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O PROJETO PILOTO DO SISTEMA INTEGRADO DE MONITORAMENTO DE FRONTEIRAS:

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O PROJETO PILOTO DO SISTEMA INTEGRADO DE

MONITORAMENTO DE FRONTEIRAS:

CONCEPÇÃO E SITUAÇÃO ATUAL

Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia.

Orientador: Cel R/1 Heitor de Montmorency Bizarro Pestana.

Rio de Janeiro 2013

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que resguarda os direitos autorais, é considerado propriedade da ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É permitido a transcrição parcial de textos do trabalho, ou mencioná-los, para comentários e citações, desde que sem propósitos comerciais e que seja feita a referência bibliográfica completa.

Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e não expressam qualquer orientação institucional da ESG

_________________________________

Biblioteca General Cordeiro de Farias

Leite, Amauri Pereira.

O projeto piloto do sistema Integrado monitoramento de fronteiras: concepção e situação atual / General de Brigada Amauri Pereira Leite. - Rio de Janeiro: ESG, 2013.

47 f.: il.

Orientador: Cel R/1 Heitor de Montmorency Bizarro Pestana.

Trabalho de Conclusão de Curso – Monografia apresentada ao

Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), 2013.

1. Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras. 2. Projeto Piloto. 3. Concepção e Situação Atual. I.Título.

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A todos da família que durante o meu período de formação contribuíram com ensinamentos e incentivos.

A minha gratidão, em especial a minha esposa Alaíde e aos meus filhos, pela compreensão, como resposta aos momentos de minhas ausências e omissões, em decorrência das atribuições atinentes à minha carreira militar de mais de quarenta anos, nas fileiras do Exército Brasileiro.

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Aos meus professores de todas as épocas por terem sido responsáveis por parte considerável da minha formação e do meu aprendizado.

Ao meu dileto amigo, Cel Cav R1 Hélio de Souza Filho, que com seu trabalho competente e dedicado possibilitou que eu pudesse conduzir, com êxito, o Projeto Piloto do SISFRON, durante o ano de2012.

Aos estagiários da Turma Força Brasil, do CAEPE 2013, pelo convívio harmonioso e também pelas opiniões divergentes, que nos obrigaram a refletir com mais profundidade, para melhor argumentar e sustentar nossos conceitos e em algumas vezes, até mudaram nossa opinião.

Ao Corpo Permanente da ESG pelos ensinamentos e orientações que me fizeram refletir, cada vez mais, sobre a importância de se estudar o Brasil com a responsabilidade implícita de ter que melhorar.

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Sejam prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Jesus, em Matheus, Cap 10, 16.

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O Projeto Piloto do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON) é um dos principais projetos de segurança e defesa do Brasil, sob a responsabilidade do Exército Brasileiro, como decorrência da implementação da Estratégia Nacional de Defesa (END). O objetivo deste estudo é, a partir da experiência adquirida pelo autor, que foi Gerente do Projeto Piloto, em 2012, quando desempenhou a função de Chefe do Centro de Operações do Comando Militar do Oeste (CMO), refletir sobre a importância desse grande Sistema para o combate aos crimes transnacionais e fornecer subsídios que sirvam de base para sensibilizar a sociedade e as elites políticas quanto aos benefícios que trará para a Nação e a necessidade de se manter o fluxo de recursos orçamentários para a sua implantação em toda faixa de fronteira terrestre do País. Visando buscar os marcos legais que definiram o projeto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e documental e em seguida um breve histórico, um exemplo internacional, sua concepção e situação atual, destacando os ganhos para as operações conjuntas e interagências que o SISFRON trará, quando estiver em pleno funcionamento. O campo de estudo privilegiou o Projeto Piloto, situado no CMO, no Mato Grosso do Sul. Destacou-se a enorme contribuição que o SISFRON poderá dar às principais operações de combate aos delitos transfronteiriços e ambientais, particularmente às operações Sentinela e Ágata e às operações coordenadas pelos Gabinetes de Gestão Integrada de Fronteiras (GGIF), ressaltando também a atuação integrada de todos os órgãos de inteligência, assim como as operações conjuntas e interagências, de combate aos ilícitos. Ao concluir, indico as ações positivas que deverão ser desenvolvidas e cuja implementação poderá levar a formulação de cursos ou estágios preparatórios de operações interagências, de sorte a divulgar as potencialidades do SISFRON e assim obter-se uma maior sinergia entre os órgãos envolvidos, mudando a mentalidade corporativa e competitiva para uma atitude mais cooperativa, no intuito de se contribuir para aumentar a sensação de segurança e melhorar a qualidade de vida da população de nosso País.

Palavras chave: Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras. Projeto Piloto. Plano Estratégico de Fronteiras. Operações Conjuntas e Interagências.

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The Pilot Project of the Integrated Border Monitoring (SISFRON), a leading security and defense projects in Brazil, under the responsibility of the Brazilian Army, as a result of the implementation of the National Defense Strategy (END). This study is based on the experience gained by the author, who was manager of the Pilot, in 2012, when he served as Chief Operations Center of the Military Command West (CMO), reflect on the importance of this great System to combat transnational crime and provide information as a basis to sensitize society and political elites of the benefits it will bring to the nation and the need to maintain the flow of budgetary resources for their implementation across the border strip of land Country. Aiming to seek legal frameworks that defined the project, it was done a bibliographic and documentary research, a brief history from its beginning, an international example, its design and the current situation, focusing on the gains for joint operations and interagency SISFRON that will, when fully operational. The field of study privileged the Pilot Project, located in the CMO, Mato Grosso do Sul. Highlights the enormous contribution that SISFRON may give to major combat operations to transboundary and environmental crimes, particularly operations Sentinel and Agate and operations coordinated by the Integrated Management Offices Border (GGIF), highlighting the integrated performance of all the intelligence agencies, as well as joint and interagency operations, of combating illicits. When finished, I indicate positive actions to be undertaken and the implementation of which could contribute to the formulation of courses or preparatory stages of interagency operations, so as to disclose the potential of SISFRON and achieve greater synergy between the agencies involved, changing the corporate mindset and competitive for a more cooperative attitude, in order to help increase the feeling of safety and improve the quality of life of the population of our Country.

Keywords: Integrated Border Monitoring. Pilot Project. Strategic Border Plan. Interagency and Joint Operations.

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FIGURA 1 A Fronteira dos Estados Unidos com o México ...19

FIGURA 2 O Arco da Paz (Washington) ...20

FIGURA 3 Fronteira no interior de uma livraria (Vermont) ...20

FIGURA 4 VANTs e torres de vigilância ...23

FIGURA 5 Túnel para passagem de ilícitos ...24

FIGURA 6 Tentativa frustrada de ultrapassagem com veículo 4x4 ...24

FIGURA 7 Canhão improvisado para o arremesso de drogas ...25

FIGURA 8 Equipamentos dos autores ...26

FIGURA 9 Exemplos de sensores ...29

FIGURA 10 Exemplos de sensores ...30

FIGURA 11 Equipamento dos atuadores ...31

FIGURA 12 Rede de infovias para as comunicações estratégicas ...32

FIGURA 13 Meios de comunicações táticas com capacidade de transmissão de dados e imagens ...32

FIGURA 14 Esquema de integração dos subsistemas do SISFRON ...33

FIGURA 15 Proposta de integração inédita e permanente ...34

FIGURA 16 Localização do Projeto Piloto, na área em vermelho ...37

FIGURA 17 Proposta de rearticulação dos Destacamentos de Fronteira ...37

FIGURA 18 Proposta de localização dos sensores fixos ...39

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Tabela 1 Lista dos principais eventos criminosos, por Estado fronteiriço ... 15

Tabela 2 Obras elencadas para a primeira fase ... 42

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CO Centro de Operações

COC Centro de Operações Conjuntas CMA Comando Militar da Amazônia CMO Comando Militar do Oeste CMS Comando Militar do Sul

