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Relatório de Estágio Profissional "Viajar sem sair de "casa": A concretização d'(meu)sonho.

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Viajar sem sair de “casa”:

A concretização

d’(meu) sonho

Relatório de Estágio Profissional

Relatório de Estágio Profissional apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto com vista à obtenção do 2º ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (Decreto-Lei nº74/2006 de 24 de março e o Decreto-Lei nº43/2007 de 22 de fevereiro).

Orientador: Mestre José Virgílio P. Sacramento Santos Silva

Diana Manuela dos Santos Sousa

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II

Ficha de Catalogação

Sousa, D. (2016). Viajar sem sair de “casa”: A concretização d’(meu) sonho. Porto: D. Sousa. Relatório de Estágio Profissional para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE:

ESTÁGIO PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA, ENSINO-APRENDIZAGEM, REFLEXÃO, SER PROFESSOR.

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III

DEDICATÓRIA

A ti, Minha Estrelinha.

Longe da vista mas sempre perto do coração.

Obrigada por tudo!

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V

AGRADECIMENTOS

Após atingir mais uma etapa da minha vida e do meu percurso académico, não posso deixar de agradecer a todos que contribuíram para que este momento se torne ainda mais especial.

Ao Professor José Andrade, por ter sido o fio condutor desta aventura. Pelo empenho, dedicação, ajuda e disponibilidade demonstrada ao longo do ano. Pela oportunidade de explorar e criar novas situações ao longo do estágio.

Ao Professor José Virgílio, pelo apoio, pela compreensão e pela disponibilidade demonstrada ao longo desta caminhada.

Ao Professor Telmo, por também ter contribuído para este percurso, por me fazer acreditar que tudo é possível.

Ao meu núcleo de estágio, Patrícia e Firmino, por todos os momentos de partilha, por não duvidarem de mim, por me darem aquele empurrãozinho que faltava, por estarem sempre do meu lado durante esta jornada, por me terem feito sorrir até doer a barriga e por deixarem momentos e memórias que jamais serão apagadas!

Ao Grupo de Educação Física, pela forma como me receberam desde o primeiro dia. Por não me diferenciarem, por acreditarem nas minhas capacidades e competências, pelos convívios, pelas partidas, pelos piqueniques vividos durante os intervalos e pela descontração de que tudo iria correr da melhor forma.

Aos meus alunos, porque sem vocês nada faria sentido, Obrigada por terem sido tão fantásticos, Obrigada por terem deixado chegar tão perto, por viajarem comigo aula após aula, por nunca duvidarem e por partilharem experiências que guardo com muito carinho e admiração. Para mim, serão sempre inesquecíveis e especiais.

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VI

À minha família que esteve sempre presente durante esta longa jornada, principalmente à minha Mãe, por toda a força, persistência e paciência que demostrou ter, não só nestes últimos tempos, mas sim desde que nos vimos pela primeira vez. Por me mostrar que o caminho faz-se caminhando.

Às minhas irmãs, Carla e Marta, por terem sido as minhas primeiras alunas, proporcionando-me constantes momentos de crescimento e de partilha. À irmã de coração, Geni, por me acompanhar e apoiar sempre nas minhas escolhas, fazendo-me olhar e caminhar em frente.

A todos os meus amigos, por sempre me terem feito acreditar que seria possível, pelas vezes que me deram a mão, por mostrarem o lado sempre positivo das coisas e por nunca me deixarem baixar a cabeça.

Ao Tiago, à Verinha, à Loira, ao André, à Diana, ao Quim, à Belinha, à Bea, à Célia, à Cláudia, à Catarina, ao Pedro, ao Gonçalo e ao David, um OBRIGADO do tamanho do Mundo!

À Daniela, por todo o carinho, por me ter amparado vezes e vezes sem conta, por me ter feito chegar até aqui, por não me deixar desistir, por me dizer sempre aquilo que preciso ouvir, por saber ouvir, por nunca duvidar de mim, por ser aquela que levo para a vida! OBRIGADA DANII.

À FADEUP, por ter promovido 2 anos determinantes para a minha vida pessoal e académica. Por me ter acolhido da melhor forma. Por me ter proporcionado saber o que era caminhar, correr e respirar Desporto!

Aos pestinhas do Tok’a Mexer, por me proporcionarem verdadeiros momentos

de aprendizagem e de superação. Por mostrarem o motivo que me fez chegar até aqui, por me fazerem (re)carregar a pilha, dando forças para continuar nesta aventura.

Ao Esquadrão Colchão como carinhosamente chamo, por me receberem todos os dias de sorriso no rosto, por se dedicarem e por acreditarem em mim.

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VII

À Banda Musical de Paço de Sousa e à Orquestra Juvenil da BMPS por serem a minha segunda família há mais de 11 anos, por me ensinarem o verdadeiro valor das coisas, por despertarem o melhor em mim, por me permitirem apreciar tudo o que me rodeia de uma fora especial e por me terem dado amigos para a vida!

A ti Domingos, Obrigada! Obrigada por acreditares mais em mim do que eu própria, por saberes usar as “notas” sempre na altura certa, por todos os “conta compassos” em dias de maior stress, por seres sempre o primeiro a “afinar” e por me “susteres”. Obrigada por tudo, “Clave de Sol”. Levo-te para a vida!

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IX

Índice Geral

DEDICATÓRIA ... III AGRADECIMENTOS... V Índice Geral ... IX RESUMO ... XVII ABSTRACT ... XIX LISTA DE ABREVIATURAS ... XXI

1. INTRODUÇÃO ... 1

2. ENQUADRAMENTO PESSOAL ... 5

2.1. Quem sou eu? ... 7

2.2. Expectativas Iniciais ... 9

3. ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL ... 11

3.1. Estágio Profissional ... 13

3.2. A Escola como Instituição ... 14

3.3. O “Palácio da Aprendizagem” ... 15

3.4. Os “Guias Turísticos” ... 17

3.5. “Os Turistas” ... 19

4. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL ... 23

4.1. Área 1 - Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem ... 25

4.1.1. Conceção ... 25

4.1.2. Planeamento ... 27

4.1.3. Realização ... 35

4.1.4. Avaliação ... 67

4.2. Área 2 – Participação na Escola e Relação com a Comunidade ... 73

4.2.1. Viajar sem Esquecer o que é Nosso ... 73

4.2.2. Direção de Turma ... 74

4.2.3. Reuniões: Uma Aprendizagem Constante Dentro e Fora da Aula ... 76

4.2.4. Treino Funcional – Uma experiência para todos ... 78

4.2.5. Acompanhamento dos Alunos com NEE ... 80

4.2.6. Corta Mato Escolar ... 81

4.2.7. Semana Aberta ... 83

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X

4.2.9. Sábados Fantásticos – Ginástica na Biblioteca ... 90

4.2.10. Dia Mundial da Criança ... 92

4.2.11. Poster – “O que se Aprende em Educação Física” ... 93

4.3. Área 3 – Desenvolvimento Profissional... 95

Efeitos de um trabalho de Expressão Corporal e de Dança no desenvolvimento Cognitivo, Sócioafetivo e Motor de uma aluna com Síndrome de Prader-Willi (SPW). ... 95

4.3.2 – Introdução ... 95 4.3.3. Objetivos ... 98 4.3.4. Metodologia ... 98 4.3.5. Material e Instrumentos ... 99 4.3.6. Procedimentos ... 100 4.3.6. Resultados ... 106 4.3.8. Discussão ... 107 4.3.9. Conclusão ... 108 4.3.10. Referências ... 109

