I.]NIVERSIDADE
DE
EVORA
Mestrado
EmEngenharia
dos
Recursos
Hídricos
"Avaliação dos
Recursos
Hídricos Disponíveis para
Abastecimento
da
Cidade
de
Portalegre.
Albufeira
da
Apartadura versus Sistema
de
Captação
Subterrânea
dos Olhos de
Água"
Dissertação
realizada
por:
Nuno Francisco
Martins
Redondo
Correia da
Costa
Orientadora:
Profa
Auxiliar
Rita Guimarães
Évo
rô,
201 0 +ff;" rÍrIü
ffi
'.ü"Avaliação
dos
Recursos
Hídricos Disponíveis para
Abastecimento
da
Cidade
de
Portalegre.
Albufeira
da
Apartadura versus Sistema
de
Captação
Subterrânea
dos Olhos de
Água"
tYco4t
Dissertação
realizada por:
Nuno Francisco Martins Redondo Correia
da
Costa
Orientadora:
Profa
Auxiliar
Rita Guimarães
Nuno Costa
O trabalho apresentado, cujo objectivo é avaliar os recursos hídricos para abastecimento
da
cidadede
Portategre, albufeirada
Apartadurae
subsistemade
águas subterrâneasdos Olhos de Água, apresenta duas fases.
A
primeira prende-se com a caracterização hidrológicada
bacia hidrográfica da albufeirada
Apartadura, onde se
enquadraa
análise
biofísica,a
caracterizaçãofisiográfica,
acaracterização
do
regime
pluviométricoe a
caracterizaçãodo
escoamentoda
referidabacia.
A
segunda prende-secom
a
simulaçãodo
comportamentoda albufeira da
Apartadura face às necessidades de consumo. Para isso recorreu-se à geração de séries sintéticas deescoamento,
o que permitiu
verificar quea
albufeira da Apartaduraé
suficiente para o abastecimentoda
cidade
de
Portalegre,
não
havendo
necessidadede
recorrer
àscaptações subterrâneas dos Olhos de Água.
Apresenta-se ainda
a
caracterização do subsistema de águas subterrâneas dos Olhos deÁgua e um estudo económico em termos de energia da utilização dos dois sistemas.
I
Nuno Costa
"Evaluation
Of
Available Water Supply
For The
City
Of
Poftalegre.
ApaÊadura
Dam Versus Olhos de
Água's
Underground
Captivations."
The
following essay,
which
aims
to
evaluate Portalegre's
city
water
resources,Apartadura
dam and
Olhos
de
Água underground waters subsystem, presents
two different phases.Initially,
a
hydrologic
characterizationof
the
drainage basin
of
Apartadura's
dam,containing
a
biophisic
analysis,
a
physiographic caracterization,
fo!lowed
by
acaracterization
of
the
pluviometrical regime and
a
streamflows caracterizationof
the studying basin.Following, concerning
a
simulation
of
the
dam's
behaviour
facing
the
consumenecessities. For
that matter,
were generate synthetic seriesof
streamflowswhich
made possibleto
verify on how the Apartadura dam is sufficientto
supply Portalegre'scity,
not leadingto
take advantage of the Olhos deÁgua's
underground captivations.At
the
end,
it
is
still
presented
a
caracterization
of
Olhos
de
Água
underground captivations and an economic study in therms of energy use of the two systems.Nuno Costa
Agradecimentos
À
Eng." Rita Guimarães pela orientação e disponibilidade sempre demonstrada desde o início,proporcionando não só a conclusão do trabalho como a aquisição de novos conhecimentos.
Ao
Engo. Paulo Andrade, demonstrando uma total disponibilidade sempre que necessitei doseu auxílio.
Ao
Eng".
Nuno Graciúas
por
toda
a
ajuda,
interesse,paciência
e
disponibilidademanifestada.
À
minha família por todo o apoio ao longo da consecução deste trabalho, bem como durante toda a minha vida.A Ana Paula que sempre me incentivou e motivou mesmo nos momentos mais complicados.
A todos os meus amigos.
Mestrado em Recursos Hídricos
Nuno Costa Índice
Índice
Geral
CAPÍTULO
r
-
TNTRODUçÃO1.1
-
Considerações Gerais1.2
-
Objectivo e Âmbito de Estudo 1.3-
Organização da TesecAPÍTULO
II -
ANÁLISEBIOFÍSICA
DA BACIA HIDROGRÁFICAALBUFEIRA DA APARTADURA
2.1
-
Enquadramento Geológicoz.L.L
-
Domínio da Serra de São Mamede 2.L.L.2-
Subdomínio Portaleg re-Esperança 2.2-
Solos 2.3-
Ocupação do Solo 2.4-
Climatologia 2.5-
Temperatura 1 3 3 4 4 4 4 5 6 6CAPITULO
III -
CARACTERTZAçÃO FTSTOGRÁFICA DA BACrAHIDROGRÁFICA DA ALBUFEIRA DA APARTADURA
3.1
-
Características Geométricas3.1.1
-
Considerações Gerais 3.L.2-
Forma3.2
-
Características da Rede de Drenagem3.2.t
-
Ordem dos Cursos de Água 3.2.2-
Densidade de Drenagem 3.3-
Características do Relevo3.3.1
-
Altitude Máxima, Altitude Mínima e Altitudeda
Nascente 3.3.2-Altitude
Média3.3.3
-
Altura Média 3.3.4-
Hipsometria3.3.5
-
Declive Médio da Bacia3.3.6
-
Declive Médio do Curso de Água PrincipalI
I
9 10 10 10t2
t2
L2 13 L4 15 16Nuno Costa Índice
3.3.7
-
Características Fisiográficas da Bacia Hidrográfica daAlbufeira da Apartadura
cApÍTuLo
rv
-
cARAcrERrzAçÃo
oo
REGTMEPluvroMÉrnrco
4.1 -
Introdução4.2
-
Caracterização da Precipitação da Bacia Hidrográfica daAlbufeira da Apartadura
4.3
-
Preenchimento de Falhas4.4
-
Verificação da Consistência dos Dados 4.4.1-
Médias Móveis de 10 Anos4.5
-
Precipitação na Bacia Hidrográfica da Albufeira da Apartadura4.6
-
Lei de Distribuição da Precipitação Anual Ponderada4.7
-
Determinação da Precipitação Anual Associada a VáriosPeríodos de Retorno
CAPÍTULO V