CRO/9 Comissão Regional de Obras da 9ª Região Militar GAC Grupo de Artilharia de Campanha

GGIF Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira GLO Garantia da Lei e da Ordem

MD Ministério da Defesa MF Ministério da Fazenda MJ Ministério da Justiça MOT Mão de Obra Temporária OM Organização Militar

PF Polícia Federal

PEF Plano Estratégico de Fronteiras RT Residência Técnica

SENASP Secretaria Nacional de Segurança Pública SISFRON Sistema Integrado de Vigilância de Fronteiras SisGAAz Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul SisDABra Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro SISCEAB Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro

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1 INTRODUÇAO ... 11

2 RELAÇÃO CUSTO / BENEFÍCIO PARA A SOCIEDADE ... 13

3 UM EXEMPLO INTERNACIONAL ... 18

4 ANTECEDENTES E CONCEPÇÃO DO PROJETO ... 26

5 CONCEPÇÃO DO PROJETO PILOTO ... 36

6 SITUAÇÃO ATUAL DO PROJETO PILOTO... 41

7 CONCLUSÃO ... 44

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1 INTRODUÇÃO

O clima de insegurança nas grandes cidades brasileiras, amedrontadas pela onda crescente de violência, onde bandos criminosos vinham agindo com audácia desmedida, realizando assaltos em vias expressas, à luz do dia, queimando ônibus, derrubando helicóptero da polícia, com o uso de armas pesadas, aterrorizando grandes comunidades, tudo financiado pela “indústria do narcotráfico” e gerenciado pelo crime organizado e seus tentáculos em órgãos oficiais, exigiu dos governos medidas drásticas, como o emprego de tropas federais por longos períodos e providências de maior impacto para fazer frente a essa grave ameaça à ordem pública.

Nesse contexto foi editado o Plano Estratégico de Fronteiras, por meio do Decreto Presidencial Nº 7496, de 11 de junho de 2011, cujo principal objetivo é aumentar a presença do Estado na faixa de fronteiras, combatendo os crimes transnacionais, principalmente o tráfico de drogas e de armas e levando apoio às populações fronteiriças.

O Exército Brasileiro, presente em toda fronteira terrestre do Brasil e fazendo valer as prescrições constitucionais e a implementação da Estratégia Nacional de Defesa (END), aprovada em 18 de dezembro de 2008, pelo Decreto Presidencial Nº 6703, resolveu apresentar um projeto de monitoramento de toda a fronteira terrestre, utilizando meios de sensoriamento e de tecnologia da informação e de comunicações, de alto conteúdo tecnológico, privilegiando a indústria nacional. Nascia assim o Projeto Estratégico SISFRON, cuja criação foi aprovada pela Portaria nº 44-EME, de 17 de abril de 2012, publicada no Boletim do Exército nº 16, de 20 de abril do mesmo ano, composto de Subsistemas de Sensoriamento, Apoio a Decisão e de Atuação.

Quando estiver em pleno funcionamento, o SISFRON terá capacidade de monitoramento em tempo integral, ao tempo em que as informações obtidas serão transmitidas aos Centros de Operações, em escala crescente, seguindo a cadeia de comando e permitindo a atuação em tempo real, em operações conjuntas das Forças Armadas e interagências com todos os órgãos de segurança e de fiscalização dos três níveis de governo, à semelhança do que ocorre durante as Operações Ágata.

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O presente trabalho abordará o Projeto Piloto do SISFRON, sua importância, como início do Projeto, sua implantação no CMO, mais precisamente na 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, com sede em Dourados. A localização do Projeto Piloto levou em consideração as principais vias de entrada de contrabando em nosso país, principalmente de drogas e armas e a possibilidade de render frutos em curto prazo e com isso sensibilizar Governo e sociedade para a necessidade da manutenção dos fluxos orçamentários para a conclusão do Projeto, que em dez anos deverá consumir aproximadamente 12 bilhões de reais.

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2 RELAÇÃO CUSTO / BENEFÍCIO PARA A SOCIEDADE

Antecedendo ao Projeto Básico do SISFRON, o Estado Maior do Exército (EME) realizou um Estudo de Viabilidade Técnica, que foi realizado em 2011 e teve por finalidade demonstrar à Sociedade e ao Governo, a relação custo benefício desse grande projeto de defesa. O estudo abordou a metodologia, a análise fundamental, os aspectos técnicos e as análises financeira, ambiental, socioeconômica e gerencial.

O SISFRON surgiu das diretrizes expressas na END que orientam a organização da defesa sob a égide do trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença. A capacidade de monitoramento/controle deve cobrir o território, as águas jurisdicionais brasileiras e o espaço aéreo sobrejacente e daí surge uma necessidade adicional de que o SISFRON se integre ao Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), da Marinha do Brasil, ao Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e ao Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SisDABra), ambos da Força Aérea Brasileira.

A integração dos sistemas de monitoramento e controle das Forças Armadas tem por finalidade facilitar o emprego conjunto das Forças de sorte a permitir que cumpram a sua principal missão constitucional que é a defesa da Pátria. Adicionalmente o monitoramento instalado vai permitir monitorar, em melhores condições, as fronteiras terrestres, águas jurisdicionais e espaço aéreo sobrejacente, também no intuito de controlar o acesso, detectar ilícitos transnacionais e fornecer dados para melhor coibí-los.

A atuação sobre os ilícitos poderá ser feita pelas próprias Forças Armadas, no uso do poder de polícia que a lei lhes confere, nas áreas de suas competências ou pelas diversas Polícias Judiciárias, Força Nacional de Segurança, Polícias Militares, Guardas Municipais ou qualquer outra agência de fiscalização que possa se valer dos dados gerados pelos sistemas de monitoramento. Neste caso, particularmente no que se refere ao SISFRON, deverá haver a integração, até no nível tático, com os sistemas das agências participantes.

Foi empregada a metodologia de apresentação de estudos de viabilidade de projetos de grande vulto (versão 2.0) da Câmara Técnica de Projetos de Grande Vulto (CTPGV) / Comissão de Monitoramento e Avaliação (CMA) / MPOG.

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Os dados tratados foram retirados fontes públicas e oficiais e as avaliações foram conservadoras no que diz respeito aos benefícios do Projeto.

Propõe a integração inédita e permanente dos seguintes órgãos:

 Presidência – ABIN;

 Ministério da Justiça – SENASP/PF/PRF/FUNAI;

 Ministério do Meio Ambiente – IBAMA;

 Ministério da Fazenda – SRF;

 Ministério da Saúde;

 Ministério da Educação;

 Ministério da Defesa – Força Aérea e Marinha;

 Secretaria de Assuntos Estratégicos;

 Sistema de Proteção da Amazônia;

 Organizações Estaduais e Municipais;

 Polícias Militares; e

 Outras Organizações de Fiscalização das três esferas de Governo. Os dados tratados foram retirados de fontes públicas e oficiais; no entanto as avaliações foram um tanto conservadoras, no que diz respeito aos benefícios do Projeto. Segundo tais fontes, constata-se alta incidência de crimes transfronteiriços, sendo que estudos das Nações Unidas apontam a América Latina e Caribe como a região do mundo com maiores taxas de violência.

Outra constatação é de que existe forte correlação entre as altas taxas de violência e o tráfico de drogas na região, sendo que 100% da produção mundial da folha de coca está na América Latina, distribuídas principalmente na Colômbia (62%), Peru (28%) e Bolívia (10%), assim como aponta o Paraguai como um dos maiores produtores de maconha do mundo, responsável pela produção de 80% da

cannabis consumida no Brasil.

Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de Santa Catarina, todos os onze estados fronteiriços apresentam a ocorrência de pelo menos um crime transnacional, como se pode verificar no quadro seguinte:

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Tabela 1: Lista dos principais eventos criminosos, por Estado fronteiriço.

Fonte: http://www.ssp.sc.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=26&Itemid=174.

