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FORTISSIMO Nº 10 / Presto. Veloce

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Academic year: 2021

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(1)

F O R T I S S I M O N º 1 0 / 2 0 1 9

06

07

JUN

Presto

Veloce

(2)

P R O G R A M A

IGOR STRAVINSKY

Suíte nº 2 para pequena orquestra

Marcha Valsa Polca Galope

GABRIEL PIERNÉ

Peça de concerto para harpa, op. 39

MAURICE RAVEL

Introdução e Allegro

I N T E R V A L O

DMITRI SHOSTAKOVICH

Sinfonia nº 1 em fá menor, op. 10

Allegretto Allegro Lento Allegro molto

Ministério da Cidadania e

Governo de Minas Gerais

A P R E S E N T A M 0 6 / 0 6 0 7 / 0 6

Presto

Veloce

M A R C E L O L E H N I N G E R , R E G E N T E C O N V I D A D O C L É M E N C E B O I N O T , H A R PA

(3)

Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008, Fabio Mechetti posicionou a orques-tra mineira no cenário mundial da música erudita. Além dos prêmios conquistados, levou a Filarmônica a quinze capitais brasileiras, a uma turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de nove álbuns, sendo quatro para o selo interna-cional Naxos. Natural de São Paulo, Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.

Nos Estados Unidos, Mechetti esteve quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville e, atualmente, é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular das sin-fônicas de Syracuse e de Spokane, da qual hoje é Regente Emé-rito. Regente Associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio. Da Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez

sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Continua dirigindo inúmeras orquestras norte-americanas e é convidado frequente dos festivais de verão norte-americanos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don

Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello.

Suas apresentações se estendem ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-lia, Japão, México, Nova Zelândia, Suécia e Venezuela. No Brasil, regeu todas as importantes orques- tras brasileiras.

Fabio Mechetti é Mestre em Regência e em Composição pela Juilliard School de Nova York e vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.

CAROS AMIGOS

E AMIGAS,

FABIO

MECHETTI

D I R E T O R A R T Í S T I C O E R E G E N T E T I T U L A R A harpa sai de trás da orquestra

para a frente do palco no concerto desta noite, com a execução de duas obras charmosas do repertório fran-cês, executadas pela nossa Harpista Principal, Clémence Boinot. As duas peças mostram, de maneira clara, tanto a conhecida singeleza e trans-parência quanto a força e virtuosismo que caracterizam esse instrumento

celestial, com quem os franceses

têm uma ligação íntima.

Nos extremos do programa, obras de jovens compositores russos, Stravinsky e Shostakovich, que, embora pertencessem à mesma geração,

acabariam embarcando em linhas estéticas completamente distintas. Aqui, experimentaremos a reconfiguração das formas tradicionais clássicas aos moldes experimentais de Stravinsky e a força criativa e exuberante de um Shostakovich inspirado e otimista. Todas essas obras serão regidas pelo nosso antigo Regente Assistente, Marcelo Lehninger, hoje realizando uma bela carreira internacional. Bom concerto a todos,

FA B I O M EC H E T T I

FO

(4)

Clémence Boinot apaixonou-se pela harpa aos cinco anos. Começou a estudar o instrumento orientada por Isabelle Lagors em sua cidade natal, Cergy-Pontoise, na França. Aos vinte, ingressou na Haute École de Musique de Genebra, Suíça. Após seis anos de aperfeiçoamento sob orientação de Florence Sitruk, Clémence concluiu bacharelado em Música, mestrado em Pedagogia e mestrado em Soloist Performance. Em 2017, ingressou na Orquestra Filarmônica de Minas Gerais como Harpa Principal. Clémence participou de vários projetos de música de câmara e foi membro fundadora do grupo Ensemble Cara-velle, que, em 2016, foi premiado na categoria Music and Stage Art pela HES-SO (Universidades de Alta Espe-cialização do Oeste da Suíça). Apresentou-se em diversas salas, com orquestras e em música de câmara. Teve a honra de tocar em

novos centros cultu-rais internacionais, como a Sala Santa Cecilia em Roma, o Opera di Firenze, a Philharmonie de Paris e a Sala Minas Gerais. Uma

inefável emoção tocando em lugares de patrimônio histórico, como o Teatro Municipal do Rio de Janeiro, o Victoria Hall em Genebra, a Abadia do século XI em Romainmôtier. E um entusiasmo particular de tocar em salas atípicas, como antigos estábulos (Théâtricul), usina (Fonderie Kugler) e um abrigo antiaéreo (L’Abri), todos na Suíça. Sendo a transmissão do conhecimento parte fundamental da sua prática musical, Clémence é professora de harpa há muitos anos. Em 2017, foi convidada a ensinar jovens harpistas no Neojiba, em Salvador, Bahia.

