• Nenhum resultado encontrado

Desafios das ações afirmativas de educação: análise da concessão das bolsas de estudos aos indígenas no ProUni durante o governo Dilma (2011 a 2016)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Desafios das ações afirmativas de educação: análise da concessão das bolsas de estudos aos indígenas no ProUni durante o governo Dilma (2011 a 2016)"

Copied!
13
0
0

Texto

(1)

Desafios das ações afirmativas de educação: análise da concessão das bolsas de estudos aos indígenas no ProUni durante o governo Dilma (2011 a 2016).

Resumo:

Ingressar e concluir o ensino superior pode ser um longo percurso sobretudo para etnias com menor representatividade populacional ou cultural. Para aumentar a representatividade dos indígenas, algumas ações afirmativas foram realizadas como a concessão de cotas para as universidades públicas ou o Programa Universidade para Todos - ProUni direcionado ao acesso às instituições de ensino privadas. Diante do contexto de abertura ao acesso dessas populações no ensino superior, o objetivo desse trabalho foi elencar categorias de interesse que possam evidenciar a dinâmica da concessão de bolsas de estudo para os indígenas no Programa. São elas: quantidade de bolsas concedidas no período, sexo predominante, tipo de concessão de bolsas (parcial ou integral), instituições, suas regiões e cursos que mais concedem bolsas. Como resultados obtidos têm-se que a concessão aos indígenas foi proporcional às outras etnias que também compunham o programa. Homens e mulheres tiveram acesso semelhante na concessão. Notou-se também que no ano final do programa as bolsas parciais sofreram aumento em relação às integrais. Já quanto a qualidade das instituições, percebeu-se que a maioria delas apresenta qualidade baixa ou média, exibindo notas mínimas requeridas para funcionamento, de acordo com as avaliações federais. De forma geral, a participação das regiões é equivalente no contexto das Instituições que mais concedem bolsas apresentando uma diferença apenas no Nordeste e Centro-Oeste. Quanto aos cursos, prevaleceram os da área das Ciências Sociais Aplicadas como Administração e Direito que, de forma geral, estudam a vida em sociedade dos indivíduos e grupos humanos, apresentando bastante coerência quando analisa-se a necessidade do conhecimento para a emancipação e inserção desses povos na sociedade brasileira.

(2)

1 Introdução

Independentemente de cor, etnia ou sexo, o ser humano é um indivíduo em crescimento constante que precisa de apoio para seu desenvolvimento pessoal e, nessa trajetória, contribuir para a construção da sociedade. Para isso, acessar os conhecimentos disponíveis se torna fundamental e o ensino superior pode ser um dos diferenciais nesse caminho. Contudo, chegar até ao diploma de graduação pode ser um percurso longo para aquele que não teve acesso à uma sólida formação escolar; para ingressar em uma instituição pública, ou não possui poder aquisitivo; para se inserir nas instituições privadas.

No cenário indígena, esses problemas ainda se agravam pela falta de recursos com foco em sua permanência, estratégias de acompanhamento à sua formação, ou tampouco mecanismos de adaptação dos currículos universitários com conhecimentos compatíveis e pertinentes à realidade desse grupo (DE SOUZA LIMA, 2012).

De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o Brasil tem atualmente uma população de 817 mil indígenas, o que representa 0,4% do total nacional (BRASIL, 2012). Os últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP (BRASIL, 2016), revelaram que o país possuiu mais de 8 milhões de matrículas no ensino superior. Destas, mais de 6 milhões no ensino privado; com 36.678 indígenas, no ensino particular, contra 12.348, no ensino público.

Para aumentar a representatividade desses grupos, no contexto do ensino superior, algumas ações afirmativas foram realizadas, como a concessão de cotas para as universidades públicas ou o Programa Universidade para Todos direcionado ao acesso às instituições de ensino privadas. Diante desse contexto de abertura ao acesso de populações com pouca representatividade no Ensino Superior, têm-se o problema de pesquisa desse trabalho: Como se deu a dinâmica de concessão de bolsas de estudos para os indígenas, no ProUni, no período do Governo Dilma (2011 a 2016)?

A importância científica e social desse trabalho está em suas contribuições para o direcionamento das políticas afirmativas de inclusão, ampliando as possibilidades para estudos futuros.

