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Coordenação Geral de Tributação

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Academic year: 2021

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Coordenação­Geral de Tributação 

 

       

  Solução de Consulta  nº  78 ­ Cosit  Data  28 de março de 2014  Processo        Interessado        CNPJ/CPF         

ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS 

CONTRIBUIÇÃO  PREVIDENCIÁRIA  INCIDENTE  SOBRE  A  RECEITA  BRUTA  (CPRB).  EMPRESAS  DE  TECNOLOGIA  DA  INFORMAÇÃO  (TI)  E  DE  TECNOLOGIA  DA  INFORMAÇÃO  E  COMUNICAÇÃO  (TIC).  BASE  DE  CÁLCULO.  EXCLUSÕES.  CARÁTER OBRIGATÓRIO.  

A  receita  bruta  que  constitui  a  base  de  cálculo  da  contribuição  previdenciária  a  que  se  refere  o  art.  7.º  da  Lei  n.º  12.546,  de  2011,  compreende: receita decorrente da venda de bens nas operações de conta  própria,  a  receita  decorrente  da  prestação  de  serviços  em  geral  e  o  resultado auferido nas operações de conta alheia.  

Não se computa, nessa base de cálculo, o ajuste de que trata o inciso VIII  do  art.  183  da  Lei  nº  6.404,  de  1976,  e  excluem­se  os  valores  correspondentes:  a)  às  vendas  canceladas  e  os  descontos  incondicionais  concedidos; b) à receita bruta de exportações; c) à receita bruta decorrente  de  transporte  internacional  de  carga;  d)  ao  Imposto  sobre  Produtos  Industrializados  ­  IPI,  se  incluído  na  receita  bruta;  e)  ao  Imposto  sobre  Operações  relativas  à  Circulação  de  Mercadorias  e  sobre  Prestações  de  Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ­  ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços  na condição de substituto tributário.  

Outras  receitas,  porventura  auferidas  pela  pessoa  jurídica  sujeita  ao  recolhimento  da  CPRB,  tais  como  receitas  financeiras,  variação  cambial,  recuperação  de  despesas,  aluguéis,  não  compõem  a  base  de  cálculo  da  contribuição.   A contribuição substitutiva a que se refere o art. 7.º da Lei nº 12.546, de  2011, é obrigatória para as pessoas jurídicas contempladas nesse artigo.    EMPRESAS MISTAS. BASE DE CÁLCULO PROPORCIONAL.  As empresas consideradas mistas, isto é, que auferem receitas decorrentes  da prestação de serviços de TI e de TIC na forma estabelecida no art. 7.º da  Lei  n.º  12.546,  de  2011,  e  de  outras  atividades  não  submetidas  à  contribuição  substitutiva,  deverão  recolher:  a)  a  contribuição  previdenciária  sobre  a  receita  bruta  mediante  a  aplicação  da  alíquota  de 

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dois  por  cento  (dois  e  meio  por  cento  até  31  de  julho  de  2012)  sobre  a  parcela da receita bruta correspondente às atividades de TI  e TIC;  e b) a  contribuição  previdenciária  patronal  sobre  a  folha  de  pagamento  prevista  nos  incisos  I  e  III  do  art.  22  da  Lei  n.º  8.212,  de  1991,  calculada  pela  aplicação da alíquota de 20% sobre o valor total das remunerações pagas,  devidas ou creditadas aos segurados empregados, trabalhadores avulsos e  contribuintes  individuais  a  serviço  da  empresa,  aplicando­se,  sobre  o  resultado, o percentual resultante da razão existente entre a receita bruta de  atividades não sujeitas à substituição e a receita bruta total, devendo, nesta  última, serem computadas as receitas de exportação.  

Não se aplica o regime misto quando a receita bruta decorrente de outras  atividades desenvolvidas pela empresa for igual ou inferior a 5% da receita  bruta  total,  sendo  a  contribuição  previdenciária  calculada  sobre  a  receita  bruta total auferida no mês. 

As  empresas  de  TI  e  TIC  que  se  dediquem  também  a  outras  atividades  deverão segregar meticulosamente as receitas provenientes dos serviços de  TI  e  TIC  daquelas  decorrentes  de  outros  serviços,  mantendo  registro  discriminado de sua origem, a fim de que seja possível a correta utilização  da desoneração fiscal de que aqui se trata. 

CONTRIBUIÇÃO  PREVIDENCIÁRIA  SOBRE  A  RECEITA  BRUTA.  ESTABELECIMENTO EQUIPARADO A INDUSTRIAL.  

Não  se  aplica  a  disciplina  estabelecida  no  art.  8.º  da  Lei  n.º  12.546,  de  2011,  à  pessoa  jurídica  equiparada  a  estabelecimento  industrial  que  não  realizar qualquer das operações de industrialização indicadas no art. 4.º do  Decreto  7.212,  de  2010  (Ripi/2010),  o  que  implica  o  recolhimento  das  contribuições previdenciárias previstas no art. 22, incisos I e III, da Lei n.º  8.212, de 1991. 

CONTRIBUIÇÃO  PREVIDENCIÁRIA  SOBRE  A  RECEITA  BRUTA, 

TREINAMENTO  E  ASSESSORIA  E  CONSULTORIA  EM 

INFORMÁTICA. 

Os  treinamentos  visando  à  capacitação  de  funcionários  (xxx)  de  (xxx)  clientes em máquinas e programas de computador não se confundem com  os serviços de assessoria e consultoria em informática, porquanto estes são  serviços de tecnologia da informação, ao passo que aqueles se enquadram  no conceito de atividades de ensino.  Dispositivos Legais: Constituição Federal, 1988, art. 149, § 2.º, inc. I; Lei  n.º 8.212, de 1991, art. 22 e 30; Lei n.º 11.774, de 2008, art. 14; Decreto  n.º 3.000, 1999 (RIR/1999), arts. 279, 373, 374, 375, 377 e 378; Decreto nº  7.212, de 2010 (RIPI/2010), arts. 4º, 8º e 9º e 609; Lei n.º 12.546, de 2011,  arts. 7.º a 9.º e 52; Lei n.º 12.715, de 2012, arts. 55 e 78; Medida Provisória  n.º 563, de 2012; Medida Provisória n.º 634, de 2013; Lei n.º 12.844, de  2013,  art.  13;  Decreto  n.º  7.828,  de 2012,  arts.  2.º,  4.º  e  5.º;  IN  RFB  n.º  1.110, de 2010; IN RFB  n.º 1.436, de 2013; Parecer Normativo n.º 3, de  2012;  ADE  Codac n.º  86,  de  2011;  ADE  Codac  n.º  93,  de  2011,  e  ADE  Codac n.º 33, de 2013.  

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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO 

PROCESSO DE CONSULTA. INEFICÁCIA PARCIAL. 

O  processo  de  consulta  destina­se  a  dirimir  dúvidas  do  sujeito  passivo  acerca  da  interpretação  de  dispositivos  da  legislação  tributária,  não  se  prestando  a fornecer orientações procedimentais ou a enquadrar a pessoa  jurídica em qualquer sistemática de tributação.  Dispositivos Legais: IN RFB n.º 1.396, de 2013, art. 1.º e art. 18, incisos  VII e XIV.  

