UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO
SÓCIO
ECONÔMICO
DEPARTAMENTO
DE
CIÊNCIAS
ECONÔMICAS
CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EM
CIÊNCIAS
ECONÔMICAS
A
EVOLUÇÃO
DO
LEASING
DE
VEÍCULOS
NO
BRASIL
ENTRE
1996
E
2001
ROGERIO
ORIOSVALDO ALVES
CENTRO
SÓCIO
ECONÔMICO
CURSO DE
GRADUAÇÃO
EM
CIÊNCIAS
ECONÔMICAS
A
EVOLUÇÃO
DO
LEASING
DE
VEÍCULOS
NO
BRASIL
ENTRE
1996
E
2001
Monografia
submetida
aoDepartamento
de
CiênciasEconômicas para
obtenção de carga
horáriana
disciplinaCNM
-
5420
- Monografia
Por:
Rogério
OriosvaldoAlves
Orientador: Prof.
Roberto
Meurer
I ,
Area
de
Pesquisa:Mercado
FinanceiroPalavras-chave: 1 -
Leasing
2 - Crédito
3
-Financiamento
ii
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA
CURSO DE
GRADUAÇÃO
EM
CIÊNCIAS
ECONÔMICAS
Este trabalho de conclusão de curso foi apresentado e julgado perante a
Banca
Examinadora que
atribui a nota ao alunoROGERIO ORIOSVALDO ALVES
na
disciplinaCNM
5420
-
Monografia
Banca
Examinadora:rllinmafit
Prof. Roberto
Meurer
Presidente
/
~,
šrof. José A.
Nicolau
Ao
ProfessorDoutor Roberto Meurer,
meu
Orientador,que
me
honrou
com
sua sapiência e dedicação;Aos
meus
irmãos e amigos, pela convivência etroca de experiências;
Aos
professoresda
Universidade Federal de Santa Catarina, pelo muito queme
ensinaram;A
todos osque
me
incentivaram e apoiaram, deIV
\
Este trabalho dedico:
Aos meus
pais,Oriosvaldo
JúlioAlves
[inmemoriam]
eBenta
Mafra
Alves;À
minha
esposaCláudia
Regina
eminha
filhaEduarda
Pacheco
Alves,SUMÁRIO
CAPÍTULO
1 ... .. 1O PROBLEMA
... ... .. l 1.1.Introdução
... ..1 1.2.Problemática
... ..3 1.3. Objetivos ... ..5 1.3.1.Geral
... ..5 1.3.2.Específicos
... ..6 1.4.Metodologia
... ..6 1.5.Estrutura
da
Monografia
... ..6CAPÍTULO
2 ... ... ..8
O
CRÉDITO
E SUAS
FORMAS
... ..s
2.1.
Intermediação
Financeira ... ..8 2.2. Crédito ... ..10
2.3.Consórcio
... .. 132.4.
Crédito
Diretoao
Consumidor
(CDC)
..... 16 2.4.1.
CDC
Pré-Fixado
... ..17
2.4.2.CDC
Pós-Fixado
... ..17
2.5.Leasing
... .. 19 2.5.1.Leasing Operacional
... ..20 2.5.2.Leasing
Financeiro ... ..21
CAPÍTULO
3
... ..25A
PARTICIPAÇÃO
DO
CRÉDITO
NAS
VENDAS
INTERNAS
... ..253.1.
A
Produção
de
Veículosno
Brasil .....
25
3.2.
A
Participação dasFontes de
Pagamento
nas vendas
Internas... ..27
3.3.
À
Vista ... .....28
3.4.
Consórcio
... ... ...3.5. Crédito Direto
ao
Consumidor
(CDC)... 3.6.Leasing
... ..Capítulo 4
... ..A EVOLUÇÃO DO
LEASING
... .. 4.1.O
Iniciodo
Leasing
... .. 4.2.A
Popularização do Leasing
... .. 4.3.A
Decadência
do
Leasing
... ..CAPÍTULO
5
... ..CONSIDERAÇOES
FINAIS
... ..0 PROBLEMA
1.1.
Introdução
A
oferta de créditono
Brasiltem
aumentado nos
últimos tempos, e estecrescimento
vem
causandouma
adaptação bastante rápida das instituiçõesfmanceiras
no
que
diz respeito às imposições legais e à necessidadedo
próprioconsumidor,
que
cadavez mais
precisa ser persuadido a efetuar suas transações,utilizando-se das modalidades disponibilizadas
no
mercado
por estas instituições.A
oferta de crédito influencia toda a economia,como
por exemplo,o
setorprodutivo, o próprio setor financeiro, e o setor de
consumo, podendo
estainfluencia ser positiva
ou
negativa,dependendo
principalmente das taxas de juros praticadas.No
que
diz respeito aoconsumo,
um
setorque
é bastante influenciado pelocrédito é a indústria automobilística,
que
mantém
uma
ligação diretacom
asinstituições financeiras,
uma
vezque
os produtos por ela fabricadostêm
um
altovalor agregado, sendo necessário
em
muitos casos, o parcelamento da compra.Com
oaumento da
concorrênciana
indústria automobilística,observamos
um
crescimento considerávelem
outros setoresda
economia, ligados diretaou
indiretamente a esta indústria.
Estes fatores
têm
contribuído deforma
considerável para o crescimentodo
~
setor voltado para a concessão de crédito à comercialização de veículos, as
empresas
fmanceiras, especializadasem
crédito direto aoconsumidor (CDC),
consórcio, leasing e outras formas de créditomenos
significativas.As
empresas financeiras, voltadas a financiar principalmente acompra
de bens deconsumo
duráveis, entre eles os automóveis, servirão de base para o estudopretendido,
mais
especificamente as empresas de leasing.O
setor bancáriovem
aumentando
sua participação neste mercado,realizando operações de crédito para aquisição de veículos. Destes bancos,
poucos
2
maioria
tem
formado
carteirascom
clientes novos,que não eram
seus clientesanteriormente e
que
em
muitos casostem
suas contas correntes e suas aplicaçõescom
outros bancos. .Outras empresas estão
nascendo
especialmente para atuar neste mercado, sãoos
novos
bancos.Bancos que
formam
suas carteiras de clientes exclusivamenteatravés de empréstimos,
ou
seja, crédito direto aoconsumidor
e leasing.Algumas
destas empresas são de capital novo, a sua
formação não
provém
deuma
outraempresa do mercado
financeiro.Grande
parte destasnovas
empresastem
seu capital ligado aalgum banco
jáexistente,
que
já atuavano
setor fmanceiro e apenas descentralizou esta atividade,fazendo seus empréstimos para este segmento, através de
uma
nova
empresa.A
grandepersonagem
deste setortem
sidomesmo
a própria indústriaautomobilística através de seus bancos.
