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Uso de Droga na Adolescência em Região de Fronteira: Interface com os Direitos Humanos

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Academic year: 2021

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Marcia Adriana Brasil Aguilara*; Josiane Peres Gonçalvesa

Resumo

O presente estudo tem por finalidade refletir sobre o consumo de drogas por adolescentes na fronteira Brasil-Bolívia, articulando aos fatores de proteção e de risco que a educação familiar proporciona, bem como com a questão dos direitos violados desses sujeitos, segundo a perspectiva da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A pesquisa bibliográfica utiliza como principais aportes teóricos: autores psicanalíticos como Freud, Erikson, Aberastury e Knobel para fundamentar questões inerentes à adolescência e relações familiares; Documentos oficiais e autores como Bobbio e Nascimento que abordam sobre os direitos humanos; pesquisadores como Santos e Pratta que discutem sobre o uso de drogas por adolescentes em região de fronteira. Os resultados indicam que um ambiente seguro e acolhedor, com adequado diálogo e formas de educação, que estabeleçam reciprocidade e responsabilidade, considerando as peculiaridades do processo de adolescer e com os direitos fundamentais, devidamente garantidos, funcionam como fatores de proteção ao uso de entorpecentes por adolescentes. Já em um ambiente permeado de tensão e violência, sem a possibilidade de expressão de sentimentos, com escassez de afeto e orientação para controle de impulsos, acompanhada de negligência, podem influenciar no consumo de substâncias entorpecentes por parte de adolescentes. A situação pode se agravar em um contexto de região de fronteira entre países, em que o acesso às drogas ilícitas é facilitado e, assim, elas passam a funcionar como um objeto-tampão para as angústias vivenciadas na fase da adolescência.

Palavras-chave: Direitos Humanos. Adolescência. Drogas.

Abstract

The study herein aims to reflect on drug use by adolescents in the Brazil-Bolivia border, associating he protection and risk factors that family education provides, as well as the issue of violated rights of these subjects from the perspective the Universal Declaration of Human rights. The literature used as main theoretical contributions: psychoanalytic authors such as Freud, Erikson, Aberastury and Knobel to support issues related to adolescence and family relations; Official documents and authors such as Bobbio and Birth addressing human rights; researchers such as Santos and Pratta to discuss drug use by adolescents in the border region. The results indicate that a safe and welcoming environment, with appropriate dialogue and forms of education, to establish reciprocity and responsibility, considering the peculiarities of the adolescent process and duly guaranteed fundamental rights, act as protective factors to the use of drugs by adolescents. Whereas in an environment fraught with tension and violence, without the possibility of feelings expression, with lack of affection and guidance to control impulses, accompanied by neglect, may influence drug consumption by adolescents. The situation may worsen in the context of borders between countries region, where access to illicit drugs is facilitated and so they begin to function as an object-buffer to the anguish experienced during adolescence. Keywords: Human Rights. Adolescence. Drugs.

Uso de Droga na Adolescência em Região de Fronteira: Interface com os Direitos Humanos

Drug use in Adolescent in Border Region: Interface with Human Rights

aUniversidade Federal de Mato Grosso do Sul, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação, MS, Brasil. *E-mail: marcia.brasil@live.com

1 Introdução

O consumo de drogas vem se tornando cada vez mais um problema que assola o mundo todo, sendo atualmente considerado e tratado como problema de segurança e de saúde pública. Santos e Pratta (2006) relembram que, para a Organização Mundial de Saúde - OMS, o termo droga é compreendido como qualquer entidade química ou mistura de entidades que podem alterar a função biológica e, possivelmente, sua estrutura, e a dependência. Portanto, requer cuidados específicos, pois corresponde a um estado mental e por vezes físico, resultante da interação dessa entidade química com um organismo vivo, tendo como comportamento característico a compulsão do uso da droga para experimentar seu efeito e, ao mesmo tempo, evitar o desconforto que costuma ser provocado pela sua ausência.

