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Efeitos agudos do treinamento de força sobre a pressão arterial pós-esforço e variabilidade da frequência cardíaca em homens: influência das variáveis da carga de treinamento

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

EFEITOS AGUDOS DO TREINAMENTO DE FORÇA SOBRE

A PRESSÃO ARTERIAL PÓS-ESFORÇO E VARIABILIDADE

DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM HOMENS: INFLUÊNCIA

DAS VARIÁVEIS DA CARGA DE TREINAMENTO

TESE DE DOUTORAMENTO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO

TIAGO COSTA DE FIGUEIREDO

Orientador: Prof. Doutor Victor Machado Reis

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

EFEITOS AGUDOS DO TREINAMENTO DE FORÇA SOBRE

A PRESSÃO ARTERIAL PÓS-ESFORÇO E VARIABILIDADE

DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM HOMENS: INFLUÊNCIA

DAS VARIÁVEIS DA CARGA DE TREINAMENTO

TESE DE DOUTORAMENTO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO

TIAGO COSTA DE FIGUEIREDO

Orientador: Prof. Doutor Victor Machado Reis

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DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus.

Ao meu orientador prof. Dr. Roberto Fares Simão Junior, pela contribuição na busca

de uma melhor formação acadêmica e desempenho profissional.

Ao meu orientador prof. Dr. Victor Manuel Machado Reis pela contribuição na

formação acadêmica e dos manuscritos que formam a tese.

A todos os professores da UTAD que contribuíram para minha formação acadêmica e

profissional.

A meus pais, pelo exemplo de vida, de luta, e acima de tudo, pelos exemplos de

amizade e amor à família e ao trabalho que são fundamentais para a formação do caráter de

um filho.

A minha esposa Roberta pela paciência e amor dedicados, principalmente nos

momentos mais difíceis e ao meu filho João que a cada dia me faz mais feliz com a sua

alegria.

(6)
(7)

RESUMO

Título: Efeitos agudos do treinamento de força sobre a Pressão Arterial pós-esforço e variabilidade da Frequência Cardíaca em homens: influência das variáveis da carga de treinamento

Objetivos: Os objetivos do presente estudo foram analisar os efeitos agudos de diferentes variáveis do

treinamento de força (TF) (número de séries, intensidade do treinamento e Intervalo entre séries), sobre a pressão arterial (PA) e variabilidade da frequência cardíaca (VFC) pós-esforço em homens.

Métodos: Participaram voluntariamente deste estudo 11 homens jovens, pré-hipertensos; eutróficos, com no

mínimo seis meses de experiência em TF. Os indivíduos participaram de três estudos agudos para verificação do efeito das variáveis do TF sobre a PA e VFC pós-esforço. Após verificar as cargas no teste de uma repetição máxima (1RM) para o supino reto, puxada pela frente, desenvolvimento de ombros, flexão de cotovelo, extensão de cotovelo, leg press, cadeira extensora e cadeira flexora; Os sujeitos realizaram oito sessões de TF em ordem aleatória com no mínimo 72 horas de intervalo entre as as mesmas. As sessões de TF foram dividas da seguinte forma: Estudo1: Efeito do número de séries sobre a PA e VFC pós-esforço. Objetivo: verificar o efeito de uma, três ou cinco séries dos exercícios citados acima, em séries de oito a 10 repetições com carga a 70% de 1RM, e dois minutos de intervalo entre as séries e os exercícios. Estudo 2: Efeito da Intensidade do TF sobre a PA e VFC pós-esforço. Objetivo: verificar o efeito de três séries de oito a 10 repetições dos exercícios citados acima, realizados com carga a 60%, 70% ou 80% de 1RM, e dois minutos de intervalo entre as séries e os exercícios sobre a PA e VFC pós esforço. Estudo 3 – Efeito do Intervalo entre as séries e exercícios sobre a PA e VFC pós-esforço. Objetivo: verificar o efeito três séries dos exercícios citados acima, com oito a 10 repetições por série, e carga a 70% de 1RM, realizados com um ou dois minutos de intervalo entre as séries e os exercícios. Antes (após 10 minutos de repouso) e logo após cada sessão de TF a PA e a VFC (Bandas LF e HF e índice RMSSD) foram mensuradas por 60 minutos, com intervalos de 10 minutos entre as medidas.

Resultados: As maiores e mais longas respostas hipotensivas após sessões de TF foram observadas com a

utilização de cargas moderadas (70% de 1RM), séries múltiplas (cinco séries), e intervalos de descanso mais curtos (1 minuto). Os resultados do estudo que comparou os efeitos dos diferentes números de séries demonstraram uma significante hipotensão pós-esforço em homens com experiência prévia em TF. A extensão da reposta cardíaca está diretamente relacionada ao volume de treinamento, pois maiores volumes de TF geraram maiores reduções da PA e da VFC. Desta forma, uma sequência de TF composta por exercícios de membros superiores e inferiores, realizada com cinco séries são mais capazes de produzir uma maior e mais longa reposta hipotensiva pós-exercício, quando comparada com rotinas de uma ou três séries. Os resultados do estudo que comparou diferentes intensidades de carga (% de 1RM) demonstraram uma maior duração do efeito hipotensivo

(8)

VIII

treinados. A extensão da resposta da PA não está diretamente relacionada com o intervalo entre as séries, pois ambas as sequências demonstraram reduções significativas na pressão arterial diastólica e pressão arterial média. Os resultados relacionados à VFC demonstraram que um minuto de intervalo entre as séries e exercícios produz maior estresse cardíaco. Esses resultados indicam que um minuto ou dois minutos de intervalo entre as séries, quando utilizados em conjunto com a realização de oito a 10 repetições a 70% de 1RM, pode produzir o estímulo suficiente para uma resposta hipotensiva pós-exercício. Desta forma, sessões de TF compostas por exercícios para membros superiores e inferiores e realizadas com um ou dois minutos de intervalo entre as séries e os exercícios podem gerar respostas hipotensivas significativas.

Conclusões: Em conclusão, profissionais de educação física podem prescrever cinco séries por exercício, a 70%

de 1RM, um ou dois minutos de intervalo entre as séries e os exercícios, se o objetivo for à redução da PA após a sessão de TF. Hipotensões pós-exercício consistentes podem ter um impacto positivo nas fases agudas do desenvolvimento da hipertensão arterial. Porém, os resultados desses estudos são válidos somente para homens jovens e com experiência prévia em TF e outros estudos devem testar outras populações como indivíduos hipertensos.

(9)

ABSTRACT

Title: Acute effects of strength training on post-exercise blood pressure and heart rate

variability in men: influence of training load variables.

Aims: The purposes of this study were to evaluate the acute effects of different ST variables (i.e.

number of sets, training intensity and rest interval between sets and exercises) on the blood pressure

(BP) and heart rate variability (HRV) in men.

Methods: Eleven young, normotensive, healthy men, with at least six months experience in ST,

voluntarily participated in this study. The subjects participated in three acute studies to verify the

effect of the ST variables on post-exercise BP and HRV. After verifying the one-repetition maximum

(1RM) loads for the bench press, lat pulldown, shoulder press, biceps curl, triceps extension, leg press,

leg extension and leg curl; the subjects underwent eight ST sessions in random order at least 72 hours

between sessions. Strength training sessions were divided as follows: study1-number of sets. Subjects

performed one, three or five sets of exercises cited above with eight to 10 repetitions, 70% of 1RM

loads, and two minutes rest interval between sets and exercises. Study 2 – load intensity. The subjects

perform three sets of exercises cited above with eight to 10 repetitions and 60%, 70% or 80% of 1RM

loads, with two minutes rest intervals between sets and exercises. Study3 – rest interval between sets

and exercises. The subjects perform three sets of eight exercises mentioned above with eight to 10

repetitions with 70% of 1RM loads, and one or two minutes of rest between sets and exercises. Before

(after 10 minutes rest) and after each session the BP and HRV (LF and HF bands and RMSSD index)

were tracked for 60 minutes.