A
participação doschamados bancos
de montadora, ligados,como
onome
já diz, àsmontadoras
de veículos instaladasno
país,
tem
crescido e setomaram
grandes especialistasna
concessão de crédito paraa aquisição dos veículos por elas fabricados.
Todas
as grandesmontadoras
brasileiraspossuem
seu banco, estes por suavez
têm
uma
intima ligaçãocom
sua “mãe”.As
grandespromoções
dasmontadoras
com
financiamento
a jurosmais
baixosque
amédia do
mercado, prazosmais
longos
que
amédiafldo
mercado, taxas especiais (mais baixas) para determinadomodelo
de veículo, são quaseque
totalmente realizados pelos seus bancos,que
na
maioria das vezes
recebem
subsídios dasmontadoras
para trabalharemcom
taxasabaixo
da
média
de mercado.O
Outro fator irnportante
nos bancos
demontadora
é a facilidadena
captaçãode recursos externos,
uma
vezque
estesmantêm
estreitas ligaçõescom
sua matrizno
exterior.Os
bancos
demontadora
sãoformados na
sua maioria por empresas distintas,cada urna atuando
numa
área especifica,ou
seja, existe dentro destesbancos
uma
empresa
de crédito direto ao consumidor, responsável pelos financiarnentos,que
éo
próprio banco,uma
responsável pelo consórcio euma
empresa
de leasing. AOs
bancos
quefinanciam
acompra
de bens deconsumo
duráveis, entre elesos automóveis,
tem
tidouma
participação significativano
nível deprodução
destes bens, tanto que são inúmeras as discussões sobre aprodução da
indústria brasileira,alguns críticos inclusive citando'
que
o crescimentoeconômico
só aconteceráefetivamente
quando
os jurosno
Brasil baixarem. Certamenteque
isso se refere à produção,mas
deve-se considerarque
este fator influencia significativamenteno
consumo,
fazendo girar a economia.Já
vimos
inúmeras vezes a indústria automobilística reduzir o nível deprodução
em
função das restrições que o governoimpôs
aoconsumo.
Issonos
mostra
que
as vendas a prazona
indústria automobilísticatêm
uma
participaçãosignificativa
no
totaldo
volume
de vendas.O
leasing,“chamado
de arrendamento mercantil pela legislação brasileira,consiste basicamente,
na
cessãodo
usufruto deum
bem
medianteuma
remuneração
periódica, por
um
prazo determinado” [...][SAMANEZ,
1990, p. l3],tem
tidouma
participação significativa nas vendas a prazo realizadas pela indústria automobilística brasileira. ~
Há
algum tempo
era realizadosomente
por pessoas jurídicas,em
funçãoda
legislação
não
pennitir o leasing para pessoa fisica, e pelo fato de a contraprestaçãopoder
ser deduzidano
imposto de renda das empresas,como
despesa.Com
amudança
na
legislação e sua simplificação, o leasing passou a serutilizado
também
por pessoas fisicas,num
prirneiromomento
porautônomos
eprofissionais liberais e posteriormente por todas as pessoas,
uma
vezque
as suas regrasficaram
muito parecidascom
as regrasdo
CDC.
.Em
algumas
épocas,quando
oCDC
torna-se inviável poralgum motivo
específico,
há
uma
migração destas operaçõesem
direção às operações de leasing,uma
vez
que as instituições financeirasque atuam
neste mercado, redirecionam seusrecursos para a
modalidade que
lhe oferecemelhor
retornoem
determinado período.4
O
crédito passou a ser encarado pelos bancos] e pelas montadoras,como
urnaforte estratégia de competição,
podendo
atravésdo
crédito, asmontadoras
encontrarem
novas
fonnas de comercialização de seus veículos. Já para os bancos,principalmente após a implantação
do
Plano Real,com
a perda das receitasinflacionárias
em
funçãoda
estabilização econômica, estes tiveramque
sereorganizar, reduzindo a sua estrutura de captação e investindo
pesado
em
operações de crédito.
Num
primeiromomento,
após a implantaçãodo
Plano Real, 0aumento
das operações de créditonão
foi o esperado,em
função das restrições impostas pelogoverno, principalrnente
no
que diz respeito ao prazo das operações,que foram
bastante reduzidos para evitar oconsumo.
Com
a liberação dos prazos das operações, o crescimento foi bastante expressivo, gerandouma
renda elevada para osbancos
euma
forte estratégia devendas
para as montadoras,que
de
certaforma dependiam do
crédito parapoderem
vender sua produção. i
O
leasing, objeto de estudo deste trabalho, foi escolhido, dadas suascaracterísticas e peculiaridades,
uma
vezque
durante o período de análise este foialtamente popularizado, tomando-se,
em
pouco
tempo
amaior forma
devenda
aprazo de veículos, sendo praticamente descartado pelos bancos e pelos
consumidores
ao finaldo
período,em
função deproblemas
econômicos
do
períodoe de
algumas
questões judiciais particulares ao leasing.2As
facilidades implantadas pelos bancos, principalmente as novidadestecnológicas, elevação dos prazos e redução das taxas de juros,
tem
levadocada vez
mais
pessoas a realizarem operações de créditocom
vistas àcompra
de veículos, seja este para utilizaçãoem
lazerou
para trabalho.Pode-se considerar
também,
para analise da evolução das operações decrédito para a
compra
de veículos, o crescente apelo dasmontadoras
no
que
dizrespeito à imposição da necessidade da troca constante de veículo por parte
do
1
Para efeito de simplificação, utilizou-se o tenno “banco” para denominar as instituições
financeiras que atuam neste mercado especificamente.
2
consumidor,
com
a inovação continua e lançamentos freqüentes denovos
modelos,incitando os
compradores mais
compulsivos à troca cadavez mais
constante pelomodelo
atual emais
modemo.
O
consumidor, diante das facilidades apresentadas, vê cada vezmais
alternativas a sua volta, tendo cada vez
mais
formas decompra,
emesmo
váriasformas entre os diferentes bancos e diferentes montadoras.
Os
bancos
e asmontadoras
utilizam o créditocomo
forma
de competição ede comercialização de seus produtos, através de prazos
mais
longos e de taxasmais
atrativas.
