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ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS

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Academic year: 2021

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O

RGANIZAÇÕES

N

ÃO

G

OVERNAMENTAIS

D

IRETORES

:

Thais Loureiro

Rafaela Longo

(2)

Carta aos Delegados

Prezados(as) delegados(as),

É com enorme prazer que lhes damos as boas-vindas ao XI MIRIN e mais especialmente ao comitê das Organizações Não Governamentais (ONGs). Iniciamos nosso trabalho já com uma discussão sobre a definição de ONGs e também com uma explicação sobre o contexto de surgimento dessas entidades, focando essencialmente no período pós Guerra Fria, pois é quando percebemos o aumento considerável na quantidade de instituições desse tipo e a expansão e consolidação de suas atividades. Nesse mesmo tópico, diferenciamos organizações internacionais de organizações não governamentais e explicitamos o papel humanitário de uma ONG, destacando a sua importância não apenas em relação à população, mas também na sua atuação junto a fóruns multilaterais e conferências globais.

Quatro ONGs foram escolhidas com o objetivo de representar a sociedade civil mundial nos diversos comitês do X MIRIN: Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV); CARE; Oxford Committee of Famine Relief (OXFAM) e Human Rights Watch (HRW). A decisão foi baseada não apenas no fato de serem organizações grandes e que possuem um escopo de atuação largo e diversificado, mas também pelo caráter do seu trabalho e pela forma íntegra com que se dispõem nas situações de crise.

Esperamos que esse guia de estudos seja não apenas uma fonte de conhecimento, mas também algo que possa despertar o interesse dos senhores sobre o terceiro setor, suas características e funcionalidades. Além disso, almejamos também que os senhores conheçam melhor o trabalho de cada uma dessas instituições e que se baseiem nisso para participar ativamente dos outros comitês, contribuindo de forma positiva para os debates e introduzindo opiniões e fatos diferentes daqueles trazidos por Estados e outros possíveis atores que estejam envolvidos. Por fim, gostaríamos de lembrar que a leitura deste guia não termina seus estudos sobre a atuação das ONGs. Encorajamos fortemente que pesquisem outras fontes e tirem suas dúvidas conosco, caso elas ocorram. Até junho!

Atenciosamente,

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Sumário

Sumário ... 3

1. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS ... 4

1.1. A Organização das Nações Unidas ... Erro! Indicador não definido.

1.1.1. O Conselho de Segurança das Nações Unidas .... Erro! Indicador não definido.

1.1.2. Funções e Poderes dos Delegados do Conselho de Segurança . Erro! Indicador

não definido.

2. NOÇÕES DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E HUMANITÁRIO . Erro! Indicador

não definido.

2.1. Soberania ... Erro! Indicador não definido.

2.2. Anexação e Prescrição Aquisitiva Territorial ... Erro! Indicador não definido.

2.3. O Direito Internacional Humanitário e as Convenções de Genebra de 1949 ... Erro!

Indicador não definido.

3. O UNSCOP E A CRIAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL ... 14

4. OS CONFLITOS ÁRABE-ISRAELENSES E SUAS CONSEQUÊNCIAS ... 15

5. A ORGANIZAÇÃO PARA A LIBERTAÇÃO DA PALESTINA ... Erro! Indicador não

definido.

6. O LÍBANO ... Erro! Indicador não definido.

6.1. A sua Diversidade Étnico-Religiosa ... Erro! Indicador não definido.

6.2. A Guerra Civil ... Erro! Indicador não definido.

7. OPERAÇÕES DE PAZ ... Erro! Indicador não definido.

7.1. Conceituação e Objetivos ... Erro! Indicador não definido.

7.2. A FINUL ... Erro! Indicador não definido.

8. A INTERVENÇÃO ÁRABE-ISRAELENSE E SUAS CONSEQUÊNCIAS .. Erro! Indicador

não definido.

8.1. O Plano de Ariel Sharon... Erro! Indicador não definido.

8.2. A Operação Paz na Galileia, o Cerco de Beirute e suas Consequências ... Erro!

Indicador não definido.

9. PONTOS QUE UMA RESOLUÇÃO DEVE CONTER ... Erro! Indicador não definido.

10.

POSICIONAMENTO DOS BLOCOS ... Erro! Indicador não definido.

11.

MAPAS ... Erro! Indicador não definido.

11.1.

O mapa da região na época do Rei Davi e a proposta da ONU de 1947 ... Erro!

Indicador não definido.

11.2.

O mapa da região após a Guerra de Independência (1948 – 1949) Erro! Indicador

não definido.

11.3.

O mapa da região após a Guerra dos Seis Dias (1967) ... Erro! Indicador não

definido.

11.4.

O mapa de Israel após os acordos de Camp David (1978) ... Erro! Indicador não

(4)

11.5.

