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Frigorífico da Cooperunião será ampliado

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Academic year: 2021

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Frigorífico da Cooperunião será ampliado

PALAVRA DA DIREÇÃO: Secretário da Cooperoeste e integrante da direção do MST

explica como ficou a renegociação das dívidas dos assentados e pequenos

agricultores

ATENÇÃO PARA OS DIAS E HORÁRIOS DAS

PRÉ-ASSEMBLÉIAS DA COOPEROESTE/TERRA VIVA

Pág. 03

-Dia 8 de março, quinta-feira, às 14h: Assentamento União da Vitória( Sanga Azul) (Anchieta).

-Também no dia 8 de março, às 14h: Assentamento 25 de Maio (Anchieta) com a participação dos associados de Linha Aparecida.

-Dia 9 de março, sexta-feira, às 14h: Assentamento Três Passos (Paraíso) com a participação do Assentamento Bandeirante.

-Também no dia 9 de março, às 14h: Assentamento Gleba União (Dionísio Cerqueira).

-Dia 10 de março, sábado, às 14h: Cooperunião (Assentamento Conquista na Fronteira) (Dionísio Cerqueira). -Dia 13 de março, terça-feira, às 14h: Assentamento Rosário (Romelândia).

-Dia 14 de março, quarta-feira, às 14h: Assentamento São Mateus (São José do Cedro). -Também no dia 14 de março, às 14h: Assentamento Imperatriz (São José do Cedro).

-Dia 15 de março, quinta-feira, às 14h: Assentamento 21 de Novembro (São José do Cedro). -Também no dia 15 de março, às 14h: Assentamento Oito de Março (São Miguel do Oeste). -Dia 16 de março, sexta-feira, às 14h: Assentamento 25 de Maio (Barra Bonita).

-Também no dia 16 de março, “às 20h”: Linha Dois Irmãos, com participação do Assentamento 26 de Outubro (São Miguel do Oeste).

-Dia 20 de março, terça-feira, às 14 h: Assentamento São Luiz (Palma Sola). -Também no dia 20 de março, às 14h: Assentamento Itatiba (Campo Erê).

- ASSEMBLÉIA GERAL: Dia 24 de março, sábado, às 9h30, na Sede Social da Cooperoeste, em São Miguel do Oeste

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PARA REFLETIR

“Vendo minha produção de leite para a

Cooperoeste/Terra Viva há cinco anos. A

direção e funcionários são atenciosos e

corretos. Trata-se de uma empresa idônea

que sempre ajudou o pequeno agricultor.

Pretendo continuar comercializando com a

Cooperoeste”.

*Marcelo José Wagner, Linha 21 de

Novembro, São José do Cedro.

Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro, a fim de mantê-lo cativo em casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto às galinhas. Cresceu como uma galinha. Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista.

Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista: -Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.

-De fato, disse o homem. - É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais águia. É uma galinha como as outras. -Não, retrucou o naturalista. - Ela é e será sempre uma águia. Este coração o fará um dia voar às alturas.

-Não, insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia. -Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse: -Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!

A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.

O camponês comentou:

-Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!

-Não, tornou a insistir o naturalista. - Ela é uma águia. E uma águia sempre será uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.

No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe:

-Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!

Mas, quando a águia viu lá embaixo as galinhas ciscando o chão, pulou e foi parar junto delas.

O camponês sorriu e voltou a carga: -Eu havia lhe dito, ela virou galinha!

-Não, respondeu firmemente o naturalista. - Ela é águia e possui sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.

No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para o alto de uma montanha. O sol estava nascendo e dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe: -Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!

A águia olhou ao redor. Tremia, como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então, o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, de sorte que seus olhos pudessem se encher de claridade e ganhar as dimensões do vasto horizonte. Foi quando ela abriu suas potentes asas. Ergueu-se, soberana, sobre si mesma e começou a voar. A voar para o alto e voar cada vez mais para o alto. Voou. E nunca mais retornou.

Existem pessoas que nos fazem pensar como galinhas. E ainda até pensamos que somos efetivamente galinhas. Porém é preciso ser águia. Abrir as asas e voar. Voar como as águias. E jamais se contentar com os grãos que jogam aos pés para ciscar.

