-se o planejamento da Ação Social, utilizando metodologia participativa, com foco em projetos, envolvendo todas as coordenadoras de projetos, definindo-se missão, visão, valores, plano de ação e diretrizes para 2010.

A Ação Social São Luiz tem como MISSÃO:

“Promoção da vida e formação humana de crianças, adolescentes, famílias e idosos, visando o desenvolvimento comunitário, a inclusão social e uma sociedade mais justa e igualitária”.

(19)

A VISÃO ficou assim formulada:

“Integração e articulação entre os diferentes projetos sociais dando visibilidade e envolvendo toda a comunidade para o seu fortalecimento”.

E como VALORES:

- Educação – educar para uma cultura da paz para a cidadania, focando nos direitos humanos.

- Evangelização – transmitir valores humanos e cristãos em todas as dimensões.

- Amor e união – comprometimento coletivo em servir ao próximo, às comunidades, sem distinção e em igualdade de condições, visando à melhoria da qualidade de vida.

- Justiça social – ações concretas e cotidianas que promovam a dignidade do ser humano.

- Direitos Humanos – atuar na defesa e promoção dos direitos, visando

ao exercício da cidadania.

Seus programas e projetos estão focados em 04 áreas: criança e adolescente; família e geração de trabalho e renda; idoso; e ações comunitárias, conforme se tem no Quadro, a seguir:

(20)

CRIANÇA E ADOLESCENTE

FAMÍLIA E GERAÇÃO DE

TRABALHO E RENDA IDOSO

COMUNITÁRIO AÇÃO.COM

Projeto Esperança Criança Feliz

Pastoral da criança Grupo de Convivência Santana (Sede) Projeto Inclusão Social e Digital Grupo de Convivência

Amizade (São João Batista) Nossa Senhora de Lourdes Trabalhos Manuais Assistência Comunitária Natureza Sábia Pastoral da Saúde Bazar/brechó Eventos

O Projeto Esperança contribui para a formação integral de 100 crianças e adolescentes, de 06 a 16 anos, tendo em vista que o atendimento é realizado no contra-turno escolar, o que possibilita a este público a vivência de atividades artísticas, esportivas, culturais e sociais que ampliam seu aprendizado curricular com o desenvolvimento de habilidades motoras, estéticas, pessoais, cognitivas, profissionais e que, associadas ao conhecimento, constituem-se em atributos da formação humana.

A outra área de atendimento é o idoso, sendo que atualmente estão em atividade 03 grupos, participando 95 idosos.

A ASSL conta ainda com grupos de trabalhos manuais, pastoral da criança, pastoral da saúde, inclusão digital e social, que contribuem com os diferentes públicos.

Apresenta-se, a seguir, uma síntese dos Projetos Sociais desenvolvidos na Ação Social São Luiz:

1 – Projeto Esperança: tem como objetivo oferecer acompanhamento sócio-educativo, em conformidade com o ECA, visando à melhoria da auto-estima, melhor desenvolvimento escolar, entre outros. O projeto destina-se ao atendimento de crianças e adolescentes de 6 a 16 anos de idade, usando como metodologia, eixos temáticos mensais, e exercem as seguintes atividades: artísticas, esportivas,

(21)

culturais e sociais, que ampliam o aprendizado curricular com o desenvolvimento de habilidades motoras, estéticas, pessoais, cognitivas, profissionais e que, associadas ao conhecimento, constituem-se em atributos da formação humana.

2 – Projeto Criança Feliz (Pastoral da Criança): visa contribuir para a promoção do desenvolvimento das crianças desde sua concepção e, em função delas, promover também suas famílias e comunidades. São atendidas crianças de 0 a 6 anos de idade pela Pastoral da Criança, que fornece várias orientações sobre saúde da criança, entre outras. Mensalmente, as voluntárias da Pastoral da Criança utilizam-se de indicadores que constam em suas Folhas de Acompanhamento das Ações Básicas de Saúde (FABS) e no Caderno do líder, e caso necessário for, fornecem um suplemento chamado “multi-mistura” para as crianças que estão a abaixo do peso normal, bem como enxovais de bebês para pessoas carentes.

3 – Grupo de Convivência Santana (sede): seu objetivo é proporcionar oportunidades de convivência social, trabalhando a auto-estima e a cidadania dos idosos. Usam como metodologia, reuniões mensais, e exercem atividades com bordado, crochê, pintura, bingo; oração, passeios, ginástica e contos de histórias.

4 – Grupo de Convivência Amizade (São João Batista): possibilita a integração, lazer, convivência, melhor qualidade de vida e atuação comunitária dos idosos.

Usam como metodologia reuniões mensais com as seguintes atividades: bingo, oração, passeio e ginástica.

5 – Projeto Inclusão Social e Digital: objetiva trabalhar a auto-estima e proporcionar a inclusão digital e social a crianças e adolescentes, jovens e adultos da comunidade, através da tecnologia da informação como um instrumento para a construção da cidadania. As aulas são semanais e trabalha-se em parceria com o Comitê para Democratização de Informática (CDI).

6 – Trabalhos Manuais: O grupo é composto por pessoas da comunidade, e procura despertar as potencialidades latentes de seus participantes através de iniciativas próprias, levando-os a serem um agente transformador no convívio familiar e da comunidade. Estimulam seus participantes para geração de trabalho e

(22)

renda para quem já aprendeu, e vende os produtos ,que auxilia na renda familiar. Reúnem-se semanalmente para a produção de trabalhos manuais, e desenvolvem: café colonial, brechó, feira, almoços, cuja renda reverte em prol da ASSL. Como atividades de lazer realizam-se bingos, que proporcionam passeios para o grupo.

