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AVALIAÇÃO DA TEMPERATURA DE SUBSTRATOS CONTENDO TORTA DE MAMONA NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE CAFEEIRO

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Academic year: 2021

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AVALIAÇÃO DA TEMPERATURA DE SUBSTRATOS CONTENDO TORTA DE MAMONA NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE CAFEEIRO

Gustavo Rabelo Botrel Miranda1 João Vieira Monteiro2 Rogner Carvalho Avelar3 Antônio Carlos Fraga4

Pedro Castro Neto5 Rubens José Guimarães6

1UNESP-BOTUCATU, oleo@ufla.br; 2UFLA, jovimon@ufla.br, rogner@oi.com.br, fraga@ufla.br,

pedrocn@ufla.br, rubensjg@ufla.br

RESUMO - Com o objetivo de verificar o efeito da presença de torta de mamona na temperatura de substratos, foi montado experimento em viveiro de cobertura alta. Foram estudados diferentes substratos (tratamentos) para produção de mudas de cafeeiro, sendo: 1o) com 50% de torta e 50% de

esterco de curral; 2o) com 70% de solo, 30% de esterco de curral (padrão); 3o) com 50% de solo, 50%

de torta de mamona, e 4o) com 60% de solo e 40% de torta de mamona, 5o) com 70% de solo e 30% de

torta de mamona, 6o) com 80% de solo e 20% de torta de mamona, 7o) com 90% de solo e 10% de

torta de mamona, 8o) com 100% de solo. O aumento da torta de mamona aumentou-se também a

temperatura do substrato. O substratos com 100% de terra, e com 90% de terra misturado a 10% de torta de mamona e o padrão obtiveram temperaturas menores que os demais substratos. Conclui-se que a torta de mamona aquece o substrato em que está presente, e para o fator temperatura concentração de até 10% de torta de mamona não causa danos às mudas de café quando comparado ao esterco de curral.

INTRODUÇÃO

No atual desenvolvimento da produção de biodisel no Brasil, impulsionado pelo apoio do governo federal, nota-se acúmulo de resíduos descartados pelos agricultores. Estes resíduos podem proporcionar renda como é o caso da utilização da torta de mamona na produção de mudas e na adubação de lavouras.

De acordo com Wendling (2002) o substrato pode ser considerado qualquer material em que a planta ou plântula cresça e se desenvolva, exercendo função semelhante ao solo como dar sustentação à planta, fornecer água, nutrientes e oxigênio. E acrescenta que no substrato deve-se observar também outros fatores como o custo, disponibilidade, qualidade, facilidade de manuseio, além das características química e física do material.

O presente trabalho teve por objetivo comparar, com relação à temperatura, substratos com diferentes proporções de torta de mamona em substituição ao esterco de curral, visando reduzir os danos térmicos ao sistema radicular das plântulas de café.

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O experimento foi conduzido em área do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Minas Gerais, em viveiro de cobertura alta com controle de radiação solar pela utilização de sombrite (50%) (PAIVA, 2001). Foram utilizados oito tipos de substratos como tratamentos, sendo: o padrão para produção de mudas de cafeeiro, com proporção de 700 litros de solo e 300 litros de esterco de curral (CFSEMG, 1999; GUIMARÃES et al., 2002); um segundo substrato com proporção de 500 litros de esterco de curral e 500 litros de torta de mamona; um terceiro substrato com proporção de 500 litros de solo e 500 litros de torta de mamona; um quarto substrato com proporção de 600 litros de terra e 400 litros de torta de mamona; um quinto substrato com proporção de 700 litros de terra e 300 litros de torta de mamona; um sexto substrato com proporção de 800 litros de terra e 200 litros de torta de mamona; um sétimo substrato com proporção de 900 litros de terra e 100 litros de torta de mamona, e um oitavo tratamento com solo sem mistura. Foi adicionado a todos os substratos: 1,0 kg de P2O5 (5 kg de superfosfato simples) e 0,3 kg de K2O (0,5 kg de cloreto de

potássio).

O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com 3 repetições, obedecendo a um esquema de parcelas subdividas no tempo, sendo que as médias foram analisadas pelo teste de Skott-Knott a 1% de probabilidade do programa SISVAR 4.3 (FERREIRA, 2000).

O solo foi coletado, peneirado e após o preparo dos substratos, estes foram introduzidos em sacolas plásticas de polietileno com dimensões 20 x 10 cm, formando 24 sacolas por parcela, sendo avaliadas as 8 mudas centrais e utilizando 16 mudas como bordadura. Neste experimento não foram introduzidas plântulas ou sementes e foi verificada a temperatura durante uma semana duas vezes ao dia, sendo a primeira avaliação às 12:00h e a segunda ao final do dia (17:00h). As temperaturas foram obtidas pela utilização de termopares tipo T (cobre-constantan), sendo a determinação efetuada por um termômetro digital calibrado para o tipo de par termoelétrico utilizado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os valores observado da temperatura nos diferentes substratos em cada dia e horário estão apresentados na Tabela 1.

Observa-se que as temperaturas mais baixas na primeira coleta de dados foram observadas nos substratos compostos de 70% de terra misturada a 30% de esterco (padrão), juntamente com 100% de terra, sendo que o substrato composto de 90% de terra e 10% de torta de mamona apresentou temperaturas intermediárias.