Tal situação, considerada epidemia, tem sido largamente

ampliada pela globalização, que rompeu fronteiras e aproximou muito mais as pessoas facilitando, assim, o acesso à cultura e às tradições de outros povos e etnias. Entretanto, também aproxima e, por vezes, compartilha alguns problemas existentes, especialmente, em fronteiras que delimitam países vizinhos como é o caso entre o Brasil e a Bolívia, que compreende os estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e três departamentos bolivianos, Pando, Beni e Santa Cruz, com uma extensão territorial de aproximadamente 3400 km, sendo 751km de fronteira seca e 2672km de fronteira fluvial (FRONTEIRA BRASIL-BOLÍVIA, 2016).

No Mato Grosso do Sul, especificamente, a região de fronteira compreende as cidades de Corumbá (MS/Brasil) e Puerto Suárez (Departamento de Santa Cruz/Bolívia).

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Considerada a quarta maior cidade do Estado de Mato Grosso do Sul, com cerca de 107 mil habitantes, Corumbá se encontra a 223km de distância da cidade mais próxima dentro do Brasil, Miranda (MS); a 420km da capital Campo Grande, e a 15km da fronteira seca com a Bolívia, o que proporciona a inclusão da cidade na rota de inúmeras atividades ilícitas.

De acordo com Pereira (2012), a dinâmica das fronteiras gera um efeito específico que, por suas características peculiares, produz certa descontinuidade entre dois, ou mais, territórios nacionais. Esse efeito fronteira corresponde a um fenômeno ligado às interações fronteiriças, que pode ocorrer nas áreas econômicas (atividades lícitas e atividades ilícitas), sociais, trabalhistas, jurídicas, culturais, políticas etc.

Nesse sentido, a região fronteiriça acaba por criar uma dinâmica própria que, apesar de respeitar os tratados e documentos internacionais, também cria suas próprias leis que estão implícitas na sua dinâmica de funcionamento, leis que acabam por burlar o sistema e os próprios tratados sem, no entanto, se deixar clara. É uma dinâmica que apresenta características peculiares que interferem na constituição da sociedade que ali convive.

As atividades ilícitas tornam-se especialmente atrativas, considerando o lucro alto em uma região que, muitas vezes, fica esquecida pelo Estado. Dentre essas atividades, destaca-se o tráfico de drogas que engloba uma gama de situações que atraem diversas pessoas, seja para a venda nas chamadas “bocas” ou para o transporte entre cidades, Estado e País, os chamados “mulas” do tráfico (PEREIRA, 2012).

Geralmente, o público que apresenta maior risco e vulnerabilidade para o consumo dessas drogas é o que se encontra em fase de transição entre a infância e a idade adulta, ou seja, o grupo de adolescentes. Dessa forma, justifica-se a realização de uma pesquisa para melhor entender essa problemática inerente ao uso de drogas na adolescência, em um contexto de região de fronteira.

Diante desse cenário, expõe-se que o objetivo do presente estudo é refletir sobre o consumo de drogas por adolescentes na fronteira Brasil-Bolívia, articulando aos fatores de proteção e de risco que a educação familiar proporciona, bem como com a questão dos direitos violados desses sujeitos, segundo a perspectiva da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

2 Desenvolvimento 2.1 Metodologia

Para atender ao propósito da pesquisa a revisão bibliográfica, apresentada na sequência, se caracteriza pela abordagem de temas como: direitos humanos; adolescência, educação e fronteira; direitos humanos, drogas e fatores educacionais.

2.2 Direitos humanos

A história dos Direitos Humanos na humanidade perpassa toda a história mundial e também as diversas concepções

ideológicas características de cada tempo. Entretanto, há um período histórico que se faz necessário retomar para poder melhor compreender o seu desenvolvimento.

Tal período, segundo Nascimento (2013), remete à Europa do século XVIII, momento em que a humanidade se banhou dos ideais Iluministas, a partir do qual se delineou a concepção de ser humano e, consequentemente de humanidade, com seus direitos de um modo mais individual e positivo, tendo como importantes pensadores Thomas Hobbes, Jhon Locke, Jean-Jacques Rousseau, Immanuel Kant, entre outros.