O mapa do Líbano e as suas divisões regionais ... Erro! Indicador não definido.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 17

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INTRODUÇÃO ÀS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS

1.1. Contexto Histórico e Definição das ONGs

A historia das organizações não governamentais nasce vinculada à criação da Organização das Nações Unidas (ONU). O termo “não governamental” foi usado formalmente pela primeira vez na carta das Nações Unidas ao fim da Segunda Guerra Mundial. Entretanto, entidades que viriam a adotar este termo já eram reais, apresentando grande foco em ajudas emergenciais ou em situações de crise. A única diferença datada é o fato de que o conceito “não governamental” não era especificamente atribuído. (DAVIES, 2013)

Em 1950, o termo foi utilizado pela primeira vez, abrangendo toda e qualquer organização da sociedade civil que não estivesse vinculada a um governo. Atualmente, o significado é muito mais amplo e, para os objetivos do nosso estudo, o entenderemos como “organizações exógenas ou endógenas voluntárias privadas e sem fins lucrativos que estão engajadas no alívio ao sofrimento, na reabilitação de pessoas e em programas de desenvolvimento. Elas utilizam recursos financeiros de fontes privadas e voluntárias através de doações. As ONGs se mantêm de maneira autônoma em nível local, nacional e/ou internacional”. (TURKISHWEEKLY, 2003)

A grande dificuldade de definição das ONGs reside nas diferenças culturais as quais não permitem uma aproximação de significados. Para a ONU, por exemplo, ONGs são definidas como:

Qualquer grupo voluntário de cidadãos sem fins lucrativos que for organizado a nivel nacional ou internacional, sendo dirigida e tendo seu foco de ação a partir de pessoas com interesses em comuns. ONGs realizam uma variedade de serviços e de funções humanitárias, trazendo questões que envolvam cidadãos aos governos, advogando e monitorando políticas e encorajando participação política por intermédio da informação. Algumas são organizadas com determinados problemas/questões em mente, como a defesa de direitos humanos, meio-ambiente e saúde. ONGs provém a analise e a capacidade técnica que servem como mecanismos de aviso preventivo e monitoramento e implementação de acordos internacionais (UN(a), s.d.)

Nesse sentido, por questões de clareza e método, utilizaremos esta definição como base de nossa discussão. Com o fim da Guerra Fria, a quantidade de ONGs no mundo aumentou consideravelmente. Sendo assim, é interessante focar nosso estudo primordialmente no período entre 1989 e os dias atuais porque foram nas duas últimas décadas que o trabalho das organizações não governamentais realmente se expandiu e que as mesmas conseguiram consolidar seu papel dentro do sistema internacional como um ator não só importante, mas crucial nas discussões dentro dos mais diversos fóruns. (TURKISHWEEKLY, 2003)

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ONGs, geralmente, residem seus esforços nas questões sobre cuidados com seres humanos e bem estar, herdando um viés filantrópico ou de caridade proveniente dos países industriais do século 19 em diante. Outro lado da atuação não governamental é originado por um desejo de combater as desvantagens de todos os tipos através da luta por mudança e da conscientização pública desses temas. No primeiro quadro, ONGs exerciam suas práticas em locais em que o governo não contemplava ou não possuia capacidade de operar. Esse exercício só foi possível com o despertar do desenvolvimento econômico, social, político e liberal das sociedades. Com o aumento dos debates sobre desenvolvimento e o maior destaque que esse tema ganhou, ONGs puderam ampliar significativamente seu trabalho e o mesmo também ocorreu com os países porque conseguiram crescer mais com a ajuda dessas organizações.(Ibid)

Dessa forma, esses dois fenômenos – relacionados ao campo de atuação das ONGs e também ao envolvimento dos Estados – não cumprem apenas a regra de “causa-efeito”, permitem também a melhor compreensão acerca da expansão das organizações não governamentais. Multiplicadas em um contexto caracterizado pelas mudanças políticas, sociais, ambientais, institucionais e econômicas rápidas e complexas, podemos perceber que as ONGs cada vez mais conquistavam um espaço no sistema internacional e sinalizavam a importância da existência de outros atores além dos Estados e instituições internacionais. As ONGs passam a ser percebidas como potentes elementos para o desenvolvimento social e econômico nacional e internacional; parceiros essenciais na construção da nação e forças valiosas na promoção da democracia. Assim, a ação dessas instituições repercutiu de forma bastante positiva para a maioria dos países, tanto desenvolvidos como em desenvolvimento. (Ibid)

Os anos 80 e 90 são marcados pelo avanço neoliberal, protagonizado por Thatcher e Reagan, seguidos por quase todo o mundo capitalista, em especial pela américa latina1, havendo uma

diminuição, por parte dos países do sul, nas, já por vezes precárias, instituições de bem estar social, que acabaria por limitar as ações do Estados em relação a provisão de bens públicos ligados a saúde e educação, não exclusivamente mas de forma mais marcante que as demais. Entretanto, há uma ressalva notável por parte dos Estados em relação às ONGS, uma vez que sua atuação poderia ter dois efeitos “negativos” aos governos: primeiramente, poderia sinalizar fracasso em prover a sua população, tanto quanto uma repolitização da mesma, algo bastante irônico se considerar que o período também foi o da democratização de boa parte do mundo capitalista e ex comunista. (Ibid)

1As décadas de 80 e 90 foram particularmente traumáticas para a América Latina, por assim dizer, em parte pelo estouro

das crises da dívida na maioria dos países que, sem recursos para honrar seus compromissos financeiros, foram obrigados a sofrer ingerências por parte das nações desenvolvidas e o FMI, dando inicio a um período de privatizações em larga escala da maior parte de empresas estatais, principalmente as ligadas a exploração de recursos naturais, juntos a uma tendência ao corte de gastos (em educação e saúde, principalmente) como forma de gerar um caixa positivo na balança dos governos.

