•
~
Anno X -
Num
:
----
.
10
Num.
avulsÓ
1$000
-•• • ,
REVISTA MENSAL •
Sob a direcção de inspectores escolares do Districto Federal
'
ASSIG
.
NATURA
Director: ALFREDO C·.' DE F. ALVIM
Redacção: RUA 7 DE SETEMBRO, 174
Para o Brasil- Um anno... 10$000
•
..
SUMMflRIO:
..-
Programmas Dr. Jo1ialhas Serrano Oração proferida ao ser em·Guillernio 1}1ai·tinez, P. La remuneración del
profes-sorado.
• posso.do no cargo de professor
cathedratico do Collegio P
e-Prof. Rocha Va~ .•.•.
---Discurso pronunciado, por
oc-casião do banquete que lhe foi offereci(lo no Hotel Gloria.
dro II.
Afat·ia A. Daltro Sa·nto~ As mães (conferencia) .
José Oiticica. ! .... _... Ainda o pronome Se ,lf estr·e-Escola... Tres palavrinhas
PROGR
.
AMMAS
·
• ••
Ha muito nos vimos batendo po1·
uma
fi-
nistrar aos meninos eno1
·
me q,,antidade de no.
xa~ão, que cada vez se to1·na mais necessa-
çôes
sztperfluas ou se não propríamente
sitper-ria, de limites elementares aos p1·ogram11ias fluas, inuteis no momento.
A
escola primâria
das escolas prim,a1·ias do Districto F
e
de1·al e ha de da1· a base, o
es{Qrço
propr:o e
cada
não temos dissimulado, dr,ntro embo1·a da co1"• um fará o resto.
dialidade e da disciplina,
q1,e p1·ocuramos
Qiteremos, poi's, insisti,,., 11,gora que se
semp1·e seja o apanagio desta
1
·
evista
consa- inicia nova attminist1·ação, na urgencia de se
g1·ada
jº
magisterio nacional, o nosso desap- pôr pa1
,.
adeiro
·
a esse antigo vez.o de alongar
pfáttso ao constante augniento das niate1
"
ias prog1·ammas e estendé1" demasiado o cu1
·
so
pri-q1,e delles constanz; lnf
eliz.mente
cada refor- ma1
·
io.
ma, cada 1"emodelação, tem traz.ido insensato
Ent1"etanto não nos pareceria louvavel
crescimento de matPrias e do ambito das mes• uma reducção ext1·ema.
Passar, po1·
exem-mas. Sente-se o e1·1~0 J1,tndamental daquelles plo,
·
do p1,.ogramma de sete annos ao de dois
qt~e, desejando bem .itrvir,
entendem
ser a es-
ou
de t1"es parece-nos que se1·ia
.
desservir ao
cola prima1·ia uma especie de departamento Dist ricto l'ede1
~
al.
1:m todas as coisas
éfabril de aperfeiçoamento, em
·
que se deve preferivel ficar pelo meio te1
·
mo, qiie, no caso,
''acrescenta1·'' á natural intelligencia da c1·i- Jerá o p1·ogramma de quatro annos.
Com
ança todos os conhecimentos, todas as conquts- este pe1
-
iodo de esti,dos teni sido obse1·vado
tas scientificas, do mesmo modo que ao objecto que o 1·endimento
·
do
ensinJ
é
real e satzs-.
toscamente fab1·icado vão os ope1
·
arios de di- .facto1
·
io, e
aexperiencia tem sida sufficiente,
versas secções j1,1,ntando aper(eiçoamentos pa1"a · não só no D1·st1·icto, mas lambem nos
Esta-todas as eventualidadeJ.
A
escola p1·imaria dos proxi1nos. Ao novo ]Jir·ector de
ln-nã,o pode, po1·ém, te1· a pretensão de mobiliür strucção, que traz., natitralmente, idéal de
a cabeça do joven estudante com todos aqitel- simplift'cação, cohe1·entes com seus canceitos
Jes eonbecinientos de que o mesmo vae neces- anterio1
·
mente divttlgados, pedimos q11e
est11,-sitar ditrante a vida.
l\
7ão. Se
talfosse o d e ca1"i nhosamente tal plano qi,adriennio, a
escopo, aindl' com todos os desenvolvimentos qtte dão suas s11mpathias todos os professores
que temos visto serem dados aos progi·ammas do Districto.
seriam estes deficientissimos. De
talso1·te que
Dir-se-á qi1e em quatro annos não
é
sao francamente. teratologicos os progr~m1nas, possivel ''ens~na1"
.t~,1,do''. E'
claro q1,1e não.
pois dão demasiado e dão de menos.
E
escas- Mas, como acima
1aaccentuamos, não se deve
so
Otempo para se ensinar seriamente o
·
que
te1·a pretensão de tudo ensinar.
Demais,
ha de fundamental e perde-se
o
tempo em mi- par·ece que seria acertado estabelecer
c2con-
.
Toda a corre
·
spondencia deve ser dirigida
·
á
Redacção -R. 7 de Setembro, 174
, ' • • • •
•
. .
•
204
A
•ESCOLA PRIMARIA
•
·
_
Dezembr
10
d
e
19
26
ti1i
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1aç~o
vo
l1Jnta1
·
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eni escolas
]
qu
~ esco
las
con1ple111e1ztares,
a
.
q
zte
a
denom[·
d
e
g1·ao poi,co
mais
elevado,
pa1·a o que toma-
nação
de
•
escolas
11or11ia
e
s dara a
.
necessa1
·
ia
mo, a libe1·dade de apresenta1· uma suggestã~. g1
·
aduação administ1·<1tiva pa1
·
a
.
que
os
docen·
À
Escola
No1·mal
·
acha-se com pl
e
tho1·a tes escoll1idos nada tenham qu
e
1
·ec
lar1z,ir.
lJad
e
-~ocentes.
Alguns
por meio de p1
·
0-z:as qut p1
·
iniitiva Escola
1
Vo1
·
mal se ja,
·ci
e1itão 1J11za
legitimam
e
nte p1
·
estarani
de s
et
t mrrecimento, Escola
No1·r11al
superio1· ott apenas mais
ade-oi1t1·os
por
uma
sé1
·
i
e
·
de leis d
e
excepção
a qúe antada, sel
ec
cion
a
do
com a1·ande
cuidado
o
o Senado t
e
m
emprestado
sua
connivenci,i.
a se
i
, pessoal do
ce
nte.
