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Por que devemos investir na indústria nuclear?

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Academic year: 2021

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Por que devemos investir

na indústria nuclear?

Com Angra 3, a energia nuclear passará a gerar o equivalente a 50%

do consumo do Estado do Rio de Janeiro, o PIB irá aumentar em até

1,6%, além de gerar mais de 9 mil empregos e R$4 bilhões de impostos

diretos e indiretos

Medicina

Nuclear

O país ocupa a 25ª posição no ranking de quantidades de procedimentos de medicina nuclear no mundo.

Irradiação

de Alimentos

Desperdiçamos, no Brasil, cerca de 40% dos alimentos que produzimos. Isso significa um custo de mais de 700 bilhões de reais anuais.

Entrevista com o Ministro de Minas e

Energia Bento Albuquerque.

"O programa nuclear, para o Brasil, é prioridade"

Ano

01

01

(2)

EMPRESAS ASSOCIADOS DA ABDAN

1. ATECH – ( Atech Negócios em Tecnologias S.A.) 2. FRAMATOME – ( FRAMATOME ANP LTDA ) 3. CNNC – (China Zhongyuan Engineering Corp ) 4. EDF – (EDF Direction Ingénierie des Projets Nouveau ) 5. ELETROBRAS ELETRONUCLEAR – (Eletrobras Termonuclear S/A

Eletronuclear )

6. ENGETEC CONSTRUÇÕES E MONTAGENS S.A. 7.FURNAS – (FURNAS CENTRAIS ELETRICAS S.A. )

8. HOLTEC – (Holtec do Brasil Serviços e Empreendimentos LTDA.) 9. INB – (Indústrias Nucleares do Brasil S/A )

10. MPE – (MPE ENGENHARIA E SERVIÇOS S.A.) 11. NUCLEP – (Nuclebrás Equipamentos Pesados S/A) 12. WESTINGHOUSE – Electric do Brasil Serviços Para Centrais

Nucleares LTDA

13. ROSATOM – ( Rosatom America Latina LTDA)

14. AMAZUL – Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. - AMAZUL. 15. TECNATOM DO BRASIL ENGENHARIA E SERVIÇOS LTDA

16. GRUPO RPH – (MJM PRODUTOS FARMACÊUTICOS E DE RADIOPROTEÇÃO LTDA.)

17. ECKERT & ZIEGLER BRASIL PARTICIPAÇÕES LTDA. 18. CYCLOBRAS DISTRIBUIDORA DE RADIOFARMACOS

MEDICINA NUCLEAR LTDA

19. MMCONEX PRODUTOS PARA SAÚDE LTDA.

20. AUREA – ( TRIFORCE BLINDAGENS E INSTALAÇÕES LTDA ME .

Expediente

PRESIDENTE

Celso Cunha

VICE –PRESIDENTE

Carlos Isidro Leipner Gomes

VICE –PRESIDENTE

André Luiz Salgado

VICE –PRESIDENTE

Orpet José Marques Peixoto

MEMBROS DO CONSELHO CONSULTIVO

Carlos Autran Paulo Massa Sergey Krivolapov Antonio Müller Aquilino Senra

Conexão Nuclear é uma publicação da ABDAN ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Marcio Ferreira – MTB JP24514RJ REDAÇÃO Talita Bernardo GERÊNCIA DE DESIGN Lucas do M. N. Cunha

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO

Roman Atamanczuk

INFOGRAFIA

Christiano Benicio Pinto

IMPRESSÃO

EdColor Gráfica

ABDAN

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA

DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES NUCLEARES

AV. RIO BRANCO, 122, 16º ANDAR - CENTRO RIO DE JANEIRO - RJ - BRASIL

CEP: 20.040-001 +55 (21) 2262-6587

WWW.ABDAN.ORG.BR

SUGESTÕES E DÚVIDAS

(3)

12

Entrevista com o

Ministro de Minas

e Energia Bento

Albuquerque.

"O programa nuclear,

para o Brasil, é prioridade"

Ano

01

01

Dez. 2019

06

Sumário

04

05

09

14

16

19

22

Capa

Por que devemos

investir na Indústria

Nuclear?

Editorial

Desatando os nós

Quem tem medo da

Energia Nuclear?

Medicina Nuclear e a

necessidade de avançar

A Rosatom quer

amplificar sua atuação

no Brasil

Irradiação de alimentos

Artigo

Pequenos reatores

modulares

Expoente no setor

nuclear, Nuclep

diversifica e projeta

um 2020 de novas

conquistas

3 WWW.ABDAN.ORG.BR

(4)

EDITORIAL

O ano de 2019 foi significativamente importante para a Indústria Nucelar brasileira. E, se tivéssemos que definir este ano para o Setor Nuclear em uma frase, creio que poderíamos defini-lo como: O Ano em que desatamos os nós!

E temos várias considerações que nos levam a crer que isso realmente aconteceu! O Setor da Gera-ção Termonuclear começa a apresentar uma soluGera-ção para a conclusão do empreendimento de Angra 3 e o Governo sinaliza com novas Usinas no PDE 2029 e no PNE 2050.

A possibilidade da quebra do monopólio ou da flexibilização deste nas áreas de Termo geração, Mi-neração do Urânio e dos Radio fármacos traz espe-ranças para a solução de problemas antigos.

A oitava cascata de enriquecimento de urânio da INB deu partida no final do mês de novembro e es-tamos em via de retomarmos a mineração na mina de Caetité.

Não podemos deixar de ressaltar aqui, que o crescimento da Eletronuclear e da INB é mais um dos exemplos do ciclo virtuoso trazido para O Esta-do Esta-do Rio de Janeiro, da Bahia e para o Brasil.

A ABDAN em 2019 participou de quase todos os debates ocorridos em Brasília, junto aos órgãos Go-vernamentais bem como apoiou, ou organizou, 33 eventos no setor.

Mas ainda temos que avançar, por exemplo, na regulação e na fiscalização.

O mercado anseia por uma definição sobre a se-paração das funções regulatórias e de fiscalização da CNEN. A criação de uma Autoridade Regulatória ou uma Agência forte, ágil e independente é algo aguardado por todos, inclusive pelos próprios or-ganismos internacionais.

Cabe-nos ressaltar aqui, que com o aquecimento do mercado Nuclear não podemos permitir que se-jamos freados pela área regulatória, que possui ex-celentes profissionais, sobre pena de atrasarmos a execução de todos os projetos em curso.

Demos curso a decisão do colegiado da ABDAN de implantarmos o segmento da Medicina Nucle-ar. As empresas se filiaram. Abrimos conversações

DESATANDO

OS NÓS

com o GSI, com a ANVISA, com a ANAC entre outros órgãos neste segmento. O empresário passou a ter uma casa que o representa.

Apresentamos proposições à consulta pública da ANVISA para as RDCs 703, 704 e 705 que regulam o mercado de rádio fármacos.

Iniciamos um debate sério sobre o aumento abu-sivo que a empresa LATAM, que é de 300%, deseja implementar no país. A ANAC homologou mais duas empresas para oferecer os serviços. A GOL e a AZUL. As obras para a construção do depósito de com-bustível empobrecido (UAS) da Eletronuclear avan-çam com a Empresa Holtec.

A nossa Marinha, apesar de toda a dificuldade or-çamentária, vem avançando na execução do seu Pro-grama – PROSUB, através da Nuclep, da AMAZUL, da ICN e do CMSTP, na construção dos seus 4 submari-nos convencionais e na Construção do primeiro Sub-marino com propulsão Nuclear Brasileiro.

