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A Busca Pela Efetividade Da Prestação Jurisdicional Do Novo Código De Processo Civil À Luz Da Análise Econômica Do Direito

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Revista da AMDE – ANO: 2015 – VOL. 13

A Busca Pela Efetividade Da Prestação Jurisdicional

Do Novo Código De Processo Civil À Luz Da Análise

Econômica Do Direito

Samantha Caroline Ferreira Moreira

Sâmara Santana Moreira

Claudia Mara Rabelo Viegas

O direito à jurisdição está consagrado na Constituição Federal/1988 em seu art. 5º, inc. XXXV. O Poder Judiciário desempenha a relevante função de assegurar o acesso à justiça, que deve ser visto como o mais básico dos direitos em um sistema jurídico igualitário. Os novos dispositivos do recente Código de Processo Civil Brasileiro, lei nº 13.105/2015, demonstram a preocupação do legislador com a efetividade e amplo acesso a busca da prestação jurisdicional efetiva. Nesse contexto, a Análise Econômica do Direito (AED), tem por escopo primordial a obtenção conjunta da eficiência da aplicação do Direito, inclusive com a aplicação do princípio da dignidade humana, com as regras da Economia. Trata-se de uma corrente acadêmica nascida nos Estados Unidos, cujos enunciados visualizam o Direito como um sistema que aloca incentivos e responsabilidades dentro de um modelo econômico, podendo e devendo ser analisado sob uma óptica de critérios econômicos. Tem-se como marco teórico o entendimento de José Rogério Cruz e Tucci, de que é necessário um ordenamento jurídico completo e eficiente a fim de proporcionar uma tutela tempestiva dos direitos. A pretensão é de que a presente pesquisa seja útil à comunidade jurídica e à sociedade, a fim de contribuir para o descongestionamento processual do judiciário.

Palavras-chave: Efetividade da Prestação jurisdicional; Acesso à justiça; Análise econômica do Direito; Morosidade; Novo Código de Processo Civil.

Resumo

The right to jurisdiction is enshrined in the Constitution / 1988 in its art. 5, inc. XXXV. The judiciary plays a relevant role in ensuring access to justice, which should be seen as the most basic of rights on an equal legal system. The new devices recent Brazilian Civil Procedure Code, Law No. 13,105 / 2015 demonstrate the legislator's concern with the effectiveness and broad access to the search for effective adjudication. In this context, the Economic Analysis of Law (AED) has the primary scope of the joint obtain the right application efficiency, including the application of the principle of human dignity, to the rules of economics. It is a born academic stream in the United States, whose utterances viewing the law as a system that allocates incentives and responsibilities within an economic model and could and should be analyzed under an optical economic criteria. It has been as a theoretical framework for understanding José Rogério Cruz and Tucci, that you need a complete and efficient legal system in order to provide timely protection of rights. The claim is that this research will be useful to the legal community and society in order to contribute to the decongestion of procedural justice.

Keywords: Effectiveness of judicial Services; Access to justice; economic analysis of law; sluggishness; New Civil Procedure Code.

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1. INTRODUÇÃO

A razoável e tempestiva duração do processo são formas de se alcançar um Poder Judiciário célere, anseio de toda a sociedade, inclusive dos operadores do Direito.

A permanente demora das decisões judiciais e no trâmite do processo como um todo incide na verdadeira denegação ao acesso à justiça e violação dos ditames constitucionais, inclusive no que concerne à necessária segurança para a realização dos negócios jurídicos empresariais (CAPPELLETTI, 1988, p. 39).

Especificamente no art. 5º, inc. LXXVIII, da CF/88, o legislador constitucional estabelece o direito de todos terem "assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação” (BRASIL, 1988).

É primordial que a prestação jurisdicional e o acesso à justiça, como pressupostos constitucionais, observem a legislação, especificamente de ordem econômica, para diminuir os custos envolvidos na manutenção de um processo e minimizar a quantidade de falhas nas decisões judiciais (CAPPELLETTI, 1988, p. 19).

De um lado, a demora no processo representa a falibilidade do Direito na proteção das situações concretas, que sofrem deformações com o decurso do tempo. De outro, a precipitação dos chamados provimentos sumários ou medidas de cognição parcial resulta na fragilização da ampla defesa e do estabelecimento do contraditório.

Pertinente o entendimento de Cândido Rangel Dinamarco, ao afirmar que:

[...] a questão da celeridade, de tão refletida na ciência processual de hoje, passou a fetiche que se coloca no centro de um discurso consubstanciado na ideia de que o passar do tempo torna vulnerável o resultado jurídico do processo e, portanto, prolonga a insatisfação da vida prática que o serviço jurisdicional visa a eliminar. (DINAMARCO, 2001, p. 231-232).

O caráter de celeridade, imprescindível ao processo judicial no sentido de realização da tarefa jurisdicional em prazo adequado, pode, enfim, caracterizar um valor autônomo (CRUZ E TUCCI, 1997, p. 118).

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Surgido nos Estados Unidos, nas Universidades de Chicago e de Yale, o movimento conhecido como Análise Econômica do Direito se espalhou pelos Estados Unidos e posteriormente pela Europa. Desde a década de 1980, a disciplina ganha mais visibilidade nos países da tradição de Direito Continental, inclusive no Brasil.

O termo Direito e Economia é uma disciplina específica, cujo referencial teórico é o movimento Law and Economics. Essa terminologia vigora também na Alemanha e na Itália. Na Espanha e também na América hispânica, em geral, utiliza-se Análisis Económico del Derecho, o que se deu talvez por influência da popular obra de Richard Posner (2003, p. 234). Em Portugal, adotou-se Análise Económica do Direito. Na França, utiliza-se a expressão “Economia do Direito”.