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPETIVAS FUTURAS... 111

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 117 7. ANEXOS ... XXI

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XI

ÍNDICE FIGURAS

Figura 1 - Turma Residente do 12º ano ... 19 Figura 2 - Atividade desenvolvida com a aluna com Síndrome de Prader-Willi (SPW) no espaço exterior ... 104

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XIII

ÍNDICE TABELAS

Tabela 1- Modalidades a abordar ao longo do 12ºano ... 29 Tabela 2 - Resultados da bateria de testes adaptada aplicada à aluna ... 106 Tabela 3 – Resultados das estratégias aplicadas à aluna ... 107

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XV

ÍNDICE ANEXOS

Anexo 1 - Ficha de Caracterização do Aluno ... XXIII Anexo 2 - Plano de Aula ... XXV Anexo 3 - Prémios ... XXVI Anexo 4 - Página Plataforma Moodle ... XXVII Anexo 5 - Concurso de Fotografia: Valongo e as Utopias – Uma Visão Através da Estética... XXVIII Anexo 6 – Cartaz da Palestra “Educação Sexual sem tabus nem Preconceitos III” ... XXIX Anexo 7 - Poster – “O que se Aprende em Educação Física” ... XXX

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XVII

RESUMO

De regresso à escola mas desta vez com um papel diferente. De aluna a professora, vivenciei o meu primeiro contacto com a realidade profissional. Esta experiência só se tornou possível de realizar devido à unidade curricular inserida no plano de estudos do 2º ano do Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, designada por Estágio Profissional. O Estágio Profissional assume-se como o culminar da formação académica, apresentando-se como um período decisivo e de articulação dos saberes. São vário os desafios e as aventuras que o Estudante Estagiário atravessa durante este percurso e, a análise e reflexão dos mesmos torna-se fundamental para o seu desenvolvimento profissional. A escola onde decorreu o estágio situava-se nos arredores do Porto, abrangendo maioritariamente alunos do Ensino Secundário. O núcleo de Estágio era constituído por três estudantes estagiários, orientados por um professor cooperante e um professor orientador da Faculdade, que direcionaram todo o processo. Este relatório está organizado em cinco capítulos: o primeiro diz respeito à “Introdução”; o segundo, “Enquadramento Pessoal”, faz uma breve apresentação acerca das minhas vivências desportivas, das minhas escolhas académicas e apresenta as expectativas para esta aventura; de seguida, o “Enquadramento Institucional”, expõe as características do processo de estágio, do meio onde este foi realizado e apresenta os motores que deram vida a esta experiência; o quarto capítulo é relativo ao “Enquadramento Operacional” e está dividido em três áreas. A Área 1 – Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem reflete acerca da conceção de ensino, do seu planeamento, da realização e avaliação, a Área 2 – Participação na escola e Relações com a Comunidade retrata as atividades em que me envolvi durante o ano de estágio e, a Área 3 – Desenvolvimento Profissional onde desenvolvo um “Estudo de Investigação”. Posteriormente, o último capítulo apresenta uma reflexão acerca do processo de estágio e dos sentimentos que este provocou bem como os contributos para a minha formação.

PALAVRAS-CHAVE:

ESTÁGIO PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA, ENSINO-APRENDIZAGEM, REFLEXÃO, SER PROFESSOR.

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XIX

ABSTRACT

Back to school but this time with a different role. From student to teacher, I had my first contact with the professional world. This experience was only possible due to the curricular unit within the 2nd year of the Masters in Teaching of Physical Education in Primary and Secondary Education, called Professional Internship. This internship marks the end of the academic studies. It is a decisive period of employing what I learned during the course. There are several challenges and adventures that the Student Intern faces during this phase, which makes the analysis and reflection of it central for the professional development of the student. The school where this internship was made is located in the suburbs of Porto, and is mostly comprised of students of the Secondary Education. The internship core consisted of 3 intern students, guided by a cooperative teacher and a responsible professor from the College, which directed the whole process. This report is organized into 5 chapters. The first one is an "Introduction, followed by the second chapter called "Personal Environment". This is a brief presentation of my sports experience, my academic choices and also presents my expectations concerning this adventure. The third chapter is called "Institutional Environment". In this chapter, the internship process is explained along with the school where the internship was made and also the engines that gave life to this experience. The 4th chapter is called "Operational Environment" and is made of 3 areas. Area 1 - Organization and Management of Teaching and Learning reflects about the conception of teaching, its planning, realization and evaluation. Area 2 - Participation in schol and relationship with the community is about the activities in which I was involved during the internship year. In area 3 - Professional development - a case study is developed. Further, the last chapter presents a conclusion regarding the Internship process and the feelings involved and how it shaped my formation.

KEYWORDS

: PROFESSIONAL INTERNSHIP, PHYSICAL EDUCATION, REFLECTION, TEACHING-LEARNING-EDUCATION, BEING A TEACHER

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LISTA DE ABREVIATURAS

AC – Avaliação Contínua AD – Avaliação Diagnóstica

AEV – Agrupamento de Escolas de Valongo AF – Atividade Física

AS – Avaliação Sumativa

BMV – Biblioteca Municipal de Valongo BVB – Biblioteca da Nova Bila Beatriz

CESPU – Cooperativa Ensino Superior Politécnico e Universitário CVD – Curso Vocacional de Desporto

EE – Estudante Estagiário EF – Educação Física EP – Estágio Profissional

ESV – Escola Secundária de Valongo GEF – Grupo de Educação Física

ISCSN – Instituto Superior de Ciências da Saúde – Norte FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. MAC – Modelo de Aprendizagem Cooperativa

MAPJ – Modelo de Abordagem Progressiva ao Jogo MED – Modelo de Educação Desportiva

MEC – Modelo de Estrutura dos Conhecimentos

MEEFEBS – Mestrado em Ensino da Educação Física no Ensino Básico e

Secundário.

MID – Modelo de Instrução Direta NE – Núcleo de Estágio

PA – Plano de Aula

PAA – Plano Anual de Atividades PC – Professor Cooperante

PCEF – Projeto Curricular de Educação Física PCT – Projeto Curricular de Turma

PEE – Projeto Educativo de Escola PES – Prática de Ensino Supervisionada

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XXII

PNEF – Programas Nacionais de Educação Física PO – Professor Orientador

RI – Regulamento Interno RE – Relatório de Estágio

TGfU – Modelo de Ensino dos Jogos Para a Compreensão TR – Turma Residente

TP – Turma Partilhada UD – Unidade Didática

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INTRODUÇÃO

O presente documento surge no âmbito do Estágio Profissional (EP), inserido no plano de estudos do 2º ano de Mestrado em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (MEEFEBS), da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP). Este foi desenvolvido durante e após a Prática de Ensino Supervisionada (PES).

Este documento relata as aprendizagens, as principais dificuldades, as superações, as emoções, alguns medos e inseguranças, sentidos durante o meu EP, realizado na Escola Secundária de Valongo (ESV) no ano letivo 2015/2016, tendo sido supervisionado e orientado pelo Professor Cooperante (PC), pelo Professor Orientador (PO) e pelos meus colegas de Núcleo de Estágio (NE).

O EP apresenta-se como a etapa final da formação inicial e concretiza-se numa prática de ensino em contexto real, que nos prepara, a nós, enquanto futuros professores, para as exigências da profissão.

De acordo com as Normas Orientadoras da FADEUP1, “O Estágio Profissional visa a integração no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão”. Foi desta forma que, durante um ano letivo, ingressei nesta viagem com o intuito de demonstrar tudo aquilo que adquiri até aos dias de hoje, com a expectativa de que iria aprender de igual forma com esta experiência.

