Elisete S.
Dlugokenski
Maristela D. PereiraPatrícia
de
Souza
EDucAÇAo EM
sAÚDEz
UMA
PRÁTICA INERENTE
Ao
cu|DADo
DE
ENFERMAGEM
-APLICADA
A
cL|ENrEs
c|RuRG|cos
3
ii
...lí
Hií
í
í
uma pra c 493 '-1E¡
ENF 030E
se saúde A c. 24í
íí
.._. ...__í ,_íí
í
C
UFSC gokenski Educação em 972492329 sc Bsccsivi ccsM TC .-‹í
___;í
ii
í
, . . “_ 4.: ._‹ N.Cham. Au orD
u Tí u o: Ex U ‹›-› '- CCSM TCC UFSC ENF 0301 Ex.Trabalho
de
conclusãoda
disciplina:INT
Enfermagem
Assistencial Aplicada, VIIIUnidade
Curricular,Curso
de Graduação
em
Enfermagem, Departamento de
Enfermagem,
Centrode
Ciênciasda
Saúde,
UFSC.
Orientadora: Prof* Maria
de Lourdes
SilvaCardoso
Supervisora: Enf* Paula Stela LeiteFlorianópolis,
Julho
1997.RESUMO
Trata
do
relatode
uma
prática assistencial realizada porum
grupo
de
trêsacadêmicas da
última fasedo Curso de
Enfermagem-UFSC, que
prestou assistênciade Enfermagem,
enfatizando aEducação
em
Saúde
com
clientes cirúrgicosna
Unidade
de
Internação Cirúrgica II -HU
-UFSC.
`l'evecomo
referencial teórico os princípios
da
teoriade
Wanda
de
Aguiar Horta,fundamentada nas Necessidades
Humanas
Básicas e,em uma
visãode
complementariedade
à áreade
educação
em
saúde,onde
foram utilizadosos
principios norteadoresda
teoriapedagógica
de
Paulo Freire.O
estudo
foidesenvolvido
no
períodode
março
a junhode
1997. Nesta prática procurou-se prestar cuidados a clientes cirúrgicosnas suas necessidades
humanas
básicas afetadas, juntamentecom
a equipede enfermagem, enfocando
aeducação
em
saúde
de forma
libertadora-participativa.A
prática educativa foi desenvolvidacom
os clientes e equipe através
de
oficinas, palestras e encontros informais etambém
durante a prestaçãodo
cuidadode
enfermagem
de
modo
a envolver oprocesso saúde-doença, trocando informações, esclarecendo dúvidas, repadronizando conceitos,
e
de
uma
forma geral,ampliando
conhecimentos.Concluímos
que educação
em
saúde
éuma
prática inerenteao
cuidadode
enfermagem,
devendo
ser estimulada e praticadanas
diversas áreasde atuação
da enfermagem.
Õâçoor suas z'a'é1'as e sorzbos díarzfe
dopooo
é arriscar-se a ser cbamado de ingênuo. ..Õsperar é arriscar-¬se ao desespero e eàperír/zenfar é arríscar~se ao fracasso. ..
gfias
os riscos Íêm a'e ser corrícfos, pozís o maior risco na o1'a'a é não arriscar a nada. ..¶queÍe que não se arrisca
pode
eoilar o sofrímenfo e a irísieza,mas
rzãopodeaprender, serzfír, moa'§¡ícar~se, crescer,
amar
e viver...AGRADECIMENTOS
A
Deus, por ter-nos colocado nestemundo
encantado
parasermos
felizese
apreciarmos a vida.Aos
nossos
paise
familiares,que
mesmo
distantesnos
apoiaram, transmitindo-nos todo oseu
otimismo edando-nos
a certezade
que
venceriamos
mais
esta etapade nossas
vidas.À
Professora, Enfermeira Mariade Lourdes
Silva Cardoso, pela disponibilidade, companheirismo, dedicação, incentivo, transmissãode
conhecimentos
e,acima
de
tudo, pelaamizade
e carinhocom
que
nos
acompanhou.
À
Supervisora Paula Stela Leite, porpermanecer ao nosso
lado, compartilhandoconosco seu
espaço, tempo, alegrias, frustrações eentusiasmo
no
trabalho.Aos
nossos
amigos: “Existemno
mundo
várias formasde
riquezas einúmeros
tesouros, omais
valioso e eterno é a verdadeira amizade.” (autor desconhecido).À
equipe interdisciplinarda UIC
ll -HU
-UFSC,
nossos
agradecimentos
pela receptividade, apoioe
incentivo.A
todos os pacientesque
possibilitaram o desenvolvimentodo
projeto.