º
.
verdade
éque
ha cerca
·
de
160docentes. Pa-
B
e
m localizadas essas
e
scolas no1·nir1
e
s,
1
·
ece-nos
jztsto
desdobra1· esse
institttfo em t1·e
.
s satisfa1
·
ão perf
e
ita1nente as nec
e
ssidades
da
ou
quatro Escolas Normaes,
com
prog1
·
amma popula
ç
ão, fzca
'
ndo
as escolns
p1
·
im:i1·ias mais
e
lementar, pa1
·
a qu
e
nellas seja continitado e facil effectua1· o
ensino elementa1·,
·
basico,
com
d
e
senvolvido o ci,1·so
primaria. Se1·ão cómo a
efficiencia
de.sejada.
• • • •
---
.. • \ , • .I
ldéas e Factos
• •La
remunerac1on dei profesora
.
,·
do
El Maes~ro ejerce la más alta función . . Hay sueldos distintos para los que
social del Estado: educa, orienta las ge- t1e~e!1 y para los. que no tienen respon·
neraciones que se levantan
y
prepara el sab1l1dad de familia y lu.ego suplementosadvinimiento y el reinado de la justicia en razón . ?el mayor alcance de esta
y del bienestar entre los hombres. responsab1l1dad. Así; los profesores sol• .
Si la sociedad tiene de-beres
y
con- teros tienen un sueldo fijo hasta los 25sideraciones hacia sus setvidores, debe anos de edad,
y
como se supone que entenerlos de preferencia hacia sus ma. adela~,te sus necesidades aumentan, crece
estros. t~mb1en el sueldo. El maestro casado
Toda nación que se respete a si t1ene un sobre sueldo para habitación .y
misma, que anhele un porvenir de liber- luego un aumento por cada hijo menor
taLI, cte progreso y de justicia. no sólo rle 16 anos. Sienviuda tiene también un
debe honrar a sus educadores, sino tam- s~pleme1Ío que le, permite salvar las
bién prestar atención esmerada a sus dtfficult,\des ttue creà a su bogar la mu.
n·ecesidades corporales
y
espirituales, a erte <ie es--po.sá.. En regiones frías, bay untin rle que vivan en un ambiente de tran suplen1cnto para caleiacción. Además ·
quilidad, que les permita dedicarse por en épocas áe carestía extraordinaria de
entero a su santa misión. 1~ vida, .se pone en vigencia con un
Por eso en los países más ade Janta- s1mple decreto la planilla de aumentos ·
dcs y más cultos, allí donde la educación proporcionales de emergencia. ·
es en verdad una preocupación preferen- Por ,,tra parte Ias autoridades es~
te del estado y de la sociedad, vemos colares consiguen en forma diversa
se-n ,rmas equitativas, justas para fijar las gún las localidades, suplementos
~uni-pauta!': de sueldos, gratificar.iones, su- cipales y particulares a los sueldos del
plementos, facilidades de vida
y
otras pers?~al, -~ descuentos apreciables en la ·garantías de bienestar para el profeso- mov1]1.za~1on urbana y stiburbàna. Las .
rado. cooperat1 vas formadas pt,r los maestr·os .,
Como la función delicada y trascen- al amparo carifioso de las autoridades
dente del inaestro no podrá jamás ser e~;olares,. abaratan la vida en ,
propo'r-avaluada en mísero oro, pagada en nin- c1on cons1derable. · , .
guna moneda, aquellas }P.gislaciones La vida espiritual del educador
re
·
-
,
'
avanzadas, tratan más bien. de asegurar cibe también atenciones de parte del ·
al educador la satisfacción de sus justas estado
y
de la sociedad. Los teatros ·necesidades. 1 toi;i cines, los parques, las ferias; 10 ·~
' • • ' ' • .. • •
A ES
_
COLA
PRIMARIA -
Deze1nb1·0 de
1926
•
205
••
.
• museos, los hoteles de veraneo y las ·
so-c:edades de turis mo hacen ,tl maestro
grandes descuen t os ; los ferrocarl'.iles,
los vapol'.eS y las compaiiías de tl'anpor·
te rebajan sus ·tarifas grande1nen to en
épocas de vacaci )i1es. .Se 01·ganizan
grandes exc11rsionl s de est udío y de. re
-creo por el paíf' y por •el e}.::tra ngero,
hay escuelas 11orrJ ales o in st itt1t os de
Parece que. la mano del estaçlo se
estendiera siempre hacia el maestro
ca-rifios ame nte protectora y ·que la sociedad
lo ea vol viera en 11na atmôsfera de
admi-ración, de respeto y de agradecimiento.
· perfecciona1nie11to q11e func cion an eu
. · playas o eu alt11rc: se dispo11e de biblio
-tecas pedagógicas de mu seo s educaci
o-nales , de I1ogare s parét maestros Los
profesores jubi.la co s, los abandonados
de su famil ia· por 1ue viejos, tienen sus
casas de retiro .
· Naturalmente el maestro, libre de
t oc' a preocttpación por el pan para los
St:!y os, dá lo mejor de sí, sus mejores
es-fuerzos, toda su sana inteligencia y todo
el f jemp.lo de su vida pura a esa socie~
da·\. que sabe comprenderlo.
Y
principalmente · los as censos sehacen conforme él un escalafón y no al
capricho de algún jefe, de algún partido
o de algu11a secta
Los países que desean cimentar su
pr, greso y - su g·randeza, su libertad
y
sil genio en la cultura, debem hacer de
la
educación su primera función socialy c:el maestro el primer ft.1ncion ario del
estado. . 1
Guillermo
·
Martine2 P.
' •· (Dll r evi;,la «La Esc11ela A·mericana de Sa,itíago do
Çhile,) • •·~,n, .. ,-..,,.,,,~, .·-. q ; ~,,,,,,.,. .,. ' • • • •
Do
is
no
tave
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discursos
•Tentos o pr
a
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de pi1b
lica
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· hoje,
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s
as col1.tn11ias, doi
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o
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·
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c
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ado pelo
e
11iine1zte
profes
-s
or
Rocha
Vaz;
D.