Segundo dados levantados junto ao Banco Central do Brasil e o Banco Mundial, o Brasil tem experimentado um crescimento firme do seu Produto Interno Bruto (PIB) e cruzando esses dados com levantamentos feitos pelo Ministério da Saúde, verifica-se que lamentavelmente a curva de crescimento de mortes para cada 100.000 habitantes acompanha na mesma proporção o crescimento do PIB. Por exemplo, o PIB do Brasil em 1998 era de US$ 750.000.000,00, sendo que naquele ano tivemos aproximadamente 160 mortes provocadas por drogas ilícitas para cada 100.000 habitantes, já em 2007 o PIB brasileiro chegou a US$ 1.400.000.000,00 e o número de mortes chegou a mais de 250 por 100.000 habitantes.

Os estudos sobre o Custo da Violência no Brasil, segundo dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apontam para o valor de 10,5% do PIB e segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), de 5,09%, o que, segundo valores de 2010, equivale a R$ 183 bilhões. Adotando-se esse valor mais baixo e cruzando com dados do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), que atestam que 22% da população carcerária foi condenada por envolvimento com entorpecentes, conclui-se que o custo anual da violência decorrente do narcotráfico é de R$ 41 bilhões (22% de R$ 183 bilhões).

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Segundo o Jornal do Brasil de 07 de janeiro de 2005, o SIPAM teve uma efetividade de 60% na redução de voos clandestinos. Para efeito do estudo de viabilidade do SISFRON, adotou-se uma efetividade de apenas 10%, o que corresponde a uma economia de R$ 4,1 bilhões /ano, ou seja, 10% do custo anual do narcotráfico e repare-se que estamos usando sempre os dados mais moderados das fontes consultadas.

Segundo o Escritório das Nações Unidas para Combate às Drogas Ilícitas e Crimes Internacionais (United Nations Office on Drugs and Crime - UNODC), o Brasil possui um índice de 22,7 homicídios por 100.000 habitantes, então 10% de efetividade do SISFRON salvará 10.000 brasileiros da morte por ano, sendo que apenas essa constatação já dá uma dimensão do alcance social deste investimento.

O custo de implantação do SISFRON é de R$ 11.992.000,00, em 10 anos, com tempo de duração estimado em 35 anos, sendo que em 13 anos o projeto se paga, ou seja em 2021.

Quanto a preservação do meio ambiente, o projeto, além de não trazer impactos significativos para o meio ambiente, será fundamental para prevenção dos ilícitos ambientais transnacionais e vai permitir ampliar a fiscalização pelo IBAMA, contribuindo para maior preservação ambiental, sendo que os potenciais impactos causados no ecossistema serão muito inferiores a outros projetos de grande vulto, sendo que as áreas ocupadas pelo exército brasileiro constituem-se, tradicionalmente, em ilhas de preservação.

A análise socioeconômica aponta para geração total de 127 mil empregos gerados diretos e indiretos (12.700 por ano ao longo de 10 anos), com a distribuição de renda de R$ 2,3 bilhões ao longo da implantação do projeto, mesmo considerando-se que 40% dos empregos de alta tecnologia serão gerados no exterior. Não foram considerados os empregos efeito renda, que multiplicariam exponencialmente os números acima e geração de empregos considerada somente na fase de implantação, quando tende a continuar na fase de operação.

Do exposto, verifica-se a alta viabilidade do Projeto, em função dos benefícios que o SISFRON trará, considerando-se somente o custo da violência relativo ao narcotráfico, com uma efetividade a ser obtida a partir do término da fase de implantação, limitada a 10%, quando, na realidade, tende a ser superior e já trazer benefícios desde o início da implantação do Projeto Piloto. Tudo isso sem contar a geração de empregos, que foi considerada somente na fase de

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implantação, quando tende a continuar na fase de operação. Finalmente, conclui-se que o SISFRON é um projeto de SEGURANÇA e DEFESA, que fará o BRASIL dar um salto tecnológico nessa área, permitirá o aumento da cooperação com os países vizinhos e ainda trará benefícios financeiros e socioeconômicos ao País.

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3 UM EXEMPLO INTERNACIONAL

Para que se tenha uma ideia melhor sobre a dificuldade que é controlar uma fronteira predominantemente seca e permeável entre dois países, tomei como exemplo a fronteira dos Estados Unidos da América (EUA) com o México.

A fronteira internacional entre os EUA e o México estende-se desde a cidade de San Diego, na Califórnia e Tijuana, na Baja California, a oeste, até Matamoros, em Tamaulipas, e Brownsville, no Texas, a leste. Ela atravessa uma variedade de terrenos, percorrendo desde grandes áreas urbanas até desertos inóspitos. Do Golfo do México ela segue o curso do Rio Grande até El Paso, no Texas, e Ciudad Juárez, em Chihuahua. A população total residente na região fronteiriça é estimada em 12 milhões de pessoas.

A extensão total da fronteira é de 3.185 km, de acordo com a Comissão Internacional de Limites e Águas. Ela é a fronteira internacional mais frequentemente cruzada do mundo, com aproximadamente 350 milhões de pessoas atravessando-a legalmente todo ano.

Para tentar conter a imigração ilegal, os EUA construíram um muro, nos locais de fronteira seca, principalmente nas áreas mais densamente povoadas. O muro foi projetado para ter aproximadamente 600km de extensão e mais 800Km de barreiras complementares, somando 1.400km, chegando até o Oceano Pacífico. O muro é cruzado por numerosos túneis ilegais que são a causa de constantes mortes nas tentativas de ultrapassá-lo.

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Figura 1: A fronteira dos EUA com o México.

Fonte:www.google.com.br/search?q=fronteira+dos+estados+unidos+com+o+méxico&tbm=isch&tbo=u &source=univ&sa=X&ei=wvwwUsKZEpS69gTZew&ved=0CDgQsAQ&biw=1280&bih=899&dpr=1.

Sua construção teve início em 1994 com o programa anti-imigração-ilegal conhecido como Operação Guardião (Operation Gatekeeper) e custou 20 milhões de dólares. Inclui três barreiras de contenção, iluminação de muito alta intensidade, detectores antipessoais de movimento, sensores eletrônicos e equipamentos de visão noturna, interligados com a rede de radiocomunicações da polícia de fronteira dos Estados Unidos e também dispõe de vigilância permanente com veículos aéreos não tripulados (VANT) e helicópteros armados.

Apesar do grande poderio econômico e militar dos EUA e de todo o aparato de segurança montado na fronteira com o México, que é sua principal preocupação, o país não consegue estancar por completo o tráfico de drogas e de pessoas em direção ao seu território.

Ao norte está o Canadá, cuja fronteira, atualmente conhecida como a fronteira não defendida mais longa do mundo (no total a fronteira terrestre tem 8.891

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km) e que contrasta notoriamente com a fronteira entre Estados Unidos e México, muito mais reduzida em comprimento, porém sumamente mais violenta.

Abaixo algumas fotos que demonstram a situação tranquila da fronteira norte dos EUA:

Figura 2: O Arco da Paz (Washington).

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fronteira_Canad%C3%A1-Estados_Unidos.

Figura 3: Fronteira no interior de uma livraria (Vermont).

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Mesmo concentrando seus esforços ao sul, o país tem enormes dificuldades no controle fronteiriço, como podemos avaliar pelo relato de um morador que vive na divisa. Manoel Zamora diz que a cerca da fronteira atrás de sua casa sugere força e proteção, seus postes de aço perfeitamente alinhados, um pouco além do Rio Grande. Mas, noite após noite, os imigrantes ilegais aparecem. Depois do escurecer e mesmo sob a luz do sol, dezenas escalam o muro ou andam ao redor dele, com sua chegada sendo anunciada pelos latidos de cães raivosos nos quintais das casas.

