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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO FINAL

Estágio Profissionalizante 6º Ano

Orientador: Prof. Doutor Joaquim Candeias de Sousa Gago

Regente: Prof. Doutor Rui Maio

Mestrado Integrado em Medicina

Catarina Gil Corrêa Figueira | 2014176 | Turma 3

NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas

Ano letivo 2019/2020

Lisboa, julho 2020

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ÍNDICE

Apêndice de Siglas ... 4

Introdução e Objetivos Gerais ... 5

Atividades Desenvolvidas ... 5

I. Cirurgia Geral ... 6

II. Medicina Interna ... 6

III. Saúde Mental ... 7

IV. Medicina Geral e Familiar ... 8

V. Pediatria. ... 9

VI. Ginecologia e Obstetrícia ... 10

Elementos Valorativos ... 10

Reflexão Crítica Final ... 11

Referências ... 13

Anexos ... 13

I. Cronograma do Ano Letivo 2019/2020 ... 13

II. Trabalhos realizados no Âmbito do Estágio Profissionalizante ... 13

III. Certificado TEAM – Trauma Evaluation and Management ……….. 14

IV. Fisiopatologia e Alvos Terapêuticos I e II – Monitora Voluntária 2016/2017 ... 15

V. Opcional Anatomia Regional – Monitora Voluntária 2016/2017 ... 15

VI. Rastreios Marca Mundos ... 16

VII. Banco Alimentar ... 16

VIII. Voluntariado na Área da Saúde – GVI – Phang Nga, Tailândia ... 17

IX. iMed Conference 11.0 ……… 18

a. iMed – Workshop “Surgical Airway Approach” ………. 19

b. iMed - Workshop “Laparoscopic Surgery Advanced” ……… 19

X. Workshops de Formação ………. 20

a. Urgências em ORL ………. 20

b. Radiologia na Urgência – Tórax e Abdómen ... 21

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APÊNDICE DE SIGLAS

— CHPS – Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa — HBA – Hospital Beatriz Ângelo

— HSAC – Hospital Santo António dos Capuchos — HSJ – Hospital de São José

— MIM – Mestrado Integrado em Medicina — MGF – Medicina Geral e Familiar

— SU – Serviço de Urgência

— UCI – Unidade de Cuidados Intensivos — USF – Unidade de Saúde Familiar

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INTRODUÇÃO E OBJETIVOS GERAIS

O Estágio Profissionalizante incluído no âmbito do plano curricular do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas da Universidade NOVA de Lisboa visa o aprofundamento do conhecimento teórico e capacidades clínicas desenvolvidas ao longo do curso. Eloquentemente exposto na obra O Licenciado Médico em Portugal1, é fundamental ao futuro

médico “adquirir uma base de conhecimentos sólida e coerente, associada a um adequado conjunto de valores, atitudes e aptidões que lhe permita tornar-se um médico fortemente empenhado nas bases científicas da arte da Medicina”.

De acordo com este pressuposto, o Estágio Profissionalizante permite, através de trabalho clínico tutelado em meio hospitalar e de cuidados de saúde primários, o fortalecimento da componente prática, garantindo o desenvolvimento de um maior grau de autonomia num ambiente seguro para o futuro médico e para o doente.

Ao longo do meu estágio profissionalizante, delineei alguns objetivos gerais:

(1) Consolidação e aplicação dos conhecimentos teóricos e práticos desenvolvidos nos anos anteriores, procurando progressivamente maior grau de autonomia;

(2) Desenvolvimentos de competências clínicas, éticas e sociais que assegurem uma abordagem autónoma do doente e da família a par do desenvolvimento de competências pessoais inerentes à prática médica, nomeadamente integridade, sentido de responsabilidade e interesse na valorização pessoal;

(3) Integração na dinâmica diária dos serviços clínicos com desenvolvimento de capacidade de comunicação interpessoal com colegas e profissionais, assim como com doentes e familiares, transmitindo informação clínica de forma humana e empática, adequada ao contexto sociocultural individual;

(4) Adquirir competências no âmbito de exposição pública de trabalhos e casos clínicos;

(5) Por último, conciliar a minha formação médica, preparação para a Prova Nacional de Acesso, atividades extracurriculares, vida pessoal e saúde física e mental, sem prejuízo de nenhuma.