A
nós..."Entramosna
vidacomo
quem
abreum
livrono
meio,sem
SUMÁRIO
I-INTRODUÇÃO
... .. II -CONTEXTUALIZAÇAO
DO
CAMPO
... .. III -OBJETIVOS
... .. 3.1OBJETIVO
GERAL
..¿ ... _. 3.2OBJETIVOS
ESPECIFICOS
... ..3.3
OBJETIVO
NAO
PLANEJADO
E
ALCANÇADO
... _.3 5
Looooo
oo
IV -
REVISAO
DE
LITERATURA
... ..10
4.1
A
EDUCAÇÃOE
SAÚDE NA
ENFERMAGEM
... ._ 10 4.2CLIENTE
CIRURGICO
... ..13
V
-REFERENCIAL
TEÓRIOO
... ..1a 5.1CONCEITOS
... ..215.2
PROCES_SO DE
ENFERMAGEM
... .._. ... ..235.3
REFLEXOES
ACERCA
DA
APLICAÇAO
DO
REFERENCIAL
... ..27VI-
METODOLOGIA
... ..296.1
DIMENSÃO
ÉTICA
DO
TRABALHO
... ..296.2
PLANEJAMENTO DAS
AÇÕES
... ..3o 6.3CRONOGRAMA
GERAL.,
... ..37
6.4
CRONOGRAMA
DE ESTAGIO
... ..as
VII-RELATO
E
ANÁLISE
DA
OPERACIONALIZAÇÃO
DOS
OBJETIVOS
... ..397.1
OBJETIVO
N°1
....B9
7.2OBJETIVO N°2
... ..4ô 7.3OBJETIVO N°3
... ..4B 7.4OBJETIVO N°4
... ..54
7.5OBJETIVO N°5
... ..õ5 7.6OBJETIVO
N°
S
... ..59
7.7
OBJETIVO
NÃO
PLANEJADO
E
ALCANÇADO
... ..õ1ANEXOS
... ..ANEXO
1 -INSTRUMENTO
... ..ANEXO
2 -ÔRGANOGRAMA
DO
SERVIÇO DE
ENFERMAGEM
DA
U|C
H ... ..ANEXO
3 -ORGANOGRAMA
DA
D|RETOR|ADE
ENFERMAGEM
... ..ANEXO
4
-PLANTA
FíS|cADA
UNIDADE
... ._ANEXO
5 -RELATÓR|O
DE
V|S|TAAO
SERv|çO DE
EDUO.EM
SAÚDE
-HRSJ
ANEXO
6
-“MORRE
O
MESTRE PAULO
FRE|RE” - D|ÁR|oCATARINENSE
... ._ANEXO
7 -AS
7TESES
DA
EDUCAÇÃO
ESAÚDE
... _.ANEXO
8 -POSTER:
A
ENFERMAGEM TRABALHANDO NA SAÚDE DO
HOMEM
_.ANEXO
9
-RESUMO
DA
AULA
SOBRE
cu|DADOS
DO
PAc|ENTE ORTOPÉDIOO..ANEXO
10 -ROTE|RO
SOBRE PREPARO
PRÉ-OPERATÓR|O
EOR|ENTAçóES
..ANEXO
11 -MODELO
DOS
H|STÓR|OOSDE
ENFERMAGEM
EPREScR|çöEs
ANEXO
12 -MOMENTOS
... ._3
| -
|NTRoDuçÃo
Buscando
a concretizaçãodos conhecimentos
teóricos e práticos adquiridos durante o decorrerdo
Curso
de
Graduação
em
Enfermagem
da
UFSC,
o qual
propõe
ao
alunoque
desenvolva,no
último semestre,um
projetode
enfermagem
assistencial,onde
oacadêmico passa
pela transição entre aluno eprofissional, a fim
de
adquirir maior autonomia,além de
ter a liberdadede
escolher o
campo
de atuação
e colocarem
práticaações
assistenciaisque
façam
partedo
seu
maior interesse e afinidade.Este relatório foi desenvolvido a partir
da execução
de
um
projeto previamente elaborado pelasacadêmicas
Elisete S. Dlugokenski, Maristela D. Pereira e Patríciade
Souza, tendocomo
orientadora a professora Mariade
Lourdes
Silva Cardoso, professorado Departamento
de Enfermagem
-UFSC
ecomo
supervisora Paula Stela Leite , enfermeirada
UIC
ll -HU
-UFSC.
A
enfermeira Cirene
da
Costa,com
previsãoem
nosso
projetode
ser supervisora, por motivosde
incompatibilidadede
horáriocom
nosso
cronograma, e por ter tidoum
mês
de
férias,não pode
exercer a função.Escolhemos
trabalharcom
clientes cirúrgicos prestando cuidadoscom
vistas àeducação
em
saúde
de
forma libertadora - participativa, juntamentecom
4
a equipe
de enfermagem
instrumentalizando-a para tal.Acreditamos
que
estametodologia possibilite
um
maior crescimento e desenvolvimentoda
interação entreo
cliente e equipede enfermagem.
Trabalhamos
com
a teoriade
Wanda
de
Aguiar Horta por ser `o referencial já desenvolvidono
HU
-UFSC
e para consubstanciá-Iano
que
dizrespeito à
educação
em
saúde
nos
ancoramos
em
alguns conceitosda
teoriapedagógica
de
Paulo Freire.Pensamos
em
cuidarcom
enfoque
em
educação
pois acreditamosque
o
profissional verdadeiramentecomprometido
é aqueleque
preocupa-se
com
uma
aprendizagem
significativados
indivíduos, seja ela a nívelde
prevenção,promoção
ou
manutenção
da
saúde.Aprendizagem
significativa seriano
dizerde
Alonso
(1994, p. 171),quando
afirma que:“Enquanto
uma
educadoraem
saúde [...], se faz necessário que a enfer-meira procure desenvolver
com
profundidade seu auto- conhecimento, refletindosobre sua própria visão de mundo, procurando estabelecer
com
os indivíduos e/ou grupos de trabalho, relações interpessoais autênticas, estar e demonstrar- se comprometidacom
as reais necessidades de saúde ecom
a libertação dosindivíduos, contextualizando estes
com
sua cultura e sociedade."Desta forma
cuidamos do
cliente cirúrgiconas suas necessidades
humanas
básicas eenfocando
junto dele eda
equipede
enfermagem
aeducação
em
saúde de
forma
libertadora-participativa.O
períodode
estágio ficoucompreendido
entre os dias 31/03/97à
17/06/97,com
50
dias úteis euma
carga horáriade
5
horasde
atividades diárias.5
II -
CONTEXTUALIZAÇAO
DO
CAMPO
A
prática assistencial deste trabalho foi desenvolvidana Unidade
de
Internação Cirúrgica ll, situada
no
quartoandar
do
Hospital Universitárioda
Universidade Federal
de Santa
Catarina.O
Hospital Universitário foi inauguradoem
1980,estando
vinculadodiretamente
ao
Reitor,sendo
constituído porum
Conselho
Diretor, Direção Gerale
Vice-Direção Geral e quatro diretorias: Administração,Apoio
Assistencial,Enfermagem
e Medicina.“O
HU
éuma
instituiçãode saúde
onde
sedesenvolve
assistência anível primário (ambulatório) e secundário (internação).