Em
alguns períodos financiam acompra
de alguns veículossem
acobrança de juros, através de subsídios recebidos
da montadora
ou
da
própria concessionária.0
Nesse
contexto, procurou-se analisar a evolução das operações de leasingentre
1996
e 2001,uma
vez que é exatamente neste períodoque
o leasing foipopularizado, teve a
melhor
perfonnance entre as outras formas depagamento
parcelado apresentadas e
novamente
foi ultrapassado, reduzindo sua participação neste mercado.Buscando
responder através de tabelas, gráficos e dados de órgãosdo
govemo,
montadoras, associações e empresas financeiras,
algumas
questõescomo:
l
Como
ocorreu a popularizaçãodo
leasing?2
Quais
as fontes depagamento
existentes e qual sua participaçãono
mercado no
periodo analisado?
H
3
Que
motivos levaram o leasing a perder espaço diante das outrasformas
depagamento
existentes, depois de ser altamente popularizado?1.3._ Objetivos
1.3.1.
Geral
Analisar a evolução das operações de leasing entre
1996
e2001
na
venda
de6
1.3.2.
Específicos
- Analisar comparativamente as várias fontes de
pagamentos
existentespara a
compra
de veículos automotores;- Descrever a participação
no
mercado, das fontes depagamento
existentesno
período proposto;- Descrever a evolução
do
leasingno
mesmo
período.1.4.
Metodologia
Para a elaboração deste trabalho, foi desenvolvido
um
procedimentometodológico
fundamentado
em
dados e informações.Para conceituar as várias fontes de pagamentos,
foram
utilizados livros,monografias, documentos,
manuais
e estatísticasde
bancos,montadoras
eassociações ligadas aos
mesmos,
bem
como
informações disponibilizadasna
internet por
empresas
e órgãos especializados e relacionados ao assuntoem
questão.Para a análise
da
participação das várias fontes depagamento
existentes,foram
utilizadas estatísticas de bancos,montadoras
e associações ligadas aosmesmos,
bem
como
informações disponibilizadasna
intemet por empresas e órgãosespecializados e relacionados ao assunto
em
questão.No
que
diz respeito à análiseda
evoluçãodo
leasing, utilizou-semonografias,
estatísticas de bancos,montadoras
e associações ligadas aosmesmos,
bem
como
informações disponibilizadasna
intemet por empresas e órgãosespecializados e relacionados ao assunto
em
questão.1.5.
Estrutura
da
Monografia
O
capítulo Il deste trabalho, trata dos conceitos, definições, histórico ecaracteristicas
do
crédito e das várias formasque
este se apresenta para a aquisiçãoNo
capítulo III, ,será apresentada a evolução das várias fontes depagamentos
existentes,
no
que diz respeito aovolume
de operações,bem
como
a participação decada
uma
destas fontesno
volume
total das vendas internas da indústria automobilística.No
capítulo IV, serão abordados os motivosque
levaram à popularizaçãodo
leasing, tornando-o
uma
das formas depagamento
a prazomais
utilizadaem
algtmsCAPÍTULO
2
O
CRÉDITO
E
SUAS
FORMAS
Este capítulo tratará dos conceitos, definições, histórico e características
do
crédito3 e das várias formas
que
este se apresenta para a aquisição de veículosautomotores.
2.1.
Intermediação
FinanceiraPara
que
exista o crédito,da forma
como
hojeconhecemos,
ágil, fácil eem
grandes volumes,
há
a necessidade de existir a intermediação financeira,que nada
mais
édo que
a captação de recursos deum
agente econômico, poruma
instituiçãoespecializada,
com
a finalidade deempréstimo
para outro agenteeconômico
Para
que
ocorra a intermediação financeira, é necessárioque
existam agenteseconômicos
superavitários e deficitários,ou
seja,devem
existir agentesque
tenham
renda superior aos seus gastos e
em
contrapartida agentesque tenham
seus gastos superiores à renda,mesmo
que
porum
período limitado.A
ocorrência de intermediação fmanceira pressupõe a existência deum
sistema
econômico
avançado, superior ao sistema de trocas diretas,onde
um
agenteeconômico
precisa procurar por outroque
tenha a necessidade contrária,ou
seja,um
agente
que
necessita deum
empréstimo, precisaria encontrarum
agenteque possua
uma
reserva monetária e que esteja disposto a empresta-la.Existem
três pré-condições fundamentais, paraque
ocorra a intermediaçãofinanceira:
I superação
do
estágiodo escambo;
' criação de bases institucionais para ftmcionamento
do
mercado
de intermediaçãofinanceira;
3
Crédito, neste trabalho, está relacionado apenas às modalidades utilizadas por pessoas fisicas na indústria automobilística.
I existência de agentes
econômicos
deficitários e superavitários, dispostos a correros riscos
que
a operação requer.A
necessidade de facilitar este encontro, fezcom
que
algims agentes seaperfeiçoassem,
dando
origem às instituições especializadas, cujo objetivo é o depromover
a ligação entre os agentes.Atualmente, oi
melhor exemplo
de intermediário financeiroque
podemos
darsão os bancos.
Uma
das principais finalidades dosbancos
é exatamente a intermediação financeira.A
captação de recursos, feita pelos bancos,principalmente através de aplicações financeiras
como
a poupança, serve de geraçãode
recursosque
osbancos
utilizam para seus empréstimos aos agentes deficitários.A
especialização destas instituições neste tipo de processo é tão grande,que
os agentes
econômicos
realizam as transações necessárias para a ocorrênciada
intermediação financeira
sem
nem
sedarem
conta,uma
vezque
depositam oexcedente de suas rendas
nos bancos
para a obtenção deum
determinado rendimento e estemesmo
recurso captado pela instituição, será emprestado paraum
agente deficitário para a cobertura de seu déficit orçamentário. ç
As
vantagensda
intermediaçãonos moldes modernos
são muitas,podemos
citar
como
asmais
importantes, a especialização das instituições, redução dos riscose custos,
maior
disponibilidade de recursos, ampliaçãodo
acesso aomercado
financeiro de
pequenos
investidores.Ao
realizaremcom
freqüência transações de captação e empréstimo, asinstituições especializam-se,
tomando
cada vezmais
ágil, fácil econfiável
aintermediação financeira.
O
riscodo
agente superavitáiio tende aem
funçãoda
intermediação,
uma
vezque
a instituição,dependendo
da aplicação escolhida, garante o rendimento,assumindo
o risco peloempréstimo
deste recurso ao agentedeficitário.
A
disponibilidade de recursos aumentará,uma
vezque
a instituição10
deficitário, disposto a
tomar
um
empréstimo, este por sua vez,normahnente
encontrará o recurso disponível.
Para poder disponibilizar
mais
recursos omaior
tempo
possível, asinstituições especializadas incentivam a captação, possibilitando a ampliação
do
acesso de
pequenos
investidores aomercado
financeiro.A
intermediação financeira alcançouum
patamar
tão elevado e confiável, que os agentestêm
à sua disposição durante todo o tempo, recursos paraempréstimo,
algumas
vezescom
limites pré-aprovados,como
é o casodo cheque
especial.