-
CARACTERTZAçÃO OO ESCOAMENTO 5.1-
Introdução5.2
-
Características Fisiográficas da Bacia Hidrográfica da Ribeira de Seda em Couto de Andreiros5.3 -Caracterização da Precipitação na Bacia Hidrográfica da Ribeira
de Seda em Couto de Andreiros
5.4
-
Aplicação da Regressão Estatística Escoamento/Precipitação5.5
-
Escoamento na Bacia Hidrográfica da ApartaduracApÍTULo
vr
-
cERAçÃo
DEsÉnres
srNTÉTrcAs
DE EScoAMENTo6.1
-
Considerações Gerais6.2
-
Análise dos Registos Históricos de Escoamento6.2.t
-
Características Estatísticas6.2.2
-
Tendência e Outras Alterações Determinísticas6.2.2.L
-
Teste de Mann-Kendall 6.2.2.2-
Teste de Mann-Whitney 18 18 16 25 18 19 19 20 22 27 29 35 37 38 40 40 40 4L 4L 43 V Mestrado em Recursos HídricosNuno Costa Índice
6.2.3
-
Estrutura Correlacional6.2.4
-
Geração de Escoamentos Anuais6.2.4.t
-
Método Baseado na Distribuição Log-Normal a DoisParâmetros Combinada com a Transformação de Wilson-Hilferty
6.2.4.2
-
Avaliação das Séries GeradasÂ:nFftltumn
7.L
-
Considerações Gerais7.2
-
Caracterização da Albufeira da Apartadura7.3
-
Cálculo da Probabilidade de Falha e da Garantia Anual 7.4-
Cálculo da Probabilidade de Falha e da Garantia Anual Recorrendo às Séries Sintéticas de EscoamentoCAPITU AGUA
LO
VIIr
-
STSTEMA DE CAPTAçÃOSUBTERnÂnel
DOSoLHOS
DE8.1
-
Considerações Gerais 8.2-
Hidrogeologia da Formação8.3
-
Formação Carbonatada e o Rio Sever8.4
-
Entradas de Água no Sistema8.5
-
Precauções8.6
-
Sistema dos Olhos de Água 8.6.1-
Considerações Gerais 8.6.2-
Constituição do Sistema8.6.2.1
-
Sistema de Monte Sete 8.6.3-
Captação 8.6.4-
Quantidade 8.6.5-
Qualidade 44 46 46 48LO
Vn
-
STMULAçÃO DA EXPLORAçÃO DA ALBUFETRA DA50 51 53 56 60 60 61 62 62 63 63 63 65 65 65 66
Nuno Costa Índice
CAPÍTULO
IX
-
ESTUDO ECONóMICO9.1
-
Considerações Gerais9.2
-
Estudo Económica da Exploração da Albufeira da Apartadura9.3
-
Estação Elevatória9.4
-
Custos de Energia9.5
-
Estudo Económico da Exploração do Furo dos Olhos de Água 9.6-
Conclusãox
-
coNclusÃo
tTIIIlt-GEIInEm
ANEXOS 67 67 67 69 70 72 73 76 79 VIIÍndice
Nuno Costa
Índice
Anexos
Anexo IV.1
-
Preenchimento de FalhasAnexo IV.2
-
Médias Móveis de 10 AnosAnexo V.1
-
Escoamento na Bacia Hidrográfica da Apartadura AnexoVI.1
-
Séries Sintéticas de EscoamentoAnexo
VII.1
-
Cálculo do ConsumoAnexo
VII.2
-
Cálculo dos Diagramas de Comportamento do Reservatório 80 82 83 84 87 89Índice
Nuno Costa
Índice
de Figuras
Figura 1.1
-
Localização da Albufeira da Apartadura no pais.Figura 1.2
-
Localização da Albufeira da Apartadura na região.Figura 2.1
-
Carta de solos da bacia hidrográfica da albufeira da ApaÊadura Figura 2.2-
Carta de ocupação de solos da bacia hidrográfica da albufeira da ApartaduraFigura 2.3
-
Representação gráfica da temperatura máxima, mínima emédia mensal da bacia do Tejo
Figura 3.1
-
Bacia hidrográfica da albufeira da Apartadura com curvas denível
Figura 3.2
-
Rede de drenagem da bacia hidrográfica da albufeira daApartadura segundo Horton-Strahler
Figura 3.3
-
Bacia hidrográfica da albufeira da Apartadura com curvas de nível e hidrografiaFigura 3.4
-
Hipsometria da bacia hidrográfica da albufeira da Apartadura Figura 3.5-
Carta de declives da bacia hidrográfica da albufeira daApartadura
Figura
4.L
-
Médias móveis de ordem 10 para as séries de precipitação em análiseFigura
4.2
-
Método de ThiessenFigura
4.3
-
Função de densidade de probabilidade da distribuição normalFigura
4.4
-
Ajustamento da lei normalFigura 5.1
-
Bacia hidrográfica da ribeira de Seda em Couto de Andreiros e bacia da albufeira da APartaduraFigura 5.2
-
Bacia hidrográfica da ribeira de Seda em Couto de Andreiros com curvas de nívelFigura 5.3
-
Rede de drenagem da bacia hidrográfica da ribeira de Seda emCouto de Andreiros
Figura 5.4
-
Bacia hidrográfica da ribeira de Seda em Couto de Andreiros com curvas de nível e hidrografiaFigura 5.5
-
Hipsometria da bacia hidrográfica da ribeira de Seda em Coutode Andreiros
Figura 5.6
-
Carta de declives da bacia hidrográfica da ribeira de Seda em Couto de AndreirosFigura 5.7
-
Método de Thiessen2 2 5 6 7
I
11 13 L4 16 202l
24 25 28 29 30 31 32 33 35Mestrado em Recursos Hídricos
Índice
Nuno Costa
Figura 5.8
-
Recta de regressão precipitação-escoamentoFigura 6.1
-
CorrelograÍTlâIl
da série de escoamentos anuais na bacia hiárográfica da albufeira da Apartadura para o período de 1946a
1998 Figura 7.1-
Barragem da ApartaduraFigura 7.2
-
Perfil longitudinal pelo eixo da barragem da Apartadura Figura 7.3-
Secção transversal da barragem da ApartaduraFigura 7.4
-
Diagrama de comportamento do reservatório comz,=ç
Figura 7.5-
Diagrama de comportamento do reservatório comzr=clz
Figura 7.6-
Diagrama de comportamento do reservatório com z.=0Figura 7.7
-
Probabilidade de falha na condição de reservatório cheio Figura 7.8-
Garantia anual na condição de reservatório CheioFigura 7.9
-
Probabilidade de falha na condição de reservatório commetade do volume úti!