D.
Director
do
Departa-111énto
Nacio1ial do
1'J1isino,
p
or
occasião
'do
banquete qtte seus a
1
"1
igos
e
admiradores lhe
offereceranz, 1io
líot
el
--
Gloria,
co
1no dema1z.
st1·ação de
a
p,
·e
ço p
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s 1
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s
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viços po1
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S.
Ex
.
prestad
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s
ácausa
do
e
1isino
eni11os-sa q11
e
1·ida
Pat1·ia;
o
se
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11do f
oi
prófe1
·
ido pelo
Dr.
Jo1zathas Ser1·a1
1.
o,
ao
s
e
r
esse
nosso
il-l11st1·e
collabo1·ado1·
e
:
mpossado rio cargo
.
de
p,·o-f
e
ssor catl1
e
dratico
·
de
Histo1·ia Univ
er
sal
do
Collegio
Ped1·a
li,
p
o
sição que
conq11isto11
al-cançando
o
r·lagar
em
m
e
mo,;avel
concu1·so
disputado pelos 111ais illitstres especialistas da
•
ntate1·1a.
.
Eis a oração do Dr. Rocha Vaz:
Senhores.
Se alguma dttvida sobre a necessi-dade, a efficiencia e a pressa dos meus esforços pelo desenvolvimento da
instru-cção me houvesse àcompanhado até aqui, não lograria resistir a este argumeoto
decisivo a favor da reforma do ensinó:
Esta homenagem va1e por uma sancção.
O
que aqui· fazeis, o que agora viestesdizer perante o paiz, cara a cara com a
rot ina e o conservantismo, os o].hos fitvs
nas esta tisticas dos ultimos exames
se-cuadarios e superiores, é simplesmente
isto : E' uma dolorosa verdade que o
ni \'el da instruccão tem , baixado aos
li-mites deg·radantes do mercántilismo;
que as profissões liberaes se deformam
nas mais perigosas mon struosidades do
charlatanis1110; que - educação-· é
pa-lavra se.m sentido 1noral, simples
com-pendio de r·e·gras, fri validade regulando
e distribuindo as etiquetas, as attitudes
de elegancia, as exigencias das modas,
as normas . do bon1 gosto· nos tratos da
sociedade.
Perdemos1 cada dia mais, o respeito
- · o respeito proprio e o respeito mutuo .
O patriotismo, a honra, a religião, o
dPver. a probidade são motes constantes
para serem ridicularisados nas palestras,
.nos palcos, nas folhas da. maioria dos
jornaes e das revistas, num verdadeiro
deboche de verrinas, de satiras, de
sar-casmos, de mofinas, a que não se impõe
o prestigio de nenhuma, virtude.
Ha, por vezes, uma breve tregu·a á
beira de um tumulo que se abre para receber o corpo de um cidadão que
sa-.crificou pela patria o seu çoração
e a sua
'
•
•
•
• • ( ' ! • • •
206
'A
ESCOLA PRIMARIA
Dez
1'1.bro
de 1926
intelligencia, mas a sarabanda continúa,
h
·
óras
dépois, e, muita vez, sobre a pedra
mesma
do sepulcro.
O theatro
é
uma escola de
dbsceni-dade
e de
cynismo. Os cinematographos
são
tantos
cursos corruptores ond~ a
mocidade,
desde cedo, antes de lhe
des-abrocharem
os
sonhos,
·
a crença, os
ideaes,
.
vae
aprender' todos os dias, os
segredos de todas as licenças, as
possi-bilidades
de
todos os vícios, os encantos
de todos os prazeres faceis, os golpes
de
todas
as audacias em que,. todos os
problemas da vida são resolvidos em
fi1ncção das conquistas an1orosas.
Não
é possiv
·
e1 que se continue a
deixar,
assim,
entregue a si mesma, a
mocidade do Brasil.
• •Não
póde haver educação sem
in-struccão.
,·
.,
E'
preciso ter os o!qos bem nxos
nestas verdades qué ensinou
ájuventude
de
seu
paiz o genio formidavel àe
Inge-nieros :---
«Todo
o ideal representa um
novo estado de equilíbrio entre o
passa-do e
o porvir>>
.
O
futuro
se identifica com o
perfei-to.
E
os ideaes, por
serem
visões
ante-cipadas do vindoi1ro, influem sobre o
caracter e são instrutnento natural
.
de
todo o progresso huma110. Emquanto a
instruccão se limita a estender as nócões
, ,·
que
_
a experiencia actual considera ma-is
exactas, a educação consi
,
ste em
sugge-rir os ideaes que se presumem proprios
á
perfeição.
Estas palavras eu
as
esci1to desde
que
aqui
.
estou nesta breve conviyencia
comvosco, os que aqui estaes em
presen-ça e os que estão em estatua,
.
vindos
de todos os centros intellectuaes
·
do
Brasil para me cumularem com as
prodi-galidades de suas gentilezas.
A
REFORMA
APENAS SE INICIA
•Para mim, senhores, a realização
maior
da
reforma do ensino não
são
os
novos artio-os dos regulame11tos dos
col-º
.
legios e das faculdades nem os novos
,
Dentro de sua orbita reguladora ha
de vir girar tudo que seja da natureza
do eitsino -- educação e instrucção
.
os
.
collegios
,
primarios e secundarios, as
fa-culdades,
as escolas de arte, de lettras,
·
as Escolas Normaes, as escolas
techni-cas e profissionaes, o Museu, a
Biblio-theca: ~acional, as Escolas
Correccio-naes -
tudo de que
depender
a formação
intellectual e moral da mentalidade para
a educação nacional.
Não
é difficil com prehender a razão
da grandeza nestes moldes se se
consi-derar que não póde haver ordem nem
·
progresso com soluções de continuidade
no trabàlho de um mesmo apparelho.
Não ha de furiccionar bem nem produzir
bem um machinismo cujas forças não
sejam conjugadas nas adaptações de suas
alavancas e de suas rodas.
.
·
O THEATRO E O
CINEJ\!ATOGRAPHO
Nem só nos collegios e nas
faculda-des
é
que se pratica instrucção e se
in-funde
educação,
mas nos theatros. O
theatro
.
