EMAIL PROFISSIONAL
Devido à velocidade das transformações ocorridas no mundo virtual, há uma crescente separação entre o mundo dos fatos e as normas jurídicas.
Esse quadro sugere novas realidades e a necessidade de reformulações de institutos jurídicos, sob pena de perder-se direitos conquistados ao longo de anos. O principal deles é a privacidade.
Há também os reflexos globais onde os conceitos de soberania e competência, quando se verifica, por exemplo, o crime praticado por hackers ao redor do mundo sem se definir qual país é responsável pela apuração e punição do delito.
Nesse sentido, de fato, o bem jurídico privacidade foi o mais afetado por todas as transformações advindas da informática.
Um primeiro exemplo disso ocorria no âmbito dos tribunais regionais do trabalho que mantinham fontes de consulta em seu site dos empregados que haviam ajuizado reclamação trabalhista contra seus ex empregadores. Referida pesquisa era feita por nome e as empresas passaram a criar a chamada lista negra dificultando a obtenção de um novo emprego pelo trabalhador.
Em relação a utilização de email no ambiente de trabalho, as considerações passam pelo direito constitucional que todos têm quanto à privacidade.
Nos dias atuais, como o email é equiparado a uma correspondência convencional, conta com a proteção do sigilo e privacidade.
O direito à privacidade abarca tanto a interceptação da mensagem, com conhecimento ou não do seu conteúdo, bem como o simples conhecimento ilícito do comunicado (abertura da correspondência alheia guardada por seu destinatário, por exemplo). A tendência hoje é se reconhecer o email profissional como sendo uma ferramenta de trabalho, e portanto, não protegido pela privacidade.
Com isso, o rastreamento de email profissional pelo empregador não se considera quebra de sigilo de correspondência.
A devassa de correspondência, aliás, é crime tipificado do código penal, com pena de detenção de 6 meses a 1 ano ou multa.
No que se refere ao email particular do empregado, qualquer interceptação deste pela empresa é considera como violação de direitos constitucionais do cidadão, passíveis de indenização.
De outro lado, como a empresa detém o poder diretivo no ambiente de trabalho, poderá proibir ou restringir o uso de email particular no horário de expediente. A desobediência contumaz do empregado à determinação do empregador pode levar à demissão com justa causa fundada no art. 482 da CLT.
Embora o email profissional seja uma ferramenta de trabalho, nenhum direito é considerado absoluto, quando ofende a um outro direito, no caso, o da privacidade. O procedimento ideal da empresa é alertar o empregado sobre a utilização quer do email profissional quer do email particular, cabendo, inclusive, estipular uma cláusula em acordo ou convenção coletiva, ou mesmo em regulamento interno.
Deve haver um equilíbrio, onde não tenha lugar a proibição arbitrária do empregador nem o uso livre para fins alheios à prestação de serviços por parte do empregado.
tal como evidências de que haja trânsito de mensagens inadequadas, pornográficas, de fornecimento de informações confidenciais da empresa, etc.
ÉTICA PROFISSIONAL E CÓDIGOS DE ÉTICA
A ética profissional constitui-se de premissas da ética geral que se voltam para a regulação do comportamento dos membros da associação na qual aplicadas.
Além de membros da sociedade, somos ligados a grupos, associações, conselhos profissionais. É comum que se estabeleçam, nessas células sociais, regras a serem obedecidas por seus membros.
Quando desenvolvidas por conselhos profissionais, as regras constituem a ética profissional.
Como grupos de características dos profissionais, do ponto de vista da ética profissional, tem-se a ciência (saber) e a consciência (ser). A ciência ou saber são as habilidades e conhecimentos que a pessoa precisa para exercer determinado ofício (formação acadêmica, etc). Já a consciência ou o ser representa o comportamento esperado do profissional em função do ofício que exerce. Por exemplo, o juiz deve ser imparcial nas suas decisões. O médico tem o dever de sempre estar disposto a salvar vidas e etc.
Nesse sentido, surgem os principais deveres ético profissionais, a saber:
Deveres ético profissionais imprescindíveis: competência, sigilo e honestidade Deveres ético profissionais complementares: orientação, coleguismo e
remuneração.
Por fim, a codificação (previsão escrita em lei) das condutas e deveres profissionais dão utilidade à ética profissional na medida em que a tornam claras e permitem
ÉTICA MORAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA
As organizações empresariais e as entidades sem fins lucrativos hoje precisam estar atentas não só as suas responsabilidades econômicas e legais mas também a suas responsabilidades éticas, morais e sociais.
Os padrões de ética e moral estabelecidos pela maioria das organizações se limita a criar códigos de ética, isto é, a codificação dos padrões esperados em lei.
Mas o que acontece com a ética e a moral quando as sociedades passam por transformações tão profundas quanto as que o mundo vive agora?
Nessa situação, a responsabilidade social corporativa é mais importante do que nunca. A ética afeta desde os lucros e a credibilidade das organizações até a sobrevivência da economia global.
Assim, as organizações terão de aprender a equacionar a necessidade de obter lucros, obedecer às leis, ter um comportamento ético e envolver-ser em alguma forma de filantropia para com as comunidades em que se inserem.
Além disso, mudanças promovidas nas formas de comercializar produtos e serviços – especialmente por novas tecnologias de informação – tendem a levar todas as organizações a abraçar padrões globais de atuar em suas atividades.
Portanto, não se deve esperar por códigos de ética para que as organizações tenham responsabilidade social, a denominada responsabilidade social corporativa.
