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2) O sistema penitenciário brasileiro vive um Estado de Coisas Inconstitucional.

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Sumário

DICAS FEVEREIRO 2019 SEMANA 2 ... 2

CONSTITUCIONAL ... 2

DIREITOS SOCIAIS (FEV 2019) ... 2

SEGURIDADE SOCIAL (FEV 2019) ... 4

ADMINISTRATIVO ... 7

DESAPROPRIAÇÃO (FEV 2019) ... 7

PROCESSO CIVIL ... 9

Coisa Julgada SECUNDUM EVENTUM PROBATIONIS e Coisa Julgada SECUNDUM EVENTUM LITIS (fev 2019) ... 9

#Dicas - Mandado de Segurança Coletivo e individual (Fevereiro 2019)... 10

CIVIL ... 18

RESPONSABILIDADE CIVIL (FEV 2019) ... 18

#Dicas - Princípios dos direitos reais de garantia (fev 2019) ... 20

#Dicas – Penhor (fev 2019) ... 22

#Dicas – Hipoteca (fev 2019) ... 23

EMPRESARIAL ... 25

Anticrese – Dicas (fev 2019) ... 25

EMPRESARIAL - TÍTULOS DE CRÉDITO IMPRÓPRIOS, TÍTULOS DE LEGITIMAÇÃO, TÍTULOS REPRESENTATIVOS (TRF 2017, TJRS VUNESP) (FEV 2019) ... 28

TRABALHO ... 30

Greve contra privatização é abusiva (fev 2019) ... 30

#Direito do Trabalho - Princípios do Direito do Trabalho (Atualização FEV 2019) ... 30

FINANCEIRO... 35

DESPESA PÚBLICA (FEV 2019) ... 35

URBANÍSTICO ... 37

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DICAS FEVEREIRO 2019 SEMANA 2

CONSTITUCIONAL

DIREITOS SOCIAIS (FEV 2019)

1) A garantia do mínimo existencial restringe a invocação da reserva do possível como óbice à concretização do acesso aos direitos sociais.

2) O sistema penitenciário brasileiro vive um “Estado de Coisas Inconstitucional”.

3) O princípio da vedação ao retrocesso é utilizado em matéria previdenciária, tendo como objetivo garantir que direitos sociais não sejam alterados.

4) É vedado pela CF a adoção de quaisquer requisitos diferenciados para a concessão de aposentadoria a seus beneficiários.

5) Não é assegurado à empregada contratada mediante contrato temporário o direito à licença-maternidade.

6) A utilização do salário-mínimo como base de cálculo do valor de pensão alimentícia não viola a Constituição Federal.

7) Não é devido o adicional noturno nos casos em que o empregado está sujeito ao regime de revezamento.

8) Não se admite tratamento diferenciado entre a licença-maternidade e a licença-adotante. 9) Admite-se a exigência de autorização do Estado para a criação de sindicato, desde que seja instituída por lei.

10) Nas empresas que possuam mais de 200 empregados, é obrigatória a eleição de um representante destes com o intuito de promover o entendimento direto com os empregadores. 11) A contribuição sindical é facultativa e o seu pagamento é condicionado à prévia e expressa autorização dos filiados.

12) O sindicato é competente para a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas.

13) São inconstitucionais a exigência de idade mínima de quatro e seis anos para ingresso, respectivamente, na educação infantil e no ensino fundamental, haja vista violar o amplo acesso à educação.

14) O Poder Judiciário pode obrigar o Município a fornecer vaga em creche a criança de até 5 anos de idade.

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RESPOSTAS

1) Verdadeiro. Para a concretização dos direitos sociais, é necessário que haja gastos públicos em grande escala e o princípio da reserva do possível serve para determinar limites em que o Estado é obrigado a efetivar os direitos sociais. De acordo com o STF, o mínimo existencial é um limite à reserva do possível (pois o mínimo existencial é uma obrigação inafastável do Estado). 2) Verdadeiro. Tal estado ocorre quando se verifica violação generalizada de direitos fundamentais causada pela inércia ou incapacidade do poder público (informativo 798 do STF). 3) Falso. Como se sabe, no direito previdenciário, os atos jurídicos são regidos pela lei vigente da época em que ocorreram (princípio do tempus regit actum).

4) Falso. CF, Art. 201 (…) §1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar.

5) Falso. O STF entendeu, no RE 429.839/DF, que a proteção à maternidade e à dignidade do nascituro deveria prevalecer sobre a liberdade conferida ao administrador. Entender diferente não seria plausível, haja vista que o mesmo direito deve ser concedido a todas as gestantes indiscriminadamente.

6) Verdadeiro. Tese de repercussão geral do STF (tema 821). Para o STF, “a utilização do salário-mínimo como base de cálculo do valor da pensão alimentícia não ofende o artigo 7º da Carta, uma vez que a prestação tem por objetivo a preservação da subsistência humana e o resguardo do padrão de vida daquele que a percebe, o qual é hipossuficiente e, por isso mesmo, dependente do alimentante, seja por vínculo de parentesco, seja por vínculo familiar”.

7) Falso. Súmula 213 do STF: É devido o adicional de serviço noturno, ainda que sujeito o empregado ao regime de revezamento.

8) Verdadeiro. Os prazos da adotante não podem ser inferiores ao prazo da licença-gestante, o mesmo valendo para as respectivas prorrogações. Em relação à licença-adotante, não é possível fixar prazos diversos em função da idade da criança adotada (informativo 817 do STF).

9) Falso. CF, Art. 8º (…) I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical.

10) Falso. Não é obrigatório. CF, Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

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11) Verdadeiro. A contribuição sindical, prevista na 2ª parte do art. 8º, IV, da CF/88, era compulsória. Contudo, a reforma trabalhista alterou os dispositivos da CLT que tratavam sobre a contribuição sindical com o objetivo de fazer com que ela deixasse de ser compulsória e passasse a ser facultativa. O STF declarou a constitucionalidade de tais dispositivos da RT (informativo 908 do STF).

12) Verdadeiro. É o dispõe o art. 8º, III da CF. Destaca-se que se assegura a legitimidade ativa aos sindicatos para serem substitutos processuais (ou seja, não há necessidade de prévia autorização dos trabalhadores).

13) Falso. Para o STF, ao se estabelecer o corte etário para ingresso de crianças na primeira série do ensino fundamental, não se incorreu em contexto de ilegalidade. O Poder Judiciário não pode substituir-se às autoridades públicas de educação para fixar ou suprimir requisitos para o ingresso de crianças no ensino fundamental, quando os atos normativos de regência não revelem traços de ilegalidade, abusividade ou ilegitimidade (informativo 909 do STF).

14) Verdadeiro. Os Municípios, que têm o dever de atuar prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil (art. 211, § 2º, da CF/88), não podem se recusar a cumprir este mandato constitucional, juridicamente vinculante, que lhes foi conferido pela Constituição Federal (informativo 826 do STF).

15) Verdadeiro. Isso porque o FGTS serve como uma proteção ao trabalhador demitido sem justa causa. Como os servidores estatutários adquirem estabilidade após 3 anos de exercício, não há motivo para o pagamento de FGTS. Por isso o inciso III do art. 7º da CF (relativo ao FGTS) não aparece na listagem dos direitos concedidos aos funcionários públicos, presente no art. 39, §3º da CF.