Figura 7.LO
-
Garantia anual na condição de reservatório com metade do volume útilFigura 7.LL
-
Probabilidade de falha na condição de reservatório vazio Figura 7.L2-
Garantia anual na condição de reservatório vazioFigura 8.1
-
Formação carbonatada da EscusaFigura 8.2
-
Hidrografia na formação carbonatada da EscusaFigura 8.3
-
Localização do sistema dos Olhos de ÁguaFigura 8.4
-
Constituição do sistema dos Olhos de ÁguaFigura 9.1
-
Horas de bombagem diária por mêsFigura 9.2
-
Custo energético da exploração da albufeira38 46 52 53 53 55 55 56 57 57 57 58 58 58 61 62 64 64 70 70
Nuno Costa Índice
Índice
de Quadros
Quadro 2.L
-
Distribuição mensal da temperatura máxima, mínima e média na bacia do TejoQuadro3.1
-
Dados topográficos da bacia hidrográfica da albufeira da ApartaduraQuadro 3.2
-
Índices de forma da bacia hidrográfica da albufeira da Apartaduraeuadro 3.3
-
Densidade de drenagem da Bacia Hidrográfica da Albufeira daApartadura
Quadro 3.4
-
Altitude máxima, altitude mínima e altitude da nascenteeuadro 3.5
-
Altitudee altura
médiada
bacia hidrográfica da albufeira daApartadura
Quadro 3.6
-
Declive médio da bacia hidrográfica da albufeira da ApartaduraQuadro 3.7
-
Declive médio da ribeira de Reveladas até ao paredão da barragem da ApartaduraQuadro 3.8
-
Características fisiográficas da bacia hidrográfica da albufeira da ApartaduraQuadro
4.1
-
Postos udométricos utilizados no estudo da precipitação Quadro4.2
Precipitação sobre a bacia hidrográfica da albufeira da ApartaduraQuadro
4.3
-
Precipitação associadaao
períodode
retorno
segundo aprobabilidade de não excedência
Quadro 5.1
-
Estação hidrométrica utilizada na determinação do escoamento anualQuadro5.2
-
Dados Topográficos da bacia hidrográfica da ribeira de Seda em Couto de AndreirosQuadro 5.3
-
Índices de forma da bacia hidrográfica da ribeira de Seda em Couto de AndreirosQuadro 5.4
-
Densidade de drenagem da bacia hidrográfica da ribeira deSeda em Couto de Andreiros
Quadro§.5
-
Altitude máxima, altitude mínima e altitude da nascente Quadro 5.6-
Altitude e altura média da bacia da ribeira de Seda em Coutode Andreiros 7 E 10 11
t2
L4 15 16 16 18 22 26 27 29 29 30 31 31Mestrado em Recursos Hídricos
Nuno Costa Índice
Quadro 5.7
-
Declive médlo da bacia hidrográfica da ribeira de Seda em Couto de AndreirosQuadro 5.8
-
Declive médio da Ribeira de Seda até Couto de Andreiros Quadro5.9
-
Características fisiográficas das bacias hidrográficada
ribeira de Seda em Couto de Andreiros e da albufeira da ApartaduraQuadro
5.10
-
Postos udométricos utilizados na construçãodos
polígonos de ThiessenQuadro 5.11
-
Coeficientes de ThiessenQuadro5.12
-
Precipitação ponderada da bacia hidrográfica da ribeira deSeda em Couto de Andreiros
Quadro5.13
-
Valores de escoamento e precipitação utilizados no cálculo daregressão
Quadro 5.14
-
Parâmetros a e b obtidos através da regressão precipitação-escoamentoQuadro 5.14
-
Escoamento anual na bacia hidrográfica da albufeira da ApartaduraQuadro 6.1
-
Parâmetros estatísticos da série de escoamentos anuais da bacia hidrográficaQuadro 6.2
-
Valores dek,
11, e limites de confiança, superior e inferior,utilizados na construção
do
correlogramaQuadro 6.3
-
Comparação das estatísticas históricas dos escoamentos anuais na bacia hidrográfica da albufeira da Apartadura e de 1200 sériesgeradas
Quadro 7.1
-
Características da albufeira da ApartaduraQuadro 7.2
-
Valores da probabilidade de falha e garantia anual nas três condições iniciaisQuadro 8.1
-
Caudal extraído dos furos do SistemaQuadro 9.1
-
Perda de carga contínua e potência da bomba Quadro 9.2-
Custos relativos ao ano de 2009Quadro
9.3
-
Perdas de carga contínua e potência da bomba, até à câmarade regularização
Quadro
9.4
-
Perdasde
carga contínua
e
potência
da
bomba,
até
aoNuno Costa Índice
Quadro
9.5
Custos relativos
ao
ano
de
2OO9,até
à
câmara
deregularização 72
72
Quadro
9.6
-
Custos relativosao ano de 2009, até
ao
reservatório dos EnxamesMestrado em Recursos Hídricos
Nuno Costa I - Introducão
I
- Introdução
1.1
-
Considerações Gerais
A
albufeira
da
Apartaduraé
a
principal fonte
de
abastecimentopúblico
na
zona
de Marvãoe
Portalegre. Localizadano distrito de
Portalegre,no
concelhode
Marvão, nafreguesia de
S.
Salvador da Aramenha, pertenceà
bacia hidrográfica do Tejoe
situa-se na ribeira de Reveladas (Figura. 1.1e
1.2).A albufeira da Apartadura abastece entre outras, as freguesias da Sé, S. Lourenço, Urra,
Riba de Nisa, Fortios, Alagoa e ainda as indústrias de Portalegre (freguesias em estudo).
O nível
de
pleno armazenamentoda
albufeira da Apartadura encontra-se nacota
595,0m, para o qual tem um volume
útil
aproximadamente igual a 7 hm3.O
subsistemada
Apartadura podeser
complementado pelosfuros
de
Olhosde
Água,localizados na formatação carbonatada
da
Escusa, no concelhode
Marvão,no
entanto, devido à relação disponibilidade vs procura água, que se tem verificado nos últimos anos, nãotem
havido necessidade de utilizar este último recurso.Para
a
simulaçãodo
comportamentode uma albufeira
pode recorrer-seà
geração deséries sintéticas de valores de escoamento o que permite avaliar se o armazenamento de
água é suficiente para satisfazer a procura que possa existir.
As
sériessintéticas de
escoamentonão são valores reais, nem
previsõesde
valoresfuturos.
São sequênciasde
valorescom
propriedades estatísticas idênticasaos
dados observadose
com igual
probabilidadede
ocorrênciano
futuro,
pelo
que
podem
ser utilizadas como alternativa à série histórica, para a simulação do comportamento de uma albufeira. Permitem portanto, obter vários cenários possíveis, como auxilioà
tomada de decisão.Nuno Costa I - Introdução -<f.f=' -L .l--ffF c*
'*{--
Err' .--4r-á--
! -à-r-. ''' '-'-t *-L *ç<a N,,+
-+'
E s a e ô ír ú rtrr13Figura
1,1
Localização da Albufeira da Apartadura no país.Figura
!.2
Localização da Albufeira da Apartadura na região.Mestrado em Recursos Hídricos 2
r---r"I*rdt{à
/
l \ / í ll t )./
r'
sNuno Costa II - Análise Biofísica da Bacia Hidrográfica da Albufeira da Apartadufê
L.2
-
Objectivos
e
Âmbito
de Estudo
O
estudofoi
reatizadono âmbito de uma
proposta efectuadapela
empresa Águas doNorte Alentejano, com
o
objectivo deverificar
sea
albufeira da Apartaduraé
suficiente para satisfazera
procura de água existente na região que abastece, ou seé
necessária acomplementação por parte dos furos de Olhos de Água. Para ta!
foi
efectuado um estudoda
bacia hidrográficada
albufeirada
Apartadura,com
o
objectivo de avaliar as
suas disponibilidades hídricas. Estudou-seo
comportamentoda albufeira face ao
consumo,partindo de
três
situações diferentes (albufeira cheia, albufeiracom
metadedo
volumeútil e
albufeira
vazia),
de
maneira
a
saber qual
a
respostadada pela albufeira
às necessidades de populações e indústrias.No final foi efectuada uma comparação em termos de custo energéticos da exploração da
albufeira da Apartadura e da exploração dos furos dos Olhos de Água.
1.3
-
Organização da
Tese
O
trabalho encontra-se dividido
em
dez
capítulos.
No
primeiro
é
feita
uma
breveintrodução ao tema estudado, bem como aos objectivos a atingir.
No segundo capítulo
é
efectuada uma análise biofísicada
bacia hidrográfica da albufeirada Apartadura.
O
terceiro capítulo
é
dedicadoà
caracterizaçãofisiográfica
da
bacia hidrográfica
daalbufeira da Apartadura.
No quarto capítulo apresenta-se a caracterização do regime pluviométrico da bacia. O capítulo número cinco é dedicado à caracterização do escoamento da bacia hidrográfica
da albufeira da Apartadura, onde se estuda uma bacia de comparação
(ribeira de
Sedaem Couto de Andreiros) que permite obter o escoamento na bacia em estudo.
No capítulo número seis efectua-se a geração de séries sintéticas de escoamento.
No sétimo capítulo
é
realizada a simulação da exploração da albufeira através das sériessintéticas de escoamento.
o
oitavo capítulo é dedicado à caracterizaçáo do sistema de furos dos Olhos de Água.No nono capítulo
é
efectuadoum
estudo
económicoda
utilizaçãoda
albufeira
e
dautilização dos furos dos Olhos de Água.