Com o presente relatório pretendo descrever as atividades desenvolvidas ao longo do ano, destacando os objetivos alcançados, assim como limitações que impediram o seu alcance. É organizado em: Atividades

Desenvolvidas, onde cronologicamente descrevo os estágios parcelares frequentados; Elementos Valorativos, onde foco atividades enriquecedoras à minha formação e crescimento pessoal; Reflexão Crítica Final, uma avaliação global do estágio acompanhada por uma breve reflexão crítica; e, Anexos.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O Estágio Profissionalizante decorreu, devido a circunstâncias nacionais e mundiais, de forma um pouco atípica. Inicialmente, entre 9 de Setembro de 2019 e 13 de Março de 2020, os estágios parcelares de Cirurgia Geral, Medicina Interna, Saúde Mental e Medicina Geral e Familiar (MGF) decorreram

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presencialmente nas diferentes entidades hospitalares e de cuidados primários. Posteriormente, até 15 de Maio de 2020, os estágios de Pediatria e Ginecologia e Obstetrícia decorreram através de ensino on-line, à distância – Anexo I.

II.

Cirurgia Geral – Hospital Beatriz Ângelo (HBA)

Para o estágio de Cirurgia Geral, defini como objetivos específicos: (1) Aprofundar os meus conhecimentos sobre as principais síndromes cirúrgicas, bem como as várias abordagens de diagnóstico e terapêutica disponíveis; (2) Praticar a técnica de assepsia e procedimentos de Pequena Cirurgia, permitindo a familiarização com os instrumentos cirúrgicos e uma maior confiança na minha capacidade técnica.

Na primeira semana de formação teórico-prática, gostaria de referir a realização do Curso TEAM que permitiu a abordagem de múltiplos cenários de trauma em contexto de caso clínico e com prática pedagógica e realística em modelos – Anexo III. O restante período de estágio, decorreu no HBA, sob a orientação do Dr. Pedro Amado com participação a nível de Consulta Externa, Enfermaria, Urgência e Bloco Operatório, interrompidas por uma semana de Serviço de Urgência (SU) e, por último, duas semanas de estágio opcional na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI). Pude assistir a um total de 28 atos cirúrgicos, participando como 2ª ajudante em 13 desses. No estágio em UCI pude também acompanhar vários doentes e realizar alguns procedimentos, nomeadamente a colocação de linha arterial para monitorização invasiva.

No último dia de estágio, no Minicongresso de Cirurgia, apresentei em conjunto com duas colegas, o trabalho “The Dark Side of the Eye”, sobre a abordagem de metástases hepáticas de melanoma da coroideia – Anexo II. Este caso foi particularmente apelativo devido à raridade desta patologia, com incidência anual de apenas 6 casos por milhão a nível mundial, e aos achados cirúrgicos intraoperatórios com lesões múltiplas de pigmento escuro no parênquima hepático.

De modo geral, gostaria de ter passado mais tempo na rotação de Cirurgia Geral, possivelmente através do encurtamento das sessões teórico-práticas ou do estágio no SU. Contudo, sinto que esta experiência me ensinou duas lições essenciais para a prática futura: (1) a importância da abordagem multidisciplinar na melhoria dos outcomes cirúrgicos; e (2) a flexibilidade necessária à realização do ato cirúrgico, com capacidade de adequação face às descobertas intraoperatórias.

III.

Medicina Interna – Hospital Santo António dos Capuchos (HSAC)

O estágio parcelar de Medicina Interna decorreu no HSAC sob a orientação da Dra. Helena Monteiro em colaboração com a equipa do SU do Hospital de São José (HSJ). Considerando a Medicina Interna uma pedra basilar no acompanhamento do doente com patologia aguda e crónica e, aliado ao facto do aluno de 6º ano ser encarado como uma extensão da equipa médica, este torna-se, na minha opinião, um dos

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estágios mais desafiantes do ano profissionalizante. Como objetivo principal, decidi procurar corresponder a esta expectativa, adquirindo de forma progressiva, autonomia e responsabilidade e procurando realizar, de forma integrada, tarefas de exigência crescente.