SEGURIDADE SOCIAL (FEV 2019)

1) A gestão administrativa da seguridade social deve ser tripartite, por meio da participação dos trabalhadores, empregadores e do Estado.

2) Considerando o princípio constitucional da irredutibilidade do valor dos benefícios previdenciários, a aplicação de novos critérios de cálculo mais benéficos estabelecidos em lei deve ser automaticamente estendida a todos os benefícios cuja concessão tenha corrido sob regime legal anterior.

3) O marco inicial da Previdência Social no Brasil foi a Lei Eloy Chaves.

4) Aos benefícios previdenciários, está garantida a preservação do valor nominal.

5) Proposta tendente à unificação das contribuições sociais em uma única é inconstitucional. 6) Considerando o princípio da igualdade na forma de participação do custeio, a alíquota que incide sobre o salário de contribuição do segurado empregado não sofre interferência conforme o valor da sua remuneração.

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8) É inconstitucional a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário.

9) Não haverá incidência de contribuição social para o trabalhador sobre a sua aposentadoria ou sua pensão, concedida pelo RGPS.

10) Não é devida contribuição para a seguridade social pelas entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

11) É inconstitucional a majoração diferenciada de alíquotas em relação às contribuições sociais incidentes sobre o faturamento ou a receita de instituições financeiras ou de entidades a elas legalmente equiparáveis.

12) O direito à saúde pode ser exigido judicialmente de todos os entes políticos, os quais são responsáveis solidários na sua prestação.

13) Admite-se a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência.

14) A União não tem legitimidade passiva em ação de indenização por danos decorrentes de erro médico ocorrido em hospital da rede privada durante atendimento custeado pelo SUS. 15) A competência para legislar sobre seguridade social é concorrente.

RESPOSTAS

1) Falso. É quadripartite. CF, Art. 194 (…) Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: (…) VII – caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

2) Falso. Essa é uma pegadinha frequente feita pelas bancas. Não confundam o princípio da irredutibilidade dos benefícios com o princípio do tempus regit actum. Como se sabe, no direito previdenciário, os atos jurídicos são regidos pela lei vigente da época em que ocorreram. Contudo, mesmo mais benéficos, novos cálculos não podem ser aplicados a benefícios anteriormente já concedidos.

3) Verdadeiro. A pedido dos trabalhadores ferroviários estaduais, redigiu-se o Decreto legislativo nº 4.682, o qual criava para esses trabalhadores a Caixa de Aposentadoria e Pensão (CAP).

4) Falso. Aos benefícios da seguridade social (saúde e assistência) está garantida a preservação do valor nominal, que é aquele definido na concessão de determinado benefício e nunca é reajustado, mantendo sempre o mesmo valor de face. Por outro lado, aos benefícios previdenciários está garantida a preservação do valor real, aquele que tem o seu valor definido na concessão do benefício, mas é reajustado para manter seu poder de compra atualizado. CF,

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Art. 201 (…) §4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei.

5) Verdadeiro. Isso porque existe o princípio constitucional da “diversidade da base de financiamento”. Com efeito, a seguridade precisa de uma base muito ampla e variada. Fala-se, inclusive, em “princípio da tríplice forma de custeio” (empresas, trabalhadores e governo). Tal variedade é necessária para que, no caso de crise econômica em qualquer dos setores, não haja prejuízo na arrecadação.

6) Falso. Não se trata de princípio da igualdade, mas sim da equidade na forma de participação do custeio. É importante esclarecer a diferença, haja vista que equidade significa que pessoas com o mesmo potencial contributivo devem contribuir de forma semelhante, enquanto pessoas com menor potencial devem contribuir com valores menores.

7) Verdadeiro. CF, Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais.

8) Falso. Súmula 688 do STF: É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário.

9) Verdadeiro. É o princípio da tríplice forma de custeio (empresas, trabalhadores e governo). 10) Verdadeira. É um caso de imunidade. CF, Art. 195 (…) §7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

11) Falso. Para o STF, não há violação do princípio constitucional da isonomia nem o da capacidade contributiva (informativo 905 do STF).

12) Verdadeiro. O STF já reafirmou a jurisprudência sobre a responsabilidade solidária dos entes federados no dever de prestar assistência à saúde (RE 855178).

13) Falso. CF, Art. 201 (…) §5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. 14) Verdadeiro. De acordo com a Lei 8.080/90, a responsabilidade pela fiscalização dos hospitais credenciados ao SUS é do Município, a quem compete responder em tais casos (informativo 653 do STJ).

15) Falso. Não confundam! A competência para legislar sobre seguridade social é privativa da União. Por sua vez, é competência concorrente legislar sobre previdência social, cabendo à União apenas editar normas gerais sobre o tema.

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ADMINISTRATIVO

DESAPROPRIAÇÃO (FEV 2019)

1) O Poder Público tem 5 anos, após a edição do decreto expropriatório, para ajuizar a demanda judicial de desapropriação, nos casos de utilidade pública, necessidade ou interesse social. 2) As concessionárias de serviço público podem promover a desapropriação, desde que autorizadas expressamente em lei ou contrato.

3) A expropriação confisco, ocasionada pelo cultivo de plantas psicotrópicas ou exploração de trabalho escravo, pode ser afastada nos casos em que for demonstrada a ausência de dolo, havendo apenas culpa do proprietário.

4) Nos casos em que há divergência entre a área registrada e a área real do imóvel, a indenização deve ser calculada sobre o espaço real.

5) Na ação de desapropriação por utilidade pública, o mérito da ação é de cognição limitada. 6) As margens dos rios navegáveis são domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização.

7) O chefe do poder executivo tem a competência exclusiva para a iniciativa da desapropriação. 8) Na ação de desapropriação, é possível a desconsideração das conclusões do laudo pericial com base em outras provas.

9) Para a imissão provisória na posse do imóvel objeto de desapropriação, caracterizada pela urgência, é necessária a avaliação prévia e o pagamento integral da indenização.

10) No caso de imissão antecipada na posse, os juros compensatórias devem incidir apenas sobre a diferença do valor ofertado pelo poder público e aquele designado pelo juízo.

11) Ocorre desapropriação indireta quando o Estado invade o bem privado sem respeitar os procedimentos administrativos e judiciais inerentes à desapropriação.

12) O prazo prescricional para o ajuizamento da ação de desapropriação indireta é de 10 anos. 13) Nos casos de tredestinação ilícita, surge o direito à retrocessão do proprietário.

14) Os juros compensatórios são devidos mesmo quando o imóvel desapropriado for improdutivo.

15) A transferência, para fins de desapropriação, do domínio útil de imóvel aforado da União constitui operação apta a gerar o recolhimento de laudêmio.

RESPOSTAS

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2) Verdadeiro. Isso ocorre no exercício da função delegada (Art. 3º do DL 3.365/41). Registra-se que não podem decretar o interesse, apenas executar a desapropriação, mediante o pagamento da indenização ao proprietário e imissão na propriedade.

3) Falso. Informativo 851 do STF: A expropriação prevista no art. 243 da Constituição Federal pode ser afastada, desde que o proprietário comprove que não incorreu em culpa, ainda que in vigilando ou in eligendo.