Relatório 

A  interessada,  pessoa  jurídica  acima  identificada,  por  meio  de  seu  Procurador  devidamente identificado, a partir da referência aos serviços por ela prestados que entende se  enquadrarem no conceito de “Tecnologia da Informação” – TI e “Tecnologia da Informação e  Comunicação” – TIC, nos termos do artigo 14, parágrafos 4.º e 5.º da Lei n.º 11.774, de 17 de  setembro de 2008, e aos quais se aplicam o contido na Lei n.º 12.546, de 14 de dezembro de  2011, e MP n.º 563, de 03 de abril de 2012 (doc. 03), formula consulta sobre a utilização da  nova sistemática de cálculo das contribuições previdenciárias sob à luz dessa referida lei.  2.    Explica, sob o enfoque da Lei n.º 12.546, de 2011, que, no caso das empresas 

prestadoras  exclusivas  de  serviços  de  TI  e  TIC,  ficou  estabelecida,  até  31  de  Dezembro  de  2014, uma alíquota de 2,5% ­ que passou a 2% com a edição da MP n.º 563, de 2012 ­ sobre o  valor  da  receita  bruta,  excluídas  as  vendas  canceladas  e  os  descontos  incondicionais  concedidos  e  as  receitas  oriundas  de  exportação,  para  o  cálculo  das  contribuições  previdenciárias  devidas;  por  outro  lado,  em  se  tratando  de  empresas  que,  também,  praticam  outras atividades – (xxx) ­ o cálculo das contribuições previdenciárias deve ser feito de forma  proporcional  (artigo  9.º,  §  1.º),    com  a  exclusão  da  receita  de  exportação  da  base de  cálculo  (artigo 9.º, inciso II).  

3.    Prossegue,  nos  mesmos  parâmetros,  especificando  as  alíquotas  a  serem 

aplicadas e as exclusões permitidas, no caso de empresas fabricantes de produtos listados no  Anexo da norma legal em comento, bem como em relação àquelas empresas que se dedicam a  outras atividades, como é o seu caso como equiparada à industrial.  4.    Relembra os motivos da promulgação da Lei n.º 12.546, de 2011, e da MP n.º  563, de 2012 – incentivar as empresas de determinados setores econômicos a se recuperarem  da crise econômica que vem abalando o cenário mundial – para ressaltar, por meio de cálculos  exemplificativos, que, dependendo do valor da receita bruta e da folha de salários, a nova 

forma  de  recolhimento  será  um  malefício,  e  concluir  que  essa  nova  sistemática  seria  uma  faculdade para os contribuintes e não uma obrigatoriedade (grifos do original). 

5.    Conclui,  com  relação  ao  tema  “aferição  da  base  de  cálculo  e  exclusão  das 

receitas de exportação” ­ passando pela análise do conceito de “receita bruta total” ­ que, nos  termos  do  artigo  9.º,  inciso  II,  da  Lei  n.º  12.546,  de  2011,  tais  receitas  devem  ser  excluídas  quando for apurado o valor da  contribuição previdenciária incidente sobre a receita bruta do  serviço de TI/TIC. 

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6.    Entende,  com  base  no  artigo  14,  §§  4.º  e  5.º,  da  Lei  n.º  11.774,  de  2008,  ao  discutir o “enquadramento do serviço de “Treinamento” como serviço de TI/TIC” – (...) ­ que o  serviço  de  treinamento  consiste  num  serviço  de  “assessoria  e  consultoria  em  informática”,  devendo, portanto, ser agregado aos demais serviços de TI/TIC por ela desenvolvidos.  7.    (xxx).  8.    (xxx).  9.    Sob esse prisma, apresenta as seguintes indagações:  a)  A Receita Federal ratifica o entendimento da Consulente no sentido de que a nova  forma de recolhimento previdenciário seria uma faculdade do contribuinte? A Receita  Federal ratifica o entendimento de que a Consulente poderá deixar de utilizar a forma  substitutiva  de  recolhimento  previdenciário  nas  competências  em  que  a  nova  sistemática lhe for desfavorável? 

b)  A  Receita  Federal  ratifica  o  entendimento  da  Consulente  no  sentido  de  que  os  valores  decorrentes  da  "receita  de  exportação"  não  deverão  ser  considerados  como  parte do valor da "receita bruta total" para calcular o percentual estabelecido no art.  9°,  §1.°,  II,  da  Lei  n.°.  12.546/2011,  visto  que  as  "receitas  de  exportação"  estão  expressamente excluídas da base de cálculo das contribuições previdenciárias? 

c)  A Receita Federal ratifica o entendimento da Consulente no sentido de que o serviço  de  "treinamento"  por  ela  realizado  configura  em  nítido  serviço  de  "tecnologia  da  informação" ­ TI e "tecnologia da informação e comunicação" ­ TIC? 

d)  A Receita Federal ratifica o entendimento da Consulente no sentido de que a pessoa  jurídica  equiparada  à  industrial  poderia  ser  considerada  fabricante  para  fins  de  cálculo das contribuições previdenciárias de acordo com a sistemática prevista na Lei  n° 12.546/12? Além disso, a Receita Federal ratifica o entendimento da Consulente no  sentindo de que esta poderá se beneficiar, se for o caso, da nova forma de recolhimento 

previdenciário  previsto  nos  artigos  7.o,  8.o  e  9.o  da  Lei  n.°  12.546/2011?  (grifos  do 

original). 

e)  A Receita Federal ratifica o entendimento da Consulente no sentido de que a forma  correta  para  declarar  e  recolher  as  contribuições  previdenciárias  em  GFIP/SEFIP  seria utilizar o campo "compensação" para refletir a diferença existente entre a o valor  da contribuição previdenciária apurado nos termos do artigo 30 da Lei n.°. 8.212/91 e  o valor da contribuição previdenciária apurado nas formas dos artigos 7.o, 8.o e 9.° da  Lei n.° 12.546/2011?  f) A Receita Federal ratifica o entendimento da Consulente no sentido de que a Guia da  Previdência Social — GPS gerada automaticamente pelo sistema GFIP/SEFIP deverá  ser desprezada,  devendo ser  preenchidas novas  guias  de recolhimento,  manualmente,  com os valores efetivamente devidos sobre cada parcela, devendo ser utilizada GPS e  DARFs para cada parcela? 

g)  A  Receita  Federal  ratifica  o  entendimento  da  Consulente  no  sentido  de  que  os  valores devidos a título de contribuição previdenciária deverão ser recolhidos: (a) em  GPS única (para cada estabelecimento), sob o código de recolhimento "2100", ante a  ausência de criação de código de recolhimento específico para esta hipótese, sobre a  parcela relativa à folha de salários; e (b) em DARFs, de forma única e centralizada,  sobre  a  parcela  relativa  à  receita  bruta  dos  serviços  de  TI  e  TIC  e  outra  sobre  a 

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parcela relativa à importação de produtos listados nos Anexos I e II do Decreto nº.  7.828/2012  (nos  casos  em  que  a  nova  forma  de  recolhimento  for  favorável  à  Consulente)?(grifos do original). 

10.    xxxxx 

11.    Por fim, insere a seguinte indagação: 

h)  A  Receita  Federal  ratifica  o  entendimento  da  Consulente  no  sentido  de  que  os  valores  decorrentes  de  "receitas  financeiras"  não  deverão  integrar  o  conceito  de  "receita bruta total" e, dessa forma, não deverão ser incluídas na base de cálculo das  referidas contribuições? 