Considerando o que se propõe na presente pesquisa, insta esclarecer que não serão tecidas todas as considerações acerca dos fundamentos da Análise Econômica do Direito (AED), contudo será enfatizado que tal instituto tem por escopo, antes de tudo, esclarecer problemas jurídicos também nos litígios empresariais. Por outro lado, a partir dos aspectos metodológicos da AED, é possível demonstrar que, mediante um enfoque em dados processuais e econômicos, poderá obter-se uma reposta judiciária mais célere e efetiva.

Pertinente o entendimento de Alexandre Bueno Cateb, que assim afirma:

A análise econômica do direito importa no estudo interdisciplinar de temas, considerando as particularidades de cada disciplina em proveito de um entendimento comum. Para o advogado, conhecer temas e meandros da economia trarão o estudo do direito para o lado prático, deixando de ser apenas um instrumento de justiça. Conhecendo as ferramentas econômicas, o advogado poderá melhor pensar o direito como instrumento de distribuição e eficiência na realização de objetivos. (CATEB, 2008, p. 265).

A AED importa das Ciências Econômicas uma teoria do comportamento humano que, como tal, seria aplicável, a despeito de eventuais diferenças nas regras processuais. A vantagem desse referencial é justamente fornecer marcos teóricos que permitam o diálogo entre juristas de diferentes nacionalidades (POSNER, 2003, p. 269).

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congestionamento do Poder Judiciário, concentrando o foco na compreensão da racionalidade dos atores e agentes que utilizam e operam dentro do sistema. Francisco Fernandes Araújo (2008, p. 46) afirma que, apreendida esta racionalidade (que supõe-se instrumental e pragmática), chegar-se-ia ao desenho de regras capazes de criar incentivos corretos ao comportamento das partes e agentes, a fim de diminuir efetivamente a sobreutilização da justiça. Inverte-se, com isso, o foco na propositura de leis. Normalmente os juristas fazem leis partindo de teorias dogmáticas.

Pretende-se demonstrar, no presente artigo, a importância de se retirar dos fundamentos da Economia métodos que busquem amenizar, senão solucionar, as controvérsias, sejam elas judiciais ou extrajudiciais, constituindo uma forma de descongestionar o Poder Judiciário brasileiro.

2. O NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL BRASILEIRO E A BUSCA PELA EFICIÊNCIA DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL

Os processualistas sempre se preocuparam com um valor fundamental ínsito à tutela dos direitos, qual seja: a imprescindibilidade da efetividade do processo como instrumento de realização da justiça .

Nas normas do novo Código de Processo Civil Brasileiro (CPC/2015), Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015, dentre as modificações introduzidas, destacam-se algumas inovações que buscam o aprimoramento e celeridade nos atos processuais, tais como as expressas no art. 4º, determinação de que as partes têm o direito da solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa; art. 9º, estabelecimento do reforço das garantias ao contraditório; e art. 12, possibilidade de previsão preferencial da ordem cronológica para se proferir sentença ou acórdão (BRASIL, 2015).

A noção da prestação jurisdicional como serviço público adequado e eficiente, a partir da concepção de um novo formalismo, cujo objetivo é a satisfação e solução dos conflitos em um prazo razoável, está amparada pela maioria dos dispositivos do novo instrumento processual.

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O art. 3º do CPC/2015 reproduz, com pequena distinção redacional, o teor do art. 5º, inc. XXXV, da CF/88, assento legal do denominado direito fundamental à jurisdição, e assim dispõe:

Art. 3º. Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.

§ 1o É permitida a arbitragem , na forma da lei.

§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.

§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. (BRASIL, 2015)

O legislador infraconstitucional, ao proceder assim, acentuou o compromisso firmado pelo ordenamento pátrio em ofertar ao jurisdicionado não apenas prestação jurisdicional de cunho repressivo, mas também o pedido de tutela jurisdicional preventiva (TORRES, 2015, p. 24).

Cabe citar o art. 489, § 1º, inc. IV, por ter sofrido críticas dos magistrados, mas que revela a exigência pelo aprimoramento da prestação jurisdicional:

Art. 489. [...]

§ 1º- Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:

[...]

IV- não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador. (BRASIL, 2015)

Ao contrário dos magistrados, os demais operadores do Direito, dentre eles advogados e doutrinadores, apoiaram a exigência de fundamentação das teses, como forma de se obter uma prestação jurisdicional democrática, além de concretizar o direito dos litigantes de saberem os motivos pelos quais seus pedidos foram deferidos ou

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rejeitados.

2.1 O incidente de resolução de demandas repetitivas no CPC/2015

Não está previsto no CPC/1973, e se mostra inovador, o denominado “incidente de resolução de demandas repetitivas” (art. 976 ao 987 do CPC/2015). Segundo esse instrumento, tão logo seja verificada pelo Tribunal a presença de "litigância em massa" para determinada questão jurídica, o Tribunal pode, desde logo (e sem que haja decisão prévia em primeira instância), estabelecer o entendimento aplicável ao caso, vinculando os demais juízes das instâncias inferiores para os casos futuros (SILVA, 2015, p. 3).

Contudo, Danúbia Paiva (2015, p. 27) com precisão afirma que a adoção do julgamento por precedentes nos países de civil law acaba por fortalecer a figura do Poder Judiciário, pois consagra uma nova função ao juiz, que passa a elaborar normas com força vinculante.

Sobre este fenômeno no Brasil, esclarece Gabriela Oliveira Freitas:

Reconhece-se no ordenamento jurídico brasileiro, principalmente após a Emenda Constitucional nº 45/2004, uma forte tendência à valorização dos precedentes judiciais. Isto ocorre por meio das súmulas vinculantes, repercussão geral e recursos repetitivos, súmulas impeditivas de recurso e possibilidade de não conhecimento de recursos com amparo na jurisprudência dos Tribunais. (FREITAS, 2014, p. 93).