7 – Assistência Comunitária: tem como objetivo amenizar as carências imediatas das famílias das comunidades mencionadas, através de doações de roupas, calçados e entrega de cesta básica.

8 – Natureza Sábia Pastoral da Saúde: Procura resgatar e valorizar a sabedoria popular das plantas medicinais, buscando a integração dos saberes para uma melhor qualidade de vida para todos. O projeto Natureza Sábia Pastoral da Saúde consiste no cultivo de plantas medicinais e sua transformação em remédios fitoterápicos, como: xaropes, pomadas, cremes, sabão medicinal, chá, entre outros. Estes são distribuídos para a população com um valor simbólico, para repor o material necessário. Os recursos humanos são voluntários, não havendo fins lucrativos. Exercem também, como atividades, a manutenção do Horto de Plantas Medicinais e atendimento a visitantes e clientela.

9 – Bazar/Brechó – têm como objetivo contribuir para a captação de recursos e dar visibilidade ao trabalho da Ação Social. Conta com a colaboração de uma voluntária, que faz a exposição dos produtos do Bazar semanalmente e realiza as seguintes atividades: organização das doações recebidas, venda dos produtos, divulgação das ações realizadas na ASSL, e tem como público-alvo a comunidade.

10 – Eventos: têm como objetivo contribuir para a captação de recursos e dar visibilidade ao trabalho da Ação Social. Realiza os mais variados eventos, como: café colonial, feira, almoços, entre outros. Geralmente é organizado pelos grupos da ASSL e em datas comemorativas, cuja renda reverte em prol da ASSL e para os passeios do grupo organizador do evento.

O quadro de funcionários da ASSL é composto por uma Assistente Social, um motorista, uma técnica administrativa, 01 cozinheira, 01 auxiliar de cozinha voluntária e três funcionários de Serviços Gerais.

(23)

Com a revisão das ações, verificou-se que não havia investimento específico nas famílias residentes na região de abrangência – aquelas atendidas pela Ação Social Luiz, sendo que se desconhecia o seu perfil e necessidades. Para atender às novas exigências do SUAS, faz-se necessário o reposicionamento de ações e o foco em famílias.

Na Ação Social, o Serviço Social se faz presente desde o ano de 1959. A seguir apresentaremos as atividades desenvolvidas pelo Serviço Social junto à mesma, contextualizando a sua implantação.

2.2 CONTEXTUALIZANDO A IMPLANTAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NA AÇÃO SOCIAL SÃO LUIZ

O Serviço Social, na Ação Social São Luiz, se faz presente desde o ano de 1959, por solicitação do pároco, mediante contato com a Faculdade de Serviço Social de Santa Catarina. Esta atuação se fez através de estagiárias, que eram supervisionadas por profissionais, professores da referida Faculdade.

As primeiras atividades do Serviço Social, conforme o interesse do Senhor Pároco, consistiu na realização de visitas domiciliares às famílias da paróquia, para conhecimento da situação religiosa, moral, educacional e econômica das mesmas. Assim, o Serviço Social deu início a sua intervenção metódica na realidade social, através do estudo das famílias que a integravam. Essas atividades oportunizaram a estruturação do Serviço de Assistência Social Paroquial, fomentando o interesse dos paroquianos para os trabalhos voluntários.

Nessa época, o Serviço Social possuía basicamente características religiosas, visto que a religião católica foi à precursora das ações sociais de cunho caritativo, intensificando a difusão do pensamento social da igreja, organizando movimentos de ações sociais e religiosas e voltando os esforços para as obras sociais. A assistência social1 era realizada pelas classes dominantes, através das

1 Assistência social - conforme o Artigo 3º LOAS: consideram-se entidades e organizações de Assistência social aquelas que prestam, sem fins lucrativos, atendimento e assessoramento aos beneficiários abrangidos por esta lei, bem como as que atuam na defesa e garantia de seus direitos.BRASIL.Lei Orgânica de Assistência Social: A partir do usuário na defesa de seus direitos, 2009.

(24)

damas da sociedade. Do ponto de vista ideológico, essa assistência era religiosa e moral, como doação caritativa e desinteressada. A situação de empobrecimento era considerada como fenômeno natural, e, por isso, justificável.

Em 1960, o Serviço Social atuava por meio da abordagem grupal, aplicando o processo de Serviço Social de Grupo com crianças, jovens e adultos, através de vivência grupal orientada, possibilitando-lhes que atuassem na comunidade de forma mais efetiva, através da realização de festividades, atividades recreativas e filantrópicas.

Na época, o Serviço Social também atuava na Agência da Família, um plantão organizado para o atendimento das famílias com auxílios materiais: enxovais para recém-nascidos, roupas às crianças e adultos, leite em pó para pessoas lactentes, doentes e ofertavam pequenos empréstimos monetários aos casos de maior necessidade.

Em meados de 1960, a Arquidiocese de Florianópolis já apresentava algumas iniciativas de cunho assistencial e, nesse mesmo ano, a Assistência Social São Luiz filiou-se a Ação Social Arquidiocesana (ASA), uma entidade da sociedade civil ligada à Igreja Católica através das Ações Sociais Paroquiais.

Em 1961 foi realizado, pela Secretaria de Educação, um levantamento, para verificar as condições dos Morros da Capital no setor escolar, pesquisa coordenada pelas estagiárias de Serviço Social, com o objetivo de obter informações sobre o número de crianças não escolarizadas. Verificou-se que 409 crianças em idade escolar não estavam matriculadas porque os números de escolas existentes na comunidade na época eram insuficientes para absorver a demanda.

O Serviço Social atuou continuamente até 1963, despertando na comunidade um espírito comunitário pela programação de um plano piloto.

