• Nenhum resultado encontrado

DOCE BALANÇO Novela de Antonio Figueira

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "DOCE BALANÇO Novela de Antonio Figueira"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

DOCE

DOCE

DOCE

DOCE

BALANÇO

BALANÇO

BALANÇO

BALANÇO

Novela de Antonio Figueira

Escrita por Antonio Figueira

Personagens deste capítulo: DETETIVE AMADEU ALFREDINHO DELEGADO NOGUEIRA VALÉRIA MONTEIRO PRADO MALU CARMEN HUGO MATIAS MARCELÃO ISADORA DORIVAL CABO JORGE

(2)

CENA 1 - DELEGACIA - SALA DO DETETIVE AMADEU - INT. - DIA.

NA SALA DO DETETIVE AMADEU, PRÓXIMA AO GABINETE DO DELEGADO NOGUEIRA, A CONVERSA ERA PRÀTICAMENTE A MESMA, APENAS OS PERSONAGENS ERAM DIFERENTES. ALFREDINHO ESTAVA SENTADO NUM BANCO, DEBAIXO DE UM FOCO DE LUZ. AO SEU LADO, O DETETIVE.

DETETIVE AMADEU - Besteira você continuar negando, meu velho. Sua namorada acabou de lhe entregar. Ela disse que você matou Diana Molina!

ALFREDINHO - (incrédulo) Vocês estão blefando! Não acredito! Valéria não pode ter dito uma coisa dessas! Pois se ela não sabe de nada! A não ser que a tenham obrigado! Sim, só pode ser isso, o velho truque! Querem que ela confesse... ou, no mínimo, que diga que foi ela! Pois podem ficar esperando. Eu não digo nada! Nem com dez depoimentos iguais a esse! Não confesso de jeito nenhum!

DETETIVE AMADEU - Rapaz, agindo assim, com essa marra toda, só complica mais a sua situação!

ALFREDINHO - De mim vocês não arrancam nada! Nem que me matem, ouviram! Nem que me matem!

CORTA PARA:

CENA 2 - DELEGACIA - SALA DO DELEGADO NOGUEIRA - INT. - DIA.

VALÉRIA ERA A PERSONIFICAÇÃO DO DESESPERO. ESTAVA MUITO CHOCADA, ARRASADA MESMO. O DELEGADO CONTINUAVA FALANDO, HAVIA UNS CINCO MINUTOS, MAS ELA POUCO SE IMPORTAVA.

DELEGADO NOGUEIRA - A senhora admite como verdadeira a acusação? Ele acabou de dizer que foi a senhora quem matou Diana. Depois desse depoimento, eu posso pedir a

(3)

sua prisão preventiva e a senhora será levada ao Tribunal do Júri. Ou está disposta, agora, a dizer toda a verdade, tudo o que sabe sobre o crime?

VALÉRIA LEVANTOU OS OLHOS MOLHADOS, RESIGNADA. VALÉRIA - Sim. Contarei tudo.

O DELEGADO, ENTÃO, FOI ATÉ A PORTA E MANDOU O GUARDA IR BUSCAR O ESCRIVÃO. ESTE VEIO DEPRESSA, SENTOU-SE DIANTE DE UMA MESINHA COM COMPUTADOR E INICIOU A TOMADA DO DEPOIMENTO.

DELEGADO NOGUEIRA - Seu nome?

VALÉRIA - Leontina Pereira de Souza. Valéria França é pseudônimo...

O HOMEM FOI ESCREVENDO O QUE ELA DIZIA.

DELEGADO NOGUEIRA - Bem, dona Valéria, isto é, dona Leontina, em seu depoimento anterior, a senhora negou que soubesse quem matou Diana Molina. Pergunto novamente: a senhora tem conhecimento ou suspeita de quem a teria assassinado?

VALÉRIA NÃO RESPONDEU. PARECIA AINDA MAIS ANGUSTIADA.

DELEGADO NOGUEIRA - Dona Leontina, vou repetir a pergunta...

AMADEU ENTROU.

DETETIVE AMADEU - Nenhuma novidade. Alfredinho apenas continua afirmando que foi ela.