Autor: James Aggrey.

O ANO COMEÇA AGORA

Feliz Ano Novo! Não, o amigo leitor não pegou a edição do jornal errada. É que no Brasil, de fato, o ano começa depois do Carnaval. Mais precisamente em março. Sempre foi assim. Portanto, a nação volta a engrenar mesmo a partir de agora. Os dois primeiros meses do ano para os agricultores do Extremo Oeste não foram nada bons. Aliás, talvez, para muitos, foram os piores da história. A estiagem, que começou em novembro de 2011, propagou-se ainda de forma mais severa, em janeiro e fevereiro.

A previsão é que os tão esperados volumes significativos de chuva comecem a partir de março. Economistas afirmam que os piores reflexos da estiagem ainda estão por vir, atingindo, e de forma inevitável, os moradores da cidade ou, em outras palavras: os consumidores. Numa região como a nossa, a máxima de 'quando a agricultura vai mal a cidade também vai mal' é perfeitamente correta.

Torcemos, entretanto, para que os respingos não sejam tão prejudiciais. Importante enfatizar que os governos estadual e federal não podem ignorar o acontecido em nossa região.

Já enviaram recursos, porém muito distante de ser o suficiente para, pelo menos, amenizar os enormes prejuízos que inúmeros agricultores tiveram.

Num país onde os governantes emprestam montantes absurdos de reais a clubes de futebol, visando que reformem seus estádios para a Copa do Mundo de 2014, é revoltante a atenção que os mesmos dispensam aos agricultores, sobretudo os pequenos, em situações como a desta estiagem. Chega até ser revoltante.

A agricultura regional pede socorro e nossos mandatários não podem 'fingir' que não ouvem os clamores. Enfim: menos dinheiro público para futilidade e mais para quem realmente precisa. Roger Brunetto e Patricia Diel Roger Brunetto

MATRIZ

Filial 01

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1 – PRAZO DE PAGAMENTO

O assentado que está em atraso volta a ter seu financiamento de PRONAF “A” INVESTIMENTO normalizado, pagando as prestações que faltam nos anos previstos no contrato. As prestações em atraso serão cobradas (reprogramadas) para os anos após o vencimento da última prestação, uma em cada ano.

2 – JUROS E DESCONTOS

O juro será fixo de 0,5% ao ano e o desconto para quem pagar em dia será de 40% sobre cada prestação (é o bônus de adimplência ou rebate). Nos casos em que o desconto que está no contrato for maior do que 40% vale o maior. Ou seja: o que está no contrato.

3 – FINANCIAMENTOS QUE PODEM SER RENEGOCIADOS

As parcelas vencidas do PRONAF A Investimento que estejam em atraso (inadimplentes) até o dia 22 de novembro de 2011. Além dos financiamentos de Custeio do PRONAF A e A/C contratadas até o dia 30 de junho de 2010 serão incorporados nas prestações reprogramadas do Investimento, com os mesmos juros e rebates (descontos) do investimento. Já os financiamentos de custeio em atraso e que o assentando não tenha investimento para incorporar esta dívida, poderá renegociar só o custeio em quatro prestações anuais, com a primeira vencendo em 2012, com as mesmas regras de atualização da dívida, prazos, juros e descontos previstos nesta resolução.

4 – DATAS E PRAZOS PARA ENCAMINHAR A RENEGOCIAÇÃO

-Até o dia 30 de setembro de 2012 para o assentado encaminhar por escrito ao banco o interesse em renegociar (preencher o Termo de Adesão);

- Até o dia 20 de dezembro de 2012 para assinar o contrato da renegociação no banco. Observação importante: Os assentados que receberam um documento do Banco escrito “Notificação de Vencimentos de Dívida e Inscrição no CADIN”, que é um cadastro

dos que devem ao Governo Federal, na Dívida Ativa da União, devem procurar o Banco no prazo escrito na notificação (90 dias a partir do prazo de recebimento da notificação), pois correm o risco de perder o benefício desta renegociação.

5 – CARÊNCIA

Não há carência. O assentado vai pagando anualmente as que não venceram ainda e paga as que estão em atraso em até seis pagamentos anuais após o vencimento da última prestação que consta no contrato.

