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10. Em Foco IBRE: Perda de Ritmo da Criação de Emprego Formal é Generalizada

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Academic year: 2021

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Gráfico 10: Saldo Líquido de Empregos (acumulado 12 meses) e Participação Relativa das Regiões Metropolitanas (RM) e

Não-Metropolitanas (Não-RM)

Fonte: CAGED/MTE. Elaboração: IBRE/FGV.

0% 20% 40% 60% 80% 500 1.000 1.500 2.000 2.500 ja n/ 11 ma r/ 11 ma i/1 1 ju l/1 1 se t/ 11 no v/ 11 ja n/ 12 ma r/ 12 ma i/1 2 ju l/1 2 se t/ 12 no v/ 12 ja n/ 13 ma r/ 13 ma i/1 3

Saldo Líquido (em 1000 pessoas) RM (em %, eixo direito)

Não - RM (em %, eixo direito)

10. Em Foco IBRE: Perda de Ritmo da Criação de Emprego Formal é Generalizada

A Seção de Mercado de Trabalho mostrou que está em curso uma perda de dinamismo no mercado de trabalho, com redução da criação de novas vagas e leve queda do rendimento real. Essa seção analisa a queda na criação de novas vagas com base no CAGED e a sua dispersão na economia.

A menor expansão dos salários reais neste ano sinaliza uma demanda mais fraca em um mercado de trabalho onde a taxa de desemprego permanece baixa devido ao crescimento mais modesto da oferta de trabalho (desaceleração da PEA). A análise dos dados do CAGED esclarece as características dessa redução na geração de novas vagas em suas dimensões regional e setorial. A criação de empregos formais no Brasil caiu quase 50% entre maio de 2012 (139,6 mil vagas) e maio de 2013 (72 mil vagas). Essa redução foi mais forte nas regiões Norte e Nordeste. A região Norte, que havia criado 5 mil vagas em maio de 2012, teve criação líquida negativa (- 660 vagas) no mesmo mês de 2013, enquanto que na região Nordeste a criação de vagas caiu 77% na mesma comparação, com geração de 2,1 mil vagas em maio de 2013. As regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentaram reduções de 47% e 54%, respectivamente, enquanto que a Sul mostrou estagnação (crescimento de apenas 1%).

O acumulado de doze meses mostra resultado similar, com as regiões Norte e Nordeste apresentando as maiores desacelerações: quedas de 93% e 77%, respectivamente. Nessa métrica, as regiões Sudeste (-48%), Centro-Oeste (-36%) e Sul (-16%) também apresentaram perda de dinamismo na geração de novas vagas. Ou seja, a análise regional mostra que a desaceleração está ocorrendo em todo o país, ainda que em magnitudes diferentes.

Realizando um recorte entre regiões metropolitanas (RMs) e regiões não metropolitanas (Não-RMs), observa-se uma importante modificação no padrão de geração de empregos. No momento em que a geração de novas vagas de trabalho estava em ritmo mais acelerado, as RMs lideravam o processo. No entanto, a partir de março de 2012, a importância relativa dos empregos metropolitanos no saldo líquido, que era de 64% naquele mês, foi perdendo relevância em relação aos empregos não metropolitanos (Gráfico 10). Em maio de 2013, as Não-RMs foram

responsáveis por 55% da criação líquida de vagas formais nos últimos doze meses. Ou seja, a desaceleração foi mais aguda nas RMs. Assim, o saldo acumulado para todo o Brasil, que era de 1,42 milhão em março de 2012, caiu para menos da metade em maio de 2013 (0,66 milhão).

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Além disso, a abertura do CAGED pelas RMs da PME confirma o resultado regional apresentado acima. Recife e Salvador registraram as maiores desacelerações na geração acumulada em doze meses, com quedas superiores a 90% em relação a maio de 2012. São Paulo (-46%), Rio de Janeiro (-50%) e Belo Horizonte (-69%) ilustram a perda de dinamismo ocorrida no Sudeste, enquanto o mercado de trabalho de Porto Alegre mostra resiliência, com uma queda de somente 8% no mesmo período. No conjunto, as seis RMs da PME mostraram recuo de 55% nos últimos doze meses.