ABDAN tem Orgulho de poder estar contribuin-do para o crescimento contribuin-do Setor Nuclear

Agora lançamos este Conexão Nuclear que ser-virá como elo de informação entre os importantes players e stakeholders que podem influenciar a nos-sa industria.

Boa leitura e um Feliz 2020!

Celso Cunha

Presidente da ABDAN

Conexão Nuclear | NÚMERO 01 | DEZEMBRO 2019 4

(5)

MATÉRIA

O medo é uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio de fazer alguma coisa, ge-ralmente por se sentir ameaçado, tanto fisicamente como psicologicamente. É também uma reação obtida a partir do contato com algum estímulo físico ou mental (interpre-tação, imaginação, crença) que gera uma resposta de aler-ta no organismo. Esaler-ta reação inicial dispara uma resposaler-ta fisiológica no organismo que libera hormônios do estres-se (adrenalina, cortisol) preparando o indivíduo para lu-tar ou fugir.

Comportamento de governantes diante dos acidentes de Three Mile Island, Chernobyl e Fukushima contribuí-ram para o aumento do receio popular quanto à energia nuclear. Isso sem falar da forma como a energia nuclear se estabeleceu na sociedade pelos holocaustos de Hiroshima e Nagasaki em 1945.

Mesmo que nenhuma pessoa tenha morrido por conta da radiação em Three Mile Island e Fukushima e que me-nos de 50 tenham morrido em Chernobyl me-nos 30 ame-nos após o acidente, o medo nuclear é presente na opinião pública. Já o uso em Hiroshima e Nagasaki é, certamente, temi-do com toda razão.

O que se percebe, de fato, é que as reações geradas em relação a estes acidentes resultam em um medo da tecnologia.

Para Leonam dos Santos Guimarães, Presidente da Ele-tronuclear e membro do Grupo Permanente de Assessoria do Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Atô-mica (AIEA), “qualquer tecnologia que faz a sua estreia mundial pondo em chamas dezenas de milhares de civis é, certamente, temida com toda razão”.

A tecnologia nuclear é controversa porque tem raízes profundas no imaginário social e não se consegue ampli-ficar as aplicações pacíficas da energia nuclear na medi-cina, na alimentação, na cultura ou em outras aplicações cotidianas.

- Aqueles que se opõem às usinas nucleares mobilizam e incentivam esse medo. Já aqueles que as defendem buscam dimensioná-lo racionalmente por meio de discussões técni-cas sobre análise de riscos. Entretanto, o medo, por defini-ção, é um sentimento e, por isso mesmo, não subordinado diretamente aos ditames da razão, diz Leonam Guimarães. Dois livros, de Spencer R. Weart, tratam esta

temáti-ca. “Medo Nuclear: Uma História de Imagens”, de 1988, faz uma abordagem do aumento da percepção pública das questões nucleares num cenário da Guerra Fria, alimenta-da por Reagan nos EUA e o fatídico acidente em Chernobyl, na extinta URSS de Gorbachov. Em 2012 o mesmo autor re-toma o tem com seu livro “A Ascenção do Medo Nuclear”.

E a conclusão é clara: as percepções da opinião pública, mesmo com a evolução da energia nuclear, ainda permane-cem as mesmas. Ou seja, no “imaginário nuclear”, propos-to por Weart, o cenário continua o pior possível.

- Todo alarmismo, seja nuclear, ambiental, político, eco-nômico ou médico, fomenta o medo irracional. Esta forma de medo é o mais eficaz meio de controle social: socieda-des amedrontadas reagem como manadas, reflete Leonam Guimarães.

Segundo ele, o “medo, em geral, é uma faca de dois gumes: Quando mobilizado, ele pode ser muito poderoso, mas uma multidão amedrontada rapidamente se torna in-controlável, ou transfere o controle para um líder desequi-librado. O medo nuclear pode ser, portanto, especialmen-te problemático.”

A boa notícia é que um número cada vez maior de cientis-tas especializados em radiação, clima e saúde pública apon-tam as usinas nucleares como essenciais para salvar vidas.▬

QUEM TEM MEDO DA

ENERGIA NUCLEAR?

5

(6)

CAPA

Não dá para pensar em um futuro - seja ele na área energé-tica, de alimentação ou na saúde - sem pensar em Indústria Nuclear. No Brasil não é diferente e investir neste tipo de tecnologia se tornou umas das prioridades do país. Dono da 6ª maior reserva de urânio do mundo, grande domínio tecnológico sobre o ciclo do combustível nuclear, o Brasil passa por um momento de preocupação com as mudanças climáticas globais e a limitação da expansão das hidrelétri-cas, assim como outras fontes renováveis. Vem daí as prin-cipais motivações para o investimento na indústria nuclear. Também não podemos nos esquecer de citar o seu preço re-lativamente baixo em relação a outras fontes, incluindo o petróleo, o fácil transporte de matérias-primas e o fato de ser uma energia limpa, ou seja, com baixíssima emissão de poluentes para a atmosfera.

Atualmente, o Brasil conta com duas usinas nucleares, Angra 1 e Angra 2, e uma usina com as obras paralisadas, Angra 3. A fonte nuclear responde por cerca de 3% da ge-ração de energia no país, porcentagem fundamental para manter a estabilidade do sistema elétrico nacional.

Além da geração de energia elétrica, a tecnologia

nucle-ar também pode ser eficiente na restauração de obras de arte, na conservação de alimentos, lapidação e mudança de cor de pedras preciosas e até mesmo na medicina. A tec-nologia está mais presente no nosso dia a dia do que imagi-namos. Ela é usada para tratamento de câncer, diagnóstico por imagem, radiografias, tomografias e o uso de radiofár-macos, que são substâncias utilizadas para diagnóstico e tratamentos que aumentam a sobrevida dos pacientes. A radiação é usada ate mesmo na esterilização de peles de ti-lápia para ajudar vítimas de queimaduras. Com tantas van-tagens e possibilidades de avanço é impossível não imagi-nar um cenário para os próximos 50 anos, pelo menos, no qual não haja uma significativa participação da fonte nu-clear para atender as demandas da população em geral.

O QUANTO ESTAMOS ATRASADOS?

O Brasil possui apenas duas usinas nucleares. Em relação a geração de energia, o maior produtor mundial é o Esta-dos UniEsta-dos, seguido pela França e pelo Japão, que depen-dem muito dessa tecnologia para a manutenção de suas infraestruturas socioespaciais. Os franceses, por exemplo,

contam com a energia nuclear para o suprimento de aproximadamente 75% de toda a eletricidade consumida no país. Na América do Sul, a vizinha Ar-gentina é o país que mais investe em novas usinas.

O mundo tem atualmente 450 re-atores nucleares para fins pacíficos operando em 33 países e 50 em cons-trução. O Brasil possui quatro reato-res de pesquisa: 2 em São Paulo, 1 no Rio de Janeiro e 1 em Belo Horizonte e ainda há mais 1 em projeto pela CNEN. Empresas e nações que desenvolvem esse tipo de energia buscam agora tri-plicar o número de usinas nucleares até 2050, aumento que representaria 25% da eletricidade mundial. Quan-do o assunto é reservas de urânio, a capacidade de crescimento do país é

PORQUE DEVEMOS

INVESTIR NA INDÚSTRIA

NUCLEAR?

Conexão Nuclear | NÚMERO 01 | DEZEMBRO 2019 6

(7)

visível. O país é o único produtor de urânio do continente. Em termos de potencial energético, as reservas nacionais de urânio comprovadas equivalem a cerca de 7 bilhões de barris de petróleo. Se considerarmos também as reservas adicionais especulativas, essa equivalência de seria de 25 bilhões de barris.

