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MODELOS DE TRAJETÓRIAS DE UNIDADES DE PRODUÇÃO AGRÍCOLAS: CONTRIBUIÇÕES SOB A ÓPTICA DA INOVAÇÃO

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MODELOS DE TRAJETÓRIAS DE UNIDADES DE PRODUÇÃO AGRÍCOLAS: CONTRIBUIÇÕES SOB A ÓPTICA DA INOVAÇÃO

AGRICULTURAL PRODUCTION UNITS PATHS MODELS: CONTRIBUTIONS IN INNOVATION APPROACH

Luiz Fernando Fritz Filho – Professor do Mestrado em Administração na Universidade de Passo Fundo – PPGAdm/UPF. fritz@upf.br

Eluane Parizotto Seidler – Administradora e Bolsista - Universidade de Passo Fundo.

eluanepseidler@gmail.com

Karen Beltrame Becker Fritz – Professora do Mestrado em Direito na Universidade de Passo Fundo – PPGDireito/UPF. karenfritz@upf.br

Grupo de Pesquisa: Grupo 3 - Processos de inovação camponesa e teias sócias-técnicas locais

Resumo

Este estudo apresenta contribuições ao modelo de análise das trajetórias de produção agrícola desenvolvido por Fritz Filho (2009). Propõe-se a agregação de variáveis associadas à inovação como pontos de mudança/ruptura dos sistemas produtivos implementados pelas Unidades ao longo do tempo. O trabalho também apresenta um estudo de caso que valeu-se do modelo proposto.

Palavras-chave: Inovação. Sistemas de produção. Trajetórias. Unidades de produção. Abstract

This study presents contributions to the analysis model of agricultural production trajectories developed by Fritz Filho (2009). It is proposed to aggregate variables associated with innovation as shift points / disruption of production systems implemented by the units over time. The work also presents a case study that took advantage of the proposed model.

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1. Introdução

O trabalho analisa a trajetória de uma propriedade rural familiar no município de Coxilha com especial atenção aos processos de inovação adotados ao longo do tempo. Está segmentado em três partes: a primeira apresenta conceitos sobre a teoria dos sistemas de produção, trajetórias e inovação na agricultura. A segunda apresenta uma proposta de metodologia e, por fim, a última parte analisa a dinâmica dos sistemas de produção praticados na unidade de produção investigada com ênfase nas principais trajetórias empreendidas, sob a óptica da inovação nos produtos, processos de produção e gestão.

2. Revisão teórica

Essa seção apresenta conceitos sobre sistemas de produção, análise de trajetórias e transformações tecnológicas da agricultura brasileira.

2.1 Sistemas de Produção

O estudo dos sistemas de produção permite a análise da produção1, das relações com exterior e da história da unidade de produção.

Os sistemas de produção são normalmente investigados em nível de unidade de produção, e são definidos como sistemas apropriados para os objetivos da família, composto por suas necessidades, nível de renda almejado e o modo de vida desejado, confrontados a um conjunto de limitações. Formam-se diferentes encadeamentos entre os tomadores de decisão familiares, visando o alcance de um ou de vários objetivos que gerenciam os processos de produção e que podem caracterizar-se por diversos fluxos (de dinheiro, de materiais, de informações e de trabalho) na unidade de produção. Estas inter-relações se dão tanto no seio da unidade de produção, bem como em suas ligações com variáveis exteriores a ela.

Na escala de uma unidade de produção, o sistema de produção pode ser definido como segue:

O sistema de produção agrícola pode ser definido como a combinação (sobre o espaço e sobre o tempo) dos recursos disponíveis e das próprias produções: vegetais e animais. Pode ser por isso concebido como uma combinação mais

ou menos coerente de diversos tipos de sub-sistemas

produtivos...2(Dufumier, 1996 p.79).

1 Entendida como atividades de cultivo, criação, transformação da produção, comercialização, rendas,

combinação de atividades e seus itinerários técnicos, resultados agroeconômicos. 2

“le système de productions agricole peut être défini comme la combinaison (dans l' espace et dans le temps) des ressourses disponobles et des productions elles-mêmes: végétales et animales. Il peut être aussi conçu comme une combinasion plus ou moins cohérente de divers sous-systèmes productifs..." (Dufumier, 1996, p.79).

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Os sistemas de produção compõem-se por "sub-sistemas" produtivos como, por exemplo, os Sistemas de Cultivo, os Sistemas de Criação e os Sistemas de Transformação dos Produtos Agrícolas.

Ao examinar um Sistema de produção devem-se evidenciar as interações e as interferências que se processam internamente. Fatores como relações de concorrência entre espécies vegetais e animais, forma de utilização dos diversos constituintes do ecossistema, relações de sinergia e de complementaridade sobre o uso dos recursos, adição da força de trabalho e meios de produção, entre os diferentes subsistemas de culturas ou criação devem ser observados.