Ainda sob um ideal Iluminista, o fim da I Guerra Mundial em 1919, trouxe a criação da Liga das Nações Unidas (ONU). Nascimento (2013) também salienta que, após a II Guerra Mundial e o Julgamento de Nuremberg, foram elaborados dois importantes documentos: a Carta das Nações Unidas em 1945 e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, que registra trinta direitos específicos e universais, os quais os países relacionados às Nações Unidas devem respeitar e proteger. Em seu primeiro artigo, o documento proclama: Art. 1º - Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. São dotadas de razão e de consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade (ONU, 1948).

Observa-se que neste primeiro artigo estão reunidas as três palavras de ordem da Revolução Francesa de 1789: liberdade, igualdade e fraternidade (libertè, egalitè, fratenitè). Desta maneira, ao longo de todos os trinta direitos proclamados neste documento, reafirma-se o conjunto de direitos conquistados nas revoluções burguesas (direitos de liberdade, ou direitos civis e políticos) e os estende aos sujeitos anteriormente excluídos (proibindo a escravidão, proclamando os direitos das mulheres, defendendo os direitos dos estrangeiros, das crianças e dos adolescentes, etc.), estendendo-se também aos direitos sociais e econômicos (trazendo consigo parte da tradição socialista da igualdade de direitos) e traços do cristianismo social com os direitos de solidariedade (TOSI, 2016). Apesar de se basear nos ideais Iluministas, observa-se que os Direitos Humanos tornam-se mutáveis de acordo com o contexto histórico e social no qual a sociedade se encontra. Conforme afirma Bobbio (2004), os direitos do homem vão surgindo de acordo com as necessidades de um determinado contexto histórico e social, motivo pelo qual atualmente se tem os direitos de segunda (direitos coletivos ou sociais) e terceira geração (como o direito de viver em um ambiente não poluído, por exemplo).

Ainda, sobre a evolução da concepção de Direitos Humanos, Nascimento (2013, p.33) aponta que, atualmente, os estudos filosóficos estão mais voltados para a aplicabilidade dos Direitos Humanos “[...] em termos de discurso e comunicação, juntamente com a crítica às lacunas conflitantes do que significa ser humano e ter direitos”. Observa-se, portanto, que convive-se com a coexistência de todos os pensamentos acerca dos Direitos Humanos (metafísico,

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iluminista e comunicacional) que apresentam ideias muitas vezes conflitantes.

Por outro lado, Estêvão (2007) ressalta que apesar das polêmicas que circundam a fundamentação e a diversidade de objetivos a que servem, os Direitos Humanos têm se expandido, tendo muitos países adotados seus princípios, incorporando-os em suas constituições e noutras leis fundamentais.

Após se tornar signatário dessa Declaração, o Brasil inicia discussões para a elaboração do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH) em 1996. Em 1999, o Programa foi atualizado em decorrência de demandas sociais apontadas na IV Conferência Nacional de Direitos Humanos, porém só foi realmente efetivado em 2003 e, conforme afirma o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na apresentação do documento do Programa Nacional de Direitos Humanos publicado em 2010:

Trata-se de um roteiro consistente e seguro para seguir consolidando a marcha histórica que resgata nosso País de seu passado escravista, subalterno, elitista e excludente, no rumo da construção de uma sociedade crescentemente assentada nos grandes ideais humanos da liberdade, da igualdade e da fraternidade (BRASIL, 2010, p.14).

Cabe ressaltar que muito ainda tem de ser conquistado e reconquistado, conforme aponta Bobbio (2004), que reconhece a dificuldade em garantir a efetivação desses direitos, dada a sua historicidade, variabilidade e heterogeneidade, reconhecendo, entretanto, que a proclamação desses direitos dividiu o curso histórico no que tange à concepção da relação política.

E é um sinal dos tempos, [...], o fato de que, para tornar cada vez mais evidente e irreversível essa reviravolta, convirjam até se encontrarem, sem se contradizerem, as três grandes correntes do pensamento político moderno: o liberalismo, o socialismo e o cristianismo social (BOBBIO, 2004, p.94).

Não se pode negar, entretanto, que a aproximação dessas tradições está desenhando um novo panorama da defesa do homem, compreendendo o que o autor considera três bens supremos: o da vida, o da liberdade e o da segurança social.