ENERGIA ECOLOGICAMENTE CORRETA

A energia nuclear é uma fonte limpa, segura e sustentável. Amiga do meio ambiente, ela não libera nenhum gás cau-sador do efeito estufa, o fenômeno natural de aquecimen-to térmico da Terra. Estima-se que até 2030 as centrais nu-cleares russas vão impedir a liberação de 711 milhões de toneladas de CO2.

RETOMADA DE ANGRA 3

Com previsão de retomada de obras para o início de 2020, Angra 3 será a terceira usina da Central Nuclear Almiran-te Álvaro Alberto, localizada na praia de Itaorna, em An-gra dos Reis (RJ). Segundo a Eletronuclear, quando entrar em operação comercial, a nova unidade com potência de 1.405 megawatts, será capaz de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, energia suficiente para abastecer as cidades de Brasília e Belo Horizonte durante o mesmo período. Com Angra 3, a energia nuclear passará a gerar o equivalente a 50% do consumo do Estado do Rio de Janeiro. Ainda estima-se que a retomada de Angra 3 faria o PIB au-mentar em até 1,6%, além de gerar mais de 9 mil empregos e R$4 bilhões de impostos diretos e indiretos.

SUBMARINO DE PROPULSÃO NUCLEAR

O Brasil possui uma área de 4,4 milhões de km² de água salgada, de extrema importância econômica. Do mar é

re-tirado 90% de nosso petróleo e por onde passa 95% de nos-so comércio exterior. Escondidos nos-sob as ondas, nos-somente 5 submarinos patrulham essa imensidão — é como patrulhar as fronteiras da floresta amazônica e deixar o miolo des-protegido. Com a descoberta do pré-sal, cuidar dessa área se fez mais urgente ainda. Para isso, a Marinha traçou um plano de longuíssimo prazo e até 2047 pretende ter 26 sub-marinos patrulhando sua costa. A novidade está na tecno-logia utilizada: sai o motor a diesel, entra um reator nu-clear. A previsão é que em 2023 a Marinha do Brasil tenha concluído a construção do primeiro submarino movido a propulsão nuclear.

EXPANSÃO NUCLEAR E PROPOSTAS

PARA O FUTURO

O governo prevê a construção de seis novas centrais nucle-ares no Brasil, além da usina de Angra 3, até 2050, de acor-do com o Ministério de Minas e Energia. Os seis empreen-dimentos somam 6,6 mil megawatts (MW) de capacidade e demandarão investimentos de US$ 30 bilhões.

De acordo com o Contra-Almirante Antônio Capistrano, Secretário de Coordenação de Sistemas do Gabinete de Se-gurança Institucional da Presidência da República, além de Angra 3, o governo está trabalhando para tirar diversos outros projetos do papel, como a viabilização da implan-tação do reator multipropósito brasileiro, que trará auto-nomia ao país na produção de radioisótopos e ampliará a capacidade nacional em pesquisa de técnicas nucleares, além de gerar recursos para o governo; a regulamentação dos radiofármacos e o submarino a propulsão nuclear. “In-vestir na área de pesquisa e na parte regulatória é extrema-mente importante para dar celeridade ao desenvolvimento de todo projetos do setor nuclear”. ▬

GERAÇÃO DE ENERGIA NO PAÍS (em %)

MAIORES RESERVAS

DE URÂNIO NO MUNDO

Apenas 3% da geração de energia

do país provém de fonte nuclear

711

milhões

Fontes: EPE, Revista Exame e Observatório do Clima

68,1 9,1 8,2 5,4 3,7 3 2,5

Hidraúlica Gás Natural Biomassa Eólica Carvão e derivados Nuclear Derivados do petróleo

Austrália Cazaquistão Canadá Rússia Níger Brasil 1. 2. 3. 4. 5. 6. Além de ser a 6ª maior reserva de urânio do mundo, o Brasil é o único produtor de urânio no continente de toneladas de CO2 terão sua liberação impedida pelas centrais russas até 2030 Para se ter uma ideia, uma pessoa emite 1,6 tonelada de CO2em um ano Esta quantidade equivaleria a mais de um ano de emissão da população dos EUA CAPA 7 WWW.ABDAN.ORG.BR

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(9)

Mais importante e abrangente do que imaginamos, a medicina nuclear é uma especialidade médica que empre-ga materiais radioativos, os radiofármacos, com finalida-de diagnóstica e terapêutica. Ela permite a visualização dos órgãos e tecidos vivos em pleno funcionamento, como o coração, cérebro, pulmões, além da avaliação de doen-ças nos ossos e o diagnóstico de tumores nos principais órgãos do corpo.

Com certeza, você já deve ter ouvido falar nos exames de cintilografia óssea e cardíaca e Pet-Scan. Também tem crescido consideravelmente a procura por tratamento de “células alvo”, principalmente, para tratar câncer de tireoi-de, o mais comum dos tratamentos na Medicina Nuclear. O tratamento é direcionado somente para a região do tu-mor, sem prejudicar outras partes normais do organismo, diferente do que ocorre, por exemplo, em tratamentos com quimioterapia.

Apesar de serem tratamentos bastante consolidados e apresentar inúmeras vantagens, a medicina nuclear ainda é pouco acessível no Brasil. O país ocupa a 25ª posição no ranking de quantidades de procedimentos de medicina nu-clear no mundo. O líder mundial é o Canadá, que executa 64,6 procedimentos a cada 1 mil habitantes por ano, segui-do pela Alemanha, com 34,1 exames e em seguida vem os Estados Unidos, com 31,5. Na America Latina, a líder é a Ar-gentina, com 11,1 exames. O Brasil realiza apenas 2,5 proce-dimentos. Essa diferença entre os dois países sul-americanos

MATÉRIA

MEDICINA NUCLEAR E A

NECESSIDADE DE AVANÇAR

O BRASIL OCUPA A 25ª POSIÇÃO NO MUNDO

pode ser explicada pelo fato do vizinho ser autossuficien-te na produção do molibdênio-99, radioisótopo que autossuficien-tem a sua produção feita por apenas sete reatores em todo mundo. De acordo com a Coordenadora do Comitê de Medicina Nuclear da ABDAN, Ana Celia Sobreira, para o Brasil con-quistar o uso pleno de tecnologias nucleares na medicina é necessário que o país seja autossuficiente na produção de material radioativo e para isso é preciso de um reator ade-quado para produção de matéria prima, além da quebra do monopólio, visando um mercado mais livre

“Atualmente, toda matéria prima é importada. O Brasil precisa de um reator próprio, assim o país poderia ser tor-nar independente na produção de radioisótopos e radio-fármacos, incentivando positivamente a economia. Há um projeto de um Reator Multi Propósito – RMB, que já dura alguns anos. Esse projeto é em parceria com a Argentina que detém a tecnologia de fabricação de reatores. Ainda contamos com poucos produtores de fármacos para medi-cina nuclear, a regulação ainda traz insegurança, regras de monopólio estatal, custos crescentes para produção de fármacos, queda da atividade econômica do país com re-tração da área de saúde suplementar, e dificuldade para financiamento da saúde. Com certeza, a flexibilização do monopólio é o principal fator a ser modificado, para que outras empresas do ramo tenham interesse em investir no Brasil, trazendo novos produtores”, afirma a diretora.

A Latam é um exemplo de como o monopólio pode ser extremamente negativo, a empresa aérea hegou a aumentar em até 300% os preços do transporte de material para me-dicina nuclear. Voltou atrás após forte pressão, mas man-teve um aumento de até 100%. Outro ponto destacado pela diretora da Abdan, que atrasa a evolução da medicina nu-clear é o excesso de regulação da ANVISA, já que o registro de produtos demoram mais de dois anos para serem libe-rados, além de ser economicamente inviável.