Além da caracterização do Sistema e suas derivações é importante avaliar a complexidade interna dos principais tipos de Sistemas de Produção, evitando simplificações abusivas quanto à análise de seu funcionamento e sua razão de ser.

Alguns autores utilizam para descrever e analisar um sistema, os chamados

funcionamentos das unidades de produção. Os funcionamentos de uma unidade de produção

são conceituados como um encadeamento de tomadores de decisões dado um conjunto de limites, em vista de atender, um ou vários objetivos, que gerenciam os processos de produção e que podem caracterizar-se por diversos fluxos (monetários, de materiais, de informações e de trabalho) no seio da unidade de produção de um lado, e exterior (fora a ela) de outro.

A abordagem dos funcionamentos, inicialmente, define os diferentes limites (territoriais, de mão-de-obra, financeiros) dos sistemas. O modelo busca revelar a coerência das decisões do produtor em relação aos fatores considerados. Propõe, um esquema de tomada de decisão, chegando a decisões atuais representadas em um organograma. A regra principal é a coerência das decisões dos produtores em relação a sua visão da situação e de seus objetivos. Inventariam-se os diversos fatores considerados pelos produtores, bem como contradições e antagonismos existentes. Até mesmo as decisões dos produtores, não adequadas para o pesquisador, munido de informações diferentes das do produtor, são julgadas a posteriores, se necessário.

O modelo de funcionamentos, durante o processo de análise da tomada de decisão do produtor distingue três níveis: 1) nível global – explica as funções que o produtor e sua família assumem na unidade de produção; 2) nível de escolha estratégico – são fixadas orientações de médio prazo. Neste nível, o sistema de produção é implantado; 3) nível de

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escolha tático – os meios de produção, a curto prazo, e suas aplicações cotidianas resultando na realização dos sistemas de produção adotados, escolhidos neste nível.

Durante o diagnóstico do sistema, em certos fluxos, é possível a partir da etapa do processo, formular diagnósticos setoriais baseados em comparação. As entradas e saídas para um dado subsistema, por exemplo, alimentação e produção de rebanho, e as exigências (informações) respondidas (materiais, dinheiro, trabalho). É o caso da confrontação da necessidade do rebanho para um dado objetivo de produção e oferta forrageira. Isto permite afinar e detectar os eventuais pontos de bloqueio (ou avaliar a estrutura do sistema), e também a hierarquização dos sistemas. É, então, um meio de julgar a reprodutividade do sistema, que é considerado reprodutível quando sua realização, durante certo período de tempo, permite fazer funcionar um novo sistema. O estudo da reprodutividade comporta ao menos três balanços: a) balanço da fertilidade, b) balanço dos tempos de trabalho, e c) um balanço financeiro.

2.2 Trajetórias de Evolução das Unidades de Produção 3

Muitas vezes a análise da situação atual dos funcionamentos das unidades de produção não traduz completamente os objetivos dos produtores. Torna-se então necessário aprender a evolução passada da unidade, e as razões que levaram o agricultor a explicar esta evolução. A associação de dados atuais e passados, permitem evidenciar o funcionamento da unidade de produção, e a definição da trajetória que seguem até os dias de hoje.

Para a análise local ou regional pode-se utilizar a análise dos sistemas de produção para a construção de arquétipos, ou seja, distintos tipos de unidades. O estabelecimento de uma tipologia das unidades de produção, de uma região, se faz a partir de diferentes trajetórias reconhecidas ao longo das pesquisas, trajetórias que compararão, aprovarão, e, sobretudo situarão o conjunto das unidades de produção estudadas.

As trajetórias se desenrolam sobre um espaço, multidimensional, que caracterizam os sistemas de produção, suas performances e seus diferentes graus de reprodutividade. Posicionam-se as unidades de produção em ramos (espécie de organograma) em uma data dada. Cada tipo de unidade, classificada, se assemelha aquela que foi anos antes um tipo de unidade hoje já inexistente.

3

Para a construção da seção foram utilizados como material de apoio os textos de Perrot e Landais (1993), Perrot

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Para um conjunto de unidades de produção pesquisadas depreendem-se os critérios ou indicadores que dão conta dos diferentes sistemas atuais a da evolução passada. Os indicadores constituem a base de uma primeira estratificação, operada a título de hipóteses de trabalho. Esta hipótese é, em seguida, aprovada (através da pesquisa de uma maior homogeneidade dos funcionamentos e das evoluções no interior de cada grupo) e modificada até que esteja na posição de escolha das características do funcionamento atual, permitindo, a reunião das unidades de produção que constituem um tipo. Em seguida, reagrupa-se o conjunto destes tipos sobre algumas trajetórias, caracterizada pelos mecanismos de evolução, para definir as etapas que representam um processo evolutivo coerente, e situar cada grupo de unidades de produção sobre uma das trajetórias limitadas, e cada unidade de produção, pesquisada, sobre um grupo.