"Olha", disse Zamora no início de uma manhã recente, "lá vêm eles". Ele apontou para o quintal vizinho, onde um jovem com um moletom escuro e tênis branco corria para a estrada, sua respiração ofegante era visível no amanhecer de inverno. Três outros vieram a seguir, correndo para um carro branco que chegou no momento exato em que seus pés tocaram o chão.

"Não sei como o governo pode acabar com isso", disse Zamora, observando a movimentação do carro. "É impossível impedir a travessia. Você definitivamente não pode acabar com isso com leis ou barreiras.” (MANOEL ZAMORA apud DAMIEN CAVE, 2013).

Esforços por reforma migratória nos EUA preocupam base republicana, o desafio abalou o Congresso por décadas e, enquanto os legisladores em Washington buscam uma abrangente reforma migratória, o país mais uma vez debate o que fazer a respeito da segurança na fronteira. Obama já deportou mais imigrantes ilegais no 1º mandato do que Bush em oito anos.

Uma geração após San Diego ter sido invadida por milhares de imigrantes que corriam abertamente para a cidade todos os dias, peritos, agentes da Patrulha da Fronteira e deportados na mexicana Tijuana dizem que as chances de chegar ao sul da Califórnia são remotas, com as estimativas de sucesso de 1 em 10 ou piores. Mas visitas a algumas localidades fronteiriças nos dois últimos anos mostram que os níveis de controle variam significativamente ao longo da linha de fronteira.

No Vale do Rio Grande, travessias em grandes quantidades acontecem regularmente, com relativa facilidade, apesar dos aumentos notáveis nas capacidades da Patrulha de Fronteira. Os cortes de gastos governamentais que entraram em vigor em 1º de março podem piorar as coisas.

Está cada vez mais claro para aqueles que vivem ao longo da fronteira com o México - ou que tentam protegê-la - que não existe uma fronteira completamente segura, assim como não há cidades sem crime. Mesmo em áreas com barreiras

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altas, e aviões não tripulados, que custam US$ 20 milhões cada um e são capazes de localizar pessoas de uma altura de até seis mil metros, a segurança fronteiriça pode ser violada.

Autoridades americanas afirmam que o terreno, na fronteira, pode ser muito diverso dependendo de que parte da fronteira se fala, e há diferentes maneiras e táticas que precisam ser colocados em questão e isso requer uma análise quase quilômetro por quilômetro.

Na opinião de alguns moradores, como a enfermeira doméstica Suly Ochoa, cuja casa fica ao longo do muro da fronteira em Granjeno, Texas, diz querer algo simples da política de fronteiras: "Ela precisa ser mais inteligente." Como muitos de seus vizinhos, ela e sua família têm testemunhado os imigrantes atravessando pelas árvores e grama alta da cidade há décadas. (SULY OCHOA apud DAMIEN CAVE, 2013).

Eles muitas vezes ajudam os mais desesperados, chamando ambulâncias para crianças ou grávidas. Mas os moradores têm se preocupado cada vez mais com a segurança à medida que traficantes de drogas mexicanos adotaram o negócio do contrabando de pessoas e dos narcóticos pela fronteira. O crime na área de McAllen, no Texas, embora baixo, agora ocasionalmente inclui o que parecem ser assassinatos.

Cartéis do México travam guerra sangrenta por rotas que levam aos EUA, moradores da fronteira esperavam que o muro, que custou US$ 20 milhões, os ajudaria a se sentir mais seguros. Agora, alguns anos após sua conclusão parecem-lhe mais um desperdício, não funcionou e a sensação que ficou foi a de que foi dinheiro jogado fora.

Parte do problema é que as cercas e muros cobrem uma área limitada no setor do Vale do Rio Grande - pouco menos de 86 quilômetros. E, mesmo dentro da área cercada, por causa das fazendas e parques ribeirinhos, há várias aberturas. Ochoa diz que vê cargas de drogas, pelo menos uma vez por semana - geralmente picapes grandes com sacos de maconha na parte de trás, cobertos apenas com uma lona. Travessias de imigrantes acontecem quase todas as noites, geralmente em grupos de 10 a 20 pessoas.

Funcionários da Patrulha de Fronteira enfatizam que operam em capacidade máxima. Na década de 1990, os agentes não tinham sequer orçamento para manter os tanques de seus veículos cheios. Agora há mais pessoal, cerca de 2.500

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agentes. Informação adicional vem de VANTs e helicópteros, juntamente com as câmeras criadas pelo Estado para acompanhar a vida selvagem.

Organizações criminosas dominam Reynosa, cidade mexicana na fronteira com McAllen, e são responsáveis pelo contrabando ao longo dessa seção da fronteira por meio de um monopólio sofisticado. O Cartel do Golfo controla o acesso ao rio (o chamado Rio Bravo, no México) e mata qualquer um que tente atravessar sem pagar.

Nos fins de semana, os contrabandistas muitas vezes atravessam a fronteira em vários pontos, o que significa que mais drogas e imigrantes são capturados - e mais outros conseguem passar. Os contrabandistas também se tornaram mestres de truques e desvios. Ochoa disse que tem visto carros menores serem parados pelas autoridades enquanto grandes caminhões atravessam, ludibriando as autoridades que ficaram presas na apreensão menor.

Vemos abaixo algumas fotos que ilustram bem os relatos acima e que demonstram ser virtualmente impossível para os EUA fechar sua fronteira totalmente, em que pese todo o investimento em pessoal especializado e equipamentos de altíssima tecnologia:

Figura 4: VANTs e torres de vigilância.

Fonte:www.google.com.br/search?q=fronteira+dos+estados+unidos+com+o+méxico&tbm=isch&tbo=u &source=univ&sa=X&ei=wvwwUsKZEpS69gTZew&ved=0CDgQsAQ&biw=1280&bih=899&dpr=1.

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Figura 5: Túnel para passagem de ilícitos.

Fonte:www.google.com.br/search?q=fronteira+dos+estados+unidos+com+o+méxico&tbm=isch&tbo=u &source=univ&sa=X&ei=wvwwUsKZEpS69gTZew&ved=0CDgQsAQ&biw=1280&bih=899&dpr=1.

Figura 6: Tentativa frustrada de ultrapassagem com veículo 4x4.

Fonte:www.google.com.br/search?q=fronteira+dos+estados+unidos+com+o+méxico&tbm=isch&tbo=u &source=univ&sa=X&ei=wvwwUsKZEpS69gTZew&ved=0CDgQsAQ&biw=1280&bih=899&dpr=1.

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Figura 7: Canhão improvisado para o arremesso de drogas.

Fonte:www.google.com.br/search?q=fronteira+dos+estados+unidos+com+o+méxico&tbm=isch&tbo=u &source=univ&sa=X&ei=wvwwUsKZEpS69gTZew&ved=0CDgQsAQ&biw=1280&bih=899&dpr=1.

Do que foi exposto neste capítulo podemos concluir que a fronteira norte dos EUA não lhe traz maiores preocupações e assim pode concentrar a maior parte de seu esforço no controle da fronteira sul.

Após décadas de prática e mesmo tendo construído muro e cercas altas em parte de sua fronteira com o México, aliado a equipamentos de alta tecnologia e pessoal especializado, não conseguiu estancar completamente o fluxo imigratório ilegal e nem o tráfico de drogas, porém conseguiu diminuir e vem buscando inovar as táticas de combate, na mesma medida da criatividade dos que praticam ilícitos.

A fronteira dos EUA com o México (3.185 Km) é menor do que a fronteira do Brasil com a Bolívia (3.423 Km) e mesmo assim enfrentam muitas dificuldades no monitoramento, controle e atuação.

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4 ANTECEDENTES E CONCEPÇÃO DO PROJETO

Figura 8: Esquematização do Sistema.

Fonte:http://www.correiodoestado.com.br/noticias/equipamentos-para-monitorar-a-fronteira-chegam-em-2013_168508/.

