• Nenhum resultado encontrado

EFEITO DA ACUPUNTURA NOS NÍVEIS DE FORÇA DE PREENSÃO EM ATLETAS DE JIU-JITSU – ESTUDO EXPERIMENTAL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "EFEITO DA ACUPUNTURA NOS NÍVEIS DE FORÇA DE PREENSÃO EM ATLETAS DE JIU-JITSU – ESTUDO EXPERIMENTAL"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

Contato: Denise Veloso Queiroz Moreira - develom09@gmail.com

Efeito da acupuntura nos níveis de força de

preensão em atletas de jiu-jitsu – estudo

experimental

Effect of acupuncture on levels of handgrip strength in jiu-jitsu

athletes – an experimental study

Denise V. Q. Moreira1 Luciana Mara Silva1 Daniela T. Casagrande1

1Faculdadede Tecnologia

IBRATE

Recebido: 27/09/2018 Aceito: 04/12/2018

RESUMO: O Jiu-jitsu é um esporte de contato direto com o adversário, que exige dos atletas torções e

movimentos musculares rápidos e com grande esforço muscular. Durante a luta de Jiu-Jitsu, o atleta encontra-se em contato com o adversário na maior parte do tempo e, para manter essa posição, necessita de realizar movimentos sucessivos de preensão, o que demonstra a importância de uma função muscular adequada para esse movimento específico. A acupuntura está se expandindo, com uma demanda crescente no ambiente esportivo não só como método de tratamento, mas também como terapia de melhoria no desempenho físico. O objetivo foi avaliar o efeito imediato da acupuntura nos níveis de força de preensão manual em atletas de Jiu-Jitsu. O estudo foi do tipo ensaio clinico-experimental, cego por parte de um dos avaliadores, com avaliação quantitativa. Participaram deste estudo 16 atletas, com idades variando de 18 a 45 anos, de ambos os sexos. Os voluntários foram alocados de forma aleatória em alternância sequencial em um dos dois grupos: Grupo 1: Intervenção (GI n=8) e Grupo 2: Controle (GC n=8). Os acupontos selecionados neste estudo foram IG4 (Hegu) e TA5 (Waiguan). Todos os participantes realizaram o teste de dinamometria antes e após a intervenção. Foram utilizadas agulhas filiformes descartáveis 0,25X30mm. Os resultados mostraram que houve variação na força entre os momentos antes versus pós intervenção, sendo maior no GI de 2,83 (kgf) para a força da preensão na mão direita (p=0,01) e 1,44 (Kgf) para a preensão da mão esquerda (p= 0,25) e o GC apresentou variação de 0,44(kgf) (p=0,79) na preensão da mão direita e 0,31(kgf) (p=0,82) para a preensão da mão esquerda. Conclui-se que o grupo que recebeu agulhamento nos acupontos selecionados apresentou alteração na força (kgf) da preensão de ambas as mãos de forma mais significativa que o grupo que não recebeu acupuntura.

Palavras-chave: Acupuntura; Atletas; Força de Preensão Manual.

MOREIRA DVQ, SILVA LM, CASAGRANDE DT. Efeito da acupuntura nos níveis de força de preensão em atletas de jiu-jitsu – estudo experimental. R. bras. Ci. e Mov 2019;27(3):59-66.

ABSTRACT: The Jiu-Jitsu is a sport of direct contact with the opponent, which requires of the athletes