O título do documento, “Viajar sem sair de “casa” – A concretização d’(meu) sonho”, surge na tentativa de retratar de uma forma global todas as experiências vividas ao longo desde EP. Este tem como finalidade expor as aventuras adquiridas no contexto escolar (“casa”), direcionando-as para aquilo que sempre idealizei.

1

Normas Orientadoras do Estágio Profissional do Ciclo de Estudos Conducente ao Grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da FADEUP 2014-2015. Porto: Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, em vigor no ano letivo 2014/15, Matos, Z.

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Assim, o documento encontra-se organizado em 5 capítulos por forma a dar resposta às três áreas de desempenho que o EE deve dominar para poder exercer a docência de EF.

O primeiro capítulo, “Introdução”, tem como objetivo contextualizar o documento apresentado. No segundo capítulo “Enquadramento Pessoal”, abro o meu mapa e exponho os pontos mais marcantes do meu caminho até ao dia de hoje. Nele consta uma breve apresentação acerca das minhas vivências desportivas, das minhas escolhas académicas e apresenta as expectativas inicias para esta aventura.

No terceiro “Enquadramento da Prática Profissional”, apresento de forma minuciosa todo o contexto de realização da minha Prática Profissional (PP), expondo as características do processo de estágio, do meio onde este foi realizado e uma apresenta/descrição dos motores que deram vida a esta experiência.

De seguida, o quarto capítulo, “Realização da Prática Profissional”, está dividido em três grandes áreas de desempenho, onde é descrito todo o processo, as dificuldades, as atividades, os desafios e as superações, os modos de atuação ao longo de cada trilho delineado para esta viagem. A área (1), destinada à “Organização e gestão do Ensino e Aprendizagem”, reflete acerca da conceção de ensino, do seu planeamento, da sua realização e avaliação. A área (2). “Participação na Escola e Relações com a Comunidade” retrata a minha participação na escola e todas as relações estabelecidas com a comunidade escolar, com a direção de turma (DT) e com a interação e abordagem com uns alunos especiais (NEE). Por fim a área (3), “Desenvolvimento Profissional”, onde é apresentado um estudo de investigação, intitulado de “Efeitos de um trabalho de Expressão Corporal e de Dança no desenvolvimento Cognitivo, Sócioafetivos e Motor de uma aluna com Síndrome de Prader-Willi (SPW)”.

Por último, o capítulo cinco, ”Uma Viagem que nunca terá um fim” é uma reflexão final acerca desta longa jornada. Aqui procuro descrever o contributo que esta aventura me proporcionou tanto a nível profissional como pessoal.

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ENQUADRAMENTO PESSOAL

2.1. Quem sou eu?

Normalmente é difícil conseguir obter uma só resposta quando perguntamos a uma criança o que ela gostaria de ser quando fosse grande. Comigo aconteceu exatamente o mesmo. Desde cabeleireira a astronauta, as escolhas multiplicavam-se à medida que ia crescendo. A variedade era muita, mas havia sempre um aspeto comum a todas elas: o desporto. Podia ser qualquer coisa mas tinha de ter sempre algo presente que me fizesse mexer, o que não era assim tão difícil.

Com o passar do tempo as escolhas foram diminuindo. O facto de ter duas irmãs, uma mais velha e outra mais nova do que eu, permitiu explorar diversas profissões imaginárias. As brincadeiras eram constantes e cada dia explorava uma profissão diferente. Já nem sabia o motivo de querer ser cabeleireira. Com os pés mais assentes na terra, a ideia de ser astronauta também acabou por desaparecer. Fiquei então só com a possibilidade de ser veterinária, farmacêutica e bombeira. O que eu queria mesmo era algo que me fizesse interagir com as pessoas, ajudando-as da melhor forma possível, contribuindo com aquilo que estava ao meu alcance. Pensava eu que era tão simples.

A ideia de ser professora nunca tinha sido vista como algo que estivesse presente no meu futuro. Talvez por ter alguém muito próximo, a minha irmã, com essa ambição fez-me ver que era algo que lhe pertencia e não a mim. Os anos foram passando e as responsabilidades começavam a ser outras. Se me voltassem a fazer a mesma pergunta “O que queres ser quando fores grande?”, a resposta já seria bem mais simples…Não sei!

Mesmo com o passar dos anos, o desporto continuou sempre presente. Desde a natação, à dança, às modalidades do desporto escolar, eu estava sempre lá para experimentar. Sentia-me a viajar, a flutuar, de todas as vezes que experimentava algo novo. Devido ao meu interesse pelo desporto, os Professores de Educação Física tinham o cuidado e a preocupação de me mostrar o melhor que podíamos reter, de valorizar todas as experiências e

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guardar todos os acontecimentos. Comecei então a ver o desporto com outros olhos.

Entrei para o secundário e esta mudança de escola, de professores e até mesmo de amigos fez-me desmotivar de certo modo da escola em si. Apesar de me esforçar para conseguir atingir os objetivos propostos nesta fase, o sucesso escolar ficou muito aquém das minhas expectativas. Este facto começou a sufocar-me e a tornar-se cada dia mais impossível de ser gerido. Só me sentia bem nas aulas de Educação Física, pois sentia que pelo menos existia algo que ainda sabia fazer, algo que não me desiludia nem desmotivava constantemente. Foi aí que senti que a minha vida deveria estar ligada ao desporto permanentemente.

Após o 12ºano, entrei no Instituto Superior de Ciências da Saúde – Norte, no curso de Atividade Física, Saúde e Desporto, com especialização no ramo de Exercício e Saúde. Sem dúvida que foram os melhores três anos a nível de estudo e de aprendizagem. Realmente quando fazemos algo com gosto torna-se bem mais fácil. Apesar do curso ser bastante completo e abrangente, senti a necessidade de dar continuidade à minha formação.

Após esses três anos, candidatei-me ao MEEFEBS da FADEUP. Embora as expetativas de me tornar uma Professora de EF sejam um pouco improváveis, devido ao que acontece na atualidade, esta formação permitiu-me alargar os meus conhecimentos em diferentes áreas, como é o caso da atividade que concilio atualmente: lecionação de aulas de Atividade Física em diferentes freguesias com público-alvo diversificado.

Foram várias as experiências onde participei ao longo desta minha caminhada. O facto de ter mantido constantemente contacto com crianças e jovens fez-me querer e lutar por alcançar este meu objetivo. Sempre tive a preocupação de me tornar numa profissional competente, que me diferenciasse de todos os outros. Do meu ponto de vista, ser bom professor requer conhecimento, atitudes, capacidades e competências. Só assim é que se consegue desempenhar corretamente as suas funções enquanto professor. Apesar disso, existem sempre alguns entraves que colocam por vezes estes aspetos em desvantagem.

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A minha insegurança natural, que já faz parte de mim desde que me conheço, o falar por vezes muito rápido demais, o facto de dar grande importância a tudo o que me rodeia, o ser demasiado perfeccionista e exigente comigo mesma (não conseguindo por vezes desligar-me de algo negativo) são aspetos que me preocupam e que, se não forem devidamente pensados e planeados, podem levar ao meu insucesso pessoal e acima de tudo profissional.

2.2. Expectativas Iniciais

Muita coisa mudou ao longo deste ano. E pensava eu que sabia um pouquinho de tudo. Novas experiências, novas ideias e acima de tudo, novas formas de adquirir e transmitir conhecimento. Tudo isto leva-me a tantas inquietações e dúvidas.

Serei capaz?! Serei capaz de passar da teoria para a prática? Serei capaz de transmitir corretamente os conhecimentos necessários aos meus alunos? Serei capaz de começar do zero, sem qualquer tipo de acompanhamento? Serei capaz de inovar e cativar os meus alunos? Serei capaz de ser justa e correta para com eles? Serei capaz de estabelecer um bom relacionamento com os alunos, mantendo sempre o bom funcionamento da aula? Serei capaz? Serei mesmo capaz?!