Ainda que estabelecida de forma empírica e qualitativa, traduz-se como uma ferramenta de produção conduzida para atender a objetivos. Elas se revelam discriminantes (distinguem) para classificar as unidades de produção em comparação aos efeitos do ambiente socioeconômico, e compreendem as diversas ações de desenvolvimento.

Na construção das trajetórias, as características quantitativas, que servem, habitualmente, para a descrição dos sistemas de produção, não são suficientes para decidir sobre a evolução de uma unidade de produção. As trajetórias devem também se basear na análise da história das propriedades.

Um cuidado na análise das trajetórias das unidades de produção, diz respeito a mecanismos que para o passado, foram decisivos sobre a evolução de certas unidades, que podem não o ser, no futuro. Deve-se levar em consideração a evolução do ambiente socioeconômico, como, saturação dos mercados, evolução dos meios de vida e outros.

O estudo das trajetórias poderá vir a ser uma via privilegiada para a avaliação de cenários futuros evitando erros menores que consistem em acreditar que as soluções, ontem eficazes, seriam ainda automaticamente eficazes hoje.

2.3 Inovação na Agricultura4

Vieira Filho (2014), faz um histórico da transformação da agricultura brasileira de 1960 a 2014. Para melhor compreensão do processo de transformação o autor propôs a divisão dos fatos importantes à agricultura no Brasil em três momentos (Tabela 1). O primeiro compreende a década de 1960 até meados da década de 1970; o segundo inicia em

4 Seção construída com Viera Filho (2014); Saenz e García Capote (2002); Silveira (2014);Souza (2007) e

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meados da década de 1970 e vai até por volta do início da década de 1990; e, o terceiro e último momento, segue do início da década de 1990 até 2014.

Tabela 1 – Descrição dos fatos relevantes de análise histórica da agricultura brasileira.

Momento Descrição dos fatos relevante

Primeiro (1960/1970)

- Em 1960, a produção da soja alcança a importância da produção de trigo na região Sul do país.

- Em 1965, a produção de suínos e aves cria demanda por farelo de soja, importante fonte de proteína vegetal na alimentação animal.

- Criação do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), instituído pelo governo federal, em 1965.

- Criação da Embrapa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em 1973. Foi uma instituição fundamental para a organização de uma estratégia nacional de pesquisa agropecuária.

Segundo (1970/1990)

- Criação da Embrapa Soja, em 1975, no Estado do Paraná, região pioneira no cultivo de grãos.

- Criação do Programa Nacional do Álcool (Pró-Álcool), em 1975. O programa tinha como intuito a substituição de combustível fóssil, derivado do petróleo, por álcool.

- Realização de pesquisas para adaptar mudas e sementes resistentes ao clima mais seco e quente dos cerrados. Tais pesquisas foram fundamentais para a primeira expansão da fronteira agrícola no Brasil em direção ao Centro-Oeste.

- Promoção do manejo integrado de pragas.

- Na década de 1980, em pesquisa desenvolvida pela Embrapa, a inoculação de bactérias (que captam o nitrogênio do solo) na semente de soja permitiu o crescimento da produção com menor uso de fertilizantes, contribuindo para o aumento da escala produtiva, com maior produtividade por área plantada.

- Com o aumento da escala produtiva no Centro-Oeste, promoveu-se a mecanização, facilitada pela característica do terreno (planaltos) e pelo baixo custo da terra.

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(1990/2014) - Forte transformação institucional da economia brasileira, abertura de mercado e estabilização monetária (Plano Real).

- Criação de programas de financiamento e de investimento na segunda metade da década de 1990. Em 1996, instituiu-se o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota). Tais programas foram importantes na renovação da frota de tratores e colheitadeiras na agricultura brasileira, com o aumento do volume de crédito ao logo dos últimos 15 anos.

- Em 1995, foi criada a Medida Provisória de Biossegurança, que foi promulgada e atualizada em 2005.

- O marco regulatório brasileiro referente à propriedade intelectual passou por transformações em 1995, com a assinatura do acordo internacional (Trips). Em 1997, criou-se a Lei de Proteção de Cultivares (LPC).

- A partir de 2002, houve forte crescimento da economia internacional, puxada pelo crescimento das economias emergentes, o que demandou maior consumo de alimentos.