Fui rapidamente integrada na equipa médica, participando ativamente na rotina de Enfermaria. Diariamente, eram-me atribuídos 1 a 3 doentes, consistindo as minhas funções na verificação de vigilâncias, observação diária dos doentes, registo do diário clínico, requisição de meios complementares de diagnóstico e, quando necessário, realização de notas de alta. No final da manhã, discutia os doentes com a equipa, que orientava cuidadosamente o meu trabalho e o plano individualizado de cada doente.

No SU do HSJ, procurei aprimorar um raciocínio clínico rápido e estabelecimento de prioridades. De forma caricata, no meu primeiro dia, o sistema informático falhou e todo o procedimento clínico e burocrático foi realizado em papel, algo que funcionou como uma oportunidade para me adaptar a algumas das limitações inerentes a sistemas e infraestruturas muitas vezes ultrapassados com que terei de lidar no futuro.

Assisti aos Seminários de Medicina Interna lecionados na Faculdade de Ciências Médicas e, semanalmente, às Sessões Clínicas apresentadas no Serviço. Em conjunto com dois colegas, apresentei uma revisão teórica do tema “Coma – Diagnóstico Diferencial”, com principal destaque para a abordagem urgente do doente em estado comatoso – Anexo II. Adicionalmente, frequentei o Curso de ECG lecionado pelos internos do serviço, com avaliação final por teste escrito.

De modo geral, neste estágio pude aperfeiçoar competências como a recolha da anamnese e realização do exame objetivo. Adicionalmente, graças à duração alargada do estágio, pude experienciar uma vertente mais íntima da relação médico-doente, garantindo a oportunidade de desenvolver o meu senso clínico, valorizando determinadas queixas ou resultados analíticos de forma integrada no quadro geral de cada doente.

IV.

Saúde Mental – Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL)

O estágio parcelar de Saúde Mental decorreu no Serviço de Psicogeriatria do CHPL sob a orientação do Dr. Pedro Branco. Tendo realizado a Unidade Curricular de Psiquiatria do 5º ano do MIM na Universidade de Semmelweis, em Budapeste, a realidade com que contactei é, em vários aspetos, distinta da portuguesa. Desta forma, defini como objetivos específicos: (1) Aprofundar o meu conhecimento sobre as principais perturbações psiquiátricas, o seu diagnóstico e terapêuticas disponíveis a nível nacional; (2) Praticar a realização de uma entrevista clínica adequada aos sinais e sintomas; (3) Valorizar o papel da família, sociedade e ambiente no desenvolvimento e abordagem de patologia psiquiátrica; (4) Identificação e referenciação de situações de risco individual ou social.

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O estágio começou com seminários teórico-práticos que permitiram uma breve revisão das bases teóricas e técnica inerente à realização de procedimentos-chave na prática clínica. Adicionalmente, exploramos de forma interativa temas pertinentes, infelizmente com menos relevo durante o curso, como o conceito de Estigma na Doença Mental.

Na componente prática do estágio, integrei a equipa do Serviço de Psicogeriatria, acompanhando diariamente os doentes em regime de internamento. Este acompanhamento regular de doentes com patologia psiquiátrica garante a sensibilidade para a deteção de alterações de comportamento ou humor que poderiam passar despercebidas a um observador pontual. Principalmente na Psicogeriatria, com doentes com alterações mnésicas, o contacto regular com membros de uma equipa fixa e estabelecimento de uma rotina promove uma relação médico-doente mais estreita e melhor adesão terapêutica.

Semanalmente, participei na Reunião de Serviço e no Journal Club e, de forma pontual, em Reuniões Familiares, onde compreendi a importância de abranger a família na relação médico-doente, na medida em que o bem-estar físico e mental destes doentes depende, em vários níveis, da colaboração e articulação com a família. Neste contexto, participei também nas Sessões de Apoio Psicopedagógico aos Familiares e Cuidadores. Por último, tive a oportunidade de sair com a Equipa Comunitária, participando na reunião mensal na Unidade de Saúde Familiar (USF) de Rio Mouro, onde especialistas de Medicina Geral e Familiar e de Saúde Pública são incentivados a esclarecer dúvidas relativamente ao diagnóstico ou terapêutica adequada à situação clínica e social dos seus doentes.