DELEGADO NOGUEIRA - A senhora está ouvindo, dona Valéria? Alfredinho, seu querido Alfredinho, continua lhe acusando. Isso vai mandá-la para a cadeia.

(4)

VALÉRIA - (levantou a cabeça e dirigiu-se ao detetive) Ele falou que fui eu?

DETETIVE AMADEU - Tá dizendo isso há meia hora. A MOÇA CAIU NUMA CRISE NERVOSA DE CHORO.

DELEGADO NOGUEIRA - Dona Valéria, deseja um calmante? Ou ao menos um copo d’água?

VALÉRIA - (aos poucos foi se controlando) Não, obrigada. DELEGADO NOGUEIRA - Muito bem. Vou repetir a pergunta: a senhora suspeita de quem teria assassinado Diana Molina?

VALÉRIA - Sim. Fui eu. Alfredinho disse a verdade: eu a matei!

NOGUEIRA E O DETETIVE AMADEU OLHARAM-SE, SURPRESOS.

CORTA PARA:

CENA 3 - APARTAMENTO DE MONTEIRO PRADO - ESCRITÓRIO - INT. - DIA.

MONTEIRO PRADO FALAVA AO TELEFONE, COM AR DE PREOCUPAÇÃO.

MONTEIRO PRADO - Escute, preste bem atenção: Malu decidiu que quer a presença da mãe de qualquer maneira no seu casamento. Nós precisamos combinar o que fazer pra ela desistir dessa idéia!

MALU ENTREABRIU A PORTA, SEM SER PERCEBIDA E OUVIU PARTE DA CONVERSA. EM SEGUIDA, CORREU PARA SEU QUARTO.

(5)

CENA 4 - APARTAMENTO DE MONTEIRO PRADO - QUARTO DE MALU - INT. - DIA.

MALU ENTROU E, CUIDADOSAMENTE, TIROU O FONE DO GANCHO E OUVIU A CONVERSA.

MONTEIRO PRADO - (off) Escreva uma carta, mande um e-mail, qualquer coisa, mas tem que dizer a ela que não pode, de jeito nenhum vir para o casamento! Isso é impossível!

ERA O BASTANTE. MALU DEPOSITOU O FONE NO GANCHO, COM AS MÃOS TRÊMULAS.

CORTA PARA:

CENA 5 - DELEGACIA - SALA DO DELEGADO NOGUEIRA - INT. - DIA.

DELEGADO NOGUEIRA - Cara, eu tinha como certa a culpabilidade de Alfredo Ribeiro!

DETETIVE AMADEU - Confesso que eu também acreditava nisso.

DELEGADO NOGUEIRA - Bem, não há mais o que pensar. O importante é que o truque funcionou e só isso me importa. Agora, é confirmar as declarações de Valéria. Para isso, a primeira providência é chamar D. Carmen, a mãe da vítima. Temos que fazer uma acareação entre as duas. Cuide disso o mais rápido possível, Amadeu.

CORTA PARA:

CENA 6 - APARTAMENTO DE MONTEIRO PRADO - ESCRITÓRIO - INT. - DIA.

MALU ENTROU NO ESCRITÓRIO DO PAI, DECIDIDA. MONTEIRO PRADO DESLIGOU O TELEFONE, NUM GESTO BRUSCO.

(6)

MALU - Não precisa disfarçar, meu pai. Eu ouvi tudo na extensão. Você quer impedir minha mãe de vir ao meu casamento! Tou começando a acreditar que há algo de sujo por trás disso e vou descobrir, custe o que custar! Está decidido: vou aos Estados Unidos trazê-la de volta!

MONTEIRO PRADO - Minha filha, você entendeu tudo errado. Não quero impedir a vinda de sua mãe. Ela é uma mulher doente. Não pode viajar...

MALU - (cortou) Chega, meu pai. Você não vai continuar me enrolando com suas histórias. Quero minha mãe aqui, no meu casamento, e não falamos mais disso!

CORTA PARA:

CENA 7 - DELEGACIA - SALA DO DELEGADO NOGUEIRA - INT. - DIA.