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Por outro lado, autores como Edwards & Hulme (1996) afirmam o papel de agências bilaterais e multilaterais, no pós-guerra fria, como formuladores de uma nova política que concede maior sensibilidade às ONGs em questões como alívio da pobreza, bem estar social e desenvolvimento da sociedade civil. Estas seriam vistas como uma forma de potencializar a ligação entre população civil e Estado, suprindo as necessidades da primeira as quais o último não se mostra disposto ou capaz de cumprir. Em outros termos, adota-se uma nova forma de pensar o papel do governo. Nesse sentido, como pontos-chave para entendermos o avanço das ONGs no contexto do pós - guerra fria seriam a globalização, que tem levantado questionamentos não só sobre a centralidade do Estado na política internacional, como também sobre sua capacidade de controle de fronteiras, seja fisicamente – migração – ou economicamente e tem tido grandes implicações para questões ligadas a segurança, tanto no sentido de proteção contra a violência quanto em seus aspectos mais amplos, como segurança ambiental e alimentar. Não só a globalização, mas a nova orientação econômica dos anos 90, o neoliberalismo, teria ajudado a abrir espaço para as ONGs no ambiente internacional: mesmo que o liberalismo tenha sofrido alguns reveses com a crise econômica de 2008, o espaço das ONGs no sistema pode ser considerado consolidado.

1.2. Organizações Não Governamentais versus Organizações Internacionais

1.2.1. Introdução

O sistema internacional moderno nasce com a criação da paz de Vestfália2, possuindo uma

característica única, a anarquia. Por anarquia, entende-se não a ausência de ordem, não a ausência de normas, regras, mas a ausência de uma unidade política que seja acima do Estado. Em outras palavras, domesticamente há relação de hierarquia entre governo e cidadão, enquanto que no ambiente internacional há uma relação de coordenação, isto é, entre iguais (BULL, 2002, p.40). Se internamente existe a figura do governo como instituição capaz de resolver controvérsias, no Internacional as controvérsias, as disputas devem ser resolvidas bi ou multilateralmente pelos Estados, seja por negociação/diplomacia, por conferências e reuniões, seja por meio do uso da força. Esta arquitetura política foi gerida sem muitos problemas até, aproximadamente, a primeira guerra mundial, quando ocorreu o estopim, caracterizado por níveis assustadores de sofrimento

2 A Paz de Vestfália foi um conjunto de Tratados assinados para/após o fim da Guerra dos Trinta Anos na Europa, que é

considerada, pr grande parte dos estudiosos do assunto, , como a formação da diplomacia moderna. A partir das divisões de terras dos Tratados teria ficado conhecida a idéia de Estado-Nação, Estado Soberano e a desvinculação de motivos religiosos como causas/justificativas para conflitos futuros, uma vez que reconheceria que caberia a cada príncipe, a cada governante, definir livremente a religião oficial de seu próprio território. (SALOMÃO, 2008)

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humano, nota-se uma grande necessidade de cooperação internacional; assim, surgiram organizações internacionais com objetivos que vão além do técnico, como a Liga das Nações e, após a Segunda Guerra, as Nações Unidas. Pode-se citar também organizações mais especificas, como a OMC, o G20, a OEA, entre outras. Nesse mesmo contexto de busca por conciliação de interesses e de alívio de sofrimento humano, seja em situações de guerra, seja em problemas estruturais de desenvolvimento ou de catástrofes naturais, que se pode crer a origem das Organizações Internacionais e das Organizações Não-Governamentais. (TURKISHWEEKLY, 2003)

1.2.2. Organizações Internacionais (OIs)

Organizações Internacionais (OIs) apresentam a definição de: uniões de Estados instituídas mediante acordos voluntários entre sujeitos de direito internacional – ou seja, Estados Soberanos - equivalentes, que visam criar uma colaboração consistente, disciplinadas segundo normas internacionais, formando uma entidade estável com ordem jurídica específica, órgãos e meios próprios para cumprimento de interesses comuns, com espaço físico e social e, principalmente, com funções próprias separadas dos órgãos dos Estados. Dos acordos deriva o conjunto de direitos, obrigações, poderes, faculdades e encargos aos quais os membros são submetidos. A maioria das OIs são abertas, ou seja, preveem procedimentos que permitem tornarem-se membros, sujeitos que não participaram das instituições das mesmas. (BOBBIO, MATTEUCCI & PASQUINO, 2007, p. 855-857)

O direito internacional não se direciona especificamente à criação de uma estrutura interna de OIs, fazendo com que exista uma liberdade para tal e uma variedade quanto ao número, dimensões, funcionamento e competência dos órgãos de tais entidades. OIs possuem funções normativas, executivas, militares ou jurisdicionais que apesar de diversas das funções estatais se desempenham sob confiança dos Estados membros (BOBBIO, MATTEUCCI & PASQUINO, 2007, p. 858-860). A Organização das Nações Unidas (ONU) é um exemplo deste tipo de instituição, possuindo estrutura interna e funções específicas. Oficializada em Outubro de 1945, no pós-Segunda Guerra Mundial, a partir da ratificação de sua Carta escrita por 50 países iniciais, tinha como objetivo manter a paz e evitar a repetição de conflitos como as duas Grandes Guerras (ONU(b), s.d.).