A possibilidade do tribunal de "chamar para si" esse julgamento – seja diretamente, seja por provocação de alguma parte, do Ministério Público (MP) ou outro – certamente reduzirá bastante o tempo mediante o qual serão estabelecidos os precedentes (SILVA, 2015, p. 4).

Contudo, os precedentes judiciais devem ser estáveis e emitidos sem demora para que possam ser compreendidos de maneira clara e precisa pelos vários atores sociais, a fim de evitar insegurança processual e dúvidas sobre quem deve ser o titular de um direito numa situação de conflito.

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subinvestimento, pois as pessoas poderão trabalhar com uma maior margem de segurança na tomada de decisões, uma vez que já será registrado como os juízes decidirão em determinados litígios.

Paulo Henrique Moritz Silva define tal instituto como uma alocação mais clara de direitos por meio de precedentes: “é algo socialmente mais eficiente que o cenário de indefinição jurisprudencial (seja pela ausência de precedentes, seja pela presença de precedentes antinômicos)” (SILVA, 2015, p. 6), já que cria um ambiente mais propício para trocas e para uma cultura de mercado, que historicamente (e apesar de todas as suas falhas) revelou-se como o arranjo mais notável de desenvolvimento do bem-estar humano e da qualidade de vida das pessoas.

Não há como negar que a valorização dos precedentes contribui para a busca da celeridade processual, a fim de se evitar que o Poder Judiciário seja atravancado por uma série de demandas que possuem o mesmo objeto, como ocorre atualmente no cotidiano processual.

O CPC/2015 avança muito em tal perspectiva e amplia, sobremaneira, as possibilidades de organização do processo para uma boa decisão de mérito, e isso não se restringe à atividade probatória, porque poderá haver a explicitação e delimitação dos temas jurídicos a serem enfrentados.

O Poder Judiciário brasileiro está cada vez mais assoberbado de processos dos quais não consegue realizar a prestação jurisdicional eficiente. Ademais, considerando o atual cenário de baixo crescimento econômico, aliado à perspectiva de crescimento igualmente baixo para os próximos anos, tem-se que certamente refletirá na arrecadação tributária do Estado e, por conseguinte, na quantidade de repasses orçamentários para os diversos tribunais do país.

Assim, a não ser por inovações técnicas que aumentem a eficiência da prestação jurisdicional, dificilmente se conquistará um Poder Judiciário confiável no sentido de conferir ao país a segurança jurídica necessária para que volte a ser um local atrativo para investimentos consistentes.

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Diante desse panorama, é imperioso que o Poder Judiciário não só consiga nortear as decisões dos juízes de instância inferiores e a vida social, mas também que recupere seu crédito perante a sociedade como um todo ao otimizar seu desempenho.

Artur Torres, com pertinência, define que:

[...] é justamente dentro desse contexto que o NCPC traga as suas inovações socialmente mais benéficas e que o Brasil, e especificamente, mude a sua matriz cultural de uma litigância excessiva para um padrão de litigância mais selecionada. (TORRES, 2015, p. 16).

Cumpre apontar que o art. 85 do CPC/2015 altera os critérios da condenação em honorários de sucumbência, especialmente quando a Fazenda Pública integra a lide. São fixados percentuais que variam de forma inversamente proporcional ao valor da causa. Pela nova redação, os honorários de sucumbência nas demais causas serão fixados entre 10% e 20% da vantagem pretendida ou obtida pela parte, a depender da dificuldade e da atuação do advogado, enquanto nas ações em que a Fazenda Pública for parte há a fixação de parâmetros diferenciados e de forma geral menos gravosos para a parte sucumbente (BRASIL, 2015).

A fixação de custas judiciais e de honorários tem o potencial de interferir na conduta dos agentes e na sobreutilização do Poder Judiciário, além de afetar o estágio de desenvolvimento econômico e social de um país, sendo certo que, em caso de improcedência da demanda, a parte perdedora deverá arcar com a totalidade desses custos.

Ivo Teixeira Gico Junior, sobre a litigância excessiva no Brasil, afirma que:

Subsidiar a litigância é justamente o que o Brasil vem fazendo nos últimos anos, quando (a) criou os juizados especiais de pequenas causas nos quais não é necessário um advogado e não há custas processuais; (b) criou a defensoria pública (advogados públicos pagos pelo contribuinte); (c) criou a assistência judiciária gratuita – AJG (possibilidade de alguém não ter de pagar custas processuais, mesmo na justiça comum, nem honorários de sucumbência); (d) manteve o sistema de custas processuais abaixo do custo social de cada processo; etc. Tudo isso significa que é o contribuinte quem arca com parte dos custos de cada processo e não a parte litigante, o que claramente é um subsídio ao litígio e à parte da sociedade que litiga. (GICO JUNIOR, 2012, p. 36).

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Nesse contexto, é relevante apontar que Garrett Hardin (1968) publicou um artigo sob o título de “A Tragédia dos Comuns”, onde realizou uma criteriosa análise dos problemas que surgem sempre que é utilizado um bem comum, cujo resumo é o seguinte: “a maioria das pessoas, sempre que puder beneficiar-se de um bem comum será incentivada a fazer o mínimo de esforço para preservá-lo, ao mesmo tempo em que será tentado a extrair o máximo de vantagem desse bem” (NETO, 2015).

Assim, tem se que, se o custo, em geral “baixo”, de uma demanda acaba por influenciar a motivação da instauração de um litígio, é importante registrar que os custos do Judiciário também não poderão ser exorbitantes, sob pena de impedir o acesso à justiça. O que se pretende, portanto, é enfatizar que a justiça não deve ser banalizada e utilizada para qualquer causa, deve ser idealizada especificamente em casos em que há lesão de direitos.