“O processo de registro é extremamente caro e o entendi-mento sobre o que é radiofármaco ainda não está totalmen-te claro. Do ponto de vista econômico, a política tarifária da ANVISA precisa ser mais coordenada com a realidade do mercado. O fato de radiofármacos serem classificados como medicamento implicou em um acréscimo exponen-cial do custo do registro que saltou para R$ 748.000,00 por produto (em 5 anos), ao passo que, na maioria dos casos,

9

(10)

MATÉRIA

NÚMERO DE PROCEDIMENTOS DE MEDICINA NUCLEAR A CADA MIL HABITANTES

Posição do Brasil no ranking demonstra subutilização da medicina nuclear no país

Brasil

25º colocado

2,5

procedimentos

Argentina

11º colocado*

11,1

procedimentos

Canadá

1º colocado

64,6

procedimentos

A diferença entre Argentina e Brasil deve-se ao fato do vizinho ser autossuficiente na produção do molibdênio-99,

radioisótopo que tem 100% da sua produção feita por reatores em todo mundo

Fontes: Beatriz Leme - Economista, administradora de instituições de medicina nuclear *Líder na América Latina

seu mercado não ultrapassa R$ 1.000.000,00 por ano. Com-parativamente, enquanto o valor para registro de um me-dicamento comum, como a Aspirina, é o mesmo de um ra-diofármaco, seu mercado ultrapassa centenas de milhões de reais por ano”, explica Ana Celia.

A tecnologia nuclear aliada a medicina nos faz olhar para o futuro com esperança para diversas questões impor-tantes, as descobertas no setor também têm surpreendido, mas ainda precisamos enfrentar algumas demandas. Se co-meçarmos a avançar hoje, demoraríamos cerca de 20 anos, quase uma geração, para alcançar o patamar de países eu-ropeus ou do Canadá e do Estados Unidos, por exemplo. Mesmo que o país tivesse um reator pronto para funcionar hoje, não teríamos mão de obra qualificada suficiente para operá-lo. É necessário investimento no campo da pesqui-sa e na formação de novos profissionais e apepesqui-sar do atual governo mostrar uma posição muito séria e positiva em re-lação ao enfrentamento dos obstáculos encontrados atual-mente, ainda precisamos caminhar um longo percurso para alcançar o desenvolvimento desejado. Por isso, fomentar o crescimento do setor agora é essencial para que, em futuro próximo, os benefícios da medicina nuclear sejam estendi-dos à toda população. ▬

NA FICÇÃO UM TRATAMENTO MÉDICO REAL

Outro procedimento que ficou bastante conhecido após ter sido citado nas séries Grey’s Anatomy e The Good Doctor é o uso da pele de tilápia para tratar queimaduras de 2º e 3º grau. O ma-terial pode ser mantido nas queimaduras por vários dias e tem duas vezes mais colágeno que a pele humana. Por isso, melhora a cicatrização, evita infecções e perda de líquidos e proteínas. A pele da tilápia também tem sido utilizada para reparar cirurgias de redesignação sexual malsucedidas e para a reconstrução de vagina em casos de sequelas por conta de câncer ginecológico. O sucesso do procedimento é tão grande que o SUS estuda in-corporar pele de tilápia para tratamento de queimados. A pesquisa sobre o uso da pele de tilápia para o tratamento de queimados, desenvolvida pelo médico pernambucano Marcelo Borges, foi apresentada em maio deste ano ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no Palácio do Planalto.

Acontece, que este é mais um caso onde a radiação se faz pre-sente. Para utilizar a pela de tilápia, ela precisa passar por um processo de radioesterilização, onde a pele sofre radiação ioni-zante por cerca de cinco horas para eliminar microorganismos.

Conexão Nuclear | NÚMERO 01 | DEZEMBRO 2019 10

(11)

Combustível Nuclear,

mais energia para o desenvolvimento

Indústrias Nucleares do Brasil

|

|

Fabricação e

Montagem do

Elemento Combustível

|

Fabricação de

Pastilhas

|

Produçã

o de

Pó de UO

|

Enriqueci

mento

Isotópico

de urânio

|

Convers

ão

Mineraçã

o e Prod

ução

de conce

ntrado

de urânio

Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável

(12)

No dia 30 de novembro de 2018, ele foi anunciado como o novo Ministro de Minas e Energia. Vinha de uma carreira militar iniciada em 1973, onde exerceu os Cargos de Chefe de Gabinete do Estado-Maior da Armada, Chefe do Gabi-nete do Comandante da Marinha e Comandante em Chefe da Esquadra. Antes de aceitar o convite do Presidente Jair Bolsonaro, para assumir a pasta que hoje ocupa, estava no Cargo de Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, ocasião em que esteve à frente do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e do Programa Nuclear da Marinha (PNM), os principais Pro-gramas Estratégicos da Marinha.

Entrevistado desta edição do Conexão Nuclear, o Al-mirante de Esquadra Bento Albuquerque tem uma visão bastante clara sobre a energia nuclear e disse, em recente entrevista, que "o programa nuclear, para o Brasil, é prio-ridade. Faz parte da nossa matriz energética e, pelas carac-terísticas do nosso País, nós não podemos abrir mão dessa fonte de energia".

1 - Como o Senhor vê a indústria nuclear no Brasil daqui a 30 anos?

Muito bem estruturada e forte, contribuindo não só para atender às necessidades de energia elétrica da Sociedade, mas, também, para a geração de emprego e renda, portan-to, para o desenvolvimento econômico sustentável do País e para o bem-estar social da sua população.

Vejo um Parque de Usinas Nucleares atendendo de 5 a 10% da demanda nacional, garantindo, em perfeita harmo-nia com as energias renováveis, a manutenção de um alto nível de descarbonização do Setor Energético brasileiro.

Vejo, ainda, uma indústria nacional com uma participa-ção destacada no mercado internacional do combustível

nu-"O PROGRAMA

NUCLEAR,

PARA O

BRASIL, É

PRIORIDADE"

ENTREVISTA COM O MINISTRO DE MINAS E

ENERGIA, BENTO ALBUQUERQUE

clear, contribuindo para a descarbonização da economia glo-bal, bem como participando das cadeias produtivas globais de materiais, componentes e equipamentos nucleares, para a geração elétrica e outras aplicações nucleares pacíficas.

2 - Há riscos de paralisação do atual avanço, seja por Questões Políticas ou Econômicas?

Com relação às Questões Políticas, o apoio e o incentivo do atual Governo à indústria nuclear são patentes, razões pelas quais não vislumbro qualquer mudança nesse Cená-rio favorável para os próximos anos sob a liderança do Pre-sidente Bolsonaro.

Apenas, como um exemplo, recentemente, o nosso Pre-sidente esteve na Indústrias Nucleares do Brasil (INB), co-nhecendo as instalações e as operações; e inaugurando a 8ª Cascata de Ultracentrífugas da Usina de Enriquecimen-to Isotópico de Urânio, demonstração da prioridade e da importância que o Governo Federal tem dedicado ao Setor. Para se ter uma ideia, desde 1982, ocasião em que o Presi-dente João Figueiredo inaugurou a Fábrica de Elementos Combustíveis para Reatores Nucleares, a INB não recebia a Visita de um Presidente da República.

