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PEC 241/2016 e o Novo Regime Fiscal do Brasil

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Academic year: 2021

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Henrique Meirelles Ministro da Fazenda Ministério da Fazenda agosto de 2016

Fiscal do Brasil

(2)

O Novo Regime Fiscal

Expansão dos gastos da União nos próximos 20 anos não

pode ser superior à inflação

Limite individual para: Executivo, Legislativo, Judiciário,

Ministério Público e Defensoria Pública

Isenção para transferências intergovernamentais, Fundeb e

despesas inesperadas ou de caráter eventual

Limite mínimo de saúde e educação passa a ser corrigido

pela inflação (proteção a estes setores)

Não

punição

ou

paralisia

dos

programas:

descumprimento dispara medidas automáticas de controle

de despesas no ano seguinte

(3)

3

A Crise Econômica

• O Brasil está em uma crise econômica sem precedentes.

• Solucionar a crise e voltar a crescer é a mais importante

POLÍTICA SOCIAL que precisamos colocar em prática para

recuperar emprego e renda.

• Sem crescimento econômico, a pobreza e a desigualdade vão

aumentar e as pessoas não vão melhorar de vida de forma

definitiva. Não vão passar para um patamar de bem estar

mais alto. O Brasil não será um país desenvolvido e justo.

(4)

A maior recessão dos séculos XX e XXI

-10 -5 0 5 10

15 PIB - variação real anual %

1929-33 - 5,3 1980-83 - 6,3 1989-92 - 3,4 2015-16 - 7,0 Fonte: IBGE

(5)

5

Queda de 16% no PIB per capita, desemprego e inflação

dobraram

30,5 30,3 28,9 25,7 23,0 24,0 25,0 26,0 27,0 28,0 29,0 30,0 31,0 2013 2014 2015 2016

PIB per capita (R$ mil de 2014)

6,4% 11,2% 6% 7% 8% 9% 10% 11% Taxa de desocupação (%) 4,3 5,9 6,5 5,8 5,9 6,4 10,7 8,74 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 12m até jul/16 IPCA (% ao ano) Fonte: IBGE Fonte: LCA-Consultoria

(6)

Os pobres são os maiores prejudicados: taxa de desemprego em cada décimo de renda domiciliar per capita, Brasil - 2014

20,6% 15,0% 12,6% 9,8% 6,8% 5,3% 4,0% 2,8% 2,6% 1,9% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% Primeiro Segundo Terceiro Quarto Quinto Sexto Sétimo Oitávo Nono Décimo

(7)

7

A nossa crise decorre de razões domésticas.

Não se trata de consequência de uma crise externa.

-6,0 -4,0 -2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 V en ez u ela B rasil Rússia Amé ric a Lat in a e Carib e Itá lia Grécia Arge n tin a* Po rt u gal Áf ric a d o Su l B ot sw an a Chile Eq u ad o r Uru gu ai Esp an h a M éx ic o Pe ru Core ia d o Su l C ost a R ic a Egit o Po lôn ia Tu rq u ia Pa ragu ai Pa íse s d e re n d a méd ia B o lívia In don ésia Filip in as V ie tn am Irlan da China In d ia

Crescimento médio do PIB em 2014-2015

Fonte: Banco Mundial * Apenas 2014

(8)

Razões

• Abandono da prudência fiscal

• Desonerações fiscais seletivas

(9)

9

A taxa de investimento e confiança dos empresários desabaram e o

risco Brasil disparou -

perda do grau de investimento em setembro de 2015

21,56% 16,90% 15,00% 16,00% 17,00% 18,00% 19,00% 20,00% 21,00% 22,00% FBCF - % PIB 0 100 200 300 400 500 600 31/01/2011 31/01/2012 31/01/2013 31/01/2014 31/01/2015 31/01/2016 CDS - Brasil