4) Falso. Jurisprudência em teses STJ: Se, em procedimento de desapropriação por interesse social, constatar-se que a área medida do bem é maior do que a escriturada no Registro de Imóveis, o expropriado receberá indenização correspondente à área registrada, ficando a diferença depositada em Juízo até que, posteriormente, se complemente o registro ou se defina a titularidade para o pagamento a quem de direito.

5) Verdadeiro. O expropriado pode erigir discussão apenas sobre o valor indenizatório ou algum vício processual, descabendo, por isso, o manejo de reconvenção no procedimento referido. Destaca-se a possibilidade do pedido de extensão, no qual se requer a extensão da desapropriação por todo o imóvel, desde que haja comprovação de que a parte remanescente do bem se tornou inútil ou de difícil utilização.

6) Verdadeiro. Súmula 479 do STF.

7) Falso. Além do chefe do poder executivo, o poder legislativo pode tomar a iniciativa da desapropriação (arts. 6º e 8º do DL 3.365/93).

8) Verdadeiro. A preferência do julgador por determinada prova insere-se no livre convencimento motivado e não cabe compelir o magistrado acolher com primazia determinada prova em detrimento de outras pretendidas pelas partes se, pela base do conjunto probatório tiver se convencido da verdade dos fatos (informativo 817 do STF).

9) Falso. Jurisprudência em teses STJ: A imissão provisória na posse do imóvel objeto de desapropriação, caracterizada pela urgência, prescinde de avaliação prévia ou de pagamento integral, exigindo apenas o depósito judicial nos termos do art. 15, §1º, do Decreto-Lei n. 3.365/1941.

10) Falso. O STF deu interpretação conforme a constituição ao art. 15-A do DL 3.365/93, determinando que os juros compensatórios incidam sobre a diferença entre o valor fixado na sentença e 80% do preço oferecido pelo Poder Público. Isso porque o desapropriado só pode levantar 80% do valor depositado pelo desapropriante no momento da imissão provisória. 11) Verdadeiro. Também chamada de apossamento administrativo. Nesses casos, dado o caráter público, o particular não pode mais reaver o bem, devendo se contentar com o ajuizamento de ação de indenização por desapropriação indireta (Art. 55 do DL 3.365/93). 12) Verdadeiro. De acordo com o STJ, a ação de desapropriação indireta possui natureza real e pode ser proposta pelo particular prejudicado enquanto não tiver transcorrido o prazo para que o Poder Público adquira a propriedade do bem por meio da usucapião. No código civil de 2002, o prazo para a usucapião é de 15 anos (art. 1.218), porém este prazo passa a ser de 10 anos se o possuidor tiver realizado obras ou serviços de caráter produtivo no local (parágrafo único do

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art. 1.238). Para a caracterização da desapropriação indireta, pressupõe-se a existência das referidas obras e, portanto, o prazo prescricional para o ajuizamento da ação de desapropriação indireta é de 10 anos.

13) Verdadeiro. Caso o bem seja desapropriado para cumprir determinada finalidade definida no decreto expropriatório, e após realizado o procedimento, destina-o para outra finalidade, haverá a tredestinação (desvio de finalidade). Ressalta-se que, nos casos em que apenas há a mudança da finalidade específica, mas se mantém a genérica (interesse público), a tredestinação será lícita. CC, Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa. 14) Falso. Embora esse seja o entendimento tradicional do STJ, o STF ao julgar a ADI 2332/DF, declarou constitucional os §§ 1º e 2º do art. 15-A do DL 3.365/41. Assim, os juros compensatórios não são devidos quando o imóvel não gera renda. Isso porque os juros compensatórios não têm a função de indenizar o valor da propriedade em si, senão o de compensar a perda da renda decorrente da privação da posse e da exploração econômica do bem entre a data da imissão na posse pelo poder público e transferência compulsória ao patrimônio público.

15) Verdadeiro. Como se sabe, a desapropriação de bens públicos só pode ocorrer com hierarquia federativa e, portanto, um Estado não pode desapropriar bem da União. Pode, no entanto, desapropriar o domínio útil dos terrenos de marinha, devendo pagar laudêmio normalmente (informativo 528 do STJ).

PROCESSO CIVIL

Coisa Julgada SECUNDUM EVENTUM PROBATIONIS e Coisa Julgada SECUNDUM

EVENTUM LITIS (fev 2019)

Na seara dos direitos coletivos e difusos, o instituto da coisa julgada ganha uma nova roupagem. Consoante a doutrina de Daniel Amorim, no processo coletivo, no que tange aos direitos coletivos e difusos, caso a sentença de improcedência tenha como fundamento a ausência ou insuficiência de provas, não haverá óbice à propositura de um novo processo com os mesmos elementos da ação, o que afastará os efeitos da imutabilidade e indiscutibilidade da primeira decisão transitada em julgado. É o que se denomina de coisa julgada secundum eventum probationis.

Diferentemente, os direitos individuais homogêneos estão sujeitos à coisa julgada secundum eventum litis, de modo que qualquer fundamento que leve à improcedência não afetará os interesses dos indivíduos titulares do direito (art. 103, III do CDC). Assim, independentemente da fundamentação, em caso de improcedência da ação coletiva, os indivíduos não estarão vinculados a esse resultado, podendo ingressar livremente com suas ações individuais. A única

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sentença que os vincula é a de procedência, porque os beneficia, permitindo-se que o individuo se valha dessa sentença coletiva, liquidando-a e executando-a. A isso a doutrina denomina de coisa julgada secundum eventum litis in utilibus, porque somente a decisão que seja útil ao individuo será capaz de vinculá-lo a sua coisa julgada material.

Registre-se que esse benefício da coisa julgada material da ação coletiva pode ser excepcionado em duas circunstancias: 1) na hipótese do individuo ser informado na ação individual da existência da ação coletiva e não desistir em 30 dias da ação individual, não será beneficiado pela sentença coletiva de procedência; 2) nas ações coletivas de direitos individual homogêneo, o art. 94 do CDC admite a intervenção dos indivíduos como litisconsortes do autor, sendo que nesse caso os indivíduos se vinculam a qualquer resultado do processo coletivos, mesmo no caso de sentença de improcedência.

Ademais, conforme Daniel Amorim, o art. 506 do CPC permite que a coisa julgada secundum eventum litis deixe de ser característica quase exclusiva da tutela coletiva, e passe também a ser uma realidade no processo individual. O referido artigo dispõe que “a sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada não prejudicando terceiros”. Desse modo, o autor defende que com essa disposição, o novo CPC passou a adotar a coisa julgada secundum eventum litis com relação aos terceiros no processo.

Professora Ilanna Soeiro

#Dicas - Mandado de Segurança Coletivo e individual (Fevereiro 2019)

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1. A lei não tutela direitos difusos por meio do MSC (MPPR - CESPE), apenas direitos coletivos e individuais homogêneos. Assim: "os direitos difusos podem ser por ele protegidos" (DPEMS). Tal quesito deve ser considerado errado, em que pese a doutrina aceitar tal hipótese, não existe previsão legal para tutela de direito difuso no MSC.

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1.1. Atenção! No caso do MSC que visava impedir a nomeação do ex-presidente Lula como Ministro, Gilmar Mendes aceitou a impetração de MSC para proteção de interesses difusos, embora seja decisão monocrática, é interessante conhecê-la (MSC 34.071/DF).

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2. Para impetrar MSC não é preciso autorização dos associados. Súmula 629, STF: "A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes". Isso ocorre porque estamos diante de substituição processual autônoma e exclusiva.