Interessada pelas estéticas contempo-râneas, Clémence tem em seu reper-tório várias obras escritas após 1950 e participou de estreias de obras de compositores de diversas naciona-lidades. Porém, suas maiores afini-dades sempre foram com as cores criadas pelos franceses do início do século XX, seja Ravel, Debussy, Renié, Caplet, Tournier...

CLÉMENCE

BOINOT

FO

TO: MARIANA GARCIA

Diretor Musical e Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Grand Rapids, em Michigan, Estados Unidos, Marcelo Lehninger é um dos maestros brasileiros de maior destaque no panorama inter-nacional. Atuou como diretor musical e regente titular da Sinfônica de New West e regente associado da Sinfônica de Boston. Foi regente assistente da Filarmônica de Minas Gerais e con-selheiro musical da Orquestra Jovem das Américas.

Recebeu o Helen Thompson Awards, prêmio oferecido pela Liga das Orquestras Americanas, e foi premiado no I Concurso Nacional para Jovens Regentes Eleazar de Carvalho. Atuou como maestro convidado em orquestras brasileiras e argentinas. Nos Estados Unidos, apresentou-se, entre outras, com as sinfônicas de Chicago, Pittsburgh, Detroit, Baltimore, National, Milwaukee, New Jersey e Knoxville. Dirigiu também no Canadá e, na Europa, regeu as filarmônicas da Rádio Francesa e da Eslovênia, sinfônicas Alemã e de Lucerna, Orquestra Nacional do Capitólio de Tou-louse e Orquestra de Câmara de Lausanne. Regeu no Symphony Hall de Boston, no

Festival de Tanglewood, no Carnegie Hall de Nova York, no Konzerthaus de Vienna e na sala da Filarmônica de Berlim. Lehninger foi assistente de Mariss Jansons em turnê com a Orquestra Real do Concertgebouw. Regeu a Orquestra Simón Bolívar, as sinfônicas de Sydney, Melbourne e de Kyushu. Neste ano retorna ao Japão para concertos em Tokyo e Fukuoka. Nos Estados Unidos, estará com as sinfônicas de Boston, St. Louis, Sarasota, San Antonio e a Filarmônica de Rochester.

Agraciado com a I Felix Mendelssohn--Bartholdy Scholarship, foi assistente de Kurt Masur nas orquestras Nacional da França, Gewandhaus de Leipzig e Filarmônica de Nova York. Mestre em Música pelo Conductors Institute at Bard College em Nova York, cursou regência com Harold Farberman e composição com Laurence Wallach. Estudou também com Kurt Masur, Leonard Slatkin e Roberto Tibiriçá. É filho da pianista Sônia Goulart e do violinista Erich Lehninger.

MARCELO

LEHNINGER

FO

TO: AND

(5)

I N ST RU M E N TA Ç ÃO

Piccolo, 2 flautas, oboé, 2 clarinetes, 2 fagotes, trompa, 2 trompetes, trombone, percussão, piano, cordas.