Os
recursos utilizados pelosbancos
'para ofmanciamento
de veículos, sãoem
muitos casos captados através de intermediação financeira,
ou
seja, osbancos
captam
recursos através de depósitos e aplicações e to utilizam nestesfmanciamentos.
Pode-se considerar que a intermediação financeira ajudou
na modernização
das operações de crédito eno
aumento do
seu volume,uma
vez que as instituições se especializaram e os agentes criaramconfiança
no
sistema, reduzindo deforma
~
considerável o risco das operaçoes.
2.2. Crédito
A
palavra crédito origina-sedo
latim “creditum=
confiança, empréstimo,dívida”.
Das
várias definições existentes para o crédito,podemos
resumidamente
citá-lo
como
sendo a troca deuma
riqueza presente por urna riqueza futura.O
créditotem
seus primeiros registrosna
Grécia,que
“aperfeiçoou a técnicabancária aplicada pelos
povos do
Mediterrâneo deque
setomou
herdeira.A
constituição de Sólon autorizava o
empréstimo
com
juros, e o comércio de dinheirose desenvolveu a ponto de ser praticado até
nos tempos
deDelphos
eÉpheso”
[GOMEs, CITADO
POR
VENTURA,
2000,p
13].No
Brasil, o crédito está diretamente ligado ao nascimentodo
país. Váriosautores citam este fato,
uma
vez que a vinda dos primeiros portugueses para o Brasilera
em
parte financiada pelo governo português, através de crédito e terras para afonnação
das cidades.Da
análise das várias definiçõesdo
crédito,podemos
relacionaralgumas
características fundamentais: confiança, prazo, juro e risco.
A
confiança
é imprescindível aambas
as partes. Tantoquem
empresta, ainstituição financeira
no
nosso caso, quantoquem
toma
emprestado,precisam
confiar na
idoneidade e honestidadeda
parte contrária.As
instituições financeirastêm
sua idoneidademedida
peloBanco
Central,através de relatórios,
documentos
e análise de suas condições financeiras, análiseesta
que
é feita permanentemente, paraque
o sistema financeironão
sejapego
desurpresa por
uma
instituiçãoem
dificuldade, oque
poderia afetar todo o sistema,abalando desta
forma
a credibilidadedo
próprioBanco
Central, pois este seriaacusado de ineficiente
em
sua fiscalização.Já os clientes
passam
porum
processo de análise de suaficha
cadastral(dados pessoais, profissionais, financeiros e de relacionamento) analisada pela
instituição financeira.
Cada
instituiçãotem
sua regra de análise de crédito, sendoque
a rigidezna
concessãodo
crédito, varia de acordocom
a instituição.A
rigidezna
análise de crédito está relacionada a urna série de fatores epodemos
citarcomo
principais: grau- de inadimplênciado
segmento,volume
derecursos disponíveis, restrições governamentais (prazo, por exemplo), garantias apresentadas, percentuais de entrada sobre o valor total
do bem,
número
deprestações e principahnente a confiança.
B
Quanto mais
desfavoráveisforem
os itens identificados acima,maior
tende aser a rigidez
na
análisedo
crédito,uma
vezque
quantomenor
for aconfiança do
banco
em
receberum
determinado empréstimo,maior
conseqüentemente será o seu12
O
tempo
pelo qual otomador
secompromete
a devolver o valortomado do
banco
échamado
de prazo.As
diversas formas de crédito, se apresentamem
diversos prazos diferentes, cada
um
com
sua peculiaridade4.Os
prazos estabelecidos para as diversas formas de crédito, sãodefmidos
peloBanco
Central,que
é o órgão responsável ainda por autorizar e regulamentar ofimcionamento
das instituições,bem
como
fiscalizar seu funcionamento.O
acréscimopago
pelo cliente aobanco
em
funçãodo
prazo, risco, valorda
entrada econfiança
échamado
de juro.Quanto maior
for o prazo da operação,maior
tende a ser o risco, poismenos
condições obanco
terá para analisar emedir
acapacidade de
pagamentos
futurosdo tomador do empréstimo
e conseqüentementemaior
será o juro cobrado, poisna fonnação
das taxas de juros está incluída avariável risco.
No
financiamento
eno
leasing, as taxas de juros cobradastêm
suacomposição
muito parecida, variandoem
momentos
específicos,quando há
aumento do
Imposto sobreOperações
Financeiras (IOF), por exemplo,que não
incide sobre o leasing eem
outros casos, por interesse dos bancos,que
redirecionammais
ou menos
recursos para osegmento
quemais
lhe interessarem
determinadomomento.
Já
no
consórcio,não há
incidência de juros nas prestações, as administradorascobram
a título deremuneração
a taxa de administração,que
variade acordo
com
a administradora e é cobradaem
percentual sobre o valordo
bem
do
plano. 'O
consórcio édefinido
pela legislaçãodo
Banco
Central,como
administração de recursos de terceiros, proibindo desta
fonna
a cobrança de juros,uma
veznquenão
caracterizauma
operação fmanceira.O
risco é a chance de o credornão
receber oque
emprestou.O
risco éinerente ao crédito, por definição,
não há
créditosem
risco.A
_
O
risco é a variávelque melhor
caracteriza o crédito,uma
vezque o
banco
pode
escolher entre emprestar este recurso paraCDC
ou
leasing, escolher outro4
Os prazos, bem como as peculiaridades das diversas formas de crédito existentes, serão abordados no próximo capítulo.
segmento
para emprestarou
aplicá-lo deuma
outra forma,em
títulosou
mesmo
operações
que
possam
lhe render mais.Pelas suas próprias características,
no
consórcio, o risco tende a se reduzirpara a administradora
com
o passardo
tempo
do
grupo,uma
vezque somente
após a contemplação éque
obem
será entregue ao consorciado,podendo
estacontemplação ocorrer desde as primeiras assembléias, sendo neste caso o risco
maior
ou
nas últimas assembléias, diminuindo deforma
considerável o risco.Antes da
contemplação a administradoranão
correnenhum
risco,uma
vez
que
seo
consorciado setomar
inadimplente será excluídodo
grupo e receberá, algtmsmeses
após o términodo
plano, o valor investido.Nesta
restituição, seráabatido, a título de penalidade por quebra de contrato,
um
percentual que varia deacordo
com
otempo
em
que
o consorciado contribuiu. Este valor descontadodo
cliente excluído, é revertido
em
favordo
grupo.Não
há
muitas diferençasno
que
se refere a risco entrefmanciamento
eleasing,
podemos
citarcomo
uma
das principais diferenças a questão da garantia,ou
bem, que
no
casodo fmanciamento
fica
registradoem
nome
do
cliente,com
cláusula de alienação fiduciária
em
favordo
banco.No
leasing,o
bem
é registradoem
nome
do banco ou companhia
de leasing,com
cláusula de arrendamentomercantil
em
favordo
arrendatário/cliente.Em
ambos
os casos, para proceder qualquer alteração nas característicasdo
veículo
ou
para transferir sua propriedade,há
a necessidade de autorização emitidapelo banco,
sem
a qual o órgão de trânsitonão
efetuará o procedimento, resguardando destaforma
sua garantia.2.3.