Destarte, percebe-se a importância em promover a educação em direitos humanos, de forma a garantir a efetividade desses direitos e, acima de tudo, o respeito à dignidade humana. Nesse sentido, Candau (2010, p.404) salienta que é preciso formar: “[...] sujeitos de direitos, ao nível pessoal e coletivo, que articulem as dimensões ética, político-social e as práticas concretas” e corroborando com essa perspectiva. E Amaral, Camargo e Murta (2013) ressaltam sobre a importância da educação popular que visa garantir espaços de igualdade de oportunidades, de participação e de exercício de autonomia, dentro ou fora do âmbito escolar, considerando a educação, enquanto uma das únicas formas de tornar o ser humano mais humano.

2.3 Adolescência, educação e fronteira

O conceito de adolescência como período evolutivo de

transição da infância para a idade adulta só começa a ser delineado, após as duas grandes guerras, o que estimulou intensos debates sobre o termo e suas implicações, conforme Santos e Pratta (2012). Desde então, diversos autores se dedicaram a estudar tal fase de evolução, buscando compreendê-la.

Para Ferrari (1996), a adolescência é compreendida como sendo o momento de maior vulnerabilidade em que o ser humano pode se encontrar, período este em que o sujeito está passando por um evento de crise e ruptura com os modelos até então vigentes, sendo a expressão das contradições da ordem social estabelecida. Tal pensamento é corroborado por Calligaris (2000, p.15), que define o adolescente como alguém que:

[...] teve tempo de assimilar os valores mais banais e mais bem compartilhados na comunidade, cujo corpo chegou à maturação necessária para que ele possa efetiva e eficazmente se consagrar às tarefas que lhe são apontadas por esses valores e para quem, nesse exato momento, a sociedade impõe uma moratória.

Cahn (1999, p.17) a define como a conjunção do biológico, do psíquico e do social enlaçando a evolução do sujeito desde a idade de recém-nascido até a fase adulta. Quanto ao psíquico e a seu espaço, o autor afirma que os adolescentes se veem tomados em seus [...] pólos opostos entre as solicitações do biológico, da soma e as do objeto externo e do ‘socius’ e, em seu seio mesmo, pela necessidade de se situar como sujeito entre os outros membros do grupo.

Ressalta-se que o ambiente familiar é considerado como o primeiro ambiente de educação, no qual o ser humano está inserido, sendo este considerado por Lacan (2002) como sendo o local em que o indivíduo será inscrito no mundo simbólico. É no ambiente familiar, pois, que a personalidade do sujeito começará a ser construída, ou seja, o processo educativo que os pais cumprem em relação aos filhos (sono, alimentação, banho) gera uma mensagem aos infantes para que se adaptem e correspondam aos ideais de filho demandado pelos pais. Sendo assim, a educação materna (leia-se a função materna e função paterna) possibilita, de fato, as educações subsequentes. Para Borges (2009), a aprendizagem, a socialização, o conhecimento e outras atribuições dadas à infância são consequências dessa primeira educação oferecida no seio familiar, que constituirá a organização do aspecto psíquico do sujeito.

Nesse sentido, a adolescência traz uma grande mudança na configuração familiar. De acordo com Aberastury e Knobel (1981), é como se ocorresse um corte com tudo o que até antes foi vivido, sendo o adolescente um estranho em um corpo que não é dele, vivendo um papel que ele não conhece e convivendo com pais, que também lhe são estranhos. Ele passa a ser um estranho dentro de si, convivendo em um local ao qual ainda não pertence.

Para Cahn (1999), na adolescência os processos de identificação são repetidos, porém, agora se amplia a área

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se restringe ao ambiente familiar e/ou escolar, e que estes também circulam pela cidade entre os diversos grupos aos quais fazem parte. Sabe-se, no entanto, que cada região do país possui suas peculiaridades e atrativos diversos para os adolescentes e a região de fronteira não é diferente.

Por ser uma região em que há maior interação com diferentes culturas e identidades, não é possível estabelecer, de fato, um limite fronteiriço, especialmente, em fronteiras secas como a que separa o Brasil da Bolívia por meio das cidades de Corumbá-MS e Puerto Quijarro – BO ou Brasil e Paraguai através das cidades de Foz do Iguaçu-PR/Iguaçu – PY, por exemplo. Tudo se torna uma única territorialidade (SILVA, 2010; BRAGA, 2011; SOTTILI, 2011).