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2.1 (PGM-Mogi/SP) Associação não precisa de autorização especial dos substituídos para propor mandado de segurança coletivo.

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3. No MSC, a associação atua como substituta processual dos associados (MPE/MG).

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4. Apenas no caso de associação é preciso observar o prazo mínimo de um ano de constituição (RE 198.919), não é preciso que tenha existência mínima no caso de sindicatos ou entidade de classe (CESPE - FUB).

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5. TCM/GO/Procurador: os substituídos podem ser admitidos como terceiros interessados no mandado de segurança coletivo. FALSO! "Impetrado mandado de segurança coletivo, descabe admitir, como terceiros interessados, os substituídos" (MS 26.794 AgR).

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6. CESPE - DPC/GO: No mandado de segurança coletivo, o fato de haver o envolvimento de direito apenas de certa parte do quadro social afasta a legitimação da associação. Falso! pode ser impetrado apenas em favor de parte dos membros. Súmula 630: "A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria".

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7. Não cabe MSC para buscar simples interesses dos associados: "Simples interesses, que não configurem direitos, não legitimam a válida utilização do mandado de segurança coletivo (MS 21.291 AgR-QO)".

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8. O partido político não pode utilizar MSC para buscar desconstituir a exigência de tributo em favor da população: "O partido político não está, pois, autorizado a valer-se do mandado de segurança coletivo para, substituindo todos os cidadãos na defesa de interesses individuais, impugnar majoração de tributo (RE 196.184).

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9. O sindicato não precisa estar registrado no MTE para impetrar MSC: "A legitimidade de sindicato para atuar como substituto processual no mandado de segurança coletivo pressupõe tão somente a existência jurídica, ou seja, o registro no cartório próprio, sendo indiferente estarem ou não os estatutos arquivados e registrados no Ministério do Trabalho RE 370.834".

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10. No MSC também são aplicáveis as restrições para o MS comum, como impossibilidade de MSC contra lei em tese, dilação probatória, condenação em honorários advocatícios, honorários recursais, etc.

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Requisitos para impetração de MSC: a) subjetivos: Partido Político com representação no Congresso Nacional; entidades de classe, sindicatos ou associações, estas últimas constituídas a pelo menos um ano, na forma da lei; b) objetivos: direito líquido e certo; ilegalidade ou abuso de poder; autoridade pública ou pessoa jurídica no exercício de função delegada.

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11. Os sindicatos de servidores não têm legitimidade ativa para impetrar mandado de segurança em defesa de interesse de candidatos aprovados em concurso público destinado ao provimento de cargos na Administração Pública. Isso ocorre porque ainda não podem ser considerados servidores (AgInt no RMS 49529/MG).

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12. MPDFT - Promotor: Diversamente do procedimento do mandado de segurança individual, no mandado de segurança coletivo, em regra, a concessão de suspensão liminar do ato impugnado deve ser precedida de audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público. CORRETO! É preciso que exista prévia oitiva do representante da Fazenda Pública no prazo de 72 horas (Art. 22).

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13. MPE-PA - Promotor: Como regra, o mandado de segurança coletivo induz litispendência para as ações individuais sobre a mesma matéria. Falso! Vejamos o Artigo: "O mandado de segurança coletivo NÃO induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva".

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14. PGE/MT: A legitimidade das associações para representar os interesses dos associados em ações coletivas depende de autorização expressa dos associados, salvo no que diz respeito ao mandado de segurança coletivo, que independe de autorização. Correto! conforme mencionado, no MSC ocorre substituição processual, o que dispensa a autorização. Nas ações coletivas ocorre representação, que necessita de autorização.

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15. O STJ tem entendimento (RESP 700206/MG) no sentido de que o MP pode impetrar MSC, tendo sido inclusive cobrado pela CESPE (MPRO).

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16. Não é possível a utilização de MSC para tutela de interesses meramente individuais.

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17. O STF entende que não se aplica ao MSC as exigências previstas na lei 9.494/97 (RMS 23.769).

17.1 A extensão subjetiva da coisa julgada em mandado de segurança coletivo varia conforme o resultado da lide (PGM-BH).

17.2 Inclusive não se aplica no MSC a exigência de instrução da petição inicial com a relação nominal dos associados e indicação de endereços, conforme previso na Lei 9.494;

18. Atenção: Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a instrução do processo, sendo assegurada a defesa oral na sessão do julgamento do mérito ou do pedido liminar (FCC - CLDF).

19. São equiparados às autoridades, para os efeitos do mandado de segurança, dentre outros, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas (Procurador - Unicamp).

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20. Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública. Por outro lado, não cabe MS se for ato de gestão comercial.

21. A teoria da encampação é aplicável ao mandado de segurança tão-somente quando preenchidos os seguintes requisitos: (1) existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; (2) ausência de modificação de competência estabelecida na CRFB/88; e (3) manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas.

22. A autoridade impetrada tem legitimidade para interpor recursos.

23. Não há condenação em honorários advocatícios na ação de MS. Nos recursos também é vedada a condenação em honorários recursais.

24. Atenção: A desistência do mandado de segurança é uma prerrogativa de quem o propõe e pode ocorrer a qualquer tempo, sem anuência da parte contrária e independentemente de já ter havido decisão de mérito, ainda que favorável ao autor da ação (FCC-DPE/AM).

25. Lembrar que o prazo decadencial é de 120 dias.

26. Atenção: Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e, quando a competência para o julgamento do mandado de segurança couber originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para o órgão competente do tribunal que integre.

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27. Dentre os legitimados a ajuizar o mandado de segurança estão as Chefias dos Poderes Executivos, o espólio, a massa falida e o Ministério Público (Câmara de Cotia - Procurador).

28. Atenção: O ato que SUPRIME ou REDUZ vantagem de servidor é ato único ou prestação de trato sucessivo? Para o STJ, é preciso fazer a seguinte distinção: • Supressão: ato ÚNICO (prazo para o MS é contado da data em que o prejudicado tomou ciência do ato). • Redução: prestação de TRATO SUCESSIVO (o prazo para o MS renova-se mês a mês). Informações do Prof. Márcio André

29. Compete à turma recursal processar e julgar o Mandado de Segurança contra ato de juizado especial.

30. O pagamento dos valores devidos pela Fazenda Pública entre a data da impetração do mandado de segurança e a efetiva implementação da ordem concessiva deve observar o regime de precatórios previsto no artigo 100 da Constituição Federal (PGM-FOR).

31. A autoridade coatora deve prestar informações em 10 dias, não 15.

32. Conforme o entendimento do STJ, NÃO é cabível mandado de segurança para convalidar a compensação tributária realizada, por conta própria, por um contribuinte.

33. Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança”. A controvérsia sobre a matéria de fato, por seu turno, impede a sua concessão.

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34. O MS não substitui a ação rescisória. Neste sentido (PGE-MA)Q: poderá ser impetrado contra decisão judicial transitada em julgado, para defesa de direito líquido e certo, se não houver fundamento para a ação rescisória. R: Falso! Não é substitutivo de ação rescisória.

35. Atenção: O termo inicial do prazo decadencial para a impetração de mandado de segurança no qual se discuta regra editalícia que tenha fundamentado eliminação em concurso público é a data em que o candidato toma ciência do ato administrativo que determina sua exclusão do certame, e não a da publicação do edital (PGE-MT).