No que se refere às Questões Econômicas, creio que

ENTREVISTA

Conexão Nuclear | NÚMERO 01 | DEZEMBRO 2019 12

(13)

os indícios sejam muito mais no sentido de acelerar esse avanço. Atualmente, sinais claros de recuperação da eco-nomia estão nítidos e a sua tendência é se amplificar. Como bem sabemos, crescimento econômico demanda aumento do consumo de energia elétrica. Nesse sentido, as Questões Econômicas deverão exercer pressão para que os avanços no Setor Elétrico sejam acelerados, impactando todas as fontes de geração, incluindo a nuclear.

3 - O brasileiro está pronto para entender os benefícios que a Indústria Nuclear pode trazer para a Sociedade?

A população acessa às informações do Setor Nuclear com alguma dificuldade.

Cabe, portanto, à comunidade nuclear, esclarecer os avanços tecnológicos e os benefícios da energia nuclear - uma fonte limpa, sem emissões para a atmosfera - bem como o fato de que as atividades associadas, principalmen-te, a medicina nuclear, possuem um espaço enorme para o seu crescimento. Como exemplo, atualmente, importamos tudo, de natureza nuclear, para os diagnósticos e os trata-mentos de doenças.

Assim, a população precisa conhecer a expansão mo-derna das atividades nucleares, nos Campos da medicina e da agricultura; além da crescente necessidade de gera-ção elétrica de base, para permitir a expansão das Energias Renováveis Variáveis. O Tema “Clima”, hoje em dia, tem grande destaque e a energia nuclear entra, neste Cenário, como uma luva.

Seria muito bom que os brasileiros soubessem que o nosso País tem destaque global pelos seus técnicos, seus Institutos e Academia; pelas suas instalações seguras; e por um grande potencial de recursos minerais, principal-mente, de urânio, atualprincipal-mente, a principal fonte nuclear co-nhecida. Tudo, contribuindo para o fortalecimento, ainda maior, da nossa Economia, com geração de inúmeros em-pregos e renda.

4 - Com o Cenário previsto até 2030 para o

desenvolvimento da indústria nuclear, o Brasil mudará o seu papel em relação a outras potências mundiais em termos de competitividade?

No horizonte até 2030, teremos a entrada, em operação co-mercial, de Angra 3 - com previsão para 2026 - e, possivel-mente, o início da construção de, pelo menos, 2.000 Mw nucleares adicionais.

Espera-se que, nesse horizonte, tenhamos, também, em operação, o Reator Multipropósito Brasileiro, tornando o País autossuficiente na produção dos principais radioisó-topos de uso médico.

Ademais, a produção de concentrado de urânio e a ca-pacidade de enriquecimento atenderão as necessidades

das Usinas Angra 1, 2 e 3, gerando excedentes exportáveis num mercado internacional do combustível nuclear bas-tante aquecido.

Nesse contexto, o Brasil desempenhará um papel mui-to mais pujante do que vem desempenhando, atualmente, na indústria nuclear mundial.

5 - Há um“gap”, hoje, em termos de exames que poderiam dar diagnósticos precisos em relação a problemas de saúde, por conta de não se conseguir oferecer procedimentos com o uso da tecnologia nuclear em escala para toda a população. Essa realidade, também, mudará em breve?

Conforme dito anteriormente, no horizonte até 2030, tere-mos o nosso Reator Multipropósito Brasileiro, atendendo a maior parte das necessidades nacionais e permitindo uma aproximação significativa da Meta tão almejada de univer-salização do acesso aos diagnósticos e às terapêuticas da medicina nuclear.

6 - A demanda por energia elétrica só aumenta e, segundo o PNE 2050, há uma boa chance para a expansão da indústria nuclear. As fontes consideradas “limpas“ podem tirar esse protagonismo?

A energia nuclear é uma fonte limpa !

A combinação harmônica da geração nuclear de base, num primeiro momento, e flexível, à medida de sua evo-lução tecnológica, juntamente com as energias renováveis variáveis, é chave para o futuro da Humanidade, em face das mudanças climáticas e da necessidade de redução da pobreza e das desigualdades globais.

Energias nuclear e renováveis são coadjuvantes dedi-cadas à mesma protagonista: a Humanidade - as suas de-mandas e a saúde do Planeta.

7 - Que outras considerações, de caráter geral, o Senhor gostaria de fazer com relação ao uso da energia nuclear no País?

A utilização da energia nuclear, muitas vezes, suscita de-bates acalorados, razão pela qual temos estabelecido um diálogo objetivo, “desarmado” e transparente, com o Mer-cado e com todos os Segmentos da Sociedade.

O País não pode e não abrirá mão das suas raras e va-liosas vantagens competitivas no Cenário internacional:

· a existência de grandes reservas de urânio em nosso território;

· o domínio da tecnologia e do ciclo completo do com-bustível; e

· o conhecimento e a experiência acumulados, desde a década de 80, na concepção, construção e operação de Usinas Nucleares.▬

ENTREVISTA

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O caminho trilhado pela Rosatom no Brasil e os ob-jetivos que levam a empresa a continuar investindo no país e na América Latina são os principais as-suntos tratados nesta entrevista concedida por Ivan Dybov, Presidente da Rosatom América Latina ao Conexão Nuclear.

A conversa, que marca a primeira edição da pu-blicação, aborda temas relevantes para o panorama energético do país — como a distribuição de ener-gia para localidades distantes de seu território con-tinental e a finalização da construção da usina nu-clear de Angra 3.

Dybov projeta que a estatal russa, uma das maio-res do mundo no setor, ainda tem muito a contribuir junto aos brasileiros. A intenção da companhia é amplificar cada vez mais sua atuação, já bastante expressiva nos últimos anos. Confira.

Qual o balanço das ações da Rosatom no Brasil nos últimos anos, em relação à área de medicina nuclear?

Estamos muito orgulhosos por atuar ativamente e contribuir sempre que podemos com o desenvolvi-mento do setor nuclear no país. A Rosatom tem pa-pel importante no desenvolvimento da cooperação russo-brasileira no campo da medicina nuclear e sempre abre novas oportunidades para ampliar a gama de produtos de isótopos e seus suprimentos, tanto para fins médicos como para aplicações in-dustriais. Este ano, inclusive, aumentamos o nos-so fornecimento de Molibdênio 99 em relação aos anos anteriores para complementar paradas de ou-tros reatores de pesquisa pelo mundo para manu-tenção, dando prioridade a parceria que temos com o CNEN-IPEN. O país vem usando o Mo-99, produzi-do na Rússia desde 2015, e desde 2016, suprimos as necessidades brasileiras de I-131, usado no diagnós-tico e tratamento de doenças da tireoide. Em 2019, foi possível mostrar mais uma vez que buscamos

solidificar a parceria no setor e esperamos honrar com nosso compromisso por mais anos e continu-ar trazendo novas substâncias. Uma delas é o Lu-técio-177, fornecido ao CNEN-IPEN para pesquisa e que vem mostrando ótimos resultados no tratamen-to do câncer de próstata. 

Quais são as novas tecnologias nucleares que podem interessar ao Brasil nos próximos anos?

Em agosto, organizamos em Brasília e São Paulo, um evento em parceria com a Rusatom Overseas, Mi-nistério de Minas e Energia e com a Amazul, para apresentar os Pequenos Reatores Modulares (Small Modular Reactors – SMR) para o governo, indústria e muitos outros interessados presentes. Apresenta-mos as tecnologias desenvolvidas pela Rosatom no setor. Fomos pioneiros na área com a primeira Usi-na Nuclear Flutuate, a Akademik Lomonosov, que já está em Pevek no ártico sendo preparada para se

A ROSATOM QUER

AMPLIFICAR SUA ATUAÇÃO

NO BRASIL

MATÉRIA

Conexão Nuclear | NÚMERO 01 | DEZEMBRO 2019 14

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MATÉRIA

conectar à rede em dezembro desse ano. Essa so-lução é uma boa opção para locais em que não há condições adequadas para receber toda a estrutura de uma usina tradicional.