A
assistência àpopulação
caracteriza-se por trabalho multidisciplinar e a realização
pressupõe
o trabalhoem
equipe”(HU/UFSC,
1980). Presta serviços àcomunidade,
oferececampo
de
estágioaos
acadêmicos da
UFSC
ede
outros órgãos.Serve
de
fontede
pesquisas
e
projetos, assiste auma gama
de
pacientes provenientesnão
somente
da
Grande
Florianópolis,mas
de
todo o Estado.O
projeto inicialdo
HU
visava o atendimento a350
leitosnas
diversas especialidades.No
presentemomento,
oferece cercade
236
leitos, distribuídos6
tratamento dialítico e maternidade. Possui
também
serviçode
laboratóriosde
patologia clínica eanatomia
patológica, hemoterapia e informações toxicológicas.Atualmente,
vem
semantendo
com
os
recursos financeiros vindosdo
Ministérioda
Educação
e Cultura edo
Ministérioda
Assistência e Previdência Social, atravésdo
Instituto Nacionalde Seguridade
Social (INSS), tendoem
vistaa
sua
participaçãono
Sistema Unificadode
Saúde
(SUS).A
Unidade de
Internação Cirúrgica II, possui30
leitos,sendo
16 parainternações masculina e
14
internações feminina.a) Ortopedia:
O2
leitos para internação feminina eO2
leitos para internação masculina;b) Vascular:
O4
leitos para internação feminina eO5
leitos para internação masculina;c) Plástica:
02
leitos;d) Urologia:
O2
leitos para internação feminina e05
leitos para internação masculina;H
e) Proctologia:
04
leitospara internação feminina e04
leitos para internação masculina;Existem 9 quartos
com
2 leitos e 3 quartoscom
4
leitos,conforme
plantafísica
em
anexo
4.A
divisãodo
número
de
leitos entre feminino e masculinopode
variardependendo
da necessidade
ede cada
especialidade. VFazem
parteda
equipede
enfermagem
na Unidade de
Internação Cirúrgica ll,07
enfermeiros, 15 técnicosde enfermagem, O6
auxiliaresde
enfermagem, O4
auxiliaresde
saúde
e 01 escriturária,conforme
organograma do
7
A
equipemédica
écomposta de 03
ortopedistas,O4
angiologistas,O2
cirurgiões plásticos,04
uroiogistas eO3
proctologistas._
O
organograma
da
diretoriade
enfermagem
écomposto
pela diretoriade
enfermagem, comissão
de educação
em
serviço, seguida pela divisãode
pacientes internos e externos
com
suas
respectivas coordenadorias em serviços8
III -
OBJETIVOS
3.1
OBJETIVO
GERAL
Prestar cuidados a clientes cirúrgicos
nas suas necessidades
humanas
básicas afetadas juntamentecom
a equipede
enfermagem
enfocando
aeducação
em
saúde
de
forma Iibertadora-participativa,na Unidade de
Internação Cirúrgica lldo
HU-UFSC.
3.2
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
E>
Prestar o cuidadode
enfermagem
a 15 clientes cirúrgicoscom
ênfasena
educação
em
saúde
aplicando o processode enfermagem;
®Propor
um
método
de
cuidadocom
ênfasena educação
em
saúde
de
forma libertadora-participativa;E>Subsidiar a equipe
de
enfermagem
na
prestaçãodo
cuidadoao
clienteno
que
diz respeito àeducação
em
saúde
com
base
em
uma
pedagogia
libertadora-participativa;
l.`>3>AuxiIiar a equipe
de
enfermagem
na execução dos
cuidadosaos
clientes,9
®Fazer
reflexões periódicas sobre anossa
práticade
cuidado visando a apropriaçãoe ampliação do conhecimento de
educação
em
saúde
e
feedback
das ações
propostas;E>Visitar o serviço
de
educação
em
saúde do
Institutode
Cardiologiado
Hospital Regionalde
São
José,Homero
de Miranda
Gomes.
3.3
OBJETIVO
NÃO
PLANEJADO
E
ALCANÇADO
l2>Executar atividades administrativas, visando o
gerenciamento da
assistênciade enfermagem.
10
IV
-REVISÃO
DE
LITERATURA
Apresentamos agora
uma
revisão teórica a respeitode
assuntosque
consideramos
essenciaisao
trabalhoe
que
nos
auxiliaramno
desenvolvimentode
nossos
objetivos teórico-práticoscom
vistas àeducação
em
saúde
a clientes cirúrgicos.4.1
A EDucAçÃo
E
SAÚDE NA
ENFERMAGEM
Conforme
Alonso
(1994, p. 13),“A educação
em
saúde tem sido compreendida e desenvolvida, poruma
grande maioria dos profissionais desta área,
como
um
trabalho planejado e“
formal que oferece informações especialmente técnicas,
em um
momento
preciso e oportuno, na perspectiva dos profissionais, para transmitir
conhecimento e levar os indivíduos e/ou grupos a desenvolverem comportamentos mais
adequados
em
relação a sua saúde.”Este tipo
de
prática é defendida por Freire (1983, p. 98),como
“educação
bancária".A
educação
em
saúde
é realizada por profissionais desta áreaem
cumprimento de programas
pré-estabelecidos pelosórgãos
e/ou instituições dirigentes, atravésde
palestras, orientações e distribuiçãode
material impresso.ll
Diante deste quadro,
concordamos
com
Alonso
(1992, p. 4),quando
questiona:
“Como
é
possíveleducar
sem
conhecer profundamente
oeducando?”
Freire (1981, p. 10) coloca que:"[...] não podemos, a não ser ingenuamente, esperar resultados positivos
de
um
programa, seja educativonum
sentido mais técnico ou de ação política se, desrespeitando a particular visão domundo
que tinha ou esteja tendo o povo, se constituinuma
espécie de 'invasão cultural”, ainda que feitacom
a melhor das intenções.”Ainda
sobre este aspecto,de acordo
com
Dillye Jesus
(1995, p. 14),“Muito do fracasso do processo educativo de ensino-aprendizagem é devido à inadequação de
um
planejamento que desconsidera as peculiaridades de cada grupo, o que o torna inútil e às vezes inviável, pois nãoexiste projeto que sirva para todas as situações, indistintamente.”
Acreditamos
que
o serhumano
éum
ser participantecapaz de
ser sujeitono seu
próprio processode
cuidado. Dilly eJesus
(1995, p.20) refere que:“O ser
humano
é marcado pela necessidade essencial de construir suacompreensão
da realidade e a sua forma de atuação nessa realidade.E
necessário que haja
um
encontro de seumundo
interiorcom
o exterior e istose dá através de processos cognitivos e perceptivos [...] o comportamento
humano
é aprendido e através da capacidade de aprendizagem ohomem
consegue captar a realidade, compreendê-Ia e transformá-Ia.”O(a) enfermeiro(a) é
capaz
de, atravésde
uma
educação
libertadora, colaborarna formação de
cidadãos esociedade
mais
livree
participativa,independente
da
especificidadede seu
trabalhoou
áreade
atuação, poissegundo
Alonso
(1994, p. 13) “na essênciada sua
prática profissional se encontrasempre
eem
qualquer circunstância o serhumano numa
situação assistencial."O
diálogo éum
instrumento fundamentalde
um
educador. Freireapud
Heidemann
(1994, p. 24), dizque
o “diálogo éuma
exigência existencial, é o encontroem
que
se solidarizam o refletire
o agirde seus
sujeitosendereçados
ao
mundo
a ser transformado [...]”.12
Neste
sentido,Alonso
(1992, p. 15), avalia que:“É necessário conviver dialogicamente
com
as pessoas para conhecë-las realmente e comunicar-senum
fluxo continuocom
elas.O
relacionamento humano, a credibilidade, a confiança e a atitude paciente de ouvir, ver e observar o educador é de fundamental importância para que se estabeleça odiálogo, encorajando as pessoas a falarem de si
mesmas
e discutirem suasituação de saúde e de vida.”