36. (PGM-FOR) Embora não tenham personalidade jurídica própria, os órgãos públicos titulares de prerrogativas e atribuições emanadas de suas funções públicas — como, por exemplo, as câmaras de vereadores, os tribunais de contas e o MP — têm personalidade judiciária e, por conseguinte, capacidade ativa de ser parte em mandado de segurança para defender suas atribuições constitucionais e legais.

37. Caso um cidadão solicite vista de processo administrativo e seja negado, deverá impetrar MS e não Habeas data. Vejamos: "o Habeas Data (HD) não é o instrumento jurídico adequado para que se tenha acesso a autos de processos administrativos".

38. O MS é residual, ou seja, será cabível quando não couber habeas corpus ou habeas data (texto constitucional). Neste sentido, a PGE-SC apresentou como ERRADA a seguinte alternativa: "Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, amparado ou não por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público".

39. O MS não é sucedâneo recursal, não serve para obtenção de efeito suspensivo (PGM-CARUARU).

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CIVIL

RESPONSABILIDADE CIVIL (FEV 2019)

1) Aquele que, por ação ou omissão voluntária, violar direito e causar dano a outrem, salvo se exclusivamente moral, comete ato ilícito.

2) Não constituem atos ilícitos aqueles praticados no exercício regular de um direito reconhecido.

3) As instituições financeiras não respondem pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.

4) Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, exceto se o causador do dano for seu herdeiro absolutamente incapaz.

5) O dono, ou detentor, do animal deve ressarcir o dano por este causado, ainda que seja comprovada a culpa da vítima.

6) A responsabilidade das instituições de ensino superior que tenham curso não reconhecido pelo Ministério da Educação respondem objetivamente pelos danos causados aos seus alunos, nos casos em que não lhes tenha sido dada prévia e adequada informação.

7) A sanção civil do pagamento em dobro, decorrente da cobrança judicial de dívida já paga, deve ser aplicada por meio de ação autônoma.

8) Os empresários individuais e as empresas respondem objetivamente pelos danos causados pelos produtos que põem em circulação.

9) Os danos decorrentes de acidentes de veículos automotores, ainda que sem vítimas, caracterizam dano moral in re ipsa.

10) A vítima de acidente de trânsito não pode ajuizar demanda direta e exclusivamente contra a seguradora do causador do dano, salvo quando reconhecida, na esfera administrativa, a responsabilidade deste pela ocorrência do sinistro e quando parte da indenização securitária já tiver sido paga.

11) Nos casos em que há a cobrança da dívida antes do seu vencimento, o credor se obriga a descontar os juros correspondentes e a pagar as custas em dobro.

12) A seguradora se exime do dever de indenizar em razão da transferência do veículo sem a sua prévia comunicação.

13) Para que haja a aplicação da sanção do pagamento em dobro, não é necessária a demonstração de má-fé do credor.

14) Não é possível responsabilizar morador de prédio por danos provenientes de objetos dele caírem.

15) O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos morais, salvo cláusula expressa de exclusão.

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RESPOSTAS

1) Falso. Ainda que exclusivamente moral. CC, Art. 186: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

2) Verdadeiro. Parte-se do pressuposto de que quem usa seu direito não causa dano a ninguém. CC, Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I – os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido.

3) Falso. Súmula do 479 STJ: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias. A doutrina costuma dividir o caso fortuito em interno (está relacionado com a organização da empresa) e externo (não está relacionado com a organização da empresa), sendo excludente de nexo causal apenas o segundo.

4) Falso. Absoluta ou relativamente incapaz. CC, Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.

5) Falso. CC, Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.

6) Verdadeiro. Súmula 595 do STJ: As instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos danos suportados pelo aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo Ministério da Educação, sobre o qual não lhe tenha sido dada prévia e adequada informação. 7) Falso. Informativo 576 do STJ: A aplicação da sanção civil do pagamento em dobro por cobrança judicial de dívida já adimplida pode ser postulada pelo réu na própria defesa, independendo da propositura de ação autônoma ou do manejo de reconvenção.

8) Verdadeiro. CC, Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.

9) Falso. É possível a condenação de danos morais em casos de acidente de trânsito, no entanto, trata-se de situação excepcional, sendo necessário que a parte demonstre circunstâncias peculiares que indiquem o extrapolamento da esfera exclusivamente patrimonial (Informativo 627 do STJ).

10) Verdadeiro. De acordo com a súmula 529 STJ, no seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento de ação pelo terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado causador do dano. Isso porque, entre outros motivos, para que haja o ressarcimento dos danos pela seguradora, é necessário que haja a comprovação da responsabilidade civil do segurado. Nesse sentido, como regra, não se pode reconhecer a responsabilidade civil do segurado em um processo judicial em que ele não faça parte. Exceção:

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quando houver reconhecimento administrativo pela seguradora de culpa do segurado (informativo 614 do STJ).

11) Verdadeiro. CC, Art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro.

12) Falso. Súmula 465 do STJ: Ressalvada a hipótese de efetivo agravamento do risco, a seguradora não se exime do dever de indenizar em razão da transferência do veículo sem a sua prévia comunicação.

13) Falso. É imprescindível a demonstração de má-fé (informativo 576 do STJ).

14) Falso. CC, Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.

15) Verdadeiro. Súmula 402 do STJ.

#Dicas - Princípios dos direitos reais de garantia (fev 2019)

Inicialmente, cumpre ressaltar que as garantias reais (penhor, hipoteca e anticrese) são diferentes das garantias pessoais (ex: a fiança). No entanto, ambos possuem natureza acessória e é aplicável o princípio da gravitação jurídica (o acessório segue o principal).

São as características comuns:

Preferência: O credor hipotecário e pignoratício possuem preferência no pagamento em relação aos demais credores; na hipoteca, há a prioridade de registro. Importante!

A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado; e III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias.

Jurisprudência correlata: Súmula 478, STJ. “Na execução de crédito relativo a cotas condominiais, este tem preferência sobre o hipotecário".

Indivisibilidade: Mesmo pago parcialmente a dívida, o direito real de garantia, via de regra, permanece íntegro. Vejamos o que dispõe o CC: "O pagamento de uma ou

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mais prestações da dívida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no título ou na quitação".

Sequela: Para onde o bem for, a garantia o acompanha. Assim, por exemplo, se um bem é vendido, o direito real seguirá com ele.

Excussão: O credor hipotecário e pignoratício têm o direito de excutir o bem hipotecado ou empenhado. Atenção! Na anticrese, o credor tem direito de apenas RETER o bem, que se extingue 15 anos após sua constituição. Atenção! O que é pacto comissório real? Seria a cláusula que autoriza o credor de um direito real de garantia a ficar com o bem sem levá-lo à excussão. Tal cláusula não é válida. Vejamos o que dispõe o CC: "É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida

não for paga no vencimento".

Dica para decorar os princípios: PISE (inicial de cada um) ---

*Questões de concurso sobre o tema*:

(FCC - SEFAZ/GO 2018) "é anulável a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se o débito não for pago no vencimento". Falso! É NULA.

(FCC - SEFAZ/GO 2018) "nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo pessoal, ao cumprimento da obrigação". FALSO! É por vínculo REAL.