A equipe de pesquisadores composta por juristas, economistas, sociólogos e administradores, predominantemente da PUCRS, concluiu através de evidências empíricas que as partes litigam não apenas porque tiveram um direito violado, mas também por causa (a) dos baixos custos de acesso e baixo risco; (b) das perspectivas de ganho; e (c) do uso instrumental do Judiciário (PUCRS, 2011).

Destarte, é imprescindível, para adaptação e prática do CPC/2015, que a formação do operador se volte muito mais para identificação de possibilidades de composição do que para a apresentação de uma petição perante o Poder Judiciário como solução prioritária para uma situação de conflito (MEDINA, 2015, p. 12).

A jurisdição é, então, atividade exercida exclusivamente pelo Estado através do Poder Judiciário, contudo, além do juiz, terão importante papel na resolução dos conflitos não somente os mediadores como as próprias partes.

2.2 Exigência de cooperação das partes e incentivo à conciliação no CPC/2015

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que, a partir da vigência do CPC/2015, poderão convencionar, de forma ampla, em causas sobre direitos que admitam autocomposição.

As raras possibilidades que a lei atualmente concede para a transação processual tomam como referência não a natureza do direito material em conflito, mas também a norma processual que se almeja relativizar (CPC/1973, art. 111). É exatamente por este motivo, que a eleição de foro somente é admissível nas hipóteses de regras de competência relativa (normas processuais desenhadas visando diretamente ao interesse das partes), independentemente da natureza do litígio, que, em muitos casos, pode tratar de bens absolutamente indisponíveis (e.g. direito de família, direitos da personalidade, estado das pessoas, dentre outros). O Projeto do Novo Código de Processo Civil, diferentemente, preocupa-se em tratar da possibilidade de transação com referência no direito material, e não no processo, exigindo que a matéria ou o bem da vida em disputa possa vir a ser objeto de transação, conforme as regulações do próprio direito material (MACHADO, 1998, p. 347).

A previsão se encontra no art. 190 do CPC/2015, sendo lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. Segundo o parágrafo único desse artigo, o juiz controlará a validade das convenções:

[...] de ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade. (BRASIL, 2015).

Em seu art. 6º, o CPC/2015 traz a ideia de cooperação das partes: “Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”. Prestígio à cooperação e ao diálogo, segurança jurídica, prestação jurisdicional mais completa e razoabilidade no tempo para a solução justa do litígio; eis o que busca o CPC/2015.

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Por outro lado, porque é que um caso vai parar no Judiciário quando as partes poderiam cooperar, realizar um acordo e dividir entre si o excedente gerado com a economia de todos os custos associados a uma ação judicial? Se um acordo é mais barato, porque litigar? A teoria econômica sugere que o litígio é o resultado da incapacidade de as partes alcançarem um acordo e essa incapacidade decorre de estimativas distintas de autor e réu sobre as chances de sucesso de cada um e, portanto, resulta de uma incapacidade em se concordar com o retorno esperado do litígio. Esse fenômeno é especialmente forte na presença de um viés de otimismo natural das pessoas que as leva ao exagero da avaliação da probabilidade subjetiva de ganhar, um superdesconto das propostas de acordo oferecidas pela parte contrária e a decorrente dificuldade de conciliação (cfr., a título de exemplo, Silva, 2011). (GICO JUNIOR, 2012, p. 35).

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), Desembargador José Renato Nalini, em reportagem concedida ao site UOL, relata que o brasileiro alimenta a cultura do processo e assim define:

[...] o processo – ciência que estuda o instrumento de realização do justo concreto – converteu-se em finalidade em si, e muito mais importante do que o direito substancial. Por isso é que, ciência sofisticada, o processo gera inúmeras respostas a uma pretensão posta em juízo, todas elas periféricas, epidérmicas, sem exame do mérito. Ou seja: o processo termina e o conflito continua, com certeza mais agravado ante a decepção de quem acreditou numa solução ditada pelo Judiciário. Essa é a situação presente. A sociedade demandista se submete à cultura do litígio. (NALINI, 2015).

Aponta o magistrado a necessária pacificação entre as partes através de conciliação, mediação e arbitragem ou de qualquer uma das “dezenas de estratégias já adotadas pelo direito anglo-saxão”; segundo ele, é preciso “repensar com urgência o sistema de justiça”, para que possa atingir a “funcionalidade esperada” (NALINI, 2015).

No CPC/2015, a atuação das partes também interfere sobremaneira no convencimento do julgador. Como exemplo, o art. 10 dispõe que o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício (BRASIL, 2015).

A persuasão racional, ou seja, o fundamento da decisão, passa a ser objeto de contraditório. De acordo com José Marcos Rodrigues Vieira, trata-se de “todas as questões que possam, em tese, excluir a solução (entrevista e ainda não revelada) que pretenda adotar o juiz” (VIEIRA, 2014, p. 124).

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Verifica-se ainda que há uma tentativa de condicionar o juiz a demonstrar como chegou ao seu convencimento. Ele deve informar os motivos que o levaram a determinada conclusão, o que doutrinariamente é denominado como princípio da motivação.

No âmbito da jurisdição contenciosa, é evidente que existem interesses contrapostos; cada um dos envolvidos no trâmite processual deve comportar-se de maneira irretocável, contribuindo para que, de acordo com os valores eleitos pelo ordenamento jurídico pátrio, o Estado-Juiz possa entregar a melhor solução possível ao caso concreto (TORRES, 2015, p. 25).