De forma geral, creio que o conhecimento teórico das várias patologias psiquiátricas e o contacto pessoal e profissional com doentes é essencial à humanização da Psiquiatria e é o método mais eficaz na minimização do estigma.

V.

Medicina Geral e Familiar – Unidade de Saúde Familiar de Jardim dos Plátanos

O estágio parcelar de MGF decorreu na USF de Jardim dos Plátanos sob a orientação da Dra. Catarina Barreto. Esta é uma especialidade que reflete a generalidade do exercício da Medicina, demonstrando um papel essencial no acompanhamento regular da população em todos os estadios de desenvolvimento. Desta forma, estabeleci como principais objetivos: (1) Adotar uma abordagem centrada na pessoa; (2) Identificar e gerir fatores de risco e as patologias mais frequentes na comunidade; e (3) Desenvolver autonomia na prescrição de métodos de diagnóstico e terapêutica que considerem as limitações clínicas e socioeconómicas dos doentes.

Durante este mês, presenciei 190 consultas divididas entre Saúde Infantil e Juvenil, Planeamento Familiar, Saúde do Adulto, Doença Aguda e de Intersubstituição. Pude, com supervisão direta e indireta, conduzir consultas autonomamente, o que se revelou uma experiência inestimável, permitindo a identificação de limitações teóricas a colmatar e a consolidação da autoconfiança nas minhas capacidades

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enquanto futura médica. Durante este processo senti-me sempre devidamente apoiada e, ao longo do estágio, reconheço uma evolução significativa da minha capacidade de comunicação.

Individualmente, realizei um panfleto informativo de forma a ser distribuído na USF - “Coronavírus - COVID-19”, Anexo II. A escolha do tema baseou-se nas dúvidas dos utentes, sendo esta uma forma eficaz de assegurar o seu melhor aconselhamento e o aprofundamento dos meus próprios conhecimentos.

De forma geral, sinto que foi extremamente importante a experiência pessoal da relevância da empatia na relação médico-doente. Esta garante um ambiente de confiança e confidência, assegurando uma consulta centrada na pessoa e permite a partilha de comportamentos de risco, potenciando a modificação de hábitos e a adesão à terapêutica, uma ferramenta essencial o estojo médico. De forma específica, durante este período inicial de inquietação com o COVID-19, observei o papel crucial dos Serviços de Saúde Primários no esclarecimento de dúvidas e educação para a prevenção.

VI.

Pediatria – Ensino On-line

O estágio parcelar de Pediatria deveria ter decorrido no Hospital CUF Descobertas, contudo, devido à Pandemia COVID-19, houve a necessidade de adaptação por parte dos docentes e alunos ao ensino on-line. Desta forma, tratando-se do primeiro estágio em período de confinamento, tentou estabelecer-se uma via de comunicação bidirecional entre o Regente Prof. Doutor Luís Varandas e os alunos, tentando definir objetivos pedagógicos e exequíveis nesse período de incerteza.

Em conjunto com três colegas, realizei e apresentei o seminário intitulado “Doenças Exantemáticas – Sinais de Alerta”, focando características clínicas que devem alertar qualquer médico para situações potencialmente graves - Anexo II. Adicionalmente, a título individual, escrevi um artigo de revisão denominado “Vacinação contra o Vírus do Papiloma Humano no Sexo Masculino”, expondo o racional subjacente ao alargamento da vacinação contra o Vírus do Papiloma Humano ao sexo masculino e a comparação com a posição dos restantes países da União Europeia, Estados Unidos da América, Canadá e Austrália – Anexo II.