Estas e muitas outras perguntas levam-me a uma constante agitação. Terei feito esta longa caminhada para chegar agora a um caminho sem saída ou com várias direções congestionadas? O empenho demostrado ao longo de todos estes anos de formação será algum dia recompensado e posto em prática? Conseguirei manter-me fiel aos meus princípios, independentemente de tudo o que os outros possam pensar? Terei um bom grupo de trabalho onde se valoriza o desempenho geral e não só o individual?

As perguntas e as dúvidas teimam a continuar e fica cada vez mais difícil obter uma resposta, por mais simples que ela seja. O que não é nada bom! O motivo?! Talvez o mesmo… Medo de falhar, medo de não saber corrigir os meus erros, medo de ser rejeitada pelos alunos, medo de não ter a devida

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coragem de mostrar o que realmente sei e aprendi ao longo destes anos. Se me sinto insegura por não me sentir devidamente preparada em relação às bases teóricas para aplica-las na prática?! Não. Tenho a perfeita noção do conhecimento que adquiri até ao dia de hoje, mas nunca é o necessário.

Recordo-me que uma das primeiras tarefas que encarei neste mestrado foi encontrar uma definição para o “conceito de profissão, bom profissional e características dos profissionais da educação”. À partida não parecia ser muito difícil arranjar uma definição, mas ao mesmo tempo já me sentia um pouco incompetente por não saber dar resposta a algo aparentemente simples. Definições e caracterizações sempre foram algo muito presentes ao longo da minha formação enquanto aluna, logo não deveria ser assim tão complicado. Sem dúvida que a maior dificuldade foi definir o que era ser um bom professor. Há tantas opiniões, tanto que já foi dito, tanto por se dizer. Mas afinal o que é ser um bom Professor? Não é preciso ir muito a fundo para saber que é um tema com múltiplas opiniões.

Devido à constante pressão que sofremos da sociedade e das constantes regras implementadas que não favorecem ninguém (ou então tombam sempre para o mesmo lado), acabamos por perder o nosso rumo, o nosso foco, a nossa fonte de alimentação. Aí, penso no caminho que me levou a chegar até aqui. Penso no que os meus colegas fizeram e continuam a fazer para não deixar que os “outros” vençam. Acho que é a altura de demonstrar o porquê da minha escolha. Não foi fácil, não está fácil e nem vai ficar fácil, mas tenho a obrigação de nunca desistir! Devo isso a quem me acompanhou, a quem me incentivou, a quem me formou, a quem nunca desistiu de mim, mas acima de tudo, devo isso a mim mesma!

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ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL

3.1. Estágio Profissional

O EP está inserido no segundo ano do MEEFEBS da FADEUP e regulamentado pelos Decreto-lei nº 74/2006 de março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de fevereiro. Esta unidade curricular (UC) não deve ser vista como mais uma que completa o plano de estudos, mas sim como um projeto de formação que tem como objetivo primordial a formação do professor profissional, promotor de um ensino de qualidade.

Conforme aclarado nas normas orientadoras do EP2, o EE é

caraterizado como sendo um professor reflexivo que analisa, reflete e sabe justificar o que faz, em consonância com os critérios do profissionalismo docente e o conjunto das funções docentes, de entre as quais sobressaem: as funções letivas, de organização e gestão, investigativas e de cooperação. De forma a reforça esta perspetiva, Rolim (2013) afirma que “O estágio profissional deve ser por todos entendido como um processo consciente e reconstruído, prolongado e profundo diariamente construído, desconstruído e construído novamente, com muitos avanços e recuos".

De modo a aprofundar o tema, o EP da FADEUP, tendo em vista o que está mencionado no regulamento3, pretende “proporcionar aos estudantes estagiários o desenvolvimento de competências pedagógicas, didáticas e científicas, através do cumprimento das funções de um professor de Educação Física, em contexto real durante o período de um ano letivo”. De forma a dar resposta a este propósito, a FADEUP possui parcerias com diversas escolas para as quais encaminha grupos de dois a quatro EE, constituindo os designados núcleos de estágio (NE).

É incontestável a complexidade e o desafio que as diversas tarefas assumidas provocam ao EE. Ainda assim, o EP possibilita uma formação integral e completa, preparando os estudantes para o mundo de trabalho.

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Normas Orientadoras do Estágio Profissional do Ciclo de Estudos Conducente ao Grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário da FADEUP 2014-2015. Porto: Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, em vigor no ano letivo 2014/15, Matos, Z.

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Como referem Cunha et al. (2014) “Os estudos realçam que o estágio oferece

um espaço de mobilização de saberes e habilidades, adquiridos no decurso formativo anterior, para a prática do dia-a-dia, bem como a incorporação de um roteiro sociocultural – normas, valores, hábitos, costumes e práticas – na realização de papéis profissionais, sob orientação de professores experientes”.

3.2. A Escola como Instituição

Esta aventura não faria sentido se não referisse o contexto onde tudo aconteceu. Apesar de hoje em dia ser algo presente, de fácil acesso e obrigatório (ou pelos menos deveria de o ser) durante doze anos, o conceito de escola tem sofrido alterações ao longo dos tempos.

Segundo Nóvoa (1992), o primeiro tipo de escola existente foi a família. Era através da família que se transmitiam os principais valores da sociedade, os conhecimentos, os gostos e as partilhas. Assim, esta tinha um peso muito importante na educação do jovem. As crianças tinham a tendência de imitar os pais e portanto tornava a educação muito mais prática.

Após a família, a igreja assumiu um papel predominante na educação. Só as pessoas que estavam ligadas às instituições religiosas sabiam ler e escrever, e assim transmitir essas aprendizagens.

De acordo com o mesmo autor, a partir do século XIX, o ensino normal tornou-se fundamental na configuração da profissão docente. As escolas ditas normais centraram-se na difusão e transmissão de conhecimentos, onde os professores são profissionais que produzem o seu próprio saber e saber-fazer, através da reflexão sobre as práticas.

Imagino como seria nos dias de hoje se a educação ficasse ao encargo único e exclusivo da família. Apesar de ser bastante importante o acompanhamento e o apoio familiar, pergunto-me que sociedade seria a nossa se cada um tivesse a sua forma de agir, de comunicar, de considerar o que é certo e errado. Pergunto-me que limitações teríamos no nosso crescimento e desenvolvimento se só tivéssemos ao nosso dispor os conhecimentos impostos

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por cada família. Que relações teríamos nós se não fosse possível a existência de momentos de partilha e de aprendizagem com contextos diversos?

A escola constitui hoje uma instituição de primeira linha na formação de valores que indicam os rumos pelo qual se fará o futuro. É através da escola que estes são transmitidos aos cidadãos, de forma unificada e ajustada à realidade.

Assim, a escola é uma instituição social com objetivos e metas determinadas. Esta constitui um contexto diversificado de desenvolvimento e aprendizagem, isto é, um local que reúne diversidade de conhecimentos, atividades, regras e valores (Silva, 2014/2015).4

Atualmente, a escola é encarada como o principal meio de socialização e promoção do desenvolvimento individual/coletivo, demonstrando os valores da sociedade. Com isto surge uma “cultura escolar” onde são evidentes aspetos transversais que caracterizam a escola como uma instituição. Esta

cultura pode ser definida como “um padrão de pressupostos básicos,

inventados, descobertos ou desenvolvidos por um grupo, à medida que aprendeu a lidar com os seus problemas de adaptação externa e de integração interna, que funcionou bem o suficiente para ser considerado válido.” (Carvalho, SD, cit In Schien, 1992).