Acreditamos que os SMR´s, onshore ou offshore, podem ser uma alternativa para a geração de ener-gia em áreas remotas do Brasil. Há localidades que não são atendidas pela rede elétrica ou somente possuem fontes de energia muito caras e poluentes.

A usina nuclear de Angra 3 está, hoje, no centro da questão nuclear brasileira. De que maneira a Rosatom está pronta para colaborar com o desafio de reforçar a geração de energia no país?

No Brasil, vemos perspectivas, principalmente na im-plementação de projetos de geração nuclear. A Rosa-tom está pronta para cooperar com o país na constru-ção de uma frota de novas usinas nucleares. Agora, o governo brasileiro planeja concluir a construção da usina nuclear de Angra 3, bem como a construção de várias novas unidades. De nossa parte, estamos pron-tos para considerar todas as opções de cooperação possíveis e oferecer a nossos parceiros brasileiros um plano de implementação de projeto que seja benéfi-co para os participantes. Atualmente, 77 reatores de energia construídos de acordo com nossos projetos estão operando no mundo, e o portfólio da Rosatom

inclui 36 unidades de energia em 12 países. Somos umas das poucas, se não a única, com experiência na conclusão de projetos que usam tecnologias de ou-tros fornecedores. Estamos disponíveis para propor um plano que possa ser aceitável para todas as par-tes envolvidas com a conclusão do projeto de Angra 3.

Há investimentos da Rosatom na capacitação de profissionais brasileiros que possam ajudar o país a avançar sobre as técnicas ligadas à energia nuclear?

Temos um estudante brasileiro que está há um ano estudando em uma das melhores universidades es-pecializadas em energia nuclear do mundo (a Mos-cow Engineering Physics Institute, MEPhI). Já ob-servamos um ótimo desenvolvimento e adaptação desse aluno na Rússia e, no próximo ano, pretende-mos auxiliar mais jovens que tenham o interesse nos estudos da tecnologia nuclear russa. Ficamos muito felizes em poder incentivar mais e mais os jovens. E fazemos isso não só com os brasileiros, mas em toda a América Latina. Por isso, além de financiar cursos de graduação e especializações, apoiamos diversos projetos humanitários que incentivam o estudo, o lazer e o esporte para crianças que necessitam de in-centivo. Estamos à disposição de qualquer estudan-te que estudan-tenha inestudan-teresse em participar do programa.

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Talvez você não saiba, mas estima-se que desperdi-çamos, no Brasil, cerca de 40% dos alimentos que produzimos, segundo dados da iniciativa Save Food Brasil. Isso significa um custo de mais de 700 bi-lhões de reais anuais! Para evitar este desperdício, a irradiação de alimentos vem sendo cada vez mais utilizada. A partir do tratamento dos alimentos com radiação ionizante, busca-se melhorar a qualidade sanitária e aumentar validade comercial dos alimen-tos, ou seja, sua vida útil.  

Não é de hoje que se usa radiação eletromagné-tica para fazer com que os alimentos durem mais.

Desde a antiguidade usa-se a radiação solar para preservar carne por mais tempo.

Conhece carne de sol? Então! A luz que o Sol emite é radiação eletromagnética e tem exatamen-te a mesma natureza que a radiação gama, por exemplo.

A patente de uso da radiação gama para esse fim é de 1929, nos Estados Unidos. No entanto, o uso de radiação de alta frequência (também chamada de radiação de alta energia) para irradiar alimentos em larga escala só começou após a segunda guer-ra mundial.

A fonte de radiação gama mais comum é o isóto-po 60 do Cobalto. Esse isótoisóto-po é produzido bombar-deando com nêutrons o 59-Cobalto que não é radio-ativo, o que produz um isótopo instável.

Dentre as principais vantagens de expor alimen-tos à radiação gama está o controle de patógenos e pragas. Isso garante uma maior resistência a senes-cência (apodrecimento).

O processo consiste em submetê-los, já embala-dos ou a granel, a uma quantidade minuciosamente controlada dessa radiação. A irradiação pode impe-dir a multiplicação de microrganismos que causam a deterioração do alimento, tais como bactérias e fungos, pela alteração de sua estrutura molecular, como também inibir a maturação de algumas fru-tas e legumes.

Uma análise feita pelo Ministério da Agricultu-ra, Pecuária e Abastecimento, mostra a irradiação de alimentos como uma excelente solução para o

futuro, tendo em vista as mudanças climáticas, o possível aumento de doenças transmitidas por ali-mentos, o crescimento populacional mundial, entre outros fatores.

Ao contrário do que muita gente pensa, a comida irradiada não se torna radioativa. De acordo com a superintendente federal de agricultura no estado de São Paulo, Andréa Moura, a radiação ionizante pro-voca uma alteração mínima na característica original do alimento, mantendo a sua qualidade nutricional.  

BRASIL E O MUNDO

Mais de 60 países utilizam a técnica de irradiação de alimentos, sendo os principais os Estados Uni-dos, China e Japão. Estima-se que, anualmente, são irradiados mais de 700 mil toneladas de alimentos em todo o mundo. No Brasil ainda não é uma prá-tica usual, principalmente, se considerarmos o seu potencial na produção de alimentos, mas o país já utiliza a tecnologia para uma grande gama de pro-dutos, como fármacos, fitoterápicos, cosméticos, produtos hospitalares, embalagens, polímeros e pedras preciosas. Particularmente para os alimen-tos, seu uso tem se restringido aos condimentos e temperos em pó.

Segundo Andréa Moura, seria estratégico para o

IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS

A HORA DE REVER OS CONCEITOS

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Brasil o desenvolvimento e aplicação dessa tecnologia em ampla escala nos alimentos, visando países como China e Índia, mercados importadores bas-tante expressivos, que já consomem rotineiramente produtos irradiados.

IRRADIAÇÃO CONTRA O

DESPERDÍCIO

DE ALIMENTOS

A irradiação de alimentos tem um im-portante papel na promoção da segu-rança alimentar, não só sob o aspecto da inocuidade e qualidade dos pro-dutos oferecidos à população como também à sua acessibilidade. A Orga-nização das Nações Unidas para a Ali-mentação e a Agricultura - FAO estima que, a cada ano, um terço de todo o alimento produzido no mundo é des-perdiçado desde a sua produção pri-mária, no campo, até a mesa do con-sumidor. A irradiação contribui para evitar o desperdício dos alimentos, uma vez que promove a extensão da vida de prateleira dos produtos.

COMO A POPULAÇÃO

LIDA COM OS ALIMENTOS

IRRADIADOS

A tecnologia ainda é desconhecida pela população em geral. Estudos mostram que a aceitação do consumi-dor para o uso da irradiação está dire-tamente relacionada com a

informa-ção sobre seus benefícios. É por conta desta falta de informação que ainda há um temor e a errônea associação do alimento irradiado a um alimen-to radioativo. “A verdade é que nós já consumimos diversos produtos ela-borados com ingredientes irradiados, basta checar a rotulagem dos produ-tos que estão em sua dispensa para constatar isso. A informação ainda é a melhor maneira de vencer a batalha contra o preconceito da irradiação em alimentos”, afirma Andréa.