Results: The longest hypotensive responses to ST were observed with moderate loads (70% 1RM),

higher training volume (five sets), and shorter rest intervals (1 minute). The results relative to number

of sets demonstrated a significant post-exercise hypotension in men with previous experience in ST.

The extent of cardiac response is related to training volume, as higher ST volumes promoted greater

blood pressure and HRV responses. Thus, a ST sequence composed of upper and lower body exercises

performed with high volume are more likely to produce a higher and longer post-exercise hypotensive

response when compared with routines with one or three sets. The results of the study that compared

different load intensities (% 1RM) showed a longer duration of the hypotensive response related to ST

(10)

X

post-exercise hypotension after ST session in trained men. The extent of BP response is not directly

related to the rest interval between sets and exercises, because both sequences demonstrated

significant reductions in DBP and MAP. The results related to HRV showed that one minute rest

interval between sets and exercises produces increased cardiac stress. These results indicate that one

minute or two minutes rest interval between sets and exercises, in conjunction with the completion of

eight to 10 repetitions at 70% of 1RM loads, can produce post-exercise hypotensive response. Thus,

ST sessions composed of exercises for upper and lower limbs and performed with one or two minutes

rest intervals between sets and exercises can generate significant hypotensive responses.

Conclusion: In conclusion physical education professionals can prescribe five sets per exercise with

70% of 1RM loads, one or two minutes rest intervals between sets and exercises, if the goal is the

blood pressure reduction after a ST session. Consistent hypotension after exercise can have a positive

impact in the acute phases of the hypertension development. However, the results of these studies are

valid only for young men with previous experience in ST and other studies should performed to test

other populations as hypertensive individuals.

(11)

ÍNDICE GERAL

DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTOS ... V

RESUMO ... VII

ABSTRACT ... IX

ÍNDICE GERAL ... XI

ÍNDICE DE TABELAS ... XV

ÍNDICE DE FIGURAS ... XVII

ABREVIATURAS ... XIX

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO GERAL ... 1

QUESTÕES A INVESTIGAR ... 5

REFERÊNCIAS ... 5

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA: ARTIGO DE

REVISÃO ... 9

INTRODUÇÃO ... 11

MÉTODOS ... 12

BUSCA DA LITERATURA ... 12

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ... 12

CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ... 12

QUALIDADE METODOLÓGICA DOS ESTUDOS ... 12

ESTUDOS INCLUSOS ... 13

INFLUÊNCIA DA INTENSIDADE DO TREINAMENTO NA RESPOSTA HIPOTENSIVA

APÓS UMA SESSÃO DE TREINAMENTO DE FORÇA ... 13

INFLUENCIA DO VOLUME DE TREINAMENTO E DA QUANTIDADE DE MASSA

MUSCULAR NA RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS UMA SESSÃO DE TF ... 19

INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO EM CIRCUITO NA RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS

UMA SESSÃO DE TREINAMENTO DE FORÇA ... 23

(12)

XII

LIMITAÇÕES ... 27

CONCLUSÕES ... 27

PERSPECTIVAS ... 28

REFERÊNCIAS ... 28

CAPÍTULO III. INFLUÊNCIA DO NÚMERO DE SÉRIES NA PRESSÃO ARTERIAL E

VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA APÓS UMA SESSÃO DE TREINAMENTO

DE FORÇA ... 31

INTRODUÇÃO ... 33

MÉTODOS ... 34

DESENHO DO ESTUDO ... 34

AMOSTRA ... 34

PROCEDIMENTOS ... 36

RESULTADOS ... 38

DISCUSSÃO ... 42

APLICAÇÕES PRÁTICAS ... 44

REFERÊNCIAS ... 45

CAPÍTULO IV. INFLUÊNCIA DA INTENSIDADE NA HIPOTENSÃO PÓS-EXERCÍCIO E

VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA APÓS UMA SESSÃO DE TREINAMENTO

DE FORÇA ... 47

INTRODUÇÃO ... 49

MÉTODOS ... 50

DESENHO DO ESTUDO ... 50

AMOSTRA ... 50

PROCEDIMENTOS ... 51

RESULTADOS ... 53

DISCUSSÃO ... 57

APLICAÇÕES PRÁTICAS ... 59

REFERÊNCIAS ... 59

CAPÍTULO V. INFLUÊNCIA DO INTERVALO ENTRE AS SÉRIES SOBRE A PRESSÃO

ARTERIAL E VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA APÓS UMA SESSÃO DE

TREINAMENTO DE FORÇA ... 63

INTRODUÇÃO ... 65

(13)

DESENHO DO ESTUDO ... 66

PROCEDIMENTOS ... 68

RESULTADOS ... 70

DISCUSSÃO ... 77

APLICAÇÕES PRÁTICAS ... 79

REFERÊNCIAS ... 79

(14)
(15)

ÍNDICE DE TABELAS

Capítulo II Tabela 1 - Efeito da intensidade do treinamento de força sobre a resposta da pressão

arterial pós-esforço ... 15

Capítulo II Tabela 2 - Efeito do volume do treinamento de força na resposta da pressão arterial

pós-exercício ... 21

Capítulo II Tabela 3 - Influência do treinamento em circuito na resposta hipotensiva após uma sessão

de treinamento de força ... 24

--

Capítulo III Tabela 1 – Características Físicas e Funcionais dos Sujeitos………35

Capítulo III Tabela 2 - Tamanho do Efeito: PAS, PAD, PAM e RMSSD após três sequências de

treinamento de força……….42

--

Capítulo IV Tabela 1 - Tamanho do efeito: PAS, PAD, PAM e RMSSD após as três sequências de

treinamento de força……….57

--

Capítulo V Tabela 1 - Características Físicas e Funcionais dos Sujeitos……….68

Capítulo V Tabela 2 - Comparação e tamanho do efeito da pressão arterial sistólica, diastólica e

média em repouso e pós-exercício entre as sessões de treinamento de força (média ±

desvio-padrão) ... 75

Capítulo V Tabela 3 - Comparação e tamanho do efeito para variabilidade da frequência cardíaca em

repouso e pós-exercício entre as sessões de treinamento de força (média ± desvio-padrão) ... 76

(16)
(17)

ÍNDICE DE FIGURAS

Capítulo III Figura 1 - Resposta da pressão arterial sistólica para as três sessões de treinamento de

força (média + desvio-padrão). ... 39

Capítulo III Figura 2 - Resposta da pressão arterial diastólica para as três sessões de treinamento de

força (média + desvio-padrão). ... 39

Capítulo III Figura 3 - Resposta da pressão arterial média para as três sessões de treinamento de

força (média + desvio-padrão). ... 40

Capítulo III Figura 4 - Resposta da banda de baixa frequência para as três sessões de treinamento de

força (média + desvio padrão). ... 40

Capítulo III Figura 5 - Resposta da banda de alta frequência para as três sessões de treinamento de

força (média + desvio padrão). ... 41

Capítulo III Figura 6 - Índice RMSSD para as três sessões de treinamento de força (média + desvio

padrão). ... 41

--Capítulo IV Figura 1 - Resposta da pressão arterial sistólica para as três sessões de treinamento de

força (média + desvio-padrão). ... 54

Capítulo IV Figura 2 - Resposta da pressão arterial diastólica para as três sessões de treinamento de

força (média + desvio-padrão). ... 55

Capítulo IV Figura 3 - Resposta da pressão arterial média para as três sessões de treinamento de

força (média + desvio-padrão). ... 55

Capítulo IV Figura 4 - Resultados do índice RMSSD (média + desvio-padrão). ... 56