twists and muscle movements fast and with great muscular effort. During the Jiu-Jitsu fight, the athlete is in contact with the opponent most of the time and, in order to maintain this position, he needs to perform successive movements of prehension, which demonstrates the importance of a muscular function suitable for this movement. Acupuncture is expanding, with a growing demand in the sports environment not only as a treatment method but also as a therapy for improving physical performance. The objective was to evaluate the immediate effect of acupuncture on handgrip strength levels in Jiu-Jitsu athletes. The study was of the clinical-experimental type, blind by one of the evaluators, with quantitative evaluation. Sixteen athletes, ranging in ages from 18 to 45 years, of both sexes, participated in this study. The volunteers were randomly allocated in sequential alternation in one of two groups: Group 1: Intervention (GI n = 8) and Group 2: Control (GC n = 8). The acupoints selected in this study were IG4 (Hegu) and TA5 (Waiguan). All participants performed the dynamometry test before and after the intervention. Was used 0.25X30mm disposable filiform needles. The results showed that there was a variation in the force between the moments before and after the intervention, superior with a GI of 2.83 (kgf) for the right-hand prehension strength (p = 0.01) and 1.44 (Kgf) for the prehension of the left hand (p = 0.25) and the CG presented a variation of 0.44 (kgf) (p = 0.79) in the right-hand prehension and 0.31 (kgf) (p = 0.82) for the prehension of the left hand. It was concluded that the group that received needlework in the selected acupoints showed a change in the grip strength (kgf) of both hands more significantly than the group that did not receive acupuncture.

(2)

Introdução

O Jiu-Jitsu é uma luta marcial de origem japonesa que utiliza essencialmente golpes de alavancas, torções e pressões para levar um oponente ao chão e dominá-lo. Durante a luta, o atleta encontra-se em contato com o adversário na maior parte do tempo e, para manter essa posição, necessita realizar movimentos sucessivos de preensão, o que demonstra a importância de uma função muscular adequada para esse movimento específico. Aliada aos aspectos táticos e técnicos, a força de preensão manual estática e dinâmica, é essencial para um bom desempenho, sendo considerada fator determinante durante a luta1,2,3. Contudo, poucos estudos existem sobre essa modalidade.

A força muscular pode ser considerada uma das principais capacidades físicas a ser desenvolvida durante o processo de treinamento dos atletas de Jiu-jitsu4 e por esse motivo, torna-se imprescindível o seu treinamento e manutenção5,6. A força isométrica máxima e principalmente a sua resistência são importantes para o Jiu-jitsu, principalmente pela necessidade de domínio e sustentação da "pegada", realização das posições e controle do espaço e movimentação do adversário3,7. A força de preensão manual é um importante resultado para diferenciar o rendimento dos competidores de Jiu-Jitsu8.

Dentre as manifestações da força é difícil determinar qual é a mais importante. Dependerá de diversos fatores como técnica utilizada, tática do adversário, tipo do golpe e posição executada. Além disso, para cada situação durante a luta a força será manifestada de forma diferente9.

Os atletas de Jiu-jitsu são submetidos a tarefas intermitentes e de alta intensidade, dessa foram é fundamental a identificação de estratégias que promovam de maneira mais eficiente a recuperação e manutenção muscular nessa população10. E neste cenário, a acupuntura tem sido sugerida como uma técnica para melhorar o rendimento esportivo11,12, facilitar a recuperação de atletas tanto pelo imediatismo da recuperação como pela ausência de efeitos colaterais. A acupuntura além de tratar uma grande variedade de doenças, como no tratamento de dores crônicas e agudas de diversas origens13, tem sido utilizada por atletas profissionais e amadores, a fim de modular o bem-estar físico e emocional, acelerar o processo de recuperação pós-treino, pós-competição, e alcançar um nível mais elevado de performance14,15. A estimulação de determinados acupontos tem sido recomendado por alguns autores para melhorar o desempenho físico, variáveis metabólicas e plasticidade muscular15.

Rocha et al.16 avaliaram o efeito agudo da acupuntura sobre a força de acupuntura sobre dinamometria manual e a resistência muscular localizada de membros superiores em praticantes de exercício resistido. Os autores concluíram que houve um aumento para força de preensão palmar para o grupo que recebeu acupuntura (GE) e uma diminuição para o grupo que não recebeu acupuntura (GC), porém não houve aumento estatisticamente significativo para a resistência muscular localizada tanto no GE quanto no GC. Franco17 avaliou o efeito da acupuntura sobre o desempenho esportivo em bombeiros, utilizando um teste de banco de Harvard. Através deste teste, foi medida a frequência cardíaca pré e pós-tratamento. Os resultados mostraram que não houve diferença significativa entre os dois grupos. Entretanto, a análise da quantidade de subidas e descidas no banco de Harvard dos grupos GE e GC apresentou-se estatisticamente mais significativo no GE sem alteração da FC indicando desempenho melhor dos voluntários que realizaram as sessões de acupuntura.