E
por
fim
no
décimo capítulo são apresentadasas
conclusões possíveisde obter
peloNuno Costa II - Análise Biofísica da Bacia Hidrooráfica da Albufeira daAoartadura
D
m
Análise
ca
da
Bacia
Hidrográfica
da
Albufeira
da
ApaÊadura
2.L
-
Enquadramento Geológico do
Alentejo
Em termos morfoestruturais,
a
região Alentejo situa-se, na maior parte da sua extensão, no Maciço Ibérico, integrando ainda, formações da Orla Ocidental.O
Maciçolbérico
representao
segmento mais contínuo
do
soco varisco europeu
ecorresponde
a
um
domínio variscoonde não se verificaram
reactivações importantes durante os eventos tectonometamórficos alpinos (ERHSA, 2001).2.1.1
-
Domínio
da
Serra
de São Mamede
O
sinclinóriode
Portalegre, localizadona Serra de São
Mamede, representao
sector português de uma importante estrutura varisca de direcção WNW-ESE. É limitado a Norte pelo Batólito tardi-variscode
Nisa-
Castelo de Videe a Sul
pela zonade
cisalhamnetoTomar
-
Badajoz-
Córdoba. É constituído por formaçõesde
Proterózoico Superiore
do Pleozóico Inferior distribuídos por dois subdomínios (ERSHA, 2001):-
Subdomínio de Alegrete-
Castelo de Vide-
Marvão (Proterózoico superior, Ordovícico inferior e Devónico médio);-
Subdomíniode
Portalegre-
Esperança (proterozóicosuperior,
Ordovícicoinferior
amédio e rochas Intrusivas).
2.1.L.2
-
Subdomínio Poftalegre
-
EsperançaFormado
por, quartzitos do
Ordovícicoinferior,
rochas porfiróides,xistos
pelíticos comintercalações grauvacóides, conglomerados e arcoses (Fortios, Castelo de Vide).
2.2
-
Solos
Na serra de São Mamede os tipos de solo podem agrupar-se em três grupos:
-
Na parte norte predominam os litossolos-
solos derivados de rochas consolidadas quese encontram em áreas de grande erosão e são caracterizados por serem muito simples
e de fraca aptidão agrícola.
-
Na regiãocentral os
solos presentes sãoos
soloslitólicos não
húmicos,de
granitos associadosa
afloramentos rochosos-
solos
relativamente pobresou
degradados que4
Nuno Costa II - Análise Biofísica da Bacia Hidrográfica da Albufeira da Apartêd-UE
apresentam
potencialidadespara sistemas
pratensesde
sequeiro,
em
declives
maissuaves. Em declives mais acentuados adaptam-se à silvicultura.
-
No maciço serrano predominam os solos litólicos não húmicos de quartzitos associadosa
solos mediterrâneos pardos de xistos ou grauvaques-
os solos mediterrâneos pardossão solos formados
a
partir
de
rochas não
calcárias,que apresentam aptidão
parapráticas agronómicas.
-
Nas zonas com cotas superiores aos850
m encontram-se principalmente solos litólicos húmicos de quartzitos, xistos e grauvaques.Na
Figura
2.1
apresenta-sea
carta
de
solos
da
bacia hidrográfica
da
albufeira
daApartadura.
\\
Lcgnnda
i | ,,sms e quaÍrzÍos do crÍdilrrc
1 J Àl'tos r qu.Ílztlog tb Ordovrcro (írúdsred. míluefictr .tlarilltâi Escala
0 501 LUi r ü0 m0 1 50ú üD0
EMíers
Figura 2.1
-
Carta de solos da bacia hidrográfica da albufeira da Apartadura2.3
-
Ocupação do Solo
Em relação
à
ocupação dos solosda
bacia, pode dizer-seque
predominam os sistemasagro-florestais, com destaque para as culturas arvenses em regime de sequeiro, que são
exploradas em forma de montado de sobro
e/ou
azinho, montado de carvalho em menor extensão e áreas de pinhal e eucalipto.No
maciçocentral
há
um
predomíniode áreas de olival, souto
e
cerejeira. Os
solosaráveis ocupam área reduzida.
Em seguida apresenta-se a carta de ocupação de solo (Figura 2.2).
t.l
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\ 1 I I I I ) \ ,/ '\.-'- - -"-- \ -.1 \ í \ t I I l iN u no Costa II - Análise Biofísica da Bacia Hidrográfica da Albufeira da Apartadura r.l
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í \ \ ) l_, t I \ i \. \, \ I I --r t \.'.,.rt ( ) I I I (. I í I í I I I , I I I "-i j I a'r-./ Logmda [---l uro. ou m.t r d.gt.d.d.r[-"-'-- 1 Saernas agro-ssro-p.sbns e lorodal3
f---l Srro-rr cullu13.rv.ü6.s dr rçlero
oot*-ra rmm rom
EEEEEm."
Figura
2.2-
Carta de ocupação de solos da bacia hidrográfica da albufeira da Apartadura2.4
-
Climatologia
O
clima
modela as vertentes, determinao
comportamentodos rios e
exerce influênciasobre
o
padrão
de
ocupação
do
solo,
factores
que
influenciam
a
quantidade
evariabilidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos.
A Serra de São Mamede é uma região onde o traço geográfico é
a
peneplanicíe. SegundoFerreira
(1950) in
ERSHA,(2001),
o clima do concelho de Portalegre é temperado com oVerão seco, e chuva abundante no
Inverno.
O vento seco e quente que sopra por vezesna Primavera e Verão tem predominantemente a direcção sudoeste.
2.5
-
Temperatura
A
distribuiçãoda
temperatura anual médiaevolui,
aumentandode
Norte para Sule
deOeste
para
Este.A
proximidadedo
Oceano Atlântico, conjuntamente coma
orografia éresponsável por uma redução da temperatura anual média.
No Quadro 2.1
e
na Figura2.3
mostra-se a distribuição mensal da temperatura máxima,mínima
e
médiana
bacia doTejo.
Pela sua análise pode verificar-se que os valores de temperatura média dodia,
variam com regularidade ao longo do ano, situando-se entre os 9o C nos meses de Dezembro e Janeiro e os 2L,5o C nos meses de Julho e Agosto. Ovalor
máximo absoluto ocorre nos meses de Julhoe
Agosto, situando-se nos 28oC,e
o6
Mestrado em Recursos Hídricos
I I ( \,} { \ t i I ,)
Nuno Costa II - Análise Biofísica da Bacia Hidrográfica da Albufeira da
valor mínimo absoluto situa-se nos meses de Dezembro, Janeiro
e
Fevereiro situando-se nos 5oC.euadro 2.1
-
Distribuição mensal da temperatura máxima, mínimae
média na bacia doWWW.i
Min 11.0
7 .O 5.0 15.0 L4.O 10.020.o
15.O
11.5 9.O 9.O 9.5
11.O 13.O6.0 0 8.0 18. 10.0 2L.O 15.5 13.0 0 25 19.O 15.0 28,
21.5
Max Méd 16.0 L4.O 13.0 13.02L.O
16.020.o
0 5 16.OÃ
(J i, ÍE L 5 t (E l-o Ct E ol-Temperaturas
Bacia
do
Teio
30.0 2 5.0 ,0
r
Min Maxr
Med 5.0 0.0Out Nov
Dez
Jan Fev Mar
Abr Mai Jun Jul Ago
SetMeses
Figura. 2.3
-
Representação gráfica da temperatura máxima, mínimae
média mensal da bacia do Tejo20
L5 .0
0.0
1
i:ry
out
NovDez
Jan
Fev
Mar
Abr Mai Jun Jul Ago
Set
MédiaAnual
0 5.
