LEI MUNICIPAL Nº. 951, de 6 de novembro de 2017.

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PREFEITURA MUNICIPAL DE JAGUAQUARA

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LEI MUNICIPAL Nº. 951, de 6 de novembro de 2017.

Institui a Política Pública de Fomento à Economia Solidária no Município de Jaguaquara e dá outras providências.

O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JAGUAQUARA, ESTADO DA BAHIA, com base no artigo 92, inciso I, combinado com o artigo 62, inciso III da Lei Orgânica do Município e, em respeito ao princípio fundamental contido no art. 1º - IV e princípios gerais da atividade econômica previsto no art. 170, incisos IV e VIII, ambos da Constituição Federal, faço saber que a Câmara de Vereadores aprovou e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Fica instituída a Política Municipal de Fomento à Economia Solidária no município de Jaguaquara - BA, a qual terá como diretriz fundamental a promoção da economia solidária e o desenvolvimento de grupos organizados auto-gestionários de atividades econômicas, visando à sua integração no mercado e a auto-sustentabilidade de suas atividades.

Parágrafo único. A Política Municipal de Fomento à Economia Solidária no Município de Jaguaquara – Bahia será realizada através de programas específicos, projetos, criação de fundos, parcerias com o Governo do Estado da Bahia, iniciativa privada, organizações não governamentais – ONGs, e Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIPs, e Organizações Sociais (OSs), convênios e outras formas legalmente admitidas.

Art. 2º Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, bem como o da livre concorrência e a busca do pleno emprego, passam necessariamente por empreendimentos seguros, sugeridos e promovidos pelo Comercio e pela Sociedade Civil, bem como orientados, supervisionados e acolhidos pelo Poder Público Municipal em parceria com o Governo do

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2 Estado da Bahia.

CAPÍTULO II

DA POLÍTICA DE FOMENTO À ECONOMIA SOLIDÁRIA

Art. 3º O Chefe do Poder Executivo Municipal, para implementar meios de desenvolvimento na econômica local com fins de geração de empregos e rendas, poderá celebrar Convênios com a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – SETRE/Bahia, com a Agência de Fomento do Estado da Bahia S.A – DESENBAHIA e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE/BA.

Art. 4º O convênio acima citado será, inclusive de Cooperação Técnica com vista à implementação de um Programa de Microcrédito no Município, Linha de Financiamento direto ao microempreendedor, identificada como CREDIBAHIA, estabelecendo as diretrizes e atribuições para as partes envolvidas.

§1º. Além de Convênios entre Poderes Estatais, poderá haver Parcerias Público Privado – PPP, nos moldes da Lei Federal nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004, com organizações não governamentais – ONGs e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIPs, tendo sempre o propósito de desenvolver qualquer atividade econômica legalmente constituída, visando a geração de empregos e rendas no âmbito do Município de Jaguaquara – Estado da Bahia.

§2º. Além de Convênios, podem ser celebrados Termos de Adesões com entes públicos e privados, em especial com o Governo do Estado da Bahia, devidamente representado pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esportes – SETRE, pela Superintendência de Economia Solidária – SESOL e pela Coordenação de Microcrédito e Finanças Solidárias – COMFIS.

CAPÍTULO III DA EXECUÇÃO

Art. 5º A execução da Política Pública de Fomento à Economia Solidaria será de responsabilidade da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, que estabelecerá

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3 normas e procedimentos para o incentivo de geração de renda e inclusão social.

Art. 6º A Política Municipal de Fomento à Economia Solidária será voltada, dentre outras atividades econômicas, para a agricultura familiar, preservação do meio ambiente, turismo, cultura, ciência, tecnologia, desenvolvimento do comércio e indústria local, para promover a elaboração e a compatibilização de ações específicas, a partir dos seguintes instrumentos gerais:

I - a geração de produto ou serviço, por meio da organização, da cooperação, da gestão democrática e da solidariedade;

II - a distribuição equitativa das riquezas produzidas coletivamente; III - a autogestão;

IV - o desenvolvimento integrado e sustentável; V - o respeito ao equilíbrio dos ecossistemas; VI - a valorização do ser humano e do trabalho;

VII - o estabelecimento de relações igualitárias entre homens e mulheres; VIII - o empoderamento social;

IX - valorização da cultura;

X - o respeito aos costumes e tradições culturais;

XI - segurança no trabalho e qualidade de vida do trabalhador.