12.    Acrescenta,  no  tocante  ao  enquadramento  do  serviço  de  “treinamento”  como 

serviço de TI/TIC – “assessoria e consultoria em informática – Lei n.º 11.774, de 2008, artigo  14, § 4.º, inciso VI – que o Projeto de Lei n.º 3.647, de 2012, propõe a inclusão do serviço de  “treinamento em informática” no rol de serviços de TI/TIC, com a justificativa de que, (xxx),  (xxx) os especialistas da área não sabem se a expressão "treinamento em informática" refere­se  apenas a cursos de informática (...).  É o Relatório. 

Fundamentos 

13.    (xxx). 

14.    Preliminarmente,  cabe  informar  que  a  finalidade  do  processo  de  consulta, 

disciplinado pela Instrução Normativa RFB n.º 1.396, de 2013, destina­se unicamente a dirimir  dúvidas,  nos  termos  em  que  foi  relatada,  do  sujeito  passivo  acerca  da  interpretação  de  determinada norma tributária aplicável a situações por ele vivenciadas e cujo sentido pareça­ lhe dúbio, obscuro ou de difícil compreensão. Por conseguinte, esta Solução de Consulta terá,  como  base,  as  informações  fornecidas  pela  consulente,  expostas  no  relatório  supra,  somente  produzindo efeitos nesse contexto. Assim, qualquer fato omitido ou novo, que seja relevante e  altere  as  circunstâncias  descritas,  tornará  inaplicável  o  entendimento  esboçado  na  presente  decisão.  

15.    Ponto importante a ser observado é o de que não cabe, em sede de processo de 

consulta, chancelar o enquadramento do contribuinte, ou de parte de suas receitas, em uma ou  outra  das  sistemáticas  de  tributação  previstas  na  legislação  aplicada  às  Contribuições  Previdenciárias,  porquanto  tal  trabalho  configura  consultoria  fiscal,  que,  além  de  fugir  ao  objetivo da consulta que é, reitere­se ­ solucionar dúvidas originadas de ambiguidades do texto  legal ou de peculiaridades do caso concreto em função das quais haja dificuldade em adequar o  “conceito  do  fato”  ao  “conceito  da  norma”  ­  demandaria  a  análise  de  documentos  e  das  atividades  da  empresa.  A  opção  deverá  ser  fruto  de  sua  própria  avaliação,  cabendo  à  Administração  apenas  fornecer  subsídios  para  que  possa  decidir  com  maior  margem  de  segurança.  

16.    Sob  esse  ângulo,  considerando  que,  de  modo  geral,  os  requisitos  formais  da 

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admissibilidade de cada uma das questões suscitadas pela consulente, que podem ser agrupadas  nos seguintes assuntos: faculdade de aplicação do benefício instituído pela Lei n.º 12.546, de  2011;  exclusão  de  receitas  de  exportação,  para  fins  de  cálculo  do  percentual  previsto  na  referida  norma;  exclusão  de  receitas  financeiras  no  conceito  de  “receita  bruta  total”;  possibilidade  de  enquadramento  dos  serviços  de  treinamento  como  serviço  de  TI/TIC;  equiparação da empresa a industrial como fabricante de produtos listados nos Anexos I e II do  Decreto  n.º  7.828,  de  16  de  outubro  de  2012;  e  operacionalização  do  recolhimento  previdenciário. 

Da  faculdade  de  aplicação  do  benefício  instituído  pela  Lei  n.º  12.546,  de  2011,  e  da  possibilidade de enquadramento dos serviços de treinamento como serviço de TI/TIC 

17.    (xxx). 

18.    A Lei n.º 12.546, de 2011, fruto da conversão da MP n.º 540, de 02 de agosto de 

2011,  vem  sofrendo,  desde  a  sua  publicação,  constantes  alterações  por  meio  de  medidas  provisórias e suas respectivas leis de conversão, como: a MP n.º 563, de 3 de abril de 2012,  convertida na Lei n.º 12.715, de 17 de setembro de 2012; a MP n.º 582, de 20 de setembro de  2012, convertida na Lei n.º 12.794, de 02 de abril de 2013; a MP n.º 601, de 28 de dezembro de  2012, cujo prazo de vigência esgotou em 03 de junho de 2013, conforme Ato do Presidente da  Mesa do Congresso Nacional n.º 36, de 05 de junho de 2013; a MP n.º 612, de 04 de abril de  2013, cujo prazo de vigência esgotou em 1.º de agosto de 2013, conforme Ato do Presidente da  Mesa do Congresso Nacional n.º 49, de 06 de agosto de 2013; a Lei n.º 12.844, de 19 de julho  de 2013; a Lei nº. 12.865, de 9 de outubro de 2013, a Lei nº 12.873, de 24 de outubro de 2013 e  a MP nº 634, de 26 de dezembro de 2013. 

19.    O  artigo  7.º  da  Lei  n.º  12.546,  de  2011,  sofreu  alterações  com  a  edição  da 

Medida  Provisória  n.º  563,  de  2012,  que,  mais  tarde,  em  17  de  setembro  de  2012,  foi  convertida na Lei n.º 12.715, restando, conforme abaixo, redigido o citado dispositivo:  

Art. 7º Até 31 de dezembro de 2014, a contribuição devida pelas empresas que prestam  exclusivamente  os  serviços  de  Tecnologia  da  Informação  (TI)  e  de  Tecnologia  da  Informação e Comunicação (TIC), referidos no § 4º do art. 14 da Lei nº 11.774, de 17  de  setembro  de  2008,  incidirá  sobre  o  valor  da  receita  bruta,  excluídas  as  vendas  canceladas e os descontos incondicionais concedidos, em substituição às contribuições  previstas  nos  incisos  I  e  III  do  art.  22  da  Lei  nº  8.212,  de  24  de  julho  de  1991,  à  alíquota de 2,5%  (dois inteiros e cinco décimos por cento).  (Vide art. 45 da Medida  Provisória nº 563/2012 )  

Art.  7.º  Até  31  de  dezembro  de  2014,  contribuirão  sobre  o  valor  da  receita  bruta,  excluídas  as  vendas  canceladas  e  os  descontos  incondicionais  concedidos,  em  substituição às contribuições previstas nos incisos I e III do art. 22 da Lei n.º 8.212,  de 24 de julho de 1991, à alíquota de 2% (dois por cento): ( Redação dada pela Lei nº  12.715, de 17 de setembro de 2012) ( Vide art. 78, § 2.º da Lei n.º 12.715/2012 )   I ­ as empresas que prestam os serviços referidos nos §§ 4.º e 5.º do art. 14 da Lei n.º  11.774,  de  17  de  setembro  de  2008;  (Redação  dada  pela  Lei  n.º  12.715,  de  17  de  setembro de 2012) (Vide art. 78, § 2.º da Lei n.º 12.715/2012). 