28 26.0
I-",.**-III
-
Caracterização da Bacia Hid da Albufeira da APartaduraNuno Costa
III -
Caracterização
Fisiográfica
da
Bacia
Hidrográfica
da
Albufeira
da
Apartadura
3.1
-
Características
Geométricas
3.1.1
-
Considerações Gerais
No
euadro
3.1 apresentam-se os valores de área, perímetro e comprimento do curso deágua
principal
da
bacia hidrográfica
da
albufeira
da
Apartadura
e
na
Figura
3.1apresenta-se
a
bacia hidrográfica da albufeira da Apartadura Saliente-se queo
curso deágua principal é a ribeira de Reveladas e a secção de referência da bacia é no paredão da
barragem da Apartadura.
.1
Dados da bacia hid ráfica da albufeira da raE
Escala :
o#.,.,.
Figura 3.1
-
Bacia hidrográfica da albufeira da Apartadura com curvas de nívelN
"+
S 5150 L3,99 8153 ;Águ{
Principal
(km)
,Compfimento
Curso de o,(rl O () .§ -à ç)o %" a r?) í\ -l (, (),ro
§
Q 780 -§ ^3 750 "§^'
-lo o 7oo§
J ?o 870g
'#,,,,
s
o
o r\ O) q6§ê
o,d:tE
oã
800r[
850 8e0Mestrado em Recursos Hídricos
Perírnetro
(km)
Nuno Costa III
-
Caracterização Fisiográfica da Bacia H id rog ráf ica da Albufeira da Apartadura3.L.2
-
Forma
Na caracterização
da forma
da
bacia para além duma
descriçãoqualitativa,
feita
porobservação
visual,
pode recorrer-sea
alguns parâmetros de descriçãoquantitativa,
quefornecem
informação acercada
maior
ou
menor tendência para
cheiasda
bacia
em estudo.pelo desenho da bacia, apresentada na Figura 3.1, pode verificar-se que a bacia
tem
uma forma relativamente alongada.Para
a
descrição quantitativa da formada
bacia calcularam-se os seguintes parâmetros, que relacionam a forma da bacia com formas geométricas conhecidas.i)
Coeficiente de Compacidade:
Relaciona a forma da bacia com um círculo e define-se como
a
relação que existe entre operímetro
da
bacia (P)
e
o
perímetro
de
um
círculo
de
área
(Á)
igual
à
da
bacia' Expressa-se por,Kc =
0,281
6
(3. 1)Kc
-
Coeficiente de compacidadeP
Perímetro da bacia hidrográfica (km) A-
Área da bacia hidrográfica(km')
Este coeficiente, no mínimo será igual à unidade o que corresponde a uma bacia circular.
A
baciaterá maior
tendência para ocorrênciade
cheiasquanto mais perto da
unidadeestiver este valor.
ii)
Factor
de
Forma:
Relaciona
a forma da
bacia comum
rectânguloe
define-se comoa
relaçãoque
existeentre a largura média da bacia
(l)
e o comprimento da bacia(t).
É calculado por,Kr=l
( 3.2)Sabendo que, A
=
Lx l,
pode escrever-Se a expressão do factor de forma como, ,Nuno Costa III
-
Caracterização Fisiográfica da Bacia Hidrográfica da Albufeira da Apartadura(3.3)
Kr
-
Factor de FormaL
-
Comprimento do curso de água principal (km)A
Área da bacia hidrográfica(km')
Constitui
um
índicede
maiorou
menor tendência para ocorrênciade
cheias. Uma bacia com um factor deforma
baixotem
menor tendência para a ocorrência de cheias do que outra com um factor de forma alto.No Quadro
3.2
apresentam-seos
valores calculados, destesdois
índices,para
a
baciahidrográfica da albufeira da Apartadura.
L,34 Or28
Pode concluir-se
que
a
bacia
hidrográficada
albufeira da
Apartadura apresenta umaforma alongada, não
apresentandotendência para
a
ocorrênciade
cheias.
Isto
vemconfirmar a análise visual feita anteriormente.
3.2
-
Características
da
Rede
de
Drenagem
3.2.
1- Ordem dos Cursos
de
itsua
Para
a
classificação dos cursos de água utilizou-sea
classificaçãode
Horton-Strahler. É uma classificação que reflecteo
graude
ramificação existente na baciae é
realizada do seguinte modo. São consideradosde
primeira ordem as linhas de água iniciais, que não tenham afluentes. Quando duas linhas de águade
primeira ordemse
unem,é
formadauma
de
segunda ordem. Ajunção de
duasde
segunda ordemdá
lugarà
formação deuma de terceira ordem e assim sucessivamente. Assim dois rios de ordem n dão lugar a
um rio de ordem
n+1.
(Lencastre e Franco, L992)Seguidamente apresenta-se
a
redede
drenagemda
bacia hidrográficada albufeira
da Apartadura bem como a ordem dos cursos de água (Figura 3.2).f
K A
ú
Mestrado em Recursos Hídricos 10
III
-
Fisiográfica da Bacia Hidroqráfica da Albufeira da Apartadura Nuno Costa3.2.2
-
Densidade
de
Drenagem
A
densidadede
drenagem exprimea
relaçãoentre
o
comprimentototal
dos cursos deágua
(h)
e a área total da bacia (A).L*
Dd=t
(3.4)N
06 0 0C [ffití§
-E-Figura. 3.2
-
Rede de drenagem da bacia hidrográfica da albufelrà Aa Apartadura, e ordem segundo Horton-StrahlerA densidade de drenagem varia directamente com
a
extensão de escoamento superficiale fornece, uma indicação da eficiência da drenagem natural da bacia'
No Quadro 3.3 apresenta-se o cálculo deste índice.
euadro 3.3
-
Densidade de drenagem da Bacia Hidrográfica da Albufeira da ApartaduraO
valor
deste índice depende, naturalmente,da
escala da carta sobrea
qualé
medida'Na escala
utilizada
(1:
25.000),
considera-seque
estevalor
correspondea
uma
bacia medianamente drenada,o
que traduz
a
fraca
tendênciapara
cheias apresentada pela bacia. 8153 35130 4,LO I\
A
(km')
Do(km/kmz)
Lt(km)
111 1 7 1 3 1 11 't 1 2 1' 12 't1 11 3t : I 2 2Nuno Costa III
-
Caracterização Fisiográfica da Bacia Hidrográfica da Albufeira da Apartadura3.3
-
Características do
Relevo
3.3.1
-
Altitude
Máxima,
Altitude
Mínima
e
Altitude
da
Nascente
A
altitude máxima
correspondeao
ponto mais
alto na
bacia hidrográfica;
a
altitude mínima correspondeà altitude da
secçãode
referênciaque
neste casose
encontra noparedão da barragem da albufeira da Apartadura e
a
altitude da nascente corresponde àcota
a
que se encontraa
nascenteda
ribeirade
Reveladas. Os valores destas altitudespara
a
bacia
em
estudo
foram
determinados
a
partir
da
cartografia existente
eencontram-se no Quadro 3.4.
Na Figura
3.3
apresenta-seum
mapa comas
curvasde
nível que atravessama
baciabem como a sua rede hidrográfica.