Trata-se de países, cuja legislação, economia, cultura e tradições são diferentes, o que promove constantes trocas e vivências únicas. Entretanto, Braga (2011) ainda lembra que as fronteiras também trazem consigo uma imagem bastante negativa. Oliveira (2013) contribui com essa observação ao afirmar que a região de fronteira, embora tenha suas peculiaridades, tem os mesmos problemas que outra cidade do “interior” do País, mas é justamente a sua localização geográfica, proporcionando a compreensão de ser uma “porta de entrada dos problemas (armas, drogas, contrabando)” é que transforma o olhar para essas regiões como sendo áreas perigosas.Desta forma, o controle do Estado sobre a região de fronteira se torna repressivo e cada vez mais negativo (SILVA, 2010; SOTTILI, 2011).

Diante desse cenário, entende-se que proporcionar ao adolescente um ambiente que promova fatores de proteção, em uma região, que já se apresenta como fator de risco para o uso de drogas é de suma importância para que o jovem tenha seu saudável desenvolvimento integral garantido.

2.4 Direitos humanos, drogas e fatores educacionais

Tendo discutido toda a conceituação e definição de adolescência, compreendendo-a como um momento de suma importância para o desenvolvimento do sujeito, carregada, inevitavelmente de grande carga de sofrimento psíquico, faz-se importante destacar outra característica do “adolescer”, qual seja, os comportamentos de risco.

Para o adolescente, os comportamentos de risco são, segundo Santos e Pratta (2012), uma forma de satisfazer o desenvolvimento de autonomia, do domínio de si e da individualização. É uma forma de testar seus limites e suas capacidades. Dessa forma, Kessler et al. (2003) afirmam que essas constantes condutas de risco podem ser compreendidas como fruto da necessidade de se sentirem vivos. Dentre os comportamentos de risco apresentados na adolescência, um em especial tem chamado a atenção de diversos pesquisadores em razão da alta taxa de prevalência e início cada vez mais precoce: o consumo de drogas.

Santos e Pratta (2006) lembram que o uso de substâncias é uma prática milenar, entretanto os hábitos e costumes de cada sociedade é que direciona a forma como tais substâncias

de atuação e de influência, corroborando as observações de Erikson (1976), que afirma que os adolescentes formam sua identidade modificando e sintetizando identificações pregressas em uma nova estrutura psicológica.

Papalia e Olds (2000) também afirmam que a identidade se forma à medida que as pessoas resolvem três questões importantes: a escolha da ocupação; a adoção de valores nos quais acreditar e segundo os quais viver; o desenvolvimento de uma identidade sexual satisfatória. Portanto, para formar uma identidade, os adolescentes devem afirmar e organizar as habilidades, as necessidades, os interesses e os desejos para que possam ser expressos em um contexto social.

O adolescente agrupa-se para tentar responder essa eterna dúvida do “Quem sou eu?”, em busca de construir sua identidade e, nesse sentido, Freud (1996) enfatiza que, quando em grupo, o indivíduo sente-se mais protegido e mais homogêneo. O grupo passa então a se tornar uma parte da constituição de sua identidade e sua subjetividade. Apesar de em grupo, os adolescentes estarem buscando a unicidade.

Agrupar-se, portanto, é uma maneira de “ser”, de pertencer a algo. Esse sentimento de pertença é extremamente importante nessa fase da vida do sujeito. É quando ele busca encontrar o seu lugar, a sua identidade. Apesar de em grupo, o que o sujeito busca é a sua unidade, sua individualidade (BÜHLER, 1980).

Nesses grupos ele procura a ausência da moratória ou, no mínimo, uma integração mais rápida e critérios de admissão claros, explícitos e praticáveis (CALLIGARIS, 2000). A adolescência seria, portanto, a passagem da infância para o mundo adulto, por meio de uma moratória que lhes é imposta. Esse pode ser considerado um momento de crise que é vivenciado pelo adolescente, ocorrendo questionamentos e rupturas com os modelos até então vigentes. A “crise” adolescente é, portanto, a expressão do questionamento da ordem social estabelecida, tornando-se um espaço de reflexão sobre os conflitos da cultura da qual faz parte.