O SISFRON já é considerado um dos principais Projetos Estratégicos do Exército e vai permitir o monitoramento, o controle e atuação nas fronteiras terrestres do nosso país, contribuindo para a inviolabilidade do território nacional, para a redução dos problemas advindos da região fronteiriça e para fortalecer a interoperabilidade, as operações conjuntas e interagências e a cooperação nacional, além de possibilitar uma melhor interação com as Forças de Segurança dos nossos países vizinhos.

Trata-se de um sistema integrado de sensoriamento, de apoio à decisão e de emprego operacional, cujo propósito é fortalecer a presença e a capacidade de ação do Estado na faixa de fronteira, faixa esta que tem 150 (cento e cinquenta) quilômetros de largura e que se estende pelos 16.886 (dezesseis mil, oitocentos e oitenta e oito) quilômetros de nossa fronteira terrestre. Ela abarca 27% do território nacional, abriga 588 (quinhentos e oitenta e oito) municípios, localizados em 11(onze) estados, que se defrontam com 10 (dez) países da América do Sul. Segundo dados do IBGE, de 2007, habitam na faixa de fronteira mais de dez milhões de habitantes (cerca de 6% do total da população brasileira).

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O SISFRON foi concebido por iniciativa do Comando do Exército, em decorrência da aprovação da Estratégia Nacional de Defesa, Decreto nº 6.703, de 18 de dezembro de 2008, que orienta a organização das Forças Armadas sob a égide do trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença. O sistema enfatiza o adensamento de Unidades das Forças Armadas nas fronteiras e impulsiona a capacitação da indústria nacional para a conquista da autonomia em tecnologias sensíveis e indispensáveis à defesa. Nessa conquista, foi muito importante a aprovação da Lei nº 12.598, de 22 de março de 2012, que estabelece normas especiais para as compras, as contratações e o desenvolvimento de produtos e de sistemas de defesa e dispõe sobre regras de incentivo à área estratégica de defesa.

Para o Exército Brasileiro, o SISFRON deverá, além de incrementar a capacidade de monitorar as áreas de fronteira, assegurar o fluxo contínuo e seguro de dados entre diversos escalões da Força Terrestre, produzir informações confiáveis e oportunas para a tomada de decisões, bem como atuar prontamente em ações de defesa da Pátria, cumprindo o preceito constitucional previsto no Art 142 da Constituição Federal. Subsidiariamente possibilitará atuar contra delitos transfronteiriços e ambientais, em cumprimento a Lei Complementar nº 97, de 09 de junho de 1999 e de suas atualizações, em operações isoladas ou em conjunto com as outras Forças Armadas ou, ainda em operações interagências, com outros órgãos governamentais.

No tocante às operações conjuntas e interagências, foi de grande valia a aprovação do Decreto nº 7.496, de 08 de junho de 2011, que instiuiu o Plano Estraégico de Fronterias, que será efetivado mediante a realização, dentre outras, de ações de integração federativa entre a União e os Estados e Municípios situados na faixa de fronteira, com a implementação de projetos estruturantes para o fortalecimento da presença estatal na região de fronteira e de ações de cooperação internacional com países vizinhos.

As ações do Plano Estratégico de Fronteiras serão implementadas por meio de Gabinetes de Gestão Integrada de Fronteira (GGIF) e Centro de Operações Conjuntas (COC).

Os GGIF terão como objetivo a integração e a articulação das ações da União com as ações dos Estados e Municípios, cabendo a eles propor e coordenar a integração das ações, a fim de tornar ágil e eficaz a comunicação entre os seus

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órgãos. Deverão ainda propor ações integradas de fiscalização e segurança urbana no âmbito dos municípios situados na faixa de fronteira, incentivar a criação de Gabinetes de Gestão Integrada Municipal e definir as áreas prioritárias de sua atuação.

A fim de se evitar conflitos de competência, o Plano prevê que não haverá hierarquia entre os órgãos que compõem os GGIF e suas decisões serão tomadas por consenso. Cada GGIF será constituído por ato do Governo Estadual e será composto pelas autoridades federais e estaduais que atuem da prevenção, controle, fiscalização e repressão dos delitos transfronteiriços e dos delitos praticados na faixa de fronteira brasileira e por representantes dos Gabinetes de Gestão Integrada Municipal da região de fronteira.

O COC será composto por representantes de todas as instituições partícipes das operações, mediante assinatura de acordo de cooperação, sendo que também não haverá hierarquia entre os órgãos que o compõem e suas decisões serão tomadas por consenso. Vale ressaltar que no âmbito do Ministério da Defesa prevalecem as normas vigentes nas Forças Armadas, quanto a cadeia hierarquica, mesmo quando enquadrado pelo COC.

Compete ao COC realizar a integração entre os partícipes e o acompanhamento e a coordenação das ações do Plano Estratégico de Fronteiras, terá como sede as instalações do Ministério da Defesa e a participação dos Estados e dos Municípios no Plano Estratégico de Fronteiras se dará mediante a assinatura de termo de adesão. Em alto nível a coordenação do Plano Estratégico de Fronteiras será exercida pelos Ministros de Estado da Justiça, da Defesa e da Fazenda, sob a direção do Vice-Presidente da República.

No estado do Mato Grosso do Sul, no ano de 2012, as operações coordenadas pelo GGIF se chamaram operações Fronteira Unida, com um viés unicamente policial e com a cooperação das Forças Armadas. Na prática não coicidiram com as Operações Ágata, coordenadas pelo COC, que visaram não só o viés policial, mas também visaram aumentar a presença do Estado na faixa de fronteira, por meio de atendimento às populações mais carentes.

Para o seu pleno funcionamento o SISFRON foi concebido com 07 (sete) subsistemas, a saber:

Subsistema de Sensoriamento: Inclui meios para sensoriamentos especializados que suportam as diversas ações de Vigilância,

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Reconhecimento e Monitoramento para a obtenção de dados para o ciclo de Inteligência. Os meios de sensoriamento previstos compreendem radares de vigilância aérea e terrestre, radares e estações meteorológicas, sensores óticos e de sinais eletromagnéticos, de característica portátil, transportável, embarcada ou fixa, compreendendo ainda as plataformas para sua instalação. O potencial emprego de sistemas e equipamentos nacionais desenvolvidos para operar de acordo com as peculiaridades do ambiente Amazônico, como radares de abertura sintética (SAR60) que permitem operação em banda X e P e detectam alvos abaixo da cobertura vegetal, serão de importância estratégica para eficiência do subsistema; 15 LEGENDA BO Binóculo Ótico OV Óculos de Visão Noturna BT Binóculo Termal BTM Binóculo Termal Multifuncional LO Luneta Ótica L/M Luneta VN Mira laser C L A Mv Câmera Longo Alcance

Móvel C L A Fix Câmera Longo Alcance Fixa Cp Câmera Portátil MPV Mira de Ponto Vermelho

Figura 9: Equipamento dos atuadores.

Fonte: Palestra produzida pela equipe chefiada pelo próprio autor, quando era Gerente do Projeto Piloto.

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12

RADAR DE VIGILÂNCIA TERRESTRE (RVT)

Figura 10: Exemplos de sensores

Fonte: Palestra produzida pela equipe chefiada pelo próprio autor, quando era Gerente do Projeto Piloto.

Subsistema de Apoio à Decisão: Inclui as capacidades de tratar os dados coletados e está sendo desenvolvido com base no Programa C² em Combate, atualmente em uso na Força Terrestre, e empregará técnicas avançadas, como a fusão de dados, para tratamento dos insumos provenientes dos sensores. Provê ao decisor (qualquer que seja o nível deste) uma precisa consciência situacional integrada ao teatro de operação, para que possa escolher a melhor linha de ação, elaborar seu planejamento e sua distribuição para execução, em tempo hábil, aos responsáveis em dar uma resposta efetiva às ameaças presentes na situação atual e futura. Por se tratar de um subsistema crítico e estratégico, o emprego de sistemas e equipamentos nacionais será de fundamental relevância não apenas na implantação e capacitação autônoma, mas também na integração futura de sistemas de outros órgãos governamentais e desenvolvimento futuro de novas funcionalidades, sistemas e equipamentos correlatos;

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Subsistema de Atuação: inclui plataformas e meios necessários para prover apoio ao combatente e capacidade de implementação de uma resposta rápida, sempre em sinergia com as plataformas e meios dos demais órgãos governamentais;

Caracol São Carlos

54

Figura 11: Equipamento dos atuadores.