A escola emerge, portanto, como uma instituição fundamental para o indivíduo e a sua constituição, assim como para a evolução da sociedade e da humanidade (Dessen & Polonia, 2007, cit In Davies & cols., 1997; Rego, 2003).

3.3. O “Palácio da Aprendizagem”

“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controlo. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados.

O que elas amam são pássaros em voo.

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Anotações das aulas da Unidade Curricular de Gestão e Cultura Organizacional de Escola, inserida no 2º semestre, no 2º ciclo em EEFEBS, no ano letivo de 2014/2015, elaborados por Silva, P.

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Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.”

(Rubem Alves, sd)

É este o desafio que se vive no Agrupamento de Escolas de Valongo (AEV), o “palácio” onde tudo acontece, onde o principal é “dar asas ao sonho” e “encorajar o voo”.

Após a análise do Projeto Educativo de Escola (PEE)5, o AEV é uma unidade orgânica criada por Despacho do Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar de 28 de junho de 2012, que resultou da agregação da Escola Secundária de Valongo e do Agrupamento de Escolas de São João de Sobrado.

A Escola Secundária de Valongo (ESV) foi criada pelo Decreto-Lei nº 260-B/75 de 26 de Maio, substituindo a Secção de Valongo da Escola Técnica de Ermesinde, a funcionar desde 1 de Outubro de 1972. Tem instalações próprias na Rua Visconde Oliveira do Paço, desde o ano letivo 1986/87.

A ESV é a escola sede do agrupamento. Este é composto por seis escolas, incluindo a escola sede, e tem ao seu funcionamento diversos níveis de ensino: 3º Ciclo, Cursos de Educação e Formação, Ensino Secundário, Cursos Profissionais, Ensino Recorrente e Cursos de Educação e Formação de Adultos.

Relativamente à comunidade, no caso particular da escola sede existem 1 282 alunos. Analisando o meio envolvente onde a escola se situa, é possível afirmar que a generalidade dos alunos que a frequentam pertence à classe-média.

Relativamente aos recursos humanos, a escola está organizada em seis departamentos: educação pré-escolar e 1º ciclo; ciências sociais e humanas; expressões; informática e tecnologia; línguas; matemática e ciências experimentais. A EF está integrada no departamento das expressões, juntamente com a educação visual e tecnológica, a educação musical, a educação visual e a educação especial. Relativamente aos professores da área disciplinar de EF, estes eram catorze.

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No que concerne aos recursos materiais, a escola engloba cinco pavilhões onde se lecionam as diferentes disciplinas. Existe ainda um bloco onde estão localizados a papelaria, o refeitório e a sala de convívio com bar, permitindo assim uma maior interação e convívio entre os alunos e a restante comunidade escolar.

Em relação aos recursos espaciais destinados às aulas de EF, a escola detém um pavilhão gimnodesportivo, onde é possível a lecionação de três turmas em simultâneo, funcionando cada uma em 1/3 do pavilhão. O pavilhão está em muito boas condições e é constituído por um recinto multiusos com bancada e com equipamento audiovisual, quatro balneários, uma sala de professores, dois quartos de banhos e duas arrecadações para o material. No espaço exterior ao pavilhão, existem dois campos de jogos e três campos de Basquetebol. Apesar das dimensões serem benéficas à lecionação das aulas, estes campos não possuem marcações. Esta situação levou a algumas limitações pontuais, uma vez que era necessário utilizar mais material para evidenciar o que era pretendido aos alunos.

O facto de a escola estar devidamente equipada com o que é considerado básico para a aprendizagem de cada modalidade, permite aos alunos um maior enriquecimento a todos os níveis, nomeadamente ao nível físico, cognitivo e emocional.

Além da vasta oferta curricular, a escola dispõe ainda espaços de reforço e enriquecimento curricular que englobam: projetos, clubes, salas de estudo orientado, uma biblioteca escolar, um gabinete de apoio ao aluno, um gabinete de acompanhamento e gestão de conflitos, um espaço destinado à educação especial, aos serviços de psicologia e orientação, ao desporto escolar e um plano anual de atividades que englobam as atividades organizadas para os alunos.

3.4. Os “Guias Turísticos”

Segundo Batista e Queirós (2013), a PES inclui um PC para acolher e orientar três ou quatro estudantes-estagiários durante o ano letivo. O meu NE era constituído por três EE. Considero-os, juntamento com o PC e o PO, como

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os guias turísticos desta fantástica aventura. Guias esses que me acompanharam em todos os percursos realizados, que me motivaram em todas as decisões e me aplaudiram em todas as conquistas. O facto de os ter sempre por perto fez com que esta aventura se tornasse o mais inesquecível de sempre.

Relativamente ao NE, este é composto por mim, pela “Guia Turística X”

e pelo “Guia Turística Y”. A nossa relação/convivência passou a ser

praticamente diária, onde partilhamos pensamentos, ideias, angústias e tarefas.

Apesar de caminharmos juntos nesta aventura, chegamos a ela por caminhos diferentes. Relativamente à “Guia Turística X”, frequentamos a mesma instituição de ensino durante a licenciatura. Durante esses dois anos em que permanecemos na mesma instituição, tivemos a oportunidade de conviver e partilhar alguns momentos e experiências. Contudo, nunca tinha tido a oportunidade de fazer parte do mesmo grupo de trabalho nem da mesma

turma. Em relação ao “Guia Turística Y”, o seu percurso passou pela

Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física (FCDEF) e só nos cruzamos no MEEFEBS. Também nunca fizemos parte do mesmo grupo de trabalho nem da mesma turma. Apesar de partilharmos o mesmo ciclo de estudos, só no 2ºano é que tivemos verdadeiramente a oportunidade de nos conhecer.

Sinto que o facto de termos formações, conhecimentos e perspetivas diversas, só enriqueceu todo o processo, o que nos tornou mais eficientes e nos ajudou ao nosso crescimento/desenvolvimento profissional.

Desde o primeiro momento em que soubemos que iriamos fazer parte do mesmo NE, mostramo-nos disponíveis para trabalhar em conjunto. Fazia todo o sentido que o grupo fosse coeso logo desde início, pois iriamos trabalhar e explorar uma experiência única. Foi com o auxílio deles que as principais tarefas para esta viagem ganharam vida. Documentos como o Modelo de Estrutura de Conhecimento (MEC), a estrutura do plano de aula (PA), as diferentes fichas de observação, o planeamento anual (PA), o levantamento do material disponível, entre outros, foram elaborados em conjunto e posteriormente adaptados às características e funções de cada turma. Esta

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união e cuidado desde o primeiro momento, simplificaram e acalmaram as turbulências e inseguranças no primeiro contacto com os alunos.

No primeiro dia em que pisamos a “nossa” escola, fomos recebidos de uma forma bastante calorosa e muito familiar por toda a comunidade escolar, mas principalmente pelo Grupo de Educação Física (GEF). Este mostrou-se sempre disponível e pronto a ajudar no que fosse necessário ao longo desta jornada. Houve momentos de partilhar, de convívio e de descontração, que promoveram uma evolução significativa na minha ação. O GEF sempre procurou a nossa perspetiva, a nossa opinião e fundamentação para tudo o que era realizado. Este facto permitiu-nos evoluir e melhorar a cada dia.

3.5. “Os Turistas”

“Os alunos são o centro do seu investimento enquanto professores iniciantes. É com eles e para eles que investem. São eles que dão significado – verdadeiro – à sua ação.”