Este tipo
de educação
Iibertadora-participativa aque
hojenos
reportamos,
tem base na
“semente” plantada peloeducador
Paulo Freireque
é
contrário à“educação
bancária"e
propôsum
método
para a alfabetizaçãode
adultos que,segundo
Brandão
(1987, p. 8), “não sóum
novo
método, mas, através dele,um
novo
sentimentodo Mundo,
uma
nova
experiênciade
Homem.
Uma
nova
crença,também, no
valore no poder da
Educaçâo."Também
Brandão
(1987, p. 21),ao
esclarecer ométodo
enfatiza que:“Um
dos pressupostos do método é a idéia deque
ninguém educaninguém e ninguém se educa sozinho.
A
educação deve serum
ato coletivo,solidário -
um
ato de amor, dá prá pensarsem
susto - nãopode
ser imposta.Porque educar é
uma
tarefa de troca entre as pessoas [...], deum
lado e dooutro do trabalho
em
que se ensina-e-aprende, hásempre
educadores- educandos e educandos-educadores.De
lado a lado se ensino.De
lado a lado se aprende.”A
enfermagem
tem
percebidoque
é necessário investirem
educação
em
saúde,
mas
uma
educação
diferentedaquela
proposta pelos programas.Uma
educação que
leveem
consideração os determinantes sócio-culturaisdo
serhumano
a ser assistido e nesta linhade pensamento
têm
utilizado ométodo de
Paulo Freire,como podemos
perceberem
muitos trabalhosde
graduandos
e pós-graduandos, por ser este
um
método
libertadore
que
possibilita adaptações.Novamente, Brandão
(1987, p. 68) reforça estepensamento quando
afirma que: “Nada precisa ser rígido no método [...] ele serve a cada situação.O
mes-mo
trabalho coletivo de construir o método, a cada vez, deve sertambém
o trabalho de ajudar, inovar e criar a partir dele [...].Há
uma
proposta de13
Além do
trabalho educativocom
a clientela, éde
responsabilidadedo
enfermeiro participar
na
capacitaçãoda
equipede
enfermagem
no ambiente de
trabalho.Também
vale lembrarque
a disciplina “Didática Aplicada àEnfermagem”
foi incluídano
currículode graduação
em
enfermagem
da
UFSC,
com
o objetivode
capacitaro
enfermeiro para exerceruma
de suas
atividadesprivativas,
que
é
aeducação
àsaúde
da
população,conforme
oque
determinaa
Lei 7.498/86,
em
seu
Artigo 11°, inciso II, alíneaque
dispõe sobre aRegulamentação do
Exercícioda
Enfermagem.
O
papelde
educador
exige do(a) enfermeiro(a),conforme Alonso
(1994,p. 173), “paciência, habilidade perceptiva,
um
suporte teóricobem
fundamentado
[...]”.
Além
disso, omesmo
autor conclui que:“É imprescindível que esse profissional tenha clareza dos seus princi-
pios éticos, utilize,
sempre
que necessário, o seubom
senso e seja norteadopor
um
marco teórico claro, flexível, que fundamente teoricamente as situaçõespráticas e cotidianos do trabalho” (p. 178).
Sabemos
que
muitas dificuldadesno
campo
de atuação
aparecem
epodem
vir acomprometer o
processo educativoem
saúde,como
por exemplo,carga horária limitada, falta
de
recursoshumanos,
etc.Porém,
dianteda
importância desta prática,devemos
estar atentos à soluçãodas
dificuldades, paraque possamos
desenvolver,em
sua
plenitude, o cuidadode enfermagem.
4.2
cL|ENTE
c|RúRGico
Entendemos que
cliente cirúrgico é o serhumano
que
se encontraem
situaçãode
intercorrência cirúrgica.14
Du Gas
apud Hass
eSantos
(1991, p. 4),ao
escrever sobre assistênciapós
operatória, refere que:“O trauma cirúrgico dá origem a inúmeros distúrbios fisiopatológicos
que se relacionam de muitos métodos
como
o estresse que por sua vez se expressa por inúmeras alterações neuro-endócrinas, incluindo ansiedade, dor,lesão tecidual, perda de sangue, anóxia e
uma
variedade de efeitosrelacionados
com
a anestesia, carência nutricional, imobilização, medicação einfecção.