6 – COMPOSIÇÃO DO SALDO DEVEDOR

Recupera a dívida desde o prazo em que foi contratada, sem multa e sem juros sobre multas e faz o cálculo com o juro que está no contrato (juro de normalidade) até a data da nova contratação. Nos casos em que consta no contrato de juro mais TJLP (Taxa de Juro de Longo Prazo), que é variável, a recomposição da dívida vai se dar através de uma taxa de juros fixa de 3,25% ao ano, da data do contrato até a data da nova contratação. A partir daí vale o juro de 0,5% ao ano.

7 – INDIVIDUALIZAÇÃO

Os financiamentos que foram feitos em grupo podem ser individualizados. Cada assentado renegocia a sua parte da dívida. É complicado quando foi adquirido um bem em nome de todos (neste caso tem que ter acordo entre os donos do bem para individualizar). O pedido de individualização deve ser feito ao Banco, por escrito, e tem que ser encaminhado até 30 de setembro de 2012.

LANÇAMENTO DO SAL MINERAL COOPEROESTE

A Cooperoeste, em parceria com a Prado, lançou o sal mineral com a marca Cooperoeste/Terra Viva. O produto é destinado para três sistemas de produção: trato à base de pasto; pasto com ração; e silagem com ração. O objetivo foi aliar qualidade com menor preço. O produtor interessado em adquirir o sal mineral da Cooperoeste deve conversar com os técnicos agrícolas e veterinários da cooperativa que informarão a quantidade necessária para o plantel, além de dialogar sobre a importância do sal mineral na produção leiteira e as condições de pagamento. Além disso, será explicado todos os detalhes em relação a diferença de percentuais no uso do sal mineral para diminuir problemas como o de retenção da placenta e de casco. O novo produto também é vendido na Casa Agropecuária da Cooperoeste de São Miguel do Oeste e Abelardo Luz.

PRÉ-ASSEMBLÉIAS

Como está na capa desta edição do Jornal Grito da Terra já foram definidos os dias e horários das pré-assembléias da Cooperoeste/Terra Viva. Nelas, a direção fará a prestação de contas do exercício 2011. Também serão debatidos assuntos gerais de interesse da cooperativa. Além disso, vão ser colhidas sugestões dos associados. Por isso a participação do associado, inclusive com sua família, é fundamental. Os debates sempre são importantes para fazermos com que a Cooperoeste continue crescendo, sempre com a participação do cooperado.

O secretário da direção da Cooperoeste/Terra Viva e membro da direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Sebastião Vila Nova, detalha aos leitores a Resolução 4031, já sancionada pelo Governo Federal, que trata das dívidas dos assentados e pequenos agricultores como segue abaixo:

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Nos últimos 15 anos aconteceram, no mínimo, cinco estiagens na região. Nenhuma, porém, tão severa como a de agora. As chuvas de fevereiro ficaram longe das ideais para, pelo menos, amenizar a situação. As culturas de grãos foram as mais atingidas. A perda na safra de milho assusta. Há casos que chegam a 90%. Pior: em algumas propriedades a água simplesmente acabou. Um exemplo disso aconteceu com o Neudir Brustolin, morador do Assentamento Aparecida, em Anchieta. “Aqui, desde o final de janeiro não há água”, afirma. Ele diz que a seca matou a pastagem que serve de alimento para as vacas, diminuindo em a produção de leite, além de atingir grande parte da lavoura de milho. “O que se salvou foi a safra de pepinos que vendemos à Cooperoeste”, comenta.

Mas o maior problema, diz Brustolin, é que na propriedade dele a água literalmente terminou. A solução foi captá-la, por meio de canos, de um poço artesiano da comunidade. “A água é para consumo humano e dos animais. O problema é que outros agricultores também a utilizam. Por isso a quantia é limitada até porque é preciso chuva para que ele não seque”, expõe.

z

O assentado, Neudir Brustolin, mostra espigas de milho atingidas pela seca ao técnico em agropecuária, Edemar Persch

A PIOR ESTIAGEM

O assentado, que sempre viveu na agricultura, afirma que nunca passou por situação semelhante. “É a pior seca que já presenciei”, resume, acrescentando que o cenário pode piorar se a chuva não vier nos próximos dias para que se possa plantar a pastagem de inverno para alimentas as vacas leiteiras. “Simplesmente não sei o que farei se a estiagem continuar”, complementa. Ele não teve problemas com os animais, mas menciona que conhece agricultores que tiveram que abater vacas e bois devido à falta de água.