--Capítulo V Figura 1 - Resposta da pressão arterial sistólica para as duas sessões de treinamento de

força (média + desvio-padrão) ... 71

(18)

XVIII

Capítulo V Figura 4 - Resposta da alta frequência para as duas sessões de treinamento de força

(média + desvio-padrão). ... 73

Capítulo V Figura 5 - Índice RMSSD para as duas sessões de treinamento de força (média +

desvio-padrão). ... 73

Capítulo V Figura 6 - Resposta da baixa frequência para as duas sessões de treinamento de força

(média + desvio-padrão) ... 74

(19)

ABREVIATURAS

HA – hipertensão arterial

HPE – hipotensão pós esforço

PAS – pressão arterial sistólica

PAD – pressão arterial diastólica

TF – treinamento de força

PA – pressão arterial

PAM – pressão arterial média

VFC – variabilidade da frequência cardíaca

ECG – eletrocardiograma

1RM – uma repetição máxima

Banda LF – Banda de baixa frequência

Banda HF – Banda de alta frequência

(20)
(21)

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO GERAL

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO GERAL

EFEITOS AGUDOS DO TREINAMENTO DE FORÇA SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL PÓS-ESFORÇO E VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM HOMENS: INFLUÊNCIA DAS

(22)
(23)

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO GERAL

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO GERAL

A hipertensão arterial (HA) afeta mais de 25% da população mundial, sendo o maior

fator de risco associado à doença coronariana, infarto agudo do miocárdio, doença arterial

periférica e falência renal. O desenvolvimento e a progressão da HA são associados a diversos

fatores como inatividade física, genética, envelhecimento, intolerância a glicose, resistência a

insulina, baixa reatividade vascular e sobrepeso e obesidade (1,4).

Neste contexto o exercício físico tem sido recomendado como uma importante

intervenção não farmacológica com o objetivo de prevenir e tratar a HA (1,4). Programas de

exercícios físicos supervisionados demonstraram efeitos positivos para reduzir a pressão

arterial (PA) e o risco cardiovascular, com efeito positivo na mortalidade associada a doenças

cardiovasculares (13). Além disso, a prática de exercício físico resulta em um importante

fenômeno chamado hipotensão pós-exercício (HPE), caracterizado como redução

significativa da pressão arterial sistólica (PAS) e/ou diastólica (PAD) após o exercício, a

níveis abaixo dos observados em repouso (1,4).

O treinamento de força (TF) tem sido recomendado como parte integrante de

programas de exercício físico com a finalidade de reduzir riscos cardiovasculares e melhorar a

capacidade funcional. Variáveis metodológicas como: intensidade, volume, ordem dos

exercícios, tempo de intervalo entre as séries, exercícios e sessões, número de séries e

repetições, frequência semanal e velocidade de movimento estão envolvidas na elaboração de

um programa de TF e podem ser modificadas de acordo com a especificidade do treinamento,

objetivos e necessidades individuais porém os seus efeitos sobre a HPE ainda são

controversos (1,2,3).

Até a presente data, três metas-análises observaram os efeitos crônicos do TF sobre a

PA de repouso. Conelissen & Fagard (6), Cornelissen et al. (7) and Kelley & Kelley (10),

concluíram que o TF realizado em intensidade moderada não é contraindicado para o

tratamento e prevenção da HA e deve fazer parte de um programa de exercícios para

hipertensos, porém a falta de controle das diversas variáveis do TF não permite que haja

consenso na literatura sobre qual o volume, intensidade, ordenação dos exercícios e intervalos

(24)

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO GERAL

4

Experimentos que analisaram a influência da manipulação das variáveis

metodológicas do TF na PA de repouso e na PA pós-esforço são escassos. Foram encontrados

apenas dois estudos crônicos realizados em hipertensos (5,9). Estes estudos verificaram a

redução da PA de repouso após a prática regular do TF, porém não foi verificada a influência

da manipulação de diversas variáveis do TF em estudos de longo prazo. Dessa forma, os

efeitos da manipulação das variáveis do TF sobre a PA de repouso ainda não estão claros.

Outro ponto importante refere-se aos mecanismos que geram a redução ou não da PA

após uma sessão de TF. Após revisão de literatura, foram encontrados apenas três estudos

agudos (15,17,18), que verificaram os possíveis mecanismos que geram a redução da PA após

uma sessão de TF. Estes estudos demonstraram que os mecanismos podem estar ligados a

redução do débito cardíaco e da sensibilidade baroreflexa e consequente redução da PA,

porém não houve associação com as variáveis do TF. Alguns dos fatores que justificam esses

resultados estão relacionados às modificações no sistema nervoso autônomo, pois durante e

após a realização do TF são observadas alterações da atividade simpática, elevação da

frequência cardíaca, aumento do débito cardíaco, da PAS, PAD e pressão arterial média

(PAM) (14). Entretanto, fatores como: tipo de exercício, intensidade, duração e massa

muscular envolvida estão diretamente relacionados às respostas cardíacas observadas durante

o TF (14).

Até o presente momento alguns fatores são atribuídos à ocorrência da HPE após uma

sessão de TF. Acredita-se, que alterações observadas na sensibilidade do barorreflexo arterial

(15), na ação reflexa das fibras musculares aferentes: metaborreceptores e quimiorreceptores

(18), como também, as alterações do sistema autonômico cardíaco (16) possam explicar a

ocorrência da HPE, porém não existem evidências fortes que tais mecanismos ocorram, pois

há apenas um estudo para cada medida. O que se pode afirmar é que a resistência vascular

periférica se encontra reduzida após a realização de exercícios físicos aeróbicos,

proporcionando a vasodilatação induzida através de mecanismos endotélio dependente através

da liberação do óxido nítrico, e endotélio não dependente através do shear estresse tanto na

musculatura ativa quanto na inativa (8), porém esse mecanismo ainda não foi demonstrado

após uma sessão de TF. Outro ponto importante é que os mecanismos parecem diferir de

acordo com o tipo e intensidade de exercício empregado e a população estudada (8). Além

disso, apesar da reconhecida importância do exercício físico nas adaptações observadas no

sistema autonômico cardíaco, aspectos relacionados à intensidade, ao volume, ao tipo de

(25)

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO GERAL

exercício, a área muscular exercitada (ex: membros superiores e inferiores), dentre outros

aspectos, ainda precisam ser mais explorados (11,12).

A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é um reflexo das mudanças no sistema

nervoso autônomo que exerce influência no coração. O estudo dessa variável é muito

importante para verificar a integração do sistema nervoso autônomo e do sistema

cardiovascular. Além disso, a redução da VFC em indivíduos aparentemente saudáveis ou

após o infarto agudo do miocárdio aumenta o risco de mortalidade (1,4,11). Existem

evidências para demonstrar o papel do exercício aeróbico na melhoria da VFC em pacientes

com risco cardiovascular aumentado (11). Por outro lado, até o presente momento, poucos

estudos investigaram o efeito do TF sobre a VFC (12,18). Este estudo torna-se importante

para delinear os efeitos do TF sobre a PA e VFC e pode ajudar o profissional de educação

física na escolha da melhor prescrição do TF para indivíduos saudáveis e populações que

possuam risco cardiovascular aumentado.

QUESTÕES A INVESTIGAR

1 – Qual o estado da arte em relação ao controle das variáveis de carga de treinamento

em relação ao efeito hipotensivo após uma sessão de treinamento de força?

2 – Qual a influência de diferentes números de séries sobre a pressão arterial e

variabilidade da frequência cardíaca após uma sessão de treinamento de força?

3 – Qual a influência de diferentes intensidades sobre a pressão arterial e variabilidade

da frequência cardíaca após uma sessão de treinamento de força?