Fonte: Palestra produzida pela equipe chefiada pelo próprio autor, quando era Gerente do Projeto Piloto.

Subsistema de Comunicações: inclui todos os meios para possibilitar o tráfego de informações táticas e estratégicas entre os componentes do SISFRON e entre este e sistemas correlatos. No escopo das comunicações estratégicas prevê-se a implantação de um satélite geoestacionário de comunicações nacional. Sua infraestrutura de comunicações possuirá redes de comunicação de dados e voz, visando à integração dos diversos órgãos envolvidos e à disseminação de informações pertinentes às funções e atribuições de cada parte do sistema, de forma contínua, sem interrupções, esteja ela fixa ou em movimento. Utiliza enlaces diretos entre estações terrestres, aéreas e espaciais. Os meios de comunicação entre órgãos governamentais são

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redundantes e seguros para manter o sigilo das informações trafegadas, incluindo as operacionais, administrativas e logísticas;

High Capacit

y Line Of Sig

ht Network(s )

Figura 12: Rede de infovias para as comunicações estratégicas.

Fonte: Palestra produzida pela equipe chefiada pelo próprio autor, quando era Gerente do Projeto Piloto. 19 Falcon III RF-7800M-MP RF-7800W HCLOS RF-7800S RF-7800M-VIntercomunicador Falcon III V

Figura 13: Meios de comunicações táticas com capacidade de transmissão de dados e imagens. Fonte: Palestra produzida pela equipe chefiada pelo próprio autor, quando era Gerente do Projeto Piloto.

Subsistema de Segurança de Informações e Comunicações: Inclui todos os meios para garantir comunicações seguras, íntegras e proteção de ataques cibernéticos, permeando todo o SISFRON. Está dividido nos seguintes grandes segmentos: segurança das comunicações, controle de acesso e defesa cibernética;

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Subsistema de Simulação e Capacitação: Intrinsecamente ligado ao Subsistema de Apoio à Decisão, inclui um Centro de Simulação e Treinamento responsável por formar operadores para o SISFRON, meios de capacitação em manutenção e Células para Aprendizagem a Distância, as ferramentas de simulação apoiarão estudos para o correto posicionamento de sensores, análises doutrinárias e outros estudos de situação. Os meios empregados nesse subsistema deverão ser aplicados ainda, principalmente em áreas remotas da Amazônia, em projetos de cunho social como Ensino a Distância e Integração Digital; e

Subsistema Logístico: destina-se a apoiar o funcionamento do SISFRON, incluindo meios para o monitoramento dos demais subsistemas, meios e infraestrutura para Suprimento, Transporte e Manutenção.

O SISFRON já nasceu com a vocação de ser um sistema para operar em conjunto com as demais Forças Armadas e com as demais agências de governo, em todos os níveis.

Figura 14: Esquema de integração dos subsistemas do SISFRON.

Fonte: Palestra produzida pela equipe chefiada pelo próprio autor, quando era Gerente do Projeto Piloto.

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Após o monitoramento e a obtenção dos dados, que se pretende que sejam obtidos em tempo integral, os mesmos serão levados através das infovias até os Centro de Operações (C Op) de Subunidades isoladas, Unidades, Brigadas, Divisões de Exército (DE), Comandos Militares de Área (estes terão o suporte dos Centros Regionais de Monitoramento - CRM), até chegar ao Centro de Monitoramento de Fronteiras (CMF), em Brasília, que terá a missão de realizar a gestão do Sistema implantado, desempenhando tanto atividades correntes (operação, logística integrada, capacitação, simulação etc.) como atividades orientadas para a avaliação, melhoria e evolução do Sistema, além de prover o suporte para a consciêcia operacional do Comando de Operações Terrestres (COTER).

Ao chegar aos C Op, os dados serão trabalhados pelos Estados Maiores e utilizados imediatamente pelos atuadores, quando isso for recomendável. A decisão de atuar imediatamente deverá ser tomada no contexto da situação e no escalão compatível com a missão.

Há que se considerar que o SISFRON deverá funcionar como se fosse uma operação Ágata de menor intensidade, porém durante todo o ano e em toda a faixa de fronteira e assim sendo, as operações de inteligência e as operações de combate aos crimes transfronteiriços ocorrerão de forma simultânea.

Figura 15: Proposta de integração inédita e permanente.

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Junto a cada C Op está previsto funcionar um Centro Regional de Interação (CIR), onde terão assentos as demais Forças Armadas e todas as agências governamentais que tiverem aderido às operações, à semelhança do que vem ocorrendo nas sucessivas operações Ágata, conduzidas pelo MD.

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5 CONCEPÇÃO DO PROJETO PILOTO

Quando o SISFRON foi concebido, a ideia era de que ele começaria na Amazônia, porém em reuniões do Alto Comando do Exército, o Comandante Militar do Oeste apresentou uma argumentação consistente de que o Projeto Piloto deveria começar pelo CMO.

Os argumentos foram irrefutáveis, tendo em vista que é na área do CMO onde estão localizadas as fronteiras com os países de onde provem a maior parte das drogas consumidas no país. São fronteiras secas na sua maior parte e nos trechos onde são rios, os mesmos são de fácil travessia, muitas vezes sem necessidade de embarcações.

O CMO engloba os Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e faz fronteira com a Bolívia e o Paraguai, numa extensão de 2.503,5 quilômetros. Para cumprir sua missão dispõe de três Brigadas: a 4º Brigada de Cavalaria Mecanizada, com sede na cidade de Dourados-MS, a 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, com sede em Cuiabá-MT e a 18ª Brigada de Infantaria Motorizada, com sede em Corumbá-MS.

O Projeto Piloto foi colocado na área da 4ª Bda C Mec, tendo em vista que suas unidades de manobra estão todas na linha de fronteira e também porque domina as principais penetrantes, tanto para defesa externa como para o exercício do poder de polícia no combate aos crimes transnacionais e ambientais.

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Figura 16: Localização do Projeto Piloto, na área em vermelho.

Fonte: Palestra produzida pela equipe chefiada pelo próprio autor, quando era Gerente do Projeto Piloto.

RESERVADO

PROJETO PILOTO DO SISFRON NO CMO

Mec 10 Mec 11 Amambai Mec 17 Mec 4 x 20 9 105 Mec 4 E Mec 1 4 28 Log 1/3 17 Caracol Mec 3 17 Mec 1/3 11 Mec

Figura 17: Proposta de rearticulação dos Destacamentos de Fronteira.

Fonte: Palestra produzida pela equipe chefiada pelo próprio autor, quando era Gerente do Projeto Piloto.

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O Projeto Piloto foi concebido para começar pelo chamado “cone sul” do Estado do Mato Grosso do Sul, tendo em vista o grande volume de ilícitos que passam por aquela região e também porque ali poderá ser demonstrada a eficácia do projeto mesmo durante sua implantação.

Para tanto foi apresentada ao EME, a proposta de desativação do Destacamento de Fronteira de Iguatemi e o desdobramento de 01(um) Esquadrão de Cavalaria Mecanizado (Esqd C Mec) no mesmo local, com 01 (um) pelotão de cavalaria mecanizado (Pel C Mec) destacado em Mundo Novo, na área de responsabilidade do 17º RCMec, sediado em Amabai , e 01 (um) Pel C Mec em Caracol, na área de responsabilidade do 10º RCMec, sediado em Bela vista.