E D I TO R A

Chester

Representante:

Barry Editorial

PA R A O U V I R

Igor Stravinsky – The Soldier’s Tale, suite; Divertimento; Octeto; Suites 1 e 2 – London Sinfonietta – Riccardo Chailly, regente – Decca – 1992

PA R A A S S I ST I R

Schulmusikorchester der Hochschule für Musik Karlsruhe — Andreas Weiss, regente Acesse: fil.mg/spequena

PA R A L E R

Glenn Watkins – Soundings: music in the Twentieth Century – MacMillan – 1988

ORANIENBAUM, ATUAL LOMONOSOV, RÚSSIA, 1882 NOVA YORK, ESTADOS UNIDOS, 1971

Igor

Primeira apresentação com a Filarmônica

1 9 1 4 / 1 9 1 7, O RQ U E ST R A Ç ÃO 1 92 1 7 M I N U TO S

STRAVINSKY

Entre 1914 e 1919, Stravinsky instala-se em Clarens, na Suíça, faz viagens a Roma e a Madri, onde conhece Picasso, e estreia como regente em Genebra e em Paris. Nesse período, ele escreve dois ciclos de peque-nas peças para piano a quatro mãos, destinadas a estudantes de piano: Trois pièces faciles (Três peças fáceis), compostas entre 1914 e 1915, e Cinq pièces

faciles (Cinco peças fáceis), compostas em 1917.

O curioso dessas peças aparentemente despretensiosas é que elas foram compostas depois das elaborações monumentais de O Pássaro de Fogo, de Petrushka e de A Sagração da Primavera.

A aparente despretensão dessas pequenas obras mos-traria seu sentido um pouco mais tarde. Stravinsky já ensaiava uma segunda fase de sua carreira, cuja linguagem seria marcada por uma extrema clareza, livre de quaisquer “hipnoses”, como a da Sagração, mais linear e contrapontística que harmônica. Ele assimila, nessa linguagem, alguns elementos do jazz e a reveste de uma ironia que parece parodiar – e, com isso, desconstruir – os métodos tradicionais de com-posição e alguns gêneros musicais. Há uma espécie de ascese, que o leva à miniaturização da forma, da linha melódica... E até da orquestração: ele frequentemente emprega pequenas formações instrumentais, às vezes insólitas, que descortinam uma perspectiva paradoxal, porque é ao mesmo tempo arcaizante e, por outro lado, muito moderna.

Há quem entenda, nessa linguagem, uma orientação neoclássica, mas, em se tratando de Stravinsky, isso é sempre perigoso de se dizer... As obras fundamentais dessa fase, que se marca entre 1914 e 1922, são a assombrosa História de um soldado,

Renard e principalmente Les Noces.

Mas é justamente nesse período, mar-cadamente em 1921, que Stravinsky faz a orquestração das Trois pièces faciles e acrescenta a elas mais uma, extraída das Cinq pièces faciles, dando vida à

Suíte nº 2 para pequena orquestra.

As oito pequenas peças para piano a quatro mãos são, cada uma, dedicadas a um contemporâneo de Stravinsky. Essas dedicatórias revelam, ao mesmo tempo, uma perspectiva irônica e, por outro lado, uma confissão de suas fontes ou de suas admirações: Diaghilev, fundador dos Ballets Rus-ses (nos quais dançaram Nijinski e Anna Pavlova), que encomendou ao compositor O Pássaro de Fogo, Alfredo Casella, Erik Satie. Essas figuras emblemáticas ilustram respectiva-mente a Polca, a Marcha e a Valsa

da Suíte nº 2. Marque-se a silhueta “distorcida” do terceiro movimento, quase cubista, que capta a persona-lidade bizarra de Satie e, ao mesmo tempo, evoca algo da História de um

soldado, numa valsa que se desfaz e

se refaz. O Galope final foi dedicado a dois dos filhos do compositor e, na Suíte, a orquestração curiosamente se mostra um pouco menos insólita, guardados os parâmetros anteriores ao próprio Stravinsky.

Mas é sempre a Stravinsky que se ouve! Talvez menos monumental que na Sagração, mas por opção própria. Certamente menos engajado que na História de um soldado, mas igualmente irônico e igualmente des-concertante. Voltado para a aurora do século XX e definitivamente enraizado na modernidade.

M O AC Y R L AT E R Z A F I L H O Pianista e cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa, professor da Universidade do Estado de Minas Gerais e da Fundação de Educação Artística.

(6)

I N ST RU M E N TA Ç ÃO

2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, percussão, cordas.