4 – Qual a influência de diferentes intervalos entre as séries e exercícios sobre a

pressão arterial e variabilidade da frequência cardíaca após uma sessão de treinamento de

força?

REFERÊNCIAS

1-

American College of Sports Medicine. Position Stand: Exercise and hypertension.

Med Sci Sports Exerc 36: 533-553, 2004.

(26)

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO GERAL

6

3-

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and maintaining cardiorespiratory, musculoskeletal and neuromotor fitness in

apparently healthy adults: Guidance for prescribing exercise. Med Sci Sports Exerc 43:

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(27)

CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO GERAL

14-

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(28)
(29)

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA:

ARTIGO DE REVISÃO

CAPÍTULO II

RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA:

ARTIGO DE REVISÃO

EFEITOS AGUDOS DO TREINAMENTO DE FORÇA SOBRE A PRESSÃO ARTERIAL PÓS-ESFORÇO E VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM HOMENS: INFLUÊNCIA DAS

VARIÁVEIS DA CARGA DE TREINAMENTO

Figueiredo, T, De Salles, BF, Dias, I, Reis, VM, Fleck, S, Simão, R. Acute hypotensive effects after a strength training session: A Review. Int SportMed Journal 15: 308-329, 2014.

(30)
(31)

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA: ARTIGO DE REVISÃO

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO

DE FORÇA: ARTIGO DE REVISÃO

INTRODUÇÃO

O exercício físico tem sido recomendado como uma importante intervenção não farmacológica, para a prevenção e tratamento da hipertensão arterial (HA) (1,4). Programas de exercícios supervisionados ou não, tem demonstrado resultados significativos na redução da HA, do risco cardiovascular e da morbidade cardiovascular (21). Além disso, o exercício físico resulta em um importante fenômeno denominado hipotensão pós-exercício, caracterizado por uma redução significativa na pressão arterial sistólica (PAS), e/ou pressão arterial diastólica (PAD), ou pressão arterial média (PAM), após a sessão de exercícios, para valores abaixo dos observados em repouso, ou antes, da sessão de exercícios (1,28). A hipotensão pós-exercício pode ser uma importante estratégia para controle da pressão arterial (PA) e da HA (18).

O treinamento de força (TF) é um importante componente em programas de exercícios físicos, contribuindo para melhora do desempenho desportivo, e recomendado para prevenção e tratamento de doenças como a HA (1,2). Estudos prévios demonstraram que uma sessão de TF resulta em resposta hipotensiva que pode durar de 60 minutos (8,22,31,35,36,37) até 24 horas (32). Porém a magnitude e a duração da resposta hipotensiva estão relacionadas às diferenças nas variáveis do protocolo de TF. Estudos agudos investigaram os efeitos das modificações das variáveis do TF em uma única sessão de treinamento como a intensidade, a ordem dos exercícios, o volume de exercícios, e o intervalo entre as séries e os exercícios, sobre a magnitude e a duração da resposta hipotensiva após uma sessão de TF (8,9,12,27,29,31,33,34,36,37). Alguns estudos demonstraram elevações ou falta de variação na PA após uma sessão de TF (9,12,27,34), enquanto outros demonstraram reduções significativas na PA após uma sessão de TF (8,15,29,30,31,33,35-37).

Estes estudos demonstraram que a magnitude e duração da resposta hipotensiva após uma sessão de TF estão relacionadas a diferenças no volume de treinamento (36), no grupo muscular exercitado (29), ou na intensidade do TF (31). Por outro lado, a resposta hipotensiva pode ser atribuída a outros fatores como idade, estado de saúde, e experiência prévia em TF (7).

Para conhecimento dos autores, até o momento não há um artigo de revisão sintetizando especificamente a literatura relativa à resposta hipotensiva pós-exercício e o TF e suas relações com as variáveis metodológicas do TF. Este estudo torna-se relevante porque pode influenciar diretamente a prescrição do TF. Desta forma, o objetivo desta revisão foi examinar a influência de diferentes variáveis do TF nas respostas hipotensivas agudas e caso possível concluir onde há o efeito e se há efeito da manipulação das variáveis metodológicas do TF na magnitude e duração da hipotensão pós-exercício.

(32)

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA: ARTIGO DE REVISÃO

12

MÉTODOS

BUSCA DA LITERATURA

Estudos sobre hipotensão pós-exercício relacionados com uma sessão de TF foram buscados no

MEDLINE, Science Citation Index, National Library of Medicine, Scopus, Sports Discus, Scielo e CINAHL

utilizando as seguintes palavras-chave e suas respectivas abreviações: circulação, efeito hipotensivo, resposta hipotensiva, hipotensão, hipertensão, pressão arterial elevada, combinadas com: treinamento resistido, exercícios resistidos, exercícios com carga, treinamento de força, treinamento com pesos e levantamento de pesos. As palavras-chaves foram utilizadas sozinhas ou em combinação utilizando “AND” ou “OR”. As listas de referências dos estudos encontrados foram examinadas para a busca de qualquer outro artigo relevante. O nome dos autores citados em alguns estudos foi utilizado na busca. Buscas específicas de revistas relevantes e as listas de referencias obtidas nos artigos foram realizadas na biblioteca da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A ultima busca foi realizada em julho de 2012.

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Os critérios de inclusão foram: a) somente estudos publicados em língua inglesa, b) experimentos

agudos que utilizaram o TF como única intervenção e verificaram os efeitos sobre a PA pós-esforço, c) no mínimo 60 minutos de análise da pressão arterial após a sessão de treinamento, d) demonstração dos valores médios e desvio-padrão para a variável PA, e) publicação antes de 31 de julho de 2012.

CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Os estudos foram excluídos pelas seguintes razões: a) a sessão de treinamento não foi típica do TF

convencional realizado em academias (exemplo: treinamento isométrico, ou treinamento de preensão manual), b) estudos que não foram publicados em língua inglesa, c) artigos de revisão, resumos, ou estudos que incluíram outro tipo de treinamento, como treinamento aeróbico, treinamento concorrente realizado na mesma sessão de TF, d) estudos que não foram realizados com humanos.

QUALIDADE METODOLÓGICA DOS ESTUDOS

A lista de checagem de Downs & Black (10)para avaliação da qualidade metodológica de estudos randomizados e não randomizados de intervenções em cuidado com a saúde foi utilizada para verificar a qualidade metodológica dos estudos. Os itens que não eram relevantes para o objetivo deste estudo foram retirados da lista original (10). A versão utilizada foi formada por 16 itens da lista original (1-7, 10-12, 18-20, 13, 26 e 27), desta forma o máximo de pontos possíveis era de 16 e mínimo de pontos para aceitação e inclusão do estudo foi de 10 pontos.

Dois avaliadores experientes revisaram os estudos selecionados e as possíveis diferenças foram solucionadas por consenso.

(33)

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA: ARTIGO DE REVISÃO

As variáveis do TF estudadas foram: volume, intensidade, formato do treinamento, intervalos de descanso entre as séries e os exercícios, ordem dos exercícios, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, pressão arterial média.

ESTUDOS INCLUSOS

A busca resultou em 43 estudos que verificaram a resposta hipotensiva aguda relacionada a uma sessão de TF.

Onze estudos foram excluídos devido à execução de outro tipo de treinamento na mesma sessão em que foi realizado o TF. Após uma análise detalhada (10), 32 estudos foram incluídos nesta revisão. Dezoito estudos avaliaram os efeitos da intensidade (percentual de uma repetição máxima utilizada ou da carga submáxima como, por exemplo, 10 repetições máximas, na resposta hipotensiva, após uma sessão de TF (5-7,9,12,14,17,23,24,26,27,31-35,37,38). Seis estudos avaliariam o efeito do volume de treinamento. Dentre esses, um avaliou o número de exercícios realizados (37), quatro avaliaram o número de séries realizadas (22,24,30,36) e um avaliou o número de séries e o tamanho da massa muscular envolvida na sessão de TF (29).