Tendo realizado a Unidade Curricular de Pediatria do 5º ano do MIM na Universidade de Semmelweis, em Budapeste, acredito que a realidade com que contactei é, em vários aspetos, distinta da portuguesa. Inevitavelmente, deparei-me com uma barreira linguística, ainda mais apreciável em idade pediátrica e, para além disso, as condições socioeconómicas deste país resultam em condições clínicas com que julgo não me deparar em Portugal. Apesar do trabalho desenvolvido pelos alunos e das Sessões Clínicas preparadas pelos docentes, sinto que este foi um momento da minha formação pré-graduada que não foi colmatado e que tentarei explorar no futuro.

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VII.

Ginecologia e Obstetrícia – Ensino On-line

O estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia deveria ter decorrido no Hospital Vila Franca de Xira, contudo, tal como referi anteriormente, devido à Pandemia COVID-19, houve a necessidade de adaptação ao ensino on-line. Sendo este o segundo estágio em período de confinamento, a Regente Profª. Doutora Teresinha Simões já tinha delineado um método de substituição do ensino presencial. Semanalmente, eram-nos enviado um conjunto de questões clínicas baseadas nos seminários de Ginecologia e Obstetrícia disponíveis na página do Moodle da Unidade Curricular. Após discussão em grupos de trabalho pré-estabelecidos, as respostas eram enviadas de novo para correção por parte da Regente.

Adicionalmente, em conjunto com o colega João Cravo, criei um seminário intitulado “Doenças Hipertensivas na Gravidez” em que, progredindo pelos diapositivos, o observador pode ouvir a nossa voz a abordar as principais patologias hipertensivas na grávida, assim como o seu diagnóstico e abordagem terapêutica.

Infelizmente, neste estágio não tive a oportunidade de cimentar a prática clínica de Ginecologia e Obstetrícia. Contudo, gostaria de ressalvar que o estágio de Ginecologia e Obstetrícia de 4º ano na Maternidade Alfredo da Costa, sob a orientação da Dra. Guida Gomes, garantiu, na minha opinião, que a minha formação pré-graduada não fosse prejudicada. Nesse contexto tive a oportunidade de adquirir e solidificar conhecimento teórico sobre as principais patologias ginecológicas e obstétricas, participar em múltiplas consultas, realizar de forma autónoma o exame ginecológico e procedimentos, nomeadamente colpocitologias e tip tests. Para além disso, semanalmente acompanhava a minha tutora no SU, assistindo à realização de métodos complementares de diagnóstico e acompanhando grávidas no momento do parto. De modo geral, considero que os docentes se adaptaram da melhor forma possível e não considero que a minha formação pré-graduada tenha sido prejudicada.

ELEMENTOS VALORATIVOS

Ao longo do curso, participei em algumas atividades extracurriculares com o desejo de crescimento pessoal e de complementar a minha formação pré-graduada. Neste sentido, colaborei durante um ano como Monitora Voluntária da UC Fisiopatologia e Alvos Terapêuticos I e II – Anexo IV – e da UC Opcional Anatomia Regional II – Anexo V.

De acordo com princípios adquiridos em meio familiar, participei ao longo dos seis anos em múltiplas atividades de voluntariado, associadas ao meio académico, através de atividades como os Rastreios da Marca Mundos – Anexo VI – e o Hospital da Bonecada, e de forma independente, em colaboração com o Banco Alimentar – Anexo VII - e a nível internacional, durante 1 mês, num programa de promoção da saúde e apoio a crianças com deficiência física e mental, em Phang Nga, na Tailândia - Anexo VIII.

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Adicionalmente, participei no Programa ERASMUS no 1º Semestre do 5º ano do MIM, 2018/2019, em Budapeste, na Hungria. Esta oportunidade permitiu-me contactar com uma nova cultura, adaptar-me à realidade de viver sozinha, assim como, observar e integrar-me noutro sistema de saúde europeu.

Como ao longo do curso, participei também este ano no iMed Conference 11.0 - Anexo IV, tendo a oportunidade única de participar em workshops práticos que comprovaram a minha inclinação cirúrgica, nomeadamente “Surgical Airway Approach” e “Laparoscopic Surgery Advanced” - Anexo IV, a. e b., respetivamente. De igual forma, procurei uma abordagem prática complementar ao estágio através de

workshops de formação, como “Urgências em ORL”, “Radiologia na Urgência – Tórax e Abdómen” e

“Ginecologia e Obstetrícia” – Anexo X, a., b. e c., respetivamente.