- Em 1997, verificou-se o primeiro plantio de soja geneticamente modificada. A legalização do plantio de cultivares geneticamente modificadas se dará posteriormente, sendo a soja em 2003, o algodão em 2005 e o milho em 2008. O plantio de organismos geneticamente modificados simplifica o manejo e as práticas agrícolas, reduzindo o uso de herbicidas e pragas, e aumentando a renda disponível dos produtores. - Segunda expansão da fronteira agrícola em direção à região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

- Adoção de práticas agrícolas de precisão, no intuito de aumentar a eficiência no uso de recursos produtivos.

Fonte: Vieira Filho (2014, p. 400 - 401).

Segundo Saenz e García Capote (2002), a difusão tecnológica é o processo pelo qual uma inovação, a partir da sua introdução estende-se ou se generaliza em canais comerciais ou não comerciais, para diferentes países e regiões, também, para diferentes indústrias, mercados e firmas.

A inovação é introduzida por uma empresa e/ou entidade, que passa a ser utilizada por outras empresas e/ou entidades. A difusão transcende a transferência ou a aquisição de

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tecnologia, tais como licenças, maquinarias, equipamentos e sua assimilação. Trata-se de um processo lento que acompanha uma série de inovações incrementais ou menores, para: ajustar a tecnologia às condições particulares de uso (tecnologias de tipo agrícola, devem ser compatíveis com as condições específicas do clima de determinada região e até culturais); ampliar a gama de aplicações; melhorar a qualidade do produto ou torná-lo mais atrativo a seus usuários; incrementar a eficiência e reduzir os custos dos processos de produção e distribuição.

Analisando o papel dos agentes públicos e privados, tanto o setor privado, como o público estão sujeitos a aprendizagem, ou seja, o governo aprende como implementar estratégias que atendam, por exemplo, o melhoramento de infraestrutura de pequenos agricultores, com a introdução de novas tecnologias e uso de insumos modernos, irrigação, preços remuneradores e estáveis. Souza (2007) alerta para as situações de descontinuidade de políticas de incentivo ao setor agrícola, podendo gerar insegurança além de prejudicar a realização de investimentos no setor, bem como a adoção de inovações técnicas e o próprio aumento da produção global.

Uma das críticas e pessimismo que caracteriza o cenário atual descrita por Silveira (2014), são os fenômenos de esgotamento de trajetórias tecnológicas, pois, produtos novos são excessivamente caros como os defensivos agrícolas, ou ainda, não existem inovações como fertilizantes químicos. Exigindo esforços de desenvolver produtos que implicam prestação de serviços aos agricultores como métodos de controle integrado de pragas e biofertilizantes. Com a exceção dos transgênicos, a produção agrícola demandaria maior atenção do produtor, o que limitaria a ampliação da área produtiva.

Quanto à tipologia das inovações, segundo Saenz e García Capote (2002) podem ser classificadas como: inovações básicas ou radicais – constituem uma mudança histórica na maneira de fazer as coisas. Abrem novos mercados, novas indústrias; a partir de tais inovações surgem novos produtos, serviços, processos de produção; abrem-se novos campos para a aplicação de produtos ou serviços, obtém-se mudanças significativas nos parâmetros produtivos (eficiência, custos, produtividade e qualidade); inovações incrementais ou de

melhoria – aquelas que produzem melhorias nas tecnologias existentes, sem alterar suas

características fundamentais; e, inovações menores – aquelas que embora possam ter um efeito econômico ou social, não representam uma mudança significativa sobre o nível tecnológico existente (design de um produto).

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Esse artigo trabalhou com a abordagem dos sistemas de produção para identificar as diferentes trajetórias percorridas pelas unidades de produção ao longo do tempo. Como avanço, ao modelo de trajetórias, analisou os pontos de transição e mudança, entre os diferentes sistemas de produção, através das transformações derivadas dos processos tecnológicos adotados no interior das unidades de produção.

3. Metodologia

A seção apresenta o modelo de análise, estratégias e técnicas de pesquisa com atenção especial a agregação de variáveis ligadas ao conceito de inovação.

3.1 Modelo de Análise

A análise da trajetória da unidade de produção agrícola estudada foi efetuada através da estrutura de análise, ilustrada logo abaixo, que contempla o sistema produtivo e a passagem para um novo sistema, levando em consideração os fatores internos e externos à unidade produtiva. Foram adicionadas variáveis ligadas a inovação no que concerne a análise dos principais fatores de mudança entre os diferentes sistemas ao longo do tempo denotando as principais trajetórias das unidades em análise.

Figura 1 – Estrutura da síntese da trajetória do sistema produtivo da unidade de produção agrícola do Município de Coxilha sobre a óptica do processo de evolução tecnológica.