Quadro 3.4
-
Altitude máxima, altitude mínima e altitude da nascente3.3.2
-
Altitude
Média
A
altitude
média da bacia refere-se a cotas acima do nível médio do mar,Z
(attitudes), édada por:
z
s
z'A
ZA, (3.5)Z
-
Altitude média da bacia (m)Zi
-
Altitude média entre duas curvas de nível consecutivas (m) A;-
Área entre duas curvas de nível consecutivas(km')
A
-
Areatotal
da bacia(km')
1027,OO 571rOO 993150
e
da nascente
(m)
Mestrado em Recursos Hídricos L2
Altitude
máxima
(m)
Altitude
mínima
(m)
Nuno Costa III
-
Caracterização Fisiográfica da Bacia Hidrográfica da Albufeira da Apartadura N-+,
s{
(, ô J)
o I i I/ í , .) 7^() ) 760 800 780 j I§
='l @ O Escala : 0Figura 3.3
-
Bacia hidrográfica da albufeira da Apartadura com curvas de nível ehidrografia
A altitude média da bacia hidrográfica da albufeira da Apartadura foi calculada recorrendo ao programa ARCVIEW 3.2 donde se obteve um valor de 719,00 m.
3.3.3
-
Altura
Média
A
altura
média é definida de modo semelhante à altitude média, mas em vez de se referira
cotas acimado
nível médio das águasdo mar,
refere-sea
cotas acimada
secção dereferênciaeédadapor:
H
-Z
-Zffiin,
(3.6)H
-
Altura média (m)Z
Altitude média (m)Zmin
-
Altitude mínima (m)\
i"
I \\
§
J tsNuno Costa II I
-
Ca ra cte rrza Fisiográfica da Bacia Hidrográfica da Albufeira da ApaftaduraNo Quadro
3.5
apresentam-seos
valoresde altitude
e
altura
mediapara
a
bacia em estudo.Quadro 3.5
-
Altitude e altura média da bacia hidrográfica da albufeira da Apartadura7 LgrOO 1 48,00
3.3.4
r
Hipsometria
A hipsometria representa a distribuição das altitudes na bacia hidrográfica. Na Figura 3.4 apresenta-se
a
carta
de
hipsometriada
bacia hidrográficada albufeira da
Apaftadura elaborada com o programa ARCGIS 9.2.Como
se
podeverificar
pelafigura
apresentada,as
maiores cotasda
bacia situam-se asudeste e vão amenizando à medida que nos aproximamos da albufeira, que se encontra
num vale.
A hipsometria da bacia varia entre os 571 e os 1027m.
Legenda Hipsometria (m) 571 - 617 618 - 664 665-711 712 - 758 759 - 805 806 - 852 853 - 899 900 - 946 947 - 993 994 - 1027 0.6 ! 0.6 l(iomders l=--
I--w
F SFigura 3.4
-
Hipsometria da bacia hidrográfica da albufeira da Apartadura)
N
Mestrado em Recursos Hídricos L4
-Nuno Costa III
-
Caracterização Fisiográfica da Bacia Hidrográfica da Albufeira da Apartadura3.3.5
-
Declive Médio
da
Bacia
O declive médio foi calculado através do programa ARCGIS
9.2.
Em seguida apresenta-se a carta de declives da bacia hidrográfica da albufeira da Apartadura (Figura 3.5).Como
se
pode constatar atravésda figura,
a
baciaé
bastante declivosa apresentando maiores declives na zona sudeste e na zona este da albufeira.Os declives variam entre 0 e 50 o/o sendo o declive médio de L2,L3o/o,
tal
como se mostrano Quadro 3.6.
Quadro 3.6
-
Declive médio da bacia hidrográfica da albufeira da ApartaduraL2,13
Legenda Carta de Declives (%) I t1 t' 'J.- ,t:-É' t*fi
\r
nf U-J 3 - tu '10 - 15 15 - 20 ln_ tà /l-iu Ju - ,)-r 35 -40 40-45 '',',' 45-50 §í Íl/ta\ 06 0 ü6l6bnuters -N Sr
Nuno Costa III
-
Caracterizaeão Fisimráfica da Bacia Hidrooráfica da Albufeira da Aoartadura3.3.6
-
Declive Médio do Curso de Água
Principal
O declive médio do curso de água, exprime-se pela relação que existe
entre a
diferençade altitudes entre
o
ponto mais elevado eo
ponto mais baixo do curso de água principal e o comprimento da bacia. É dado por,,r=%P,
(3.7)D,
-
Declive médio (o/o)Zn..-Altitude
da nascente (m)Z.;n
-Altitude
mínima (m)L
-
Comprimento da linha de água principal (km)Como se referiu anteriormente o curso de água principal é
a
ribeira de Reveladas até aoparedão
da
barragem da Apartadura, pelo quese
calculouo
declive médio apenas para estetroço do
cursode
água. No Quadro3.7
apresenta-seo valor do
declive médio docurso de água.
Quadro 3.7
-
Declive médio da ribeira de Reveladas até ao paredão da barragem dara
3.3.7
Características
Fisiográficas
da
Bacia
Albufeira
da
ApaÊadura
No
Quadro
3.8
apresenta-se
uma
síntese
de
todas
as
características fisiográficas calculadas nos pontos anteriores.Quadro
3.8
Característicasfisiográficas
da
bacia
hidrográfica
da
albufeira
daDeclive médio do curso de água
principal
(iolo)7168
Área da bacia hidrográfica, A
(km')
8,5313,99
Perímetro da bacia
hidrográfica,
P(km)
Comprimento do curso de água
principal,
L(km)
5,50Nuno Costa IU
-
Caracterizaeão Fisiosráfica da Bacia Hidrooráfica da Albufeira da AoartaduraQuadro
3.8
Característicasfisiográficas
da
bacia hidrográfica
da
albufeira
da Apartadura (Continuação)Comprimento
total
das linhas de água,
I+(km)
35,30Coeficiente de compacidade, kc
(-)
L,34Factor
deforma,
kf
(-)
0,28Densidade de drenagem,
D6(km/km2)
4,LOAltitude
máxima,
Z-.,
(m)
LO27,OOAltitude
mínima,
Z-r,,(m)
571,00Attitude
média,
Z
(-)
7L9,OOAltura média,
X
(-)
148,00Altitude
da nascente,
Zn."(m)
993,50Declive médio da bacia,
I-
(o/o) L2,L3Nuno Costa IV
-
Caracterização do Regime Pluviométricorv-Anual
Caracterização
do
Regime
Pluviométrico
4.L
-
Introdução
No presente capítulo
vai
proceder-se ao estudo da precipitação sobrea
bacia hidrográficada
albufeira
da
Apartadura. Para
tal
seleccionaram-seos
postos udométricos
nas proximidadesda
baciae
que
apresentassem sériesde
dados suficientemente longas,para permitir a análise estatística efectuada no capítulo 4.6.
4.2
Caracterização
da
Precipitação
na
Bacia Hidrográfica
da
Albufeira
da
Apaftadura
Para
estimar
a
precipitaçãoanual
da
bacia
hidrográficada
albufeira
da
Apartadurautilizaram-se as estações udométricas apresentadas no Quadro
4.1,
que são as estaçõesmais próximas da bacia em estudo.
4.1
-
Postos cos utilizados no estudo da4.3
-
Preenchimento
de Falhas
As séries
de
precipitaçãoa
utilizar em estudos hidrológicos devem ser contínuas, isto é, não devem apresentarfalhas
nos seus registos. Setal
acontecerdeve
proceder-se aopreenchimento dessas falhas utilizando um dos vários métodos disponíveis.