1.2.3. Organizações Não Governamentais

As Organizações Não Governamentais (ONGs) se apresentam como mecanismos de atuação classificados como Terceiro Setor, representam a sociedade civil e as empresas privadas, diferenciando-se dos “Primeiro e Segundo setores” (Governos e agentes econômicos) do Sistema Internacional. Possuem funções distintas e diversificadas, ou seja, com seu desenvolvimento, suas áreas de atuação se tornaram cada vez mais amplas. Inicialmente, pregavam a promoção da

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democracia, expandindo-se a maiores níveis até atingirem os mais diversos campos de atuação social, nos quais cada respectivo governo fraquejava em controle, como: direitos humanos, meio ambiente, direitos e proteção da mulher, saúde e infraestrutura. Estas cresceram até atingirem o patamar de forças potentes para o desenvolvimento social e econômico; parceiros importantes na construção da nação e o desenvolvimento nacional; forças valiosas na promoção da democracia; para entidades filantrópicas que cuidam do bem estar, até chegar na atualidade, sendo vistas como capazes de transformar o mundo através do diálogo e cooperação junto aos demais setores. (TURKISHWEEKLY, 2003)

A partir de meados do século XX, as ONGs ganharam uma maior visibilidade no cenário político e de negociação mundiais. Tal evento justifica-se pelo fato de que ao final da Segunda Guerra Mundial, a existência de OIs já não supria sozinha a demanda organizacional do Sistema Internacional, já que, além dos Estados soberanos, o indivíduo-cidadão passou a ser considerado como ator político e com voz. As Grandes Guerras trouxeram problemas sociais à tona. A busca pela democracia, pelos direitos dos próprios cidadãos dentro de conflitos e pelos Direitos Humanos e até Ambientais, fez com que houvesse a necessidade da criação de entidades fora das estruturas clássicas de governança e do foco tradicional de temas que representassem e aumentassem a parcela da Sociedade Civil no Sistema. (Ibid)

Finalmente, no ano de 1945, o termo ONGs foi considerado pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) em sua Carta. Diz o Artigo 71º da Carta das Nações Unidas que:

O Conselho Econômico e Social poderá entrar em entendimentos para consultar organizações não-governamentais que se ocupem de assuntos no âmbito da sua própria competência. Tais entendimentos poderão ser feitos com organizações internacionais e, quando for o caso, com organizações nacionais, depois de efetuadas consultas com o membro das Nações Unidas interessado no caso (ONU, 1945). Apesar de haver uma pluralidade acadêmica quanto à definição de ONG, dentro da concepção da ONU, praticamente qualquer ator privado independente do controle do governo e que não busque desafiá-lo, não represente partido político, não tenha características penais e sem fundos lucrativos, poderia ser considerado como tal. As ONGs independem de governos para seus próprios funcionamentos e, apesar de existirem casos de ONGs capazes de gerar renda por meio de atividades comerciais, é altamente improvável que atinjam o nível de organização burocrática de um governo, partido, ou até mesmo organização criminosa (WILLETS, 2006).

Assim, após seu reconhecimento, ONGs foram capazes de aumentar significantemente seus papéis e suas presenças nos processos da ONU. O número de pessoas participantes nos foros de organizações não governamentais subiu de 30 mil no Foro Sobre a Mulher, em 1995, que aconteceu

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paralelamente à Conferência de Pequim (China) para 35 mil na Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, em Johanesburgo (África do Sul), em 2002 (UNIC, s.d.)..

O direito internacional também não regula as estruturas das ONGs, gerando uma variedade imensa de meios organizacionais. Além disso, essas instituições promovem a obtenção de seus recursos por meio de doações e/ou financiamentos que podem vir de organizações de cooperação internacional, governos ou doações de indivíduos. A gestão destes recursos é baseada nas necessidades para manter o corpo burocrático da ONG e suas atividades nos mais diversos meios políticos e/ou sociais, de acordo com as funções a que se propõem. (AGUIAR & MARTINS, 2006). Organizações não governamentais possuem papel direto na sociedade, podendo desde participar e apoiar fisicamente, cidades em conflitos ou passando por catástrofes naturais, até fazer movimentos com a população para ganhar atenção de causas dos mais diversos tipos, como ambientais ou de direitos humanos.