Oito estudos avaliaram o efeito do TF realizado em circuito (3,5,11,15,25,36-38). Destes, quatro verificaram apenas a resposta hipotensiva do TF realizado em formato de circuito (3,11,15,25), dois estudos avaliaram o TF em circuito realizado com diferentes intensidades (5,38), um comparou os diferentes volumes (36), e um comparou o TF realizado em circuito com o TF tradicional (37). Dois estudos verificaram o efeito de diferentes intervalos de descanso entre as séries e os exercícios sobre o efeito hipotensivo (8,39), e um estudo avaliou o efeito da ordem dos exercícios na resposta hipotensiva (16).

Os estudos em outra língua que não a inglesa não foram incluídos porque a tradução pode modificar a interpretação dos resultados. Estudos clínicos, revisões sistemáticas e meta-análises e outros estudos foram incluídos quando os dados foram relevantes.

INFLUÊNCIA DA INTENSIDADE DO TREINAMENTO NA RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS UMA SESSÃO DE TREINAMENTO DE FORÇA

A intensidade do TF está relacionada à carga utilizada (percentual de uma repetição máxima ou a um esforço submáximo, por exemplo, 10 repetições máximas) (2). A influência da intensidade do treinamento na resposta hipotensiva após uma sessão de TF foi analisada em 18 estudos agudos. Treze estudos demonstraram reduções significativas na pressão arterial (PA) após a sessão de TF com diversas intensidades de treinamento (por exemplo: 6RM, 10-15RM, 12RM, 40% de 1RM, 43% de 1RM, 70% de 1RM e 80% de 1RM) (5,7,9,14,17,23,24,31-33,35,37,38). Destes estudos, cinco demonstraram reduções significativas na PAS e na PAD (13,14,31,32,37), três estudos demonstraram reduções significativas na PAS, na PAD e na PAM (7,33,38),

(34)

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA: ARTIGO DE REVISÃO

14

Indivíduos hipertensos são mais suscetíveis às reduções na PA após a sessão de TF independentemente da intensidade do TF (14,23). Foi observada uma tendência para as maiores reduções em indivíduos treinados quando comparados a indivíduos não treinados (5,17,31,35,37). Por outro lado, o único estudo realizado com indivíduos idosos demonstrou uma tendência que a hipotensão pós-esforço possa ocorrer com maior duração em indivíduos destreinados (7). Dois estudos (31,37) sugerem que uma sessão de TF com alta intensidade (seis repetições máximas até a falha concêntrica) é mais eficiente que uma sessão com intensidade moderada (12 repetições com 50% da carga de seis repetições máximas), resultando em hipotensão pós-esforço mais prolongada em sujeitos treinados. Entretanto, em indivíduos saudáveis e sedentários, baixas intensidades (20 repetições com 40% de uma repetição máxima), podem ser efetivas para causar um efeito hipotensivo significativo (Capítulo II, TABELA 1).

A intensidade do TF pode influenciar a duração e a magnitude da resposta hipotensiva após uma sessão de TF, porque afeta a frequência cardíaca, a modulação vagal cardíaca pós-exercício (26), e o débito cardíaco (33). A intensidade do treinamento é determinante para a resposta hipotensiva após a sessão de TF, mas o estado de treinamento e a idade da amostra podem ser fatores intervenientes para ocorrência ou não de resposta hipotensiva (7). Dois estudos realizados com indivíduos sem experiência prévia em TF demonstraram que altas intensidades elevam a PAS após a sessão (12,27), porém esses estudos utilizaram intensidades acima da máxima recomendada pelo American College of Sports Medicine para essa população (2). Por outro lado, em jovens com experiência prévia em TF os resultados foram opostos, com a maior intensidade de treinamento resultando em um efeito hipotensivo mais prolongado após a sessão de TF (31,37).

Um estudo realizado com indivíduos diabéticos tipo-2 (38) demonstrou que uma sessão de TF realizada com intensidade moderada para baixa (43% de 1RM) gerou redução maior e mais prolongada da PA quando comparada a uma sessão de intensidade muito baixa (23% de 1RM). Niemelä e colaboradores (26) sugeriram que baixas intensidades de TF reduzem sensibilidade baroreflexa pós exercício a níveis similares aos observados após sessões de treinamento aeróbico; por outro lado, o TF de alta intensidade reduz a sensibilidade baroreflexa por mais tempo, quando comparada a uma sessão de TF de baixa intensidade, o que pode estar associada a uma maior e mais prolongada resposta hipotensiva após uma sessão de TF. O mecanismo que pode explicar essa resposta fisiológica para o TF de alta intensidade, é o aumento na rigidez arterial central após uma sessão de TF de alta intensidade (9), enquanto a mesma permanece reduzida após uma sessão de TF de baixa intensidade (26). A sensibilidade barorefllexa aumentada ou uma rigidez arterial central reduzida, podem causar maior resposta hipotensiva após uma de TF em diferentes intensidades, porém esses mecanismos necessitam de mais estudos realizados com TF (9,26). Foram encontrados 18 estudos que verificaram a resposta hipotensiva do TF com diversas intensidades, dois demonstraram uma resposta hipotensiva pós TF em indivíduos hipertensos (14,23) e 11 demonstraram o efeito hipotensivo pós TF em indivíduos com experiência em TF ou saudáveis. Isso demonstra que o TF pode causar resposta hipotensiva em indivíduos hipertensos e normotensos, o que demonstra a importância do TF para o tratamento e prevenção da HA.

(35)

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA: ARTIGO DE REVISÃO

Capítulo II Tabela 1 - Efeito da intensidade do treinamento de força sobre a resposta da pressão arterial pós-esforço

Estudo Sujeitos Intervenção com Treinamento de força

Características dos grupos, tipo de intervenção: número de

sujeitos e idade (anos)

Exercícios e Ordem dos exercícios

Pressão Arterial Sistólica (mmHg)

Pressão Arterial Diastólica (mmHg)

Pressão Arterial Média (mmHg) Polito e colaboradores (31) Homens e mulheres jovens, normotensos, treinados. P1 - 6 exercícios; 3 séries; 6 reps (6RM); 2 min intervalo P2 - 6 exercícios; 3 séries; 12 re ps (50% 6RM); 2 min intervalo TF (n = 16; 21,0 ± 5,0 anos) Alternados Membros superiores e inferiores Pequenos para os grandes

grupamentos musculares P1 - → P2 - ↓ por 20 min pós-exercício. P1 - ↓ por 60 min pós-exercício P2 - ↓ por 50 min pós-exercício ___ Ruiz e colaboradores (35) Homens normotensos, treinados 8 exercícios; 3 séries; 12 RM; 2 min de intervalo entre as séries e os exercícios TF (n = 11; 26,8 ± 2,9 anos) Alternada Membros superiores e inferiores Pequenos para os grandes

grupamentos musculares

↓ 60 min pós-exercício → ↓ até 45 min

pós-exercício. Simão e colaboradores. (37) Homens jovens, normotensos, treinados. G1 P1 - 5 exercícios; 3 séries; 6 reps (6RM) SSR P2 - 5 exercícios; 3 séries; 12 reps (50% 6RM) circuito G2 P1 - 6 exercícios; 3 séries; 6 reps (6RM) SSR P2 - 6 exercícios; 3 séries; 12 reps (50% 6RM) circuito TF/G1+G2 (n = 14; 18-30 anos) SSR e treinamento em circuito Alternada Membros superiores e inferiores Pequenos para os grandes

grupamentos musculares

G1/P1 and P2 - ↓ por 50 min pós-exercício G2/P1 - ↓ por 60 min pós-exercício G2/P2 -↓ por 40 min pós-exercício G2/P2 - ↓ por 10 min pós-exercício ___ Queiroz e colaboradores. Homens e mulheres, 6 exercícios; 3 séries; (50% 1RM);