Portanto, proporcionar um ambiente adequado para que os jovens possam se agrupar torna-se importante, uma vez que o que estes jovens procuram é poder se organizar e ser reconhecido, e a partir daí poder colocar-se em seu lugar de sujeito. Um ambiente que seja propício ao seu desenvolvimento, suas necessidades e suas carências; isso quer dizer que é necessário que o ambiente seja acolhedor, mas que tenha suas regras e seus limites estabelecidos de forma bem clara, para que o jovem possa se instaurar na ordem do interdito; que seja capaz de ser continente aos conflitos do adolescente e possa proporcionar ao mesmo subsídio para que ele se desenvolva de maneira autônoma e capaz de se adaptar às mais variadas situações.

Esse ambiente deve de um modo geral oferecer recursos que supram deficiências ambientais e promova um desenvolvimento adequado, de modo que o adolescente seja capaz de desenvolver suas potencialidades (FERRARI, 1996).

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e, segundo Schenker e Minayo (2003, p.302):

[...] os problemas de vinculação familiar advêm, em sua maioria, daqueles lares onde faltam habilidades para a criação dos filhos, reduzindo as chances de transmissão efetiva de normas sociais saudáveis.

Santos e Pratta (2006) também trazem essa questão apontando o estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz no Brasil, pela Universidade do País Basco na Espanha e pela Universidade de Los Andes na Colômbia, em que foram avaliados tanto adolescentes que faziam uso de drogas quanto adolescentes, que não usam e estes estudos constataram que os adolescentes que não fazem uso possuem lares, em que há o desenvolvimento adequado do sentimento de segurança, com diálogo e afeto, por exemplo, enquanto que os adolescentes que fazem uso possuem lares em que é presente a falta de apoio mútuo, espaço para expressão de sentimentos e menor interesse em comum com os membros da família.

Baseada nos estudos de Liddle et al. (1998), Schenker e Minayo (2003) ainda aponta que o estilo de criação dos pais pode ser definido em três tipos específicos: autoritarismo; com autoridade; e permissivo; sendo que cada uma dessas formas de controle irá influenciar diferentemente o adolescente. No primeiro tipo, os pais autoritários são muito exigentes e pouco responsivos ao adolescente, o que o levará a respeitar as regras, mas desenvolve baixa autoconfiança; no segundo tipo, nos pais com autoridade, há um equilíbrio entre cordialidade e vigilância que irá incluir o adolescente em um sistema de reciprocidade, correlacionando de forma positiva uma série de atitudes e comportamentos desejáveis, como o engajamento escolar, por exemplo. Já no último tipo de controle, observa-se certa indulgência ou negligência por parte dos pais permissivos. Schenker e Minayo (2003) sugerem que no primeiro caso é que se apresenta o maior risco de envolvimento com drogas e desengajamento escolar e, no segundo, apresenta problemas em outras áreas que vão desde o autoconceito até a competência.

Kessler et al. (2003) trazem, ainda, dois estudos importantes acerca da vinculação familiar e o consumo de drogas. O primeiro é o estudo prospectivo, realizado por Vaillant (1983), que analisou o impacto da figura materna no desenvolvimento de alcoolismo e concluiu que mães que proporcionaram cuidados inadequados durante a infância não aumentaram a chance de o sujeito desenvolver alcoolismo. Entretanto, uma má relação com a figura paterna demonstrou ser um fator de risco para o desenvolvimento de alcoolismo na amostra estudada. O outro estudo apresentado pelos autores foi realizado por Kohut (1972, 1977) que investigou jovens dependentes e concluiu a presença de uma carência de um “objeto bom” devidamente interiorizado. Isso quer dizer que as funções paterna e materna encontram-se comprometidas, havendo a ausência da autoridade paterna e da empatia materna. Nesse contexto, as drogas funcionam como neutralizador da realidade ansiogênica.

são utilizadas, sendo que o uso do passado era realizado de forma coletiva em rituais religiosos e culturais, apenas por um grupo restrito, enquanto que a forma de consumo da sociedade ocidental atual vem ocorrendo de outra maneira. Isso porque, conforme Dias (2012), o advento da modernidade antropocêntrica coloca o indivíduo, enquanto responsável pelo controle de seus próprios impulsos. Igualmente, a objetificação do homem apresentada pela sociedade moderna desumaniza e esvazia o ser humano e, em um lugar em que os valores humanizados são deixados de lado, a droga entra como uma “grande solução ilusória” (SANTOS; PRATTA, 2006, p 316).