Ao analisar a postura processual das partes, Artur Torres afirma que o processo é um jogo:

[...] a existência do processo judicial justifica-se, in concreto, face à ocorrência de um conflito de interesses (real ou virtual). Cada qual dos contendores, bem compreendida a afirmativa, pretende ver sua posição jurídica triunfar e, como regra, por determinação legal, entrega a “defesa” dos seus interesses aos advogados, públicos ou privados. São eles, no mundo real, que conduzem os feitos. Os patronos, em tese experts, respeitados os limites éticos de seu ofício, defendem uma “bandeira”, ou seja, são parciais. O projeto de cada causídico ao assumir seu posto é, quando mais na seara não criminal, o de ver, ao fim e ao cabo, o interesse daquele que lhe confiou o patrocínio prosperar. Trata-se, gostemos ou não, de uma constatação fática, não raro transparente, como dissemos alhures, aos apontamentos doutrinários. Assim sendo, por vestirem uma “camisa” (são parciais e não imparciais), os experts do foro passam a laborar, em cada um de seus processos, no afã de ver despontar o interesse de seus clientes, “jogando o jogo”.

O “jogo só termina quando acaba!”. O processo, de um ponto de vista prático, em última análise, revela-se um “jogo” em que, não raro, vence o mais eficiente (processualmente falando). (TORRES, 2015, p. 26).

Importante e objetivo é o papel atribuído às partes, que, a partir da vigência do CPC/2015, poderão convencionar, de forma ampla, em causas sobre direitos que admitam autocomposição. Nesse sentido, o entendimento de Hugo de Brito Machado:

As raras possibilidades que a lei hoje concede para a transação processual tomam como referência, não a natureza do direito material em conflito, mas da norma processual que se almeja relativizar (CPC, art. 111). É exatamente por este motivo, que a eleição de foro somente é admissível nas hipóteses de regras de competência relativa (normas processuais desenhadas visando diretamente o interesse das partes), independentemente da natureza

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do litígio que, em muitos casos, pode tratar de bens absolutamente indisponíveis (e.g. direito de família, direitos da personalidade, estado das pessoas, etc.). O Projeto, diferentemente, preocupa-se em tratar da possibilidade de transação com referência no direito material, e não no processo, exigindo que a matéria ou o bem da vida em disputa possa vir a ser objeto de transação, conforme as regulações do próprio direito material. (MACHADO, 2014, p. 347).

A previsão se encontra no art. 190 do CPC/2015, sendo lícito às partes plenamente capazes estipularem mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.

A previsão dos deveres das partes e de seus procuradores, bem como da responsabilidade das partes por dano processual estava prevista nos arts. 14 a 18 do CPC/1973, com disposições parecidas com as do texto da nova legislação. Contudo é preciso apontar alguns acréscimos e avanços da redação da legislação de 2015, que procurou ampliar a abordagem da questão, bem como dar mais organicidade e coesão ao texto como um todo.

Também se verifica o avanço da nova legislação quando prevê a possibilidade de responsabilização dos advogados públicos e dos membros do Ministério Público e da Defensoria Pública, sendo que eventual responsabilidade disciplinar deve ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará. O art. 78 também amplia a vedação de empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados para, além das partes e procuradores, os juízes, membros do Ministério Público e da Defensoria Pública, e a qualquer pessoa que participe do processo, o que se mostra muito coerente e razoável, uma vez que todos os participantes do processo devem manter postura de probidade e boa-fé processual em respeito ao princípio da colaboração processual (MITIDIEIRO, 2009, p. 42).

O art. 81 do CPC/2015 tem previsão similar à do art. 18 do CPC/1973, porém se mostra mais severo quanto ao valor da multa a ser paga pelo litigante de má-fé, prevendo o percentual de 1 a 10% do valor corrigido da causa (o CPC/1973 previa “multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa”), e ainda quanto ao valor

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da indenização por dano processual, o qual será fixado pelo juiz ou, no caso de não ser possível mensurá-la, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum (§ 3º), nos próprios autos, mas sem limitação ao percentual de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, conforme dispunha o § 2º do art. 18 do CPC/1973.

Luiz Guilherme Marinoni e Daniel Mitidiero (2010, p. 55-61) reconhecem que o CPC/2015 apresentou avanços, tornando as previsões mais claras e coerentes com os preceitos informadores da nova legislação quanto à celeridade, efetividade e segurança jurídica, além de contribuir para a efetivação da boa-fé e colaboração processuais.

É objetivo fundamental no CPC/2015 a solução consensual dos conflitos postos à apreciação judiciária, contudo é importante que não haja prejuízo ao reconhecimento do direito ao amplo e irrestrito acesso aos tribunais a todo e qualquer jurisdicionado.

É imperativo adotar práticas de gestão mais racionais, que confiram ao "sistema Justiça" o atributo da eficiência. Toda a Administração Pública se submete aos princípios da legalidade, da publicidade, da impessoalidade, da moralidade e da eficiência. O povo não pode gastar dinheiro sem os serviços de qualidade aos quais tem direito. Outra medida inadiável é a substancial mudança do ensino jurídico, ainda anacrônico e já superado, de tendência evidentemente adversarial, para um novo padrão de profissional do Direito. Cumpre formar profissionais que, antes de entrarem em juízo como alternativa única diante de um interesse lesado, promovam a dialógica entabulação de um possível e provável acerto de contas entre partes potencialmente adversárias (NALINI, 2015).

O incentivo à conciliação judicial, em detrimento da construção de uma solução estatal impositiva ao conflito, e o estímulo à utilização de técnicas alternativas de composição de conflitos (não judiciais) estão expressos no CPC/2015.

Destarte, o CPC/2015 convoca as partes, sempre que possível, a resolver seus conflitos de forma amigável, possibilitando a prévia designação de audiência de conciliação ou de mediação, antes mesmo de a parte contrária protocolar sua defesa; para tanto, prevê a criação de centros com profissionais especializados.