(3)

Seu objetivo é elencar categorias de interesse que possam evidenciar a dinâmica da concessão de bolsas de estudo no Programa. São elas: quantidade de bolsas concedidas aos indígenas no período, sexo predominante, tipo de concessão de bolsas (parcial ou integral), instituições, suas regiões e cursos que mais concedem bolsas.

A introdução fará a contextualização da história do indígena no ensino superior brasileiro e uma descrição do ProUni como uma das propostas de ações afirmativas de inclusão educacional para esse grupo no período do governo Dilma. Na seção métodos será evidenciada a base de dados analisada bem como as formas estatísticas de processamento dos dados. Nos Resultados e Discussão, têm-se a apresentação dos gráficos, tabelas e suas análises, nas Considerações Finais, a discussão do problema dessa pesquisa e seus objetivos e, por fim, no Referencial Teórico, os artigos que serviram de argumento para esse estudo.

1.1 Gênese histórica da educação superior indígena

A educação é um direito fundamental dos indivíduos que conduz não somente ao desenvolvimento de um país, mas também a perspectivas de grupo ou de cada indivíduo. O ingresso das populações indígenas nos cursos de graduação podem ser a garantia de um futuro mais promissor para esse povo na medida em que o acesso ao conhecimento pode garantir seus direitos no contexto da minoria populacional e cultural que vivenciam. Nesse sentido a importância do Ensino Superior se dá como estratégia de ocupação desses espaços e direitos não conquistados. (DE OLIVEIRA-PANKARARU, 2012)

A gênese histórica da educação indígena deu início a partir da criação do decreto 26/1991 que atribuiu ao Ministério da Educação, o planejamento de políticas e ações referentes à Educação Escolar Indígena bem como a sua execução junto às Secretarias de Educação dos Estados e Municípios, retirando a Fundação Nacional do Índio -FUNAI desse papel, mas colocando-a como parceira nessas ações. (BRASIL, 1991)

Mais tarde, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN, retomou o capítulo 210 da Constituição Federal que assegura às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de

(4)

aprendizagem. Nesse contexto, a LDBEN preconizou que é dever do Estado a oferta da Educação Escolar Indígena bilíngue e intercultural que fortaleça as práticas socioculturais e usos de línguas maternas e que ainda permita que os povos indígenas tenham acesso aos conhecimentos técnicos e científicos nacionais e internacionais (BRASIL,1996). De acordo com De Oliveira-Pankararu (2012) essa foi uma ação assertiva do governo visto que os povos indígenas almejam que o processo educativo nas comunidades indígenas seja realizado por membros da própria etnia, tendo em vista que são eles, os próprios conhecedores de suas realidades.

Se compararmos a conjuntura média brasileira, com o indígena no contexto do Ensino Superior, a experiência desse grupo é recente. De acordo com De Vasconcelos (2016), o primeiro curso superior direcionado aos índios foi criado em 1999 na Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat), enquanto países como a Bolívia, já possuía cinco universidades de povos indígenas e 22 cursos; a Nicarágua, duas universidades e 10 cursos; o México, oito universidades e 49 cursos, e os Estados Unidos, duas universidades.

No âmbito da Educação Superior, as primeiras ações voltadas para a inserção indígena no Brasil estiveram voltadas para a formação de professores dessa etnia por meio da criação de Licenciaturas Interculturais. De acordo com o Ministério da Educação - MEC, existe hoje no Brasil cerca de 26 Universidades Públicas que ofertam esses cursos no país (BRASIL,2015).

Como suporte para as Licenciaturas Interculturais, o MEC também criou o Programa de Licenciatura Indígena - PROLIND. Trata-se de um Programa de apoio para a formação dos professores indígenas nesses cursos de licenciatura, lançado por meio de editais. Entretanto, segundo De Vasconcelos (2016) a última edição ocorreu no ano de 2009, sem a previsão de editais atualizados de convocação para atendimento de novas demandas, confirgurando a falta de linearidade dessas políticas. Desse modo, além de enfrentarem os altos e baixos das políticas públicas educacionais, os indígenas ainda precisam vencer de fato a barreira da lógica de transmissão do conhecimento, que sempre se deu pela ótica do colonizador branco (DE VASCONCELOS, 2016).