(
e, em noss
_
os dias. o
cinemato-grapho)
é uma escola livre e publica.
Sensi vel
ás oscillações da pureza dos
costumes, da grandeza dos ideaes, da
nobreza dos sentímentos de um
·
povo, o
theatro marcou sempre o nivel moral de
, w - ·
uma epoca e registou com precessao os
períodos de decadetcia da
vida
dá
hu-manidade.
A
ImPRENSA-A
MÁIMPRENSA
A imprensa
é
um livro commum
aberto a todas as vistas
·
, ao alcance de
todas as bolsas. Todas as mãos
ofo-lheí am. Nella todos
.
buscam os
elemen-tos para julgar os l1omens e os facelemen-tos.
Assim se fórtna a opinião publica.
paragraphos das instrucções de exames
apertando
·
as malhas das rêdes de
in-specção.
lVIas,
e bem antes, acreação do
Departamento
Nacional do Ensino, como
orgão superior de instrucção e de
edu-cacão -verdadeiro
,centro de consciencia
E' f
_
acil
de comprehender, pois,
anefasta influencia sobre o caracter
dan1á imprensa, q11e propaga falsos
con-ceitos,
dissemina a calumnia, injuria
a.justiça, desrespeita a autorida4e,
acon-selha
a rebeldia;
e,
todos os dias, sae
para a rua a entrar de
·
porta em porta
e a dizer a todos,
s.em
distincç:io de
classes,
óseu po
_
uco caso pelas virtudes,
O
,
seu
desr,rezo pelo dever, a
s11a
indif-ferença
pela verdade, a sua
desobedien-cia ás leis,
asua desconfiança da
probi-Jade ;
·
a ver ignomias em todos os actQs
.
nacional.
• 1/
'
' • \ ' • \ • • • ••
. . ~.
• '.
' . ' \A ESCOLA PRIMi\RIA
1 • 1 •Dezembro de
• '1926
•207
•publicos, a apontar infamias em todas as
·
de S.
,
Paulo, de Minas, do Rio Grande
administrações, a deturpar
·todas
as do Sul,
·
póde repetir-se, hoje, aquella
grànd~2ias, numa desenvolta arrogancia phrase que ficou como uma
sentença
q.e
quem está segura
·
de impunidélde para entre tantas verdades fecu
_
ndas
que se
levar tudo de ridículo,
11u 111 diaboli
co oi1
~·itam na Conferencia Internacional do
•
proposito de destr
,
uir tódas as iniciati- Ensi'no Primarío, em
1922 :«Os
Esta-vas, confundir todas as idéas, impedir dos
são
ins11fficientes para desenvolver
r
•
.,
.
todo o progresso.
·
o ens1110».
A
policia ha
·
de auxiliar o De par-
.
Para faz~r a Educação
·
Nacional
é
tamento Nacional do Ensino
.
com a mo- indispensavel
federalizar
o
·
ensino.
Só-rali2;ação do theatro, com a fiscaliz;a9ão mente lança~do-o sC>bre ~s
b~ses de
um
dos cinematogi::a phos, com a censura
.
dos unico plano
·
escolas primarias -
esco-costumes, coni
~vigilancié\- da itnp~ênsa, las
secundarias
-
escolas
normaes
-quándo os governos tenham comprehen-
escolas
superiores -
escolas
de
artes_-dido que a educação
é
o maximo prob}e- escolas technic
_
as
-
escolas
correccio-ma nacional.
.
naes
.
é
que se poderá levantar um
Antes
·
da solução
· ,
didactica de tal edificio harmonico de educação nacional.
problema está a solução moral
'
e suas
Certo, ninguem d
_
e
bom senso.
ht?
·
operações abrangem todas
.
as instit~i-
·
de entende~ que se pre!enda,
assi!11,
ções sociaes cujas
.
influencias
·
attinjam cercear
,
a liberdade dos . methodos de
o caracter do cidadão pela inte
l
ligencia ensinar, a li,re preferenc1<1, do professor
ou pelo coração e -possám
'
apural-o ou de
se
orientar por este ou a_que!l~
pr~-corrom pel-o,
'
.
cesso pel1agog1co -
a
«untformizaçao
·,
do quadro das matei;ias e das bases dos
progr
'
ammas
(a
que induzirá
a
central_i-zação) manteria assegurada a
autonomia
did
'
actica», dentro do plano geral do
.. ~
A FORMAÇAO
DOPROF~SSOR
•
Este coefficente moral,
.
como vêdes, désenvolvimento do ensino.
,
ha de entrar e prevalecer em todas as
.
·
expressões. didacticas. Não l1a
prescin-ENSINO PRI "'ARIO-- prescin-ENSINO TECHNICO
·
dil-o de nenh
-
µm~ das fórm
·
uJas
·
por que
1" •se tem de resolvet ~ssa comple;a equa-
,
'
ção do ensino .
.
O
mestre será
·
um para-
.
O ensino primario-pedra angular
digma moral, intellectµ.a;,l e ci vico por da nacionaliZ'açii.o-está adstricto a
:
un;
sobre
.
ser um pedagogo.
O
m
.
agisterio si111ples caso de diffusão. Mas por
~1
so
será, tanto quanto possivel,
'
um sacer· a alphabetização extensiva não re~olve
docio. Ha muito por
,
fazer ainda
.
para n~nhum dos àois objectivos-~em
~formar
~conformar a persopalidadé do n1oral, nem
.
o social. Al phabet
1zar e
professor preparando-o para
,
as altas fun- desenvol
1
r-er
o espírito de iniciativa que
cções de ens.inar, consciente dos deveres
~ó
nas escvlas technicas e profissiouaes
civicos de sua missão e enthusiasta
_
da
vae
encontrar apoio e _applicação_.
.
belleza moral
·
de sua profissão. E nem
·
Hão de s_e approxi_mar, o mais
possi-só aos professores primarios ou secun- vel, estes dois m,ecan1smos complemen·
darios quero me refêrir senão
·
aos das
·
tares.
.
·
escolas superiores, onde falta, evidente·
..