Consórcio
Consórcio é a união de diversas pessoas fisicas
ou
jurídicas,com
o objetivode formar poupança, mediante esforço
comum,
com
a fmalidade exclusiva de14
Não
setem
como
certa aorigem
do
consórcio, vários autorestêm
diferentesargumentos
para o seu início,mas como
todas são formas semelhantes aoque
hojechamamos
de consórcio, acredita-seque
todas estas teorias ajudaram a formar oque
hoje
chamamos
de consórcio,como
citamuito
bem
HOLTZ
[l988, p. 33],“não
podemos
negarque
tais sistemastenham
colaborado para a formulação desse “suigeneris' consórcio. Afinal,
poupar
e gastaracompanham
a humanidade
desde seusprimórdios.
Sempre
existiramem
todos ostempos
e povos, sistemas depoupança
que, ao final, canalizavam os recursos para oconsumo”.
Da
mesma
forma
no
Brasil aorigem do
consórcio se perdeno
tempo. Já desde otempo
do
império havia várias formas deempréstimo
e poupança.No
iníciodos anos
60
éque
seencontram
as primeiras manifestações de formas semelhantesao
que
seria posteriormentedenominado
de consórcio.A
crescente industrialização, principahnente impulsionada pela indústriaautomobilística, causa o
aumento do êxodo
rural.Com
a intenção de conseguirnovos empregos na
indústriaem
desenvolvimento, os trabalhadoressaem
do
campo
em
direção às grandes cidades.Nasce
entãouma
nova
classe social,uma
classe de trabalhadoresprivilegiados, ávidos por consumir. Surge neste
momento
o consórcio,num
primeiro
momento,
segimdo
HOLTZ
[l988, p.35]em
forma
de cooperativas deconsumo
de grandes organismos,como
a Associação AtléticaBanco
do
Brasil,que
foi a grande responsável pela disseminação
da
idéiaem
todo o Brasil.Várias administradoras entram
no
mercado
ecomeçam
a surgir os primeirosproblemas
graves de danos àpoupança
popular. Surge então a primeira intervençãodo governo
em
1967,mas
osproblemas
continuam.Em
1971, o governo assurnecom mão
de ferro o controleda
atividade.Finalmente
em
agosto de 1972 os consórciostêm
seu regulamento aprovado,ficando
subordinados à Secretariada
Receita Federal.De
1974
a1976
háum
grandeaumento
no
número
de administradoras de consórcio.Das
pequenas empresas
familiares
surgem
os grandes consórcios nacionais.As
montadoras
de veículosfinanceiras e a fiscalização constante por parte
do
governo levaram os consórcios aum
grande desenvolvimento. `Em
sua obra,HOLTZ
[1988, p. 40],afirma
que
o consórcio ajuda a indústriaautomobilística a regular a produção,
na
sua opinião “os consórciosnão
estimulam ademanda
de bens, ao contrário, adeprimem
eregulam
oconsumo.
Com
estacaracterística normaliza o processo produtivo e
dá
estabilidade à produção”.Esta característica
do
consórcio ajuda asmontadoras
aprogramarem
parte de sua produção,uma
vezque normalmente
dois consorciados sãocontemplados
por assembléiaem
cada grupo, se amontadora
tem
a informação de quantos grupos existemem
andamento, ela poderá defmir aprodução
para atender estesegmento
com
um
certo grau de perfeição.No
consórcio, obem
é a garantia depagamento
após a contemplação,ou
seja, o
bem
fica
registradoem
nome
do
consorciadocom
cláusula de alienaçãofiduciária
em
favorda
administradora.Antes da
contemplação o consorciadofica
obrigado ao
pagamento
das contribuições, sobpena
de exclusãodo
grupoem
casode atraso superior ao pré-estabelecido
em
contrato.Diz
VENTURA
[2000, p. 83], “oconsorciado, enquanto
não
contemplado, é apenas e tão-somenteum
pretendente àretirada de
um
bem
para entrega futura.Após
a sua contemplação éum
fmanciado,isto porque, o
bem
lhe será entregue gravadocom
alienação fiduciária a favordo
grupo (...)”, ficará sujeito às
mesmas
penalidadesdo
leasing edo
CDC
em
caso deinadimplência.
C
Os
prazos enormas
de funcionamento dos consórcios são regulamentadospelo
Banco
Central,que
tem
ainda a função de, fiscalizar e disciplinar ofuncionamento
eandamento
das administradoras e dos grupos de consórcio.No
consórcio para veículos, os prazos variam.Os
mais
comuns
são planos de25,
50
ou
60
meses.Há
duas formas de pagamento: normal, pagando-se parcela porparcela
no
vencimento
e lance,onde
o consorciado ofertaum
determinadonúmero
de parcelas
ou
percentualdo
valor totaldo bem,
servindo este lancecomo
antecipação das parcelas finaisdo
plano, obrigando o consorciado a continuar o16
pagamento normal
das parcelas remanescentes, caso o lance ofertadonão
caracterize a quitação
do
plano.Só
é vantajoso anteciparou
quitar as parcelasdo
consórcio, após acontemplação
do
plano, pois a simples quitação antecipadanão
caracteriza acontemplação,
uma
vezque
esta só sedá
por lanceou
sorteio.Quitando
antecipadamente, o consorciado ficará sujeito apenas à contemplação por sorteio,
uma
vezque
as parcelas antecipadasnão poderão
ser revertidasem
lance.O
Banco
Centralmantém
em
caráter permanente, dados relativos às administradoras de consócios existentesno
país,com
infonnações sobre autorizaçãode
fimcionamento,
sua colocaçãonos
diversos segmentos, taxamédia
deinadimplência, taxa de administração por empresa, por
segmento
e a taxamédia
do
mercado.