Embora ainda sejam escassos os estudos da efetividade da acupuntura no âmbito esportivo, os resultados tem-se mostrado favorável à utilização dessa técnica nessa população, pois sabe-tem-se que a busca por melhores resultados nos esportes vem aumentando significativamente, assim como a preocupação de técnicos e atletas em melhorar a condição física sem que isso prejudique a saúde do atleta e o mesmo tenha que recorrer a substâncias ilícitas. Diante do exposto, será a acupuntura um caminho para favorecimento no rendimento esportivo para atletas? Assim, este estudo avaliou o efeito imediato da acupuntura nos níveis da força (kgf) de preensão manual em atletas de jiu-jitsu.

(3)

R. bras. Ci. e Mov 2019;27(3):59-66. Materiais e métodos

Participantes

Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e o estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Tecnologia IBRATE sob o número: 1.933.846.

Participaram deste estudo, 16 participantes atletas de Jiu-jitsu de ambos os sexos (7 mulheres e 9 homens). Os valores médios de idade, estatura, massa corporal e índice de massa corporal estão apresentados na Tabela 1. Para fazer parte desse estudo os participantes deveriam treinar no mínimo 4 vezes na semana, ser graduados com faixa acima da azul não fazer uso de medicamentos, como relaxamento muscular ou anti-inflamatório até 3 dias antes da intervenção, não poderiam apresentar dor ou lesão musculo articular em membros superiores. Os participantes foram orientados a não receber massagem ou acupuntura até 3 dias antes dos procedimentos e não poderiam fazer uso de suplementos nutricionais, medicamentos com características para melhoria do desempenho físico ou recursos ergogênicos que pudessem comprometer o resultado do teste físico proposto para o estudo.

Após o estabelecimento dos fatores de inclusão e exclusão, os integrantes dos grupos amostrais da pesquisa foram alocados de forma aleatória em alternância sequencial para pertencerem a um dos dois grupos, Grupo intervenção (GI) n=8 (com 3 mulheres e 5 homens) e Grupo controle (GC) n=8 (com 4 mulheres e 4 homens), sem propiciar nenhuma possibilidade de previsão da alocação.

O estudo foi do tipo ensaio clinico-experimental, cego por parte de um dos avaliadores, com avaliação quantitativa. Todos os participantes foram atendidos em uma academia de artes marciais situada na cidade de Curitiba-PR. Os procedimentos, teste físico e acupuntura, foram realizados em um momento antes do treino. Inicialmente todos os voluntários realizaram o teste de preensão manual em ambas as mãos, e na sequencia o GI recebeu o agulhamento e o GC permaneceu em repouso pelo mesmo tempo que o GI e após o período de repouso todos os voluntários realizaram pela segunda vez o teste de preensão manual. O teste de dinamometria manual foi realizado por uma das pesquisadoras, educadora física, que não sabia a qual grupo o participante pertencia.

Tabela 1. Características antropométricas dos participantes.

Grupo N Idade (anos) Peso (Kg) Altura (cm) IMC

Acupuntura 8 31 + 5,74 70 + 8,70 168,8 + 6,09 25,56 + 1,7

Controle 8 30 + 7,1 66 + 8,4 165,8 + 5,4 24 + 1,6

Procedimentos para o Teste Preensão Manual

Um dinamômetro manual marca Takey, devidamente calibrado, foi utilizado para avaliar os níveis de força de preensão das mãos.