PERSPECTIVAS RUINS

De acordo com o técnico em agropecuária, Edemar Persch, os maiores problemas se concentram nas áreas acidentadas, com muitos morros (onde se localizam praticamente todos os assentamentos da região). Ele explica que vários agricultores transformaram o milho em silagem, porém como ela foi atingida pela seca não irá contribuir de forma apropriada para alimentar o gado leiteiro.

Persch diz que até pode-se plantar pasto, porém se não chover sua germinação não será a adequada e o desenvolvimento ficará comprometido. “Praticamente já estamos no período de plantação da pastagem de inverno, mas com essa deficiência de chuva será praticamente impossível ela se reproduzir”, enfatiza. A alternativa seria alimentar o plantel com rações, entretanto elevaria os custos da atividade.

O técnico em agropecuária assinala que também é preocupante o aumento de atendimentos clínicos em animais devido à escassez de água e alimentação. “Eles ficam debilitados e, em alguns casos, já foram registrados óbitos”, relata.

REFLEXOS DA ESTIAGEM

Persch menciona que os reflexos da estiagem começarão a ser constatados a partir de agora e, como ela ainda persiste, não se tem como fazer um prognóstico para o futuro. “Até agora os maiores problemas aconteceram na produção de grãos. Não temos como precisar à proporção que afetará a atividade leiteira”, salienta. Conforme o profissional, não se tem uma previsão concreta de quando a estiagem chegará ao fim.

As dicas repassadas aos atingidos, diz Persch, não são de forma padronizada. “Cada caso é um caso. Há propriedades bem estruturadas e outras com várias deficiências. No entanto, a orientação é que quando a situação se tornar crítica o produtor se desfaça de animais (principalmente os bezerros, as novilhas e as vacas secas) antes que morram por falta de água e alimentação adequada”, aconselha. De acordo com Persch, atualmente muitos produtores ainda tem silagem, mas a pergunta que fica do ar é: “Até quando haverá silagem?”

PERDA DE 90% NA PRODUÇÃO DE MILHO

Persch atua na área que compreende propriedades de Anchieta, Romelândia e Campo Erê. Os que plantaram milho a partir de outubro são os mais prejudicados. “Em uma propriedade a perda foi de 90%.”, constata. Persch, que também tem uma propriedade agrícola, diz que, a exemplo da grande maioria das pessoas, independente se vivem no interior ou na cidade, a cada dia que passa fica apreensivo com a situação. “Todos torcemos para que essa estiagem termine o quanto antes”, finaliza.

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Enquanto grande parte dos agricultores da região sofre com a estiagem, alguns, que em suas propriedades têm cisternas e outros métodos para enfrentar a seca não registraram perdas ou, pelo menos, de forma significativa. Um exemplo é o casal Jandir e Neusa Pagno, de Linha Caçador, em Dionísio Cerqueira, que comercializa com a Cooperoeste/Terra Viva há quatro anos. De acordo com dona Neusa, há três anos foram construídas duas cisternas. O que chama atenção é que elas não captam a água da chuva como a maioria, mas, sim, de uma fonte. Setecentos metros de cano levam a água da fonte a uma cisterna que está localizada em uma parte alta da propriedade. De lá, a água segue para a outra, na parte baixa, que abastece a casa e os animais. “Nossas vacas e bezerras bebem a mesma água que eu e meu marido tomamos e utiliamos na casa”, diz.

Além disso, Jandir e Neusa, que moram sozinhos (os filhos trabalham na cidade), decidiram plantar árvores nativas às margens de córregos e nascentes, protegendo-os, e, desta forma, respeitando a reserva legal. Nos piquetes, optaram por pastagens perenes e sombreamentos (árvores que proporcionam sombra aos animais, amenizando o calor que sentem em períodos de seca). E mais: investiram na proteção das fontes através do sistema caxambu.