E D I TO R A

J. Hamelle

PA R A O U V I R

CD Lily Laskine – Boieldieu; Pierné; Mozart – Orchestre National De L’O.R.T.F – Jean Martinon, regente – Lily Laskine, harpa – Erato – 1985 CD French Concertos for Harp – Rhineland Philharmonic Orchestra – Shao-Chia Lü, regente – Xavier de Maistre, harpa – Claves – 2002

PA R A A S S I ST I R

Gwangju Symphony Orchestra – Seung-up Yoon, regente – Jung Kwak, harpa Acesse: fil.mg/pharpa

PA R A L E R

Attila Csampai; Dietmar Holland – Guia básico dos concertos: música orquestral de 1700 até os nossos dias – Civilização Brasileira – 1995 M E T Z , F R A N Ç A , 1 8 6 3 P LO U J E A N , F R A N Ç A , 1 9 3 7

Gabriel

Primeira apresentação com a Filarmônica

PIERNÉ

Um dos principais compositores-regentes franceses da virada do século XIX ao século XX, Gabriel Pierné, aclamado durante a vida, é hoje negligenciado e esque-cido. Sua escrita hábil e refinada perpassou todos os gêneros, sem, no entanto, promover avanços estilísticos independentes e originais. Sua música soa familiar, bela e poética, em sintonia com o charme da Belle Époque. Pierné se insere na transição do estilo tradicional e elaborado de César Franck para as inovações promo-vidas por Debussy e Ravel. Foi afetuosa e duradoura sua relação de amizade com Debussy, de quem regeu numerosas obras, incluindo estreias.

Nascido na região da Lorena, Pierné recebeu da mãe as primeiras aulas de piano. O pai era cantor e lecionava em um conservatório local. Em 1870, após Napoleão perder a Alsácia-Lorena para os alemães, a família Pierné viu-se obrigada a fugir para Paris, onde instalou uma pequena escola de música no Quartier Latin. Em 1871, Gabriel ingressou no Conservatório Nacional, onde, após curso brilhante, recebeu distinções e prêmios. Em 1882, ao final do curso, venceu o mais prestigioso concurso para compositores, o Prix de Rome, com sua cantata Edith. A premiação proporcionou-lhe viver na Villa Médici, em Roma, onde conheceu Grieg e Liszt. No Conservatório, Pierné teve contato com os maiores representantes mundiais da harpa e talvez mesmo da história do instrumento. Pôde observar em primeira

mão o legado da harpa deixado por Ange-Conrad Prumier para Alphonse Hasselmans e seus discípulos, entre os quais Henriette Renié, Marcel Tournier, Carlos Salzedo, Marcel Grandjany, Lily Laskine. Em 1901, o professor de harpa do Conservatório de Paris, Alphonse Hasselmans, um grande instrumentista, foi agraciado com a dedicatória do Konzertstück para harpa de Gabriel Pierné. A obra, “peça de concerto”, demonstra como o compositor absorveu, através do conhecimento da técnica de harpis-tas virtuoses, aspectos idiomáticos do instrumento. Na orquestração combinou a harpa com pausas, notas longas, solos instrumentais e tutti em cores refinadas, de forma a nunca cobrir o solista.

Em janeiro de 1903, ano no qual se tornou cidadão francês, Hasselmans foi convidado a estrear a Peça de concerto de Gabriel Pierné, porém, preferiu indicar para solista sua discípula Ada Sassoli. Pierné, contrariando a recomendação de Hasselmans, escolheu Henriette Renié.

A estreia ocorreu a 23 de janeiro de 1903 no Théâtre du Châtelet, em Paris, durante a série Concerts Colonne, sob a regência de Édouard Colonne, com Henriette Renié à harpa. Anos depois, a solista relembrou um episódio curioso ocorrido durante os ensaios: “o Andante acelera e termina claro, rápido e fogoso; Colonne segurou o andamento, e isso me incomodou. Comecei a marcar o compasso com o pé, o que não agradou o grande maestro. Ele me disse: ‘Mademoiselle, toque no seu tempo; eu a seguirei’ (o que não era verdade!) — ‘mas, por favor, não marque o ritmo com o pé!’. Pierné acalmou a situação de maneira diplomática, porém não fiquei satisfeita com Colonne”. No mês seguinte, Henriette Renié repetiu a

Peça de concerto na série Concerts

Lamoureux, então sob a regência de Camille Chevillard.