TF (n = 15; 25,0 ± 1,0 anos) Alternada ↓ aos 30 e 60 min

pós-exercício

(36)

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA: ARTIGO DE REVISÃO

16 Focht e Koltyn (12) Normotensos, treinados e destreinados P1 - 4 exercícios; 3 séries; 12-20 reps (50% 1RM); 45-75 seg de intervalo P2 - 4 exercícios; 3 séries; 4 - 8 reps (80% 1RM); 120 - 150 seg intervalo TF (n = 84) Treinamento em circuito Alternado Membros superiores e inferiores Pequenos para os grandes

grupamentos musculares P2 - ↑ imediatamente após o exercício ___ ___ Roltsch e colaboradores( 34) Homens e mulheres, jovens, treinados 12 exercícios; 2 séries; 8 RM para membros superiores e 12RM para membros inferiores; 60 seg intervalo TF (n = 12; 22,0 ± 3,2 anos) Alternado Membros superiores e inferiores Pequenos para os grandes

grupamentos musculares → → ___ De Van e colaboradores( 9) Homens e mulheres jovens, normotensos, treinados e destreinados 9 exercícios; 1 série; RM (75% 1RM)

TF (n = 16; 27,0 ± 1,0 anos) Alternada ↑ imediatamente após o

exercício

↓ por 30 min pós-exercício →

Rezk e colaboradores( 33) Homens e mulheres jovens, normotensos, destreinados P1 - 6 exercícios; 3 séries; 20 reps (40% 1RM); 45 seg intervalo P2 - 6 exercícios; 3 séries; 10 reps (80% 1RM); 90 seg intervalo TF (n = 17; 23,0 ± 1,0 anos) Alternada Membros superiores e inferiores

P1 and P2 - ↓ por 90 min pós-exercício P1 - ↓ a 15 e 30 min pós-exercício P2 - → P1 - ↓ a 30 e 60 min pós-exercício P2 - ↓ a 60 min pós-exercício Costa e colaboradores( 7) Mulheres hipertensas, treinadas e destreinadas 7 exercícios; 3 séries 10 - 15 RM; 1 min intervalo entre as séries e 2 min entre

os exercícios TF/treinados (n = 6; 66,3 ± 4 anos) TF/destreinados (n = 9; 66,3 ± 3,6 anos) Membros superiores e inferiores TF/treinados ↓ 30 min pós-exercício TF/destreinados ↓ 60 min pós-exercício TF/treinados → TF/destreinados ↓ 30 min pós-exercício TF/treinados → TF/destreinados ↓ 60 min pós-exercício Brown e colaboradores (5) Normotensos Homens treinados e mulheres destreinadas P1 - 5 exercícios; 3 séries; 20-25 reps (40% 1RM); 30 seg intervalo P2 - 5 exercícios; 3 séries; 8-10 reps (70% 1RM); 30 seg intervalo

TF (n = 7; 20,5 ± 1,5 anos) Treinamento em circuito

Membros superiores e inferiores P1 e P2 - ↑ aos 2 min pós-exercício P1 e P2 - ↓ aos 2, 5 e 10 min pós-exercício ___

(37)

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA: ARTIGO DE REVISÃO

Hardy e Tucker (14) Homens pré-hipertensos 7 exercícios; 3 séries; 8 – 12 reps (8 - 12RM); 1 min intervalo

TF (n = 24; 50,5 ± 10,2 anos) Membros superiores e

inferiores

→ ↓ por 60 min pós-exercício ___

Melo e colaboradores (23) Mulheres, hipertensas, destreinadas 6 exercícios; 3 séries; 20 reps (40% 1RM); intervalo de 45 seg (entre séries) e 90 seg

(entre os exercícios)

TF (n = 12; 46,0 ± 1,0 anos) Alternada

Membros superiores e inferiores Grandes para os pequenos

grupamentos

↓ por 90 min pós-exercício ↓ a 45, 60 e 75 min

pós-exercício ___ Niemelã e colaboradores (26) normotensos Homens P1 - 4 exercícios; 3 séries; 12 reps (80% 1RM); 2 min intervalo P2 - 4 exercícios; 3 séries; 20 reps (30% 1RM); 2 min intervalo TF (n = 12; 31,0 ± 3,0 anos) Alternada Membros superiores e inferiores Grandes para os pequenos

grupamentos → ___ ___ Mohebbi e colaboradores (24) Homens normotensos, fisicamente ativos (menos de duas horas por semana). P1 - 5 exercícios; 3 séries; 20 reps (40% 1RM) P2 - 5 exercícios; 6 séries; 20 reps (40% 1RM) P3 - 5 exercícios; 3 séries; 10 reps (80% 1RM) P4 - 5 exercícios; 6 séries; 10 reps (80% 1RM)

TF (n = 10; 22,0 ± 1,0 anos) Treinamento em circuito

Membros superiores e inferiores P1, P2, P3 e P4 - ↓ até 60 min pós-exercício P1, P2, P3 e P4 - → P1, P2, P3 e P4 - ↓ até 60 min pós-exercício Simões e colaboradores (38) Homens treinados saudáveis e com diabetes tipo 2. G1 (T2DM) P1 - 6 exercícios; 3 séries; 30 reps (23% RT/G1 (n = 10; 46,6 ± 13,1 anos) RT/G2 (n = 10; 52,0 ± 13,2 Treinamento em circuito Alternado Membros superiores e G1/P2 - ↓ por 90 min pós-exercício G2/P2 -↓ por 120 min pós-→ G1/P2 - ↓ aos 15, 30, 45, 60, 90 min pós-exercício. G2/P2 - ↓ aos 15, 30, 45,

(38)

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA: ARTIGO DE REVISÃO

18 séries; 16 reps (43% 1RM) Canuto e colaboradores (6) Mulheres hipertensas, destreinadas. 10 exercícios; G1: 2 séries 8 RM; 2 min de intervalo entre as séries e exercícios. G2: 2 séries de 16 rep com 50% da carga de 8 RM; 2 min de intervalo entre as séries e os exerícios. G1 (n = 4; 70,3 ± 10,4 anos) TF/ destreinados (n = 7; 68,3 ± 6,3 anos) Alternado Membros superiores e inferiores Grandes para os pequenos

grupamentos. → → → Keese e colaboradores (17) Homens treinados normotensos 8 exercícios; 3 séries; 6-8 repetições, 80% de 1RM; 2 min de intervalo entre as séries e exercícios. TF (n = 21; 20,7 ± 0,7 anos) SSR

Membros inferiores para os superiores

↓ 80 min pós-exercício ↓ 20 min pós-exercício ___

TF – treinamento de força; SSR – sistema de series e repetições; min – minutos; seg – segundos; n – número de sujeitos; RM – repetições máximas; reps – repetições; G1 – grupo um; G2 – grupo dois; P1 – protocolo de treinamento de força um; P2 – protocolo de treinamento de força dois; P3 – protocolo de treinamento de força três; P4 – protocolo de treinamento de força quatro; T2DM – Diabetes mellitus tipo 2; NDM – sem diabetes

(39)

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA: ARTIGO DE REVISÃO

INFLUENCIA DO VOLUME DE TREINAMENTO E DA QUANTIDADE DE MASSA MUSCULAR NA RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS UMA SESSÃO DE TF

O volume de treinamento de uma sessão de TF pode ser influenciado pelo número de séries, o número

de repetições, pela resistência utilizada e pelo número de exercícios. O volume total (VT) de uma sessão de TF pode ser estimado pelo produto do número de repetições realizadas (NR) multiplicado pela carga utilizada (C) (VT = NR x C) (2). A influência do volume de treinamento na resposta hipotensiva após uma sessão de TF foi analisada em seis estudos agudos (Capítulo II, TABELA 2). Quatro destes demonstraram uma resposta hipotensiva significativamente maior e mais longa após uma sessão de TF com maior volume (número de séries ou exercícios) (22,24,36,37). Dois demonstraram que uma redução significativa da PA após uma sessão de TF está relacionada com a massa muscular envolvida na sessão de treinamento e no número de séries realizadas (30,31). Todos os estudos demonstraram reduções significativas da PA após a sessão de TF (Capítulo II, TABELA 2). Três estudos demonstraram reduções significativas na PAS e na PAD (22,36,37), um demonstrou reduções significativas na PAS e PAM (24) e dois demonstraram reduções significativas apenas na PAS (29,30). Desta forma o TF pode resultar em reduções significativas na PAS, PAD e PAM se o volume for suficiente.