REGULAMENTAÇÃO NO

BRASIL

A legislação em vigor é a Resolução RDC nº 21, de 26 de janeiro de 2001, que aprovou o Regulamento Técnico para Irradiação de Alimentos. Pos-teriormente, o Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento edi-tou a Instrução Normativa 09/2011 do MAPA que adotou as diretrizes da Nor-ma Internacional para Medidas Fitos-sanitárias (NIMF) n18 da Convenção Internacional para Proteção dos Ve-getais (CIPV). Recentemente foi edita-do o Decreto 9.013, de 29 de março de 2017 que autorizou a utilização da ir-radiação em produtos de origem ani-mal. Hoje, não existe no Brasil qual-quer impedimento de cunho legal para emprego da irradiação em ali-mentos. ▬ MATÉRIA

1,3 bilhão

de toneladas de todos os alimentos produzidos no mundo é perdido ou desperdiçado a cada ano

2 milhões

de pessoas morrem anualmente por doenças transmitidas por alimentos e pela água

400 mil

casos estimados de intoxicação alimentar, por ano, no Brasil

+ de 60

países utilizam a irradiação em alimentos

700 mil

toneladas estimadas de alimentos irradiados 17 WWW.ABDAN.ORG.BR

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PEQUENOS REATORES

MODULARES (SMRS):

PERSPECTIVAS EM

DESSALINIZAÇÃO

NUCLEAR

R.M. COTTA1

,

2*, A.C. PONTEDEIRO1, P.A.B. SAMPAIO3, SU JIAN2,

C.A. ARAGÃO DE CARVALHO1

,

2, P. CARAJILESCOV, C.P. NAVEIRA

COTTA2,

K.M. LISBOA2, J.R.B. SOUZA4, M.A.V. FREITAS2, G.M. HAGUENAUER2

1 Diretoria Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha DGDNTM, Marinha do Brasil

2 Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ

3 Instituto de Engenharia Nuclear, IEN/CNEN

4 Escola de Guerra Naval, EGN, Marinha do Brasil

(*) Autor correspondente: Renato M. Cotta

renato.cotta@marinha.mil.br Consultor Técnico

Diretoria Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha DGDNTM, Marinha do Brasil, Rio de Janeiro, RJ

Professor Titular

Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ Conexão Nuclear publica, nesta sua primeira edição, o ar-tigo técnico do autor correspondente Renato M. Cotta, Con-sultor Técnico da Diretoria Geral de Desenvolvimento Nu-clear e Tecnológico da Marinha - DGDNTM, Marinha do Brasil, Rio de Janeiro, e Professor Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ. O artigo trata de possibili-dades de dessalinização, que é a obtenção de água potável a partir de salmoura ou de água salobra pode ser realiza-da por intermédio de diversos princípios físicos tais como: separação mecânica, química, térmica e elétrica. Em

es-pecial, o artigo traz uma visão clara da possibilidade de, nas próximas décadas, a energia nuclear desempenhar um papel ainda mais importante na produção de eletricidade e também na dessalinização da água do mar para suprir a necessidade crescente de suprimento de água potável no mundo. Para países em desenvolvimento, pequenos rea-tores modulares apresentam-se como solução interessan-te para a produção de eletricidade e água potável. O artigo completo pode ser lido em www.abdan.org.br/publicacoes

ARTIGO

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ARTIGO

1. CRISE HÍDRICA NO MUNDO E NO BRASIL

Cerca de 70% da superfície da terra é coberta por água, mas embora essa proporção aparente abundância, o cerne da questão é a disponibilidade de água doce. Apenas cerca de 2,5% da água em nosso planeta é doce, e, dessa pequena fração, menos de 1% é accessível para uso humano, que corresponde à água encontrada em fontes subterrâneas exploráveis, chuvas, lagos naturais, reservatórios e rios. A população mundial está continuamente crescendo, o que implica em aumento da demanda, e a quantidade da água doce está efetivamente dimi-nuindo por poluição, desperdício e efeitos das mudanças climáticas, ocasionando a redução da sua disponibilidade.

Tendo em vista esse cenário, existe uma grande preocupação com a segurança hídrica em diversas regiões do nosso planeta. Segundo a Declaração Ministerial do 2º Fórum Mundial da Água, no ano 2000, ratificada na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), em 2012, segurança hídrica consiste em [1]: “Garantir que ecossistemas de água doce, costeira e outros relacionados sejam protegidos e melhorados, possibilitando que cada pessoa tenha acesso a água potável suficiente a um custo accessível para levar uma vida saudável e produtiva, e que a população vulnerável seja protegida contra os riscos rela-cionados à água”. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, são necessários de 50 a 100 litros de água doce por pessoa por dia e cerca de 884 milhões de pessoas no mundo não tem acesso a água potável segura [2], para garantir que as necessidades humanas mais bá-sicas sejam atendidas e para minimizar os efeitos nocivos à saúde. O acesso a água de qua-lidade é um direito humano essencial, e falhas crônicas no seu fornecimento às populações mais vulneráveis levam a guerras, redução da expectativa de vida, disseminação de doenças e aumento da mortalidade infantil.

Água é usada e consumida, com ou sem retorno aos reservatórios, em diversas ati-vidades, como agricultura, pecuária, indústria, incluindo mineração e geração de energia elétrica, e no uso doméstico. Há três soluções principais para o problema de desequilíbrio entre suprimento e demanda de água, quais sejam, eficiência na utilização, incluindo trata-mento e reciclagem, armazenatrata-mento em reservatórios, e dessalinização. Em qualquer região, as três soluções constituem um portfólio de medidas que devem ser adotadas quase sempre conjuntamente.

O processo de dessalinização da água para obtenção de água potável já é aplicado em mais de 150 países. A Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Catar, Barein e Omã obtêm cerca de 90 % da sua água potável por meio do processo de dessalinização, sendo es-tes países os que produzem 45% de toda a água dessalinizada no mundo [3]. No Brasil, existe apenas uma usina de dessalinização de porte mais significativo, localizada em Fernando de Noronha, produzindo 650 metros cúbicos de água por dia. No entanto, isso equivale a apenas 0,1% da produção da maior usina do mundo, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Toda água dessalinizada em Fernando de Noronha é consumida pela população, permanen-te e flutuanpermanen-te, do arquipélago. Também há projetos de usinas de médio porpermanen-te em análise em outros estados, como Ceará, Pernambuco e Bahia. Dada a crise hídrica que o país enfrenta sazonalmente, não apenas na região Nordeste, mas também em diversos outros estados, o processo de dessalinização está se mostrando uma alternativa bastante promissora para re-verter a escassez de água.

Formulado em 2003 pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Programa Água Doce (PAD) assumiu o compromisso de instalar 1200 pequenas unidades de dessalinização para poços subterrâneos de água salobra na região Nordeste [4]. Segundo o MMA [4], foram diag-nosticadas 3.635 comunidades nos cerca de 300 municípios mais críticos da região. Da meta reformulada de 1357 sistemas de dessalinização, foram instalados, até a conclusão desse

ar-Conexão Nuclear | NÚMERO 01 | DEZEMBRO 2019 20

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tigo, 540 sistemas, com fornecimento de água des-salinizada para atender a 216 mil pessoas por dia em diversos municípios do semiárido brasileiro. O des-salinizador empregado utiliza o processo de osmo-se inversa, que requer altas pressões e consumo de eletricidade significativo, produzindo dois efluentes, o permeado (água com salinidade reduzida) e o con-centrado (água com alta salinidade).