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3. BREVE HISTÓRICO E CONCEITO DA ANÁLISE ECONÔMICA DO DIREITO

Já no início do século XIX, o Direito passa a ser considerado como científico e formalmente organizado, influenciado pela filosofia do Positivismo em larga medida. Aproximando-o das ciências naturais, portanto longe do divino ou do natural, mas como um conjunto de princípios e normas, coerentes e harmônicas entre si, até hoje o Direito é intensamente influenciado por essa visão orgânica e hierárquica (PINHEIRO; SADDI, 2005, p. 18).

A pretensa construção científica do Direito – a ciência do Direito – está edificada num conjunto de normas e regras que se aplicam ao caso concreto, seja inspirado numa lei ou num precedente. Na definição de Julius Stone, o Direito Positivo é “a análise dos termos legais e a investigação das inter-relações lógicas de certas proposições legais” (STONE, 1950, p. 31).

No cenário jurídico, surge, a partir da década de 60, um movimento denominado Análise Econômica do Direito, para o qual convergem juristas e economistas que procuram analisar o fenômeno jurídico sob um enfoque baseado em princípios econômicos.

Enquanto os fundamentos teóricos da escola de Law & Economics podem ser identificados a partir de Adam Smith ou de Jeremy Bentham, reitera-se que foi somente na década de 1960 que o interesse da aplicação de conceitos da teoria econômica ao Direito se consolidou. Graças aos estudos de Ronald Coase, Guido Calabresi, Henry Manne, Gary Becker e Richard Posner, entre tantos outros, Law & Economics se tornou uma disciplina acadêmica autônoma com muitos seguidores pelo mundo.

De todos eles, Armando Pinheiro e Jairo Saddi (2004, p. 18), assinalam que o movimento deve mais a Richard Posner, não porque ele tenha rejeitado a ideia do Direito como um ideal público ou recusado a compactuar com a visão do Direito como mera adjudicação do processo como meio de interpretar a lei e resolver conflito individual. Posner traduziu, de fato, numa laboriosa obra, os princípios de Law &

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Economics, e deu base metodológica a ela.

Destarte, em 1973, Richard Posner, jurista e magistrado da Corte de Apelação do Sétimo Circuito dos Estados Unidos, publicou a obra clássica “Economic Analysis of Law”, contribuindo para a consolidação da doutrina da Análise Econômica do Direito, que teve início com os estudos de Aaron Director, Ronald Coase e Guido Calabresi (MERCURO; MEDEMA, 1998, p. 13).

A habilidade do jurista de resolver os problemas dos agentes econômicos passou a depender de novas ferramentas para interpretar normas, fatos e documentos legais; consequentemente, a noção da autonomia do Direito decaiu especialmente pela necessidade de se socorrer do conhecimento em outras áreas, em especial, a Economia. O Direito não pode mais ser considerado por si só como o gerador de resultados que constituem uma verdade objetiva; antes Law & Economics questionou (e venceu) ao menos o consenso universal de que só o Direito se vale de meios para atingir a dadas soluções legais: este consenso desapareceu por completo.

Tendo em vista o caráter subjetivo e individualista do conceito de justiça, a Escola de Chicago sugeriu adoção do critério da eficiência econômica, entendido como um dos sentidos de justiça.

Destarte, trata-se de uma corrente acadêmica nascida nos Estados Unidos e concebida originalmente como uma vertente das escolas liberais, cujos enunciados visualizam o Direito como um sistema que aloca incentivos e responsabilidades dentro de um modelo econômico, podendo e devendo ser analisado sob uma óptica de critérios econômicos, entre eles a eficiência.

No Brasil, o movimento chegou recentemente, na década de 1990, começando pelo Rio Grande do Sul, tendo depois se alastrado para demais estados, tais como São Paulo, Minas Gerais, dentre outros.

Segundo Rachel Sztajn, a Análise Econômica do Direito é uma escola de pensamento que busca, para compreender e explicar efeitos de normas jurídicas, uma

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base de apoio pautada em modelos e premissas desenvolvidos por economistas, constituindo uma técnica inovadora de avaliação da eficácia das normas (SZTAJN, 2006, p. 26).

Nessa seara, a AED, é o campo do conhecimento humano que tem por objetivo empregar os variados ferramentais teóricos e empíricos econômicos e ciências afins para expandir a compreensão e o alcance do Direito e aperfeiçoar o desenvolvimento, a aplicação e a avaliação de normas jurídicas, principalmente com relação às suas consequências.

4. APONTAMENTOS SOBRE DADOS DA MOROSIDADE DOS JULGAMENTOS NO ÂMBITO DA JUSTIÇA ESTADUAL

No presente tópico, é relevante citar a pesquisa realizada pelos pesquisadores da PUCRS e coordenada por Luciano Benetti Timm e Hermílio Pereira dos Santos Filho (PUCRS, 2011, p. 15), cujo tema foi o diagnóstico sobre as causas do progressivo aumento das demandas judiciais cíveis no Brasil, por tratar-se de um estudo bastante abrangente, ainda que não exaustivo, do problema da morosidade judiciária.

No que concerne à oferta da prestação jurisdicional, o comportamento identificado nas pesquisas de campo realizadas pelos sociólogos tornou possível verificar que os indivíduos – pessoas físicas e jurídicas – utilizam-se do Judiciário, muitas vezes, de forma alternativa (que não na busca da efetiva prestação jurisdicional), de acordo com seus interesses. Destacaram-se, nesse sentido, os seguintes critérios: motivos para litigar, motivos para recorrer e acordos.

Conforme apontado pela referida pesquisa, um dos motivos que levam os indivíduos a recorrer é a insatisfação com o conteúdo das decisões; determinados casos podem ser supridos com a correta especialidade da matéria. A especialidade da matéria, portanto, direciona a atenção do magistrado para determinado ramo do Direito e, fazendo desta forma, tende a gerar maior previsibilidade sobre o conteúdo das decisões,

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uma vez que somente determinados órgãos serão os responsáveis por decidir pela matéria (PUCRS, 2011, p. 19).