Cinco estudos verificaram o efeito do volume de treinamento na resposta hipotensiva pós-exercício em indivíduos com experiência em TF (Capítulo II, TABELA 2). Em indivíduos com experiência em TF, programas com séries múltiplas demonstraram ser mais efetivos em produzir uma longa duração do efeito hipotensivo quando comparados a programas de séries simples (22), o mesmo se aplica a indivíduos idosos hipertensos (36). Por outro lado, é necessário observar o tamanho do grupamento ou grupamentos musculares treinados, pois quando pequenos grupos musculares são treinados, mesmo com séries múltiplas, pode não ocorrer resposta hipotensiva (29), ou a mesma pode ter a duração de poucos minutos (30).

Não foram observadas diferenças significativas na resposta hipotensiva pós-exercício entre três e seis séries em indivíduos saudáveis e treinados (24), porém maiores respostas hipotensivas foram observadas em programas de séries múltiplas, grandes grupamentos musculares e exercícios para os membros inferiores (Leg

press) quando comparados a programas de séries múltiplas que utilizaram pequenos grupamentos musculares e

exercícios para os membros superiores (flexão de cotovelo) (29). Uma possível explicação para as reduções na PA com a utilização de grandes grupamentos musculares na sessão de TF é o aumento do fluxo sanguíneo para os músculos utilizados e o efeito vasodilatador (19). O fluxo sanguíneo com a sua força cisalhamento (shear stress) atua nas células do endotélio através de uma sequência de eventos que determina a produção de oxido nítrico, que resulta em vasodilatação (20). Isto pode explicar porque o tamanho da massa muscular envolvida e o volume de treinamento de uma sessão de TF têm influência na magnitude e na duração da resposta hipotensiva. O volume de treinamento pode influenciar a resposta hipotensiva pós-exercício em indivíduos hipertensos. Os dados de Mediano e colaboradores (22) sugerem que sessão de TF com séries múltiplas (três séries por

(40)

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA: ARTIGO DE REVISÃO

20

pós-exercício possa ocorrer, porém diferenças nas características da sessão de treinamento (número de séries e exercícios e massa muscular envolvida) podem influenciar diretamente quando a reposta hipotensiva vai ocorrer ou não.

(41)

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA: ARTIGO DE REVISÃO

Capítulo II Tabela 2 - Efeito do volume do treinamento de força na resposta da pressão arterial pós-exercício

Estudo Sujeitos Intervenção com Treinamento de força

Características dos grupos, tipo de intervenção: número de

sujeitos e idade (anos)

Exercícios e Ordem dos exercícios

Pressão Arterial Sistólica (mmHg)

Pressão Arterial Diastólica (mmHg)

Pressão Arterial Média (mmHg) Mediano e colaboradores (22) Homens e mulheres Idosos Treinados Hipertensos P1 - 4 exercícios; 1 série; RM (10RM); 2 min intervalo P2 - 4 exercícios; 3 séries; RM (10RM); 2 min intervalo

TF (n = 20; 61,0 ± 12,0 anos) Membros superiores

Grandes para os pequenos grupamentos musculares

P1 - ↓ aos 40 min pós-exercício P2 - ↓ por 60 min pós-exercício

P1 - → P2 - ↓ aos 30 e 50 min pós-exercício ___ Scher e colaboradores (36) Homens e mulheres sedentários Idosos Hipertensos P1 - 10 exercícios; 1 série; 20 rep; 40% de 1RM; P2 - 10 exercícios; 2 séries; 20 rep; 40% de 1RM; TF/P1+P2 (n = 16; 68,0 ± 5,0 anos) Treinamento em circuito Alternado Membros superiores e inferiores P1/P2 - ↓ por 60 min pós-exercício

P2 - ↓ por 5 horas pós-exercício P1/P2 - ↓ por 60 min pós-exercício ___ Simão e colaboradores (37) Homens treinados Jovens Normotensos G1 P1 - 5 exercícios; 3 séries; 6 reps (6RM) SSR P2 - 5 exercícios; 3 séries; 12 reps (50% 6RM) Circuito G2 P1 - 6 exercícios; 3 séries; 6 reps (6RM) Circuito P2 - 6 exercícios; 3 séries; 12 reps (50% 6RM) SSR TF/G1+G2 (n = 14; 18-30 anos) SSR e treinamento em circuito Alternado Membros superiores e inferiores Pequenos para os grandes

grupamentos musculares G1/P1 e P2 - ↓ por 50 min pós-exercício G2/P1 - ↓ por 60 min pós-exercício G2/P2 -↓ por 40 min pós-exercício G2/P2 - ↓ por 10 min pós-exercício ___

(42)

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA: ARTIGO DE REVISÃO

22 séries; 10 reps (12RM); 2 min intervalo P2 - 1 exercício; 10 séries; 10 reps (12RM); 2 min intervalo Polito e colaboradores (30) Homens Treinados Normotensos 1 exercício; 10 séries com carga de 15 RM Controle TF (n=9; 28,0 ± 2,0 anos) Controle (n =7 ; 32,0 ± 1,0 anos)

Membros inferiores TF - ↓ por 10 min pós-exercício → →

Mohebbi e colaboradores (24) Homens Treinados Normotensos P1 - 5 exercícios; 3 séries; 20 reps (40% 1RM) P2 - 5 exercícios; 6 séries; 20 reps (40% 1RM) P3 - 5 exercícios; 3 séries; 10 reps (80% 1RM) P4 - 5 exercícios; 6 séries; 10 reps (80% 1RM)

TF (n = 10; 22,0 ± 1,0 anos) Treinamento em circuito

Membros superiores e inferiores P1, P2, P3 e P4 - ↓ até 60 min pós-exercício P1, P2, P3 e P4 - → P1, P2, P3 e P4 - ↓ até 60 min pós-exercício

TF – treinamento de força; SSR – sistema de séries e repetições; min – minutos; seg – segundos; n – número de sujeitos; RM – repetições máximas; reps – repetições; G1 – grupo um; G2 – grupo dois; GC – grupo controle; P1 –

protocolo de treinamento de força um; P2 – protocolo de treinamento de força dois; P3 – protocolo de treinamento de força três; P4 – protocolo de treinamento de força quatro; ↓ redução significativa; ↑ aumento significativo; →

(43)

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA: ARTIGO DE REVISÃO

INFLUÊNCIA DO TREINAMENTO EM CIRCUITO NA RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS UMA SESSÃO DE TREINAMENTO DE FORÇA

O TF em circuito é considerado uma importante intervenção não farmacológica para causar reduções

significativas da PA em normotensos (3,5,11,15,37), diabéticos tipo-2 (38) e indivíduos hipertensos (11,25,36). A influência do TF em circuito na resposta hipotensiva após uma sessão de TF foi analisada em oito estudos agudos (3,5,11,15,25,36-38) (Capítulo II, TABELA 3). Respostas hipotensivas significativas foram observadas por 10 minutos (5), 45 minutos (25), uma hora (11,15,36,37), duas horas (38), quatro horas (25) e 24 horas após uma sessão de TF em formato de circuito (3,36). Estes oito estudos demonstraram reduções significativas na PA após uma sessão de TF realizada em circuito com diferentes intensidades para indivíduos normotensos e hipertensos. Reduções significativas foram observadas na PAS, PAD e PAM em três estudos (25,36,38), outros três estudos demonstraram reduções significativas apenas na PAD (3,5,15), um estudo demonstrou reduções significativas na PAS e PAD (37), e um demonstrou reduções significativas apenas na PAS (11). Estes resultados sugerem que uma sessão de TF realizada em formato de circuito é suficiente para causar efeito hipotensivo em indivíduos normotensos e hipertensos.