Cabe ressaltar, ainda, o desenvolvimento das tecnologias laboratoriais, que permitiram a sintetização de algumas propriedades das drogas naturais, possibilitando a criação de novos tipos de substâncias, com efeitos cada vez mais potentes.

Baseando-se nos estudos de Santos e Pratta (2012), é possível perceber que o uso e abuso de substâncias estão relacionadas à maximização do prazer, inerente ao psiquismo humano e mais intenso na adolescência. A droga entra como um objeto que vem testar os limites do próprio corpo, tramitando no limiar do princípio de prazer (com suas pulsões de vida e de morte – Eros e Tânatos) e o princípio de realidade, propostos por Freud (1996) e que ainda é muito frágil durante a adolescência.

Desse modo, ao se fazer o consumo de drogas, o sujeito sente a necessidade constante de reviver as fantasias de onipotência como forma de encontrar alívio para a angústia que lhe consome. Na adolescência observa-se que tal situação ocorre de maneira ainda mais intensa em razão da fragilidade egóica, em que se encontra (KESSLER et al., 2003).

Sendo assim, deduz-se que a droga exerce a função de objeto-tampão, que funciona como uma forma de: “[...] dar conta da questão da organização pulsional e da fragilidade estrutural dos vínculos afetivos, além de traduzir, sintomaticamente, o mal-estar de um determinado contexto familiar que está estruturado e vem funcionando de maneira tóxica” (SANTOS; PRATTA, 2012, p.177). Os autores ressaltam que em um contexto especial de desenvolvimento como é a adolescência, quando a identidade está sendo ainda definida e os valores estão sendo revistos e reformulados, os modelos de comportamento apresentados no âmbito familiar irão influenciar diretamente os padrões de conduta do sujeito em formação, o adolescente.

Para Schenker e Minayo (2003), a família tem papel fundamental na criação de condições favoráveis ao uso de substâncias por adolescentes ou para a criação de fatores de proteção. Sendo a família um dos primeiros ambientes de educação e socialização do indivíduo, como mencionado anteriormente, seus membros acabam por passar modelos de comportamentos para os infans. Logo, famílias disfuncionais podem transmitir normas desviantes por meio desses modelos

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Observa-se, portanto, que a forma como se constroem os vínculos familiares e a qualidade desses vínculos são fatores determinantes para a construção de fatores de proteção ou de risco para o consumo de drogas por parte do adolescente.

Nesse sentido, Kessler et al. (2003, p.37) apresentam a revisão acerca do tema, encontrando os seguintes fatores de risco:

1. Cultural e social: permissividade social, disponibilidade da droga, extrema privação econômica e morar em favela; 2) Interpessoal: a) na infância – família com conduta álcool e droga relacionadas, pobre e inconsistente manejo familiar, personalidade dos pais e abuso físico; b) na adolescência – conflitos familiares e ou sexual, eventos estressantes (como mudança de casa e escola), rejeição dos seus pares na escola ou outros contextos, associação com amigos usuários; 3) Psicocomportamental: precoce e persistente problema de conduta, fracasso escolar, vínculo frágil com a escola, comprometimento ocupacional, personalidade antissocial, psicopatologia (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, depressão e transtorno de conduta, ou ansiedade nas mulheres), atitudes favoráveis para drogas, inabilidade de esperar gratificação; 4) Biogenético: genealogia positiva para dependência química e vulnerabilidade psicofisiológica ao efeito de drogas.

Para dar conta de salvaguardar as condições adequadas para o saudável desenvolvimento biopsicossocial das crianças e dos adolescentes, uma série de leis foi criada em documentos nacionais e internacionais vigentes. No caso do Brasil, a Lei nº 8.069/90, conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) vem garantir os direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes, concebendo-os como sujeitos de direitos, em especial, condição de desenvolvimento e aponta:

Art. 4º: É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Art. 5º: Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão aos seus direitos fundamentais (BRASIL, 1990).