Arronches 19N/01UG 39,L2 7 28 257 Guadiana tlLolL93L
LlLOt2003 Castelo de
Vide
tTMlotc
39,4L 745 552 Tejo uLolL932LlLO|2OO4
Vale do
Peso
tTvo2uc
39,35 7,65 285 TejotlLolL932
LILOIZOOL
Designação
Código
Latitude(oN) Longitude(oW) Altitude(m)
Bacia observaçãoPeríodo deNuno Costa IV
-
Caracterizacão do Reoime PluviométricoApenas se detectou uma falha na série de Castelo de Vide no ano
de
1991, falha que foipreenchida através do método U.S. Weather Bureau (Lencastre e Franco,
\992),
,o
=á
",EE
xee
+ft
xPc+ff
xPc),
A-Estaçãoacorrigir
B, C
-
Estações utilizadas no preenchimento da falhaP
-
Precipitação anual (mm)F
-
erecipitação média anual (mm)(4.1)
Para
o
preenchimentoda falha na
sériede
Castelode Vide
utilizaram-seos
postos deArronches e Vale do Peso. (Anexo IV.1 pág.80)
4.4
-
Verificação
da Consistência dos Dados
As séries de precipitação a utilizar devem possuir homogeneidade e consistência.
Uma série de precipitações diz-se homogénea se, ao longo do período de observação não existem alterações nos factores que condicionam
a
precipitação. Dadaa
não verificaçãode
mudanças climáticasà
escalade tempo
abrangida pelas sériesde
precipitações, asséries de precipitação são, geralmente, homogéneas.
Uma
série
de
precipitaçõesdiz-se
consistentese,
ao
longo
do
respectivo período de observação,não existe
alteraçãodo erro
sistemáticode
mediçãoda
grandeza. Como exemplosda
quebrade
consistência, citam-sea
mudançado
localda
instalaçãode
um udómetro,a
criaçãode
obstáculosjunto
de um
udómetro, alteração das condições doaparelho, ou modificação no método de observação.
4.4.L
-
Médias Móveis
de
1O
Anos
Para
a
detecçãoda
inconsistênciana
sériede
precipitaçãoanual na
bacia utilizou-se ométodo das médias móveis. Este método
consisteem
representar, num gráfico,
as médias móveisdas
séries paraas quais se quer verificar
a
consistência. Em abcissas marca-seo
número de
anose
em
ordenadasas
médias móveis.Se
as
séries forem consistentes então, o andamento das respectivas médias móveis é similar.Dada
uma
série, yt,y2,,..,yk,...,yn,
define-se média móvel
de
ordem
k,
como
aNuno Costa IV
-
CaracterizaÇão do Regime Pluviométricoy,
*
y,
*...
*
yny, * y, *... *
yn*,k
y3+y4+...+yk+z
k (4.2)
O
recursoàs
médias móveis permite reduziro total da
variação dos dados, eliminando assim, flutuações indesejáveis e para a verificação da consistência dos registos anuais daprecipitação
é
recomendadoo
usode
médias móveis deordem 10, isto é,
considera-sek
= 10na
expressão4.2.
No
(AnexoIV.2
pá9.82)
apresenta-seo
cálculodas
médiasmóveis para
os
postos consideradose
na
Figura4.2
mostra-sea
sua
representação gráfica. {-Arronches Castelc Vitie -df-Vale hso 1200,0 1000,0 800,0 600,0 400,o 200,0 0,0 1940
1950
1 9601970
1 980 Anos 1990
2000
2010Figura.
4.L
-
Médias móveis de ordem 10 para as séries de precipitação em análise Como se pode observar pela figura acima apresentada não existe inconsistência entre osdados, pois o andamento das diversas curvas é bastante coincidente.
4.5
Precipitação
na
Bacia
Hidrográfica
da
Albufeira
da
Apartadura
Para estimação
da
precipitaçãona
bacia recorreu-se
ao
método
dos
polígonos deThiessen. Este método baseia-se na atribuição de um factor de ponderação à precipitação
registada
em
cada
um dos
postos
que
influenciam
a
área
em
estudo.
Para
adeterminação das áreas
de
influência, unem-seos
postos udométricos,três
a três,
porsegmentos
de
recta,
de
modo
a
formarem-se triângulos, com vértices nos
referidospostos. Em seguida, traçam-se mediatrizes aos lados dos triângulos, formando-se assim
os polígonos de Thiessen. Cada um dos polígonos assim formados
tem
um único posto deobservação
no
seuinterior,
e
qualquer ponto contidono interior do
polígonoestá
maisk
Ee
8E
ü§
$i
N uno Costa IV
-
CaracterizaÇão do Reqime Pluviométricopróximo desse posto
do
que qualqueroutro. A área limitada
pelo contornoda
bacia epelos referidos polígonos, define
a
áreade
influência desse postoe
dentro
da qual
seconsidera
a
precipitação uniformee
igualà que
nele se observa.A
precipitação para abacia é então determinada por,
p
=
It'-' o'
=
)p,
,
x,,
(4.3)AH
P
-
Precipitação ponderada (mm)P1- Precipitação no posto
i
(mm)A;
-
Área de influência no postoi
(km2)A
-
Área da bacia hidrográfica (km2)Ki- Factor de ponderação, peso ou coeficiente de Thiessen
Através
da
realização do Método de Thiessen (Figura4.2)
verificou-se queo
único posto com influência na bacia hidrográfica da albufeira da Apartaduraé o
posto de Castelo de Vide (17Ml01G), donde se considera quea
precipitaçãona
baciaé igual
à
precipitação registada neste posto udométrico, cujos valores se apresentam no Quadro 4.2.Figura .
4.2
Método de ThiessenL
Cagelo de Vrde o s l.l.€+,
\ále do Peso o àronches a Abufeua da ÂpartaduraEaoa HidrograÍca da Albuíetra da Âpailadura
[--l mr,gonos de Thressen foíos Udomelncos Legenda 5m0m0 a Melers Escala 0 r0.0m 0m 15 0m 0m
N uno Costa IV
-
Caracterização do Regime PluviométricoL9721t973
L9461L947
644,2 588,8L974
L265,0 967,4L975
557,r 649,OL976
LO22,O1948
L949
744,4 109 5 ,4 L9771950
909,0 1 307,8 L2L2,4L978
1951 77O,4 458,0L952
r953
5 B 73L2t979
1980 7L2,5 897,2 19811954
1982 562,9 1955 L232 1983 1956 576,8 1984 L029,3 LL28,9 L957 568,2 729,2 910,6 198519s8
695,2 1959 L290,8 1986 L987 1030,8 1960 893,8 1961 856,9 1 089,0 1988 1989 7 9 588,9 585,1 2 67 L,5 1076,6 5 1 1990 1993 199 1L992
819,9 L2L4,4 19651966
1088,8 687,5 L967 7 L2,7L994
1995 1401,51968
1 086,3 824,5r969
997,5 1996 L997 L463,5L970
75O,2 542,5 623,3 1997I
L998L97L
L97Ll
L972
649,34.2
Preci sobre a bacia hid da a lbufeira da uraL947
L962
19631964
4.6
-
Lei
de Distribuição
da Precipitação
Anual
Ponderada
Os valores
de
precipitaçãoanual obtidos para
a
bacia, são
em
si
próprios
pouco utilizáveis, pois nada dizem acerca dos valoresde
precipitaçãoque
poderão ocorrer nofuturo,
ferramenta fundamental parao
planeamento e gestão dos recursos hídricos. Elesformam uma
sucessãode
valoresque só serão úteis se forem tratados
recorrendo àteoria da probabilidade e estatística. Este
tratamento
permiteatribuir
uma probabilidade empírica aos dados, obtendo-se assim uma distribuição de probabilidade empírica, à qualé
possívelajustar
uma distribuição teórica conhecida. Depois deajustar
uma distribuiçãoteórica conhecida
à
distribuição empírica, grandeparte da
informação probabilística da amostra pode ser resumida por essa distribuição teóricae
pelos respectivos parâmetros.Isto
é,
torna-se possível predeterminar
os
acontecimentos,com
maior
ou
menor incerteza, e obter uma medida dessa incerteza.Mestrado em Recursos Hídricos 22
Ano
Precipitação Ponderada
mm
Precipitação Ponderada
mm
Ano
Nuno Costa IV
-
CaracterizaÇão do Regime PluviométricoAdmitindo
que
a
precipitaçãoanual
ponderada sobrea
baciaé
uma variável
aleatóriacontínua,
X,
ensaiou-sea lei
normal comoa
lei de
distribuiçãoque
melhor seajusta
àamostra. Para
testar
a
hipótese
de
normalidade, utilizou-se
o
método
gráfico(ajustamento).