Nota-se
uma
preocupação muito grande e constante por partedo
Banco
Central
no
que
diz respeito à segurança dos futuros consorciados, euma
preocupação ainda
maior
em
desmascarar possíveis fraudadoresdo
sistema.Uma
das principais
recomendações do
Banco
Central écom
as excessivas vantagens efacilidades oferecidas pelos vendedores, o
que
em
muitos casos concretiza asuspeita de fraude.
2.4. Crédito Direto
ao
Consumidor
(CDC)
O
crédito direto aoconsumidor (CDC),
é aforma
de créditomais
conhecidae
mais
utilizadana
indústria automobilística.CDC
pode
ser definidocomo
o créditoconcedido por instituição fmanceira para aquisição de
um
bem
específico.O
financiamento de automóveis surge informalmentecom
a concessionária trabalhandocom
bancos
e outras instituições financeiras e utilizando seus próprios recursosalgumas
vezes para vender carros a prestação.Henry
,Ford
relutouem
encorajar empréstimos aos consumidores (eleentendia
que
o fabricante deveria apenas produzir os bens, ofmanciamento
deveriafinanciar a
compra
do
modelo
Ford
T, cujaprodução
estavamuito
aquém
dasvendas previstas
[VENTURA,
2000, p. 76].No
Brasil o financiamento de veículo surgeno
mesmo
momento
da
criaçãoda
indústria automobilística, asmontadoras que
se instalavam traziam oknow-how
de outros locais
onde possuíam
fábricas.O
CDC
tem
o objetivo de financiar veículosnovos
e usados, a partir deregras estabelecidas pelo
Banco
Central.O
consumidor
compra
o veículona
concessionáriaque
preferir,pagando
uma
entrada efinanciando
o saldoem
~
prestaçoes,
que
podem
serfixas
ou
variáveis.2.4.1.
CDC
Pré-Fixado
O
CDC
pré-fixado,como
o próprionome
já diz,tem
suas prestações fixas, oconsumidor
neste caso sabe quanto vai pagardo
começo
ao fimdo
financiamento,~ ~ I ~
as prestaçoes
nao
tem
vanaçao.No
Brasil, esta é aforma
de financiamentomais
utilizada.Com
estamodalidade
os consumidores sesentem mais
seguros, poisnão
estão vulneráveis às variações dos índices de correção utilizados parao
reajuste dos contratos pós- fixados.Esta é a
modalidade
preferida pelos consumidores, urna vezque
nosso país é bastante vulnerável às instabilidades econômicas, oque aumenta
o risco de urna operação pós-fixada, pois se o país sofreuma
criseeconômica
ehá aumento
dosjuros, os contratos pré-fixados
não
sofrerãonenhum
tipo deaumento
em
suasparcelas. '
Apesar
das taxas de juros das operações pré-fixadas incluírem a expectativade inflação,
tomando-as
bastante elevadas, muitos consumidores a preferem, pornão
acreditaremna
continuidade da estabilidadeeconômica
porum
períodomuito
longo.18
Nesta modalidade
deCDC,
as prestaçõestêm
correção mensal, o consurnidorrealiza
uma
operação enão
sabe qual será o valor das parcelasem
seusvencimentos, apenas
tem
como
base o valor contratadodevendo
aplicar a variaçãodo
índice adotado para a correção.Quando
da
estabilidade econômica, após a implantaçãodo
plano Real, estamodalidade
foi bastante utilizada pelos consumidores,uma
vez que sobre ofmanciamento
incidiauma
pequena
taxa de juros fixos, e a variaçãodo
índicecontratado.
Como
a variação destes índices era razoavelmente baixa, osconsumidores contratavam-seus
financiamentos
na
forma
pós-fixada, queem
muitoscasos era vantajosa.
C
Os
indicesmais
utilizados para a correçãodo
CDC
eram:I
TR
-
Taxa
Referencial, e suas variações IIGPM
-
Índice Geral de Preços deMercado.
I Dólarp
Após
a estabilizaçãoeconômica houve
um
aumento
significativo doscontratos pós-fixados, principalmente dos contratos
em
dólar,mas
com
adesvalorização
do
Realem
1999 estas operaçõesforam
bastante reduzidas.Não
há
interesse dos consumidores pelas operações e os
bancos procuram
não
oferecer estamodalidade. A
l
Atualmente os
bancos
não
têm
operadocom
CDC
pós-fixado,uma
vez
que
a procura é bastante baixa e a captação de recursos internos estámais
facilitada.Da
mesma
forma que
no
consórcio,no
CDC
a garantiado pagamento
é opróprio
bem,
uma
vezque
o veículo é registradoem
nome
do
proprietáriocom
cláusula de alienação fiduciária
em
favor da instituição financeira,banco
ou
fmanciadora.O
Banco
Centraldo
Brasil équem
determina as regrasdo
CDC,
sendoque
a suamaior
intervenção se dáem
períodos de restrição aoconsumo, quando
esteestipula prazos
máximos
para as operações, aurnento de depósitos compulsórios pordo
CDC
tem
mudado
pouco nos
últimos anos, salvo restrições impostas pelogoverno
em
algtms períodos.Diferente
do
consórcio edo
leasing,no
CDC
incide o Imposto SobreOperações
Financeiras (IOF), por este caracterizaruma
operação fmanceira.Os
prazosdo
CDC
são bastante maleáveis,não foram
encontradosna
literatura disponível os prazos
máximo
emínimo
para a realização destas operações,que
podem
variar desdeuma
até60
prestações.Tem-se no
entanto conhecimento,que
os prazosmais
utilizados são 12,24
e3ó
prestações. Atualmente,com
a estabilidade econômica, váriosbancos
vêm
alongando estes prazo para 48, e até
60
prestações, prazosque não eram
comuns
há
algums anos, principalmenteem
se tratando de operaçõescom
taxas pré-fixadas.Também
na
legislação,não há
definição de prazosmínimo
ou
máximo
para oCDC,
porém
não
setem
conhecimento
de operações realizadascom
prazossuperiores
há 60 meses
para automóveis e comerciais leves.2.5.
Leasing
O
leasing,“chamado de
Arrendamento
Mercantil pela legislação brasileira,~ ~
consiste, basicamente,
na
cessao de usufruto deum
bem
medianteuma
remuneraçao
periódica, por
um
prazo determinado.Ao
fim
do
qual o arrendatáriopode
optar pelarenovação
do
contrato de arrendamento”[SAMANEZ,
1990, p. 13].O
leasing éum
contrato atravésdo
qual urnaempresa
cede aalguém
ou
aoutra empresa, por
um
deterrninado período de tempo, o direitode
usar e obterrendimentos
com
bens de sua propriedade,havendo
ainda aopção
decompra no
fmal
do
plano. Assemelha-se aum
contrato de aluguel. AA
mais
antiga evidência sobre leasingda
qual se tenha conhecimento datada
Antigüidade, por volta de2000
a.C., nas escritas cuneiformesdo povo
sumério, já que, sendo o leasing forrna peculiar de locação, os antigosusaram
as primeirasformas locativas, distinguindo a propriedade
do
bem
em
relação ao seuuso
[SAMANEZ,
1990, p. 14].20
O
leasing,como
as outrasformas
de crédito,tem
suaorigem
exatadesconhecida.