Tudo indica,
·
pois, que devemos, no
mente, um complemeut.o
_
pedágogico. momento, vo~tar as nossa~ vist_as par~
0Porque não lhes ha d~ ser preciso a ensin_ô techn~co comm_er_c1_al,_ 1nd~strial
Pedagogia -
a sciencia de ensinar, a e agricola, an1map<lo
,
a 1n1c1ati
va
prt va d_:3,
technica do ensino -
se vão ser pro-
,
as fundações, etç., etc
.
. , para a creaçao
fessores?
,
,
de cursos technicos médios, cursos que
·
,
serão o verda
·
deiro viveiro dos futuros
CRNTRAtIZAÇÃO no
'
ENSI?i.O
professores ô~s escolas eleme_ntares da
•
'
'
·
educação technica uo oper,ario e dos
Ma~,
senl1ores, nenhun1 progresso mestres, dentro das officina~. Sómente
logico ha de ser possível se se n
.
ão pro- d~pois da formação ~os. agr1_mensor_es e
mover a centralização do ensino. Mesmo topographos, dos ch1m1cos 1rtd~str1aes,
presenciando os exemplos admir~veis
,
.:
dos
·
meoanicos electritistas,
·
sabidos das
.L • , • ' •
-
' • • ' • ' • t • ''
•
'
'
208
•.
'A
.
ESCOLA PRIMARIA
-
.
Dezembro
.
de
1926
,
•
-escolas médias; poderemos constituir os p~rcentagerp . elevadíssimas de
reprova-elementos necessarios para a efficiencia ções attesta a efficacia da medicação ,re·
das futuras escolas technicas elementa- vulsiva appJi cada, ainda em tempo, _com
res. Cursos superiores nesse genero já tnão segura, sobre o organismo . co):ll,ba· · ·
os possuímos ·suffi,cientes para as nossas lido. - · · ."
necessidades. Elles apresentam, · além Quasi todol:l os esta~elecimentos ti- . :
disso, o defeito de serem longos e .com- nham sido contaminados , a'fóra as fórmas
plexos, acarretando, facilmen~e, o des- avulsas , da pra'ga, surtindo, aqt.ti e ali,
animo do estudante antes de concluil-o, as bancas .de exames aberta por toda a
no momento em que a perseverança parte. Era a licença franca para o mais .
deserta de todas as vontades e em que infame dos con1mercios · com que se p.Ó·
todos procuram o caminho da vida facil ae traficar com ' ·a consciencia de uma
.
1- .
e das conquistas realizadas dentro do naç~o. .
menor espaço de · tempo. . . O estabelecimento padrão do ensi- .
•
8e quizermos volver as nossas vistas no da Republicasoffrera, nesses tem.pos, ..
. para a America do Norte; se quizermos çom a falta das boas vistas . dà admi·
verificar como ali se prepara a mocidade nistraçã·o, o mais profundo ultrage ao
para a vid.a profissional, vainos encon- seu passado: faltava-lhe tudo'-da
hy-trar as escolas technicas, elementares, giene elementar da limpeza á pontuaii- . · ·.
médias e superiores nas mãos da iuici~- dade dos programmas Jectivos, á a.usen• ·
tiva privada ou pe,rtencentes ás bene- eia do regi1i1ento interno.
meritas fundações, apenas fiscalizadas, Aj ustando o apparelho de inspecção, ·'
insJ?eccionadas, subvencionadas e reco- reorganizando os quadros de
exam~t1ado-nhecidas pelo Governo. O problema, res, depurand9 os processos
a
ó
s
exames .,pois, do ensino technico profissional
é,
por m eio da prova escripta anony ma,no momento, entre nós, de uma i1npor- apenas tomamos as primeiras
provideu-tancia primordial, _estando a desafiàr cias de .urgencia e de soccorro. Duas
como nenhum outro as vistas dos esta·. medidas, porém de grande alcan ce mo·
distas. O momento é opportunissimo ralizador, devem ser, o · mais breve , pos- , ,
· para a sua solução e · essa solução terá ·sível, prati cadas: I - Ni·nguem poderá
de vir da iniciativa privada, desde que o exe-rcer o magisterio .setu prova de
capa-1Governo e a Nação se resolvam a dispen·, cidade p'cdagogica e , consentimento.1 le•
sar ás boas iniciativas particulares os gal que o habilite a pratical-o. Todo o
auxiltos, os estímulos, a animação in.dis· professor ha de ser matriculado no .De~
pensavel á resolução do assump.to. A partamet1to Nàcional de Ensino. II
-nossa lavoura, a .nossa industria e o nosso Nenhum collegio particu:lar poderá ·; mi- .
commercio estão á espera da actividade nistrar o ênsin_o se1n se su-bmetter.:ao re•_ ,.
de uma mocidade forte, cheia de fé. e gulamento nacional e . á . inspe.cção . te·· .
de
resolução, com a intelligencia escla-. chnica officia! do .Departamento ,Nacio-·recida pelo preparo technico indispensa- nal do Ensine, mesmo que não' seja ,
1
vel, o coração animado pela convicção equiparado. _ , . · ·
dos milagres realizados pelo trabalho e a ·
E'
da mais f4cil.:eomp'rehensão ., qu1; •. ·vontade firme e decidida_; animada pelos o ensino não deve ser explorado coino .
exemplos hauridos nas aulas praticas, materia de -negocio, _desvirtuii do em.r.
en-nos . laboratorios, no labor fecundo das dosos expedientes para . gatibar ·a ;vida, .
officinas. , sem nenh11mas contas. a, dar., nenhtim.as .
responsabilidade~, ,con1pron1i-ssos · . . qµe
ENSINO SECUNDA RIO • adquire o ,professor p~ra com .o , estudân·
· ·. te, isto ·é, saber , o . que e11sin.a e. s!l,ber .