Outro ponto a ser levantado nessa perspectiva da colonização dos saberes são as dificuldades enfrentadas pelos indígenas para vencer os processos seletivos e lidar com o preconceito, choque cultural e linguístico dentro dos campi. De acordo com os estudos de De Vasconcelos (2016), apesar de alguns programas de assistência e

(5)

apoio desenvolvidos por algumas universidades e organizações não governamentais, ainda estima-se uma evasão em 60% do Ensino Superior. Na Universidade Federal do Mato Grosso, por exemplo, a evasão chega a 90% nos cursos de matemática e engenharia, numa média de 46% entre os cursos frequentados pelos alunos índios. (DE VASCONCELOS, 2016)

Apesar dos dados expostos e do contexto ao qual os indígenas são submetidos, existe cada vez mais a integração dessa população com a “sociedade dita dos brancos” por meio de politicas públicas direcionadas a esses povos. Nesse contexto encontram-se por exemplo as cotas de ingresso, para os processos seletivos de intuições públicas e alguns programas de governo como o Prouni, foco desse trabalho, que será amplamente discutido nessa pesquisa.

1.2 O Prouni como política pública de educação afirmativa

No intuito de melhorar o acesso da população indígena, bem como dos outros grupos com pouca representatividade nas Instituições de Ensino Superior – IES, foi criada, ainda no governo Lula, a Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005 que instituiu e normatizou o Programa Universidade para Todos - ProUni.

Trata-se de um programa do Ministério da Educação – MEC que oferece bolsas de estudo integrais e parciais (50%) em IES privadas de educação superior, em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, a estudantes brasileiros que não possuem diploma de nível superior. Para concorrer às bolsas integrais, o candidato deve comprovar renda familiar bruta mensal de até um salário mínimo e meio. Para as bolsas parciais (50%), a renda familiar bruta mensal deve ser de até três salários mínimos por pessoa.

É direcionado aos egressos do ensino médio da rede pública ou particular, que estiveram na condição de bolsistas integrais, estudantes com deficiência, negros, indígenas e professores da rede pública de ensino, no efetivo exercício do magistério da educação básica.

Para ingressar nas IES privadas, os candidatos devem realizar o Exame Nacional do Ensino Médio – Enem do ano anterior e ter obtido no mínimo 450 pontos na média das notas do Exame. É preciso, também, pontuar na redação, já que nota zero, desclassifica o estudante.

(6)

Além disso, o ProUni também possui ações conjuntas de incentivo à permanência dos estudantes nas instituições, como a Bolsa Permanência e ainda o Fundo de Financiamento Estudantil - Fies, que possibilita ao bolsista parcial financiar parte da mensalidade não coberta pela bolsa do programa.

O programa já atendeu, desde sua criação até o processo seletivo do segundo semestre de 2016, mais de 1,9 milhão de estudantes, sendo 70% com bolsas integrais (BRASIL, 2018).

Segundo Gomes (2008), o ProUni foi criado numa tentativa de associação do Estado às instituições privadas com e sem fins lucrativos no intuito de resinificar a ampliação e expansão desse nível de ensino por meio da inclusão de uma parcela estudantil historicamente subrepresentada, justificando tal investimento.

Já de acordo com Catani e Hey (2007), a criação do ProUni se configura como um meio legítimo para oportunizar o acesso nesse nível de ensino visto que a configuração atual do sistema de educação do país, tende a consolidar cada vez mais o modelo do ensino privado, com a manutenção crescente de oferta de vagas nesse setor, em detrimento do ensino público.

Apesar das discussões e dos níveis de qualidade ensino questionáveis (BÉRGAMO, 2009; DIAS SOBRINHO, 2010) outros trabalhos afirmam que a criação do programa trouxe benefícios de inserção reais no ensino superior, para as parcelas minoritárias da população, tal qual os indígenas (PINTO, 2010).

2. Métodos

Para a compreensão histórica do Ensino Superior Indígena no Brasil, bem como as ações afirmativas propostas no Governo Dilma e o contexto do ProUni, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre essas temáticas, o que resultou nas seções anteriores desse artigo. Utilizou-se o programa Publish or Perish para selecionar os artigos mais citados e com maior H-index, reportados pelo Google Schoolar.

Já para a construção das categorias de interesse, que irão evidenciar a dinâmica de concessão de bolsas de estudos, foi empregada abordagem da estatística descritiva por meio da análise, triagem, construção de gráficos e compilação de dados no Excel, com vias a um constituir estudo exploratório.