Ainda, não apenas as Organizações Internacionais possuem um importante na cooperação mundial, como também as ONGs. Enquanto as OIs montam um cenário capaz de gerar reciprocidade entre Estados, ONGs representam/apresentam a inserção de outros atores no âmbito político/social, tanto local quanto internacional. Assim, afirma-se que a principal diferença entre OIs e ONGs se encontra em sua ligação com o Estado: se as primeiras representam espaços de debate/negociação de interesses conflitantes – ou de cooperação – entre Estados, as segundas buscam/defendem interesses ligados a agentes não-Estatais, desde minorias e grupos específicos até a população civil de modo geral.

1.3. ONGs e o dever humanitário

As ONGs, majoritariamente as de viés humanitário, foram criadas devido à crescente necessidade do estabelecimento de melhorias e apoio humanitário durante e depois de conflitos, guerra, ocupações e desastres naturais que ajudaram a perpetuar a pobreza e desigualdade nos Estados. Para desempenhar seu papel elas se especializam em um ou mais campos de atuação a fim de minimizar o desconforto das vítimas, seja por meio de conhecimento técnico em termos de atendimento médico-hospitalar de emergência, distribuição de alimentos e recursos materiais, construção de abrigos/moradias, seja em vítimas de guerra, violência ligada a criminalidade local, como em muitos casos pela américa latina envolvendo vitimas do narcotráfico internacional, desastres naturais, etc. No entanto, a atuação das ONGs está vinculada à permissão do Estado no território de atuação, bem como, em muitos casos em guerras civis, a autorização de atuação por parte das facções que controlem tal território: nesse aspecto que muitas ONGs procuram, sempre, manter sua neutralidade ante conflitos, para que possa ser vista como agente legítimo de atuação no território por ambos os lados de um conflito, atendendo sem distinção vitimas do governo, população

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civil, “rebeldes”, ou quem o for. Não obstante, em muitos casos onde o próprio Estado é o infrator, é o fato gerador de instabilidade e violações de direitos humanos, a atuação de ONGs é dificultada, ameaçada ou barrada, gerando não só grande desconforto político internacional como desgaste ante a opinião publica internacional. (Global Policy Forum, 1999)

Quando a atuação dessas organizações pode ser efetuada, espera-se das ONGs um trabalho íntegro e ético, respeitando-se princípios como humanidade no trabalho, imparcialidade – neutralidade – não-discriminação, proporcionalidade e independência (de atuação de governos, bem como independência financeira).

Por vezes, ONGs enfrentaram batalhas com empresas e outras ONGs do setor privado para serem ouvidas dentro da ONU. Embora algumas ONGs desfrutassem de fácil acesso à reuniões e boa relação com funcionários e delegações da ONU outras eram restringidas pelos governos que colocavam limites na capacidade de falar de forma critica e independente. Nas Nações Unidas, as restrições eram feitas no que diz respeito ao acesso à informação, a documentos e às conferências na Assembleia Geral. Mas em momentos de crise humanitária isso pode mudar, havendo aproximação das partes, principalmente quando ONGs se mostram capazes de oferecer aos Estados uma expertise, uma experiência técnica a emergência em debate que os Estados se mostrem relutantes ou incapazes de aplicarem. (Ibid)

2. ONGs E O SISTEMA ONU

Com o fim da Segunda Guerra Mundial houve a necessidade de criar uma nova governança que não fosse pautada apenas em atores estatais ou organizações internacionais. Percebendo esta tendência, as Nações Unidas (ONU) promoveram grande esforço para se aproximar das Organizações Não-Governamentais (ONGs) e a outros membros da sociedade civil como uma forma de responder rápida e claramente aos diversos desafios que foram enfrentados no século XXI. Além de parceria para a realização de projetos, as ONGs atuam como uma forma de comunicação entre os Estados e a ONU com os membros da sociedade civil. Isso ocorre devido às repetidas atuações destas em questões locais que possibilitam melhor entendimento sobre a cultura daquele povo em particular. Este conhecimento é de grande ajuda para a ONU principalmente naqueles lugares de mais difícil acesso e também durante a consulta feita pela ONU no momento de formulação de políticas e programas criados ou apoiados pelas Nações Unidas. Além disso, as ONGs também participam de diversas conferencias e reuniões organizadas pela ONU para discutir ações que sejam mais eficientes. (UN(c), s.d.)

Dentre os principais papéis desempenhados pelas ONGs com relação à ONU se mostra importante destacar a disseminação de informações; a promoção da sensibilização sobre diversas causas; o avanço da educação; policy (de definição: “um plano, curso de ação ou uma série de

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regulações adotadas por governos, empresas ou instituições que objetivam influenciar e determinar decisões ou procedimentos”, em tradução livre) e advocacy (estratégia utilizada ao redor do mundo por organizações não governamentais, ativistas e até mesmo formuladores de políticas para influenciar políticas; Advocacy está ligada a criação ou reforma de políticas, mas também a implementação efetiva e a obrigação de coloca-las em prática). Ainda podemos mencionar os projetos operacionais e a promoção de experiências técnicas em colaboração com agências, programas e fundos da ONU. (UN(d), s.d.)