Conforme a agricultura, as mudanças começaram depois que o casal se conscientizou que não estava procedendo de forma correta na propriedade e, se não providenciassem mudanças, teriam que abandoná-la. “Os produtores rurais têm que buscar informações e agir. Ficar parado só vai piorar a situação”, aconselha, enfatizando que a limpeza e higiene também são fundamentais.

Seu Jandir ao lado de uma das cisternas

PASTAGEM PERENE

Para o casal, a pastagem perene é um ponto muito importante, porém é preciso fazer os rodízios de forma correta nos piquetes. “Tem que se observar para que as vacas sempre tenham a pastagem certa”, assinala. Segundo ela, as pastagens perenes não são tão atingidas na estiagem porque não é mexido na terra. Outra vantagem é que à noite as vacas ficam na pastagem e, com a urina e o esterco, fertilizam a terra. O plantel do casal é de 25 vacas. Dezenove estão em ordenha. A raça é mista (cruzamento de Jersey com Holandês). A produção fica entre 10 e 12 mil litros/mês. Ela afirma que, mesmo com a forte

estiagem, que começou em novembro do ano passado, a produção não diminuiu. O casal está ciente que se não tivesse 'acordado' e se prevenido com medidas contra a seca haveria uma diminuição significativa.

CONSCIENTIZAÇÃO

No entender de dona Neusa, está não foi a primeira nem será a última estiagem. “Talvez seja a mais forte, mas nos últimos 10 anos aconteceram, no mínimo, quatro”, menciona. Por isso, ela aconselha que do 'limão' os atingidos façam uma 'limonada'. “Os agricultores precisam tomar atitudes. Investir em cisternas, sombreamentos, proteção de fontes e nascentes, enfim se prevenir, pois, com certeza outras secas virão”, destaca. Comenta, ainda, que para esses investimentos são oferecidos financiamentos sem juros. “No caso das cisternas conseguimos recursos por meio do Programa Revitalizar. Gastamos R$ 5,8 mil na construção de duas cisternas. Cada uma tem capacidade de armazenar 35 mil litros de água”, informa. No caso de obtenção de recursos para cisternas e outras melhorais na propriedade o agricultor pode buscar informações na Epagri e outros órgãos agrícolas, além do Banco do Brasil. Além disso, algumas orientações podem ser obtidas com a equipe técnica da Cooperoeste/Terra Viva.

Em relação a pastagem perene é necessário buscar as mudas. “Como em nossa propriedade somos só eu e meu marido contratamos um peão para auxiliar no plantio. Mas não custou muito. E o principal: o retorno é imediato”, assegura. “Com mudança na nossa forma de pensar, vontade e ação nossa propriedade se transformou em apenas dois anos. Isso teve reflexos em tudo. Inclusive e, principalmente, no rendimento financeiro, pois produzimos um leite de qualidade”, complementa.

PLANTAM OS ALIMENTOS QUE CONSOMEM

Na propriedade de Jandir e Neusa eles plantam, sem nada de agrotóxico, tudo que é possível para a subsistência. Eles compram em mercados somente o que não há como produzir. “Essa atitude nos proporciona ingerir alimentos saudáveis e saborosos. Além disso, economizamos dinheiro, pois não precisamos comprar o que podemos plantar”, salienta, mencionando que isso também reflete na saúde.

O casal Jandir e Neusa Pagno em frente à casa da propriedade

Quem, em outras estiagens, se preveniu está enfrentando

menos problemas com a atual

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A coordenação regional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou a primeira reunião deste ano. O encontro aconteceu na sede da Cooperoeste Terra Viva. De acordo o integrante estadual do movimento, Sebastião Vilanova, foi elaborado um planejamento de ações para 2012. Além disso, entre outros assuntos, foram debatidas questões relacionadas à saúde, educação e produção sem o uso de agrotóxicos.