A fim de suprir essa deficiência, foram apontadas pela pesquisa algumas medidas de melhoria, como maior harmonização nas decisões, tendo em vista que a atual falta de padronização aumenta muito o número de processos e dificulta muito o número de acordos. Como exemplo foi sugerida a adoção de súmulas vinculantes no STJ e um maior número de súmulas no próprio STF, bem como a ampliação dos número de varas especializadas nos fóruns (principalmente das cidades maiores), a fim de que os advogados já saibam qual a decisão de cada um dos juízes naquela região (especialmente em demandas repetitivas) (PUCRS, 2011, p. 188).

O estudo realizado pela equipe da Economia, utilizando-se de uma série de variáveis disponíveis no corpo do relatório final, apontou que existem diferentes níveis de eficiência entre os Tribunais de Justiça estaduais. De acordo com a pesquisa, quanto maior a demanda pelo Judiciário e, consequentemente, o volume de trabalho de cada magistrado, maior será o nível de produtividade dos juízes. Com o intuito de tornarem mais eficazes aqueles Tribunais que atualmente produzem menos diante de uma demanda menor, a equipe propõe que sejam estabelecidos critérios capazes de incentivar a adoção de melhores práticas por estes Tribunais.

Uma das hipóteses é condicionar a disponibilização de determinados benefícios à obrigatoriedade de assumirem estas práticas. A proposta aponta o intercâmbio de magistrados entre os Tribunais da federação como forma de incentivo à adoção de melhores práticas. Poder-se-ia pensar em formatos de intercâmbio que facilitassem a troca de experiências, de maneira a que os Estados mais eficientes ficassem responsáveis por repassar as práticas por eles adotadas e, por outro lado, os Estados menos eficientes ficassem obrigados a aplicá-las com o auxílio do CNJ (PUCRS, 2011, p. 192).

Um dos problemas identificados pela pesquisa diz respeito à estrutura do Poder Judiciário: é que os auxiliares são usualmente provisórios (estão quase sempre pensando

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em fazer concurso para “subir” na carreira). Logo, teria de haver uma efetiva profissionalização, com a criação da carreira de gestor de varas.

No que concerne ao excesso de litígios, a pesquisa afirma que nem toda demanda é fruto de uma situação de “injustiça”, existem demandas que podem ser evitadas, sem que isso implique déficit de prestação jurisdicional, propondo-se como medida para reduzi-las o aumento dos “preços” dos serviços judiciários para tais casos. O benefício da assistência judiciária gratuita (AJG) é correto e deve ser mantido. Entretanto os critérios definidores dos que merecem a referida assistência estão, de regra, equivocados quando se analisa a jurisprudência. O conceito de “pobre” deve ter amparo em dados estatísticos e não no sentimento relativo dos magistrados.

Afirmam que a assistência judiciária gratuita só deve ser concedida em casos de renda familiar ao redor de 2 (dois) salários mínimos ou, então, optando por um parâmetro mais objetivo, adotando-se o limite de remuneração para efeito de isenção do imposto de renda. Esta mudança pode ser feita por alteração legislativa (inclusão de limite específico na Lei nº 1.060/50) ou por meio de uma padronização definida pelo CNJ em conjunto com os demais tribunais.

A partir da constatação de que um dos motivos que levam os indivíduos a buscarem a prestação jurisdicional é o baixo custo e baixo risco envolvido no procedimento judicial, e de que esses motivos estão vinculados ao benefício da assistência judiciária gratuita, torna-se interessante rever seu sistema de concessão. Os indivíduos, como demonstra o trabalho empírico, veem no instituto da AJG uma forma de não pagar pela utilização do Judiciário e, sendo assim, buscam a prestação jurisdicional, muitas vezes, por motivos pouco adequados. Atualmente, está sendo prestada jurisdição de forma gratuita a muitos que poderiam por ela pagar – e que talvez evitassem ingressar com demandas frívolas, que acabam por sobrecarregar o Poder Judiciário – na medida em que o conceito de beneficiário da AJG muitas vezes está descolado da realidade brasileira. As demandas estritamente vinculadas a questões que digam respeito à dignidade humana, por exemplo, nas questões de cunho patrimonial (que são aquelas que geram o maior volume de demandas), requerem ser padronizadas e

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adequadas à realidade da concessão da AJG (PUCRS, 2011, p. 195).

A pesquisa em questão verificou que o acesso de indivíduos ao Judiciário está vinculado, também, ao baixo custo de contratação de profissionais de Direito. Baixos custos de honorários que estão vinculados, muitas vezes, à forma pela qual são contratados os honorários profissionais. Desta feita, pode-se pensar na regulação da forma pela qual podem ser feitos tais contratos, com o intuito de evitar que estes sejam responsáveis pelo volume da demanda jurisdicional existente, tendo em vista que honorários apenas por êxito estimulam o ajuizamento de mais processos, diante da necessidade do advogado de se valer de uma “cesta de ações” para compensar as derrotas (que implicam trabalho a custo zero) com as eventuais vitórias obtidas nos processos (PUCRS, 2011, p. 196).

Como propostas, os pesquisadores ainda apontam a necessidade de criar incentivos para a realização de mais acordos, o que se considera relativamente atendido, conforme se demonstrou no capítulo 4 do presente trabalho, já que o incentivo à conciliação judicial em detrimento da construção de uma solução estatal impositiva ao conflito está expresso no novo instrumento processual.