(Batista, 2014)

No início do ano o PC informou que a atribuição das respetivas turmas não seria de forma aleatória. Eu, juntamente com os restantes elementos do núcleo, tive a oportunidade de estar presente na apresentação das três turmas elegidas para esta aventura. O facto de ter sido possível observar/lecionar uma aula a cada turma, fez com que nos adaptássemos a diferentes meios logo numa fase inicial, sem qualquer tipo de estereótipo, preferência e afinidade.

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Esta abordagem permitiu que despertássemos alguns sentimentos de compatibilidade e relação com cada turma.

Após uma conversa entre o NE e o PC, chegamos à conclusão quais as turmas residentes (TR) que iriamos acompanhar ao longo desta aventura. Assim, foram-nos atribuídas turmas do secundário, mais especificamente do 11º ano e do 12º ano de escolaridade.

Em relação à minha TR, o 12º Ano do Curso Científico – Humanístico, era composta por 23 alunos, sendo que apenas 14 frequentam as aulas de Educação Física. Destes 14 alunos, 8 eram do sexo masculino e 6 do sexo feminino. A média de idade dos alunos que frequentavam as aulas de Educação Física situava-se nos 17anos.

Na procura de conhecer melhor os alunos, o NE elaborou um questionário (ANEXO 1) que foi aplicado em cada turma. Este solicitava informações acerca do número de elementos do agregado familiar, da relação da EF com o professor de EF (se gostava da disciplina; o que esperava das aulas de EF; qual a motivação para a aula de EF), da atividade física realizada fora do contexto escolar (se pratica algum desporto federado; se a mãe/pai/irmão pratica alguma atividade física) e questões relacionadas com a saúde e alimentação do aluno (com que frequência vai ao médico; informações médicas relevantes para a prática desportiva; quantas refeições faz por dia).

Relativamente às informações referentes à AF fora das aulas de EF, 11 dos alunos praticavam algum desporto fora da escola, nomeadamente Natação, Futebol e Atividades de Academia. Entre as modalidades mais preferidas encontravam-se as modalidades desportivas coletivas como o Futebol, o Andebol e o Basquetebol. A Ginástica e a Natação também foram referenciadas. Relativamente à relação com a EF e com o professor de EF, os alunos esperam que as aulas no geral suscitem maioritariamente o divertimento, a melhoria da saúde e o conhecimento das modalidades.

No geral, os alunos apresentam uma boa disponibilidade motora, são interessados, empenhados e com algum espírito crítico. O facto de estes referirem um interesse pelo aperfeiçoamento do conhecimento das diversas modalidades levou-me a aprofundar mais a minha prática e saber acerca de

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cada matéria. Uma das grandes principais preocupações e cuidados que tive, logo desde o início, foi evitar a monotonia das aulas e transmitir/proporcionar o máximo de conhecimento, vivências e experiências durante as mesmas, tornando cada aula um novo lugar a ser descoberto.

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4.ENQUADRAMENTO DA

PRÁTICA PROFISSIONAL

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ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL

Como referi anteriormente, O EP engloba três áreas de atuação, em que cada uma tem os seus objetivos bem específicos e definidos, contribuindo todas essas áreas para um objetivo comum, formar profissionais de educação física competentes. São elas a Área 1 – Organização e Gestão do Ensino e da

Aprendizagem; a Área 2 – Participação na Escola e Relação com a

Comunidade; e Área 3 – Desenvolvimento Profissional.

Apesar destas áreas estarem apresentadas de uma forma separada, estas devem ser vistas como um todo pois completam-se e, só assim será possível observar a sua verdadeira importância.

Área 1 - Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem

A área de Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem é talvez a principal e mais importante área do estágio. É nesta área que adquirimos o saber e o saber-fazer. Esta área abrange a conceção, o planeamento, a realização e a avaliação do ensino.

O objetivo desta área direciona-se para a elaboração de uma estratégia de intervenção, orientada por objetivos pedagógicos, que respeitem o conhecimento válido no ensino da Educação Física nos campos mencionados anteriormente.

4.1.1. Conceção

Antes de saber exatamente o contexto em que iria desenrolar esta experiência foi necessário definir e acima de tudo refletir sobre a importância da sua conceção.

Entendo por conceção o modo de como recriamos uma ideia, um plano ou um projeto, seguindo regras e normas previamente estabelecidas. Neste

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caso, as experiências e aventuras desenroladas, contam com a ajuda dos conteúdos definidos pelo Ministério da Educação e pela própria escola.

De acordo com Bento (2003) “Todo o projeto de planeamento deve encontrar o seu ponto de partida na conceção e conteúdos dos programas ou normas programáticas de ensino, nomeadamente a conceção de formação geral, de desenvolvimento multilateral da personalidade e do grau de cientificidade e relevância pratico-social do ensino”. O mesmo autor refere que a conceção é o ponto de partida da atuação prática do professor (Bento, 2003).

Desta forma, no início do ano letivo, o PC recomendou a análise dos Programas Nacionais de Educação Física (PNEF)6, do Regulamento Interno (RI), do Projeto Educativo de Escola (PEE), do Plano Anual de Atividades (PAA) e o Projeto Curricular de Educação Física (PCEF). A análise destes documentos permitiu-me perceber melhor o funcionamento da escola e de todo o processo que a envolve. Todos eles, sem exceção, procuram o desenvolvimento dos alunos e da aprendizagem.

“Papéis, papéis e mais papéis… desengane-se aquele que pensa que Educação Física passa só por calçar umas sapatilhas e correr. Sabem lá o que dizem. Há a necessidade de descobrir mais a cada dia que passa. Há ainda mais a necessidade de descodificar tudo aquilo que está por vir. De decifrar cada passo a percorrer. De arranjar estratégias de como caminhar por caminhos já traçados e bem vincados. Há a necessidade de querer evoluir sem esquecer o que nos fez chegar até aqui.” (Diário de Bordo,

semana 14 a 18 de setembro de 2015, 1ºPeríodo)

O PNEF apresenta-se como um guia para a atuação do professor que explicita as finalidades e os objetos gerais e específicos da disciplina em cada ano de ensino. De facto “A necessidade de se criar, em todas as escolas, as condições materiais e pedagógicas para que cada aluno possa usufruir dos benefícios da Educação Física, exige a definição de uma proposta que adote uma perspetiva de desenvolvimento. Os programas de Educação Física, procuram satisfazer esta exigência.” (Jacinto et al., 2011).

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Programa de Educação Física 10º, 11º e 12º anos, Cursos Científico-Humanístico e Cursos Tecnológicos. 2001, Lisboa: Ministério da Educação – Departamento do Ensino Secundário. Jacinto, J., Carvalho, L., Comédias, J. & Mira, J.

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Relativamente ao PEE, Carvalho e Diogo (cit. por Fontoura, 2006) refere que este “tem um carater globalizador e multidirecional, que abrange todos os domínios da vida da escola: socioeducativo, pedagógico, curricular, associativo, formação de pessoal, etc, Funcionando como orientador de toda a vida escolar, dotando-a de coerência e intencionalidade clara.” Este documento expressa de uma forma global a missão da escola e os seus principais valores a incutir junto dos alunos.

O PCEF, estruturado pelo GEF, analisa o currículo e os programas dos diferentes ciclos, adaptando-os às necessidades dos alunos da escola. É o GEF que deve decidir e refletir nas questões de flexibilização do currículo disciplinar tendo em visto o melhor para os alunos. Como refere Jacinto et al. (2011), “Neste quadro, favorável à formação e desenvolvimento dos alunos e da instituição escolar, e estando reunidas as condições essenciais de realização da EF, a questão que se coloca, do ponto de vista das sugestões metodológicas para aplicação dos PNEF, desloca-se para as decisões colectivas, de compromisso, do Departamento de Educação Física”.