(7)

O trabalho foi realizado a partir da base de dados disponibilizada pelo Ministério

da Educação – MEC no endereço eletrônico

<http://dadosabertos.mec.gov.br/arquivos/prouni/bolsista/pda-prouni-2016.xml> acessada no dia 25 de janeiro de 2018.

Trata-se de uma base Nacional de livre acesso que oferece dados referentes ao detalhamento quantitativo das bolsas concedidas por ano, divididas por região, unidade federativa e município, instituição de educação superior, nome do curso, modalidade de ensino (presencial ou a distância – EAD), turno e tipo de bolsa referentes ao Programa Universidade para Todos (ProUni).

Para a análise da qualidade das Instituições de Ensino Superior, que mais distribuem bolsas, foi utilizada a plataforma e-MEC no intuito de obter os últimos resultados das avaliações formais das instituições.

Por fim, por meio do Excel, foi possível separar e tratar os dados de modo a criar as categorias de interesse que auxiliaram na construção do argumento-resposta ao problema dessa pesquisa. Para isso foram trabalhados os seguintes dados: quantidade de bolsas concedidas aos indígenas no período (2011 a 2016), sexo predominante, tipo de concessão de bolsas, instituições e cursos que mais disponibilizam bolsas.

Conforme Tabela 1 pode-se observar o resultado absoluto da quantidade de bolsas concedidas aos indígenas nas instituições privadas do Brasil comparadas às outras etnias. Os resultados foram expressos por meio de tabelas e gráficos construídos pelos autores com a intenção de facilitar a leitura e exibição dos dados.

Tabela 1 – Valores absolutos – Concessão de bolsas Indígenas/Outras etnias

Fonte: Autor com dados Abertos do MEC – PROUNI

No Gráfico 3, “Bolsas concedidas por área do Conhecimento no Prouni – 2011 a 2016”, foi empregado o Diagrama de Pareto que é um recurso gráfico utilizado para estabelecer uma ordenação nas causas de perdas que devem ser sanadas, permitindo a solução dos problemas por prioridade. Escolheu-se esse método visto que ele consegue detectar os 20% dos cursos que carregam 80% dos esforços de bolsas concedidas.

2011 2012 2013 2014 2015 2016 Total %

Indígenas 142 154 149 181 205 194 1025 0,08%

(8)

3. Resultados e Discussões

Com o foco de atender aos objetivos propostos nesse estudo, elegeu-se as seguintes categorias de análise para a construção do perfil de concessão das bolsas do ProUni, serão exibidos gráficos e tabelas das seguintes categorias: quantidade de bolsas concedidas aos indígenas no período estudado, indígenas que receberam bolsa, por sexo, tipo de concessão da bolsa, se parcial ou integral, os cursos e as instituições que mais concederam bolsas no programa assim como a sua região geográfica.

Abaixo, seguem os resultados dos gráficos e suas respectivas discussões.

Gráfico 1 – Quantidade de bolsas concedidas aos indígenas no ProUni 2011 a 2016 – Indígenas/ Outras etnias

Fonte: Autor com dados Abertos do MEC – PROUNI

Com base na Gráfico 1 é possível perceber a quantidade de bolsas concedidas pelo programa tanto para os indígenas, quanto para as demais etnias. Apesar da diferença dos números absolutos destinados para cada grupo observa-se uma curva muito semelhante, indicando que o investimento para a concessão das bolsas foi proporcional às outras etnias que também compunham o programa.

142 154 149 181 205 194 170624 176610 177177 223417 252445 239068 1 10 100 1000 10000 100000 1000000 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Quantidade de Bolsas - Indígenas / Outras etnias Indígenas Outras etnias

(9)

Gráfico 2 - Indígenas com Bolsa no ProUni– 2011 a 2016 – Sexo

Fonte: Autor com dados Abertos do MEC – PROUNI

Sob a perspectiva de sexo, tanto no início do programa em 2011, quanto em 2016, há prevalência do sexo masculino, analisando-se apenas a população indígena. Entretanto, é importante destacar, por exemplo, que nos anos intermediários à análise (2012, 2013 e 2015) houve prevalência feminina, inferindo-se que na categoria sexo, a participação feminina e masculina são semelhantes, conforme Gráfico 2.