Entre 1963 e 1969 rompem-se os vínculos com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e com os estágios, obtendo apenas a atuação das voluntárias da paróquia com prestações de serviços assistencialistas. As atividades retornaram após a realização de um estudo retrospectivo da atuação do Serviço Social, procurando dar continuidade à linha de trabalho já traçada pelas profissionais da época.

As programações da entidade eram prejudicadas devido à falta de espaço físico e precariedade das condições existentes. Então, em 1970, o Arcebispo Metropolitano doou à Paróquia um prédio, que foi denominado Centro Social São

(25)

Luiz, objetivando o desenvolvimento dos trabalhos da Ação Social com melhores condições de atendimento.

O Serviço Social tinha, como função específica, coordenar e assessorar os setores que integravam o Centro Social no Setor de Saúde, Médico, Farmacêutico, Odontológico, Alimentar e no Setor Social.

Naquele período foi realizado um estágio de Serviço Social da ASA junto à entidade, desenvolvendo o Serviço Social de Grupo, atuando no Sub-Projeto de Grupos Sociais: Grupos de Senhoras São Vicente de Paula, Grupo de Senhoras São Luiz, Clube de Mães e grupo de Jovens na comunidade da Vila São Vicente de Paula, organizando, também, um curso de Treinamento de Voluntários, cursos pré-profissionalizantes, com o atendimento realizado numa linha promocional à população menos favorecida do bairro.

Em 1972, o Serviço Social aplicou os processos de Serviço Social de Casos e de Grupo, atuando no projeto de Promoção Social de Bem Estar do Menor, um grupo de orientadores de grupos infantis, e também na assessoria do Setor Social no Projeto de Educação de Base, com os cursos de arte culinária, cabeleireiro, corte e costura, datilografia e manicure.

No período dos anos 70, as áreas das Ações Sociais Paroquiais realizavam o acompanhamento da organização das comunidades, reforçando as organizações populares.

Na década seguinte, as ações fundamentaram-se na busca da construção de novas relações sociais, priorizando a justiça e a vida. Ao final do período, participou ativamente no processo da Constituinte, engajando-se na luta pela implementação da Constituição Federal de 1988. Nos anos 90, conforme plano institucional, investe na garantia dos direitos conquistados a partir da Constituição de 1988.

Desde 1998, a MITRA - Cúria e a Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) estabeleceram um convênio, com o objetivo de proporcionar bolsas de estudo e trabalho para estágios curriculares e extracurriculares. Iniciou-se com oito acadêmicas do Curso de Serviço Social, que atuaram em programas e projetos da ASA, destacando-se os Municípios de Biguaçu (Jardim Saveiro); Palhoça (Brejarú) e Florianópolis (Morro do Horácio), com o levantamento de uma Pesquisa Sócio-econômica inserida nestas Comunidades. A partir deste levantamento, surgiu a

(26)

necessidade de trabalhar com programas sócio-educativos com as crianças/adolescentes.

No ano de 2000, a ASA passou por mudanças, partindo da análise da realidade das práticas anteriores, da pesquisa realizada no âmbito das paróquias da Arquidiocese e consequentes desdobramentos, o que resultou em novos desafios e perspectivas, para a elaboração de novos Projetos de Desenvolvimento Social na Arquidiocese.

No período de 2000 a 2008, a Assistência trabalha em parceria com a Prefeitura Municipal de Florianópolis, no Projeto Sócio-Educativo e Ação Continuada, tendo como preocupação uma melhor qualificação dos programas. Nessa época, a Assistência Social atua com a doação de alimentos, roupas, enxovais, entre outros, e essas doações eram realizadas na Ação Social e na paróquia, conforme solicitação individual. Deste modo, as famílias não recebiam acompanhamento e não havia um controle efetivo sobre o resultado das doações.

Com a implementação da Pastoral da Criança, teve inicio uma nova forma de viabilizar estas doações: num primeiro momento, redirecionando a doação de enxovais. A partir de 2005, eram doados para as gestantes acompanhadas pela pastoral da criança (participação nos grupos de gestante e de planejamento familiar no Posto de Saúde). No final de 2007, foi feita uma parceria com um grupo da capela São Miguel, do bairro João Paulo, que doava os enxovais e a Pastoral da Criança arrecadava os materiais para a confecção dos enxovais.

Nesse período o Serviço Social na Ação Social São Luiz desenvolveu suas ações da seguinte forma:

• atendimentos, encontros e festas para os grupos de idosos, por meio da Pastoral da Criança, dando atendimento em média a 120 famílias carentes das comunidades de atendimento da Ação Social São Luiz;

• orientando e distribuindo a multi-mistura2 para as crianças abaixo do peso normal;

2 Multi-mistura é um suplemento alimentar criado pela Pastoral da Criança, com os seguintes

ingredientes: farinha de trigo, farinha de milho, farinha de mandioca, farelo de arroz, farelo de soja; sementes de girassol, gergelim, abóbora, e linhaça; pó verde e sal. Tudo torrado e peneirado. Só pode ser consumida por crianças maiores de 1 ano de idade uma colher de sopa por dia.

(27)

• entrega de enxovais de bebês para pessoas carentes;

• atendimentos e encaminhamentos para os órgãos necessários contando também com encaminhamento para atendimento psicológico;

• atendimento a 120 crianças/adolescentes das comunidades de atendimento da Ação Social São Luiz, na própria entidade, através do Programa Sócio-Educativo: Projeto Esperança;

• realização de festas beneficentes e outros eventos anuais com o apoio de voluntários e grupos;

• levantamento de recursos para a manutenção da Assistência Social, Paróquia e Capelas;

• elaboração de folder para as promoções de eventos;

• distribuição de cestas básicas às famílias em situação de vulnerabilidade, sendo que em outubro de 2008, a pedido do Pároco Padre Márcio Alexandre Vignolli, a Pastoral da Criança passou a auxiliar na aprovação dos cadastros das famílias beneficiárias, e passaram a ser doadas 50 cestas básicas mensais nas comunidades do Morro do Horácio, Santa Vitória e Morro do 25, sendo que os recursos provenientes para a doação destas cestas básicas provém do dízimo.