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3.2 Variáveis ligadas a práticas de inovação

O quadro abaixo expõe variáveis sobre indicadores ligados a incorporação de processos, produtos e formas distintas de inovações que ocorreram em uma unidade produtiva do município de Coxilha ao longo de sua trajetória de produção.

Quadro 1 - Variáveis e indicadores do impacto das inovações tecnológicas nos processos produtivos da unidade de produção agrícola do Município de Coxilha/RS.

VARIÁVEIS INDICADORES

Fatores que colaboraram para a modificação das atividades na unidade produtiva com novas tecnologias no processo produtivo

- Incentivos do governo: PROAGRO, PRONAF entre outros;

- Finalidade dos Financiamentos; - Crédito Rural (Finalidade).

Associações e Cooperativas - Associação à Cooperativa (quais os benefícios).

Inovação de produto - Inovação em produção (produção e comercialização de novos produtos).

Inovação de processo - Utilização de técnica de produção nova (que não utilizava anteriormente).

Ampliação tecnológica – Inovação mecânica

- Investimento em máquinas, equipamentos e implementos agrícolas mais modernos e tecnológicos; - Impactos da aquisição nos processos produtivos. - Meios de aquisição de recursos tecnológicos (política de crédito, empréstimos, venda de ativos - terra, máquina - faturamentos da unidade...).

Fonte de tecnologia dos fornecedores de insumos (rações, defensivos agrícolas, fertilizantes - sementes,..) – Inovação química

- Grau de importância da inovação e tecnologia por parte dos fornecedores.

Extensão rural

- Participação em programas/projetos de extensão rural. - Grau de importância para o desenvolvimento de novos conhecimentos para executar as atividades na unidade.

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Fonte: Adaptado do modelo de Fritz Filho (2009).

3.3 Estratégias e Técnicas de Pesquisa5 a) Estratégia do estudo

 Estudo de caso; Evidências ou fontes de dados do estudo de caso: Foram levantadas quatro fontes de dados, a saber: i) entrevista em profundidade com os proprietários da unidade de produção agrícola; ii) observações diretas; iii) documentação; e, iv) registros em arquivo.  Tipo de estudo de caso: Estudo de caso único.

b) Técnicas de pesquisa

 Entrevista em profundidade semiestruturada; Observações diretas; Documentação; Registros em arquivo;

b) Escolha do Caso - A unidade de produção agrícola foi escolhida por apresentar características semelhantes a demais unidades familiares de produção localizadas na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul.

4. Resultados

Esta parte discute um estudo de caso único realizado em uma unidade de produção familiar no município de Coxilha no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Incialmente são apresentadas as dinâmicas inerentes aos sucessivos sistemas de produção. Em seguida, são descritas as principais inovações tecnológicas adotadas em cada sistema de produção. Por fim são analisados os principais fatores e tipos de inovação empreendidos na unidade em estudo.

4.1 Descrição das atividades desenvolvidas na UPA

A unidade de produção em estudo localiza-se a 10 km da área central do município de Coxilha, região da Produção, norte do RS. Conta com uma área total de 51 ha, dos quais, em cerca de 1 ha, estão localizadas as moradias dos produtores e mata nativa. A tabela 2 sintetiza as principais atividades desenvolvidas atualmente.

Tabela 2 - Principais atividades da produção agrícola, pecuária e demais atividades da UPA.

Descrição da

atividade Tipo Quantidade Comercialização

Produção Vegetal

Soja 28 ha* Cooperativa

Milho 10 ha Cooperativa

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Trigo 5 ha Cooperativa

Aveia 3 ha Consumo dos bovinos

Pastagens 2 ha Consumo dos bovinos

Produção Pecuária

Gado de corte Entre 5 a 10** Frigoríficos

Gado de leite Entre 10 a 12 Indústria

Frangos, poedeiras Entre 5 a 10 cada Consumo próprio

Outras Atividades

Horta, pomar, plantação de feijão e

mandioca

Pequena área Consumo próprio

Fonte: Dados de Pesquisa, 2015. *Área **Unidades

Não há receitas de rendas adicionais na unidade. O casal fundador da unidade agrícola possui o benefício da aposentadoria rural.

4.1.1 Análise da Trajetória da UPA e os principais processos de inovação tecnológica

A evolução e a modernização da agricultura em conjunto com as transformações da região e do município de Coxilha conduziram a mudanças nos processos produtivos da unidade analisada. Para a análise da evolução da unidade foram investigados os fatores que contribuíram para essas metamorfoses. Colocou-se em tela as diferentes trajetórias realizadas pelos produtores, em sua unidade de produção, com destaque para os tipos de inovação desenvolvidos que derivaram em três grandes sistemas de produção ao longo da história da Unidade de Produção.