(7)

1.º Durante a vigência deste artigo, as empresas abrangidas pelo caput e pelos §§ 3.º e  4.º  deste  artigo  não  farão  jus  às  reduções  previstas  no  caput  do  art.  14  da  Lei  n.º  11.774, de 2008.   § 2.º O disposto neste artigo não se aplica a empresas que exerçam as atividades de  representante, distribuidor ou revendedor de programas de computador, cuja receita  bruta decorrente dessas atividades seja igual ou superior a 95% (noventa e cinco por  cento) da receita bruta total. (Redação dada pela Lei n.º 12.715, de 17 de setembro de  2012) Vide art. 78, § 2.º da Lei n.º 12.715/2012).  3.º No caso de empresas de TI e de TIC que se dediquem a outras atividades, além das  previstas no caput, até 31 de dezembro de 2014, o cálculo da contribuição obedecerá:   (Vide art. 53 da Medida Provisória nº 563/2012 ) (Revogado pela Lei n.º 12.715, de 17  de setembro de 2012) (Vide art. 79, inc. III da Lei 12.715/2012)   I – ao disposto no caput quanto à parcela da receita bruta correspondente aos serviços  relacionados no caput; e  (Revogado pela Lei nº 12.715, de 17 de setembro de 2012)  (Vide art. 79, inc. III da Lei 12.715/2012)   II – ao disposto nos incisos I e III do art. 22 da Lei n.º 8.212, de 1991, reduzindo­se o  valor  da  contribuição  a  recolher  ao  percentual  resultante  da  razão  entre  a  receita  bruta de atividades não relacionadas aos serviços de que trata o caput e a receita bruta  total.  (Revogado pela Lei n.º 12.715, de 17 de setembro de 2012 ) (Vide art. 79, inc. III  da Lei 12.715/2012)  

§ 4.º O disposto neste artigo aplica­se também às empresas prestadoras dos serviços  referidos  no  §  5.º  do  art.  14  da  Lei  n.º  11.774,  de  2008.  (Vide  art.  53  da  Medida  Provisória nº 563/2012 ) (Revogado pela Lei n.º 12.715, de 17 de setembro de 2012)  (Vide art. 79, inc. III da Lei 12.715/2012). 

(...). (grifos da transcrição). 

20.    Da leitura acima, verifica­se que, com o advento da MP n.º 563, de 2012 ­ Lei 

n.º 12.715, de 2012, para fins de aplicação das normas referentes à contribuição previdenciária  trazida pelo  artigo  7.º  da  Lei  n.º  12.546,  de  2011,  a partir  de  1.º  de  abril  de 2012  até  31  de  dezembro  de  2014  ­  data  da  vigência  da  norma  referida  –  a  incidência  da  contribuição  previdenciária  se  dará  à  alíquota  de  2%  sobre  o  valor  da  receita  bruta,  com  a  exclusão  das  vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, em substituição às contribuições  previstas  nos  incisos  I  e  III  do  art.  22  da  Lei  n.º  8.212,  de  1991,  com  a  ressalva  de  que  as  empresas referidas que prestam serviços de TI/TIC (caput) não farão jus às reduções previstas  no caput do artigo 14 da Lei n.º 11.774, de 2008, com a ressalva prevista no § 7.º do art. 2.º do  Decreto n.º 7.828, de 2012. 

21.    Para  fins  da  limitação  imposta  pelo  inciso  I  do  art.  7.º  da  Lei  n.º  12.546,  de 

2011, inclusive em relação à impossibilidade de usufruir das reduções acima ressalvadas, cabe  transcrever o descrito nos §§ 4.º e 5.º do art. 14 da Lei n.º 11.774, de 2008: 

Lei n.º 11.774, de 2008: 

Art.  14.  As  alíquotas  de  que  tratam  os  incisos  I  e  III  do  caput  do  art.  22  da  Lei  n.o 

8.212,  de  24  de  julho  de  1991,  em  relação  às  empresas  que  prestam  serviços  de  tecnologia da informação­TI e de tecnologia da informação e comunicação­TIC, ficam  reduzidas pela subtração de 1/10 (um décimo) do percentual correspondente à razão  entre  a  receita  bruta  de  venda  de serviços  para  o  mercado  externo  e  a receita  bruta 

(8)

total  de  vendas  de  bens  e  serviços,  após  a  exclusão  dos  impostos  e  contribuições  incidentes sobre a venda, observado o disposto neste artigo.  (...).  § 4.o Para efeito do caput deste artigo, consideram­se serviços de TI e TIC:  I ­ análise e desenvolvimento de sistemas;  II ­ programação;  III ­ processamento de dados e congêneres;  IV ­ elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos;  V­ licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação;  VI ­ assessoria e consultoria em informática;  VII ­ suporte técnico em informática, inclusive instalação, configuração e manutenção  de programas de computação e bancos de dados; e   VIII ­ planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas  (...). (grifos da transcrição). 

22.    Sob  o  enfoque dessa  lista  restritiva,  no  que tange ao  questionamento  quanto  à 

possibilidade de a expressão “assessoria e consultoria em informática”, contida no inciso VI,  do § 4.º, da Lei n.º 11.774, de 2008, abranger “treinamento” ­ “(xxx)”­ pode­se verificar, com  base na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) Versão 2.1, disponível em  http://www.cnae.ibge.gov.br,  que  tais  treinamentos  não  podem  ser  entendidos  como  serviços  de  assessoria  e  consultoria  em  informática,  eis  que  estes  são  serviços  de  tecnologia  em  informação pertencentes à subclasse 6204­0/00 da CNAE, ao passo que aqueles são atividades  de ensino, pertencentes à subclasse 8599­6/03. 

23.    Noutros  termos,  os  treinamentos  relacionados  à  prestação  de  serviços  de 

informática  são  direcionados  à  aprendizagem,  enquanto  processo  de  aperfeiçoamento  na  formação de profissionais; os serviços de assessoria e consultoria em informática se destinam à  análise  das  necessidades  dos  clientes,  aos  serviços  de  assessoria  para  auxiliar  o  usuário  na  definição  de  um  sistema  quanto  aos  tipos  e  configurações  de  equipamentos  (hardware)  e  programas  de  informática  (software),  aos  serviços  de  customização  de  programas  de  informática (software), dentre outras finalidades.  

24.    Significa  dizer,  portanto,  que  tais  serviços  se  distinguem  em  sua  substância, 

muito  embora  estejam  relacionados  à  área  de  informática.  Logo,  as  receitas  advindas  da  prestação  de  serviços  de  treinamento,  nos  termos  trazidos  pela  consulente,  não  poderão  ser  consideradas na apuração das contribuições sociais pelo regime substitutivo. 

25.    Essa  contribuição  substitutiva  que  tem  como  base  de  cálculo  a  receita  bruta, 

impõe­se em caráter obrigatório a todas as pessoas jurídicas que se enquadrem nas situações  previstas  na  legislação  de  regência,  independentemente  de  essas  pessoas  jurídicas  terem  empregados ou não. É o que esclarece o art. 4.º do Decreto n.º 7.828, de 2012, que regulamenta  a incidência da contribuição previdenciária sobre a receita devida pelas empresas de que tratam  os artigos 7.º a 9.º da Lei n.º 12.546, de 2011: 

(9)

Art.  4.º  As  contribuições  de  que  tratam  os  arts  2.º  e  3.º  têm  caráter  impositivo  aos  contribuintes que exerçam as atividades neles mencionadas. 

Parágrafo único. As empresas que se dedicam exclusivamente às atividades referidas 

nos  arts.  2.o  e  3.o,  nos  meses  em  que  não  auferirem  receita,  não  recolherão  as 

contribuições previstas nos incisos I e III do caput do art. 22 da Lei n.º 8.212, de 1991.  (...). (grifos da transcrição). 