Fonte: Sistema de Contas Nacionais - IBGE Fonte: Bloomberg

Fonte: CNI 28,00 38,60 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00 55,00 ja n /12 m ar /12 m ai/12 jul/12 set/12 n o v/ 12 ja n /13 m ar /13 m ai/13 jul/13 set/13 n o v/ 13 ja n /1 4 m ar /14 m ai/14 jul/14 set/14 n o v/ 14 ja n /15 m ar /15 m ai/15 jul/15 set/15 n o v/ 15 ja n /1 6 m ar /16 m ai/16 jul/16

(10)

Uma condição necessária para sair da crise é a criação de

condições para a retomada do investimento

• Governança de estatais, fundos de pensão e bancos públicos • Fortalecimento das agências reguladoras

• Concessões de infraestrutura

• Recuperação da confiança na estabilidade da dívida pública • Redução sustentada da taxa de juros de equilíbrio da economia

(11)

11

A PEC 241/2016 faz parte dessa estratégia

• Recobrar o equilíbrio fiscal com visão de longo prazo

• Criar regras que contenham a pressão por expansão do gasto

além da capacidade de pagamento do governo

(12)

2,1% 1,8% 1,4% -0,4% -2,0% -3,0% -2,0% -1,0% 0,0% 1,0% 2,0% 3,0% 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Resultado primário do Governo Central

(% do PIB)

Fonte: STN Fonte: Bacen

51,69% 66,52% 50% 52% 54% 56% 58% 60% 62% 64% 66% 68% 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Dívida Bruta do Governo Geral

(13)

13 0 10 20 30 40 50 60 70 80

Chile Peru Turquia Equador Bolívia China Economias emergentes

Venezuela Colombia África do Sul

México Argentina Economias emergentes

- América Latina

Índia Brasil

Dívida Bruta do Governo Geral - 2015 (% do PIB)

(14)

A Dívida Líquida e o seu alto custo

• A Dívida Líquida do Setor Público também vem crescendo fortemente: passou de 33,1% do PIB em 2014 para 42% do PIB em junho de 2016.

• Isso decorre não apenas do crescimento da dívida bruta, mas também do alto custo da dívida líquida, que passou de 19% a.a. em 2014 para 24% a.a. em 2016. • A dívida líquida é calculada deduzindo-se da dívida bruta os créditos do Governo,

principalmente as reservas internacionais e os créditos junto ao BNDES. Como esses créditos têm remuneração menor que as taxas de mercado, o Governo acaba pagando pelos seus débitos um custo maior do que recebe pelos seus créditos. O resultado é uma taxa final para a dívida líquida muito elevada.

(15)

15

Não podemos resolver o problema do déficit e da dívida por meio

de aumento de impostos, porque a nossa carga tributária já está

entre as mais altas do mundo.

Fonte: Heritage Foundation

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0

(16)

Fonte: Heritage Foundation 31,5 38,6 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0

BRICS (exceto Brasil) Brasil

Gasto público (% do PIB) - 2015

Fonte: STN 13,0% 14,0% 15,0% 16,0% 17,0% 18,0% 19,0% 20,0% 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 15

Despesa Primária do Governo Central: 1997-2015 (% PIB)

(17)

17

Despesa primária do Governo Central : 2011-2015 (% do PIB)

15,0% 15,5% 16,0% 16,5% 17,0% 17,5% 18,0% 18,5% 19,0% 19,5% 2011 2012 2013 2014 2015 16,6% 16,7% 17,2% 18,1% 19,5%

(18)

• De 1991 a 2015, a despesa primária do governo central

passou de 10,8% para 19,5% do PIB = crescimento de 8,7

pontos de percentagem do PIB.

• Desde o início da década de 1990, nenhum governante

conseguiu reduzir a despesa primária do governo central

como porcentagem do PIB.

• Há portanto, um desequilíbrio estrutural das contas publicas

no Brasil, que foi agravado no período recente pela recessão

e crescimento conjuntural do gasto público nos últimos anos.