4.1.2 Sistema de produção 1 (1951 – 1975) – lavoura, leite, criação e subsistência

O produtor iniciou suas atividades na unidade em 1951, quando ali residia com sua esposa. Em uma área de 18 ha com produção agrícola voltada para culturas de subsistência e produção de grãos com finalidade comercial. A madeira foi uma significativa fonte de renda nesse período. No processo produtivo contava com equipamentos rudimentares como junta de bois, arado, grade e um trator. Mais tarde adquiriu uma semeadeira (1970) e uma colheitadeira usada (1975), que geraram uma mudança histórica na maneira de fazer as coisas, ou seja, na maneira de executar o processo de produção, implicando em uma

inovação radical nos processos.

Elementos de transição entre o Sistema de Produção 1 (lavoura, leite, criação e

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Na transição para o Sistema de Produção 2 o produtor manteve-se com as mesmas

atividades apenas ampliando a área plantada e o esgotamento da madeira para comercialização. Na fase de transição, são incorporados máquinas e implementos agrícolas às atividades, as quais deixam de ser realizadas de forma rudimentar. Além disso, passa-se a executar a atividade de suinocultura, sob o estímulo do preço alto na comercialização do suíno e, também, pela disponibilidade de mão de obra, pois o produtor contava com a ajuda dos filhos nessa fase. Outro fator importante foi a utilização de linhas de crédito.

4.1.3 Sistema de produção 2 (1976 – 1999) – lavoura, suinocultura, avanço tecnológico em inovações radicais

Esse Sistema de Produção foi composto pela atividade de suinocultura – inovação de

produto - executada na unidade com a ajuda dos filhos do casal fundador da unidade. Além

das culturas de subsistência, em conjunto com as já desenvolvidas no Sistema de Produção 1, houve ampliação das lavouras, ou seja, ampliou-se a área de plantações de soja e milho. Assim, apresenta um avanço tecnológico em inovações radicais, pois, as atividades deixaram de ser executadas de forma rudimentar, passando a serem mecanizadas, a partir do ano de 1970, com a introdução de colheitadeira, trator, semeadeira e caminhão, constituiu uma mudança no processo de produção.

Houve a ampliação de benfeitorias, foi construído um novo galpão para armazenagem adequada das máquinas e dos equipamentos, como também para os insumos utilizados na produção, como sementes, fertilizantes, defensivos entre outros. Pode-se dizer que é uma tecnologia de distribuição, visto que é um armazenamento adequado (temperatura, umidade, forma de armazenagem...), conforme Saenz e García Capote (2002). Considerando, ainda, que a falta de infraestrutura prejudica as atividades de inovação (OSLO, 2013). No final desse período, alguns dos filhos acabaram saindo da unidade, herdando alguns hectares de terras para construírem sua própria vida. Então, ficam na unidade, o fundador e mais dois filhos que continuaram a condução das atividades.

Elementos de transição entre o Sistema de Produção 2 (lavoura, suinocultura, avanço tecnológico em inovações radicais) e o Sistema de Produção 3 (lavoura, leite, máquinas e implementos mais modernos.

Na transição para o Sistema de Produção 3, os produtores ampliaram a área plantada

e inseriram, além da cultura da soja e do milho, as culturas de trigo e aveia. Um dos produtores passou a comercializar leite para a indústria, que na época era a Parmalat. No ano de 2000, adquiriu uma ordenhadeira para facilitar o processo, o que se considera uma

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inovação tecnológica, pois, gerou melhorias no processo, antes executado manualmente, e

no produto leite. Também, considerada uma inovação radical.

No início, o leite era armazenado em tarros dentro de um resfriador, posteriormente, em 2007, foi adquirido um tanque de expansão, outra inovação radical por processo, e também, tecnologia de distribuição. Outro produtor passou a se dedicar a um pequeno rebanho de corte. O cultivo das pastagens e da aveia era importante para a alimentação do gado de corte e leiteiro. A atividade de suinocultura foi esgotada, por volta de 2004/2005, pois, a mão de obra da unidade ficou reduzida com a saída de alguns filhos dos fundadores e também por falta de mercado e o baixo preço que passou a não compensar os custos e a execução da atividade. Percebe-se, nesse período, então, que aumentou significativamente a inovação e a tecnologia na unidade, inovações radicais, pois, todas as atividades passaram a ser mecanizadas, portanto, houve mudanças nos processos, também com a nova técnica de plantio direto, derivando em inovações tecnológicas nos processos.

Também no ano de 2000, os produtores trocaram de colheitadeira, adquiriram semeadeira e pulverizador novos, e nesse período, compraram ainda três tratores. E mais adiante um dos produtores ainda adquiriu mais uma semeadeira e um pulverizador, para atender a uma área de terra herdada pela esposa. Essa renovação de maquinaria e implementos configura-se como inovações incrementais, ou seja, que preenchem o processo de mudanças (modernização) sem alterar as características fundamentais da tecnologia já existente, deriva do aprimoramento incremental da tecnologia existente (OSLO, 2013).