Alguns
autores,em
suas obras citammais
deuma
procedência para otema.
No
entanto,há
uma
tendênciaem
acreditarque
estas formasmais
antigas,serviram apenas de base para o
que
hojeconhecemos
como
leasing.A
forma
atualteve sua origem,
segundo
os vários autores estudados, entre aSegimda Grande
Guerra
Mundial
e a década de 50.No
Brasil, o leasing foi introduzidona década
de 60, inicialmentesem
adevida regulamentação, o
que
dificultava o crescimentodo
setor,que
erareconhecidamente pleno de potencial.
Na- década de 70, o leasing
começou
a ser regulamentado, disciplinando osetor e propiciando o seu crescimento dentro de
um
marco
legal.A
lei 6.099, de12/09/74, passa a
denominar
o leasingcomo
“Arrendamento
Mercantil”,determinando o
Banco
Centraldo
Brasilcomo
órgão de controle e fiscalização.Usualmente temos
dois tipos de leasing, o operacional e o financeiro.O
leasing Financeiro,além
de suaforma
convencional,pode
apresentar-seainda sob as modalidades de lease-back, leasing imobilizado, leasing exportação,
~
leasing importaçao, entre outros.
2.5.1.
Leasing Operacional
É
amodalidade
em
que
as condições de locaçãodo
bem
são privilegiadas,ou
seja,
normalmente não há
interessedo
arrendatário pela aquisiçãodo
bem
aofinal
do
plano.Nessa modalidade normalmente
aempresa
arrendadoraassume
amanutenção do
bem
arrendado.Não
écomum
este tipo de leasingno
setorautomobilístico,
uma
vezque normalmente
o arrendatáriotem
interessena
aquisição
do
bem
ao finaldo
plano.Como
exemplo
comum
de leasing operacional,podemos
citar a Xerox,que
arrenda oequipamento
eassume
amanutenção do
mesmo,
retomando-o ao finaldo
contrato.2.5.2.
Leasing
FinanceiroÉ
aforma mais
comum
utilizadano
Brasil[SAMANEZ,
1990, p. l7], assim odefine: “é
uma
operação fmanceiraem
que
uma
empresa,chamada
anendante,adquire bens de capital
segundo
as especificações e para uso de outra,chamada
arrendatária”.
Difere
do
leasing operacional, pois nesta modalidade, as despesas demanutenção
e conservaçãodo
bem
airendadocorrem
por contado
arrendatário, efica
claroque há
interesse por partedo
airendatáriona
aquisiçãodo
bem
no
final
do
arrendamento.
'
O
leasing financeirotem
várias modalidades, que serão a seguir classificadas:I
Lease-back
-
É
a modalidadeonde
o arrendatáriovende
àempresa
arrendadoraum
bem
de sua propriedade,que
o
arrenda ao seu antigo proprietário.Na
linguagem do mercado
financeiro, estamodalidade
é vistanormahnente
como
levantamento de capital de giro por parte
do
arrendatário,como
no
final existe aopção
de compra, obem
volta a possedo
seu proprietário original;I Leasing imobiliário
-
São
operaçõesque envolvem
terrenosou
terrenoscom
edificações de qualquer tipo, seja ela concluída,
em
construção,ou
a serconstruída.
O
leasing imobiliáriopode
financiar toda a construção;I Leasing importação
-
Também
denominado
leasing internacional, é a operaçãoem
que
bens de capitalnovos
ou
usados, produzidosno
exterior,sem
similarnacional, são arrendados a empresas domiciliadas
no
Brasil, porcompanhias
deleasing.
I Leasing exportação
-
Operação
em
que
acompanhia
de leasing brasileiraarrenda
um
bem,
adquiridono mercado
interno, a arrendatáriosno
exterior.Trata-se de
modalidade
geralmente utilizada paracompra
de grandes equipamentos, aexemplo
das aeronaves exportadas pelaEmbraer
para diversos22
'I Leasing pessoa física
-
Existena
literatura estamodalidade
de leasingfinanceiro.
Porém, não há mais
distinção entre estamodalidade
e o leasing parapessoa juridica. Esta separação serviu unicamente
porque
oBC
autorizavao
leasing para profissionais liberais,mas
a práticado
leasing setomou
tãocomum
que
começou
a ser realizadotambém
por pessoas físicascomuns, não havendo
mais
a necessidade de diferencia-lo;I Leasing agricola
~
Possui asmesmas
característicasdo
leasing pessoa fisica,porém
contemplasomente
produtor rural etem
urna diferençafimdamental,
devido às características
do
setor, a legislação abriuuma
exceção, permitindointervalos de
pagamentos
superioreshá
seis meses, por se tratar de atividadeque
normalmente
tem
receitas anuais.'
Subarrendamento
- Permiteque companhias
de leasing domiciliadasno
Brasil,possam
contratar operações de leasingcom
entidadesno
exterior, parasubarrendar os
bens
a arrendatáriosno
país.A
expressão arrendamento mercantil foi introduzida pela legislaçãobrasileira, porque a Constituição da República Federativa
do
Brasil de 1988,em
seua11:i
8
o 13,P
roíbe a citação deP
alavras estran eiras8
em
contratos e atos oficiaissDI
Aucusrmi,
1995, p. 131.E
P
Apesar
das várias semelhançascom
oCDC,
o leasing,no
que se refere a prazos, possuiuma
caracteristica própria.Sua
legislaçãodefine que não
podem
serrealizadas operações
com
prazos inferioreshá 24
meses. Este prazominimo
é estabelecido poruma
questão contábil, estando relacionada à vida útildo
bem
arrendado, que a legislação
defme
para veículosum
prazo de cinco anos.,
Normalmente
as operações de leasing são realizadasem
24,30 ou 36
meses,sendo
que
alglmsbancos
já trabalharamcom
operações de leasingem
48
e até60
meses, o que é
menos comum.
A
legislaçãonão
define
prazomáximo
para as operações de leasing,porém,
como
bem
citaSAMANEZ
[1990, p. 36] “nãohá
restrições para prazomáximo
das_¡..|\
5? Para fins de simplificação, utilizou-se o termo leasing, por este já estar incorporado ao vocabulário nacional
operações.