Crescimento da Despesa Primária do Governo Central

1991 a 2015

(19)

19

Crescimento da Despesa Primária em Pontos de

Porcentagem do PIB de 1991 a 2015

0,4 5,6 1,0 0,8 1,0 8,7 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 Pessoal Previdência, Assistência Social, Seguro Desemprego e Abono Custeio Saúde e Educação

Subsídios Outros Total

(20)

• O desequilíbrio fiscal atual é forte.

• Precisamos de ajuste gradual, porém persistente e crível.

• Essa é a ideia básica da PEC: o gasto crescerá no máximo pela

variação da inflação por 10 anos, e o Congresso definirá os 10

anos seguintes.

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21

Como o reequilíbrio das contas ajudará na retomada do

crescimento econômico:

• Aumento da confiança

• Retomada do investimento privado • Crescimento econômico

• Emprego e renda

• Mais recursos disponíveis para investimento e consumo • Queda de juros estrutural

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Como o reequilíbrio das contas ajudará na retomada do

crescimento econômico: o esgotamento do estímulo fiscal ao

crescimento

A experiência internacional mostra que o impacto dos gastos públicos na atividade econômica, no longo prazo:

• É fortemente negativo em países com dívida pública superior

a 60% do PIB (quando a dívida é alta, aumentos nos gastos

públicos sinalizam uma crise de pagamento da dívida e um provável ajuste abrupto, com forte elevação de tributos, não pagamento de despesas essenciais, desorganização do setor público – isso afeta as expectativas dos agentes econômicos, que se retraem e não investem e/ou retiram seu capital do país.)

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23

Como fazer um ajuste bem sucedido?

A experiência internacional mostra que um ajuste das contas públicas bem sucedido e com impacto positivo sobre o crescimento de longo prazo é aquele que:

• Coloca ênfase na contenção da despesa.

• Tem longa duração e enforque de longo prazo, em vez de constituído por medidas pontuais de ajuste, passíveis de reversão

• Anúncio antecipado e persistência na obtenção dos resultados ano a ano Em ajustes dessa natureza, a confiança das empresas e dos consumidores reage fortemente, permitindo a recuperação do investimento e do crescimento. Os investimentos crescem e impulsionam a economia.

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Como fazer um ajuste bem sucedido?

Estudo recente do Banco Mundial conclui que:

• Regras de controle de despesa estimulam um melhor padrão de gastos, especialmente se acompanhadas de melhoria na gestão das finanças públicas.

• Limites para a despesa funcionam melhor que metas de superávit fiscal, particularmente se estiverem claramente definidas na legislação.

• Países que adotam ou adotaram, em período recente, tetos para a despesa pública: Argentina, Austrália, Botsuana, Bélgica, Bulgária, Canadá, Croácia, Dinamarca, Finlândia, França, Hungria, Islândia, Japão, Kosovo, Luxemburgo, Mongólia, Namíbia, Países Baixos, Peru, Polônia, Rússia, Espanha, Suécia e Estados Unidos.

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25

Gasto mínimo com saúde e educação

• A vinculação da despesa à receita é ineficiente

• A vinculação da despesa à receita nem sempre gera um limite mais alto

• A regra atual não protege os setores em momentos de crise

86,6 84,7 89,0 91,7 82,8 87,7 93,3 103,2 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 2013 2014 2015 2016

Limite mínimo do gasto em saúde pelos critérios de PIB, RCL e IPCA

(R$ bilhões de 2016)

13,2% RCL IPCA ano base

Fontes: Relatório Resumido de Execução Orçamentária (STN), vários números, IPEADATA.

(26)

A PEC e os gastos em saúde e educação

• A PEC só altera a fórmula de cálculo do limite mínimo de gastos.

Não obriga qualquer redução de gastos.

• Em ambos os setores o gasto está bastante acima do mínimo, e não

será cortado abruptamente.

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Referências

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