4.1.2. Planeamento

Esta longa aventura não poderia ter sido tão completa se não fosse devidamente preparada e planeada. É mais do que lógico, pelo menos para mim, que se quisermos chegar a algum lado, temos de saber minimamente como lá chegar. O facto de pensarmos no que vamos fazer, no que vamos dizer, no que vamos experimentar, faz com que tenhamos uma visão mais alargada das situações que nos rodeiam.

Como refere Mesquita (2000), o planeamento consiste em delinear com antecedência o que tem de ser realizado, como deve ser construído e quem é que o deve efetuar. De acordo com Bento (2003), planificar a educação e a formação significa planear as componentes do processo de ensino e aprendizagem nos diferentes níveis da sua realização, significa aprender o mais certamente possível as estruturas e linhas básicas e essências das tarefas e processos pedagógicos.

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As definições acima referidas evidenciam na perfeição tudo aquilo a que me submeti de forma individual e coletiva, através dos restantes guias desta viagem, ao longo deste ano.

Comparo o primeiro impacto com o efeito de uma avalanche. Talvez agora perceba que a comparação fosse um pouco exagerada mas na altura foi exatamente o que senti.

Apesar de a escola já conter um leque de destinos devidamente organizados como por exemplo, o PAA, do GEF já possuir os conteúdos a abordar e os respetivos critérios para cada modalidade/ano escolar, senti que não tinha “mãos a medir” para tanto trabalho. Aquele sentimento de querer fazer tudo e não estar a conseguir fazer nada esteve um pouco presente nesta fase inicial.

Senti então, que estava na altura de delinear, de organizar, de decidir e de estruturar o meu percurso ao longo desta nova caminhada, expectante de que o medo de falhar, de não atingir o que realmente pretendia, de não transmitir o que realmente queria, iria estar sempre presente mas, que a vontade de me superar e de acima de tudo aprender, também iria estar da mesma forma evidente.

De volta ao mesmo autor, Bento (2003) considera três níveis de planeamento: o planeamento anual (PA), a unidade didática (UD) e o plano de aula (PA), sendo que todos são “elaborados, interrelacionados e entendidos como estações ou etapas intermédias e necessárias na via do aumento da qualidade de conceção e melhoria da realização do ensino”.

4.1.2.1. Planeamento Anual

Este deve ser realizado no início do ano letivo, de modo a estruturar e calendarizar as atividades realizadas pela escola, os recursos disponíveis e as matérias de ensino.

Tenho a perfeita consciência de que uma das minhas características enquanto pessoa é organizar tudo enquanto possível, delinear trajetos e tentar

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saber sempre por onde posso mover-me. Mesmo assim, foi nesta primeira fase que senti uma dificuldade acrescida. Volto a referir que a entreajuda dos “guias turísticos” foi bastante preciosa. Ter a responsabilidade de planear algo tão global e direcionado a um público-alvo que até então era quase desconhecido suscitou dúvidas e muitas inquietações.

Este planeamento não foi realizado de forma incerta nem tão pouco por facilitismo ou comodismo. Foi concebido de modo a permitir uma visão global do funcionamento de todo o ano letivo, sendo possível refazer alguns ajustes conforme as situações vivenciadas. Sem dúvida que foi uma ferramenta fulcral nesta viagem.

Para a sua realização, foi necessário consultar os documentos estruturantes das matérias de ensino, nomeadamente o PNEF, o PEE, o PAA, a distribuição dos espaços (roulement) e o PCEF, elaborado pelo GEF da escola. Deste modo, a pesquisa não foi muito extensiva relativamente ao PNEF, uma vez que a escola já tinha definido e enquadrado a informação necessária, conforme cada nível de ensino, como mencionado anteriormente.

De acordo com a planificação do Secundário, presentes nestes documentos, as modalidades lecionadas foram as seguintes: no primeiro período Voleibol; no segundo período, Dança e Escalada; e no terceiro período, Basquetebol. A par destas modalidades, está estipulado a existência de duas matérias de ensino transversais ao longo do ano: a Condição física e o Basquetebol. A tabela 1 apresenta a disposição das matérias de ensino ao longo do ano letivo, assim como o espaço disponível para a sua lecionação.

Tabela 1- Modalidades a abordar ao longo do 12ºano

1º PERÍODO 2º PERÍODO 3º PERÍODO

Condição Física Voleibol Basquetebol (transversal - exterior) Dança/Escalada Basquetebol (transversal - exterior) Basquetebol

* Sujeito a troca entre períodos por necessidades de ajustamento de espaço e/ou material disponível

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O facto de ter tido a oportunidade de seguir diferentes caminhos, tendo em vista o mesmo fim, fez com que a minha autonomia e sentido de responsabilidade aumentasse de dia para dia, de viagem para viagem. Exemplo disso foi o facto de ter alterado um destino (Escalada), acabando por o realizar apenas no terceiro período e não no segundo como estava extipulado.

Após a avalanche inicial, foi essencial perceber que de facto esta viagem estava devidamente planeada e cuidada ao pormenor. Isso levou a que o meu ponto de partida fosse muito mais seguro, com a esperança de que tudo iria correr da melhor forma. Sentir que os alicerces estavam mais do que preparados para esta aventura permitiu-me seguir em frente sem grandes tremores e desequilíbrios.

4.1.2.2. Unidade Didática

Após o PA, deu-se continuidade ao segundo nível de planeamento, a UD. Esta procura pormenorizar e detalhar os trilhos existentes ao longo desta viagem.

Citando Bento (2003), “O planeamento a este nível procura garantir, sobretudo, a sequência lógico-específica e metodológica da matéria, e organizar as atividades do professor e dos alunos por meio da regulação e da orientação da ação pedagógica, endereçando às diferentes aulas um contributo visível e sensível para o desenvolvimento dos alunos”.

Saber como ir e com quem ir, é tão importante como saber para onde ir. É neste sentido que surge a necessidade de elaborar a UD de cada modalidade, de cada caminho a percorrer.

Conhecer o nível da turma, saber como e quando devem ser lecionados e avaliados determinados conteúdos, ter conhecimentos específicos de cada matéria de ensino a lecionar, de traçar objetivos gerais e específicos para cada aluno, leva a uma contante reflexão de como agir, de como preparar um processo de ensino-aprendizagem eficaz e coerente.

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Hierarquizar, periodizar e organizar os conteúdos é uma tarefa bastante minuciosa e de grande responsabilidade. Responsabilidade essa que me foi incutida ao longo do meu percurso enquanto estudante, tornando-se mais certa, profunda e com sentido lógico no 1ºano do MEEFEBS. Foram várias as UD elaboradas ao longo desta jornada. Todas elas com o seu toque especial visto que cada uma tinha a sua própria finalidade. Não foram construídas de forma aleatória, tinham sempre um ponto em comum, o melhor para o aluno; o melhor para desenvolver a sua aprendizagem e conhecimentos.

4.1.2.2.1. Modelo de Estrutura do Conhecimento

Foi através dos Modelos de Estrutura do Conhecimento (MEC), que foi possível por em prática todo este processo reflexivo, autónomo e de grande exigência, resultante das diversas tomadas de decisão efetuadas.

Sendo assim, o MEC apresenta-se como um documento que requer uma conexão entre a planificação e a metodologia de ensino à matéria a lecionar. É um instrumento que tem como principal finalidade ajudar na planificação pelo que será um instrumento passível de ser alterado, consoante a imprevisibilidade que o professor pode encontrar no terreno.