REFLEXÃO CRÍTICA FINAL

Termina mais uma etapa neste percurso de formação e deparo-me com a árdua tarefa de a resumir nesta breve reflexão. A Medicina é uma ciência em constante renovação, perpetuamente adaptando-se a realidade científica e social. Este 6º ano, profissionalizante, representa parte integral de um processo de aquisição de competências teóricas e práticas que se perpetuará ao longo da minha vida e que demonstrou concretamente esta adaptação. A pandemia que varreu o globo, expôs a flexibilidade inerente à formação de futuros médicos, com comunidades e faculdades a mobilizarem-se de forma a assegurar os melhores cuidados, sem descuidar o ensino.

Globalmente, penso ter cumprido a maioria dos objetivos estabelecidos, principalmente no desenvolvimento de capacidades clínicas, integração nas equipas hospitalares e de cuidados de saúde primários e estabelecimento de uma relação médico-doente mais estreita. Um dos fatores que considero indispensável a este crescimento enquanto futura médica é o contacto direto com o doente e a família, facilmente alcançado com rácios de tutor-aluno de 1:1 ou 1:2 e que permite o treino de competências clínicas e desenvolvimento social. O objetivo com que mais me debati, talvez devido à situação nacional e mundial, foi a tentativa de conciliar a minha formação médica, preparação para a Prova Nacional de Acesso, vida pessoal e saúde física e mental, em situações em que as 24 horas, por vezes, parecem curtas.

Analisando retrospetivamente os estágios individuais, acredito que cada um deles contribuiu para o desenvolvimento uma vertente Humana, indissociável da Medicina, e, contudo, inalcançável nos livros. Fui confrontada com vontades, receios e expectativas a que, por vezes, não podemos corresponder. Aprendi que nem sempre conseguimos curar, mas enquanto futuros médicos o nosso papel é muito mais abrangente, teremos de cuidar e aliviar o sofrimento físico, psicológico e emocional dos doentes e da sua família. Experienciei a relevância da multidisciplinariedade e do trabalho em equipa, um doente avaliado por partes nunca poderá ser tratado como um todo, e que são as relações interpessoais que asseguram a comunicação entre pares e permitem uma abordagem holística. De forma atípica, julgo que até os estágios

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on-line se revelaram uma experiência enriquecedora, alargando o conhecimento relativamente a

tecnologias cada vez mais presentes na prática clínica e, na minha opinião, mais importante, alargando o diálogo entre docentes e discentes, num ambiente de colaboração e tolerância.

Especificamente, gostaria de ressalvar dois aspetos positivos: (1) o papel do estágio de Saúde Mental na minimização do Estigma associado à Doença Psiquiátrica; e (2) o treino de uma abordagem centrada no doente, com gestão de fatores de risco, comorbilidades e polimedicação, assim como o aprofundamento da capacidade empática individual, no estágio de Medicina Geral e Familiar. Apesar de pessoalmente me sentir atraída pela técnica cirúrgica, pelo recantos limpos do Bloco Operatório, pela oportunidade de com um corte separar o doente da lesão que o consome, sinto as palavras de Paul Kalanithi a ressoar em mim, “Quando não há lugar para o bisturi, as palavras são o único instrumento do cirurgião”2 – essa foi a técnica

que, propositada ou acidentalmente, mais explorei no decorrer deste ano profissionalizante. Como pontos menos positivos, gostaria apenas de salientar a falta de oportunidade para praticar técnicas de Pequena Cirurgia e a impossibilidade de participar na Urgência de Psiquiatria.