A análise na ponta mostra um desaquecimento muito abrupto entre abril e maio de 2013, sem considerar os efeitos sazonais. A geração de novos empregos nas seis RMs apresentou uma diferença de 44,7 mil postos de trabalho entre os dois meses, com apenas 75 postos de trabalho sendo gerados em maio de 2013. São Paulo liderou esse processo com a geração de somente 494 postos formais em maio ante 23 mil postos em abril, queda de 97%. Recife reduziu empregos pelo sexto mês consecutivo, com perda de 4,2 mil postos de trabalho (80% superior a perda de abril) e acumulando uma redução de 16,9 mil nos últimos seis meses. Belo Horizonte cortou 437 vagas, enquanto que Porto Alegre gerou somente 419 vagas. O Rio de Janeiro foi a boa notícia do mês de maio com a criação de 3,7 mil vagas. Mesmo assim, o número foi bastante inferior às 12 mil vagas de abril (69% menor).

A análise setorial da geração de empregos também mostra um cenário não muito animador, onde somente a indústria mostra maior criação de vagas tanto no acumulado de doze meses, como com relação ao mês anterior (Tabelas 3 e 4).

A geração de empregos acumulada em doze meses (Tabela 3) mostra que a indústria da transformação atingiu quase 17 mil empregos em maio, ou seja, um aumento de 6,8 mil vagas em relação a abril. No entanto, setores importantes na geração de emprego como construção, comércio e serviços, que criaram 15,2 mil, 50 mil e 132 mil empregos nos últimos doze meses, contribuíram com 20%, 15% e 32% do total da redução das vagas no período. Esses dados indicam que estes setores intensivos em mão-de-obra (importantes na geração de emprego) estão em processo de forte desaceleração.

A observação de mês contra mês anterior, sem ajuste sazonal, mostra uma situação ainda mais dramática (Tabela 4). A indústria gerou 4,2 mil empregos, serviços somente 1,5 mil empregos e a administração pública, 1,4 mil empregos. Assim, a redução de 44,7 mil vagas criadas em relação ao mês de abril é fruto de uma redução na contratação destes setores associada a uma destruição de trabalhos formais nos demais setores. Nesse sentido, destacam-se os setores de construção civil e comércio que destruíram, respectivamente, 4,1 mil e 2,5 mil postos de trabalho no mês de maio, ante uma geração líquida de 12 mil e 3,4 mil novos postos em abril.

Somente a indústria da transformação e a administração pública ampliaram o número de vagas criadas em maio. No entanto, os 1,5 mil postos de trabalho a mais da indústria e a expansão de 920 vagas da administração pública pouco representam frente à forte redução, já mencionada, na

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Tabela 3: Análise da Geração de Empregos entre Abril e Maio de 2013 (acumulada em doze meses)

Tabela 4: Análise da Geração de Empregos entre Abril e Maio de 2013

Fonte:CAGED/MTE. Elaboração: IBRE/FGV.

Total Ext. Mineral Ind. da Transformação SIUP Construção Comércio Serviços Adm. Púb. Agricultura saldo 21.404 -137 3.373 130 2.214 6.677 8.659 629 -141 variação -7.580 -78 265 -55 -1.918 -1.723 -4.032 1 -40 peso relativo 1% -4% 1% 30% 27% 63% 0% 1% saldo 30.502 8 3.518 -123 2.545 4.443 19.686 476 -51 variação 444 -11 1.225 73 -878 -564 536 97 -34 peso relativo 0% -45% -3% 32% 21% -20% -4% 1% saldo 3.717 87 2.430 756 -1.562 37 1.447 -64 586 variação -7.480 12 584 -129 -5.011 -2.257 -614 -42 -23 peso relativo -1% -31% 7% 266% 120% 33% 2% 1% saldo 59.827 259 12.340 211 11.743 10.563 29.482 -4.849 78 variação -3.788 -134 2.288 -279 -1.297 -887 -3.562 106 -23 peso relativo 2% -28% 3% 16% 11% 43% -1% 0% saldo 1.456 18 932 -410 -2.119 1.349 2.077 -372 -19 variação 2.758 1 589 322 628 -88 1.273 70 -37 peso relativo 0% -20% -11% -21% 3% -43% -2% 1% saldo 98.102 182 -5.619 2.612 2.403 26.966 71.299 -43 302 variação -6.818 -56 1.887 237 -324 -977 -7.953 450 -82 peso relativo 0% -8% -1% 1% 4% 35% -2% 0% saldo 215.008 417 16.974 3.176 15.224 50.035 132.650 -4.223 755 variação -22.464 -266 6.838 169 -8.800 -6.496 -14.352 682 -239 peso relativo 1% -15% 0% 20% 15% 32% -2% 1% São Paulo RMs PME Belo Horizonte Porto Alegre Recife Rio de Janeiro Salvador