4.1.4 Sistema de produção 3 (2000 – 2015) - Atual – (lavoura, leite, máquinas e implementos modernos)

Esse sistema conta com o fundador da unidade e mais dois filhos que se mantiveram na unidade. A característica principal do sistema de produção atual é a lavoura com as culturas de soja, milho, trigo e aveia (o que é considerado inovação de produto), em que há a introdução das culturas de trigo e aveia; a comercialização do leite para a indústria por parte de um dos produtores, o que se classifica como inovação de processo tecnológico, ou seja: “é a implantação/adoção de métodos de produção ou comercialização novos ou

significativamente aprimorados” (OSLO, 2013, p. 21).

Em 2005, foi construído um galpão pré-moldado, todo de material. Também foram adquiridas máquinas e implementos modernos, inovações incrementais ou menores, e, ainda, implementadas novas técnicas de produção, inovação tecnológica de processo. Destaque-se que a utilização de sementes transgênicas e fertilizantes e defensivos agrícolas possibilita

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usufruir de novas combinações dos recursos produtivos, considera-se também tecnologia de

processo (OSLO, 2013).

Nesse sistema de gestão, por mais informal que seja, há mais controle e planejamento do que nos sistemas anteriores – inovação organizacional – demonstrando uma gestão profissionalizada.

4.2 Síntese da dinâmica dos sistemas de produção – principais trajetórias

A trajetória da unidade de produção caracteriza-se pela passagem por três sistemas de produção ao longo do tempo.

Figura 2 - A dinâmica dos sistemas de produção: principais inovações ao longo das trajetórias.

Fonte: Dados de Pesquisa, 2015.

Nos fatores internos nota-se que as inovações radicais se destacam no Sistema de Produção 2 e as inovações incrementais se sobressaíram no último sistema por desenvolverem significativamente a unidade com a melhoria das tecnologias já existentes e, também por proporcionar qualidade de vida. Nos fatores externos, destaca-se a extensão rural que aprimorou o conhecimento dos produtores para diversificarem as atividades e para

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o aprimoramento das já desenvolvidas. As linhas de crédito do Pronaf e Proagro para o custeio da produção e as inovações e tecnologias por parte dos fornecedores são consideradas inovações adquiridas de fontes externas (instituições/empresas), conforme mostra a Figura 2.

4.3 Síntese das principais inovações tecnológicas adotadas na UPA ao longo das trajetórias de cada sistema identificado

Na análise do impacto das inovações tecnológicas nos processos produtivos da UPA ao longo das trajetórias de cada sistema identificado, verificou-se que, no final do Sistema de Produção 1 e a partir do Sistema de Produção 2, ocorreram investimentos maiores em inovações radicais, incrementais e menores em produtos e processos.

A seguir, no Quadro 1, estão as inovações em produtos e processos identificadas na UPA ao longo de sua trajetória.

Quadro 2 - Inovação em produtos e processos identificadas na UPA ao longo de suas trajetórias. Tipo de Inovação Inovação identificada/ano de implementação Resultados PRODUTOS Melhoramento da genética – 2000

Gado de corte de qualidade e novilhas com boa genética para lactação

Trigo e Aveia – 2000 Diversificação e rotação das culturas Soja transgênica - 2003

Milho transgênico – 2008

Qualidade do produto, aumento da produtividade, menores custos com fertilizantes, herbicidas e defensivos

PROCESSOS

Trator – 1955 Auxílio na grande maioria das atividades e na utilização dos implementos

Semeadeira – 1970 Plantio rápido, eficiente e com controle de sementes plantadas

Uso de fertilizantes, herbicidas e defensivos agrícolas – 1970

Diminuição das perdas e aumentar os ganhos de produtividade

Colheitadeira – 1975 Colheita rápida, eficiente e maiores ganhos produtivos

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rápida aplicação

Plantio direto – 1995

Técnica de semeadura mais rápida do que a convencional, com maiores rendimentos das culturas

Ordenhadeira e resfriador - 2000

Aumento da produtividade do leite, fácil manuseio, rapidez e armazenamento correto do produto

Tanque de expansão – 2007 Capacidade maior de armazenamento, maior qualidade

Fonte: Dados de Pesquisa, 2015.

a) Inovação de Produto - Ao longo dos anos, os produtores passaram a produzir de

forma diferente, pois começaram a plantar soja e milho transgênicos, estimulados pelo possível aumento da produtividade, pela menor aplicação de defensivos e pelos gastos reduzidos com manejo e equipamentos.

b) Inovação de Processo - Passaram a utilizar, em 1995, o plantio direto, por

considerarem esse método uma revolução em todas as regiões, já que auxiliou muito no manuseio, trazendo rapidez e eficiência no plantio. Em 2000, a introdução da ordenhadeira na produção leiteira permitiu ampliar a produção de leite para venda.