Gráfico 3 – Tipo de Concessão de Bolsas do ProUni – 2011 a 2016

Fonte: Autor com dados Abertos do MEC – PROUNI 0 20 40 60 80 100 120 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Indígenas que receberam bolsa por sexo Feminino Masculino 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Tipos de Concessão de Bolsas - 2011 a 2016 INTEGRAL 50% PARCIAL

(10)

Em relação aos resultados do Gráfico 3 têm-se que as bolsas integrais direcionadas apenas para o grupo analisado apresentaram um crescimento até o penúltimo ano analisado. A inversão do investimento do governo federal, de bolsas integrais para parciais, também pode ser observada no movimento crescente das bolsas parciais.

Gráfico 4 – Bolsas concedidas por área do Conhecimento no Prouni – 2011 a 2016

Fonte: Autor com dados Abertos do MEC – PROUNI

Num total de 201 cursos que mais concedem bolsas, têm-se 26 que configuram 80% dos esforços do benefício, para um melhor resultado esses cursos foram divididos de acordo com suas grandes áres. O Diagrama de Pareto é importante porque ele demonstra em quais cursos as intervenções das políticas públicas de inclusão devem se concentrar de maneira prioritária, para economizar esforços e aumentar a eficiência para o grupo. São eles: Administração, Direito, Pedagogia, Enfermagem, Serviço Social, Ciências Contábeis, Educação Física, Psicologia, Gestão De Recursos Humanos, Engenharia Civil, Biomedicina, Fisioterapia, Nutrição, Odontologia, Logística, Farmácia, Análise E Desenvolvimento De Sistemas, História, Gestão Ambiental, Processos Gerenciais, Gestão Pública, Arquitetura E Urbanismo, Ciências Biológicas, Engenharia Elétrica, Engenharia De Produção e Gestão Hospitalar. Conforme Gráfico 4 nota-se que os cursos que mais concedem bolsas são os da grande área Ciências Sociais Aplicadas, sendo Direito e Administração os cursos com mais concessão.

0 20 40 60 80 100 120 140 Ad m in is tr aç ão Di re ito Se rv iç o So ci al Ci ên ci as Co nt áb ei s Ge st ão D e Re cu rs os H um an os Lo gi st ic a An ál is e E D es en vo lv im en to D e Si st em as Ge st ão A m bi en ta l Pr oc es so s G er en ci ai s Ge st ão P úb lic a Ar qu ite tu ra E U rb an is m o Ge st ão H os pi ta la r En fe rm ag em Ed uc aç ão F ís ic a Bi om ed ic in a Fi si ot er ap ia Nu tr iç ão Od on to lo gi a Fa rm ác ia En ge nh ar ia C iv il En ge nh ar ia El ét ric a En ge nh ar ia D e Pr od uç ão Pe da go gi a Ps ic ol og ia Hi st ór ia Ci ên ci as B io ló gi ca s

Ciências Sociais Aplicadas Ciências da Saúde Engenharias Ciências Humanas Ciências Biológicas Bolsas concedidas por Área do Conhecimento/ Cursos

(11)

Tabela 2 - Instituições que mais concederam bolsas no ProUni e IGC, CI, CI-EAD concedida pelo MEC por Estado e Porcentagem de matrícula – 2011 a 2016

Fonte: Autor com dados Abertos do MEC – PROUNI e e-MEC

Gráfico 5 – Regiões das Instituições que mais concederam bolsas no Prouni – 2011 a 2016

Fonte: Autor com dados Abertos do MEC – PROUNI

Conforme Tabela 2 é possível observar quais as Instituições de Ensino que concentraram mais de 50% das bolsas concedidas pelo ProUni no período analisado. Segundo De Souza Lima (2012) as IES participantes do ProUni, são em geral de baixa qualidade.