A
distribuição normal
é
uma das mais
importantes distribuições
de
probabilidade, conhecida também como Distribuiçãode
Gauss. Teoricamente,a
funçãode
distribuiçãoda
somade n
variáveis aleatóriastende
paraa
distribuição Normal quandon
aumentaindefinidamente, qualquer que seja
a
função de distribuiçãode
cada uma das variáveisaleatórias. Por
esta
razãoa
distribuição normal adapta-se bema
um grande número de variáveis hidrológicas, nomeadamenteà
precipitação anual queé
resultante da soma deum grande número de variáveis aleatórias.
A função de densidade
de
probabilidade da distribuição normal com média pe
variânciad
é aeriniaa por,f(x)
= exp( (4.3)e a função de distribuição é dada Pot,
F(x)=#F
(4.4)Se a variável aleatória
Xsegue
esta distribuição escreve-se: X-tU(p,
d).
Fazendo uma mudança
devariável
demodoa
quea
nova variável tenha!
=
Oeo=
L,isto é, transformando-se a variável
x
com w(p,o)
numa variávelZ
com N(O,f) obtém-se adistribuição normal padrão e a função de densidade de probabilidade reduz-se a,
(x'
-p)'
2o2 (x -p)2'-
2d-1 oJZn
f(z)=
*"
Jzn e a função de distribuição reduz-se aF(z)=
hF
Onde
zé
a variável reduzida dadaPor,
."
-
X-p
o z2z
z2T
(4.5) (4.6) (4.7) )Nuno Costa IV
-
CaracterizaÇão do Regime Pluviométrico I 3,5996 34, I 3?( 34, I 3?6 I 3,59?6 o, 2,1 5g( CI,1 396 2,1 596m-3d
m'Zdm'd m
m+d
m+2d
m+3dFigura. 4.3
-
Função de densidade de probabilidade da distribuição normalA função de distribuição da distribuição normal pode ser representada graficamente, por
uma recta, num
gráficode
eixos coordenados, ondeem
ordenadasse
representam os valoresde
precipitaçãoe
em
abcissasa
variável
reduzidaZ.
Seos
dadosda
amostraseguissem
perfeitamente
a
distribuição normal, eles estariam situados
na
recta
que passa por(X."6-Si -1), (X."0;0)
e(X."6+S;
+1).Sabendo
que
a
médiae o
desvio padrãoda
sériede
precipitaçãoanual na
bacia são respectivamente,X =
859,9 mm
e S
=
260,2 mm,
calculou-sea
recta teórica
dadistribuição
normal.
Na
Figura
4.4,
encontra-se
o
traçado
da
recta
teórica
de probabilidadejuntamente
com
os
valores
observados,aos quais
se
atribuiu
umaprobabilidade empírica (Fa(x)), dada pela fórmula de Weibull,
(4.9)
onde
m
Número de ordem/V
-
Número de anos da amostra.Nuno Costa IV
-
Caracterização do Regime Pluviométrico.à,lttstattterttc, clit L er bJtrfrlr'ir I
= 4., 1600 1 400 t-20() 1 000 aoo 600 400 20íJ o -3 -4 -L C, 1 2 3 \:rrrar-el rerlrrzr da z
Figura
4.4
-
Ajustamento da lei normalComo
se pode verificar pela
análisedo
gráfico
da
Figura4.4,
os valores
observadossituam-se proximos
da
rectateórica,
logo pode concluir-se quea
precipitação anual na bacia da Apartadura segue a distribuição normal.4.1
Determinação
da
Precipitação
Anual
Associada
a
Vários
Períodos
de
Retorno
O
períodode
retornode um
determinadoevento,
também conhecido como período de recorrênciaou tempo
de
recorrência,é
o
intervalo de tempo que deve decorrer,
em média, para queo valor
desse eventoseja
pelo menos igualado. Éum termo
bastanteutilizado
em
Hidrologiae
é
definido comoo
inversoda
probabilidadede um
evento serigualado ou ultrapassado.
,=.fui,
(4.e)para
a
caracterizaçãodo
regime
pluviométricoda
bacia
hidrográficada
albufeira
daApartadura optou-se
por
determinar
os
valores
de
precipitaçãoanual
associados aperíodos de retorno de 10, 100, 500, 1000.
para
se obter os
valoresde
precipitação associados aos diferentes períodosde
retorno(T),
foi
utilizada a fórmula de Ven Te Chow, dada por,Xr
=X+SxKr
, (4.10)Onde
Xr
-
Valor do acontecimento com período de retorno TX
Valor médio da série de precipitaçãoa
a
a-Nuno Costa IV
-
Caracterização do Regime PluviométricoK1
-
Factor de frequênciaS
-
Desvio padrãoNo caso da distribuição normal, K1 não
é
mais do que a variável reduzida z assumindo afórmula 4.10, a seguinte forma:
Xr
-X+S
xz
t (4.1 1)No Quadro
4.3
apresentam-se os valoresda
precipitação para os diferentes períodos de retorno.Quadro
4.3
-
Precipitação associadaao
períodode
retorno segundoa
probabilidade denão excedência 10 0,9 9Oo/o L,282 1 1 53,39 100 0,99 99o/o 2,326 L425,28
soo
0,998 99,800/o 2,878 1568 ,87 1000 0,999 99,90o/o 3,090 L624,06 Tanos
F(x)
xt
mm
z
N uno Costa V
-
Caracterização do EscoamentoV
r
Caracterização
do
Escoamento
5.1
-
Introdução
Por escoamento entende-se "...,
â
precipitação que nãoé
interceptada pela vegetação oupelos edifícios atinge
a
superfície terrestre,
de
onde
é
evaporada,
se
infiltra,
ou permaneceretida
em
depressões. Quandoa
precipitaçãocaída
é
maior
do
que
ascapacidades relativas
aos
processos anteriormente referidos,
o
volume
de
água excedente,em
obediênciaàs leis da
gravidade, escoa-seà
superfíciedo terreno até
àlinha
de
água mais próxima, dando origem
ao
escoamento superficial."(Lencastre eFranco, L992)
Como não existem estações hidrométricas dentro da área da bacia, teve que se procurar
uma bacia com características idênticas onde existissem dados de escoamento medidos,
para
seguidamentese
aplicar uma
regressão estatísticade
escoamento/precipitação,com
vista à
determinação dos escoamentos anuais na Bacia hidrográfica da albufeira daApartadura.
A
estaçãohidrométrica mais próxima
e
com
dados disponíveisé
Coutode
Andreiros(18VO1H).
No
Quadro
5.1
apresentam-se
as
características
da
referida
estação hidrométricae
na
Figura5.1
apresenta-sea
bacia hidrográficada ribeira de
Seda em Couto de Andreiros e a bacia da albufeira da Apartadura.Quadro 5.1
-
Estação hidrométrica utilizada na determinação do escoamento anualLl
LOI Le64 Ll LOl1ee3
18LO1H Riba de Seda 39,27 7,60 Tejo Couto de Andreiros CursoCódigo de
Latitude(oN)
Longitude(ow)
Bacia águaPeríodo Designação
observação