Com as parcerias firmadas, a ONU passa a reconhecer o papel das ONGs como parte importante da formação da agenda global, mas também como atores operacionais influentes. Para que esse trabalho possa ocorrer de modo adequado, a ONU criou departamentos e órgãos que lidam especialmente com a área humanitária. Como exemplo podemos citar o setor de ONGs dentro do Departamento de Informação Pública da ONU (DPI-NGO), que tem como objetivo espalhar o máximo de informação possível sobre a ONU por meio de serviços de informação nacional e educação institucional para que as pessoas não só conheçam melhor a organização, mas possam atuar e se reportar a ela caso desejem participar e atuar de forma a garantir qualquer tipo de mudança social, político, cultural e econômico dentro de suas sociedades ou externamente; o UNDEF – United Nations Democracy Fund (Fundo da ONU para Democracia) que tem apoio de 36 (trinta e seis) Estados membros e procura garantir fundos para fortalecimento da “voz” da sociedade civil em diversos processos democráticos ao redor do mundo; ICSO – Internacional Civil Society Organizations (Organizações Internacionais da Sociedade Civil) que é composta em grande medida por ONGs e que garantem que estas possam se candidatar e adquirir status consultivo dentro do ECOSOC (Conselho Econômico e Social das Nações Unidas); e NGLS – The Non Governmental Liaison Service (Serviço para Cooperação Não Governamental) que pode ser considerado o mais importante dentro da relação ONU- ONGs porque define as bases do relacionamento. O NGLS fomenta parcerias dinâmicas entre a ONU e as ONGS promovendo informações, conselhos, visões de especialistas e serviços de suporte. Após tudo exposto, se perceber que cada uma das agencias assinaladas têm suas próprias e especificas funções, porém o objetivo central de todas é somar no diálogo entre a Sociedade Civil e as Nações Unidas. (UN(d), s.d.)

Contudo, nem sempre houve grande e especifica atenção quanto às ONGs, especialmente as regionais e nacionais. Durante as décadas de 1970 e 1980, ainda que houvesse reconhecimento de sua relevância, somente as ONGs internacionais podiam se candidatar ao status consultivo e de modo mais efetivo se fossem de países do norte. Com a chegada dos anos de 1990, este cenário se alterou devido a grande diversidade dos temas das agendas, além da inclusão ONGs locais. Desde então, houve cada vez mais necessidade de fortalecer a relação ONU-ONGs que seria reafirmada na Declaração do Milênio, em setembro de 2000:

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To strengthen cooperation between the United Nations and regional organizations, in accordance with the provisions of Chapter VIII of the Charter. To give greater opportunities to the private sector, non-governmental organizations and civil society, in general, to contribute to the realization of the Organization’s goals and programmes. (AGNU, 2000)

Sendo a ONU uma organização internacional composta primordialmente por Estados, as ONGs possuem o direito ao voto nos órgãos da organização em geral. Pode-se citar a ausência do terceiro setor dentro do Conselho de Segurança ou da Assembleia Geral já que essas organizações são julgadas em um patamar político inferior aos dos países membros. Mesmo assim, as ONGs possuem um serviço bastante amplo junto à ONU por meio do seu status consulta dentro dos comitês. De modo a exemplificar isso, podemos consultar o Artigo 71 da Carta da ONU que especifica que a ECOSOC pode consultar qualquer organização não governamental que tenha competência relativa aos assuntos discutidos dentro do âmbito do Conselho. (UN(f), s.d.)

Como visto, as ONGs atuam não somente como consultivas aos países junto a promoção de informação, mas também como críticas de forma a buscar a atenção dos Estados para problemática da sociedade civil internacional. Por vezes, os países não focam em uma visão geral do contexto internacional por estarem mais concentrados em suas questões nacionais, sendo assim, as ONGs se mostram cada vez mais importante e essencial dentro do sistema internacional. (WILLETS, 1996) Ambicionam, desta forma, assegurar direitos e interesses que em variados casos são omitidos pelos Estados nas discussões. (UN(f), s.d.)

No que diz respeito ao status consultivo, existe uma divisão em três categorias. Este status abrange as grandes ONGs internacionais que em um escopo maior cobrem a agenda do ECOSOC. O status especial é destinado às ONGs que têm determinado conhecimento em algum campo de atuação do ECOSOC. Além deste, existe o status consultivo “a pedido” que pode ser obtido por ONGs que têm competência para realizar contribuições eventuais a ONU. De qualquer forma, na resolução 1996/31 foi definido que organizações não governamentais poderiam ser convidadas a participar do processo preparatório e também de todas as conferencias internacionais desde que estivessem conveniadas às Nações Unidas. Para serem candidatas, bastaria que entrassem com sua situação legalizada em seu país e terem interesse no tema. (United Nations General Assembly, 2001).

As organizações não governamentais além de participarem das convenções da ONU elas também impulsionam reuniões paralelas que acontecem ao mesmo tempo ou previamente ao evento principal. Antes de acontecerem as reuniões, as ONGs organizam briefings a todos os delegados do terceiro setor e aos representantes interessados dos Estados Membros de modo que todos possam debates e se inteirar sobre as questões em debate. (United Nations General Assembly, 2001).