De acordo com O Licenciado Médico em Portugal, “A Medicina moderna (...) requer a percepção da globalidade do ser humano doente, na sua dimensão pessoal, física, espiritual e familiar e não pode ser indiferente ao componente social. Por isso a educação de um médico é complexa”. Esta complexidade implica a flexibilidade para aceitar um novo método de ensino aliada ao reconhecimento da individualidade humana, em que cada docente, colega e familiar se adaptará de forma distinta e única. Este último desafio pandémico, complementou os projetos e atividades extracurriculares com que procurei envolver-me ainda antes destes 6 anos, nomeadamente as atividades de monitoria e voluntariado em meios culturais e socioeconómicos marcadamente distintos. Na minha opinião, o contacto com a comunidade é essencial na humanização da Saúde - na sala de aula, ensinando da melhor forma que sei aqueles que serão os meus futuros colegas, ou nos supermercados e armazéns, procurando despertar a solidariedade e estilos de vida saudáveis. Com estas experiências, adquiri capacidade de organização e gestão de tempo, comunicação eficaz, trabalho de equipa e liderança. Adicionalmente, o Programa de Mobilidade ERASMUS, permitiu-me conhecer outro país, uma nova faculdade de Medicina na Europa, aprendi a viver sozinha, conjugando tarefas académicas, de lazer e responsabilidades da vida adulta, das quais tinha sido protegida em Portugal.

A um parágrafo de terminar esta reflexão, não posso deixar de agradecer. Como se lê no Juramento de Hipócrates, “Darei aos meus Mestres o respeito e o reconhecimento que lhes são devidos”, assim sendo, agradeço a todos os professores e tutores que me acompanharam ao longo deste percurso, transmitindo-me o conhecitransmitindo-mento e experiência e as ferratransmitindo-mentas para lidar com todas as vertentes da profissão que escolhi. Da mesma forma, agradeço aos “Colegas [que] serão meus irmãos”, aos amigos e aos familiares, sem os quais Medicina não é possível.

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REFERÊNCIAS

1 O Licenciado Médico em Portugal, Core Graduates Learning Outcomes Project, Julho 2005 VII 2 Antes de Eu Partir, Paul Kalanithi, Abril 2016

ANEXOS

I.

Cronograma do Ano Letivo 2019/2020

ESTÁGIO COORDENADOR TUTOR PERÍODO DE ESTÁGIO LOCAL DE ESTÁGIO

Cirurgia Geral Prof. Doutor Rui Maio Dr. Pedro Amado 1/novembro 2019 9/setembro – Hospital Beatriz Ângelo

Medicina Interna Fernando Nolasco Prof. Doutor Dra. Helena Monteiro 4/novembro 2019 – 10/janeiro 2020

Hospital Santo António dos Capuchos – Serviço

2.1

Saúde Mental Prof. Doutor Miguel Talina Dr. Pedro Branco 14/fevereiro 2020 10/janeiro –

Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa – Serviço Psicogeriatria Medicina Geral e Familiar

Prof. Doutora Isabel

Santos Dra. Catarina Barreto 13/março 2020 17/fevereiro – USF Jardim dos Plátanos

Pediatria Prof. Doutor Luís Varandas 17/abril 2020 16/março – Ensino On-line

Ginecologia e Obstetrícia

Prof. Doutora

Teresinha Simões —

20/abril –

15/maio 2020 Ensino On-line

II.

Trabalhos realizados no Âmbito do Estágio Profissionalizante

ESTÁGIO TEMA AUTORES

Cirurgia Geral “The Dark Side of the Eye” Catarina Corrêa Figueira, Joana Alves Luís, Rita Palma Féria

Medicina Interna “Coma – Diagnóstico Diferencial” Catarina Corrêa Figueira, Maria João Pires, Pedro Moules

Medicina Geral e

Familiar Panfleto Informativo – “Coronavírus” Catarina Corrêa Figueira

Pediatria

“Doenças Exantemáticas – Sinais de

Alerta” Carolina Costa, Catarina Corrêa Figueira, Joana Alves Luís, Pedro Silva Artigo de Revisão “Vacinação contra o

Vírus do Papiloma Humano no Sexo

Masculino” Catarina Corrêa Figueira

Ginecologia e

(14)
(15)

IV.

Fisiopatologia e Alvos Terapêuticos I e II – Monitora Voluntária 2016/2017

(16)

VI.

Rastreios Marca Mundos

(17)

VIII.