Em
vista das muitas ramificações do estresse,uma
assistência deenfermagem
nos períodos pré e pós operatório, deve tercomo
objetivo a redução do estresse físico e psicológico e seus efeitos nocivos à saúde.”Neste
sentidoé de
fundamental importânciaque
este cliente participe efetivamenteno seu
processode
cuidado e aenfermagem
deve
incentivar esta participação atravésde
um
processo educativo.A
cirurgia envolve a alteração deliberada e planejadadas
estruturasanatômicas de
uma
pessoa,de
forma
a interromperum
processo patológico,aliviá-lo
ou
erradicá-lo.Pode
ser efetuadade
urgênciaou de
emergência,caso
apatologia esteja
ameaçando,
seriamente, asaúde da
pessoa.Há
ainda a cirurgia opcional.Alguns
tiposde
cirurgiasão
logo evidentes para os pacientes, outrasque
envolvam
estruturasmais
internasnão
se evidenciam imediatamente e geralmentesão
estas asque
determinam
maiores dúvidasna
clientela. Todavia,conforme
Noronha
(1986, p. 36) aenfermagem
“deve mobilizar a consciênciacrítica
dos
clientes a partirde seus
própriosproblemas de
saúde
[...], paraque
estes utilizem
o
próprio potencial,com
finsde
cuidadocom
a saúde, a partirda
busca
de
transformaçãoem
que
vivem",no caso do
cliente cirúrgicoindependentemente do
tipode
cirurgia aque venha
a ser submetido.Toda
cirurgia constituiuma
agressão
ao
organismo, afetando a15
Algumas
funções
do
organismo são mais
perturbadasque
outras.As
necessidades
estão intimamente interrelacionadas,uma
vez
que
fazem
partedo
todo,são
comuns
a todos os sereshumanos
variandoapenas
asua
manifestação e a
maneira
de
satisfazê-lo.Relacionando
asNecessidades
Humanas
Básicascom
a situaçãocirúrgica,
encontramos
em
Du Gas
apud
Hass
eSantos
(1991), as seguintesinformações,
as
quaispassaremos
a transcrever:“Necessidades
de Oz
As
necessidades de Oz, são primárias edevem
representaruma
preocupação prioritária de toda a equipe de saúde
que
esteja cuidando do paciente. Durante a anestesia geral, o sistema nervoso central é deprimido e a musculatura relaxada [...],aumento
da secreçãomucosa
da orofaringe [...],deficiência do tônus muscular para expelir o muco.
Sob
narcose o paciente éincapaz de evitar que sua língua caia para trás e oclua a via aérea.
Regulação da Temperatura
Muitos anestésicos gerais
causam
vasodilatação euma
conseqüente perda da temperatura corpórea [...],aumentada
pela exposição cirúrgica.Em
conseqüência disso, a reação orgânica pós operatória é o calafrio [...] e
aumento
do metabolismo.Mecanismo
Hídrico e EletrolíticoA
cirurgia resultasempre
em uma
perda de líquidos orgânicos [...]durante o ato cirúrgico, os
mecanismos
de conservação daágua
no organismoarregimentados e caracteristicamente, tanto a água
como
o sódio, são retidosno pós operatório.
Com
a cirurgia ocorretambém
a perda do potássio [...],um
dos sinaisde hipotassemia é a diminuição da atividade muscular.
Mecanismos
NutricionaisQualquer tipo de lesão orgânica, incluindo-se a cirúrgica, resulta no
aumento
do índice metabólico, a medida que o organismo mobiliza suas forças para reparar o tecido lesado.A
proteína tecidual [...] é metabolizadacomo
fonte de energia, sendo o deslocamento de gordura o que se torna a principal
fonte de energia, no período do pós-operatório imediato. _
Mecanismo
de
EliminaçõesA
perda de líquidos orgânicos durante a cirurgia estimula a secreção do hormônio antidiurético [...], a retenção de sódio ajudatambém
a reter liquidonos tecidos orgânicos, contribuindo ainda mais para a diminuição de diurese.
Uma
oligúria relativa, é assimcomum
nos pacientesem
pós-operatório duranteos primeiros 2 a 3 dias. Geralmente, a eliminação do trato gastrointestinal; é afetada pela cirurgia. Inicialmente, existe
uma
falta de ingestão alimentar [...]durante 0 preparo para a cirurgia e
em
geral durante alguns dias após a operação de forma que não existeum
volume suficiente para estimular osintestinos.
As
restrições impostas às atividades após a cirurgia, contribuem16
Mecanismo
de
Conforto,Repouso
eSono
Devido ao traumatismo dos tecidos orgânicos, o paciente geralmente apresenta dor após a cirurgia, a dor perturba seu conforto e pode interferir
em
seu repouso e sono.
Mecanismo
de
Movimentação
e ExercícioO
paciente cirúrgico geralmente tem sua mobilidade restrita. Durantea fase operatória caso haja recebido anestesia geral, ele estará inconsciente e incapaz de movimentar-se.
A
dor pós-operatória éum
grande fator de limitaçãoda mobilidade do individuo.
O
tecido lesado requer grandetempo
para ser reparado e a dor na área operada constituium
lembrete para que o indivíduopoupe
os tecidosem
fase de cicatrização.Mecanismos
SensoriaisOs
anestésicos geraisdeprimem
todas as sensações e a pessoa é mantidaem
estado de inconsciência durante otempo
que dure a cirurgia.A
percepção sensorial é
também
prejudicada pela administração de sedativos e analgésicos, tanto antes quanto após a cirurgia. Essas medicações resultam às vezesem
confusão, respostas deficientes e desequilíbrios nos pacientes.Mecanismos
de
Proteção eSegurança
Enquanto o paciente estiver sob influência de medicações ou agentes anestésicos que bloqueiam ou distorcem a percepção, ele estará incapaz de cuidar da sua própria segurança. Assim, é necessário
que
todos osprofissionais da saúde (particularmente a
enfermagem
quepermanece
maistempo
com
ele)assumam
a responsabilidade de protegê-lo de todos os riscos.Mecanismo
de Segurança
e Auto-EstimaA
cirurgia representa, quase que invariavelmente,uma
ameaça
dapessoa e põe
em
risco sua auto-estima.A
ansiedade éum
acompanhante
comum
da cirurgia.A
pessoa preocupa-secom
a hipótese de morrer namesa
cirúrgica, de ficar mutilada, ou desfigurada
em
conseqüência da cirurgia, que ocirurgião encontre sinais de malignidade, que o problema seja muito mais
grave que pareça.”
Todos
estes aspectos sobre asNHBs
devem
estarbem
entendidos pela equipede
enfermagem
paraque
possam
manter
um
diálogo participativocom
o
clientede
modo
a
favorecer a trocade
informações sobresua
saúde-doença
e as possiveis intercorrências pré epós
cirúrgicas.Outra
questão
importante é reforçadaem
Brunner e Sudarth (1994, p.347),quando
afirma que:“Para
que
possa operar é necessário que o cirurgião obtenha o con-17
enfermeiro(a) consiste
em
assegurar deque
foi obtidoum
consentimentovoluntário de
uma
pessoa informada e esclarecida.”Os
objetivosda ação de
enfermagem
nos
cuidadosaos
clientes cirúrgicos, consisteem
tornar a experiência cirúrgica tão segura e confortávelquanto
possível para o cliente,em
prevenir,no
que
estejaao
alcanceda
enfermagem,
oaparecimento
de
complicações
pós-operatórias, eem
ajudaro
cliente a recuperar-sedo
estresseprovocado
pela cirurgia.18
V
-REFERENCIAL TEÓRICO
Trentini
apud
Guido
(1996, p.59), referemarco
conceitualcomo
“um
conjuntode
definições e conceitos inter-relacionados,com
a finalidadede
apresentar
maneiras
globais ede
perceberum
fenômeno
ede
guiar a práticade
uma
maneira
exigente".Neste
trabalho,seguimos
os princípios elaborados porWanda
de
Aguiar Horta,em
sua
Teoriadas Necessidades
Humanas
Básicas e,em
uma
visãode
complementaridade
à áreade
educação
em
saúde
utilizamos os princípios norteadoresda
teoriapedagógica
de
Paulo Freire.Horta (1979) refere que: .