É preciso destacar que uma das principais motivações da sociedade civil nas conferencias e seções especiais da ONU é colaborar e influenciar o desenrolar das discussões, assim como ajudar

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na elaboração e implementação dos projetos que são escolhidos. (United Nations General Assembly, 2001).

Após esta explanação, se torna evidente o papel de cada delegado de ONGs dentro dos comitês que participarão. Haverá sempre necessidade de direcionar as discussões dos comitês em que estarão participando para o âmbito do interesse público de modo a produzir uma ação que seja benéfica para os Estados sem nunca esquecer o povo e as questões que estes sofrem em seu cotidiano.

3. ONGs

3.1. CICV

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que teve sua fundação em 1863, é uma organização não governamental que tem suas diretrizes e mandado pautados na Convenção de Genebra de 1949. Esta convenção conseguiu ser a essência do Direito Internacional Humanitário que visa proteger de forma especifica as pessoas que não participam de conflitos e hostilidades, mas que são afetados por eles; isto inclui soldados feridos, doentes, refugiados, prisioneiros de guerra, civis e questões de saúde e justiça.

Desde sua criação, o CICV tem como objetivo central endossar a proteção e a assistência às vítimas de lutas e conflitos armados. Isto é feito por meio de uma estrutura organizacional que contem uma Assembleia, um Conselho de Assembleia e uma Diretoria que têm a responsabilidade geral sobre a política, a estratégia e todas as decisões que serão relacionadas com o desenvolvimento do DIH. Sua história se confunde com a história de desenvolvimento das ações humanitárias em todo mundo.

Sua primeira ação foi em 1864, quando o fundador do CICV, Henry Dunant, conseguiu convencer lideres políticos de vários países a adotar politicas que fossem mais favoráveis à proteção de vítimas de guerra por meio de tratado que obrigasse aos exércitos cuidar dos soldados feridos por meio de sociedades que prestassem serviços médico militares. Mas foi apenas na Primeira Guerra Mundial que a organização tomou poder internacionalmente por suas ações que foram muito desafiadas por uma guerra sem precedentes como esta foi, além de sofrer com o totalitarismo da década de 20 e o ambiente hostil para as ONGS. Na Segunda Guerra Mundial, o foco nos na ajuda humanitária aos civis se mostrou cada vez maior dado que estes eram os principais afetados pela guerra e pelas perseguições do Terceiro Reich. Apesar de grande luta e apoio aos prisioneiros de guerra, alguns países da Europa Oriental, principalmente, criticavam as ações da CICV por não terem alcançado de forma satisfatória as vítimas do Holocausto. Além disso, também foi criticada por prestar muita ajuda de recuperação a civis e países derrotas, como a Alemanha. Mas isso deveria ser visto como ação

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imparcial perante resultados de guerra, já que todos são iguais perante o Direito Internacional Humanitário.

Atualmente, a CICV está presente com projetos na Somália, atendendo às necessidades das vitimas que são, quase sempre, atingidas por desastres naturais. Na Síria, são feitos movimentos para garantir os direitos humanos daqueles que estão dentro ou fora do país que sofrem em decorrência dos conflitos que veem acontecendo. Nestes dois locais, a CICV busca promover e monitorar o cumprimento dos DIH.

3.2. OXFAM

A OXFAM - Oxford Committee for Famine Relief - é uma organização não governamental que tem como objetivo mudar o mundo por meio da mobilização de pessoas contra a pobreza que assola o mundo além do combate às injustiças que estão presentes no cotidiano de muitos que não têm como se proteger. Presente em noventa e quatro países, a organização trabalha para alcançar modos inovadores e mais práticos para prover assistência àqueles que estão em situação crítica. Ao longo dos anos, são feitas campanhas para que as vozes dos mais pobres possam influenciar os tomadores de decisão locais e globais a tomarem atitudes que sejam refletidas positivamente neles que precisam desta ajuda.

Criada em 1942, a ONG tinha como objetivo angariar alimentos para serem enviados à crianças e mulheres que sofriam com o bloqueio naval ao inimigo na Grécia durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1995, a OXFAM Internacional foi criada por um grupo de organizações não governamentais independentes com a finalidade de trabalhar junto para um maior impacto no cenário internacional para reduzir a pobreza e a injustiça.

O trabalho promovido pela OXFAM é focado em seis áreas sendo elas: desenvolvimento, emergência, campanha, defesa, pesquisa de política, entendimento multidimensional. A ONG trabalha com muitos parceiros e comunidades por meio de programas de longo prazo que tentam viabilizar a erradicação da pobreza e o combate à injustiça. Para que isso seja feito, quando necessário, são enviadas assistências imediatas que salvam a vida das pessoas que possam ter sido afetadas tanto por desastres naturais quanto por conflitos dentro de seu território de modo a ajudar essas pessoas a serem resilientes em futuros contratempos. Esta ajuda é parte de um movimento global para a mudança que é promovida pela OXFAM e seus parceiros por meio de campanhas que incitam a necessidade de ter atenção às causas da pobreza, além de encorajar pessoas comuns, que não têm influencia direta nas decisões governamentais, a terem ação para um mundo mais justo. Essa ação é bem sucedida quando os tomadores de decisão são influenciados por dados, ações sociais e analises politicas a mudarem suas praticas e politicas de modo a alavancar a mudança que é buscada.