A responsabilidade social corporativa implica dizer que passa a ser comum admitir que os negócios devem ser feitos de forma ética, obedecendo a rigorosos valores morais, de acordo com comportamentos cada vez mais universalmente aceitos como apropriados.
por:
Preocupação com atitudes éticas e moralmente corretas que afetam todos os públicos envolvidos;
Promoção de valores e comportamentos morais que respeitem os padrões universais de direitos humanos e de cidadania e participação na sociedade (inclusão social)
Respeito ao meio ambiente e contribuição para a sustentabilidade em todos o mundo
Maior envolvimento nas comunidades em que se insere a organização, contribuindo para o desenvolvimento econômico e humano dos indivíduos ou até atuando diretamente na área social, em parceria com governos ou isoladamente.
Esse seria, então, um referencial para a responsabilidade social corporativa que responderia a um novo e mais abrangente papel das empresas dentro da sociedade.
Ética e Meio Ambiente
Com o surgimento de novas tecnologias, progressos técnicos e científicos, julga-se que se paga um preço muito alto para conviver com esses avanços.
A legislação ambiental começou a tomar forma em 1980 e considerava que as emissões de poluentes pelas indústrias não eram tratadas como poluição desde que respeitassem os padrões estabelecidos. Isso porque o raciocínio era de que toda atividade industrial ocasiona certo impacto ambiental.
Esse panorama foi alterado e com a introdução da teoria do risco integral. Por essa teoria a entidade que em função de sua atividade criar risco de dano deve repará-lo ainda que não tenha culpa.
Por conta disto, nasce o princípio da prevenção ao meio ambiente que considera o binômio poluidor-pagador. Ou seja, as empresas que poluem devem ser responsabilizadas mediante pagamento dos danos com o intuito de se restaurar o meio ambiente ao estado anterior a sua degradação, inclusive aqueles que atuaram prestando serviços de assessoria ou consultoria às empresas poluidoras diretas do meio ambiente.
Abrangência da Ética em Computação
A ética na área da computação deve ser limitada, isto é, não deve abranger temas nos quais computadores aparecem de forma acessória. Um caso em que um jovem, para poder comprar remédios de uso contínuo para sua mãe, que sofre de grave doença, usa um computador para aplicar golpes contra clientes de um banco não é um caso de ética em computação. Da mesma forma, um jovem médico em residência médica, morando em uma república de estudantes, que durante um trote de calouros ajuda a jogar álcool e atear fogo em um calouro não constitui um caso de ética na área médica. Ou seja, assim como em outras áreas, a ética na área de computação deve abranger as ações dos profissionais de computação em seu papel como profissionais de computação e os valores que guiam o trabalho no dia a dia de sua atividade. Assim, não deve abranger situações que estejam fora do controle desses profissionais, como por exemplo, se o governo federal deve incluir ou não tecnologia computacional em seus armamentos, ou se um certo sistema pode ser exportado ou não.
Segundo estudos, no Brasil, no que se refere a relação entre os crimes por computadores e o direito, pode-se fazer a seguinte divisão: crimes que atentam contra os sistemas de informação, basicamente ao alterar, remover ou inserir dados ilegal e fraudulentamente em bancos de dados digitais e, aqueles que usam os recursos computacionais para cometer crimes previstos pela lei, como tráfico de drogas, homicídios, roubos, pedofilia, etc.
Conceito de Prova: Demonstrar a certeza aproximada (não absoluta) da veracidade
do fato afirmado pela parte interessada (a que tem responsabilidade) na sua produção. Com a complexidade das relações humanas, há muito vem se considerando que a busca da verdade deve se dar de maneira relativa (verdade formal) e não sempre absoluta. Nas situações em que há prova absoluta (material) tanto melhor; porém. Quando não se sé possível produzir uma prova com a verdade absoluta dos fatos, tem-se como foco descobrir a verdade formal e resolver a discussão com batem-se nessa verdade.
A prova digital não é um meio atípico de prova. É um meio de prova previsto em lei. Os meios de prova previstos são: Testemunhal, Documental e Pericial.
As provas testemunhais praticamente não ocorrem no mundo virtual pois as testemunhas são, a rigor, as máquinas.
No entanto, as provas documental e pericial se aplicam às transações feitas no mundo virtual.
A prova documental existe no mundo virtual tendo em vista que o conceito de documento é de uma superfície com números, letras, símbolos, no qual se pode extrair acontecimentos ou fatos. Por essa razão é que um documento digital (texto no aplicativo Word, home Page, email, arquivo digital) pode ser considerado uma prova documental. E isso se dá basicamente de duas formas: na impressão do documento ou com o atestado de uma pessoa que tenha fé pública (cartorário, oficial de justiça, etc) de que determinada informação de uma página da internet tem ou teve determinado conteúdo em dia e hora também determinados.
Essa prova pode ser contestada quanto à sua autenticidade (embora seja mais difícil de fazê-lo) por meio do outro meio de prova – a prova pericial. A prova pericial, portanto, serve para eliminar dúvida sobre determinado acontecimento ou sobre a falsidade de determinada prova.
A diferença que há entre um documento físico e um digital é que o primeiro é formado por bytes e o segundo por átomos.
Espécies de Documento: Público e Particular
O documento público é aquele que é elaborado por alguém que tenha fé pública – cartorário, oficial de justiça, delegado de polícia, etc. Já o documento particular é aquele que é feito por alguém que não tenha essa qualidade.