(FCC - SEFAZ/GO 2018) "o credor anticrético tem direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga; extingue-se esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição". CORRETO! Vide comentários acima. Trata-se da perempção da anticrese.

(FCC - TRT2 - 2018) "O credor hipotecário e o pignoratício têm o direito de excutir a coisa hipotecada ou empenhada, e preferir, no pagamento, a outros credores, observada, quanto à hipoteca, a prioridade no registro". CORRETO! Alternativa comentada mais acima.

(PGE-MT 2016 FCC) "Endividado, Ademir contraiu empréstimo de R$ 100.00,00 (cem mil reais) com o Banco Riqueza, oferecendo, como garantia, a hipoteca de um de seus imóveis. Paga parcialmente a dívida, Ademir alienou referido imóvel a Josué. A

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hipoteca é extinta pelo pagamento parcial da dívida". Falso! Conforme vimos, a extinção parcial da dívida não altera a garantia real que foi dada. Precedente cobrado na PG-DF sobre o tema: "A decisão que reconhece a aquisição da propriedade de bem imóvel por usucapião prevalece sobre a hipoteca judicial que anteriormente tenha gravado o referido bem. Isso porque, com a declaração de aquisição de domínio por usucapião, deve desaparecer o gravame real constituído sobre o imóvel, antes ou depois do início da posse ad usucapionem, seja porque a sentença apenas declara a usucapião com efeitos ex tunc, seja porque a usucapião é forma originária de aquisição de propriedade, não decorrente da antiga e não guardando com ela relação de continuidade". REsp 620.610-DF

Bons Estudos! Equipe CTPGE

#Dicas – Penhor (fev 2019)

De acordo com TARTUCE: "O penhor é constituído sobre bens móveis (em regra), ocorrendo a transferência efetiva da posse do bem do devedor ao credor (também em regra). Diz-se duplamente em regra, pois, no penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar e conservar".

O penhor pode ser instituído por meio de instrumento público ou particular. Se for mediante instrumento particular, deve ser levado a registro (Art. 1.432, CC). O Art. 1.433, CC, trata dos direitos do credor pignoratício (leitura do artigo aqui). Importante! Não pode o credor pignoratício ser constrangido a devolver a coisa empenhada antes de ser paga integralmente a dívida, no entanto, como menciona TARTUCE: "Eventualmente, pode o juiz, a requerimento do proprietário da coisa, determinar que seja vendida apenas uma das coisas, ou parte da coisa empenhada, suficiente para o pagamento do credor pignoratício". Importante! São as hipóteses de extinção do penhor:

I - extinguindo-se a obrigação; II - perecendo a coisa;

III - renunciando o credor;

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V - dando-se a adjudicação judicial, a remissão ou a venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou por ele autorizada. Para produzir efeitos, o cancelamento do penhor deve ser averbado no respectivo registro.

Questões de concurso sobre o tema:

(CESPE - 2018) "Penhor é uma constrição judicial, em que um bem do devedor é apreendido para garantir a quitação de dívida objeto de ação judicial". Falso! Alternativa que nos mostra conceito inverídico. Ver explicação inicial.

(TRT1 - 2018) "De acordo com o Código Civil de 2002, o penhor pode recair apenas sobre bens móveis". Correto! Vejamos: "Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação". (TRT1 - 2018) "O penhor decorre essencialmente de determinação judicial". FALSO! Conforme explicação acima.

(UECE - 2018) "Atente ao seguinte dispositivo legal: “Pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de perceber, em compensação da dívida, os frutos e rendimentos”. O instituto a que se refere esse dispositivo legal é o penhor". FALSO! Pelo conceito que vimos, ficou fácil responder corretamente.

Pessoal, o penhor tem várias formas, tais qual, penhor rural; agrícola; pecuário; industrial e mercantil; direito e títulos de crédito; veículos e penhor legal. Como vocês podem ver, somente tratei da parte geral. As específicas dependem de vocês sentar o "bumbum" na cadeira e literalmente estudar bem cada artigo, com grifos e revisões periódicas.

Bons Estudos! Equipe CTPGE

#Dicas – Hipoteca (fev 2019)

De acordo com TARTUCE: "A hipoteca é o direito real de garantia sobre coisa alheia com maior repercussão prática, recaindo sobre bens imóveis (em regra) e não havendo a transmissão da posse da coisa entre as partes". Importante ressaltar que a hipoteca necessita ser registrada no Cartório de registro de imóveis (Art. 1.492, CC).

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Via de regra, o CC veda o registro de mais de uma hipoteca no mesmo dia, salvo se as escrituras indicarem a hora em que foi realizada. Importante: o que pode ser objeto de hipoteca? De acordo com a disposição do CC: "I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles; II - o domínio direto; III - o domínio útil; IV - as estradas de ferro; V - os recursos naturais a que se refere o art. 1.230, independentemente do solo onde se acham; VI - os navios; VII - as aeronaves; VIII - o direito de uso especial para fins de moradia; IX - o direito real de uso; X - a propriedade superficiária.

Também é importante ressaltar que é nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado. No entanto, é possível convencionar que vencerá o crédito hipotecário, se o imóvel for alienado. Bem como o aluno deve ter em mente que a hipoteca abrange todas as acessões, melhoramentos ou construções do imóvel.

É admitido a sub-hipoteca? Sim! Vejamos o que dispõe o Art. 1.476: "O dono do imóvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de outro credor". Importante complementarmos com o que dispõe o Art. 1477: "Salvo o caso de insolvência do devedor, o credor da segunda hipoteca, embora vencida, não poderá executar o imóvel antes de vencida a primeira".

A hipoteca convencional dura até 30 anos, como prevê o Art. 1.485, CC. Vejamos: "Mediante simples averbação, requerida por ambas as partes, poderá prorrogar-se a hipoteca, até 30 (trinta) anos da data do contrato. Desde que perfaça esse prazo, só poderá subsistir o contrato de hipoteca reconstituindo-se por novo título e novo registro; e, nesse caso, lhe será mantida a precedência, que então lhe competir". Caso a hipoteca seja firmado sem prazo determinado, deve ser considerado como período máximo o mencionado anteriormente, como decidiu o TJMG na Apelação Cível 1.0249.07.0009538/0011.

A hipoteca pode ainda ser instituída para dívidas futuras ou condicionais. Para tanto, dependerá da concordância do devedor quanto à verificação da condição ou montante da dívida.

Atenção! Hipoteca x fracionamento do imóvel - regra específica: de acordo com o Art. 1.488, do CC: "Se o imóvel, dado em garantia hipotecária, vier a ser loteado, ou se nele se constituir condomínio edilício, poderá o ônus ser dividido, gravando cada lote ou unidade autônoma, se o requererem ao juiz o credor, o devedor ou os donos, obedecida a proporção entre o valor de cada um deles e o crédito".