Parágrafo único. São agentes colaboradores para implantação da economia solidária as instituições de ensino, os agentes financeiros, as cooperativas, as associações, as organizações não governamentais e os entes privados que atendam a princípios e práticas da economia solidária.

CAPÍTULO IV DA FISCALIZAÇÃO

Art. 7º Compete à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, a fiscalização de todas as atividades, convênios, termos de adesões com parcerias voltadas ao fomento à economia solidária.

Parágrafo único. Todos os documentos serão elaborados pela Procuradoria Geral do Município, salvo os de natureza particular e os produzidos por entes estatais.

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4 Seção I

Da Criação do Conselho de Economia Solidária

Art. 8º Fica criado o Conselho Municipal de Economia Solidária – CMESJ, como órgão autônomo, de caráter permanente, deliberativo, consultivo e também fiscalizador das Políticas Públicas de Economia Solidária, vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.

Seção II

Da Composição do Conselho

Art. 9º O Conselho Municipal de Economia Solidaria é composto por: I – Um representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social;

II – Um representante da Secretaria Municipal de Administração, Finanças e Planejamento; III – Um representante do SEBRAE em Jaguaquara;

IV – Um representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jaguaquara; V – Um representante do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio de Jaguaquara; VI – Um representante da Câmara de Dirigentes Lojistas de Jaguaquara;

VII – Um representante do Banco do Brasil;

VIII – Um representante da Caixa Econômica Federal; IX – Um representante do Banco do Nordeste do Brasil;

X – Um representante de empreendimentos de economia solidária local;

XI – Um representante do Sindicato dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais de Jaguaquara.

§1º. Todos os representantes são Agentes Honoríficos “lato sensu”, salvo os Cargos Comissionados dos Representantes do Poder Público no citado Conselho.

§2º. Os membros titulares e suplentes serão indicados pelas entidades e órgãos e nomeados pelo Prefeito Municipal.

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5 §3º. A participação no Conselho Municipal de Economia Solidária não será remunerada, sendo considerada função de relevante interesse público.

§4º. A Diretoria do Conselho é composta de um Presidente, um Vice-Presidente, de um Secretário e uma Comissão de 03 (três) membros para fiscalizar as contas anuais do Conselho Municipal de Fomento à Economia Solidária.

§5º. O Conselho Municipal de Economia Solidária poderá instituir, na forma que dispuser o seu Regimento Interno, Grupos de Trabalho de composição paritária, em caráter permanente ou temporário, para a realização de estudos e a elaboração de propostas sobre temas específicos que possam contribuir para a execução das competências definidas nesta Lei. § 6º. O Conselho Municipal de Economia Solidária será presidido por um de seus membros, de forma alternada entre representantes do governo municipal, entidade de apoio e empreendimentos, eleito para mandato de dois anos.

Art. 10. O Conselho Municipal de Economia Solidária deve iniciar o seu funcionamento em até 30 (trinta) dias após a nomeação de seus membros.

§1º. O Conselho Municipal de Economia Solidária aprovará seu Regimento Interno no prazo de 30 (trinta) dias após a posse de seus membros, observado o quórum de 2/3 (dois terços) da sua composição.

§2º. Enquanto pender a aprovação do Regimento Interno, as deliberações do Conselho serão tomadas por maioria simples dos membros presentes, observado o quórum mínimo de 2/3 (dois terços) para a instalação de suas sessões.