Este instrumento proposto por Vickers (1990), está dividido em três grandes fases que orientam, posteriormente, todo o processo de ensino: a análise (módulos 1, 2 e 3), a decisão (módulos 4, 5, 6 e 7) e a aplicação (módulo 8). No módulo 1 – Conhecimento declarativo – é feita uma análise da modalidade em questão, de acordo com o estipulado a lecionar ao 12ºano, tendo como base as quatro categorias transdisciplinares (habilidades motoras, condição física e fisiologia, cultura desportiva e conceitos psicossociais). No módulo 2 – Análise das condições de aprendizagem – verificam-se os recursos disponíveis na escola, para a lecionação da modalidade (recursos temporais, espaciais, materiais e de segurança). No módulo 3 – Análise dos alunos – é elaborada uma caracterização dos alunos, seguindo os resultados de uma avaliação inicial, a avaliação diagnóstica. Na maior parte das modalidades, esta avaliação permitiu contextualizar da melhor forma os conteúdos a lecionar.

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Após os três módulos de análise, surge o momento de gerar decisões

no processo ensino-aprendizagem. Assim, no módulo 4 – Determinação da

extensão e sequência dos conteúdos – deve-se produzir um quadro, que

compreenda todas as aulas, com a disposição dos conteúdos das diferentes categorias transdisciplinares mencionadas anteriormente. Depois dos conteúdos estarem determinados, surge a necessidade de objetiva-los. No módulo 5 – Definição de objetivos – é descrito aquilo que o professor pretende que os alunos atinjam, quer em grupo, quer individualmente, sendo elaborados sempre em função dos mesmos, tendo sempre em consideração as condições/situações e os critérios a serem trabalhados. Posteriormente, no

módulo 6 – Configuração da avaliação – surge o processo em que se

determina a extensão com que os objetivos educacionais se concretizam. A fase de decisão termina com o módulo 7 - Desenho das atividades de

aprendizagem/progressões – este é caracterizado pelas situações de

aprendizagem relativas aos conteúdos a serem lecionados. O ensino destes conteúdos é constituído por quatro tarefas, sendo elas de dificuldade progressiva (a tarefa de introdução, a tarefa de exercitação, a tarefa de extensão e a tarefa de aplicação).

Por último e não menos importante, o módulo 8 – Aplicação em prática de todos os acontecimentos – menciona as unidades temáticas, os planos de aula, o planeamento anual e possíveis progressões individuais. Estes poderão estar sujeitos a alterações, pois a evolução dos alunos nem sempre corresponde ao esperado, tanto de forma positiva como menos positiva, o que requer uma capacidade de adaptação e ajustamento do planeado.

De um modo geral, o MEC serviu como uma ferramenta crucial de suporte no meu planeamento. Na minha opinião, apesar de a sua elaboração ter sido uma tarefa bastante minuciosa, a sua importância é inquestionável. Desta forma, consegui organizar num só documento toda a informação necessária para esta longa jornada, de uma forma detalhada e bastante organizada. Só quem não sabe porque o faz é que o deixa de fazer.

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33 4.1.2.3. Plano de Aula

O plano de aula (PA) diz respeito ao terceiro nível de planeamento, sendo mais pormenorizado que os restantes. Contudo, este deve ser um documento simples e de fácil leitura para que o professor consiga consultá-lo sempre que necessário. Embora sirva de guião, importa referir que este tem por base os níveis de planeamento mencionados anteriormente (anual e UD).

A elaboração do plano de aula foi algo bastante pensado, discutido e ajustado entre os intervenientes desta aventura. Apesar de cada guia turístico ter a sua forma de organizar os caminhos a percorrer, ter uma base fiável e correta auxiliou muito em qualquer tomada de decisão. Posto isto, num dos primeiros momentos em que os guias se reuniram para distribuir tarefas, a elaboração e a importância do plano de aula foi algo bastante reforçado.

“Após reunir com o Professor Cooperante e os meus colegas, senti que realmente isto está mesmo a acontecer!! Eu cheguei aqui!! Eu estou mesmo na escola. Já não há necessidade de beliscar para sentir que tudo isto é verdade. A lista de tarefas começa a ganhar vida. A elaboração de um esquema do plano de aula está no topo das prioridades. O facto do Professor Cooperante ter proposto que cada elemento do núcleo elaborasse o que pensasse ser o modelo mais correto e abrangente do que é considerado ser um plano de aula, fez com que abríssemos os nossos horizontes. Começar esta aventura com momentos de partilha e decisão torna-nos mais próximos e acima de tudo, organizados e focados no mesmo objetivo: o melhor para nós mas acima de tudo, para os nossos alunos. (Diário de Bordo, semana 15 a 18

de setembro, 1º Período)

Sendo assim, o plano de aula definido teve a seguinte organização: no cabeçalho do plano estão evidentes, o espaço/local de aula, o número da aula, o dia da aula, a função/unidade didática, o ano/turma, o número de alunos, a assiduidade dos mesmos, o material, a hora e o tempo útil da aula, bem como a descrição dos objetivos da aula e o sumário da mesma. O corpo do plano abrange a parte da aula, a duração da mesma, os objetivos/conteúdos, a

situação de aprendizagem/organização/esquema e as componentes

criticas/critérios de êxito. Ainda no final do plano, é possível encontrar um espaço destinado para observações e possíveis legendas. (ANEXO 2)

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Esta estrutura foi bastante benéfica para a realização da minha prática. O facto de o cabeçalho e o corpo do plano ser bastante completo e de fácil consulta, permitiu-me preparar melhor as minhas aulas, sentindo que tinha um auxílio a cada passo que dava. Saber ao certo o tempo útil que tinha para caminhar aula após aula, já com os descontos de tempo estipulados pelo GEF, poder registar na devia aula a assiduidade dos alunos bem como o sumário, foram ferramentas novas e indispensáveis para o seguimento desta aventura. Estes parâmetros não completavam só o plano de aula mas sim as tarefas que desempenhava no fim de cada aula. Tenho a perfeita consciência de que ter o plano de aula como aliado antes, durante e após a aula, permitiu a minha evolução dia após dia, aula após aula.

No que concerne à elaboração dos planos de aula, estes eram realizados no mesmo momento, tendo como objetivo planear sempre a próxima semana de aulas. O facto de elaborar as duas aulas semanais no mesmo momento permitiu-me ter um maior controlo da evolução dos objetivos, do grau de dificuldade dos exercícios, da forma de instruir a matéria, da organização e gestão da aula. Para além disso, se houvesse necessidade de modificar determinado conteúdo, objetivo ou até mesmo critério de êxito, de aula para aula, era mais eficiente do que se tivesse de repensar ou organizar a partir do zero. Sem dúvida que me levou a ter momentos mais organizados e ligados, relativamente às aulas anteriores.

“O facto de realizar os planos de aula atempadamente, leva-me a sentir muito mais preparada e focada no que realmente é importante, tanto na minha aprendizagem como na dos alunos. Não passar por aquela sensação de fazer tudo sobre o joelho, leva-me a realizar tudo o que defini ser necessário e importante fazer. (…) Faz parecer que é tudo muito mais fácil e controlado. O nervoso miudinho ainda ronda os meus lados mas sinto-me mais “pés na terra” do que nunca”. (Diário de Bordo, semana 13 a16 de

outubro, 1º Período)

De acordo com Bento (2003, p. 103), “Antes de entrar na aula o professor tem já um plano da forma como ela deve decorrer, uma imagem estruturada, naturalmente, por decisões fundamentadas. Tais são, por exemplo, decisões sobre o objetivo geral e objetivos parciais ou intermédios, sobre a escolha e ordenamento da matéria, sobre os pontos fulcrais da aula,

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