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Mundo Nessa época remota, o ser humano se faz perguntas tão famosas como a tríade : "quem somos? De onde viemos? Pra onde vamos?

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Academic year: 2021

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Mundo

Nessa época remota, o ser humano se faz perguntas tão famosas como a tríade : "quem somos ? De onde viemos? Pra onde vamos? " A tarefa de responde-las levou à investigação de cenários cada vez mais amplos e distintos. Muitas explicações foram formuladas,

despertando quase sempre novas questões, trata-se do problema do mundo ou da realidade.

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METAFÍSICA

A busca da realidade essencial

Investigar o mundo em que vivemos é uma experiência humana básica e necessária para a nossa adaptação à realidade, à vida, à existência. No, entanto, com o passar do tempo, depois de aprender a própria

subsistência, a maioria das pessoas tende a esquecer desses momentos desencantamento e descoberta da realidade.

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A filosofia, porém – junto com a ciência -, mantém acesa essa chama, indagando de maneira metódica e racional o que é esse mundo que nos envolve e nos penetra. No campo propriamente filosófico, as

investigações mais radicais sobre o mundo e a realidade pertencem à metafísica.

A metafísica busca a realidade fundamental das coisas, isto é, sua essência. Por isso, desde a

Antiguidade, com Aristóteles, esse tipo de investigação foi definido como a ciência do ser enquanto ser. Ou seja, trata-se de uma investigação que tem mais

especificamente o ser por objeto de estudo. Mas o que é o se? E o que quer dizer essa expressão “ser

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O que é o ser

Definir o substantivo ser no contexto filosófico é uma tarefa bastante delicada. Como se observa em relação a vários outros conceitos filosóficos, cada pensador deu uma pincelada, tirou ou acrescentou algo, às vezes até colocando suas distintas interpretações em

contradição. E quanto mais abstrato o conceito, mas isso parece ocorrer. Podemos dizer, no entanto, de maneira simplificada, que ser é um termo genérico usado para se referir a qualquer coisa que é qualquer coisa que existe – por exemplo, um homem, uma mulher, um pássaro, uma pedra.

Nesse sentido o termo adequado e específico seria ente. Normalmente, porque esses entes “se

apresentam” a nós de maneira caracteristicamente própria e distinta – isto é, de tal forma que um não se confunde com outro, como um pássaro não se

confunde com uma pedra, uma mesa ou um ser humano -, tendemos a pensar que eles são algo caracteristicamente próprio e distinto.

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Ora, se supomos que todas essas “coisas” são de maneira, caracteristicamente própria e distinta, acabamos referindo que elas têm algo que lhes é inerentes, intrínseco, essencial, que as constitui e determina. Portanto, o termo ser também pode ser definido, como aquilo que uma coisa (um ser ou ente) é ou “tem” que lhe é próprio e que não depende de

outros seres ou de quais quer circunstâncias para ser. O ser, neste último sentido, ficou conhecido mais tarde, no jargão filosófico, como coisa em si, expressão adotada pelo filósofo alemão Immanuel Kant no século XVIII. Assim, no primeiro sentido, seria a coisa; no segundo, a coisa em si.

Inerente – que está em algo (ou alguém), fazendo parte dele de maneira inseparável.

Intrínseco – que vem de dentro e faz parte de algo (ou alguém) como próprio (por oposição a extrínseco, que vem de fora).

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Pois bem, como as coisas são de verdade? Algumas pessoas olham um cachorro e vêem apenas um ser que é como uma máquina biológica, que está aí para nos ajudar ou incomodar. Outras exageram esse mesmo cão como um ser inteligente e sensível, com direitos semelhantes aos dos humanos. Algumas pessoas olham o céu e pensam em um espaço repleto de corpos siderais. Outras fazem o mesmo e entendem que aí existem seres sobrenaturais, Deus ou deuses, anjos etc.

Algumas pessoas vêem um copo com água pela

metade e entendem que está cheio; outras, que está meio vazio. E você? Como “vê” as coisas? Experimente olhar para o que há ao seu redor neste instante, como se estivesse fazendo isso pela primeira vez. Busque conhecer como é verdadeiramente o mundo. Comece por problematizar, isto é, encontrar problemas ou questões acerca da realidade.

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Os primeiros filósofos – por primeiros filósofos nos referimos aos pensadores gregos da Antiguidade – fizeram isso. Eles procuram descobrir não apenas a origem de cada ser, ou de tudo o que existe, mas também seu propósito, sua finalidade. Alguns se

perguntaram sobre a constituição de cada coisa, ou de todas as coisas, e se havia uma relação, uma ordem ou uma hierarquia entre tudo o que existe. Outros se

voltaram para os processos observados na realidade, como o crescimento e o envelhecimento, vinculados ao passar do tempo.