“A
enfermagem
como
parte integrante da equipe de saúde implementa estados de equilíbrio, previne estados de desequilíbrio e reverte desequilíbriosem
equilibrio pela assistência ao serhumano
no atendimento de suasnecessidades básicas: procura sempre reconduzi-Io à situação de equilíbrio
dinâmico no
tempo
e espaço"Refere
também
que
“assistirem
enfermagem
é fazer pelo serhumano
aquiloque
elenão
pode
fazer por simesmo,
ajudarou
auxiliarquando
parcialmente impossibilitado
de
se autocuidar, orientarou
ensinar*, supervisionare encaminhar
a outros profissionais” (Horta, 1979, p. 30).19
A
partir destes conceitos a autora inferealgumas
proposições:“-As funções da(o) enfermeira(o)
podem
ser consideradasem
três áreas
ou
campos de
ação
distintos.a)
Área
específica: assistir o serhumano
no
atendimentode suas
necessidades
básicase
torná-Io independente desta assistência,quando
possível, pelo ensinodo
auto cuidado.b)
Área
de
interdependênciaou de
colaboração: asua
atividadena
equipede
saúde
nos
aspectosde manutenção,
promoção
erecuperação
da
saúde.c)
Área
social: dentrode sua atuação
como
um
profissional a serviçoda
sociedade, funçãode
pesquisa, ensino, administração, responsabilidade legale
de
participaçãona
associaçãode
classe.”Destacamos
alguns princípioscom
base
em
nosso
referencial:V'-“A
enfermagem
respeita emantém
aunicidade, autenticidade e individualidade
do
serhumano"
(Horta, 1979, p. 31).V'-“A
enfermagem
é prestadaao
serhumano
enão
ásua
doença
ou
desequiIíbrio" (Horta, 1979, p. 31).›è -“Todo
o
cuidadode enfermagem
é preventivo, curativoe de
reabilitação” (Horta, 1979, p. 31).
.ii-“A
enfermagem
reconhece
o serhumano como
elemento
participanteativo
no seu
auto-cuidado” (Horta, 1979, p. 31).</l-
O
atode educar
é inerenteao
cuidadode
enfermagem.
> -
O
ensinoaprendizagem
éum
processoem
que
cliente e profissionalde
enfermagem
desenvolvem suas
potencialidades.,“-
Para
que
aenfermagem
atue eficientemente, necessita desenvolver20
metodo
de
atuaçãoda
enfermagem
édenominado
processode enfermagem"
(Horta 1979, p. 31).Heidemann(1994,
p. 23), escreveque
“As
obras de Paulo Freire têmcomo
pano
de fundo o processo peda- gógico Iibertador. Pedagógico porque estabelece a 'educação'como
oprocesso possível ao partilhamento do conhecimento vivenciado
com
omundo
e domundo
entre os homens, não só pela troca objetiva de conhecer ocognicível,
mas também
pela transcendênciaque
este conhecer permite.Libertador porque o conhecer o cognicível implica
também
em
consciênciacrítica deste.
Na
medida que oshomens
criticizam, libertam-se natransformação e construção de si
mesmos
e do mundo.A
não partilha doconhecimento do
mundo
condiciona diferenças e contradições entre os homens, na medidaem
que uns interpretam e reproduzem o 'seu mundo'em
detrimento e negação do 'mundo do outro”,em
suma, nega-se o diálogo enquantomomento
de partilha ecomunhão
do mundo. “Novamente,
Freireapud Heidemann
(1994, p. 24), afirmaque
o
“diálogoe
uma
exigência existencial, éo
encontroem
que
se solidarizamo
refletire
o agirde
seus
sujeitosendereçados ao
mundo
a ser transformado [...]”. “Enquanto atos de criação, o diálogo é
também
instrumento de con-quista do
mundo
para libertação dos homens.O
diálogo não só é palavra ditamas
palavra-ação, à medida que sua essência é a própria expressão da'práxis' transformadora dos
homens
ecom
eles, domundo”
(Heidemann,1994, p. 24).
Freire (1981, p. 98),
argumenta
ainda que:“
A
educação autentica não se faz de 'A' para 'B' ou de 'A' sobre 'B',
mas
de 'A'com
'B',, mediatizados pelomundo
. [...].O que importa, realmente,
ao ajudar-se.[...].
E
fazê-Io agente de sua própria recuperação.E
pô-Ionuma
21
5.1
CONCEITOS
Utilizamos os seguintes conceitos:
Ser
Humano
“Ser
que
se distinguedos
demais
seresdo
universo porsua capacidade
de
reflexão, por serdotado
do
poder
de
imaginação
e simbolizaçãoe poder
unir presente,passado
e futuro” (Horta, 1979, p. 28).O
serhumano
édotado de
um
conhecimento
próprio, potencialidades,grande capacidade
de
aprendizagem
e criticidade, individualidade enecessidade
de
interagircom
outros seres, características estasque
tem
como
base sua
cultura e o
seu
ambiente. Ele éum
ser participantecapaz de
ser o sujeitode seu
próprio processode
cuidado.Ambiente
É
entendidocomo
conjuntode
condições geográficas, históricas, sociais,econômicas e
políticas,em
que
ohomem
está inseridoe
em
contínua e recíproca evolução e transformação.Nas
múltiplas relações sociais, o serhumano
(também
o cliente cirúrgico), se integra, participa e
toma
consciênciada
realidadeque
o
cerca e
da sua
própria realidade (Martins, 1995- adaptado).22
Enfermagem
“
É
a ciência e a arte de assistir o serhumano
no atendimento desuas necessidades
humanas
básicas (NHB), de torná-lo independente desta assistênciaquando
possível, pelo ensino do auto-cuidado, de recuperar, manter, promover a saúdeem
colaboraçãocom
outrosprofissionais “(Horta, 1979).