M A RC E LO C O R R Ê A Pianista, Mestre em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais.

1 9 0 1 1 5 M I N U TO S

(7)

Introdução e Allegro

C I B O U R E , F R A N Ç A , 1 8 7 5 PA R I S , F R A N Ç A , 1 9 3 7

Maurice

I N ST RU M E N TA Ç ÃO

Flauta, clarinete, cordas.

E D I TO R A

Durand

PA R A O U V I R

Streaming Ravel –

Introduction and Allegro for Flute, Clarinet, Harp and String Quartet – Tokyo String Quarteto – Nancy Allen, harpa – Angel Records – 2005

PA R A A S S I ST I R

Orchestre Philharmonique de Radio France — Lionel Bringuier, regente Acesse: fil.mg/rintro PA R A L E R Vladimir Jankélévitch — Ravel — Solfèges — Éditions du Seuil – 1995 François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990

O francês Maurice Ravel nasceu na fronteira da Espanha. Quando ainda não completara um ano, sua família mudou--se para Paris. Mas o compositor, de ascendência basca pelo lado materno, manteve-se sempre ligado ao mar da região natal, fascinado pelo país vizinho, com seus ritmos e cores. Do pai, um engenheiro apaixonado pela Mecânica, Ravel herdou o gosto pelas novidades, pela invenção, além da prática do estudo disciplinado e o amor pela miniatura, pela precisão do trabalho bem feito (de “um relojoeiro suíço”, como diria Stravinsky).

Artesão dedicado ao seu ofício, Ravel disciplina o virtu-osismo de sua alquimia sonora e garante às suas mais audaciosas pesquisas experimentais uma solidez e um equilíbrio perfeitos. O timbre, para esse gênio das sono-ridades, tornou-se um dos elementos mais valiosos de expressão, confiando a frase musical ao instrumento mais adequado para modelá-la. Frequentemente, o compositor consultava amigos instrumentistas em busca de segredos transcendentes aos manuais de orquestração, na busca de combinações sonoras inéditas, sem cair na extravagância ou nos efeitos gratuitos.

A vida do compositor, livre de qualquer acontecimento passional, transcorreu de maneira linear, sem grandes aventuras. Amorosamente ligado aos pais e ao único irmão, Ravel manteve-se sempre muito reservado quanto aos seus sentimentos e emoções, embora fosse bastante

sociável e cultivasse numerosas ami-zades, bem escolhidas e duradouras. Uma doença cerebral entristeceu seus últimos quatro anos, impedindo-o – embora se mantivesse lúcido – de se comunicar satisfatoriamente, de criar ou até de reconhecer a própria música. Finalmente, uma última e desesperada tentativa de cura resultou no insucesso fatal de uma intervenção cirúrgica. No Conservatório de Paris, Ravel estu-dou composição com Gabriel Fauré, que soube defendê-lo, mesmo quando outros acadêmicos interpretaram como insolência as primeiras criações do compositor e negaram-lhe, por três vezes, o ambicionado Prêmio de Roma. Abandonadas as pretensões acadêmi-cas, Ravel associa-se definitivamente a um grupo turbulento e agitador de artistas que se denominavam Os

apaches – defensores de Satie, Debussy,

Stravinsky e da música de vanguarda em geral. O próprio Ravel provocou grande polêmica ao musicar, em 1906, os textos, considerados prosaicos, das

Histoires naturelles de Jules Renard.

A princípio, dedicou-se, sobretudo, ao piano e às melodias; mas, para esse gênio das sonoridades, a orquestra e as obras camerísticas seriam um caminho inevitável. Entre o magis-tral Quarteto de Cordas (1902/1903) e o fascínio orquestral da Rapsódia

Espanhola (1907), Ravel propôs-se

harmonizar uma inusitada formação instrumental, unindo o virtuosismo da harpa com o clarinete, a flauta e o quarteto de cordas. Verdadeiro ensaio de sonoridade, a Introdução e Allegro fascina pela sutileza da tessitura, com o encanto das melodias, o caráter deli-cado de seu virtuosismo e o irresistível mistério de seus timbres.