Enfim, a partir de distintas intuições do mundo, esses primeiros filósofos procuraram encontrar a essência da realidade (ou do ser), suas causas e propriedades

fundamentais. Desse modo, foram sendo criados alguns dos conceitos centrais da filosofia. Dizemos centrais, porque foram retomados, reformulados ou contestados por pensadores posteriores, sendo

empregados nos diversos campos de estudo filosófico até nossos dias (e mesmo nos campos não filosóficos).

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Substância

Quando observamos as coisas em busca de sua

natureza intrínseca, fundamental, essencial, tendemos a pensar naquilo que, em filosofia, se designa

substância. Não se trata da substância como

comumente a entendemos hoje, isto é, uma entidade material qualquer, que pode ser concebida também física ou quimicamente. Na metafísica, especula-se a respeito a respeito da substância de qualquer coisa: dos corpos, dos pensamentos, das palavras ou mesmo de Deus.

A palavra substância vem do latim substantia, que significa “o que está ou permanece sob, por debaixo”, isto é, como “suporte, sustentáculo”. No contexto da ontologia, foi usada por alguns filósofos para

denominar o substrato ou suporte fundamental de um ser, aquilo sem o qual ele não é. Nesse sentido,

substância equivale à essência. Assim, a substância de um ser seria a realidade necessária e constante de ser.

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Ao conceito de substância opõe-se o de acidente, pois este se refere àquilo que faz parte de um ser, mas sem o qual o ser continua sendo. Por exemplo: o tamanho grande de um triangulo é um acidente, pois o triângulo não precisa ser grande pra ser triângulo.

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Devir ou vir a ser

Quando pensamos que todo ser deve ter uma substância , isto é, uma realidade necessária e constante, estamos observando a permanência nas coisas, aquilo que não varia. Essa foi a tendência predominante da filosofia desde Sócrates.

No entanto, alguns filósofos olharam para o universo e tiveram uma intuição distinta. Eles localizaram sua atenção sobre a mudança. Nesse caso, em vez de realizar uma reflexão sobre o ser, desenvolveram uma reflexão sobre o vir a ser.

Vir a ser ou devir são termos sinônimos que se referem ao processo de transformação dos seres e das coisas, ao conjunto de mudanças que se manifestam à medida que o tempo evolui: da semente à árvore; do ovo à galinha; da criança, ao adulto, ao idoso.

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E a morte que tudo segue. “Talvez nada permaneça no universo, tudo seja devir”, pensaram alguns

estudiosos.

Nesse caso se podemos falar em “essência” da

realidade, ela seria a impermanência. Essa instituição originou um tipo de reflexão sobre o mundo centrada na relação entre opostos, isto é, que apresenta uma visão dialética da realidade.

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Causa e causalidade

Até agora estávamos com alguns conceitos

metafísicos vinculados á pergunta “o quê?”: “O que é tal coisa?”, “O que é essencial nela?”. Mas, quando olhamos o mundo e seus fenômenos para procurar entendê-los, também tendemos a perguntar “por

quê?”. Ao fazer isso, estamos investigando as causas – ou em metafísica, as causas primeiras, fundamentais. Como escreveu Aristóteles, “não acreditamos conhecer nada antes de ter apreendido cada vez o seu por que (isto é, apreendido a primeira causa)”

Aristóteles distinguia quatro tipos de causa: material, eficiente, formal e final. Modernamente, no entanto, quando falamos em causa, em geral, estamos nos referindo àquilo que da origem ou induz a algo mais, o que determina (uma combinação entre as causas

material e eficiente, do filosofo grego). Esse “algo mais” é o efeito, justamente aquilo que queremos compreender, o que nos remete a uma causa.

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Causa e efeito seriam, portanto, coisas ou fenômenos que supomos vinculados por uma relação de

causalidade, isto é, de “influência” do primeiro (a causa) sobre o segundo (o efeito).

Assim, a busca pela causa traz implícita a noção de que todo ser, fenômeno ou acontecimento deve ter sido originado ou determinado por outro ser ou

acontecimento que o precede No tempo. Trata-se do chamado princípio de causalidade, o qual sustenta que todo fenômeno tem uma causa.