Para a execução do teste de preensão manual, seguiu-se o protocolo de Heyward18. Os atletas foram orientados a se posicionarem na posição em pé, com o peso do corpo distribuídos nas duas pernas, ombros alinhados e com os braços estendidos ao lado do corpo, com o antebraço em rotação neutra, em posse do dinamômetro manual, iniciando com a mão direita, o voluntário recebeu comando para exercer força de contração máxima de preensão manual, foram orientados a não flexionar os cotovelos e punhos ou encostar o aparelho na coxa durante a execução. Foi explicado aos participantes que deviam esperar o comando do avaliador para iniciar a realização de cada preensão. A alavanca de pega do aparelho foi ajustada de acordo com o tamanho da mão de cada voluntário, de forma que a haste mais próxima do corpo do dinamômetro estivesse posicionada sobre as segundas falanges dos dedos: indicador, médio e anular. Foram realizadas três repetições de contrações de força máxima na mão direita e na mão esquerda, e foi considerada a média das três medidas de cada mão para análise dos resultados dos momentos antes e depois da intervenção. O dinamômetro

(4)

foi recolhido pelo avaliador após a realização de cada preensão a fim de realizar a leitura e anotar o resultado alcançado, permitindo também ao voluntário tempo para descanso muscular entre as execuções, o que variou em torno de 5 segundos sendo o mesmo devolvido ao voluntário para a realização da próxima preensão.

O tempo de contração foi no máximo de 3 segundos, porém quando o ponteiro do dinamômetro travava sob determinado valor, o avaliador solicitava que o voluntário interrompesse a execução da preensão e o aparelho retirado para a realização da leitura. Os autores Fernandes & Marins19, recomendam que 3 segundos de contração máxima seja suficiente para registrar a leitura da força de preensão manual, sem causar dessa forma alteração significativa na pressão arterial e frequência cardíaca, o que torna o teste seguro para a maior parte da população.

Acupuntura

A acupuntura foi aplicada de forma aguda (uma única sessão). Após a execução do teste de dinamometria manual os voluntários do GI foram orientados a deitar confortavelmente da maca para receberem o agulhamento nos acupontos selecionados para este estudo. Os acupontos utilizados foram: IG4 (Hegu), situado na metade do 2° metacarpo, entre o 1° e 2° ossos metacarpos, e o TA5 (Waiguan), situado a duas polegadas proximais a prega dorsal do punho, entre os ossos rádio e ulna. A escolha desses acupontos foi baseada no efeito energético e orgânico destes sobre o organismo e sugerido por autores e estudos já realizados sobre seu uso no ambiente esportivo20,21. Os acupontos foram aplicados bilateralmente e os participantes permaneceram em repouso com as agulhas inseridas por 20 minutos. As agulhas foram estimuladas até que o voluntário relatasse a sensação do “DeQi”, que corresponde a um leve “choquinho”, possível formigamento, ou peso no corpo22. Utilizaram-se agulhas descartáveis em aço inoxidável

0,25x30mm. Análise estatística

Para análise dos dados foi realizada uma estatística descritiva com comparação de média e desvio padrão. Para verificar a distribuição da amostra foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov e para a homogeneidade, o teste de Levene. Para analise entre os momentos pré e pós-intervenção, foi utilizado Test t de Student e para comprovação estatística foi adotado o p ≤ 0,05. Foi utilizado o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0.

Resultados

A Figura 1 demonstra que os participantes que receberam acupuntura, apresentaram maior variação da força em ambas as mãos, porém para a força de preensão da mão direita houve uma alteração significativa (p=0,01) o que não ocorreu na força de preensão da mão esquerda (p=0,25).

No grupo controle, a variação da força de preensão manual não apresentaram alterações significativas, para a mão direita (p=0,79) e na mão esquerda (p=0,82).

(5)

R. bras. Ci. e Mov 2019;27(3):59-66. Discussão

Os resultados deste estudo mostraram que a ação imediata da acupuntura em determinados acupontos, promoveu uma variação na força de preensão manual no grupo que sofreu agulhamento em relação ao grupo que não recebeu acupuntura.