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Importante mencionar que o STJ entende ser possível aplicar esse Artigo (que surgiu com o código de 2002) mesmo nos casos em que a hipoteca foi firmada sob a égide do CC-16. Vejamos: "O art. 1.488 do CC/2002, que regula a possibilidade de fracionamento de hipoteca, consubstancia uma das hipóteses de materialização do princípio da função social dos contratos, aplicando-se, portanto, imediatamente às relações jurídicas em curso, nos termos do art. 2.035 do CC/2002". REsp 691.738/SC. Hipoteca legal - hipóteses: De acordo com o código civil, são as seguintes hipóteses da hipoteca legal: "às pessoas de direito público interno (art. 41) sobre os imóveis pertencentes aos encarregados da cobrança, guarda ou administração dos respectivos fundos e rendas; II - aos filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que passar a outras núpcias, antes de fazer o inventário do casal anterior; III - ao ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre os imóveis do delinqüente, para satisfação do dano causado pelo delito e pagamento das despesas judiciais; IV - ao co-herdeiro, para garantia do seu quinhão ou torna da partilha, sobre o imóvel adjudicado ao herdeiro reponente; V - ao credor sobre o imóvel arrematado, para garantia do pagamento do restante do preço da arrematação". Atenção! Como leciona TARTUCE: "Não se pode esquecer que não há prazo máximo para a hipoteca legal, exigindo-se apenas que a especialização seja renovada a cada

20 anos".

Por fim, temos as hipóteses de extinção da hipoteca. São elas: "I - pela extinção da obrigação principal; II - pelo perecimento da coisa; III - pela resolução da propriedade; IV - pela renúncia do credor; V - pela remição; VI - pela arrematação ou adjudicação". O cancelamento, como devemos saber, exige averbação no CRI. Para fixar o tema, sugiro leitura atenta dos artigos relacionados no Código Civil (Art. 1.473 a 1.501, CC/02).

Bons Estudos! Equipe CTPGE

EMPRESARIAL

Anticrese – Dicas (fev 2019)

Embora não seja muito utilizado, a anticrese merece nossa atenção por ser o último direito real de garantia. De acordo com TARTUCE: "Por meio desse direito real de garantia, um imóvel é dado em garantia e transmitido do devedor, ou por terceiro, ao credor, podendo o último retirar da coisa os frutos para o pagamento da dívida".

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Existe divergência doutrinária sobre a possibilidade de existir anticrese sobre bens móveis (anticrese atípica). Para a maior parte da doutrina, somente poderá incidir sobre bens imóveis. De acordo com o Art. 1.507, o credor anticrético pode administrar os bens dados em anticrese e fruir seus frutos e utilidades, mas deverá apresentar anualmente balanço, exato e fiel, de sua administração. A responsabilidade na anticrese parece ser na modalidade SUBJETIVA em virtude do seguinte artigo: "Art. 1.508. O credor anticrético responde pelas deteriorações que, por culpa sua, o imóvel vier a sofrer, e pelos frutos e rendimentos que, por sua negligência, deixar de perceber". Demonstrando o caráter real do instituto, dispõe o Art. 1.509: "O credor anticrético pode vindicar os seus direitos contra o adquirente dos bens, os credores quirografários e os hipotecários posteriores ao registro da anticrese". No mesmo artigo, ainda há previsão de que o credor anticrético não terá preferência sobre a indenização do seguro, quando o prédio seja destruído, nem, se forem desapropriados os bens, com relação à desapropriação. Por fim, o Artigo 1.510, o último sobre o instituto, dispõe que o adquirente dos bens dados em anticrese poderá remi-los, antes do vencimento da dívida, pagando a sua totalidade à data do pedido de remição e imitir-se-á, se for o caso, na sua posse. Conforme vocês podem ver, a maior parte do instituto é apenas letra da lei, sendo que o mesmo não se revela muito útil nos dias atuais.

--- Questões sobre o tema:

1. (PGE-AC) Não é direito real de garantia: a) o penhor.

b) a anticrese. c) o usufruto. d) a hipoteca.

Conforme estudamos, o usufruto não é direito real de garantia. 2. (PGM-GOIANÉSIA) Nos termos do Código Civil, pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de perceber, em compensação da dívida, os frutos e rendimentos. Essas condições configuram um caso de

a) penhor. b) hipoteca.

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c) anticrese.

d) enfiteuse.

Como acabamos de estudar, trata-se do instituto da anticrese. 3. (CESPE - CD) O bem somente poderá ser empenhado, hipotecado ou dado em anticrese por aquele que puder aliená-lo. Alternativa Correta! ´Trata-se de requisito para a instituição dos direitos reais de garantia.

4. (FAUEL - vai ser a banca da PGM-LONDRINA) Dentre as hipóteses abaixo, assinale aquela que NÃO configura aquisição de propriedade imóvel de acordo com o Código Civil.

a) Aluvião. b) Avulsão.

c) registro do título translativo no Registro de Imóveis.

d) Anticrese.

A anticrese é direito real de garantia, não modo de aquisição de propriedade. 5. (Assessor da câmara municipal do Recife - FGV) Na transmissão inter vivos, por ato oneroso, de direitos reais, juridicamente identificados como penhor, anticrese e enfiteuse, com relação ao imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis, há respectivamente:

a) incidência, incidência e incidência;

b) não-incidência, incidência e não-incidência; c) incidência, não-incidência e incidência; d) incidência, incidência e não-incidência;

e) não-incidência, não-incidência e incidência. Letra "E" correta. No caso dos direitos reais de garantia, não há incidência do ITBI. Vejamos: "Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, *exceto os de garantia*, bem como cessão de direitos a sua aquisição".

6. (PFN - 2012) O credor anticrético tem o direito a reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga; extingue-se esse direito decorridos quinze anos da data de sua constituição. Correto! Nós tratamos desse ponto na parte geral dos

direitos reais de garantia.

7. (PGE-GO) Não assiste ao credor anticrético o direito de reter em seu poder o bem, enquanto a dívida não for paga. Falsa! Vide item acima, considerado correto.

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EMPRESARIAL - TÍTULOS DE CRÉDITO IMPRÓPRIOS, TÍTULOS DE LEGITIMAÇÃO,

TÍTULOS REPRESENTATIVOS (TRF 2017, TJRS VUNESP) (FEV 2019)

- título de crédito é o documento representativo de obrigação pecuniária sujeita aos princípios da cartularidade, literalidade e autonomia alguns instrumentos jurídicos encontram-se sujeitos a uma disciplina legal que aproveita parcialmente o regime jurídico cambial = não são títulos de crédito, mas costumam ser denominados “títulos de crédito impróprios”.

- alguns autores, a exemplo de Pontes de Miranda, defendem que apenas a nota promissória e a letra de câmbio são, rigorosamente títulos de crédito:

(a) duplica é título causal = não seria abstrato;

(b) cheque é ordem de pagamento à vista = não representa operação de crédito.

- TÍTULOS IMPRÓPRIOS (NÃO são títulos de crédito próprios):

a) de legitimação = não são títulos executivos e em geral representam objetos estranhos a obrigação pecuniária, como entrada em divertimentos, acesso a meios de transporte (ex: passagens, ingressos, bilhetes de loteria).

b) representativos = não representam obrigações pecuniárias (crédito), mas mercadorias consignadas (ex: conhecimento de depósito e de frete, warrant).

c) de financiamento = permitem endosso parcial e regem-se pela cedularidade, com a inclusão de garantias reais na própria cártula, elemento estranho ao direito cambiário, estritamente pessoal (ex: cédula de crédito bancário ou imobiliário).

d) de investimento = as restrições do Fisco ao seu portador, para identificar o investidor e evitar fraudes e lavagem de capitais, praticamente impedem sua circulação (ex: certificado de recebíveis imobiliários, letra de câmbio financeira).