. No ensino secundario, onde mais se ensinar. :
manifestoµ -a decadencia como parte em E, pot fim, como medi'da primacial
que lavrou fundo a infestà.'ção das mais depurar 'a~_pro·i as dos ex1tn1~s. da;,. falhas
deteriorantes, immoralidades - a venda inhere11tes ao juizb d~s. e~aminadores- ·
em grosso e a retalho de exames parcel~ as paixões, ~s .syp.1pathias pessoacs, as
lados, os decretos, as épocas de admis· relações pessoaes 0u de familia, s,is dispo•
são muito se tem feitq já, nest.as duas sições momentaneas, , de : ani1~1.o,-tudo , o
passadas época~ de exam~s em qu~ ·aq úe torna preeario o ·julgaiµ~nto do~
-1 • • -',
• , • • ••
• \ \ \ ' I . • • • • • ' • ' • • • • • ' ''
'
A
gsêóLA
:
PRiMARiA
·
-
Dezen1bro
.'
ele
1926
209
'
•
'
•,. hbmens ' na apreciação pesso,àl das quae chnica ind.ispensavel, foi ainda o Museu
· lidades, boas ou . más, dos seits. sem e-·
lhantes. •
•
chamado a prestar seu concurso ao en.
sino agrícola e' passado á jurisdicção do
novo departamento Eli e tem, pois, como
sua tradição maior esse facto historico fundamental: foi o centro cr-eador da
sciencia no Brasil.
•
A prova escripta anonyma, como
está sendo applicada, ju1g~da por
com-missão secreta que não póde conhecer o
· examinando, • garant·e metí).de da justiça
na apreciação .dos exflmes. O ideal,.
_porém· será a prova esçrip_ta unica e
anonyma, sendo o questionario dos
exa-mes publicado com os programmas .
le-.
' 'ct1vos e o tempo da prova prolongado
Actualmente, o Ministerio da .1\gri.
cultura dispõe de grande e compl_exo
apparelhamento technico, de sorte que, pára elle ' o Museu já
não
e
niais
o insti. tuto indispensavel do começo. Por ou.tro lado, o Ministerio do Interi.or que
é o da. instrucção publica, acha-se priva .
do do unico elemen·to de que poderia
âispôr para cotnpletar a organização de finitiva da Universidade do Rio de Ja
-'
•
,
de accordo · com as· exigenci·as e-as
con-veniencia~ das ma terias. A · ' proporção
da justiça, então, · será absoluta, · tanto
quanto ·humanamente possível. .
•
•
ENSINO SUPERIOR . : ne1ro.
• . .. · . ; .. · · · Sem- o Museo Nacional· como cen
No .ensino s11per1or o ponto capital . . . . ' .. •
:i ., - - b . t .- d t d tro. da faculdade de Sc1enc1as, cuJa au.
e equ1paraçao o r1ga or1a e o as as ·
u ·
·d· d , · ·f ld d N
- , . ,
1 sencia na: n1vers1 a e e uma surpresa
acu a es. · ao e raciona nem eco no- · 1 · ,
1
.
1 fº . para qua quer pessoa que conheça a·
or-. · , . · mico, nem mora , nen1 soc1a , o pro 1ss1-. ·, - 1 · ·t ·
1
. · ·
A .
t gan1zaçao rea mente un1vers1 ar1a emona ismo .Prov1µc1,1no. 1m,pos ttr a, ~ t d · · · d d , ·t
•
•
•
· h b·i··d d b .
t
t t ' o os os pa1zes o mun o, sera mui o1n a 1 1 a e, o em us e como an as dºff' -
1
:i,· , • d d ··· fórmas otficializadas do charlat,tnismo · i _ici ~ea izar' a~ui, uma ver a .eira
. h- d d t d . ' Un1vers1dade, a nao ser que se continue
ao e me rar _por o o o pa1z, emquan- h · t d z
· t · - . f" ·· d' d ·t a e amar assim o grupamen o e
es
c
o
a
s
. o assim nao or 1nv a 1n o -e paras1 a·n- · · · . · - h · , ·
d
· b . · · ·' d . f f' ·
p1·
0J
1ss1
ona
es,
em que nao a ttmas
o
cade1-o a urcade1-ocrac1a, ca a ve7. mencade1-o s su 1· ·
·t ·
·
. t
.
.
t1 .d. 1. d ra un1versi ar1a.
c1en e para compor a -os pro 1ga 1zan o-
AR
blº A · t· blhes vida ociosa . e despreoccupada no . . epu ica rgen ina em .compre
·· f ·t d , · ·
0 . . - hendeu a vantagem de aproveitar os
uso ruc O • as sinecuras, : mais sao ~etts museus de tal maneira e ha muito
casos espec1aes de ap_parelhamento ma· f · 1 t ' ·
U ·
ºd d d L1
d ·
1 · · d d d e ·OS en rar para 111 vers1 a e e a
teria dº · d ff" · as esco as improprie a e e pre- PJ · d t' d B A' 1
1 b t · ·· · a a e · e uenos ires, como nuc eo
10, e . i~iencia · e a ora orio:s penuria das Faculda:ies de Sciencias sem as
de, material ou · d casos g-eraes de tole· · · _ . ' .
1.r. 'd d d f
I
q uaes nao l1a, de facto, U 111 ,·ers1dade.ranc1a. €': ex~mes, :r:'e-g~ arl
ª
es e re·I
Os fins educacjonaes do immensocabe-quenc1a, de 1nsuff1c1enc:a de program· d
i
a posst.ti o pe o 1 · "d 1 M nseu nao es ao sen-- t- ·mas. .. . • cio, utilmente, · applicados, porque elle
· . . se acha ausente do corpo de institutos
·· · , o ·MUSEU ' ' de cultura a çargo do Departamento
Na-0 Museu Nacional do Rio de
Janei-.ro, fundado · em ."18·18, foi o centro em · -qi.e ·nasceu a· ·scienci.a no Brasil. O en.
,sino da physica, da chimica, das scien.
-cias nat1.1raes, aos e'Studantes das esco·
·ias de medicina e de engenharia; as pes.
cional do Ensino.
É
'
tempo de voltaras vistas pará essas considerações,
mór-mente quan'do já todos comprehenderam
as vantagei1s de conseguir, no paiz, a
formação das
élit
e
s
iritellectuaes. Assim ·se exprime notavel professor paladino desta idéa.
,, quisas medico'legaes, ·necessarias ' á
po-lícia; . . a physiologia experiniental;
a
'bactereologia, ·tudo isto, ,que hoje se A BIBI.IO'l'HltCA NACIONAL
· . encontra a cargc;l dos grandes institutos ·
-ae··-ensino ·i;,uperic,r e outros; teve come- 'A Bibliotheca Nacional está, a1.1to·
-· ' ço -no · Museu. · · maticamente, dependente do Departa·
, '1Fundad0 o· Ministerio da Agricultu- mento Nacional do Ensino, e se ' alguns
' ·. • rà, não dispondo •.