Da definição de receita bruta para fins de incidência da CPRB e das exclusões da base da  CPRB  

26.    Para  fins  de  aplicação  dos  arts.  7.º  e  8.º  da  Lei  n.º  12.546,  de  2011,  ficou 

estabelecida,  em  seu  artigo  9.º,  com  a  redação  dada  pela  Lei  n.º  12.844,  de 2013,  a  base  de  cálculo da contribuição substitutiva:  Art. 9.º Para fins do disposto nos arts. 7.º e 8.º desta Lei:     I ­ a receita bruta deve ser considerada sem o ajuste de que trata o inciso VIII do art.  183 da Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976;     II ­ Exclui­se da base de cálculo das contribuições a receita bruta: (Redação pela Lei  n.º 12.844, de 19 de julho de 2013)  a) de exportações; e (Incluído pela Lei n.º 12.844, de 19 de julho de 2013)  (...). 

V  –  com  relação  às  contribuições  de  que  tratam  os  arts.  7.º  e  8.º  ,  as  empresas  continuam  sujeitas  ao  cumprimento  das  demais  obrigações  previstas  na  legislação  previdenciária.  

VI ­ (VETADO). (Incluído pela Lei n.º 12.715, de 17 de setembro de 2012) (Vide art.  78, § 2.º da Lei n.º 12.715/2012)  

(...). 

§ 1.º No caso de empresas que se dedicam a outras atividades além das previstas nos  arts.  7.º  e  8.º,  até  31  de  dezembro  de  2014,  o  cálculo  da  contribuição  obedecerá:  (Incluído pela Lei n.º 12.715, de 17 de setembro de 2012) (Vide art. 78, § 2.º da Lei n.º  12.715/2012 )  

I  ­  ao  disposto  no  caput  desses  artigos  quanto  à  parcela  da  receita  bruta  correspondente às atividades neles referidas; e (Incluído pela Lei n.º 12.715, de 17 de  setembro de 2012) ( Vide art. 78, § 2.º da Lei nº 12.715/2012 ).  

II ­ ao disposto no art. 22 da Lei n.º 8.212, de 24 de julho de 1991, reduzindo­se o  valor  da  contribuição  dos  incisos  I  e  III  do  caput  do  referido  artigo  ao  percentual  resultante da razão entre a receita bruta de atividades não relacionadas aos serviços  de que tratam o caput do art. 7.º e o § 3.º do art. 8.º ou à fabricação dos produtos de  que trata o caput do art. 8.º e a receita bruta total. (Redação dada pela Lei n.º 12.794,  de 2 de abril de 2013) (Vide art. 21, inc. I da Lei n.º 12.794/2013) 

(10)

(...). 

§  3.º  Relativamente  aos  períodos  anteriores  à  tributação  da  empresa  nas  formas 

instituídas  pelos  arts.  7.º  e  8.º  desta  Lei,  mantém­se  a incidência  das  contribuições 

previstas  no  art.  22  da  Lei  n.º  8.212,  de  24  de  julho  de  1991,  aplicada  de  forma  proporcional sobre o 13.º (décimo terceiro) salário. (Incluído pela Lei n.º 12.715, de 17  de setembro de 2012) (Vide art. 78, § 2.º da Lei n.º 12.715/2012).  

§ 4.º Para fins de cálculo da razão a que se refere o inciso II do § 1.º, aplicada ao 13.º  (décimo  terceiro) salário, será  considerada  a  receita  bruta  acumulada  nos  12 (doze)  meses  anteriores  ao  mês  de dezembro  de  cada  ano­calendário.  (Incluído  pela Lei  n.º  12.715, de 17 de setembro de 2012) (Vide art. 78, § 2.º da Lei n.º 12.715/2012).  

§ 5.º O disposto no § 1.º aplica­se às empresas que se dediquem a outras atividades,  além das previstas nos arts. 7.º e 8.º, somente se a receita bruta decorrente de outras  atividades for superior a 5% (cinco por cento) da receita bruta total. (Incluído pela Lei  n.º 12.715, de 17 de setembro de 2012) (Vide art. 78, § 2.º da Lei n.º 12.715/2012)   §  6.º  Não  ultrapassado  o  limite  previsto  no  §  5.º,  a  contribuição  a  que  se  refere  o  caput  dos  arts.  7.º  e  8.º  será  calculada  sobre  a  receita  bruta  total  auferida  no  mês.  (Incluído pela Lei n.º 12.715, de 17 de setembro de 2012).   § 7.º Para efeito da determinação da base de cálculo, podem ser excluídos da receita  bruta: (Incluído pela Lei n.º 12.715, de 17 de setembro de 2012) (Vide art. 78, § 2.º da  Lei n.º 12.715/2012 )   I ­ as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos; (Incluído pela Lei  n.º 12.715, de 17 de setembro de 2012) (Vide art. 78, § º da Lei º 12.715/2012.)   II ­ (VETADO); (Incluído pela Lei n.º 12.715, de 17 de setembro de 2012) (Vide art. 78,  § 2.º da Lei n.º 12.715/2012).   III ­ o Imposto sobre Produtos Industrializados ­ IPI, se incluído na receita bruta; e  (Incluído pela Lei nº 12.715, de 17 de setembro de 2012) (Vide art. 78, § 2.º da Lei n.º  12.715/2012)   (...).  § 9.º As empresas para as quais a substituição da contribuição previdenciária sobre a  folha  de  pagamento  pela  contribuição  sobre  a  receita  bruta  estiver  vinculada  ao  seu  enquadramento no CNAE deverão considerar apenas o CNAE relativo a sua atividade  principal, assim considerada aquela de maior receita auferida ou esperada, não lhes  sendo  aplicado  o  disposto  no  §  1.º.  (Incluído  pela  Lei  n.º  12.844,  de  19  de  julho  de  2013). 

§  10.  Para  fins  do  disposto  no  §  9.º,  a  base  de  cálculo  da  contribuição  a  que  se  referem  o  caput  do  art.  7.º  e  o  caput  do  art.  8.º  será  a  receita  bruta  da  empresa  relativa  a  todas  as  suas atividades.  (Incluído  pela  Lei  n.º  12.844,  de  19  de julho  de  2013). 

(...). (grifos da transcrição). 

27.    Da  leitura  acima,  ficou  estabelecido  que,  para  as  empresas  que  se  dedicam  a 

(11)

um regime misto de cálculo da contribuição previdenciária. Ou seja, a empresa recolhe as duas  contribuições previdenciárias: sobre a receita bruta e sobre a folha de pagamento, esta última  com a aplicação de um coeficiente de redução (Lei n.º 12.546, de 2011, art. 9.º, § 1.º, inciso II).  28.    De se ressaltar que, de acordo com o parágrafo 10, “para fins do disposto no §  9.º, a base de cálculo da contribuição a que se refere o caput do art. 7.º e o caput do art. 8.º será  a receita bruta da empresa relativa a todas as suas atividades”, comando este incluído pela Lei  n.º 12.844, de 2013. 

29.    Importante observar que  a  Lei  n.º  12.715,  de 2012,  resultado  da  conversão  da 

MP n.º 563, de 2012, fixou limites para a aplicação do regime misto. Assim, não se aplica o  regime  misto  quando  a  receita  bruta  decorrente  de  outras  atividades  desenvolvidas  pela  empresa for igual ou inferior a 5% da receita bruta total, sendo a contribuição previdenciária  “calculada sobre a receita bruta total auferida no mês” (§§ 5.º e 6.º do art. 9.º da Lei n.º 12.546,  de 2011, com a redação dada pela Lei n.º 12.715, de 2012). 