Para a realização de tais ações, a ASSL contava com o apoio do grupo de trabalhos manuais e de fitoterápico, bem como para a realização da Feira Social e eventos realizados pela entidade.

Em 2009, com a mudança de diretoria, a Assistente Social Regina Panceri assume a Ação Social, iniciando o reordenamento das ações desenvolvidas, envolvendo todas as coordenadoras de projetos. Elaborou-se o planejamento da Ação Social, utilizando metodologia participativa, com foco em projetos, definindo-se missão, visão, valores, plano de ação e diretrizes para 2010.

Hoje, o Serviço Social desempenha o papel de conduzir as ações e, na ASSL, assume funções tanto de gerenciamento como de execução propriamente dita e, conforme a Legislação Brasileira sobre Serviço Social, Artigo 5º, constituem atribuições privativas do assistente social: “I – Coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisa, planos, programas e projetos na área de Serviço Social” (Coletânea de Lei, decretos e regulamentos para instrumentação da(o) Assistente social – Conselho Regional de Serviço Social do Estado de São

(28)

Paulo, 2005, p. 33).

A Ação Social São Luiz vem se capacitando em termos técnicos, administrativos e gerenciais para desempenhar seu papel na realização de ações voltadas à comunidade e famílias. Além das ações realizadas com as crianças e adolescentes, com os idosos, a ASSL conta, ainda, com grupos de trabalhos manuais, pastoral da criança, pastoral da saúde, inclusão digital e social. Todos contribuem com os diferentes públicos e busca desenvolver um programa específico de atendimento com a família, sendo que no capítulo a seguir faz se uma reflexão sobre a família e o processo de trabalho do assistente social.

(29)

3.1 FAMÍLIA E CONTEXTO SOCIAL

É certo que cada família tem uma “biografia” que lhe é própria, mas a maioria passa por etapas relativamente comuns. Para a reflexão sobre a Família, utilizou-se suporte teórico de vários autores.

Segundo Afonso & Figueiras (1995, p.35)

(...) É preciso enxergar na diversidade, não apenas o ponto de fragilidade mas também a riqueza das respostas possíveis encontradas pelos grupos familiares, dentro de sua cultura para suas necessidades e projetos. Assim encontramos formas diferentes de conjugalidade, arranjos individuais e coletivos de cuidados com as crianças, entre outras.

É preciso compreender a família no contexto social em que vive, e olhar os diferentes arranjos familiares sem rotulá-los como satisfatórios, ou não satisfatórios, organizada e desorganizada.

Conforme Vitale (2002, p. 24).

Vários desafios cercam a vida da família na sociedade, tal como a violência dentro e fora da família, desemprego, drogas e outras situações que atingem a família, deixando-a em crise. Por outro lado algumas mudanças têm redefinido os laços familiares, impactando também o profissional que atua com as mesmas. As famílias agora se configuram como monoparentais, onde os filhos residem com um progenitor somente.

Entretanto esses desafios estão presentes no cotidiano profissional e é preciso estar atento às expressões da questão social3, já que a família passou por mudanças ao longo da história. Hoje não temos um único modelo de família e o assistente social tem que estar atualizado a essa mudança

O artigo 227 da Constituição Federal (1988) prevê:

3 Destaca-se a obra de YAZBEK, Maria Carmelita. Desigualdade e questão social. São Paulo:

(30)

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência e discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

A Constituição Federal de 1988 compreende a criança e o adolescente como “prioridade absoluta” e como “sujeito de direitos”, cuja responsabilidade pela efetivação desses direitos cabe à família, à sociedade e ao poder público.

Nesse sentido, é fundamental a atuação profissional, que contribua para o fortalecimento da ação política dos vários segmentos populacionais destituídos de direitos; que mobilize intenções; possibilite a superação da alienação produzida pelas próprias condições econômicas, transformando-as em direitos reconhecidos e legitimados socialmente; constitua pressupostos para a democracia, justiça e liberdade, com a contribuição dos profissionais de Serviço Social e anunciado em seu compromisso ético político.

A discussão da temática da família, hoje, no Serviço Social brasileiro, revela, de maneira contundente, um grande impasse da profissão. É a relação teoria/prática, ou seja, o fato de os assistentes sociais terem a família como objeto de intervenção, ao longo da história da profissão, não lhe garantiu uma discussão teórica condizente nem ao menos em termos numéricos.

Segundo Ribeiro (1999), o termo “família” é derivado do latim “famulus”, que significa “escravo doméstico”. Este termo foi criado para designar um novo grupo social que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzidas à agricultura e também escravidão legalizada. A família vem se transformando através dos tempos, acompanhando as mudanças religiosas, econômicas e sócio-culturais do contexto em que se encontram inseridas.

Ribeiro (1999) afirma que inúmeros são os estudos sobre as famílias brasileiras e as consequentes transformações por que têm passado ao longo da história. Assim quando estudamos, pesquisamos ou trabalhamos no âmbito familiar não podemos basear-nos em um modelo “ideal” de família ou no modelo de família a qual vivemos, pois “facilmente caímos na armadilha de estarmos envolvidos em nossa própria realidade, nossa própria família” (RIBEIRO, 1999, p. 7). Com isso, é necessário romper com os conceitos pré-determinados sobre família, para poder

(31)

abranger um melhor entendimento dessas configurações familiares. E completa Vitale (2002, p. 46): “tratar a temática da família contemporânea é incursionar por complexas questões e por realidades reconhecidamente em transformação”.