Conforme Vilanova, um dos grandes desafios para 2012 é a produção de alimentos de forma orgânica nos assentamentos. Segundo ele, é alarmante o caso de doenças e mortes causadas por causa do abuso de inseticidas nas lavouras. “Nossa intenção é debater com os pequenos agricultores, assentados ou não, para que o cultivo ocorra de forma orgânica”, comenta. Para ele, é possível produzir sem agrotóxicos e, desta forma, oferecer ao consumidor um produto de melhor qualidade e mais saudável à saúde. “Inclusive há estados que

já desenvolvem esse tipo de projeto. Se necessário, vamos conhecer experiências em outros municípios para depois implantá-las aqui”, diz. A ideia é que o agricultor transforme a agroecologia em uma alternativa de renda na propriedade.

DOIS NOVOS ASSENTAMENTOS NO ESTADO

Na reunião foi anunciado que neste ano dois assentamentos serão criados em Santa Catarina. “Isso só foi conseguido graças às jornadas de luta do MST, Via Campesina, pastorais e outros movimentos”, assegura Vilanova, citando o acampamento ocorrido em Brasília, em setembro do ano passado. Serão desapropriados 2 mil e 500 hectares nas regiões do Planalto e Litoral. Mesmo assim, diz Vilanova, os dois assentamentos não serão suficientes para acabar com os acampamentos. No entanto, adianta ele, neste ano o MST já esta elaborando estratégias para pressionar o governo a liberar outras áreas de terras que estão em conflito e vistoria para assentar mais famílias.

No período de seca, uma ótima alternativa de manter a produção de leite é fornecer bananas às vacas. A comprovação foi apresentada no 10° Seminário de Identificação Cientifica, realizada no final do mês passado, em Belo Horizonte, pela veterinária Florence Taciana Veriato.

Segundo ela, com o objetivo de se fornecer uma alimentação adequada e que promova a manutenção da produção de leite no período de estiagem, foi empregado o uso de bananas como fonte de suplementação alimentar. A pesquisa, realizada em uma fazenda, durou cinco meses.

Bananas foram incluídas na alimentação do rebanho leiteiro. Elas foram fornecidas de forma desidratada e picadas na inclusão de 30% do volumoso total/animal/dia. A pesquisa apontou que com a suplementação na época de estiagem, como a que assola o Extremo Oeste, a produtividade não vai ter reduções drásticas.

Já a folha da bananeira é indicada no tratamento de verminoses e de diarréia. As folhas e troncos devem ser dados in natura ao animal.

A veterinária recomenda, no entanto, que antes de qualquer procedimento o produtor procure orientações com técnicos agrícolas ou veterinários.

Coordenação regional do

Movimento dos Trabalhadores

R u ra i s S e m Te r ra ( M ST )

promove primeira reunião de

2012

Bananas são boa fonte de suplementação alimentar para o gado leiteiro durante a estiagem

GRITO DA TERRA NO RÁDIO

Ouça todos os sábados o programa Grito da Terra, da Cooperoeste/Terra Viva, nas seguintes rádios e horários:

-Rádio Cedro FM, de São José do Cedro: 13h10

-Rádio Peperi AM, de São Miguel do Oeste: 13h25

-Rádio Atalaia AM, de Campo Erê: 13h 30

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O frigorífico de aves da Cooperunião, que fica no Assentamento Conquista na Fronteira, em Dionísio Cerqueira, será ampliado. Serão investidos R$ 5,2 milhões. Do valor, R$ 1,6 milhão já foram empenhados ainda no final do ano passado. Os recursos são do Governo Federal, a fundo perdido, por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). A capacidade de produção dobrará. De mil aves/hora passará a duas mil aves/hora. A previsão é que as obras comecem no final de maio.

De acordo com o membro do Conselho Diretor da cooperativa, Luiz Rodrigues, o dinheiro já está assegurado. “Agora estamos na parte burocrática. Temos que encaminhar todos os documentos exigidos pela Caixa Econômica Federal e pelo MDA até maio”, explica. “Por se tratar de ano eleitoral se não enviarmos até maio a obra só começará depois das eleições”, complementa. Conforme ele, a CEF trabalha em sistema de etapas na liberação do dinheiro. “Estamos correndo contra o tempo, pois queremos agilizar o processo. O objetivo é que o dinheiro da segunda fase seja liberado antes do término da primeira”, salienta.