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Na segunda coleta de dados foram observadas maiores temperaturas somente nos substratos compostos de 50% terra misturado a 50% de torta de mamona e no substrato composto de 60% de terra misturada a 40% de torta de mamona, estes se diferiram dos demais.

Os substratos com menores temperaturas na terceira avaliação foram os compostos de 100% de terra, o 90% de terra misturada a 10% de torta de mamona e o padrão, e os substratos que obtiveram maiores temperaturas foram os compostos de 50% de terra misturada a 50% de torta de mamona e o substrato de 60% de terra com 40% de torta de mamona.

Os tratamentos compostos dos substratos de 50% de torta de mamona misturado a 50% de esterco, 50% de terra misturada a 50% de torta de mamona e o substrato composto de 60% de terra misturado a 40% de torta de mamona obtiveram temperaturas maiores, e diferiram dos demais tratamentos na quarta avaliação.

Porém, na quinta avaliação foi observada temperatura menor somente no substrato de 100% de terra, que se diferiu significativamente do substrato composto de 90% de terra misturada a 10% de torta de mamona e do padrão. Nesta avaliação os substratos com maiores temperaturas foram observados nos compostos por 50% de terra misturada a 50% de torta de mamona e o substrato composto de 60% de terra misturada a 40% de torta de mamona.

A partir da sexta avaliação observa-se uma queda geral na temperatura de todas os substratos, sendo que nesta avaliação as maiores temperaturas foram observadas nos substratos de 50% de torta de mamona misturado a 50% de esterco e no substrato padrão.

Na sétima avaliação as temperaturas menores foram observadas em todos os substratos que continham quantidades menores de 20% de torta de mamona, diferindo significativamente do substrato padrão e do substrato com 70% de terra misturada com 30% de torta de mamona, que foram intermediários.

Não foi observada diferença significativa na oitava avaliação.

Na nona avaliação foram observadas temperaturas maiores somente nos substratos compostos de 50% de torta de mamona misturado a 50% de esterco e no substrato composto de 50% de terra misturada a 50% de torta de mamona.

De maneira geral, pode-se observar na tabela 1 que com o aumento de torta de mamona em relação à terra no substrato, aumenta-se também a temperatura deste composto.

Observa-se também que na maior parte das avaliações os substratos com 100% de terra, o substrato composto de 90% de terra misturada a 10% de torta de mamona e o padrão obtiveram temperaturas menores que os demais substratos (PAIVA, 2001; GUIMARÃES, 2002).

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Melhores resultados poderão ser obtidos com a utilização de substratos com a compostagem da torta de mamona, e/ou com uma maior extração do óleo na torta de mamona.

CONCLUSÔES

A torta de mamona provocou aumento significativo na temperatura do substrato em que esteve presente.

O esterco de curral pode ser substituído em até 10% por torta de mamona sem causar prejuízos às mudas de cafeeiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5ª aproximação. Viçosa, MG, 1999. 359 p.

GUIMARÃES, R.J.; MENDES, A.N.G.; SOUZA, C.A.S. Cafeicultura. Lavras: UFLA/FAEPE, 2002. 317p.

PAIVA, L. C. Produção de mudas de cafeeiro (Coffea arabica L.) em diferentes níveis de

sombreamento e seus reflexos na implantação. 2001. 61p. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia)-Universidade Federal de Lavras, Lavras.

WENDLING, I. et al.. Substratos, adubação e irrigação na produção de mudas. Viçosa, MG: Editora Aprenda Fácil 2002. 166p.

Tabela 1. Temperaturas dos diferentes substratos para café (Coffea arabica L.), em seus respectivos dias e horários. UFLA. Lavras. 2005.

Horário Dia Trat. 18:00 h 20/02 12:30 h 21/02 17:00 h 21/02 12:00 h 22/02 17:00 h 22/02 12:00 h 23/02 17:00 h 23/02 12:00 h 25/02 17:00h 25/02 50 Torta; 50 Est. 30ºC c 30,33ºC a 31ºC c 29,67ºC b 32,33ºC c 31,33ºC b 36,33ºC c 26,67ºC a 32ºC b 70 Terra; 30 Est. 23oC a 29,67ºC a 28ºC a 28ºC a 28,67ºC b 30,33ºC b 32,67ºC b 26ºC a 27,33ºC a 50 Terra; 50 Torta 28oC c 33ºC b 35ºC d 32ºC b 34,33ºC d 32,33ºC b 34,33ºC c 28ºC a 29,67ºC b 60 Terra; 40 Torta 29oC c 31,67ºC b 33,33ºC d 30,67ºC b 34,67ºC d 30,67ºC b 34,33ºC c 27ºC a 28,67ºC a 70 Terra; 29oC c 29,67ºC 31,67ºC 28ºC a 31,33ºC 28ºC a 31,67ºC 25,67ºC 28,67ºC

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30 Torta a c c b a a 80 Terra; 20 Torta 28oC c 29ºC a 30ºC b 27,67ºC a 31ºC c 28,67ºC a 30,67ºC a 25,67ºC a 28ºC a 90 Terra; 10 Torta 26oC b 27,67ºC a 28ºC a 27ºC a 30ºC b 28,33ºC a 29,67ºC a 25,67ºC a 27,33ºC a 100 Terra 24oC a 28ºC a 26,33ºC a 27ºC a 26,67ºC a 29ºC a 29,67ºC a 26ºC a 26,67ºC a

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo teste de Skott-Knott a 1% de probabilidade.

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