Ainda segundo Ribeiro (1999, é social e culturalmente colocado sobre a família a responsabilidade a respeito do desenvolvimento e do comportamento de suas crianças, de onde surge a formação do caráter; e a consequente expectativa a respeito de seus papeis sociais.

Neste contexto, as configurações familiares são reflexos da cultura em que estão inseridas.

O processo de mudança cultural é lento, cada cultura tem um ritmo de absorção das mudanças. [...] Entender este processo de mudança leva-nos a compreender a diversidade, a pluralidade de formas de vida em família, rompe a ideia e a ação sob o enfoque da linearidade, da homogeneidade que tem nos levado a enquadrar as famílias em uma “camisa de força”, como se fosse possível a existência de uma única forma “certa” de estruturar e ordenar a vida familiar (RIBEIRO, 1999, p. 9).

E, com isso,

desnaturalizar o conceito de família que domina o nosso imaginário social, pressupõe entendê-la, intrinsecamente associada ao contexto social no qual está inserida. Em outras palavras é preciso definir de que família se está falando, em que época, em que sociedade e em que segmento social (RIBEIRO, 1999, p. 7).

Para tanto, é fundamental reconhecer o contexto que a família está inserida para poder entender as relações que estas estabelecem, ou seja, compreender as diversidades nos mais variados contextos, entendendo a família como relação humana em constante rearranjo.

Neste sentido, explica Ribeiro (1999, p. 17):

A instituição familiar se torna compreensível a partir do enfoque da pluralidade, da heterogeneidade. Essa concepção contrapõe-se à ideia de homogeneidade a que nos induz os conceitos delineados pelos modelos ideais. A perspectiva de pluralidade leva-nos a entender a família como uma instituição em permanente renovação [...]. Entender a pluralidade passa a ser um exercício de ruptura [...].

É em meio a esta pluralidade que as famílias vêm se constituindo, apesar de “predominar no imaginário coletivo da nossa sociedade a ideia de uma família perfeita: seguidora das tradições, formada pelos pais e filhos, vivendo numa casa harmoniosa para todo o sempre” (CALDERÓN & GUIMARÃES, 1993 apud

(32)

RIBEIRO, 1999, p. 15). Sob este aspecto, Ribeiro (1999, p. 17) lembra que “romper com os ‘modelos ideais’ não significa negá-los, significa apenas não se deixar aprisionar pelos mesmos. Romper com a nossa experiência pessoal significa apenas entender que outras possibilidades de organização familiar também são possíveis”.

3.2 A FAMÍLIA E SUAS CONFIGURAÇÕES

Existem também famílias com uma estrutura de pais únicos, tratando-se de uma variação da estrutura nuclear tradicional, devido a fenômenos sociais, como o óbito, abandono de lar, ilegitimidade ou adoção de crianças por uma só pessoa.

A noção de família serviu para se opor ao estigma de famílias problemáticas e repensarmos nossa tendência de “petrificarmos a realidade, tornando-nos resistentes às mudanças, e forçando a manutenção da ordem até mesmo quando ela já não responde à realidade” (RIBEIRO, 1999, p. 8). Temos, sim, é que apreender as configurações familiares, tendo em vista que “a família é relação, é movimento, é dinamicidade, é complexidade e, ainda assim, continua indispensável como espaço de equilíbrio e formação do ser humano” (RIBEIRO, 1999, p. 40). Pois, segundo Velho (1987 apud RIBEIRO, 1999, p. 43) “a família é por definição a essência da sociedade”.

Galano (2006) mencionou ter sido contagiada por estudos que tratavam de como as famílias eram influenciadas em cada época, observando então estudos das décadas de 70 e 80, feitos por historiadores e antropólogos que pesquisavam sobre a vida privada e as mudanças da família.

Segundo a autora, um de seus objetivos era, através de seu trabalho, ter uma visão geral das características das famílias de cada época. Visto que o lar é o início da formação do caráter do indivíduo, entende-se que a partir daí inicia-se a formação da sociedade, ou seja, o que a criança aprende em casa logo ela irá reproduzir, no seu futuro, no convívio com membros da sociedade.

Para Galano (2006), a família é uma rede complexa, a qual dificilmente seria possível dividir para entender. Porém, através de visão específica e da conexão de cada época e de suas transições, ou melhor, das diferenças dos costumes, será possível ter uma ideia da razão das organizações familiares.

(33)

Vicente (2004) sugere que para existir uma mudança em família é necessário mudanças nas crenças, quebra de paradigmas, novas lentes para a percepção do caleidoscópio4 que enfoca comportamentos dos pais e filhos, planejamento das ações, negociações, discussões, construção de novas realidades em meio a reações contrárias, dúvidas, incertezas e desconhecimentos. “Mudar, implica movimento, mexer-se, mover-se, desinstalar-se, sair de um lugar de conforto para outro lugar percebido como assustador, em certa medida, por representar perguntas sem respostas imediatas” (VICENTE, 2004, p. 40).

A autora ainda destaca a importância do profissional na ajuda às pessoas que buscam essas mudanças, visando programar um futuro diferente do presente, com mais conforto e segurança. Afirma que a vida em família está em permanente mudança, gerada por diversos fatores sociais, como por exemplo: aumento da longevidade, aumento do número de divórcios, etc. Lembra, também, a mudança de atitudes domésticas e familiares, onde o homem e a mulher dividem, atualmente, as funções dentro de casa, embora esta ainda detenha um papel de suporte emocional muito forte no seio da família.