O Brasil é um dos líderes na produção e expor-tação de alimentos no mundo. Um exemplo de des-taque é a soja, onde Brasil e EUA são os dois líde-res na produção e exportação desse grão, além de atendimento às respectivas demandas internas. O setor agrícola brasileiro, em franca expansão nas últimas décadas, foi responsável por um valor bruto

de produção de cerca de R$ 570 bilhões em 2018, representando um em cada três empregos e cerca de 21,6% do PIB brasileiro em 2017. Para garantir esse excelente desempenho, há ne-cessidade de se garantir um dos insumos principais que é água doce para irrigação. Já o se-tor de mineração respondeu por cerca de 20% da balança comercial brasileira em 2018, com um superavit de US$23,4 bilhões. Para sustentar esse importante papel, a água necessária para extração dos metais dos minérios precisa ser garantida. No setor de geração de energia elétrica, a água é também essencial, sendo necessária como fluido de processo e para res-friamento e aquecimento.

Embora, em termos comparativos, o Brasil não possa ser considerado pobre em recursos hídricos, há problemas relacionados à distribuição e demanda desses recursos no grande e variado território brasileiro. Em especial, é de se notar que 85% desses recursos hídricos encontram-se nas bacias do Amazonas e do Tocantins, áreas habitadas por apenas 10% de nossa população. A experiência recente, em particular 2015-2016, de escassez de água pelo esvaziamento dos reservatórios de São Paulo, que quase levou ao colapso uma metrópole de 20 milhões de habitantes, bem como as secas recorrentes no Nordeste do país, evidenciam a urgência da questão hídrica no Brasil. É nesse contexto que se verifica o crescente interes-se no Brasil pela utilização de plantas de dessalinização, desde microunidades para atender pequenas comunidades espalhadas no semiárido brasileiro, como preconizadas pelo Pro-grama PAD, até instalações de maior porte, como a que foi proposta pelo governo do Ceará para atender o equivalente às demandas de aproximadamente 700.000 pessoas em Fortaleza. Em 2019, o Governo Federal voltou a enfatizar a dessalinização como uma alternativa para reduzir os efeitos da crise hídrica no Brasil, em particular em sub-regiões semiáridas do Nor-deste e, com o objetivo de assessorar o Ministério do Desenvolvimento Regional na garantia da segurança hídrica, inaugurou já em 2019 o Centro de Testes de Tecnologias de Dessaliniza-ção (CTTD) em Campina Grande, Paraíba. O CTTD terá por objetivo testar, analisar e avaliar o desempenho de sistemas comercializáveis de dessalinização/purificação de águas salobras/ salinas, visando à expansão do acesso à água potável. O Instituto Nacional do Semiárido (INSA), unidade vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), coordena o projeto e é também responsável pela implantação do CTTD, com foco no Semiárido Brasileiro. O CTTD utilizará as infraestruturas laboratoriais do INSA e da Uni-versidade Federal de Campina Grande (UFCG) por intermédio do Laboratório de Referência em Dessalinização (LABDES).

ARTIGO

21

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Criada para atender ao

Programa Nuclear Brasileiro, a NUCLEP

é responsável pela fabricação dos

Equipamentos Nucleares mais

estratégicos do país.

Vaso de Pressão

Gerador de Vapor Reator Nuclear do LABGENE Condensador

Acumuladores

V. Alte. Guerreiro

AMAZUL

Alte. Esq. Olsen

DGDNTM

C. Alte. Seixas

NUCLEP

(23)

Reconhecida no setor nuclear por sua expertise tecnológica, qualidade e capacidade fabril diferenciadas, a Nuclebras Equi-pamentos Pesados S.A. foi criada para atender ao Programa Nuclear Brasileiro. Desde então, a NUCLEP se consolidou não apenas como um expoente na construção e manutenção dos equipamentos nucleares mais estratégicos e importantes do país mas como o maior parque de usinagem da América do Sul. Em 2019, a empresa que celebrou o seu retorno ao Mi-nistério de Minas e Energia, se destacou no mercado pelo arrojamento comercial e ampliação em seu escopo de atu-ação. Para o presidente da empresa, Contra-Almirante (RM-1) Carlos Henrique Silva Seixas, o ano foi de mudanças sig-nificativas, muita determinação e trabalho.

“Retornar ao MME foi sem dúvida benéfico. Subordina-dos à pasta estão potenciais clientes da NUCLEP como, por exemplo, a Petrobras e Eletronuclear e isso contribui muito à interatividade. Sempre em consonância com os preceitos e demandas do país, nos lançamos no mercado como uma linha de produção de torres de transmissão de Energia, se-tor também gerido pelo MME. A nossa direse-toria executiva se empenhou intensamente no contingenciamento de gas-tos, enquanto reestruturamos os setores e nos dedicamos a um melhor engajamento e resultado comercial. Um tra-balho que ficará ainda maior em 2020 mas que o resultado já começa a aparecer”, disse.

Às vésperas de completar 40 anos de fundação, a NU-CLEP celebra o final de um ciclo com o início de uma nova e positiva fase já em 2019. “Em outubro fomos contratados pela Amazul para confeccionar parte do protótipo - chama-do Bloco 40 - chama-do reator nuclear que está senchama-do desenvol-vido pela Marinha do Brasil, uma das obras nucleares de maior relevância para o país. O protótipo é um modelo do reator que vai equipar o futuro submarino com propulsão nuclear (SN-BR). Dentre outras ações, fabricaremos, mon-taremos e forneceremos para o Labgene, o vaso (cilindro), as estruturas internas de contenção e o tanque de blinda-gem primária“, destacou o presidente Seixas.

Parte essencial do Programa Nuclear da Marinha, o Lab-gene tem como função permitir a simulação, em condições ótimas de segurança, da operação do reator e dos diversos sistemas eletrônicos a ele integrados, antes de sua instala-ção no SN-BR, cuja Seinstala-ção de Qualificainstala-ção aliás, já está

pas-sando por tratativas para ter sua construção iniciada em breve. “Finalizamos esse ano a entrega ao Programa de Submarinos da Marinha (ProSub) dos cascos resistentes dos quatro sub-marinos convencionais Classe Riachuelo e já há conversas com a Itaguaí Construções Navais (ICN) sobre a fabricação da Seção de Qualificação do SN-BR. A peça possibilitará que engenheiros, técnicos e operários realizem suas atividades, em fase de testes, antes de aplicá-las em definitivo nas se-ções que serão construídas”, explicou o C. Alte. (RM-1) Seixas. Para o presidente, se a NUCLEP que hoje conta com cerca de 700 funcionários no ‘chão de fábrica’, consolidar pelo menos dois terços dos projetos que estão em fase de execução e/ou planejamento, será preciso contratar pes-soal. “Entendo que a NUCLEP precisa de um corpo de fun-cionários enxuto, muito bem qualificado e uma quantida-de granquantida-de quantida-de mão quantida-de obra terceirizada específica para um determinado trabalho. Temos colaboradores qualificados e especializados em todas as áreas e eles conduzirão, ca-pacitarão e coordenarão os que vierem temporariamente.

"Estou muito feliz e esperançoso de ver, nos próximos anos, a NUCLEP colocando nosso pessoal para trabalhar, contratando gente de fora, aquecendo a economia local, de Itaguaí, e recuperando o seu protagonismo como uma das maiores e mais competitivas caldeirarias do Brasil”, finali-zou Contra-Almirante (RM-1), Carlos Henrique Silva Seixas. Por Thais Acatauassu Araujo, Gerente Geral de

Comunicação da NUCLEP.

EXPOENTE NO SETOR,

NUCLEP DIVERSIFICA.

EM 2020, NOVAS CONQUISTAS

ARTIGO

Os presidentes da NUCLEP, INB e Eletronuclear com o Presidente Jair Bolsonaro e o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na Fábrica de Combustível Nuclear de Resende.

Fo to : Mar cos C or rêa / P R 23 WWW.ABDAN.ORG.BR

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