Assistir
em
enfermagem
é entendidocomo
cuidareducando.
"A
enfermagem
utiliza aeducação
em
saúde
no seu processo
de
cuidar para concretizar-seenquanto
prática social" (Martins, 1995).Saúde-doença
É
a relação dinâmicade
equilíbrio/desequilíbriodo
serhumano
em
suas
dimensões
biopsicossociais e culturaisque
refletemem
sua
capacidade/incapacidade para realizarsuas
atividades cotidianas.Consideramos
asaúde
um
direitode
cidadaniaque
deve
ser conquistada.Conforme
Horta (1979), estarcom
saúde
é estarem
equilíbrio dinâmicono
tempo
eno
espaço.Os
desequilíbriosgeram
no
homem,
necessidades
que
se caracterizam por estadosde
tensãoconscientesou
não quelo levam
a buscar satisfação.Quando
não
atendidasou
atendidasinadequadamente
trazem desconforto,que quando
prolongado écausa
de
doença.Prática
Educativa
É
um
processo participativode
ensino/aprendizagem
que
sepropõe
levaro
indivíduo a refletir criticamente sobre asua
realidade, contextualizando-ae identificando
seus
potenciais e limitações, visando asua
transformação e ado
ambiente. (Freire - adaptado).23
Cuidado
Refere-se à intervenção profissional
da
equipede
enfermagem
com
o cliente ocorrendode
forma participativaque
envolve disponibilidade,comprometimento,
autenticidade, diálogo, valorização, confiança, individualidade, visandosempre
resultados positivos para enfermeira e cliente (Patricio, 1990-Adaptado).
Cliente Cirúrgico
Ser
humano
que
se encontraem
situaçãode
intercorrência cirúrgica.5.2
PROCESSO
DE
ENFERMAGEM
“O
processode
enfermagem
(PE),pode
ser definidocomo
uma
atividadeintelectual deliberada, por
meio da
qual a práticada
enfermagem
éabordada
de
uma
maneira
ordenada
e sistemática” (George, 1993, p.24).Para
Horta (1979, p. 35), o “processode
enfermagem
é a dinâmicadas
ações
sistematizadas e inter-relacionadas, visando a assistênciaao
serhumano”.
Utilizamos o processode
enfermagem
do
HU-UFSC
que
tem
como
base
a teoria
das Necessidades
Humanas
Básicasde
Wanda
de
Aguiar Horta, enfatizandoeducação
em
saúde
a qualconsubstanciamos
com
aconcepção
pedagógica
de
Paulo Freire. Utilizamos aforma
de
RegistroWeed
que
será descritodetalhadamente na
seqüência.24
Histórico
de
Enfermagem
É
o
roteiro sistematizado para levantamentode dados
do
serhumano
-significativos para o(a) enfermeiro(a),
que
tornam
possível a identificaçãode suas
situações saúde-doença. (Horta, 1979, adaptado).'
Trata-se
da
primeira fasedo
processode
enfermagem
(PE).Os
dados
foram obtidos através de: entrevistas semi-estruturadasconforme
anexo
1(com
cliente, familiares, amigos);exame
físico (ausculta, palpação, percussão)e observação
(do paciente edo
ambiente).O
enfermeiroou
estudantede
enfermagem
ao
preencher o “históricode
saúde”,deve
observar as seguintes orientações:Q
Utilizar o “Roteiro para Históricode Enfermagem”,
que
orienta e sistematiza acoleta
de
dados, direcionando os cuidadosao
cliente cirúrgicono
prée
pós- operatório.=> Orientar-se pelos
“Padrões de Enfermagem”,
relacionandoao
método
de
assistência proposto.
=f> Consultar
o
“Roteirode
Observações”,que
se constituiem
documento
no
qualos
problemas, relacionados àsNecessidades
Humanas
Básicas estãoamplamente
apresentados.Diagnóstico
de
Enfermagem
Segundo George
(1993, p. 28):“O diagnóstico do profissional de
enfermagem
pode ser definidocomo
a identificação das respostas
humanas
e limitações de recursos do cliente,com
o objetivo geral de identificar e direcionar os cuidados do profissional deenfermagem.
A
formulação do diagnóstico identifica o problema de saúdereal ou potencial,
uma
deficiência ou preocupação do cliente quepodem
ser(25
O
diagnósticode
enfermagem
é
asegunda
fasedo
PE,onde
identificamos as potencialidades e limitaçõesque
necessitaram intervençõesnas
suas
NHB's
e
em
educação
em
saúde.O
diagnósticode
enfermagem
conforme
NANDA
(NorthAmerican
Nursing Diagnosis Association) é :
"Um
julgamento clinico das respostas do indivíduo, da família ou da comunidade aos processos vitais ou aos problemas de saúde atuais oupotenciais, os quais
fomecem
a base para a seleção das intervenções deenfermagem, para atingir resultados, pelos quais o enfermeiro é responsável
(Farias, 1990, p. 26).”
O
diagnóstico foi registrado logo a seguirao
histórico ena
falhade
evolução diária
no
item “A”do
SOAP
(Método de
RegistroWeed).
Planejamento
“O planejamento constitui a terceira fase do processo de enfermagem.
O
plano para estabelecer cuidados deenfermagem pode
ser descritocomo
a determinação daquilo que pode ser feito para auxiliar o cliente, e envolver oestabelecimento mútuo de objetivos e metas, o julgamento de prioridades e a elaboração de métodos para a solução de problemas reais ou potenciais”
(George, 1993, p. 33).
O
planejamento representa a(s) decisão(ões) paratomar
conduta(s) específica(s)baseada
no
diagnóstico.O
planode ações
estácontemplado na
etapado
planejamentoe
representa a operacionalização
dos
cuidadosde
enfermagem, obedecendo-se
uma
escalade
prioridades, sobre as situaçõessaúde-doença
identificadosno
26
Evolução
É
a última fasedo
processode enfermagem.
George
(1993, p. 34) definecomo
“a apreciaçãodas
mudanças
comportamentais
do
cliente,em
faceda ação
do
profissionalde
enfermagem".