Dentre os critérios do art. 20 do CPC/1973, quando da fixação da sucumbência, a equipe sugeriu a inserção de uma regra expressa – para majorar/minorar honorários – sobre se aquele caso poderia ou não ter sido previamente encerrado por acordo. Outra proposta pela equipe foi o seguinte incentivo: se o autor efetuar proposta para acordo nos autos e a ré recusar, em caso de condenação da ré dentro dos valores da proposta, os honorários de sucumbência seriam majorados. Para os pesquisadores, deve-se “forçar” a parte a analisar melhor a hipótese de encerrar o processo por acordo. Da mesma forma, se a ré oferecer proposta e o autor recusar, ele perderia seus honorários de sucumbência caso lá na frente a sentença fique dentro dos parâmetros da proposta feita (PUCRS, 2011, p. 206).

Se as pessoas agem movidas por incentivos negativos ou positivos, há necessidade de se criarem incentivos para o aumento do número de acordos. No sistema

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atual, não há punição quando a parte rejeita uma proposta de acordo dentro dos precedentes jurisprudenciais, logo, por culpa da parte, aquela demanda seguirá no Poder Judiciário por longos anos, desnecessariamente.

Portanto, deve-se pensar na instituição de mecanismos capazes de incentivar a análise mais concreta das propostas existentes, de modo a que prossigam em juízo apenas aqueles casos em que o acordo efetivamente se mostra inviável. Há de se premiar aqueles que fazem acordos e punir aqueles que se negam a fazê-los sem qualquer fundamento para tanto.

Os pesquisadores apontam que os critérios de atualização monetária e de juros têm de ser suficientemente altos para desestimular o prosseguimento de ações. A taxa de correção e os juros têm de servir como incentivo para que réus habituais deixem de postergar demandas (principalmente grandes empresas) (PUCRS, 2011, p. 199).

O estudo apontou ainda que as pessoas jurídicas tendem a calcular os custos e os benefícios antes de ingressarem no Judiciário. Os resultados obtidos evidenciaram que as pessoas jurídicas possuem uma racionalidade econômica muito mais evidente do que as pessoas físicas. Assim, torna-se interessante repensar as taxas (juros e correção monetária) a elas aplicadas, com a intenção de reduzir a manutenção das demandas desnecessárias e a interposição de recursos protelatórios. Se for mais barato à parte manter o processo em juízo do que encerrá-lo, a tendência é que ela assim atue. Portanto, deve-se aumentar o custo de eternizar demandas com o único fim de postergar o cumprimento da decisão judicial (PUCRS, 2011, p. 198).

Nos casos de empresas muito demandadas, o valor das condenações deveria ser elevado para um valor superior ao que seria por ela gasto para evitar as demandas (caso isso seja possível).

Há de se consolidar, efetivamente, um sistema de ações coletivas que atuem de forma ágil e que, uma vez tendo sido julgada determinada questão, esta decisão seja vinculante a todos os envolvidos, inclusive aqueles que ainda não ingressaram com ações no Poder Judiciário.

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Restou constatado, na referida pesquisa, que as pessoas jurídicas utilizam-se do Judiciário de forma racional e, assim, tendem a calcular os custos e benefícios envolvidos na utilização do sistema. Portanto, a única forma de incentivar a mudança de comportamento das pessoas jurídicas é condená-las ao pagamento de montante capaz de tornar menos custosa a efetivação da alteração do comportamento do que o enfrentamento de novas ações judiciais e, por consequência, de novas condenações.

Logo, em determinados casos é necessário que se investigue a origem dos problemas nos serviços prestados e qual seria o custo decorrente de sua solução, de modo que as condenações fixadas pelo Judiciário sejam mais efetivas do que o são hoje. Por outro lado, o nosso sistema de ações coletivas não vem conseguindo impedir a proliferação de ações judiciais repetitivas (PUCRS, 2011, p. 201).

Portanto, a pesquisa concluiu que há de se implementar um sistema ágil no qual potenciais ações repetitivas sejam prontamente julgadas e a decisão encontrada inviabilize o ingresso em juízo de tais demandas – parece pouco efetivo deixar que um volume enorme de demandas aporte ao Judiciário para depois, então, julgá-las.

Nota-se que tal proposta foi acolhida no CPC/2015 (arts. 976 ao 987), mediante o incidente de demandas repetitivas, conforme alhures demonstrado.

5. CONCLUSÕES

A quantidade e o tempo médio de processos para o julgamento de processos, especificamente no âmbito da justiça estadual, estão completamente dissociados da celeridade processual e da razoável duração do processo.

Contudo, no que diz respeito à tempestividade e busca pela eficiência da prestação jurisdicional, é possível observar grandes avanços, fruto das reformas legislativas no âmbito do novo Código de Processo Civil Brasileiro (CPC/2015), como são exemplos o prestígio à cooperação e diálogo entre as partes como requisitos fundamentais do processo, e o incidente de resolução de demandas repetitivas.

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A prestação jurisdicional efetiva foi promovida à dimensão de direito fundamental; assim, caberá ao Estado buscar os mecanismos e diretrizes para sua real efetivação a fim de garantir o direito fundamental de acesso à justiça.

O acesso à justiça tempestiva é uma consequência lógica e inevitável da noção de Estado de Democrático de Direito, consagrado no art. 1° da Constituição Federal de 1988.

A Análise Econômica do Direito (AED) é o campo do conhecimento humano que tem por objetivo empregar os variados ferramentais teóricos e empíricos econômicos afins para expandir a compreensão e o alcance do Direito.

Com fulcro nos fundamentos da AED, a utilização do processo judicial deve primar pela satisfação de metas de ordem econômica: diminuir os custos envolvidos na deflagração de um processo e minimizar a quantidade de erros nas decisões judiciais.

Não há dúvida de que um sistema judiciário eficiente é o que melhor promove o desenvolvimento econômico de um país. Se as decisões judiciais não forem efetivas, a Economia não se desenvolverá e haverá prejuízos sociais para a população.

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Referências

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