Conforme Vicente (2004), as oportunidades e acontecimentos que envolvem mudanças na família estão vinculados ao nascimento de um filho, um novo membro da família, a fase adolescente. Também em processos de emancipação, mudança geográfica, mudanças de trabalho e desemprego, mudança na constelação familiar, inclusão de novos elementos na família, aparecimento de doença grave ou à morte de um membro.

A visão de Família, que se manteve por muito tempo, era constituída por pais e filhos que tinham como princípios básicos a educação, e como regra principal o respeito mútuo, a preservação da moral e da ética. Ou, ainda, que fosse a família a principal responsável pela formação do indivíduo, preparando-o para a sua inserção na sociedade. No entanto, família, na contemporaneidade, tem sido um agente responsável em grande parte pelos conflitos existenciais e até mesmo a marginalização de seus membros.

4

Um caleidoscópio ou calidoscópio é um aparelho óptico formado por um pequeno tubo de cartão ou de metal, com pequenos fragmentos de vidro colorido, que, através do reflexo da luz exterior em pequenos espelhos inclinados, apresentam, a cada movimento, combinações variadas e agradáveis de efeito visual. Origem wikipédia,enciclopédia livre.

(34)

Ao transferir o poder para a mãe, que muitas vezes por incapacidade, por ter sido sempre uma pessoa submissa, ou não tinha “voz ativa” na educação dos filhos, ou até por omitir-se na educação, se vêem na obrigação de ter a responsabilidade. E lançam sobre as “asas da sorte” a família para a sociedade e esta os lançam à marginalidade.

Sarti (2006) afirma que o homem corporifica a ideia de autoridade como mediação da família com o mundo externo. Ele é a autoridade moral, responsável pela respeitabilidade familiar, sua presença faz da família uma entidade moral, positiva na medida em que garante o respeito e, portanto, responde pela família. Cabe à mulher – outra importante dimensão da autoridade, manter a unidade do grupo. Ela é quem cuida de todos, e zela para que tudo esteja em seu lugar. A patroa – designação que revela o mesmo padrão de relações hierárquicas na família e no trabalho.

A partir desse conceito, a autora nos mostra as mudanças hierárquicas estabelecidas nas famílias quando a mulher assume o papel de chefe, responsável por tudo e por todos: a inversão de valores atribuídos ao homem. Durante toda a leitura, observamos vários conceitos norteadores de família. No entanto, aquela família formada por pais e irmãos é o que a maioria desejava ter.

De acordo com Feijó (1997, p27) a família é considerada uma grande rede, ligada por laços consanguíneos e/ou por todas as pessoas que mantêm um relacionamento direto. Esta rede engloba as pessoas na sua totalidade, ou seja, local de trabalho, clube social, vizinhos, igreja, amigos e outros, que por sua vez são elementos essenciais no desenvolvimento e investimento dessa rede.

Esta rede tem influências até na saúde. Existe forte evidência de que uma rede social pessoal, estável, sensível, ativa e confiável protege a pessoa contra as doenças. Atua como agente de ajuda e de conhecimento, afeta a pertinência e a rapidez da utilização dos serviços de saúde, acelera os processos de cura e aumenta a sobrevida, ou seja, é geradora de saúde.

Portanto, podemos ver que vários aspectos formam uma rede, ou seja, o tamanho referente ao número de pessoas, a comunicação entre elas, a composição. Se é formada por familiares, amigos, conhecidos, dispersão no que se refere à distância geográfica, facilidade de acesso à rede, homogeneidade ou heterogeneidade no que diz respeito às diferenças sociais, cultura, nível sócio-econômico dos membros, entre outros.

(35)

Vários aspectos do relacionamento com a rede se entrelaçam, gerando maior ou menor possibilidade de apoio. Se a rede for pequena, maior é a chance de sobrecarga na divisão das tarefas, se for muito grande, não existe um filtro nas informações, podendo invadir o espaço do outro. Muitas vezes esta rede não está ligada a sua família natural ou de origem, está nos amigos mais íntimos. No entanto, a rede familiar ainda faz parte do seu contexto, devido à maneira como a pessoa se sente naquele momento em relação à família.

Se olharmos pela ótica de Souza (1999), família é o microcosmos, tudo o que se passa no mundo externo tem a sua origem primeira no grupo familiar, entende que família, célula “mater” da sociedade, pode ser invocada sob uma dupla ótica. Se vista pelo lado interno, refere-se ao indivíduo, sua origem, desenvolvimento e crescimento, que o tornam capaz de vir a ser participante em sociedade. E este seria o lado externo da família, porque voltaria para o mundo a sua volta. Daí podemos inferir que a família é, ao mesmo tempo, origem e consequência da influência de forças diversas. A compreensão destes microcosmos, representado pela família, deve buscar a inter-relação e o conhecimento de como tais forças se integram na realidade de cada família, de cada grupo social em um dado momento.

Acompanhar a família significa criar condições que lhes permitam descobrir-se, clarear e ampliar seus espaços, e só assim partir em busca de novas negociações e alternativas que lhes permitam usufruir forma mais plena e fascinante: a aventura da vida. Segundo Pereira (2002), “ocorreu um alargamento conceitual da família que passou a ser vivenciada como um espaço de afetividade, destinado a realizar os anseios e a felicidade de cada um”.

Diante do exposto no seguinte capitulo faz-se uma reflexão sobre a intervenção do Serviço Social na busca por melhor qualidade de vida para a população.

(36)

4.1 REFLETINDO SOBRE A INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

Na prática profissional, as mediações entre a elaboração teórica, a projeção e a intervenção se dão nesse espaço, pois o profissional não só analisa o que acontece, mas também estabelece uma critica, toma posição e decide por um determinado tipo de intervenção. Dessa forma, o Assistente Social busca implementar políticas sócio-assistenciais nas perspectivas de prestação de serviços e executa programas e projetos vinculados à gestão de políticas sociais, realizando atendimento aos usuários e reforçando noções de cidadania e direitos.