,
ó
pài_z de outros ele-l
reparos aqui devessem ser feitos seriammentos necessarios 'á sua formação te- sómente · os de surpresa e admiração por
•
• ; • 1 • • • ' • • •r , • • • • •
'
• • 1 , ' • .210
'
''
A ESCOLA PRIJ\1ARIA
•-
Dezembro de 1926
•nã
o
~e: sid
o
_ elía
a
inda entregue
á
'
sua rão as novas gerações com semelhante
adm
:
n1.str
a
ça
o
.
,
:
._.
re
s
is!encia contra as reformas qi
1e hão
·
., ·
N
·
em tudo q11e e preci
s
o e que se de vir.
.
· .
h~ de tazer
-
para
.
estabelecer o ~yste1na
.
~ã?
•
repudio esses
,
meus
inimigos-,
_
d1da
ç
t1co do Departamento Nacional do os- 1nim1gos da Reforma do
Ensino-.
Ensino e para prescre
·
ver-lhe a orbita apenas lastimo que só com
'
batam com
' ·
de ac
<:
-ã
o
_aqt1i
·
--está ?em
·
podia ser dito r?t~nei~a. paixão e que apoiem, injuriem
.
,
•
neste rapid
?
_
bos11ueJo
:
·
.
ridicularizem sem çorrigir, sem
emmen-Dentro, porem, .deste plano mu~to dar, sem aperfeiçoar,
]:ia de cab:r e tt1do se P?derá fazer pelo
. l)as pedras que me atiram os
des-desenvolv1
.
mento do ensino e
_
pela edu- peitados <le todos os credos da rotina os
cação nacionaes.
·
intolerantes de todos os partidos do
.
con-,
,
servantismo, dessas pedras qu
.
e não de·
.. · E U
os
COMPREHENDOvolvo, que não devolvi nunca, com mão
,
-
vingadora,
.
fáço este degráo, de onde
Coe: prel1endo 3en,hores, a hostilida- vejo melhor' cada ,
·
ez mais
·
alto, tod
'
a
ade que se levapta contra esses movimen- im1nerisa desolação do meu paiz consu:.
tos de refor 111a. Os conservadores são
· d
·
.
.
-
.
.
.
.
.
.
.
,
m1 o pela 1~norancia letrada
deseus
guardas das c
o
nquistas_ pas~adas; c
_
abe- fill1os mal insti:uidos
·
, indecisos nos
des-lh~s defenderem o pa tr11:1on1
0que. lhes variQs de todos os desesperos da luta
foi entregue _pelas geraçoes ante~i~r~s,
[
]?ela vida, desigual, entre o idealismo
eque o conqui
s
taram a golpes de 1nic1a- 0 utilitarismo.
-
tivas, con
s~
guira1n-no por
violencias
Dar me-hei por pago e bem pacro
.
de
·
refor_m_as cont~a
~ resistencia
,
de ou. se o pouco que fiz foi ba;tante pa
.
ra ini~
tros esp1r1tos rot1~e1
;
r
0_s ou conser~;:ido. ciar, d
e
finitivamente, a obra de
assis-res: E
·
da constituiç
a
o do or~anismo tencia 111oral e intellectual a essa
encan-soc1al, Eu os comprehendo mu_ito bem tadora mocidade brasileira, para
•
que
·
tal como deve ser ~.0111 pr~heudido pelos não se ~esilluda, não
·
perca a fé e
con-seus representantes 1utelligentes ou cul- tinue a ter confian('a nos ideaes
a ter
tos q~e bem avali_arão,
·
no!
',
1;1on;ie~tos orgulh
o
do trabalh~, a nutrir
.
s~nhos e
de luc1d~ tolerancia, que n~o
~pos stvel amtições nobres e não
·
se esqueça
nun-progred1r sein reformar p~ri
o
d1ca~ente. ca dq dever de amar
.
sua patria sobre
Mesmo entre os mais doutrinata. todas as coisas, offerecendo.lhe, todos
·
rios e os rotineiros - s
e
i
1s sequazes mais os dias-, e111
_.
sacrificio de culto, os pri
obstinados-os mais intelligente
5est ã
.
o mores de sua intelligencia e do seu co
bem convictos da con veniencia das n1e- ração pel,L grandezá do Brasil,
didas actuaes, repres
s
ora3 desse im
~
·
.
'men
s
o desca
.
labro
.
moral que começa a
·
ameaçar as bases à.o e
él
ificío
·
político, a
COMO
AGRADECER?corromper as funcções doi;, centro
,
s tro·
phicos do organismo nacíon
_
al.
Quant0 a vós, senhores, como
'
Predomina, porém em muitos tlel- agrade
c
er esta festa de c9ração e
Jes, o appetíte s
~
obre a 1nentalid<!_de;
_
são intelligencia
?1
•
vos de
mais f
o
rtes as razões vi~ceraes que as
Como
,
vos recompensar desta
gene-intellectuaes,
é111aior
10 egoísmo que o rosidade de aqui v:i-rdes trazer, em tão
patri
o
ti
s
mo;
é,
disfarçando os argumen- solemne testemunho,
o
vosso apoi'o
va-tos e
c
onomicos sob a dialectica do dis· lioso qiie en1 cada i1m de vós se
imper-cursos idealistas, que sal1em a campo
,
sonàliza nos attributos eras dignidades
con10 arautos de liberuades oppri111idas, dos vos
s
os cargos e participa de vossas
,
de futuros ameaçados, de ideaes sacri- responsabilidades sociaes; como vos
ficados.
agraqe,cer mais do que vos promettendo
É' preciso não cecear-lhes as opini-. o meu reconhecimento senão
confiando-ões, po~ vezes, i11Juriosas nem as amea- ,
,
o's as minhas esperanças
~o me
·
u or·
ças
·
collectivas <:le rebanho,
·
desde que gulho: creio, firmem
'
ente,
1
que
continu-.se tem confiança no dever a cumpriç.
areis mais longe e levareis mais alto,
.