Os pelotões de Mundo Novo e Caracol funcionarão em regime de rodízio de tropas, com duração de uma semana ou mais, onde os militares ficarão em operações continuadas, sem o acompanhamento das famílias, que ficarão nas sedes dos escalões enquadrantes.

Para que isso aconteça foi proposta uma rearticulação dos atuais destacamentos existentes na fronteira, nas localidades de Iguatemi, Mundo Novo, Paranhos, Coronel Sapucaia e São Carlos.

Tais destacamentos são pequenos quartéis, com efetivos de 12 (doze) a 15 (quinze) militares, que não tem capacidade operacional, sua função é apenas de vigilância, guarda patrimonial e presença. Esses destacamentos são comandados por um sargento, secundados por um cabo e um grupo de soldados com funções administrativas, tais como rancho, lavanderia, tratamento d’água, e outros serviços e que concorrem a escala de serviço de guarda.

Normalmente os comandantes se fazem acompanhar de suas famílias e, portanto ficam muito vulneráveis, tendo em vista estar morando na mesma região que devem vigiar. Devido ao pequeno contingente e a proximidade da fronteira, o armamento é muito reduzido, pois poderiam ser atrativos para as quadrilhas que atuam na região.

A nova proposta prevê o aproveitamento destes efetivos para mobiliar o novo esquadrão de Iguatemi e os pelotões de Mundo Novo e Caracol. Essas novas organizações serão dotadas de material e infraestrutura para operar diuturnamente, realizando Postos de Bloqueio e Controle de Estradas (PBCE) e patrulhas nas estradas vicinais, chamadas de “cabriteiras”, por onde fogem os infratores que se desviam dos PBCE.

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Há que se ressaltar que mesmo sem o SISFRON, as unidades de fronteira já exercem o seu poder de polícia, seja em apoio às outras agências que atuam na região, seja de forma isolada. As operações atuais são realizadas no âmbito dos regimentos e das brigadas, nas Operações Cadeado ou enquadradas pelo CMO, nas chamadas operações Atalaia, todas com o objetivo de intensificar a presença do Estado na faixa de fronteira e combater delitos transfronteiriços e ambientais.

O que se pretende com o SISFRON é dotar essas unidades de meios de sensoriamento de alta tecnologia, para que junto com profissionais especializados e qualificados, possam enriquecer as operações de inteligência e assim prover os tomadores de decisão com uma consciência situacional adequada de sorte a orientar, em melhores condições, as operações reais de combate aos ilícitos.

PROJETO SISFRON NO CMO

RESERVADO

Caracol São Carlos CMF / COTER Depósito CRM (CRGL) CO - Bda 4 MB 3 MB 5 MB 3 MB 3 MB 3 MB 5 MB 48 MB 31

Figura 18: Proposta de localização dos sensores fixos.

Fonte: Palestra produzida pela equipe chefiada pelo próprio autor, quando era Gerente do Projeto Piloto.

As informações fluirão pelas infovias apoiadas inicialmente em equipamentos rádio e torres de micro-ondas, até chegarem aos centros de operações dos regimentos, 10º, 11º e 17º RCMec, 4ª Bda C Mec e CMO.

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Para o subsistema de atuação e a fim de aumentar a operacionalidade das OM, estão sendo adquiridos materiais de emprego militar (MEM), que poderão ser utilizados tanto para missões de GLO como para a Defesa da Pátria.

Constitui um fator de alta relevância para aumentar os níveis de eficácia, eficiência e efetividade das operações de fiscalização na faixa de fronteira, as operações de inteligência e o emprego simultâneo de sensores de alta tecnologia, como radares de vigilância terrestre e de vigilância a baixa altura, câmeras óticas e de infravermelho, “scaners” de carga e de bagagem, cães farejadores e “VANTs” em apoio aos Postos de Bloqueio e Controle de Estradas (PBCE) e das Patrulhas realizadas por todas as Forças e Agências envolvidas.

RESERVADO

PROJETO PILOTO DO SISFRON NO CMO – SITUAÇÃO ATUAL

INTEGRAÇÃO DE EMPREGO

SENSORIAMENTO

ALTA RELEVÂNCIA

Figura 19: Integração do emprego de diversos meios.

Fonte: Palestra produzida pela equipe chefiada pelo próprio autor, quando era Gerente do Projeto Piloto.

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6 SITUAÇÃO ATUAL DO PROJETO PILOTO

Atualmente o Projeto Piloto está sendo implementado por diferentes atores, sob o acompanhamento do Escritório de Projetos do Exército, que acompanha e coordena todos os projetos estratégicos da Força.

Para o acompanhamento e coordenação do SISFRON, conta com uma equipe chefiada por um Oficial General da Reserva, que se dedica ao projeto como um todo e o faz com mais ênfase no Projeto Piloto, cuja gerência está a cargo do Comando Militar do Oeste, na pessoa do seu Chefe do Centro de Operações.

O Comando de Guerra Eletrônica do Exército é quem está gerenciando as compras do material de alto valor tecnológico, de sensoriamento, tecnologia da informação e das comunicações (TIC) e material de comunicações táticas. Para tanto já realizou os processos licitatórios, que na parte de sensores, infovias e material de TIC foi vencido pela Embraer Defesa, que criou a empresa SAVIS só para se dedicar ao SISFRON.

No tocante ao Projeto Piloto, a SAVIS está realizando o reconhecimento técnico dos possíveis locais de sítios de antenas de micro-ondas, para que se possam montar as infovias. As escolhas desses locais são bastante dificultadas na região do Pantanal Mato-grossense em virtude de ser uma região inóspita, sujeita a inundações sazonais e com poucas redes de energia elétrica.

Os materiais de emprego militar, para equipar os atuadores, que são as Unidades da 4ª Bda C Mec, cujas planilhas de necessidades foram encaminhadas em 2012, estão sendo adquiridos pelas diretorias competentes por cada classe de material e sendo entregues nas OM.

As obras de infraestruturam fora divididas em duas fases, sendo que as obras escolhidas para a primeira fase são as listadas abaixo:

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Tabela 2: Obras elencadas para a primeira fase.

Fonte: Palestra produzida pela equipe chefiada pelo próprio autor, quando era Gerente do Projeto Piloto.

A fim de atender o Projeto Piloto em melhores condições, foram apresentadas as seguintes sugestões para a viabilização e adequações das instalações militares das Unidades envolvidas nessa fase do projeto:

Priorização da construção do Centro de Operações (CO) da 13ª Bda

Inf Mtz, utilizando o projeto do CO do CMO já existente, pois embora a

Brigada esteja sediada em Cuiabá, e, portanto fora da área do Projeto Piloto, a mesma será sede de jogos da Copa do Mundo de 2014;

Disponibilização, pelo Departamento de Engenharia e Construção

(DEC), à Comissão Regional de Obras da 9ª Região Militar (CRO/9), do

“pacote” dos projetos dos CO das OM (10º, 11º e 17º RC Mec, e 9º GAC), contendo, além dos projetos, o edital, as especificações e o orçamento, tendo em vista que a CRO/9 está sobrecarregada com outros projetos do CMO, além dos projetos do SISFRON;

Descentralização para a CRO/9, de recursos para a contratação de empresas para a confecção dos projetos das seguintes adequações de instalações:

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 Pelotão de Mundo Novo;

 Esquadrão de Iguatemi; e

 Posto Automático de Lavagem e Lubrificação do 17º RC Mec; e

 Estabelecimento de estruturas de contratação de engenheiros e técnicos de construção civil, tais como Mão de Obra Temporária (MOT) pelo DEC e Residência Técnica (RT) pela CRO/9, para dar celeridade aos processos.