PAU LO S É RG I O M A L H E I R O S D O S S A N TO S Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado. Apresenta o programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência. 1 9 0 5 1 1 M I N U TO S

RAVEL

Primeira apresentação

(8)

SHOSTAKOVICH

Sinfonia nº 1 em fá menor, op. 10

S ÃO P E T E R S B U R G O , R Ú S S I A , 1 9 0 6 M O S C O U , R Ú S S I A , 1 9 7 5

Dmitri

I N ST RU M E N TA Ç ÃO

2 piccolos, 3 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, piano, cordas.

E D I TO R A DSCH – Kompositor Representante: Barry Editorial PA R A O U V I R Shostakovich – Symphony nº 1; Symphony nº 3 “The first of May” – Royal Liverpool Philharmonic Choir and Orchestra – Vasily Petrenko, regente – Naxos – 2011

PA R A A S S I ST I R

Schleswig-Holstein Musik Festival Orchester – Leonard Bernstein, regente

Acesse: fil.mg/ssinf1

PA R A L E R

Lauro Machado Coelho – Shostakovitch: vida, música, tempo – Perspectiva – 2006 Pauline Fairclough; David Fanning (eds.) – The Cambridge Companion to Shostakovich – Cambridge University Press – 2008

Na noite de 12 de maio de 1926, após um concerto da Orquestra Filarmônica de Leningrado (no século XX, a cidade de São Petersburgo mudaria de nome para Petrogrado, de 1914 a 1924; e Leningrado, de 1924 a 1991, antes de retornar ao seu nome original), subia ao palco, para receber os cumprimentos da plateia, um jovem e tímido compositor de apenas dezenove anos. Seu nome era Dmitri Dmitriyevich Shostakovich, e a obra em questão, sua Sinfonia nº 1, escrita como peça de formatura na classe de composição de Maximilian Steinberg (1883-1946). Shostakovich, que começara seus estudos musicais aos oito anos, ingressara no Conservatório de Petrogrado em 1919, com apenas treze anos de idade. Na época, o diretor do Conservatório era o compositor Alexander Glazunov (1865-1936), um ex-menino prodígio que estreara sua primeira sinfonia na mesma sala de concertos, em 1882, com apenas dezesseis anos de idade. Ambos, Glazunov e Steinberg, ex-alunos de Rimsky-Korsakov (1844-1908), acompa-nhariam de perto os progressos do jovem Shostakovich. Shostakovich se transformaria em um dos três maiores compositores da União Soviética, juntamente com Sergei Prokofiev (1891-1953) e Aram Khatchaturian (1903-1978). Mas a vida sob o regime de Stalin não seria fácil. Em 1936, sua ópera Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk seria condenada, em um artigo anônimo do Jornal do Partido Comunista (Pravda), como formalista, primitiva

e vulgar. Em 1948, na campanha de Andrei Zhdanov para restabelecer a pureza ideológica e combater as influências ocidentais na vida social soviética, o Comitê Central do Partido Comunista condenou a obra de vários compositores soviéticos, dentre eles Shostakovich, Prokofiev e Khatcha-turian. Shostakovich jamais apoiou o regime soviético. Apenas aqueles que viveram as perseguições e as condições de vida e trabalho sob um regime que tratava a todos sem piedade compreenderiam suas atitu-des imediatas de se filiar ao Partido Comunista, de escrever artigos em elogio ao modo de vida soviético e de compor obras em conformidade com as diretrizes do Partido. Shostakovich só começaria a se sentir livre das pressões a partir da Décima Sinfonia, composta logo após a morte de Stalin. Mas a sua Primeira Sinfonia per-tence a uma outra época, antes da fama e das pressões stalinistas. A orquestração leve dessa obra seria por muito tempo uma marca registrada

de Shostakovich. Porém, uma certa melancolia o acompanharia por toda a vida, já percebida, aqui, na alternância entre momentos alegres e passagens extremamente trágicas. Ainda hoje considerada uma de suas melhores obras, a Sinfonia nº 1 apresenta as principais influências que Shostako-vich tivera nos anos de juventude: a música russa de Stravinsky (1882-1971), Prokofiev e Tchaikovsky (1840-1893), e o colorido da música popular ouvida nas ruas e teatros da época. A estreia causara uma sensação enorme no meio musical de Leningrado. No ano seguinte, com apenas vinte anos de idade, o compositor tinha sua Primeira

Sinfonia apresentada em Berlim, sob

a batuta de Bruno Walter (1876-1962).