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Fim e finalismo

Na outra ponta da investigação sobre a realidade, podemos situar a pergunta “para quê?”, formulada quando buscamos o fim das coisas, isto é, o objetivo pra o qual apontam os seres, os acontecimentos ou as ações. Alguns pensadores procuraram encontrar as múltiplas finalidades que os seres pudessem ter, bem como o fim último do universo ou da existência.

Formularam, assim, doutrinas denominadas finalistas. No finalismo, o fim tende a adquirir um estatuto

especial, pois assume um lugar de princípio explicativo para a existência, a organização e as transformações dos seres. Como formulou o filosofo cristão Tomás de Aquino, o fim é aquilo por que algo é (o finalismo

vincula-se ao conceito de causa final, de Aristóteles).As doutrinas finalistas também são conhecidas como

teleológicas, palavra derivada do substantivo grego télos, que significa “fim”.

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Muitas vezes, o termo télos é usado em um sentido genérico em referencia ao ponto para o qual se move ou tende a mover-se uma coisa ou realidade.

As concepções finalistas ou teológicas são comuns nas regiões e praticamente ignoradas nas ciências. Na filosofia, a discussão sobre os fins ganhou maior relevância, fora da metafísica, em questões ligadas à ética e ao ser humano e sua existência.

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DO MITO À CIÊNCIA

Visões de mundo através da história

Entre as mais antigas explicações conhecidas

encontram-se as lendas e os mitos de culturas muito antigas – egípcia, indiana, chinesa, grega, romana, asteca, maia, entre outras – e suas respectivas cosmogonias ou cosmogêneses, isto é, exposições sobre a origem e a formação do universo. No caso dos gregos, um conjunto de deuses primordiais

representava, segundo a narrativa mítica, o surgimento do cosmos (“universo ordenado”).

De acordo com o poema Teogonia (“origem dos deuses”), de Hesíodo, escrito por volta de VIII a.C., a primeira divindade teria sido Caos (o abismo, o vazio indeterminado e ilimitado), mas logo apareceram Gaia (a Terra), Tártaro (o mundo subterrâneo, de trevas profundas) e Eros (o amor). De cada uma dessas divindades vieram outras e, da união entre elas, nasceram outras mais, conformando assim várias

estirpes de deuses e deusas, heróis e heroínas e outras entidades.

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Desse modo os fenômenos dos seres naturais estavam representados em seres divinos.

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Primeiras cosmologias

A partir do século VII a.C., os primeiros filósofos gregos – conhecidos como pré-socráticos – iniciaram um

processo de ruptura com as explicações míticas e antropomórficas do universo. Dedicaram-se a

investigar diariamente o mundo físico, a natureza, e a construir uma cosmologia, ou seja, uma explicação sobre a origem, a formação e as principais

características do cosmos. Nada – ou bem pouco – de deuses ou histórias familiares. A nova tendência era buscar argumentos baseados na observação do mudo natural e no uso da razão para formar um sistema coerente de concepções.

Busca da arché

A investigação empreendida pelos pensadores pré-socráticos caracterizou-se principalmente pela busca da arché, palavra grega que significa literalmente “o que está na frente, a origem, o começo”.

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 Realidade primeira que deu origem a tudo que 1.

existe;

 Substrato fundamental que compõe as coisas; 2.

 Força ou princípio que determina todas as 3.

transformações que ocorrem nas coisas.

A ideia de que todos os seres da natureza provem ou participam de uma unidade primordial já estava

presente nas diversas cosmogonias. Mas a busca da arché dos primeiros filósofos trouxe a novidade, entre outras, de superar o antropomorfismo da perspectiva mítica, procurando identificar elementos naturais (ou não sobrenaturais) que explicassem a realidade.

Metafísicas gregas e clássicas

No século IV a.C., período clássico da filosofia grega, Platão procurou explicar a realidade concebendo a existência de dois mundos separados:

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 O mundo sensível (corresponde à material), 1.

que é temporário e ilusório;

 E o mundo inteligível (corresponde ás idéias), 2.

que é eterno e verdadeiro.

No entanto, segundo o filósofo, uma terceira instância teria operado na formação do universo: trata-se do demiurgo, uma espécie de “grande construtor”, que buscou as idéias eternas, situadas no mundo inteligível para dar forma à matéria, que estava ainda

indeterminada.

Aristóteles, por sua vez, afirmava que em todas as coisas haveria dois princípios inseparáveis:

 A matéria (principio indeterminado, mas 1.

determinável pela forma);

 E a forma (princípio determinado e 2.

determinante da matéria).

Com relação à origem do universo, o filosofo entendia que o mundo é eterno, mas que tem um primeiro motor o colocou em movimento, por sua força de atração.

Referências

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