30.    Assim,  deve­se  ter,  por  certo,  que  as  empresas  de  TI  e  TIC  que  se  dediquem 

também  a  outras  atividades  deverão  segregar  meticulosamente  as  receitas  provenientes  dos  serviços de TI e TIC daquelas decorrentes de outros serviços, mantendo registro discriminado  de  sua  origem,  a  fim  de  que  seja  possível  a  correta  utilização  da  desoneração  fiscal  em  comento. 

31.    A  empresa  submetida  ao  regime  misto,  para  fins  de  apuração  da  contribuição 

previdenciária devida sobre a folha de pagamento, deverá aplicar a regra descrita no inciso II  do §1.º do art. 9.º da Lei nº 12.546, de 2011, utilizando como base de cálculo o valor total das  remunerações  pagas,  devidas  ou  creditadas,  durante  o  mês,  a  todos  os  seus  segurados  empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais, independentemente de estarem  relacionados ou não com as atividades substituídas ou não. 

32.    A  contribuição  previdenciária  sobre  a  folha  de  pagamento,  mesmo  dos 

estabelecimentos  que  não  tiveram  receita  bruta  decorrente  da  fabricação  dos  produtos  discriminados no caput do art. 8.º da Lei n.º 12.546, de 2011, sofre a redução correspondente  ao  percentual  resultante  da  razão  entre  o  valor  da  receita  de  produtos  não  substituídos  e  a  receita bruta total, o que implica dizer que é irrelevante um determinado estabelecimento ter  receitas derivadas de produtos alcançados pela contribuição substitutiva ou não. Isto porque a  contribuição  previdenciária  incidente  sobre  a  receita  bruta  dos  produtos  alcançados  pela  substituição é calculada de forma centralizada e assim também deve ser o cálculo do percentual  de redução.  33.    Em resumo: calcula­se a contribuição de 20% (vinte por cento) sobre a folha de  pagamento total de cada estabelecimento e, sobre o resultado apurado, aplica­se o percentual  de redução decorrente da razão entre as receitas de produtos não substituídos e a receita bruta  total apurada no mês de competência. 

34.    Ao  analisar  a  definição  e  a  abrangência  da  base  de  cálculo  da  contribuição 

previdenciária  sobre  a  receita  instituída  pelos  arts.  7.º  a  9.º  da  Lei  nº  12.546,  de  2011,  substitutiva das contribuições previstas nos incisos I e III do art. 22 da Lei n.º 8.212, de 1991, o  Parecer  Normativo  RFB  n.º  3,  de  21  de  novembro  de  2012  (DOU  de  27/11/2012),  assim  delimita o conceito de “receita bruta”: 

(12)

A receita bruta que constitui a base de cálculo da contribuição substitutiva a que se  referem os arts. 7.º a 9.º da Lei n.º 12.546, de 14 de dezembro de 2011,  compreende:  a  receita  decorrente  da  venda  de  bens  nas  operações  de  conta  própria;  a  receita  decorrente da prestação de serviços; e o resultado auferido nas operações de conta  alheia.  Podem  ser  excluídos  da  mencionada  receita  bruta:  a  receita  bruta  de  exportações;  as  vendas  canceladas  e  os  descontos  incondicionais  concedidos;  o  Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), quando incluído na receita bruta; e o  Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações  de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS),  quando  cobrado  pelo  vendedor  dos  bens  ou  prestador  dos  serviços  na  condição  de  substituto tributário. 

(...). (grifos da transcrição).   

35.    Tal conceito possui a mesma dicção conceitual daquela prevista no caput do art. 

12  do  Decreto­Lei  n.º  1.598,  de  26  de  dezembro  de  1977,  base  legal  do  art.  279  do  vigente  Regulamento do  Imposto de Renda ­ RIR/1999, Decreto n.º 3.000, de 26 de março de 1999,  que prevê: “a receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas  operações  de  conta  própria,  o  preço  dos  serviços  prestados  e  o  resultado  auferido  nas  operações de conta alheia”.  

36.    Dentro  desse  delineamento,  com  fundamento  no  art.  108,  I,  do  Código 

Tributário Nacional, que autoriza o emprego da analogia na “ausência de disposição expressa”,  o  tratamento  fiscal­contábil  a  ser  dado  aos  juros,  descontos,  rendimentos  de  aplicações  financeiras e variações ativas e passivas, no âmbito da contribuição previdenciária substitutiva  instituída pela Lei n.º 12.546, de 2011, pode ser orientado pelas regras gerais impostas a essa  matéria pela legislação do imposto de renda e, em específico, pelo disposto no artigo 373 do  Decreto  n.º  3.000,  de  1999,  inserido  no  Capítulo  V  –  Lucro  Operacional,  Seção  IV  “Outros  Resultados  Operacionais”  e  Subseção  I  “Receitas  e  Despesas  Financeiras”,  bem  como  pelo  disposto  nos  artigos  374,  375,  377  e 378,  que  estabelecem  que  tais  rendimentos  compõem  a  receita financeira, o que não se confunde com a receita bruta de venda e serviços, a qual deve  resultar  diretamente  da  venda  de  mercadorias  ou  da  prestação  de  serviços,  ou  seja,  das  atividades que constituam objeto da pessoa jurídica.  

37.    No mesmo Parecer Normativo RFB n.º 3, de 2012, está assentado que,  acerca 

das  exclusões  da  base  de  cálculo  da  contribuição  substitutiva  em  exame,  não  é  necessário  elaborar  qualquer  integração  normativa  por  via  interpretativa,  pois  as  normas  de  regência  estabeleceram expressamente as possibilidades de exclusão, conforme disposições do art. 9.º da  Lei n.º 12.546, de 2011, compiladas no inciso II do art. 5.º do Decreto n.º 7.828, de 2012, que  regulamenta a referida contribuição:  

"Art. 5.º Para fins do disposto nos arts. 2.º e 3.º:  

(...)    

II  ­  na  determinação  da  base  de  cálculo  da  contribuição  previdenciária  sobre  a  receita, poderão ser excluídos:  

a) a receita bruta de exportações;  

b) as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos;   c) o IPI, quando incluído na receita bruta; e  

(13)

d)  o  Imposto  sobre  Operações  relativas  à  Circulação  de  Mercadorias  e  sobre  Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação  ­  ICMS,  quando  cobrado  pelo  vendedor  dos  bens  ou  prestador  dos  serviços  na  condição de substituto tributário."  

38.    Dessa forma, para fins da determinação da base  de cálculo da contribuição de 

que tratam os arts. 7.º e 8.º da Lei n.º 12.546, de 2011, deve ser excluído o valor da “receita  bruta de exportações”. Note­se que a lei somente prescreve a exclusão do valor da receita bruta  de  exportação  quando  trata  da  obtenção  da  base  de  cálculo  da  contribuição  previdenciária  incidente  sobre  a  receita  bruta.  Aliás,  essa  previsão  é  respaldada  no  fato  de  que  as  contribuições sociais  e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas  decorrentes de exportação (art. 149, § 2.º, inciso I, da Constituição Federal, introduzido pela  Emenda Constitucional n.º 33, de 2001). 