G U I L H E R M E

N A S C I M E N TO Compositor, Doutor em Música pela Unicamp, professor na Escola de Música da UEMG, autor dos livros Os sapatos floridos não voam e Música menor.

1 924 / 1 92 5 2 8 M I N U TO S

Última apresentação: 26 de fevereiro / 2016 Marcos Arakaki, regente

(9)

ORQUESTRA

FILARMÔNICA DE

MINAS GERAIS

INSTITUTO

CULTURAL

FILARMÔNICA

Regente Associado

MARCOS ARAKAKI

Diretor Artístico e Regente Titular

FABIO MECHETTI

Oscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

Lei 14.870 / Dez 2003

OS — Organização Social

Lei 23.081 / Ago 2018

* principal ** principal associado *** principal assistente **** musicista convidado

PRIMEIROS VIOLINOS

Anthony Flint – Spalla

Rommel Fernandes –

Spalla associado

Ara Harutyunyan –

Spalla assistente

Ana Paula Schmidt Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Joanna Bello Laura Von Atzingen Luis Andrés Moncada Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo M. Braga Rodrigo de Oliveira Wesley Prates SEGUNDOS VIOLINOS Frank Haemmer * Hyu-Kyung Jung *** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Matheus Braga Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch VIOLAS

João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Katarzyna Druzd Luciano Gatelli Marcelo Nébias Mikhail Bugaev Nathan Medina VIOLONCELOS Philip Hansen * Robson Fonseca *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emília Neves Lina Radovanovic Lucas Barros William Neres CONTRABAIXOS Nilson Bellotto * André Geiger *** Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Rossini Parucci Walace Mariano FLAUTAS Cássia Lima* Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova OBOÉS Alexandre Barros * Públio Silva *** Israel Muniz

Maria Fernanda Gonçalves

CLARINETES

Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco Alexandre Silva FAGOTES Catherine Carignan * Victor Morais *** Andrew Huntriss Francisco Silva TROMPAS

Alma Maria Liebrecht * Evgueni Gerassimov *** Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata TROMPETES Marlon Humphreys * Érico Fonseca ** Daniel Leal *** Tássio Furtado TROMBONES

Mark John Mulley * Diego Ribeiro ** Wagner Mayer *** Renato Lisboa TUBAS Eleilton Cruz * Isaque Macedo **** TÍMPANOS Patricio Hernández Pradenas * PERCUSSÃO Rafael Alberto * Daniel Lemos *** Sérgio Aluotto Werner Silveira HARPA Clémence Boinot * TECLADOS Ayumi Shigeta * GERENTE Jussan Fernandes INSPETORA Karolina Lima ASSISTENTE ADMINISTRATIVO Risbleiz Aguiar ARQUIVISTA

Ana Lúcia Kobayashi

ASSISTENTES Claudio Starlino Jônatas Reis SUPERVISOR DE MONTAGEM Rodrigo Castro MONTADORES Hélio Sardinha Klênio Carvalho CONSELHO ADMINISTRATIVO Presidente Emérito Jacques Schwartzman Presidente Roberto Mário Gonçalves Soares Filho

Conselheiros Angela Gutierrez Arquimedes Brandão Berenice Menegale Bruno Volpini Celina Szrvinsk Fernando de Almeida Ítalo Gaetani Marco Antônio Pepino Marco Antônio Soares da Cunha Castello Branco Mauricio Freire Octávio Elísio Sérgio Pena DIRETORIA EXECUTIVA Diretor Presidente Diomar Silveira Diretor Administrativo-financeiro Joaquim Barreto Diretor de Comunicação Agenor Carvalho Diretora de Marketing e Projetos Zilka Caribé Diretor de Operações Ivar Siewers EQUIPE TÉCNICA Gerente de Comunicação Merrina Godinho Delgado Gerente de Produção Musical Claudia da Silva Guimarães Assessora de Programação Musical Gabriela de Souza Produtor