VALÉRIA FRANÇA ESTAVA OUTRA VEZ SENTADA Á FRENTE DO DELEGADO NOGUEIRA, QUANDO O DETETIVE AMADEU ENTROU COM D. CARMEN NO RECINTO.

DELEGADO NOGUEIRA - Obrigado por ter vindo, D. Carmen (e apontou para Valéria) Conhece dona Valéria França? CARMEN - Não, não conheço. Por que me chamou aqui, delegado?

DELEGADO NOGUEIRA - Esta senhora acabou de confessar o assassinato de sua filha, Diana.

CARMEN - (empalideceu) A... a senhora?

VALÉRIA ERGUEU OS OLHOS VERMELHOS, AR SOFRIDO.

VALÉRIA - Eu sinto muito, minha senhora... mas sua filha queria tirar de mim o homem que eu amo... Por ele sou capaz de tudo! Fiquei cega, só pensava em acabar com ela!

(7)

CARMEN TREMIA, O ÓDIO ESTAMPADO NA FACE.

CARMEN - (gritou, descontrolada) Então foi você! Monstro! Assassina! Assassina!

DELEGADO NOGUEIRA - (interveio) D. Carmen, por favor, tenha calma. Só chamei a senhora aqui porque atendeu o telefonema de uma mulher, marcando encontro com Diana, na noite do crime. Seria capaz de identificar como sendo de dona Valéria aquela voz?

CARMEN - (com firmeza e ódio na voz) Não tenho dúvida nenhuma, delegado! Aquela voz era dela!

DELEGADO NOGUEIRA - Muito bem, tudo coincide com as suas declarações, dona Valéria. Poderia descrever o momento do crime, como foi o encontro com Diana Molina?

VALÉRIA - (com todo sangue-frio) Encontrei ela e a atraí para o paredão, logo depois da meia-noite. Ameacei com um revólver... e a empurrei lá de cima! Pronto! Já disse tudo o que tinha pra dizer!

CARMEN SENTIU O MUNDO RODAR, COMO SE ESTIVESSE NUM AVIÃO DESGOVERNADO. O DETETIVE AMADEU A AMPAROU, EVITANDO QUE ELA CAÍSSE AO CHÃO.

DELEGADO NOGUEIRA - È melhor levá-la para casa, Amadeu. Dê-lhe um copo d’água e a acompanhe, por favor.

CORTA PARA:

CENA 8 - APARTAMENTO DE MONTEIRO PRADO - SALA - INT. - NOITE.

NAQUELA NOITE, MONTEIRO PRADO REUNIU ALGUNS AMIGOS PARA UM DRINK. O “PAPO” ROLAVA DESCONTRAÍDO, QUANDO HUGO MATIAS CHAMOU A ATENÇÃO DOS PRESENTES: ISADORA, MONTEIRO PRADO, MALU, MARCELÃO E SENHORINHA.

(8)

HUGO MATIAS - Pessoal, tenho uma notícia para dar! TODOS SE VOLTARAM PARA O JORNALISTA.

MONTEIRO PRADO - O que aconteceu?

HUGO MATIAS - Acabei de receber uma ligação da redação: foi descoberta a assassina de Diana Molina!

MALU - Assassina?

MARCELÃO - Fala de uma vez, homem! ISADORA - Então... é uma mulher?

HUGO MATIAS - Isso mesmo. Ela acaba de confessar. É uma tal de Valéria França. É atriz.

ISADORA - Como é que pode, gente? Aquela atriz, Valéria França? Mas ela não é a namorada de Alfredinho?

MALU - Ela mesma. Eles tem um caso. ISADORA - Então, até que pode. O ciúme... CORTA PARA:

CENA 9 - APARTAMENTO DE VALÉRIA - SALA - INT. - DIA. APÓS A CONFISSÃO DE VALÉRIA, ALFREDINHO FÔRA LIBERADO PELO DELEGADO NOGUEIRA E DIRIGIU-SE AO APARTAMENTO DA AMANTE, DE ONDE LIGOU PARA O PAI, DORIVAL.

ERAM QUASE NOITE QUANDO O HOMEM DE MEIA-IDADE TOCOU A CAMPAINHA. SLFREDINHO ATENDEU, AFLITO.