39.    No que se refere ao cálculo dos demais percentuais dispostos na Lei nº 12.546, 

de 2011, tais  como os previstos no art. 8.º, §1.º,  II, ‘a’, e no  art. 9.º, §1.º,  II, não devem ser  excluídas  do  cômputo  as  receitas  de exportação,  já que  não  se referem  à  base  de  cálculo  de 

tributos.   

40.     Desta forma, para fins de cálculo do percentual previsto no § 5.º do artigo 9.º da 

lei em comento, que dispõe que a substituição se aplica a empresas que “se dediquem a outras  atividades,  além  das  previstas  no  caput  dos  arts.  7.º.  e  8.º,  cuja  receita  bruta  decorrente  de  outras atividades for superior a 5% da receita bruta total, devem ser computadas as receitas de  exportação  decorrentes  dessas  atividades,  o  que  significa  dizer  que  o  termo  “total”  remete  à  integralidade das  receitas  da pessoa  jurídica,  seja  decorrente da  venda de  bens  e serviços  no  mercado interno ou externo.  41.    Igualmente, no cálculo do redutor aplicável às empresas com atividades mistas,  previsto no art. 9.º, §1.º, II, da Lei n.º 12.546, de 2011, a receita bruta decorrente das atividades  ou da fabricação de produtos não relacionados nos arts. 7.º e 8.º da referida lei e a receita bruta  total devem ser consideradas sem a exclusão da receita decorrente de exportações. Isso porque,  nesse caso, essas receitas servem apenas para se chegar a uma razão para fins de redução da  contribuição  previdenciária  incidente  sobre  a  folha  de  pagamento  a  que  essas  empresas  continuam  sujeitas.  Não  se  trata  de  base  de  cálculo  da  contribuição  previdenciária  incidente  sobre a receita bruta. 

42.    Quanto  à  questão  relativa  à  possibilidade  de  a  pessoa  jurídica  equiparada  à 

industrial  poder  ser  considerada  fabricante,  para  fins  de  cálculo  das  contribuições  previdenciárias  nos  termos  do  art.  8.º  da  Lei  n.º  12.546,  de  2011,  porquanto  este  limita  que  estão  sujeitas  à  incidência  da  contribuição  previdenciária  sobre  a  receita  em  substituição  às  contribuições incidentes sobre a folha de pagamentos as “empresas que fabricam os produtos  classificados  na  TIPI,  aprovada  pelo  Decreto  n.º  7.660,  de  23  de  dezembro  de  2011,  nos  códigos  referidos  no  Anexo  I”  daquela  lei,  cabe  esclarecer  que  estabelecimento  industrial  é  aquele  que  executa  qualquer  operação  que  modifique  a  natureza,  o  funcionamento,  o  acabamento,  a  apresentação  ou  a  finalidade  do  produto,  ou  o  aperfeiçoe  para  consumo,  e da  qual resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento (art. 8.º do Regulamento do  IPI, Decreto 7.212, de 15 de junho de 2010 ­ Ripi/2010). Além disso, o inciso II do art. 609 do  Ripi/2010  determina  que  as  expressões  “fábrica”  e  “fabricante”  são  equivalentes  a  estabelecimento industrial, nos limites definidos pelo art. 8.º do Ripi/2010. 

(14)

43.    Sob  esse  enfoque  legal,  resta  claro  que,  se  a  empresa  realizar  qualquer  das  operações  de  industrialização  indicadas  no  art.  4.º  do  Ripi/2010,  será  considerada  estabelecimento  industrial  para  todos  os  efeitos.  Consequentemente,  estará  sujeita  ao  cumprimento  de  todas  as  obrigações,  principal  e  acessórias,  decorrentes  da  prática  das  operações previstas no art. 8.º da Lei n.º 12.546, de 2011, sem prejuízo do cumprimento das  demais obrigações previstas na legislação previdenciária. 

44.    É  importante  observar  que  o  Ripi/2010  equipara  a  industrial  estabelecimentos 

que, embora não executem operações de industrialização, exercem atividades que os sujeitam  ao  pagamento  do  imposto  e  ao  cumprimento  de  obrigações  acessórias.  A  equiparação  não  é  para todos os efeitos legais, mas para fins da legislação do IPI (art. 9.º, inciso I do Ripi/2010).   45.    De se concluir que, caso a consulente não execute operações de industrialização,  a ela não se aplica o art. 9.º, § 7.º, inciso III, da Lei n.º 12.546, de 2011.  46.    Nesse sentido, a Lei n.º 12.715, de 2012, em seu art. 55, ao alterar a redação da  Lei n.º 12.546, de 2011, afastou qualquer dúvida de que a substituição atinge apenas a empresa  que efetivamente industrializa os produtos constantes no seu Anexo I:  “Art. 55. A Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, passa a vigorar com as  seguintes alterações:  (...)  § 1.º O disposto no caput:  I ­ aplica­se apenas em relação aos produtos industrializados pela empresa;  II ­ não se aplica:   (...).  

§  2.º  Para efeito  do  inciso  I  do  §  1.º,  devem  ser  considerados  os  conceitos  de  industrialização e de industrialização por encomenda previstos na legislação do  Imposto sobre Produtos Industrializados ­ IPI.”  (grifos da transcrição).    47.    Portanto, conclui­se que a empresa equiparada a industrial, que não industrializa  qualquer produto, limitando­se a encomendar a industrialização com terceiro e posteriormente  vender o produto, ou que, apenas, comercializa os produtos por ela importados, classificados  na Tipi, aprovada pelo Decreto n.º 7.660, de 2011, nos códigos referidos no Anexo I da Lei n.º  12.546,  de  2011,  está  sujeito  ao  recolhimento  das  contribuições  previdenciárias  nos  moldes  previstos pelo art. 22 da Lei n.º 8.212, de 1991. 

Da operacionalização do recolhimento previdenciário. 

48.    As  indagações  “f”,  “g”  e  “h”,  referentes  à  operacionalização  do  recolhimento 

previdenciário  estão  determinadas  no  ADE  Codac  n.º  93,  de  19  de  dezembro  de  2011,  que  “dispõe  sobre  os  procedimentos  a  serem  observados  para  o  preenchimento  da  Guia  de  Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social  (GFIP)  pelas  empresas  abrangidas  pelos  arts.  7.º  e  8.º  da  Lei  n.º  12.546,  de  2011.”  Outras  informações atinentes à mesma matéria estão contidas no art. 9.º da referida lei (inciso III e V) 

(15)

e no art. 30 da Lei n.º 8.212, de 1991, bem como nas  IN´s n.º 1.110, de 24 de dezembro de  2010,  e  n.º  1.436,  de  30  de  dezembro  2013,  que  tratam,  respectivamente,  da  Declaração  de  Débitos  e  Créditos  Tributários  Federais  (DCTF)  e  da  Contribuição  Previdenciária  sobre  a  Receita Bruta (CPRB), destinada ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), devida pelas 

empresas referidas nos arts. 7.º e 8.º da Lei nº 12.546, de 2011. 