O grupo GI quando comparado como GC, teve maior variação da força de preensão da mão direita apresentando significância estatística de p=0,01, o que não ocorreu na mão esquerda ou em ambas as mãos no GC. A amostra selecionada neste estudo, 15 deles são destros, o que pode justificar um resultado maior do lado dominante, conforme mostrou a variação ocorrida do lado direito de 2,83(Kgf) e do lado esquerdo 1,44(Kgf). Caporrino et al.23 relatam que a diferença percentual entre mão dominante e não dominante é de 10%, porém Petersen et al.24 realizaram um estudo que desafia a regra dos 10% de variabilidade na força entre as mãos, nesse estudo a força de aperto e dominância das mãos: encontraram uma diferença de 11% quando compararam escores de força da mão dominante e não dominante nos 310 participantes de seu estudo. Entretanto, quando eles avaliaram os indivíduos separadamente, foi verificado que os indivíduos destros mostraram uma diferença de força de 13% entre as duas mãos enquanto indivíduos com dominância esquerda mostraram uma diferença de força de 0,08%.

No presente estudo, a lateralidade pode ter influenciado no resultado de uma maior variação da força na mão direita em ambos os grupos, apresentando significância estatística (p=0,01) na força de preensão (Kgf) da mão direita no GI. O mesmo ocorreu no estudo de Franchini et al.25 em que houve predomínio de força de preensão palmar para mão direita, dos 22 atletas avaliados, 21 eram destros. O autor supõe que o lado dominante dos atletas pode ter influenciado no resultado do seu estudo.

A força de preensão manual é exigida em modalidades específicas, em que o nível de força gerado pode ser o diferencial entre a vitória e a derrota. Para avaliar a força de preensão palmar o dinamômetro é considerado o instrumento que se destaca19,pois consiste em um sistema hidráulico de aferição relativamente simples, por fornecer leitura rápida e direta, além de sua fácil utilização em diferentes campos de pesquisa25.

No ambiente esportivo, a busca por técnicas que melhorem o rendimento físico é constante, e nesse cenário a acupuntura tem se mostrado, entre outros benefícios26,27, como técnica capaz de favorecer o aumento da força28-30, além de fornecer evidencias da sua eficácia nos distúrbios musculo esqueléticos31,32. Achados sugerem que um protocolo de acupuntura pode ser benéfico para melhorar a força muscular. Um estudo para treinamento de força indicou que um tratamento de acupuntura levou a mudanças duradouras na excitabilidade e plasticidade corticomotoras em atletas33.

Luna e Fernandes11 verificaram a força máxima dinâmica e explosiva, em jovens velocistas após acupuntura, os resultados mostraram melhora significativa na força máxima dinâmica e na força explosiva, concluindo que a acupuntura melhorou a desempenho físico de atletas.

A acupuntura foi utilizada para testar a força e a resistência muscular em jovens saudáveis usando dinamômetros e eletromiografia. Embora os resultados de resistência não tenham mudado, os dados eletromiográficos foram diferentes nos músculos que receberam acupuntura, sugerindo que a acupuntura pode influenciar a atividade neuromuscular34.

Em contrapartida, Mendes35 avaliou o efeito da acupuntura na força de preensão em idosos, os resultados mostraram que não houve diferença estatística entre os grupos.

Rocha et al.16 avaliaram se a acupuntura, poderia alterar a resistência muscular e a preensão manual em sujeitos praticantes de atividade física e observaram aumento no número de repetições no exercício resistido e a força de preensão revelou aumento pós acupuntura.

Siqueira36 analisou parâmetros relacionados à dor em joelhos correlacionando com os parâmetros de força em corredores submetidos ao tratamento por acupuntura. A média de força do membro afetado foi de 20kgf para 27kgf

(6)

após o tratamento e para o membro contralateral, a força de 22kgf e após a acupuntura foi para 27,90kgf, concluindo que a acupuntura mostrou-se eficaz na diminuição da sintomatologia dolorosa em joelhos e interferiu no ganho de força equilíbrio muscular.