Seção III

Das Atribuições do Conselho

Art. 11. Ao Conselho Municipal de Economia Solidária, em conjunto com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social compete:

I – Estimular a elaboração de Convênios conforme registrados nos artigos 3º e 4º desta Lei; II – Estimular e orientar os meios de comércio e produção que atendam aos princípios da economia solidária;

III – Colocar em prática todos os programas e projetos apresentados pela Sociedade Civil, visando implemento da nossa economia;

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6 IV- Propor medidas jurídicas para desenvolver a economia local;

V- Lecionar novas técnicas de produções voltadas para a agricultura familiar;

VI – Promover e apoiar seminários para discutir o aprimoramento dos meios de produção; VII – Orientar e incentivar a formação de parcerias para obter financiamentos;

VIII – Orientar aos moradores desta cidade, da importância de comprar no comércio local; IX – Promover campanhas entre os comerciantes locais da importância do bom atendimento dos clientes;

X – Incentivar a formação de redes de produção, comercialização, serviços, consumo e financiamentos;

XI – Apoiar a produção de conhecimentos, estudos e pesquisas voltadas ao desenvolvimento da Economia Solidária;

XII – Estimular e apoiar a criação de cooperativas;

XIII – Promover, orientar e colocar em prática o reflorestamento de áreas urbanas e rurais, em parceria com as entidades comerciais, industriais e de ensino;

XIV – Aprovar o seu regimento interno.

CAPÍTULO V DAS PARCERIAS

Art. 12. Os parceiros são partes integrantes dos Convênios firmados pelo Município de Jaguaquara e pelo Governo do Estado da Bahia, sem prejuízo de outros interessados advindos da sociedade civil organizada.

Art. 13. Além da formalização de Convênios, em caso de necessidade e urgência, poderão ser formalizados Termos de Adesões com as entidades registradas nesta norma, mediante prévia autorização do Conselho Municipal de Economia Solidária.

CAPÍTULO IV

DOS OBJETIVOS DIRETOS E INDIRETOS

Art. 14. São objetivos diretos da política de fomento à economia solidária no Município de Jaguaquara:

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7 I – Gerar trabalho e renda;

II – Estimular a organização popular e o registro de empreendimentos da Economia Solidária, através de divulgação e participação ativa do Município;

III – Facilitar o registro dos empreendimentos da Economia Solidária, tornando-o um processo mais célere e menos burocrático;

IV – Apoiar as novas iniciativas empresariais e familiares que atendam aos princípios da economia solidária, visando o crescimento de nossa economia;

V – Agregar o conhecimento e a incorporação de tecnologias nos empreendimentos da Economia Solidária, com vistas a promover a redução da vulnerabilidade, a prevenção da falência dos empreendimentos e a consolidação daqueles que tenham potencial de crescimento, inclusive buscando integrar os empreendimentos no mercado e tornar suas atividades auto-sustentáveis;

VI – Promover parcerias, associações, trabalho solidário, ajuda mútua e amizade produtiva, para obtenção de melhores resultados no comercio, nas prestações de serviços, na agricultura familiar e na atividade industrial;

VII – Criar, orientar, lecionar e consolidar a cultura empreendedora;

VIII – Promover cursos de capacitação técnica para os trabalhadores rurais e urbanos;

IX – Articular entre os Municípios que fazem parte do Vale do Jiquiriçá, uma legislação uniforme e atuações coordenadas, voltadas para implementações de uma economia solidária e sustentável;

X – Manter banco de dados atualizados, com registros de todos os empreendimentos de Economia Solidária que atendam os critérios desta Lei;

XI – Apresentar mensalmente uma planilha estatística, com os dados que motivaram a geração de empregos;

XII – Manter atualizado um quadro de novos empregos gerados depois da publicação desta Lei;

XIII – Informar a criação de novos postos de trabalhos;

XIV – Dar orientação referente à obtenção de crédito junto às instituições financeiras;

XV – Apoiar e incentivar a política de apoio à comercialização de produtos e serviços da Economia Solidária;

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8 Art. 15. São objetivos indiretos da política de fomento à economia solidária no Município de Jaguaquara:

I – Mudar a cultura das nossas relações comerciais;

II – Proporcionar ao Gestor Público os meios para implantação de uma política pública voltada ao atendimento de todos os meios econômicos de Jaguaquara que atendam aos princípios da economia solidária;

III – Fomentar a criação da rede local de Economia Solidária; IV – Dar acesso ao espaço público para eventos comerciais.