Para a segunda fase foram elencadas as seguintes obras:

ADEQUAÇÃO DE INSTALAÇÕES MILITARES PARA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO PILOTO DO SISFRON – 2ª FASE

NOME OBRA M UNICÌPIO TOTAL

13 14ª COM PANHIA DE COM UNICAÇÃO M ECANIZADA CONSTRUÇÃO – GARAGENS DOURADOS 1.200.000,00

14 28° BATALHÃO LOGÍSTICO CONSTRUÇÃO – GARAGENS DOURADOS 1.000.000,00

15 20° REGIMENTO DE CAVALARIA BLINDADO CONSTRUÇÃO – GARAGENS CAM PO GRANDE 1.000.000,00

16 4ª COM PANHIA DE ENGENHARIA DE COMBATE ADAPTAÇÃO – GARAGENS JARDIM 500.000,00

17 CAM PO DE INSTRUÇÃO CEL CANCELO ADAPTAÇÃO ANTÔNIO JOÃO 600.000,00

18 2ª COM PANHIA DE INFANTARIA (a) TRÊS LAGOAS 0,00

19 9° BATALHÃO DE SUPRIM ENTO (b) CAM PO GRANDE 0,00

20 18ª BATALHÃO LOGÍSTICO CONSTRUÇÃO – GARAGENS CAM PO GRANDE 1.000.000,00

21 CENTRO DE INTERAÇÃO REGIONAL DO CM O (c) CAM PO GRANDE 0,00

22 4° PELOTÃO DE POLÍCIA DO EXÉRCITO ADAPTAÇÃO DOURADOS 50.000,00

23 COM ANDO M ILITAR DO OESTE (d) CAM PO GRANDE 0,00

24 CONSTRUÇÃO AMAM BAI 1.900.000.00

25 PARQUE REGIONAL DE MANUTENÇÃO DA 9ª REGIÃO MILITAR CAM PO GRANDE 1.200.000,00

26 6° CENTRO DE TELEM ÁTICA DE ÁREA CONSTRUÇÃO -PAVILHÃO CAM PO GRANDE 1.000.000,00

TOTAL 7.550.000,00

Prioridade

PAIÓIS DE MUNIÇÃO – 17º RC Mec

CONSTRUÇÃO – Pav Mnt

Obras retiradas : (a) Não haver finalidade; (b) Não haver finalidade – contemplada na 1ª fae: 2ª Cia Sup; (c) irá funcionar no interior do CO; (d) não haver finalidade

Tabela 3: Obras elencadas para a segunda fase.

Fonte: Palestra produzida pela equipe chefiada pelo próprio autor, quando era Gerente do Projeto Piloto.

A situação atual do projeto não está de acordo com o planejamento inicial tendo em vista principalmente as dificuldades para a licitação das obras necessárias, tendo em vista o pequeno número de engenheiros da CRO/9 o que indica a necessidade de contratação de uma RT, que significa praticamente outra CRO só para cuidar das obras do Projeto Piloto do SISFRON.

O fluxo orçamentário também não está de acordo com o cronograma, mas no tocante às obras, mesmo que tivesse todo o recurso, a estrutura da CRO/9 atual, sem nenhum reforço e devido às dificuldades de contratação na área, não seria possível uma velocidade maior, o que dificulta, mas não impede que o Projeto Piloto de mostre seus primeiros resultados, utilizando desde já os materiais que estão chegando às Unidades, para a atuação na faixa de fronteira, utilizando o poder de polícia que a legislação confere ao Exército.

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7 CONCLUSÃO

Ao final da pesquisa realizada e das experiências adquiridas durante um ano como gerente do Projeto Piloto do SISFRON, verifica-se que a tarefa de patrulhar uma fronteira de quase dezessete mil quilômetros de extensão, lindeira com dez países, permeada por rios, cidades, pantanal, campos e florestas tropicais é hercúlea e desafiadora.

A maior potência econômica e militar do mundo, cujas preocupações com sua fronteira sul, que tem uma extensão de pouco mais de três mil quilômetros, não consegue fechá-la totalmente e apesar de todo o esforço empreendido, por lá continuam passando imigrantes ilegais e todo tipo de contrabando, principalmente de drogas e armas.

O Exército Brasileiro, atendendo ao que prescreve a Estratégia Nacional de Defesa, concebeu um Sistema de Vigilância e Monitoramento de suas

Fronteiras, cujo orçamento atinge a cifra de doze bilhões de reais em dez anos. A

primeira vista parece muito, mas se levarmos em consideração o alto custo da violência ligada aos ilícitos transnacionais, verificamos que se o SISFRON conseguir diminuir essa violência em apenas dez por cento, o investimento se paga em dez anos e esse prazo já pode ser iniciado no momento em que o Projeto Piloto estiver concluído.

O Projeto Piloto foi localizado na parte mais sensível de nossas fronteiras, particularmente, no tocante ao contrabando de toda ordem, principalmente de drogas que são consumidas no país e das armas que potencializam a violência do narcotráfico, constitui-se no laboratório do SISFRON. Todo o esforço deve ser empreendido para que ele seja exitoso, pois é a partir dele que o sistema será expandido para o restante do país.

O Projeto tem também o viés social de adensar a presença do Estado na faixa de fronteira, diminuir o sofrimento das famílias que sofrem com as drogas, seja pelo mal que elas trazem a saúde, seja pela violência que a acompanha. A vida humana não tem preço, a vida em abundância, com qualidade e prosperidade pressupõe o não uso de substâncias entorpecentes, que ou trazem infortúnio ao próprio usuário ou aos seus entes queridos.

Na opinião deste autor e salvo melhor juízo, este grande esforço da sociedade deve ser acompanhado de outras políticas públicas, no sentido assistir às

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populações mais carentes, dar-lhes oportunidades dignas de trabalho e tratar as pessoas que já caíram no vício das drogas, trazendo-as de volta ao convívio social e ao seio de suas famílias.

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REFERÊNCIAS

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Nacional da Defesa, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 de dez. de 2008.

______. Decreto nº 7.496, de 8 de junho de 2011. Institui o Plano Estratégico de Fronteiras. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 de jun. de 2011.

BRASIL. Estado-Maior do Exército. Portaria nº 44, de 20 de abril de 2012. Cria o Projeto Estratégico SISFRON e constitui a equipe do Projeto. Boletim do Exército nº 16, Brasília, 20 de abr. de 2012.

BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria de Segurança Publica. Departamento de Polícia. Programa e Projetos. Programa Nacional de Segurança Pública com

cidadania (PRONASCI): Fronteiras: Escopo de projeto: TEFRON 2009/2010. [S.l.],

200-.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância à Saúde. Estatística de

mortes provocadas pelo consumo de substâncias psicoativas, para cada 100.000 habitantes. Brasília, DF, 200-. Disponível em:

<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=32116 >. Acesso em: 15 set. 2013.

BRASIL. Senado Federal. Secretaria de Pesquisa e Opinião Pública. Violência no

Brasil: Brasília, DF, abril de 2007. Disponível em:

<http://www.senado.gov.br/noticias/datasenado/pdf/Pesquisa%20Viol%C3%AAncia %20no%20Brasil%20-%20comunicado%20%C3%A0%20imprensa.pdf>. Acesso em: 15 set. 2013.

CAVE, Damien. Fronteira com México se transforma enquanto EUA buscam reforma migratória. New York Times, New York, 28 mar. 2013. Disponível em:

<http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/nyt/2013-03-28/fronteira-com-mexico-se-transforma-enquanto-eua-buscam-reforma-migratoria.html>. Acesso em: 15 set. 2013.

IBGE. Séries históricas do Produto Interno Bruto do Brasil. Rio de Janeiro, 200- Disponível em:

<http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?vcodigo=SCN01&t=produto-interno-bruto-pib-valores-correntes>. Acesso em: 15 set. 2013.

IPEA. Análise dos custos e consequências da violência no Brasil. Brasília, jun. 2007. Disponível em:

<http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/tds/td_1284.pdf>. Acesso em: 15 set. 2013.

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Referências

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