Total Ext. Mineral Ind. da Transformação SIUP Construção Comércio Serviços Adm. Púb. Agricultura saldo -437 -100 187 -63 -251 -31 -272 68 25 variação -6.358 -55 -347 -15 -1.747 -1.456 -2.672 -89 23 peso relativo 1% 5% 0% 27% 23% 42% 1% 0% saldo 419 -5 -165 17 -442 -231 1.140 120 -15 variação -2.737 -13 -155 32 -1.401 -956 -359 105 10 peso relativo 0% 6% -1% 51% 35% 13% -4% 0% saldo -4.284 8 835 -112 -4.029 -1.307 356 -42 7 variação -1.884 -13 1.285 -622 -2.641 159 -78 15 11 peso relativo 1% -68% 33% 140% -8% 4% -1% -1% saldo 3.675 -5 2.964 -151 115 -1.550 2.177 139 -14 variação -8.282 -36 1.666 33 -2.346 -3.729 -4.235 336 29 peso relativo 0% -20% 0% 28% 45% 51% -4% 0% saldo 208 -13 611 69 106 324 -929 67 -27 variação -2.956 -9 674 -196 -972 566 -2.881 -57 -81 peso relativo 0% -23% 7% 33% -19% 97% 2% 3% saldo 494 14 -213 130 318 292 -947 1.035 -135 variação -22.528 -8 -1.617 -163 -7.083 -485 -13.573 610 -209 peso relativo 0% 7% 1% 31% 2% 60% -3% 1% saldo 75 -101 4.219 -110 -4.183 -2.503 1.525 1.387 -159 variação -44.745 -134 1.506 -931 -16.190 -5.901 -23.798 920 -217 peso relativo 0% -3% 2% 36% 13% 53% -2% 0% São Paulo RMs PME Belo Horizonte Porto Alegre Recife Rio de Janeiro Salvador

geração total de postos de trabalho. O setor de serviços, em particular, contribuiu com mais de 50% da redução, enquanto que a construção civil explica 36% da redução e o comércio 13%.

A abertura dos setores pelas seis RMs da PME mostra resultado similar. Somente Salvador, Recife e Rio de Janeiro mostraram aumento na geração de vagas na indústria de transformação (Tabela 4). As primeiras duas criaram 835 e 611 postos em maio (destruíram postos em abril), enquanto que a última foi responsável pela melhora do setor com quase 3 mil empregos gerados no mês. Os demais setores, em sua maioria, mostraram forte redução na criação de vagas, mostrando que a desaceleração é generalizada por setor e por RM.

Dessa forma, os dados do CAGED sugerem que a desaceleração da economia brasileira é um fenômeno global, independentemente de região ou setor. Os dados também indicam que a

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tendência de redução da taxa de crescimento do emprego formal deve permanecer a mesma, com redução em serviços, comércio e construção e uma ainda modesta recuperação na indústria.

Rodrigo Leandro de Moura e Fernando de Holanda Barbosa Filho

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Instituto Brasileiro de Economia

Diretor: Luiz Guilherme Schymura de Oliveira

Vice-Diretor: Vagner Laerte Ardeo

Superintendente de Estudos Econômicos: Marcio Lago Couto

Coordenador de Economia Aplicada: Armando Castelar Pinheiro Pesquisadores

Daniela de Paula Rocha

Fernando Augusto Adeodato Veloso Fernando de Holanda Barbosa Filho Gabriel Leal de Barros

Ignez Guatimosim Vidigal Lopes Joana Monteiro

José Júlio Senna José Roberto Afonso Julia Cavalcante Fontes Lia Valls Pereira Luiza Niemeyer

Mauricio Canêdo Pinheiro Mauro de Rezende Lopes Regis Bonelli

Rodrigo Leandro de Moura Samuel Pessôa

Silvia Matos

Boletim Macro IBRE

Coordenação Geral: Regis Bonelli

Coordenação Técnica: Silvia Matos

Analista Convidado: Octavio Amorim Neto

Advertência

Este Boletim foi elaborado com base em estudos internos e utilizando dados e análises produzidos pelo IBRE e outros de conhecimento públicocom informações atualizadasaté 12dejulhode 2013. O Boletim é direcionado para clientes e investidores profissionais, não podendo o IBRE ser responsabilizado por qualquer perda direta ou indiretamente derivada do seu uso ou do seu conteúdo. Não pode ser reproduzido, distribuído ou publicado por qualquerpessoa, para quaisquer fins.

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