Os
dados
da
evoluçãosão
obtidos pelo enfermeiro atravésda
visitadiária
ao
paciente;da observação
direta;da
entrevistacom
familiares;de
informações obtidas
de
outros profissionais;do
prontuário;da
passagem
de
plantão e/oudas
informações contidasnas "Observações
Complementares
de
Enfermagem”.
O
registro foi feito atravésdo
sistemaWeed,
organizadosob
aforma
de
SOAP
(dados
subjetivose
objetivos, análise e plano).Dados
subjetivossão
as informações eobservações do
cliente (família,amigos ou
responsáveis), sobre elemesmo,
ou
seja: oque
o
cliente sente,observa
e/ou acredita ser. .Dados
objetivossão observações ou
dados
mensuráveis, obtidos porelementos
da
equipede
saúde
e/ouenfermagem,
taiscomo
observações
clínicas(sinais, sintomas), resultados
de
exames que
requerem ações de enfermagem,
resultados
de
execução de
cuidados, tratamentos, orientações.A
análise explica e interpreta o significadodos
dados
objetivos e subjetivos,ou
seja, fazo
"Diagnósticode Enfermagem”.
Aqui o profissional registra a
sua
opinião sobrecomo
definir oproblema
num
graude
maior precisão. Avaliaao
mesmo
tempo
a evoluçãoda conduta
adotada
e a identificaçãode
novos
problemas.Devem
estar incluídas as razões para manter,mudar
ou
abandonar
uma
conduta.27
O
plano representa a decisão paratomar
uma
conduta especificabaseada
em
novos dados
ena
análise. O(a) enfermeiro(a) prescreve e evolui sobre o clientecomo
um
todo.5.3
REFLEXOES
ACERCA
DA APLICAÇAO
DO
REFERENCIAL
A
utilizaçãoda
Teoriadas Necessidades
Humanas
Básicasde
Wanda
de
Aguiar Hortaem
nosso
trabalho, foium
componente
facilitador, tendoem
vistaque
este já éo
referencial teórico desenvolvidono
HU-UFSC,
há mais de
15 anos.A
implementação dos
conceitos pedagógicos,de
Paulo Freire, veio reforçar a prática educativa já previstano
referencialde
Horta.Acreditamos
que
a prática educativa é inerenteao
cuidarem
enfermagem
e trabalhar a metodologiade
Paulo Freire trouxeconhecimento e
crescimento junto
ao
cliente cirúrgico.V
A
educação
em
saúde
éum
processoonde
o individuotem
a oportunidadede
buscar asua
plena cidadania econseqüente
melhoriade suas
condições
de
vida e saúde.Pensamos
que
isto faz partedo
cuidadode
enfermagem,
onde
nós
como
enfermeirasdevemos
fazer pelo serhumano
aquiloque
elenão pode
fazer por simesmo;
ajudarou
auxiliarquando
parcialmenteimpossibilitado
de
se auto cuidar, orientarou
ensinar, supervisionar eencaminhar
a outros profissionais,
com
base no
que
refere Horta (1979).Então, desta forma,
prestamos
um
cuidadode
enfermagem
ao
serhumano,
buscando
resgatarsuas
potencialidades atravésda
prática educativa.28
Hoje,
em
nosso
trabalhode
conclusãode
cursobuscamos
um
sabercientífico e Paulo Freire
pregou
que
para sechegar
ao
saber científico,é
precisoser levado
em
conta o saber popular,ou
seja, oque
cada pessoa
traz consigo,como
refere Doroti Martinsem
entrevistaao
Diário Catarinenseum
diaapós a
mortede
Paulo Freire (anexo 6).29
VI-
METODOLOGIA
~ 1
6.1
DIMENSAO
ETICA
DO TRABALHO
A
partirdo
momento
que
selecionávamos
os clientes,segundo
os
critérios previamente estabelecidos, estes foram esclarecidos
quanto
aos
seguintes pontos:
o
Apresentação das
acadêmicas,onde
ficou claro anossa
condiçãode
estudantes
de
enfermagem
sem
vinculo empregatíciocom
a Instituição;z Explicação à equipe
de
saúde
sobre a importânciada
participaçãodo
clienteno
trabalho edo porque da sua
escolha,bem
como
aforma
como
se daria a participação;o Possibilidade
de
experimentaruma
forma
diferentede
trabalhar aeducação
em
saúde
com
clientes cirúrgicos;o
Explanação
ao
cliente e à equipede
saúde
acercado
trabalhoque
estavasendo
desenvolvidoe dos
objetivos deste;o Informação quanto à liberdade
de
participarou
não do
trabalho,ou
de
declinar,sem
que
isto trouxesse prejuízosou
benefícios extras, por parteda
Instituição,30
o
Garantimos ao
cliente o anonimato, o respeito e sigilo acercados
dados
levantados; «
0
Garantimos
ao
cliente participantedo
trabalho, a possibilidadede
solicitarqualquer informação
eesclarecimento
a respeitodo
que
estavasendo
registrado sobre ele,bem
como
de
expressarsuas
opiniões,reclamações e
sugestões
frenteao
cuidado prestado eno
trabalhoque
estavasendo
realizado;
'
o
Em
todasas
fasesdo
estudo, foram respeitados os direitos autoraisdos
documentos,
artigos, livrose
outras publicações consultadas.Tendo
conhecimento de
todos estes itens,deixamos
claro, ainda,que
só iriamoscomeçar
com
o trabalho a partirdo
momento
que
tivéssemoso
consentimento
do
cliente,sendo
estauma
decisão exclusivado
mesmo.
Só
assim
o incluímos
em
nossa
clientela.6.2
PLANEJAMENTO
DAS
AÇOES
Entendemos que
planejamento é o trabalhode preparação
para o alcancede
determinada
situação almejadaque
tenhaum
modo
mais
efetivo eeficiente,
com
a melhor concentraçãode
esforços e recursos pela Instituição.Segundo
Kurcgantapud
Jacob
eSantos
(1995, p. 17), “o planejamentoenvolve, portanto, raciocínio, reflexão e análise sobre a
maneira
de
realizardeterminadas
tarefas,bem
como
asua
abrangência".A
descriçãodos
objetivos, operacionalização e avaliaçãodas ações ou
atividadesdo
presente trabalho, estãosumarizadas nos quadros
a seguir:a
_n Ia ___" S F t _mW
B
9
M
É/ M/ /Jfifi
e
wu UF nsWC
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