Devido à duração dos combates que ocorrem no Jiujitsu, é possível que ocorra uma queda no desempenho, devido à instalação da fadiga muscular37. Ma et al.34 avaliaram o efeito da acupuntura na fadiga muscular, o que leva a uma possível diminuição no rendimento da força no desempenho do atleta, os resultados revelaram o mecanismo bioquímico subjacente do efeitos de antifatiga apresentados pela acupuntura e forneceu dados experimentais para a possível aplicação da acupuntura nos esportes.

O exercício e a acupuntura foram relatados como tendo vários efeitos fisiológicos comuns sobre o ser humano. O exercício físico e a acupuntura foram sugeridos para atenuar o sistema nervoso e para produzir efeitos semelhantes nos sistemas cardiovascular e pulmonar, produzindo respostas neuroendócrinas semelhantes34.

A acupuntura há milhares de anos é reconhecida pelo seu efeito clinico terapêutico, porem no ambiente esportivo, ainda há carências de pesquisas com parâmetros metodológicos controlados, com grandes amostras e com diferentes esportes. A ação da acupuntura, sendo ela realizada de forma imediata ou com um percurso de tratamento, mostra-se como uma opção de terapia coadjuvante na performance do atleta.

Conclusões

Faz parte da vida dos atletas a busca incessante pela superação de seus limites e melhoria de seu desempenho e pequenos ganhos em variáveis físicas, podem conduzi-lo ao pódio, dessa forma, qualquer técnica que possibilite esses ganhos são extremamente importantes.

Neste estudo, a aplicação da acupuntura nos acupontos IG4(Hegu) e TA5(Waiguan) em atletas de jiu-jitsu mostrou que, foi capaz de alterar o comportamento da força (kgf) após uma única aplicação de maneira significativa principalmente na mão dominante dos atletas.

Ainda são escassos estudos do uso da acupuntura nos esportes, porem, os achados deste estudo pode indicar que estímulos gerados pela aplicação da agulha de acupuntura podem influenciar músculos necessários para a geração de força, contribuindo para melhor eficiência no treinamento desta variável.

Perante os resultados deste estudo, sugere-se que outros estudos sejam realizados, utilizando-se outros esportes com características fisiológicas diferentes, para corroborar se as alterações nos níveis de força da preensão encontrados neste estudo foram provocadas pela acupuntura, dessa forma poderia mostrar que a acupuntura possui provável efeito ergogênico e se um tratamento com acupuntura em longo prazo possibilitaria maior alteração nos níveis da força.

Referências

1. Andreato LV. Bases Para Prescrição Do Treinamento Desportivo Aplicado Ao Brazilian Jiu-Jitsu. Conexões: revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP. 2010; 8(2): 174-186.

2. Oliveira M, Moreira D, Godoy JRP, Cambraia AN. Avaliação da força de preensão palmar em atletas de jiu-jitsu de nível competitivo. R. bras. Ciencia e Mov. 2006; 14(3): 63-70.

3. Jones NB, Ledford E. Strength and Conditioning for Brazilian Jiu-jitsu. Strength and Conditioning Journal. 2012; 34(2): 60-69.

4. Costa EC, Santos CM, Prestes J, Silva B, et al. Efeito agudo do alongamento estático no desempenho de força de atletas de jiu-jítsu no supino horizontal. Fit. Perform. J. 2009; 8(3): 212-217.

5. Del Vecchio FB, et al. Análise morfo-funcional de praticantes de brazilian jiu-jitsu e estudo da temporalidade e da quantificação das ações motoras na modalidade. Mov Percepc. 2007; 7(10): 263-281.