Na
prática, o prazomáximo
depende da
possibilidade de as sociedadesde arrendamento captarem fundos
em
longo prazo e de aspectos de crédito”.O
Banco
Centraldo
Brasil équem
regulamenta e fiscaliza asnormas
para funcionamento das empresas de leasing, sendo que suas taxas são muito parecidascom
asdo
CDC.
Da
mesma
forma que
no
financiamento,no
leasing o veículo é a garantiaque
o
banco
tem
do pagamento
das parcelas.Mas
no
leasing existeuma
diferençafundamental, o veículo é registrado
em
nome
da arrendadora,com
cláusula de arrendamento mercantilem
favordo
arrendatário.Ao
finaldo
plano o arrendatáriotem
três opções:I devolver o
bem
à arrendadora; I renovar o contrato;I exercer a
opção
decompra
e receber a possedo bem.
No
Brasil, geralmente o arrendatário opta pelacompra
do bem,
uma
vez
que
o
pagamento do
Valor Residual Garantido(VRG),
pago
pelo arrendatário,que
representa a
opção
de compra, é feito antesou
duranteo
plano, inviabilizando a devoluçãodo
bem
para a arrendadora.A
parcelado
leasing éformada
por duas partes, a contraprestação,que
é aparcela propriamente dita e o
VRG,
que
é aopção
de compra. Essa parcelapode
serpré
ou
pós- fixada, geralmenteem
dólarou TR.
'
O VRG
pode
serpago
de três formas diferentes:0 antecipado, a entrada
que
édada quando da
aquisiçãodo bem;
0 diluído,
quando
este épago
durante a operação juntocom
a contraprestação;0 fmal,
quando
ele épago
juntamentecom
a última contraprestação.Em
um
único contrato de leasing,pode
haver a cobrança deVRG
nas trêsformas: antecipado, diluído e final,
conforme
constano manual
denormas do
Banco
Fiat.
Atualmente vem-se
discutindo,em
processos judiciais, impetrados por24
antecipação
do
VRG, uma
vezque
esta antecipação descaracteriza a leasing,tornando-0
uma
simples operação decompra
evenda
a prazo.Neste capítulo pode-se verificar a importância
da
intermediação financeira para o créditono
setor automotivo. .A
especialização de alguns agentes neste serviço,tomou
a intermediaçãomais
facilitada, ágil e confiável,modernizando
eaumentando o
volume
das operações de crédito, reduzindoo
risco dos agentes envolvidos.O
créditotem
sido muito importante para a indústria automobilística, sendoutilizado para o
aumento
dasvendas
internas, alcançando patamares bastanteelevados de participação neste mercado.
As
várias formas de créditoforam
apresentadas, sendo citadas suascaracterísticas e peculiaridades,
demonstrando que
as preferências dosconsumidores
podem
ser -cobertas por outraforma
de créditodependendo
decomo
A
PARTICIPAÇÃO
DO
CRÉDITO
NAS
VENDAS
INTERNAS
Este capítulo tratará
da
evolução das operações das várias fonnas de créditoem
relação aovolume
de vendasda
indústria automobilísticano
Brasil, será feitauma
análise comparativada
evolução destasformas
no
período de estudo.3.1.
A
Produção
de
Veículosno
BrasilA
tabelal, apresenta aprodução
de veículosna
indústria automobilísticabrasileira, de 1957 até 2001.
A
análise desta tabela, deixa evidenteque
a produção, de urnaforma
geralvem
crescendo ao longo dos anos.Podendo
ser observados longos períodos de crescimento e algunspoucos
e curtos períodos de queda, seguidosnovamente
porperíodos
de
crescimento.Porém, nos
últimos anos, pode-se observarque há
uma
constante oscilaçãona
produção
de veículos, alterando a tendênciade
longos períodos de crescimento por períodosmais
curtos, seguidos de períodos de redução.»
No
período deestudo, pode-se destacar
o ano
de 1997,quando
aprodução
chegou
aaproximadamente
2 milhões, exatamente 1.984.403 unidades produzidas,entre automóveis e camionetas.
Se considerarmos a produção dos
chamados
comerciais pesados (ônibus ecaminhões) a
produção
de 1997 ultrapassa a casa dos2
milhões de unidades.Nunca
a indústria automobilística brasileira registrou
volume
tão elevado de veículosproduzidos.
O
aumento da produção
de veículos estimula o crédito,uma
vezque
asTabela 1:
Produção
de Veículos -1957
a2001
Produção
de Veículos
-
1957
a
2001
Ano Automóveis Camionetas Utilitários Camionetas
de uso Misto de Carga
Total 57 1166 490 9164 1217 12037 58 3831 7504 14273 4703 30311 59 14495 15793 18083 8083 56454 60 42619 19195 19514 10026 91354 61 60205 24439 17621 12826 115091 62 83876 25969 22247 19432 151524 63 94764 27449 13432 14516 150161 64 104710 27441 11853 15209 159213 65 113772 24323 9496 12637 160228 66 128821 28607 14426 17702 189556 67 139260 302720 8140 16009 466129 68 65045 36594 7328 23984 232951 69 244379 34567 5193 23313 307452 70 306915 35518 4723 26487 373643 71 399863 370540 31123 73840 875366 72 471055 43316 5534 43479 563334 73 564002 47354 6563 56893 674812 74 691310 52649 7510 66776 313245 75 712526 54450 7346 67099 841421 76 765291 57687 7010 60673 890661 77 732360 37627 3019 32991 805997 78 871170 41514 5321 45400 963405 79 912018 41002 5770 63293 1022083 30 1' 933152 34360 5631 75549 1048692 81 585834 17096 2856 85354 691140 82 672589 23214 3100 103883 802786 83 748371 14306 1636 90456 854769 84 679386 15497 1107 112326 808816 85 759141 16331 1512 116570 893554 86 815152 14235 2867 128316 960570 87 683380 13395 3134 132318 832227 88 782411 21095 2747 172266 978519 89 730992 17641 2425 184942 936000 90 663084 17258 1775 165721 847838 91 705303 11999 1655 168955 887912 92 815959 16085 334 185122 1017550 93 1100278 25495 265 198627 1324665 94 1248773 38967 231 211346 1499817 95 1297467 43975 247 195177 1536866 96 1453576 67740 244 211713 1738273 97 1677353 65263 320 240962 1984403 98 1254016 41331 449 204603 1500399 99 1107751 24796 719 147351 1280617 00 1361721 30890 1455 202816 1596882 01 1495622 í 31635 1536 182561 1711404 Fonte: Anfavea