TÍTULOS DE LEGITIMAÇÃO

- asseguram ao portador a prestação de um serviço ou acesso a prêmios em certame promocional ou oficial (ex: passagem de ônibus, ingresso cinema, cupons premiados, volante sorteado na loteria...).

* NÃO são títulos executivos.

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- representam a titularidade de mercadorias custodiadas (encontram-se aos cuidados de terceiro, não do proprietário) possibilitam ao proprietário a negociação das mercadorias por seu valor, sem prejuízo da custódia (ex: títulos armazeneiros - conhecimentos de depósito e warrant, conhecimentos gerais ou agropecuários - e conhecimento de frete).

* não são títulos de crédito porque, a rigor, não representam obrigações pecuniárias, mas mercadorias consignadas.

CONHECIMENTO DE DEPÓSITO E WARRANT

- emitidos juntos por armazéns-gerais, a pedido do depositante, acerca da mercadoria depositada, substituindo o recibo de depósito.

* a mercadoria só pode ser entregue a quem apresentar ambos os documentos, mas os títulos podem circular separadamente:

+ o endossatário do warrant tem um direito real de garantia sobre a mercadoria (que deve ser mencionado no conhecimento de depósito)

+ o endossatário do conhecimento de depósito passa a ser proprietário, podendo alienar a mercadoria como bem entender, não podendo unicamente gravá-la com ônus real, já havido com o warrant.

* com o warrant a mercadoria fica onerada, pois dada em garantia pignoratícia de obrigação assumida pelo endossante.

* o portador do conhecimento do depósito pode liberar a mercadoria (não pode ser emitido ao portador - vedação legal expressa) não vencida a obrigação garantida pelo warrant, depositando junto ao armazém-geral o valor da obrigação

* protestado o warrant, executa-se a garantia pignoratícia mediante a realização de leilão no próprio armazém geral (o portador do conhecimento de depósito tinha ciência que adquirira mercadoria onerada)

CONHECIMENTO DE DEPÓSITO AGROPECUÁRIO (CDA) E WARRANT AGROPECUÁRIO (WA) - emitidos por armazéns aparelhados para depósito de produtos agrícolas e pecuários * possuem as mesmas características dos títulos armazeneiros em geral

* podem servir de lastro para operações no mercado financeiro e de capital

CONHECIMENTO DE FRETE

- título representativo de mercadorias transportadas, emitidos por empresas de transporte por terra, água e ar.

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* faz prova do (1) recebimento da mercadoria pela transportadora e da (2) obrigação que ela assume de ntrega-la no destino

* o título possibilita ao seu portador a negociabilidade da mercadoria despachada, mediante endosso = a mercadoria deve ser entregue, no destino, ao portador do título.

- vedada a negociabilidade:

+ com inclusão de cláusula “não à ordem” + de mercadoria perigosa

+ destinada a armazéns-gerais

TRABALHO

Greve contra privatização é abusiva (fev 2019)

O TST determinou que seja considerada abusiva a greve na eletrobrás contra a sua privatização. O Tribunal considerou que a greve possui motivação política, não trabalhista. O movimento não se dirige ao empregador, mas sim a uma medida governamental.

Prevaleceu, no entanto, o voto divergente do ministro Ives Gandra Martins Filho. No seu entendimento, a greve legítima é a que trata de direitos que se pretendem ver respeitados ou criados, como reajuste salarial ou vantagens diversas. “É a greve dirigida para impor um ônus diretamente ao empregador”, explicou. “A greve política é dirigida ao Estado”. No caso julgado, o ministro observou que a política de privatização não parte da Eletrobras, mas do Poder Executivo e do Legislativo. A greve, assim, se dirige a esses Poderes e diz respeito a políticas públicas. “Não cabe discutirmos greve quando não está em jogo um conflito entre empresa e trabalhadores, mas entre trabalhadores e governo”, concluiu.

Vale ressaltar que a greve suspende o CT e via de regra, não são devidos salários nos dias em que houver a paralisação. Fonte: Processo: 1000418-66.2018.5.00.0000

#Direito do Trabalho - Princípios do Direito do Trabalho (Atualização FEV 2019)

1. A regra da vigência do contrato de trabalho em benefício do empregado está relacionada ao princípio processual da subsistência contratual.

(31)

2. O princípio da verdade material também se aplica no direito processual do trabalho (DPU 2015).

Neste sentido (CESPE): A ampla liberdade conferida aos magistrados trabalhistas na direção do processo, com poder de determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento da causa, deriva do princípio da busca da verdade real, que é aplicado no direito processual do trabalho. Gabarito correto!

(PGE-RO) O princípio da primazia da realidade indica que os fatos reais devem prevalecer sobre os documentos assinados pelo empregado.

3. O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho. A CLT não mais fala a parte de compatibilidade, como antes.

4. Não é possível estender a garantia provisória de emprego à empregada gestante dispensada em razão do reconhecimento da nulidade do contrato firmado com ente público, sem prévia aprovação em concurso público (info 156, TST).

5. Com base na teoria do conglobamento, o TST tem entendido ser possível que norma coletiva estipule a exclusão da redução ficta da hora noturna caso haja a concessão de outras vantagens mais benéficas ao trabalhador do que as previstas em lei (Info 139, TST).

6. Na falta de disposições legais ou contratuais, a justiça do trabalho ou as autoridades administrativas poderão decidir o caso de acordo com os usos e costumes, que são fontes do direito do trabalho.

7. A aplicação do in dubio pro operario decorre do princípio da proteção.

7.1 Aliás, importante mencionar que o princípio da proteção se subdivide em três: a) in dubio pro operario - utiliza a interpretação mais favorável ao trabalhador; b) norma mais favorável - entre duas normas possíveis, utiliza-se a mais benéfica e c) condição mais benéfica - assegura as vantagens adquiridas durante o contrato de trabalho.

8. O princípio constitucional da norma mais favorável ao trabalhador incide quando se está diante de conflito de normas possivelmente aplicáveis ao caso (AGU).

(32)

9. Quando o empregador, na justiça do trabalho, negar a prestação do serviço e a despedida, deverá fazer a prova do término do contrato de trabalho.

10. Alguns direitos trabalhistas são passíveis de renúncia. Neste sentido (CESPE): Os direitos trabalhistas são irrenunciáveis pelo trabalhador". Errado.

Cespe: De acordo com entendimento do TST, com fundamento no princípio da proteção, havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro. Correto!

PGE-SP: Havendo a coexistência de dois regulamentos de empresa, a opção do empregado por um deles, com prejuízo às regras do sistema do outro, não afronta o princípio da irrenunciabilidade. Correto!

Súmula do TST: Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro.

FCC: A supressão de direitos trabalhistas instituídos por regulamento de empresa só alcança os empregados admitidos posteriormente.

No mesmo sentido, na PGE-GO, foi considerada INCORRETA a seguinte alternativa: "A transação e a renúncia são institutos absolutamente incompatíveis com o Direito do Trabalho, uma vez que neste vigora o princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas".

11. O princípio da norma mais favorável, componente do núcleo basilar de princípios especiais do direito do trabalho, em sua visão mais ampla, opera em tríplice dimensão: informadora, interpretativa/normativa e hierarquizante (PGDF).

12. O Brasil não ratificou a convenção nº 87, OIT (PGDF).

13. No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva.

13.1 (FCC - 2018) Questão: No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho, além de analisar a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico (agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou

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