Em 2007, os produtores, em parceria com a Pioneer Sementes, realizaram na unidade agrícola um dia de campo para experimentação de sementes de milho, soja, sorgo e herbicidas, o qual contou com a participação de integrantes, de fora do país, da empresa multinacional e dos agricultores da região. Percebe-se a difusão de tecnologias em conjunto com a extensão rural.

Quanto ao impacto das inovações para o sistema e aos impactos das inovações nas atividades agrícolas (produção de grãos), os produtores consideram impactos de alta importância em relação ao melhoramento da qualidade dos produtos, aumento de produtividade, aumento da qualidade de sementes, melhoramento da terra, participação no mercado, aumento da renda familiar, aumento do valor da propriedade agrícola e qualidade de vida no campo. As inovações em produtos, processos etc., auxiliaram na gestão da unidade. Na atividade pecuária, consideram impactos de alta importância em relação ao aumento da capacidade produtiva de leite, na facilidade de manejo e aumento da qualidade genética.

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Os fatores internos identificados que contribuíram para a evolução dos sistemas de produção implementados englobaram a apropriação de recursos locais, a ampliação da área, a implantação de recursos tecnológicos, como máquinas e implementos, sementes e defensivos agrícolas, a construção de infraestrutura, entre outros itens. E os fatores externos associaram decisões tomadas em nível regional e nacional, ligadas aos incentivos de crédito.

No Sistema de Produção 1, como percebeu-se, inicialmente, não havia investimentos em inovações, as atividades eram desenvolvidas de maneira convencional com equipamentos rudimentares. A partir de 1955 -1970, com a inserção de trator, colheitadeira e implementos, isto é, com a mecanização do processo produtivo, destacam-se as inovações radicais por processos, que geraram grandes mudanças nos processos assegurando, dessa forma, ganhos excepcionais.

Já, no Sistema de Produção 2, os produtores passaram a intensificar os investimentos de seus recursos advindos dos cultivos dos grãos, em máquinas e implementos, a fim de mecanizar por completo as atividades, então, destacam-se algumas inovações radicais e outras inovações incrementais como, por exemplo, o aumento da frota de tratores, ou seja, investimentos nas tecnologias já existentes (SAENZ E GARCÍA CAPOTE, 2002). Nesse sistema, nota-se que os produtores passaram a ter mais instrução sobre as atividades, ou seja, inovação adquirida de fontes externas, auxiliando no uso de máquinas, defensivos nas plantações e, ainda, o plantio direto em 1995, que revolucionou a agricultura, constituindo-se

inovação tecnológica de processo.

No Sistema de Produção 3, as inovações e tecnologias foram bem significativas para o aumento da produção na unidade, que, na grande maioria, podem ser consideradas

inovações incrementais, assim como a renovação da maquinaria e de implementos.

Destaca-se a inovação radical por processos – com a intensificação do plantio direto em todas as áreas, variedade e tecnologia em defensivos e fertilizantes agrícolas, aquisição de máquinas e implementos mais modernos e infraestrutura melhorada. A inovação de produto apresenta-se na incorporação de apresenta-sementes transgênicas e novas culturas.

Os impactos das inovações para o sistema produtivo, identificados por meio dos produtores, foram o melhoramento da qualidade dos produtos, o aumento da produtividade, a manutenção no mercado, o aumento da renda familiar, o aumento do valor da propriedade agrícola e o melhoramento da qualidade de vida ao desempenhar as tarefas. Além disso, as inovações em produtos e processos auxiliaram na gestão com maior planejamento e mais profissionalizada da UPA e, também motivou, na permanência dos descendentes na unidade.

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Esse estudo agregou ao modelo de trajetórias a variável inovação e seus desdobramentos teóricos e empíricos. Nessa fase busca-se, com um modelo pautado em estudo de caso único, contribuir para ampliar os fatores internos e externos a unidade investigada no que toca as escolhas que desaguam nas trajetórias seguidas na UPA.

Os autores evidenciam como pontos limitantes, e também como alternativas para estudos futuros, estudos sobre os fatores que incidem nos processos de tomada de decisão dos produtores pela adoção ou não adoção de determinado tipo de inovação/tecnologia na Unidade. Igualmente relevante para ampliação deste tema são as abordagens que privilegiam as formas como os produtores aprendem nos processos de adoção de inovações durante a trajetória em suas unidades de produção (aprendizagem organizacional).

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