6. Franchini E, Del Vecchio FB. Preparação física para atletas de Judô. São Paulo: Phorte; 2008.

(7)

R. bras. Ci. e Mov 2019;27(3):59-66.

praticantes de Brazilian Jiu-Jitsu? - Rev Bras de Ci Mov. 2014; 22(1): 90-96.

8. Costa RP e Oliveira FB. Mensuração da Força de Preensão Palmar em Atletas de Jiu-Jitsu. VII Congresso Goiano de Ciências do Esporte. Ciência & Compromisso Social: Implicações na/da Educação Física e Ciências do Esporte. (s/a). 9. Silva BVC, Marocolo MJ, Lopes CR, Mota GR. Brazilian Jiu-Jitsu: Aspectos do Desempenho. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. 2012; 6(31): 195-200.

10. Belmiro H, Oliveira DV, Camilotti CM. Efeitos da Acupuntura no Desempenho Motor de Atletas. CONEXÕES: Revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP. 2013; 11(3): 176-191.

11. Luna MP, Fernandes Filho J. Efeitos da acupuntura na performance de atletas velocistas de alto rendimento do Rio de Janeiro. Fitness & Performance Journal. 2005; 4(4): 199-214.

12. Malveira CL, Souza FCS, Rocha TBX. Biomechanical analysis of isometric motion in ride before and after application of acupuncture: a preliminary study Motricidade. 2012; 8(2): 630-630.

13. Menezes CRO, Moreira ACP, Brandão WB. Base neurofisiológica para compreensão da dor crônica através da Acupuntura. Rev Dor. 2010; 11(2): 161-168.

14. Rossetto SC. Acupuntura nos esportes. São Paulo: Phorte; 2009; 128p.

15. Santos VC, Kawano MM, Banja RA. Acupuntura na melhora da performance em atletas Juvenis de handebol. Revista Saúde e Pesquisa. 2008; (1)3: 331-335.

16. Rocha AYMA, Castro DO, Moriya NMN, Souza HÁ, Godoy JRP Efeito da acupuntura sobre dinamometria manual e a resistência muscular localizada de membros superiores em praticantes de exercício resistido. Universitas: Ciências da Saúde. 2015; 13(1): 9-15.

17. Franco RS. Avaliação do Efeito da Acupuntura sobre o Desempenho Físico pelo Teste do Banco de Harvard. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica da Universidade de Mogi das Cruzes; 2012.

18. Heyward VH. Advanced fitness assessment and exercise prescription. 6. ed. New Mexico (EUA): Human Kinetics; 2010. p. 129-150.

19. Fernandes AA, Marins JCB. Teste de força de preensão manual: análise metodológica e dados normativos em atletas. Fisioter. Mov. 2011; 24(3): 567-578.

20. Alves O. Os Benefícios Da Acupuntura Sistêmica Na Melhora da Performance Em Atletas de Corrida de Meio Fundo. [Monografia]. Curitiba: Universidade Estadual Do Norte do Paraná – UENP. Instituto Brasileiro de Therapias e Ensino; 2011.

21. Lian Y, et al. Atlas gráfico de acupuntura: um manual ilustrado dos pontos de acupuntura. São Paulo: Konemann; 2005.

22. Maciocia G. The foundations of chinesemedicine: A comprehensive text for acupuncturists and herbalists. 2. ed. London: Churchill Livingstone/Elsevier; 2015.

23. Caporrino FA, Faloppa F, Santos JBG, Soares FHC, Nakachimas RL, Segre NG, et al. Estudo Populacional da Força de Preensão Palmar com o Dinamômetro Jamar. Rev Bras Ortop. 1998; 33(2).

24. Petersen P, Petrick M, Connor H, Conklin D. Grip Strength And Hand Dominance: Challenging The 10% Rule. Am J Occup Ther. Bethesda 1989; 43(7): 444-447.

25. Franchini E, Takito MY, Pereira, JNC. Frequência cardíaca e força de preensão manual durante a luta de jiu-jitsu. http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires. 2003; 9(65). [2017 jan 02].