Diante desses pressupostos é possível refletir: Será que todos esses direitos são, de fato, garantidos? No âmbito doméstico, em que ainda se observa a concepção de “bater para educar”, pode-se dizer que há uma violação de direito ou é, de fato, educação?

Dentre as violações observadas nos documentos de notificação de violências, uma das principais ocorrências contra crianças e adolescentes ainda é a negligência, que é responsável por quase metade dos casos de maus-tratos no Brasil ocorre por uma intencionalidade (consciente ou não) das ausências nos cuidados aos direitos fundamentais e básicos garantidos às crianças e aos adolescentes, por meio do ECA.

A negligência traz consigo maior potencial ofensivo no que diz respeito ao desenvolvimento psíquico de um infante

que cresce nessas condições, pois significar e elaborar feridas sentimentais demonstra ser uma tarefa mais difícil que significar e elaborar feridas concretas, que podem ser curadas por meio de medicamentos. A negligência emocional contribui sobremaneira na (des)construção de valores, pois induz aspectos negativos para a criança no que concerne a questões como a segurança física e emocional, autoestima, aceitação, consideração e autonomia. Corroborando com esses fatos, Azevedo e Guerra (2005, p.18), ao analisarem alguns resultados de pesquisa, afirmam que:

[...] ficou constatado que adolescentes que sofreram maus-tratos familiares sofrem mais episódios de violência na escola, vivenciam mais agressões na comunidade e transgridem mais as normas sociais, fechando assim um círculo de violência.

Trata-se de crianças e adolescentes que, muitas vezes, não recebem o mínimo de atenção a questões relacionadas à saúde e às condições físicas; aos cuidados referentes ao provimento e manipulação dos alimentos; não conseguem obter o mínimo de atenção ou afeto; passam seus dias em companhias que os pais desconhecem, fazendo suas escolhas sem a devida orientação ou argumentação; não recebem incentivos e supervisão do desempenho escolar, lembrado apenas em situações de grandes dificuldades ou fracassos e, com frequência, tratados com novas agressões.

Logo, é perceptível que esses direitos vêm sendo violados pela instituição primária que deveria garanti-los criando, assim, inúmeros fatores de risco que podem levar ao consumo de drogas por adolescentes.

3 Conclusão

Diante das considerações apresentadas compreende-se que a adolescência carrega consigo um arcabouço cheio de confusões e sofrimento psíquico, com transformações que vão ocorrendo à revelia do próprio sujeito, que passa a ter que aprender a lidar com essas mudanças e é justamente por conta dessa grande gama de complexidades que é importante proporcionar um ambiente adequado para que o sujeito consiga elaborar suas perdas e novas configurações.

Considerando as pesquisas apresentadas, evidencia-se que proporcionar um ambiente acolhedor e caloroso, que promova sentimentos de segurança, de autoestima e de confiança é extremamente importante para desenvolver fatores de proteção ao consumo de substâncias entorpecentes. Do contrário, crescer em um ambiente permeado de tensão e violência, com ausência de espaço para expressão dos sentimentos e diálogo pode levar ao afastamento desse adolescente do âmbito familiar, promovendo o desenvolvimento de comportamentos indesejáveis.

A região de fronteira carrega consigo características próprias, o que a torna um organismo dinâmico e interativo. A diversidade de cultura e costumes e a possibilidade de troca entre os países é muito mais fácil e dinâmica, efetivando o efeito fronteira. Porém, sabe-se que a fronteira também traz consigo efeitos indesejáveis, como a presença de atividades ilícitas, que se tornam atrativas para indivíduos que passam

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por constantes situações de vulnerabilidade, como é o caso de adolescentes provenientes de lares disfuncionais.

Conclui-se, portanto, que se as crianças e adolescentes têm seus Direitos Humanos garantidos e se desenvolvem em um ambiente caloroso e acolhedor, que proporciona segurança e estimula a autonomia, o risco de se iniciar o consumo de substâncias reduz-se expressivamente. Caso contrário, as situações de vulnerabilidade poderão levar a uma maior atratividade a drogas ilícitas, agindo como um objeto-tampão para as angústias vividas.

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