Essa informação pode ser confirmada por meio da Tabela 2 que também apresenta os índices Índice Geral dos Cursos (IGC) e Conceito Institucional (CI) como resultado do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - SINAES. Numa

Código IES IGC CI CI-EAD Estado % matrículas

298 UNIVERSIDADE PITÁGORAS UNOPAR 3 3 4 PR 7,3% 671 UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP 3 3 S/N MS 13,8% 322 UNIVERSIDADE PAULISTA 3 4 S/N SP 19,6% 1422 CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE 3 3 S/N AM 25,3% 1472 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI 3 4 S/N SC 28,2% 163 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 4 4 S/N RJ 30,9% 2147 CENTRO UNIVERSITÁRIO - CEUNI/ FAMETRO 4 4 S/N AM 33,4% 1491 CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL 3 4 S/N PR 35,7% 1702 CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DA AMAZÔNIA 3 5 S/N RR 37,9% 316 UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO 4 4 S/N SP 39,7% 135 CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO 4 3 S/N SP 41,3% 673 CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS 4 4 4 MS 42,8% 2012 INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE PESQUEIRA 2 3 S/N PE 44,1% 1381 FACULDADE MARTHA FALCÃO 3 3 S/N AM 45,3% 4277 FACULDADE ESTÁCIO DO AMAZONAS - ESTÁCIO AMAZONAS 3 3 S/N AM 46,4% 3881 FACULDADE DE INTEGRAÇÃO DO SERTÃO 3 3 S/N PE 47,5% 452 CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE MANAUS 2 4 S/N AM 48,6% 2222 FACULDADE SETE DE SETEMBRO 3 3 S/N BA 49,6% 385 UNIVERSIDADE SALVADOR 3 5 S/N BA 50,4% 16% 9% 25% 24% 26% Região das Instituições que mais concedem bolsas

(12)

escala de 1 a 5 dos processos avaliativos, as cinco primeiras IES com maior quantidade de concessão de bolsas apresentaram índice 3 no IGC, indicador mínimo para o funcionamento dos cursos nos padrões do MEC. Podendo-se inferir, desse modo, que apesar do acesso ao conhecimento, ainda fica a dívida de um ensino com qualidade de acordo com os parâmetros de avaliação educacionais vigentes.

De forma geral, as IES estão bem dividas em porcentagens quando evidenciado a concessão de bolsas por região, conforme Gráfico 5; ficando para trás apenas as regiões Nordeste e Centro-Oeste com 16% e 9%, respectivamente. Entretanto é necessário destacar que as matrículas são por livre adesão e, cabe ao indígena, procurar sua inserção no sistema de Educação Superior valendo-se das políticas afirmativas.

4. Considerações Finais

Com os resultados obtidos foi possível responder ao problema de pesquisa desse trabalho: Como se deu a dinâmica de concessão de bolsas de estudos para os indígenas no ProUni, no Governo Dilma?

No período de 2011 a 2016, observou-se que a concessão das bolsas aos indígenas foi proporcional às outras etnias que também compunham o programa. Em relação ao sexo dos beneficiados, homens e mulheres tiveram um acesso semelhante na concessão do benefício. Quanto ao tipo de bolsas notou-se que ao final do programa, em 2016, as bolsas parciais sofreram aumento em relação às integrais.

Já acerca da qualidade das instituições que realizaram a parceria com o governo, notou-se que a maioria delas tem qualidade baixa ou média, apresentando notas mínimas requeridas para funcionamento de acordo com as avaliações federais. De forma geral a participação das regiões é equivalente no contexto das Instituições que mais concedem bolsas apresentando uma diferença apenas no Nordeste e Centro-Oeste que fecharam 2016 concedendo menos o benefício.

Quanto aos cursos que mais concedem bolsas, prevaleceram aqueles da área das Ciências Sociais Aplicadas que, de forma geral, estudam a vida em sociedade dos indivíduos e grupos humanos. O que se configura bastante coerente quando se analisa a necessidade de conhecimento para a emancipação e inserção desses povos na sociedade brasileira.

(13)

Referências

BÉRGAMO, E. A. Uma análise a partir de Gramsci sobre o ProUni: qual a contribuição desse programa para a melhora do aprendizado dos alunos de baixa renda. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO-EDUCERE, 2009.

BRASIL, 1991. DECRETO No 26, DE 4 DE FEVEREIRO DE 1991.

Dispõe sobre a Educação Indígena no Brasil., Brasília,DF, fev 1991. Disponivel em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0026.htm?TSPD_101_R0=dbe175e5387b3931bdb95166df771d8fn4800000000000000003c11 06bdffff00000000000000000000000000005aa0601a003117954a>. Acesso em: 25 jan. 2018.

BRASIL, 1996. LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996.

Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional., Brasília,DF, dez 1996. Disponivel em: < http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9394.htm?TSPD_101_R0=d811cc65987059b898708593e5 059ddbpfR00000000000000003c1106bdffff00000000000000000000000000005aa0627800804d4be4 >. Acesso em: 25 jan. 2018.

BRASIL, 2012. IBGE. Os indígenas no Censo Demográfico 2010: primeiras considerações com base no quesito cor ou raça. Rio de Janeiro, 2012. Disponível em:

<http://www.ibge.gov.br/indigenas/indigena_censo2010.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2018 BRASIL, 2015 - MEC – Ministério da Educação. Cursos de licenciatura elevam autoestima e fortalecem cultura das populações indígenas. Brasília,DF, 2015. Disponivel em: <

http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/33892>. Acesso em: 6 fev. 2018.

BRASIL, 2016 - INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Sinopse Estatística da Educação Superior em 2016. Brasília: Inep, 2017. Disponível em: < http://portal.inep.gov.br/web/guest/sinopses-estatisticas-da-educacao-superior> Acesso em 28/02/2018.

BRASIL, 2018 - PROUNI - Programa Universidade para Todos. Ministério da Educação, 2018. Disponível em: <http://prouniportal.mec.gov.br> . Acesso em 28 de fev de 2018.

CATANI, Afrânio Mendes; HEY, Ana Paula. A educação superior no Brasil e as tendências das políticas de ampliação do acesso. Atos de pesquisa em educação- PPGE/ME FURB, v. 2, n. 3, p. 414-429, set./dez. 2007

DE OLIVEIRA-PANKARARU, Maria das Dores. As políticas públicas de educação superior para indígenas e afrodescendentes no brasil: perspectivas e desafios. Educación Superior y Pueblos Indígenas y Afrodescendientes en América Latina, p. 177, 2012.

DE SOUZA LIMA, Antônio Carlos. A Educação Superior de Indígenas no Brasil contemporâneo: reflexões sobre as ações do Projeto Trilhas de Conhecimentos. Revista História Hoje, v. 1, n. 2, p. 169-193, 2012.

DE VASCONCELOS, Diva Helena Frazão. O ensino superior e a educação inclusiva: questão indígena. Boletim do Tempo Presente, n. 11, 2016.

DIAS SOBRINHO, José. Democratização, qualidade e crise da educação superior: faces da exclusão e limites da inclusão. Educação & Sociedade, v. 31, n. 113, 2010.

GOMES, Alfredo Macedo. As reformas e políticas da educação superior no Brasil: avanços e recuos. In: MANCEBO, Deise; SILVA JR., João dos Reis; OLIVEIRA, João Ferreira (Orgs.). Reformas e políticas: educação superior e pós-graduação no Brasil. Campinas: Alínea, 2008. p. 23-51

PINTO, Marialva Linda Moog. Qualidade da Educação Superior e o PROUNI: Limites e possibilidades de uma política de inclusão. 2010.

Referências

Documentos relacionados

Foi membro da Comissão Instaladora do Instituto Universitário de Évora e viria a exercer muitos outros cargos de relevo na Universidade de Évora, nomeadamente, o de Pró-reitor (1976-

Acerca desta predominância de pessoas em situação de rua em idade produtiva, Rosa (2005) e Silva (2009) atribuem esta característica às mudanças recentes no

KsR é o valor da tenacidade à fratura no nível I do ensaio "SR" L comprimento do corpo de prova e também ponto definido pela carga correspondente a FL = 0,50 F11 em cima da curva

B4 Identificação dos compostos presentes nas amostras de bio-óleo obtidos via pirólise catalítica da fibra de casca de coco utilizando carvão ativado (ABC) e

Após a colheita, normalmente é necessário aguar- dar alguns dias, cerca de 10 a 15 dias dependendo da cultivar e das condições meteorológicas, para que a pele dos tubérculos continue

Como material vegetal, utilizou-se as cascas do Croton urucurana , que foram submetidas a macerações exaustivas com n-hexano, acetato de etila e etanol,

Mais uma vez, como a taxa média estimada de crescimento da renda via equa‑ ção (23) se distancia do crescimento observado e, principalmente, dado o fato de estar assumindo

Key words: Mycobacterium bovis - nontuberculous mycobacteria - polymerase chain reaction - PCR-restriction enzyme pattern analysis - cattle - post-mortem inspection -