26. Huang LP, Zhou S, Lu Z, Tian Q, Li X. Bilateral effect of unilateral electroacupuncture on muscle strength. J Altern Complement Med. 2007; 13(5): 539-46.

27. Toda S. Effect of Acupuncture on Carnitine for Skeletal Muscle Fatigue. Chinese Medicine. 2012; (3): 9-12. 28. Hubscher M, Vogt L, Ziebart, T, Banzer W. Immediate effects of acupuncture on strength performance: a randomized, controlled crossover trial. Eur J Appl Physiol. 2010; 110(2): 353-8.

29. Ozerkan KN, et al. Comparison of the effectiveness of the traditional acupuncture point, ST. 36 e Omura's ST. 36 Point (True ST. 36) needling on the isokinetic knee extension and flexion strength of young soccer players. Acupunct Electrother Res. 2007; 32(1-2): 71-79.

30. Zhou S, et al. Bilateral effects of 6 weeks' unilateral acupuncture and electroacupuncture on ankle dorsiflexors muscle strength: a pilot study. Arch Phys Med Rehabil. 2012; 93(1): 50-5.

(8)

controlled pilot study. BMC complementary and alternative medicine. 2007; (7): 35.

32. Hubscher M, Vogt L, Bernhorster M, Rosenhagen A, Banzer W. Effects of acupuncture on symptoms and muscle function in delayed-onset muscle soreness. J Altern Complem Med. 2008; 14(8): 1011-1016.

33. Pelham TW, Holt LE, Stalker R. Acupuncture in Human Performance. Journal of Strength and Conditioning Research. National Strength & Conditioning Association. 2001; 15(2): 266-271.

34. Ma H, Liu X, Wu Y, Zhang N. The Intervention Effects of Acupuncture on Fatigue Induced by Exhaustive Physical Exercises: A Metabolomics Investigation. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine; 2015.

35. Mendes GS. Efeitos da acupuntura na força muscular e nos mediadores inflamatórios de idosos com sarcopenia. [Dissertação de Mestrado]. Brasília: Universidade Católica de Brasília; 2015.

36. Siqueira APR. Eletromiografia e teste de força máxima para avaliação de protocolo de acupuntura para dor de joelho de corredores. [Dissertação de Mestrado]. Curitiba: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica da

Universidade Tecnológica Federal do Paraná; 2016.

37. Andreato LV. Respostas fisiológicas e análise técnico-tática em atletas de Brazilian Jiu-Jitsu submetidos à luta fragmentada e simulação de competição. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo; 2014.

Referências

Documentos relacionados

3401063 MARILDA FRANCO DE MOURA Doutor LETRAS/COMÉRCIO EXTERIOR 12. 3401063 MARILDA FRANCO DE MOURA Doutor LETRAS/COMÉRCIO

Este trabalho propõe o desenvolvimento de um projeto gráfico editorial de uma revista customizada para um estúdio de tatuagem, com auxílio do Método Sistemático para De-

Biomodelling – a technique that join medical imaging with additive manufacturing in order to obtain physical models will be used, and applied to mandible situation, with

Nosso estudo analisa o lugar do discurso como prática de transformação social, baseado nos pressupostos conceituais e analíticos instituídos por Norman Fairclough (mudança

A notícia mostra, entretanto, que o governo americano acaba sendo pressionado a iniciar um processo de tomada de decisões com relação às drogas ilícitas e sua associação (seja

A partir da avaliação e comparação das características da força de preensão manual entre atletas praticantes de judô, aikido, jiu-jitsu e remo, pesquisadores concluíram

A pesquisa conduzida na área de influência do reservatório da referida hidrelétrica visa atender tais carências por meio de um experimento em dois blocos distintos com

No artigo Academics VS Critics, David Bordwell aponta distâncias que separam o meio acadêmico (film studies – Estudos de Cinema) da crítica cinematográfica na imprensa e,