Segundo Iamamoto (2005, p.20),

Um dos maiores desafios que o assistente social vive no presente é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos a partir de demandas emergentes no cotidiano. Enfim, ser um profissional prepositivo e não só executivo.

A Ação Social São Luiz vem se capacitando em termos técnicos, administrativos e gerenciais, para desempenhar seu papel na realização dos resultados junto à comunidade. A intervenção do profissional está voltada para a melhoria das condições de vida da população, e se dá tanto pela oferta de bens, recursos e serviços, como pelo exercício de uma ação sócio-educativa. A ação sócio-educativa5 do Assistente Social tanto pode assumir características disciplinadoras, voltadas ao enquadramento do usuário em sua inserção institucional e na vida social, como pode se voltar para uma perspectiva emancipatória, defendendo, preservando e efetivando os direitos sociais.

O Serviço Social é um conjunto de conhecimentos teóricos e práticos, dentro de uma estrutura, e as atividades com funções determinadas. Mesmo quando

5

Destaca-se a Obra de IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na Contemporaneidade: Trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez, 2. ed, 1998.

(37)

são trabalhadores assalariados, esta profissão não beneficia o empregador, mas as pessoas que são atendidas, às quais seus serviços se destinam. Os profissionais de Serviço Social são livres de aplicar suas técnicas de acordo com as exigências da situação. Por isso, essa profissão é chamada de “liberal”.

O Serviço Social é uma atividade de relacionamento entre o assistente social e o usuário, ou o grupo e a comunidade, com uma finalidade educativa, dentro de um ambiente democrático; requer conhecimentos sólidos de ciências sociais para poder avaliar os problemas e potencialidades dos indivíduos, dos grupos e das comunidades; exige o domínio de técnicas de entrevista, de motivação e de orientação de indivíduos e de grupos diversos; deve ser inspirado por um grande interesse pelos seres humanos e pelo bem-estar; exige do assistente social qualidades morais, de autocrítica, de domínio sobre si, de paciência, de bom senso, atuar e pensar, atribuindo visibilidade as bases teóricas assumidas pelo Serviço Social na leitura da sociedade e na construção de respostas à questão social.

Conforme Iamamoto (1992, p. 63),

[...] na efetivação de seu trabalho, o assistente social depende, na organização da atividade, do Estado, da empresa, entidades não-governamentais que viabilizam aos usuários o acesso a seus serviços, fornecem meios e recursos para a sua realização, estabelecem prioridades a serem cumpridas, interferem na definição de papeis e funções que compõem o cotidiano do trabalho institucional.

Isso significa que o assistente social não detém todos os meios necessários para a efetivação de seu trabalho: financeiro, técnicos e humanos – necessários ao exercício profissional autônomo. Depende de recursos previstos nos programas e projetos da instituição que requisita e o contrata, por meio dos quais é exercido o trabalho especializado.

Na ASSL, o Assistente Social busca parcerias para a efetivação de seu trabalho e assume um papel estratégico fundamental no desenvolvimento da cidadania.

Para Montaño (2001, p, 256),

[...] o objetivo da parceria é claramente ideológico; visa mostrar, não um desmonte da responsabilidade estatal nas respostas às sequelas da “Questão Social”, a eliminação do sistema de solidariedade social, o esvaziamento do direito a serviços sociais de qualidade e universais, mas no seu lugar, quer fazer parecer como um processo apenas de transferência desta função e atividades, de uma esfera supostamente ineficiente, burocrática, não especializada (o Estado), para outra supostamente mais democrática, participativa e mais eficiente (o “terceiro setor”).

(38)

É nessa perspectiva que a ASSL vem atuando para que seu trabalho venha contribuir, de forma concreta e visível, na realidade dos usuários dos programas e projetos da Instituição.

Os Assistentes Sociais, no cumprimento das suas atribuições, trabalham com uma série de instrumentos para desenvolver a sua prática, os quais se diversificam conforme a natureza da política social executada nas instituições em que atuam.

Conforme Martinelli (1994, p. 137),

Instrumental é o conjunto articulado de instrumentos e técnicas que permitem a operacionalização da ação profissional. Nessa concepção, é possível atribuir-se ao instrumento a natureza de estratégia ou tática, por meio da qual se realiza a ação e a técnica, fundamentalmente, à habilidade no uso da instrumental. A utilização do instrumental pressupõe interações comunicativas que podem ser efetuadas face a face ou por meio da escrita. No primeiro caso, está a entrevista, o grupo, a reunião de equipe, a visita domiciliar; no segundo, os relatórios e os laudos.

Portanto, reconhecer a instrumentalidade6 é uma particularidade. E, como mediação, significa tomar o Serviço Social na sua totalidade, construída de dimensões técnica-intelectual, ético-político e formativo (Guerra, 1995), e a instrumentalidade em sua uma particularidade. Como tal, campo de mediações com capacidade tanto de articular estas dimensões quando for o conduto pelo qual as mesmas traduzem as respostas profissionais.

Na ASSL, o serviço social utiliza-se de alguns instrumentos de intervenção para melhor compreender suas complexidades, a dos usuários que são atendidos na instituição, tais como: Visita Domiciliar, Relatório Informativo, Entrevistas, pesquisas, questionário, entre outros.

Segundo Amaro, (2003, p. 13),

Visita Domiciliar é uma prática profissional, investigativa ou de atendimento, realizada por um ou mais profissionais, junto ao indivíduo em seu próprio meio social ou familiar. Muitas vezes o fato de estar junto com o usuário, compartilhando de fragmentos de seu cotidiano, facilita a compreensão de suas dificuldades, favorecendo o clima de confiança e acaba por fortalecer o aspecto eminentemente humano da constituída.