Luiz Rodrigues: depois de concluída capacidade de produção do frigorífico dobrará

Segundo Rodrigues, o aumento da produção incrementará o número de empregos. “Não na mesma proporção, já que a indústria será modernizada”, observa. Além disso, serão criados mais turnos. Hoje 55 pessoas trabalham no frigorífico que funciona de quatro a cinco horas diárias, todos os dias da semana.

O Conselho Diretor da cooperativa já realizou reuniões preliminares com agricultores do Sudoeste do Paraná e Extremo Oeste catarinense visando a construção de aviários. “No entanto, primeiro queremos ter a indústria pronta e depois debater nos assentamentos e associações de pequenos agricultores a criação de aves para atender a demanda”, informa Rodrigues. Ele acrescenta que já foi elaborado um planejamento. Diz, ainda, que a ampliação implicará na paralisação das atividades do abatedouro por, no máximo, dois meses.

De acordo com Rodrigues, antes da elaboração do projeto de ampliação da indústria foi feito um estudo de viabilidade econômica. Uma empresa de consultoria foi contratada para realizar o serviço e constatou que o investimento é viável. “Mesmo que fizéssemos um empréstimo bancário, o empreendimento, de acordo com os técnicos que realizaram as análises, por meio de pesquisas e simulações, tem viabilidade”, destaca. Rodrigues enfatiza que um dos motivos da demora na obtenção de verbas para a expansão do frigorífico foi que a direção da Cooperunião sempre teve a perspectiva de conseguir recursos a fundo perdido o que se concretizou. “Desta forma não haverá reembolso por parte da Cooperunião”, comemora.

COMERCIALIZAÇÃO

Parte da produção dos frangos, comercializados com a marca Terra Viva, é vendida à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) que fornece alimentos para a merenda escolar. Além disso, a comercialização é realizada em cidades de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. “Essa é mais uma prova de que a reforma agrária é uma experiência positiva e que deve ser difundida cada vez mais”, finaliza Rodrigues.

Cooperunião anuncia ampliação do frigorífico de aves

ATENÇÃO PRODUTOR PARA OS CONTATOS PARA ATENDIMENTOS VETERINÁRIOS

Atendimento veterinário para São Miguel

e região: horário comercial de segunda a

sexta-feira: Agropecuária (49) 3622-1646

ou 3621-1733.

Fora do horário comercial, sábados e

do-mingos: Cooperoeste/Terra Viva pelo

número (49) 3631-0229.

Atendimento veterinário para Abelardo Luz e

re-gião: horário comercial de segunda a sexta-feira:

mercado 9185. Posto de resfriamento

8833-8642.

Fora do horário comercial, sábados e domingos,

em sistema de plantão: Paulo 8833-8651 ou

Osó-rio 8833-8649.

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SAL MINERAL NUTRIMILK 80 ADE 30 KG: R$ 74,00

VALOR DO LEITE

Valores do leite projetados para fevereiro cujo pagamento ocorre em meados de março, conforme o

Conseleite.

-Leite acima do padrão:

0,7495

- Leite padrão:

0,6417

-Leite abaixo do padrão:

0,5825

*Valores em reais para o leite na propriedade, com o Funrural incluso e sem o frete. Enfatizamos, porém, que

a maioria das empresas paga mais que o valor estipulado pelo Conseleite .

SAL MINERAL NUTRIMILK PLUS 30 KG: R$ 79,90

SAL MINERAL NUTRIMILK GOLD 30 KG: R$ 63,00

SEMENTE DE BATATINHA FISCALIZADA KG: R$ 3,20

CAL HIDRATADA PARA CONSTRUÇÃO: R$ 6,50

DETERGENTE ALCALINO

MILKCLEAN 5 LT: R$ 26,00 MILKACID 5 LT: DETERGENTE ÁCIDO R$ 35,00

MILKIDIP IODO 5LT:

R$ 42,00

SERRA MÁRMORE MAKITA:

R$ 250,00 OU 4 X DE R$ 65,00

MOTO ESMERIL: R$ 95,00 APARADOR GRAMA : R$ 135,00

AMOCLOX VACA SECA:

R$ 4,95

Confira as promoções da Casa Agropecuária da

Cooperoeste com o lançamento do sal mineral com

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