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Atualmente a organização está presente na Síria na tentativa de tornar a vida dos refugiados melhor. Isso inclui a atração de doações de alimentos, vestimentas, que se tornaram essenciais com a chegada do rigoroso inverno, além, é claro, de tentar alcançar a paz por meio de influencia aos tomadores de decisão.

3.3. HRW

A organização Human Rights Watch é uma organização pequena se comparada com outras como a Cruz Vermelha em tamanho de pessoal, mas é tão grande quando em processo de proteção aos direitos humanos por todo o mundo. Ela é conhecida por ser uma organização imparcial, que trabalha junto com organizações de direitos humanos locais e que sempre usa a mídia de modo efetivo.

Estabelecida em 1978, a Human Rights Watch conta com uma equipe de advogados, acadêmicos e outros especialistas em todos os locais em que atua. Todos os anos a organização produzi mais de 100 relatórios que consegue atingir mídias locais e internacionais, assim como governos, as Nações Unidas e grupos como a União Africana e União Europeia de modo que essas sejam sensibilizadas a mudar determinadas politicas que possam priorizar e promover os direitos humanos em seus países. Por meio desses relatórios, além de conseguir mudanças na parte politica, a HRW consegue dar voz àqueles que são oprimidos e marginalizados e também sinalizam quem seriam os responsáveis por tal situação para que os mesmo pudessem ser punidos por suas terríveis ações.

O ponto focal do trabalho efetuado pela HRW é de sempre ficar ao lado das vítimas e de salientar e sempre buscar os opressores com forte pressão jurídica para que eles possam responder por seus crimes e assim terminar com um possível ciclo de desrespeito aos direitos humanos. Assim, com este ciclo terminado, poderia se construir uma base moral e legal dentro do país para que uma verdadeira mudança fosse implementada e fortificada. A Human Rights Watch sempre busca a prevenir os ativistas e as vitimas da discriminação, da falta de liberdade politica, busca garantir que o direito de guerra seja cumprido. A organização apoia a junção da comunidade internacional na causa dos direitos humanos.

No presente, a HRW trabalha para expor os abusos dos direitos humanos e na promoção da democracia na Líbia. Um de seus membros foi admitido depois da queda do governo Gaddafi no Comitê de Direitos Humanos e da Sociedade Civil do parlamento líbio. Ele conduziu investigações sobre os maus tratos que os prisioneiros sofriam das mãos dos comandados do ex-general. Todo o trabalho é voltado para uma Nova Líbia, mais justa, mais igual e com novas leis que respeito o Direito Internacional Humanitário.

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3.4. CARE

Fundada em 1945, a CARE é uma organização não governamental internacional que briga par que a pobreza seja combatida em todo o mundo. O projeto da organização se diferencia dos demais porque nele é focado na população feminina pobre. Acreditam que se elas estejam esquipadas com seus recursos de forma adequada, as mulheres teriam poder de ajudar muitas famílias, além de suas próprias, e comunidades inteiras a escapar do estado de pobreza.

As mulheres e meninas são as primeiras a serem afetadas pela pobreza. Em muitos países pobres são elas quem cultivam em suas terras e tentam mandar seus filhos para o colégio e nem mesmo têm direito sobre essas terras. Mas são elas também, as primeiras a serem banidas de ir à escola quando meninas e são as ultimas a receber o prato de comida. Sendo assim, elas sofrem desproporcionalmente com essa situação. É evidente, porém, que os meninos e homens não podem ser esquecidos do projeto de combate à fome. Os homens acabam sendo beneficiados pelos programas de engrandecimento social para as mulheres. Tendo acesso a educação, saúde e oportunidade econômica, os irmãos, maridos, filhos e pais também podem desfrutar dos ganhos sociais.

A pobreza está muito ligada com a desigualdade entre os sexos e os homens que participam dos projetos da ONG percebem cada vez mais a necessidade de criar uma cultura entre eles de empoderamento da mulher para que seja possível melhor a situação da sociedade como um todo. Com a conscientização sendo formada entre os homens não só os números de pobreza serão melhorados, mas também os de violência física, educação e oportunidade econômica.

Para que as ações durem por mais tempo a CARE se disponibiliza para ajudar no fortalecimento das capacidades de self-help das mulheres, promove oportunidade econômica a todos, promove ajuda em situações de emergência, tenta influenciar tomadores de decisão em todos os níveis e se dirige à discriminação em todas as formas. Todas essas medidas são tomadas sempre levando em consideração a comunidade a comunidade local para que seja obtida no mundo mais tolerância, mais justiça de modo que seja possível viver com mais dignidade e segurança.

Atualmente, a CARE está presente na Somália com um programa que inclui projetos de água e saneamento, atividades de pastoreio que seja sustentáveis, ajuda à sociedade civil e o desenvolvimento da mídia, desenvolvimento da escola primário e o treinamento de novos professores e alfabetização aos adultos. Todos os projetos realizados são em parceria com agências somalis e internacionais, com os líderes da sociedade civil e autoridades locais.

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