6

(39)

A visita domiciliar, como técnica, se organiza mediante o diálogo entre o visitador e visitado, no geral organizado em torno de relatos do individuo ou do grupo. Esse diálogo, metodologicamente, se reconhece por entrevista.

Conforme afirma Magalhães (2003),

A entrevista implica no relacionamento profissional em todos os sentidos: na postura atenta e compreensiva, sem paternalismos, na delicadeza do trato com o usuário do serviço, ouvindo-o, compreendendo-o e principalmente enxergando-o como um sujeito de direito.

A entrevista permite o estabelecimento de uma relação clara e objetiva entre o Assistente Social e o usuário, considerando os aspectos que contextualizam a sua situação, compreendendo as relações que envolvem a sua realidade, bem como a situação específica que originou o processo de entrevista. Seu elemento essencial é o diálogo, e permite a troca de informação entre duas ou mais pessoas.

O Serviço Social, como uma profissão, é dotado de uma dimensão prático-interventiva, o que constitui a pesquisa em condição fundamental no processo de formação profissional do Assistente Social.

Conforme Minayo (2000, p.17),

Entendemos por pesquisa a atividade básica da ciência e construção da realidade. É a pesquisa que alimenta a atividade de ensino e atualiza frente à realidade do mundo. Portanto, embora seja uma prática teórica, a pesquisa vincula pensamento e ação. Ou seja, nada pode ser intelectualmente um problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema da vida prática. As questões da investigação estão, portanto, relacionadas a interesses e circunstâncias socialmente condicionadas. São frutos de determinada inserção no real, nele encontrando suas razões e seus objetivos.

O trabalho profissional do Serviço Social, com seu desenvolvimento, vem exigir ações voltadas para a pesquisa diante da realidade, como um dos instrumentos que se fazem necessários para a intervenção.

Nesse sentido, Iamamoto (1999, p. 274) entende que:

A pesquisa docente e discente, na graduação, é um recurso indispensável para a compreensão das múltiplas formas de desigualdades sociais e dos processos de exclusão delas, decorrentes dos fatores econômicos, políticos e culturais, sua vivência e enfrentamento pelos sujeitos sociais na diversidade de sua condição de classe, gênero e etnia.

(40)

Dessa forma, faz-se necessário que a pesquisa esteja associada à prática de estágio, aos projetos de extensão, ao TCC, à produção docente, como uma produção sistemática da vida acadêmica.

A contribuição do Serviço Social, para a efetiva consolidação das políticas sociais no campo de estágio não implica apenas o acesso da população a bens e serviços, mas a construção de mecanismos de democratização para a definição de bens e serviços necessários para serem implementados, compreendendo novos mecanismos de sociabilidade política, ou seja, como tais questões podem se materializar em novos procedimentos de ação.

4.2 O CAMPO DE ESTÁGIO COMO ESPAÇO DE INTERVENÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL

A partir da experiência do Estágio, verifica-se que o Serviço Social tem função importante na Instituição, assume sua ação com autonomia e responsabilidade, na efetivação do trabalho que é demandado na Instituição.

No campo de estágio podemos destacar a família, as crianças e os adolescentes, e os idosos como segmentos de atendimento. No decorrer do estágio de campo, com a supervisão e orientação do Assistente Social, a estagiária desenvolveu um estudo para identificar o perfil e as necessidades das famílias residentes nas comunidades do Bairro Agronômica, estudando as seguintes comunidades: Comunidade do 25, Horácio, São João, Santa vitória e Comunidade Morro do Céu.

A atuação da estagiária nestas comunidades constituiu-se em um espaço de aprendizado profissional e desenvolvimento pessoal, o que permitiu obter uma resposta ao trabalho realizado no decorrer do estágio. A realização desse estudo para identificar o perfil e as necessidades das famílias residentes nas comunidades do Bairro Agronômica tem, como objetivo, elaborar um plano de ação para a criação de um programa específico para a família, atendendo aos preceitos do SUAS e reposicionando o foco na família.

Quanto às atividades a serem desenvolvidas, estas serão definidas somente após a identificação do perfil e das necessidades das famílias estudadas.

Referências

Documentos relacionados

O presente trabalho tem como objetivo geral analisar como instrumentos interativos podem contribuir no processo de aprendizado e do desenvolvimento do indivíduo,

Dos docentes respondentes, 62,5% conhe- cem e se sentem atendidos pelo plano de carreira docente e pelo programa de capacitação docente da instituição (que oferece bolsas de

Dessa forma, a partir da perspectiva teórica do sociólogo francês Pierre Bourdieu, o presente trabalho busca compreender como a lógica produtivista introduzida no campo

Sendo assim, o presente estudo visa quantificar a atividade das proteases alcalinas totais do trato digestório do neon gobi Elacatinus figaro em diferentes idades e dietas que compõem

E poderá ter os seguintes benefícios indiretos: obtenção de informações a respeito da aplicabilidade de um instrumento que avalia o nível de felicidade das

E, quando se trata de saúde, a falta de informação, a informação incompleta e, em especial, a informação falsa (fake news) pode gerar danos irreparáveis. A informação é

Fonte: elaborado pelo autor, 2018. Cultura de acumulação de recursos “, o especialista E3 enfatizou que “no Brasil, não é cultural guardar dinheiro”. Ainda segundo E3,..

Essa diferença de requisitos estabelecidos para cada sexo acontece pautada segundo duas justificativas: a capacidade física e a maternidade. Com a cirurgia de mudança de sexo