Os resultados destes oito estudos demonstraram que independentemente de outras variáveis como intensidade, número de séries, número de exercícios ou ordem dos exercícios, todos os estudos realizados com o treinamento em circuito demonstraram uma resposta hipotensiva significativa em diferentes populações, porém a duração ou quando resposta hipotensiva pode ocorrer na PAS, PAD ou PAM pode variar. Porém, como o treinamento em circuito afeta a resposta hipotensiva independentemente das características dos sujeitos ou das outras variáveis do TF, não está bem definido. Pode-se especular que com o TF em circuito, a alternância dos grupos musculares permite a utilização de pequenos intervalos entre os exercícios e um número de repetições relativamente maior por série, introduz um maior componente aeróbico na sessão de TF quando comparados ao TF tradicional (4). Outro fator pode ser atribuído ao uso de diversos grupamentos musculares, o que aumenta a perfusão sanguínea e pode reduzir a PA temporariamente. Esses mecanismos podem explicar em parte as reduções da PA observadas em todos os estudos incluídos nessa revisão. Conclui-se que o treinamento em circuito realizado com diferentes volumes e intensidades, resulta em respostas hipotensivas pós TF significantes. Diferenças nas características do treinamento (número de séries, número de exercícios, intensidade), e as características dos sujeitos podem influenciar a duração desta resposta.

(44)

CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA: ARTIGO DE REVISÃO

24

Capítulo II Tabela 3 - Influência do treinamento em circuito na resposta hipotensiva após uma sessão de treinamento de força

Estudo Sujeitos Intervenção com Treinamento de força

Características dos grupos, tipo de intervenção: número de

sujeitos e idade (anos)

Exercícios e Ordem dos exercícios

Pressão Arterial Sistólica (mmHg)

Pressão Arterial Diastólica (mmHg)

Pressão Arterial Média (mmHg) Scher e colaboradores (36) Homens e mulheres Idosos Sedentários Hipertensos P1 - 10 exercícios; 1 série; 20 rep; 40% de 1RM; P2 - 10 exercícios; 2 séries; 20 rep; 40% de 1RM; TF/P1+P2 (n = 16; 68,0 ± 5,0 anos) Treinamento em circuito Membros superiores e inferiores Alternado P1/P2 - ↓ por 60 min pós-exercício P2 - ↓ por 5 horas pós-exercício P1/P2 - ↓ por 60 min pós-exercício ___ Simão e colaboradores (37) Homens Jovens Normotensos Experientes em TF G1 P1 - 5 exercícios; 3 séries; 6 reps (6RM) SSR P2 - 5 exercícios; 3 séries; 12 reps (50% 6RM) circuito G2 P1 - 6 exercícios; 3 séries; 6 reps (6RM) SSR P2 - 6 exercícios; 3 séries; 12 reps (50% 6RM) circuito TF/G1+G2 (n = 14; 18-30 anos) SSR e treinamento em circuito Alternado Membros superiores e inferiores Pequenos para os grandes

grupamentos G1/P1 e P2 - ↓ por 50 min pós-exercício G2/P1 - ↓ por 60 min pós-exercício G2/P2 -↓ por 40 min pós-exercício G2/P2 - ↓ por 10 min pós-exercício ___ Hill e colaboradores (15)

Homens saudáveis 4 exercícios; 4 séries;

RM (70% 1RM)

TF (n = 6; 22 – 33 anos) Treinamento em circuito

Membros superiores e inferiores

↓ por 60 min pós-exercício ↓ por 60 min pós-exercício

___ Brown e colaboradores (5) Homens e mulheres Normotensos Treinados e destreinados P1 - 5 exercícios; 3 séries; 20-25 reps (40% 1RM) P2 - 5 exercícios; 3 séries; 8-10 reps (70% 1RM)

TF (n = 7; 20,5 ± 1,5 anos) Treinamento em circuito

Membros superiores e inferiores P1 e P2 - ↑ aos 2 min pós-exercício P1 e P2 - ↓ aos 2, 5 e 10 min pós-exercício. ___ Simões e colaboradores (38) Homens treinados Diabéticos e não diabéticos tipo II G1 (T2DM) P1 - 6 exercícios; 3 séries; 30 reps (23% 1RM) P2 - 6 exercícios; 3 séries; 16 reps (43% TF/G1 (n = 10; 46,6 ± 13,1 anos) TF/G2 (n = 10; 52,0 ± 13,2 anos) Treinamento em circuito Alternado Membros superiores e inferiores G1/P2 - ↓ por 90 min pós-exercício G2/P2 -↓ por 120 min pós-exercício → G1/P2 - ↓ aos 15, 30, 45, 60, 90 min pós-exercício G2/P2 - ↓ aos 15, 30, 45, 75 and 90 min pós-exercício

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CAPÍTULO II. RESPOSTA HIPOTENSIVA APÓS O TREINAMENTO DE FORÇA: ARTIGO DE REVISÃO

1RM) G2 (NDM) P1 - 6 exercícios; 3 séries; 30 reps (23% 1RM) P2 - 6 exercícios; 3 sets; 16 reps (43% 1RM)

Fisher (11) Mulheres normotensas

e pré-hipertensas. 5 exercícios; 3 séries; 15 reps (50% 1RM) TF/G1 (NOR) (n = 9; 45,3 ± 2,3 anos) TF/G2 (HA) (n = 7; 47,6 ± 2,5 anos) Treinamento em circuito Alternado Membros superiores e inferiores

G1 (NOR) - ↓ por 60 min pós-exercício G2 (HA) - ↓ por 60 min

pós-exercício → ___ Bermudes e colaboradores (3) Homens Normotensos Destreinados 10 exercícios; 3 séries; 20 – 25 reps (40% 1RM)

TF (n = 25; 44,0 ± 1,0 anos) Treinamento em circuito

Membros superiores e inferiores → ↓ pós-exercício e durante o sono ___ Mota e colaboradores (25) Homens e mulheres Hipertensos 13 exercícios; 20 reps (40% 1RM)

TF (n = 15; 42,9 ± 1,6 anos) Treinamento em circuito

Membros superiores e inferiores

↓ aos 45 min pós-exercício ↓ aos 30 min pós-exercício ↓ até 4 horas pós-exercício

TF – treinamento de força; SSR – sistema de series e repetições; min – minutos; seg – segundos; n – número de sujeitos; RM – repetições máximas; reps – repetições; G1 – grupo um; G2 – grupo dois; P1 – protocolo de treinamento de força um; P2 – protocolo de treinamento de força doi; NOR – Normotensos; HA – hipetensos; T2DM – diabetes melitus tipo dois; NDM – não diabético; ↓ redução significativa; ↑ aumento significativo; → manutenção; valores expressos com Média ± desvio-padrão ou média (erro-padrão).

Referências

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