·
o
que elles hoje· combatem com onde n
_
ão me foi dado conseguir, esta
phsiologico
·
rattcor, com o
·
dio funccional, cruzada civic~ e s'agrada em prol da
·.
ser~ amanhã o pat
_
rimonio que
·
defende- Educação Nacional.
.
• • , 1
!
'.
• . . • • • • ,'
' , • • ' • ••
• • • ' j > • • • • •A ESCOLA PR!MAR!A
b
e
z
e
m
b
.
ro
,
de 1926
211
•Discurso proferido pelo Dr. Jona·
tribuna daquelle Instituto, que de
21d
e
thas Serrano ao ser empossa
Outubro de
1838até hoje vem
trabalhan-do trabalhan-do cargo de pçofessor ca:
do pela
,
reunião de materiaes para a
·
.
construcção da historia nacional.
thed ratico do Col legio Pedro
11.
··
Falo agora, senhores, .no recinto
·
augusto de outra grande creação da
«Exmo, Sr. Director - Prezados Regencia, quasi synchronica, embora um
collegas-Minhas
s
enhoras- Meus se- poucochinho mais velha, porque
remon-nhores :
·
ta a
1837,ainda que inaugurada, em rigor,
Quando,
,
aos
12de Agosto de
1919,em
38.E se lá foi intensa a emoção,
tive a honra de p
i
on'.1
.
ncí.i.r O discurso não menor é a de agora e porventura
de recepção no Insti
t
u~o Historico, deli- mais me
.
faz vibrar as cordas intimas do
-beradamente accentuei que era
·
sobretudo coraçao.
ao professor que me parecia caber na;-
Aqui iniciei o curso se
c
undario .
quella noite a desvanecedora distincção. Nesta casa ve11ci as primeir
a
s pugnas
Evocando o incdmparavel e
·
xemplo
so
- intellectuaes de maior difficuldade.
Pres-cratico recordei o que nos conta Platão tei aqui os exames necessarios ao
in-em
sua <
<
Apologia>, e Xenophonte n
.
as gresso no vestíbulo de uma Faculdade.
«Memora veis>>. A
.
o lhe exprobarem os A que optei, aqui naquelle tempo
func-accusadores o não participar da politi
c
a, cio nava e aqui, portanto, fui academico,
o grande atheniense não se perturbou. eu que já f
ô
ra aqui estudante
:::
ecunda-Pensava, e com ra
Jí
ão, que outras for- rio e preparatoriano. Aqui collei gráo
mas ha de servir1nos o Estado; não e recebi premios. Aqui soffri a
ancie-ignorava que mais ardua e mais fecunda dade dos
.
exames;
·
como a outra menor
é
amissão do educador, que prepara ci- das sabbatinas. E aqu-i ainda quiz Deus
da dãos para o nobre exercício do poder. que e
x
peri~entasse a outra
,
maior que
Tendo
s
ido qu
e
m foi, tendo vivido como todas, de t1111 renhido con
c
urso. S
e
nho·
viveu e havendo sabido morrer aqu
i
lJa
·
r
e
s, se a co,herencia entre pala
v
r
as
esua n1orte, Socr
a
t
.
es
não s
e
rvio a pen-às a actos é virt11de, eu me sinto bem
e
m
re
-' .
s~a pequena f
la
tr1a, mas toda a huma- cordar perante vós ne
s
te momento que
n1dade.
.
já em
1915,faz agora on;;e anno
s
, e
s
·
Confessei tambem, naquella noite, c
·
revi pelas columrtas de
_
um d
e v
o
s
sos
os
meus já ~ntão _antigos ~n1ores
_
co
·
~ a diario8 o qtte sen1pre julguei do
v
a
l
or
formosa CI10, cuJa pulchritude corre de dos concursos. Discordando da o
p
inião
par com a gelida indifferença com que de Ruy Barbosa -
,
que dos concur
;o
s
f
oi
trata os sei1s pretei1dentes, que a t
o
do
s
·
const
a
nte e e
s
trenuo ad
v
er
s
ario -
di
z
ia
seduz e a nenhum jamais
·
totalmente se eu que, apezar das multiplas obje
c
ç
õ
es
entregou.
. _
_
.
.
e dos reaes inconvenientes que não r
a
ro
Ao confessar pa1~ao tao
.
i;itensa_ e se
_
deparam na pratica, o concitr
s
o é o
constante, accrescente1 -
e
,
hoje sorrio menos tlefeituo§o e o mais solenne dos
ao
pen
s
ar em curiosidades recentes e processos de selecção.
incertezas calculadoras
a~
~a pouco.-
•
E accrescentava; bem
éde v
e
r que
sem demora accres
c
entare1 que tne 10- só dará bons fructos e corre
s
p
o
nd
e
rá
sérevia entre ~s benjamins _do In~tit~to, cabalmente ao que delÍe esperamos
q
uan·
E
dava _a razao, e~t:e serio _e ironico, do lhe cercarem as provas de tod
as
as
mas entao sem in,alicia: se tive
.
sse am- indispensaveis o-arantias. Con
c
urs
o
b
e
m
bições políticas tão desmarcadas ( e jurei feito ass1-1sta e "'afasta incompet
en
t
es
·
e-
'
)'
!ogo na~ nas ter. e i11e
_
suppuzesse p~r os que acaso se aventuram ás
so
r
p
re
sa
s
1~offens1va fantasia tamanh_a for9a polt- do desconhecido sem o devido pr
epa
ro,
tica a _ponto de poder aspirar a honra têm no a~argor do ridículo a justa pena
excepcional de assentar-me entre os pa, da temeridade.
dres cons~riptos, aind~ naque~le
1919Ainda hoje, volvidos mais de dez
não P,Oder1a se:,, que mo veda ri.a, ·e~tz:e annos, não m~dei de opin
,
ião.
Perdoai-.
outr~s
999razoes de peso, aqµel~a ex1- me lembrar,vos que, nesse interva
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lo,
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genc1a dos
35
annos, de um artigo da fiz tres concursos e de nenhum me
Constituição Federal.
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queixo.
Falava eu ~m tal
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m
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omento
da.Do ultimo, aqui prestado, particu
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