CAPÍTULO V

DOS EMPREENDIMENTOS

Art. 16. Para que um empreendimento seja caracterizado como integrante da Política Pública de Economia Solidária é necessário:

I – Haver produção e comercialização coletiva; II – Ter condições de trabalho salubre e segura; III – Haver proteção ao meio ambiente;

IV – Ter certificado expedido pelo Conselho Municipal de Economia Solidária;

Parágrafo único. Compete ao Poder Executivo Municipal propiciar aos empreendimentos de Economia Solidária as condições e elementos básicos para o fomento de sua política e formação de empreendimentos, devendo o Poder Público implementar primordialmente: I - apoio financeiro e fomento à constituição de patrimônio, na forma da lei;

II - incentivar e viabilizar linhas de crédito especiais, com taxas de juros e garantias diferenciadas, adequadas à realidade dos trabalhadores de Economia Solidária;

III - apoiar permanentemente a comercialização;

CAPÍTULO VI

DO FUNDO MUNICIPAL DE ECONOMIA SOLIDÁRIA

Art. 17. Fica criado o Fundo Municipal de Economia Solidária de Jaguaquara (FMESJ), com autonomia administrativa e financeira, mas devidamente fiscalizado pela Controladoria do

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9 Município de Jaguaquara, sem prejuízo da fiscalização da Câmara Municipal de Jaguaquara. §1º. A fiscalização da regular utilização dos recursos do Fundo Municipal de Economia Solidária será realizada quadrimestralmente pelo Conselho Municipal de Economia Solidária e, demais órgãos competentes que se fizerem necessários.

§2º. O Conselho Municipal de Economia Solidária deverá aprovar a destinação/utilização dos recursos do Fundo Municipal de Economia Solidária de Jaguaquara (FMESJ).

Art. 18. O Fundo Municipal de Economia Solidária de Jaguaquara (FMESJ) poderá angariar recursos através de doações voluntárias dos segmentos da sociedade local, em especial advindos dos meios de produção e comercialização, que serão devidamente contabilizados e informados trimestralmente para a Câmara Municipal de Jaguaquara, para a Controladoria Municipal e para o Ministério Público.

Parágrafo Único. As despesas e receitas serão contabilizadas, fiscalizadas pelos integrantes da Câmara Fiscal do Conselho Municipal de Economia Solidária, que apresentará parecer conclusivo pela aprovação ou não das contas fiscalizadas e se necessário auditadas.

Art. 19. O Fundo Municipal de Economia Solidária de Jaguaquara (FMESJ) poderá captar recursos das seguintes fontes:

I – De doações, na forma da lei; II – De convênios;

III – De Termos de Adesões; IV – De organismos internacionais; V – De instituições financeiras;

VI – De organizações não governamentais;

VII – Do valor da taxa de inscrição dos participantes do programa de economia solidária; VIII – Do percentual de 5% (cinco por cento) do valor correspondente ao aumento anual da arrecadação da receita municipal oriunda do Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza; IX – Do percentual de 10% (dez por cento) de fundos oficiais repassados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT.

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10 CAPÍTULO VII

DO CENTRO PÚBLICO DE ECONOMIA SOLIDÁRIA

Art. 20. O Prefeito Municipal, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, poderá constituir um Centro Público de Economia Solidária, visando a integração social entre todos os participantes do Programa de Incentivo a Economia Solidária.

CAPÍTULO VIII DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 21. Ficam criados os cargos de:

I – Um (01) Diretor do Programa de Fomento à Economia Solidária de Jaguaquara; II – Um (01) Secretário Administrativo;

Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

GABINETE DO PREFEITO, Jaguaquara, 6 de novembro de 2017

GIULIANO DE ANDRADE MARTINELLI Prefeito Municipal

PREFEITURA MUNICIPAL DE JAGUAQUARA

PROCURADORIA JURÍDICA LEI MUNICIPAL REGISTRADA

Sob o nº.951 , fls.113/123 c/Anexo - Livro nº. 022 Jaguaquara6 de novembro de 2017.

____________________ Bela. Maria Rita Colangeli

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11 ANEXO ÚNICO

LEI MUNICIPAL Nº 951,de 6 de novembro de 2017.

GABINETE DO PREFEITO Jaguaquara, 6 de novembro de 2017.

GIULIANO DE ANDRADE MARTINELLI Prefeito Municipal

CARGO CARGA HORÁRIA VENCIMENTO (R$)

DIRETOR DO PROGRAMA 40 HORAS 2.862,00

SECRETÁRIO ADMINISTRATIVO