(9)

DORIVAL - (surpreso) Meu filho! Vim o mais rápido que pude. Você nunca me ligou.... O que aconteceu?

ALFREDINHO - Valéria está presa!

DORIVAL - (balbuciou, incrédulo) Pre... presa?!

ALFREDINHO - Ela caiu no truque do delegado e confessou o assassinato de Diana! Velho, eu preciso que você vá à delegacia e fale com ela! Ela tem de desmentir tudo!

DORIVAL - (pasmo) Deus do Céu! Mas a essa hora... não vão me deixar falar com ela.

ALFREDINHO - Isso é verdade... Paciência, ela vai ter de dormir na cadeia. Você vai amanhã bem cedo, então.

DORIVAL - Coitada da Valéria... Pode deixar, filho. Eu vou, sim. Conte comigo!

CORTA PARA:

CENA 10 - IPANEMA - EXT. - DIA.

IMAGENS DO AMANHECER. NAS PRIMEIRAS HORAS DO DIA, UM GRUPO DA TERCEIRA IDADE PRATICAVA TAI-CHI-CHUAN NA PRAIA, OUTROS EXERCITAVAM-SE EM BICICLETAS OU CORRENDO NO CALÇADÃO.

CORTA PARA:

CENA 11 - FACHADA E INTERIOR DA DELEGACIA DE IPANEMA

O CABO JORGE ACOMPANHOU DORIVAL RIBEIRO Á CELA DE VALÉRIA FRANÇA.

(10)

DORIVAL - (fitou a mulher atrás das grades, penalizado) Valéria, minha querida! O que fizeram com você... Ainda não estou acreditando...

VALÉRIA - (segurou as mãos do amigo, abatida) Seu Dorival, que bom que você veio! Pois é, meu amigo... eu confessei tudo! Eu matei Diana Molina!

DORIVAL SEGUROU-LHE OS BRAÇOS ATRAVÉS DAS GRADES E SACUDIU-A, COM FORÇA.

DORIVAL - Não repita essa loucura! Nós sabemos que não é verdade! Quem me mandou aqui foi o Alfredinho. Ele me mandou alertar você!

VALÉRIA - (confusa) Alertar? Como assim?

DORIVAL - (sussurrou, aflito) Você foi enganada e se deixou levar pelo truque do delegado! Meu filho jamais acusou você do assassinato daquela moça. Tudo não passou de um plano para fazer um de vocês confessar!

VALÉRIA - (empalideceu) Meu Deus! O que eu fiz, meu Deus! (agarrou-se às grades, desesperada) E agora, seu Dorival! Eu confessei tudo, inclusive pra mãe da moça...! Eu tou perdida!

Referências

Documentos relacionados

O Secretário da Receita Federal do Brasil expediu a Instrução Normativa nº 1.540, alterando a Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 2012, que dispõe sobre a retenção de

"Os sinais para conhecer a Igreja verdadeira são estes: a pregação pura do evangelho; a administração pura dos Sacramentos, tal como foram ins- tituídos por Cristo; a

E como Deus é sempre levado infalivelmente ao melhor, ainda que não seja levado a isso necessa- riamente (senão por uma necessidade moral), nós somos sempre levados

Pode-se constatar que a Teologia marsiliana, saber este referido como ciência (DP II, XXIV, § 5), destinar-se-ia a regular os atos humanos voluntários controlados imanentes,

No casamento de Amanda de Sanson Castelo Branco Lino e Alessandro Tadeu de Simone, em 28 de dezembro de 2013, a noiva estava com uma barriguinha de seis meses e meio de

Na teologia política marsiliana, o próprio Jesus Cristo teria assumido e titularizado o Poder coercivo da lei divina, o que Lhe possibilitava o controle dos atos humanos

Pode-se dizer que o poder somente deve existir com a lei, pois é a razão livre concedida por Deus para ditar leis que proporcionam o exercício político do poder, imprimindo

Além do estabelecimento das religiões ou leis aceitas sem demonstração e com consequências na outra vida, o paduano declarou que os filósofos antigos, citou