Voluntariado na Área da Saúde – GVI – Phang Nga, Tailândia

GVI Thailand

in partnership with Baan Than Namchai Foundation, The Community Development Centre, the Grassroots Human Rights Education and Development Foundation, and The Camillian/Sharing For Life Social Centre

are pleased to award a certificate of completion to:

This certificate is to thank the individual for their time, energies, dedication and hard work in helping local organizations achieve their aims and verifies the successful completion of the following courses and exams on GVI’s Healthcare Expedition in

Baan Nam Khem over the course of 4 weeks:

Health Awareness and Promotion

____________________________ Maxwell Bauer

Community Projects Coordinator, Thailand

18thof August, 2017

www.gvi.co.uk

Molly Plexico, Country Director

Maxwell Bauer

____________________________ Dora Szabados

Program Manager, Thailand 18thof August, 2017

www.gvi.co.uk

Dora Szabados

(18)

IX.

iMed Conference 11.0

iMed Conference® 11.0 Lisbon 2019

— Certificado de Participação

EMITIDO POR:

AEFCM - Associação de Estudantes da NOVA Medical School Campo Mártires da Pátria, 130

1169-056 Lisboa

NOME

Catarina Gil Corrêa Figueira

DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO

14789496

CÓDIGO DE CERTIFICADO

C-5cdc8591934a7

Evento

iMed Conference® 11.0 Lisbon 2019

16-10-2019 13:30 ® 20-10-2019 14:00

The iMed Conference® 11.0 | Lisbon 2019 will take place between the 16th and 20th of October at Teatro Camões and NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas.

Prepare for groundbreaking lectures, practical workshops, challenging competitions and an immersive social programme.

aefcm.up.events

(19)

b. iMed - Workshop “Surgical Airway Approach”

(20)

X.

Workshops de Formação

a. Urgências em ORL

Urgências em ORL

— Certificado de Participação

EMITIDO POR:

AEFCM - Associação de Estudantes da NOVA Medical School Campo Mártires da Pátria, 130

1169-056 Lisboa

NOME

Catarina Gil Corrêa Figueira

DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO 14789496 CÓDIGO DE CERTIFICADO C-5d828cd38b676 Evento Urgências em ORL 24-09-2019 18:00 ® 24-09-2019 20:00 - Duração: 2 horas AEFCM | Workshop PECLICUF Urgências em ORL

És aluno do 3º ao 6ºano e interessas-te pela área de Otorrinolaringologia? Gostavas de saber mais sobre situações urgentes em Otorrinolaringologia? Preparámos um workshop Peclicuf para ti!

aefcm.up.events

Comprovativo de Emissão de Certificado Electrónico

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b. Radiologia na Urgência - Tórax a Abdómen

Workshop Radiologia na Urgência - Tórax a

Abdomén 4º,5ºe 6ºanos

— Certificado de Participação

EMITIDO POR:

AEFCM - Associação de Estudantes da NOVA Medical School Campo Mártires da Pátria, 130

1169-056 Lisboa

NOME

Catarina Gil Corrêa Figueira

DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO

14789496

CÓDIGO DE CERTIFICADO

C-5d9501d66a71e

Evento

Workshop Radiologia na Urgência - Tórax a Abdomén 4º,5ºe 6ºanos 09-10-2019 15:00 ® 09-10-2019 19:00 - Duração: 4 horas

AEFCM | Workshop Radiologia na Urgência EXCLUSIVO para alunos 4º, 5º e 6ºanos

aefcm.up.events

Comprovativo de Emissão de Certificado Electrónico

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Workshop Ginecologia e Obstetrícia

— Certificado de Participação

EMITIDO POR:

AEFCM - Associação de Estudantes da NOVA Medical School Campo Mártires da Pátria, 130

1169-056 Lisboa

NOME

Catarina Gil Corrêa Figueira

DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO

14789496

CÓDIGO DE CERTIFICADO

C-5db756dd2b761

Evento

Workshop Ginecologia e Obstetrícia

04-11-2019 16:30 ® 04-11-2019 18:30 - Duração: - 2 horas Workshop Ginecologia e Obstetrícia

Dia 04 Novembro das 16.30h-18.30h

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Comprovativo de Emissão de Certificado Electrónico

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