Luis Otávio Rezende

Analistas de Comunicação Fernando Dornas Lívia Aguiar Renata Gibson Renata Romeiro Carolina Moraes Santana

Analista de Marketing e Projetos Lilian Sette Analista de Marketing e Relacionamento Itamara Kelly Assistente de Produção Rildo Lopez Auxiliares de Produção André Barbosa Jeferson Silva EQUIPE ADMINISTRATIVA Gerente Administrativo-financeira

Ana Lúcia Carvalho

Gerente Contábil

Graziela Coelho

Gerente de Recursos Humanos

Quézia Macedo Silva

Analistas Administrativos

João Paulo de Oliveira Paulo Baraldi Secretária Executiva Flaviana Mendes Assistente Administrativa Cristiane Reis Assistente de Recursos Humanos Jessica Nascimento Recepcionistas Meire Gonçalves Vivian Figueiredo Auxiliar Contábil Pedro Almeida Auxiliar Administrativa Geovana Benicio Auxiliares de Serviços Gerais Ailda Conceição Rose Mary de Castro

Mensageiro

Douglas Conrado

Jovem Aprendiz

Sunamita Souza

SALA MINAS GERAIS

Gerente de Infraestrutura Renato Bretas Gerente de Operações Jorge Correia Técnicos de Áudio e de Iluminação Diano Carvalho Rafael Franca Assistente Operacional Rodrigo Brandão FORTISSIMO Junho nº 10 / 2019 ISSN 2357-7258 Editora Merrina Godinho Delgado Edição de texto Berenice Menegale Capa Detalhe de La Ghirlandata, pintura de Dante Gabriel Rossetti

O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site. Este programa foi impresso em papel doado pela Resma Papéis.

(10)

Seja pontual. Cuide da Sala Minas Gerais.

Desligue o celular

(som e luz). ao fim de cada obra.Deixe para aplaudir

Traga seu ingresso ou

cartão de assinante. Não coma ou beba.

Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.

Nos dias de concerto, apresente seu ingresso, cartão de Amigo ou Assinante e obtenha descontos especiais. Saiba mais: fil.mg/restaurantes

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R. Rio Grande do Sul, 1236 Santo Agostinho Tel: 2515-6092 Rua Curitiba, 2244 Lourdes Tel: 3291-1447

Dia 9 jun, 20h30

T U R N Ê E S TA D U A L / PA R A C AT U

Dia 15 jun, 18h

F O R A D E S É R I E / M Ú S I C A E M I T O L O G I A

Dia 18 jun, 20h30

F E S T I VA L T I N TA F R E S C A

Dia 23 jun, 11h

C O N C E R T O S PA R A A J U V E N T U D E

Dias 27 e 28 jun, 20h30

A L L E G R O E V I VA C E

Dia 30 jun, 11h

C L Á S S I C O S N A P R A Ç A / B E T I M

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Necessária a apresentação do cartão de Amigo ou Assinante ou, no caso de público do dia do concerto, a apresentação do ingresso.

P R O G R A M A A M I G O S E A S S I N A N T E S :

válido para todos os dias

• 15% de desconto para o titular do cartão e acompanhante

• uma taça de vinho ou espumante (até R$ 25) ou uma sobremesa • possibilidade de reserva tardia

(após 22h15) para mesa de até 4 pessoas

P Ú B L I C O D O D I A :

válido para a data do concerto

• 15% de desconto para o portador do ingresso e acompanhante

A S S I N A N T E S E P Ú B L I C O D O D I A :

válido para a data do concerto

• uma taça de vinho da casa ou uma trilogia de brusquetas

P R O G R A M A A M I G O S :

válido para a data do concerto

• 50% de desconto no segundo prato (de igual ou menor valor)

Confira aqui os benefícios

para o público da Filarmônica

FO T O: D AEN V AN BEER S — UNSPL ASH

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/ F I L A R M O N I C A M G C O MUNICAÇÃ O ICF / 2 019 R E A L I Z A Ç Ã O PA T R O C Í N I O M A N T E N E D O R

Sala Minas Gerais

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D I V U L G A Ç Ã O

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