49.    De se lembrar que o Decreto n.º 7.828, de 2012, que regulamenta a incidência da 

contribuição previdenciária incidente sobre a receita bruta devida pelas empresas de que tratam  os arts. 7.º a 9.º da Lei n.º 12.546, de 2011, alterado pelo Decreto n.º 7.877, de 27 de dezembro  de  2012,  dispõe,  em  seu  art.  5.º,  §§1.º  e  2.º,  que  sua  apuração  e  pagamento  devem  ser  realizados  de  forma  centralizada,  pelo  estabelecimento  matriz  da  pessoa  jurídica  e  na  forma  definida em ato próprio da RFB.  

50.    Portanto, o recolhimento dessa contribuição previdenciária sobre a receita bruta 

deverá  ser  efetuado  até  o  dia  20  do  mês  subsequente  ao  da  competência,  em  um  único  Documento de Arrecadação das Receitas Federais (DARF), de forma centralizada, no CNPJ do  estabelecimento  matriz,  utilizando  um  dos  códigos  de  receita  conforme  estabelecido  no  Ato  Declaratório Executivo (ADE) Codac n.º 86, de 1.º de dezembro de 2011, com a redação dada  pelo ADE Codac n.º 33, de 17 de abril de 2013: 

I  ­  2985  ­  Contribuição  Previdenciária  Sobre  Receita  Bruta  ­  Art.  7.º  da  Lei  12.546/2011; e 

II  ­  2991  ­  Contribuição  Previdenciária  Sobre  Receita  Bruta  ­  Art.  8.º  da  Lei  12.546/2011.  (grifos da transcrição).  51.    Sob esse ângulo, considerando que as indagações acima referidas dizem respeito  a procedimentos que devem ser realizados pelas empresas, bem como as orientações solicitadas  se encontram “disciplinadas em atos normativos publicados na Imprensa Oficial antes de sua  apresentação”, há que se declarar INEFICAZ as questões “e”, “f” e “g”, nos termos do art. 1.º e  18, incisos VII e XIV, da IN RFB n.º 1.396, de 2013:  Art. .1º Esta Instrução Normativa trata dos processos administrativos de consulta sobre  interpretação da legislação tributária e aduaneira relativa aos tributos administrados  pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e sobre classificação de serviços,  intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio.  (...).  Art. 18. Não produz efeitos a consulta formulada:  (...). 

VII  ­  quando  o  fato  estiver  disciplinado  em  ato  normativo  publicado  na  Imprensa  Oficial antes de sua apresentação; 

(...); 

XIV ­ quando tiver por objetivo a prestação de assessoria jurídica ou contábil fiscal  pela RFB. 

(...). (grifos da transcrição). 

52.    Sob  o  parâmetro  do  artigo  1.º  e  18,  inciso  XIV,  supratranscritos,  declara­se  a 

(16)

ratifica o entendimento da Consulente no sentindo de que esta poderá se beneficiar, se for o  caso, da nova forma de recolhimento previdenciário previsto nos artigos 7.o, 8.o e 9.o da Lei  n.° 12.546/2011? – por fugir ao escopo do processo administrativo de consulta. 

53.    Por  fim,  convém  esclarecer  que  a  Administração  não  se  furta  a  prestar 

assistência  ao  contribuinte  diante  de  eventuais  dúvidas  dessa  natureza;  o  processo  administrativo de consulta, por seus efeitos especiais e inerentes restrições legais, é que não se  presta  a  isso.  Questões  dessa  espécie  podem  ser  apresentadas  pelo  contribuinte  no  Plantão  Fiscal, serviço de atendimento pessoal posto à sua disposição na Delegacia da Receita Federal  do Brasil de seu domicílio fiscal. 

Conclusão 

54.    Em  vista  do  exposto,  considerando  as  indagações  como  listadas  no  Relatório, 

conclui­se que: 

a) é INEFICAZ a consulta relativa à segunda parte da indagação “d”, que foge ao  objetivo  do  processo  administrativo  de  consulta,  bem  como  são  INEFICAZES  as 

indagações  “e”,  “f”  e  “g”,  que  tratam  da  operacionalização  do  recolhimento  da 

contribuição previdenciária;  

b)  as  contribuições  de  que  tratam  os  arts.  7.º  e  8.º  da  Lei  n.º  12.546,  de  2011,  têm  caráter  impositivo  aos  contribuintes  que  exerçam  as  atividades  neles  mencionadas  (indagação “a”); 

c) para fins de determinação da base de cálculo da contribuição de que tratam os arts.  7.º  e  8.º  da  Lei  n.º  12.546,  de  2011,  deve  ser  excluído  o  valor  da  receita  de  exportações, por força do art. 149, § 2.º, inciso I, da Constituição Federal, introduzido  pela Emenda Constitucional n.º 33, de 2001; por outro lado, as receitas de exportação  deverão  ser  computadas  na  receita  bruta  total,  para  fins  de  cálculo  dos  demais  percentuais dispostos na referida norma legal ­ tais como os previstos no art. 8.º, §1.º,  II,  ‘a’,  e  no  art.  9.º,  §1.º,  II  ­  já  que  não  se  referem  à  base  de  cálculo  de  tributos  (indagação “b”); 

d) as receitas advindas da prestação de serviços de treinamento, nos termos trazidos  pela consulente, não poderão ser consideradas na apuração das contribuições sociais  pelo  regime  substitutivo,  uma  vez  que  tais  serviços,  embora  relacionados  à  área  de  informática,  estão  direcionados  à  aprendizagem,  tendo,  inclusive,  classificações  diferenciadas  na  Classificação  Nacional  de  Atividades  Econômicas  (CNAE) 

(indagação “c”); 

f)  o  Ripi/2010  equipara  a  industrial  estabelecimentos  que,  embora  não  executem  operações  de industrialização,  exercem  atividades  que  os  sujeitam  ao  pagamento  do  imposto  e  ao  cumprimento  de  obrigações  acessórias,  todavia,  tal  equiparação  é  somente  para  fins  de  legislação  do  IPI.  Assim,  caso  a  consulente  não  execute  operações de industrialização, a ela não se aplica o art. 9.º, § 7.º, inciso III, da Lei n.º  12.546, de 2011 (primeira parte da indagação “d”); 

g)  as  receitas  financeiras,  por  não  se  confundirem  com  a  receita  bruta  de  venda  e  serviços, a qual deve resultar diretamente da venda de mercadorias ou da prestação de 

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serviços, ou seja, das atividades que constituam objeto da pessoa jurídica, não devem  ser computadas na base de cálculo da CPRB (indagação “h”).  Assinado digitalmente por  ANGELA MARIA MAGNAN BARBOSA  Auditora­Fiscal da RFB       De acordo. À consideração superior.  Assinado digitalmente por  AGUEDA CAROLO QUINTAS ALVES  Auditora­Fiscal da RFB   De acordo. Encaminhe­se ao Coordenador COPEN.  Assinado digitalmente por  JOSÉ CARLOS SABINO ALVES  Auditor­Fiscal da RFB­Chefe da Disit07      De acordo. Ao Coordenador­Geral da Cosit para aprovação.  Assinado digitalmente por  MIRZA MENDES REIS  Auditora­ Fiscal da RFB – Coordenadora da Copen

Ordem de Intimação 

Aprovo a Solução de Consulta. Publique­se e divulgue­se nos termos do artigo  27 da IN RFB n.º 1.396, de 16 de setembro de 2013. Dê­se ciência à interessada.     FERNANDO MOMBELLI    Coordenador­Geral da Cosit 

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