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Medidas de Autoproteção Pessoal. em Edifícios. Direção Geral da Administração da Justiça

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Academic year: 2021

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Índice

Conteúdo

1. INTRODUÇÃO ... 3

2. PRECAUÇÕES ELEMENTARES ... 4

3. ESTRATÉGIAS PARA A RESOLUÇÃO DE CONFLITOS ... 5

4. AUTOPROTEÇÃO NAS DILIGÊNCIAS JUDICIAIS ... 7

5. PROCEDIMENTOS A ADOTAR EM CASO DE SEQUESTRO ... 11

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1. Introdução

A DGAJ Continua a desenvolver uma cultura de segurança, prevenção e autoproteção orientada pelo princípio: “uma segurança de todos, para todos”.

Nesse sentido, com este documento, pretende-se sistematizar em todos os ocupantes dos edifícios dos Tribunais um conjunto de medidas e procedimentos preventivos de referência em ambiente de trabalho.

O primeiro passo para a adoção de medidas de autoproteção pessoal, consiste em ter sempre em atenção a perceção, a avaliação e a ação. Isto é, manter uma perceção constante em relação às possibilidades, avaliar os riscos ou a ameaça e atuar de acordo com a informação recolhida e ter sempre presente que a prevenção é o mais efetivo e eficaz

fator de segurança.

Em ambiente de trabalho, não existe melhor sistema de segurança do que o profissional informado e bem formado. É através da sua imagem funcional e da sua atuação pessoal que poderá reforçar a prevenção e dissuasão de incidentes de segurança, contribuindo para a melhoria dos padrões de segurança do seu local de trabalho.

De facto, numa primeira avaliação, todos os ocupantes são responsáveis por si próprios e por todos os que possam ser atingidos pelos seus atos ou omissões durante a prossecução do seu trabalho. Por isso, a iniciativa é um facto indispensável à obtenção de resultados na autoproteção pessoal, por forma a garantir a sua segurança e tranquilidade, e a de todas as pessoas que frequentem as instalações dos tribunais e o normal funcionamento dos seus serviços.

Sempre que seja necessário abordar um utente/cidadão, deve proceder-se privilegiando:  Bom senso e tato, pensando todos os atos, de modo a aperceber-se das consequências

que poderão advir de qualquer procedimento adotado. A reação das pessoas a abordar é muitas vezes imprevisível;

 Cortesia, só assim se consegue criar uma empatia que facilite a compreensão e cooperação para a tarefa a executar, e garantir uma atuação correta e proporcional a ameaça (Ex: perguntar a alguém desconhecido que circule em área de acesso condicionado se o pode ajudar; e encaminha-lo para o espaço adequado);

 Precaução permanente, porque é difícil identificar previamente quem constitui séria ameaça, bem como a evolução do risco.

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2. Precauções Elementares Ambiente de trabalho

Estamos a prevenir, quando criamos condições para que os incidentes não ocorram, mas também quando contribuímos para a aquisição de hábitos de segurança.

A sua segurança começa na atitude face ao risco e no seu espírito de iniciativa. Adote rotinas que protejam o seu espaço e reforcem a perceção de segurança no seu ambiente de trabalho.

Sempre que abandona o seu espaço de trabalho, assegure-se de que desligou a luz, equipamentos elétricos e eletrónicos e de que o acesso ao espaço e a matérias sensíveis ou classificadas fica inibido – portas fechadas.

Caso existam sistemas de segurança no edifício [deteção de intrusão; deteção de incêndio; controlo de acessos], estes devem permanecer ativados de acordo com a programação de segurança definida. A sua inibição ou desprogramação compromete a segurança do edifício e dos seus ocupantes.

Evacuação do edifício

A evacuação de um edifício com a tipologia de um tribunal é particularmente sensível. Para garantir uma evacuação rápida e segura do edifício é determinante o nosso contributo individual para a permanente desobstrução dos caminhos de evacuação.

A segurança materializa-se a partir do perímetro externo. As Saídas de Emergência destinam-se a serem utilizadas do interior para o exterior quando declarada uma emergência, e apenas devem permanecer abertas o período estritamente necessário para o efeito, a fim de continuarem a garantir a compartimentação da área adjacente.

O uso inadequado ou inadvertido das Saídas de Emergência compromete a segurança do edifício e dos seus ocupantes.

Manuseamento de valores

O criminoso tem, por natureza, grande apetência por valores ou “dinheiro vivo”, pelo que deve ser exercido um controlo muito rígido neste domínio em particular, evitando manusear ou exibir valores na presença de terceiros/desconhecidos.

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Signatários autorizados

Identificar as pessoas que estão autorizadas a assinar ou aceder aos documentos. Avaliar as responsabilidades diretas da pessoa que assina ou acede a um documento.

Controlo de Chaves e “passwords”

A posse das chaves internas e externas tende a ser encarada por alguns funcionários como prova de uma certa confiança e de alguma autoridade dentro da instituição. Dessa forma, pessoas que não têm necessidade efetiva de as possuírem trazem-nas permanentemente consigo e levam-nas para fora das instalações, o que pode provocar dificuldades de acesso quando surge uma emergência e essas pessoas não estão imediatamente acessíveis.

As chaves ou passwords que facilitam o acesso através do perímetro das instalações ou a documentação e informação reservada, são obviamente uma questão séria e a sua posse deve ser controlada de forma rigorosa.

Mais, a posse das chaves, tanto internas como externas, deve ser rigidamente controlada e documentada e as “passwords” sendo de atribuição e responsabilidade individual, não podem ser partilhadas, devem ser mantidas como confidenciais e alteradas regularmente.

3. Estratégias para a resolução de conflitos

Em qualquer circunstância, o primeiro contacto é determinante para garantir uma autoproteção eficaz.

Os fatores de dissuasão no local de trabalho devem ser elevados e a gestão eficaz de conflitos é fundamental para garantir um nível satisfatório de segurança pessoal.

Perceber a natureza dos conflitos a enfrentar e os métodos de os controlar é uma necessidade crescente para todas as pessoas que, nas suas funções, se deparem com a necessidade de expor ou confrontar diferenças de opinião capazes de originar conflitos disruptivos.

Os efeitos do conflito dependem, contudo, de como ele é controlado pelos participantes. Saber como prevenir e/ou reagir ao conflito quando necessário, pode ajuda-lo a controlar o risco e a potenciar o seu nível de autoproteção.

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Atitudes que previnem o conflito:

 Aprenda a aceitar as diferenças entre as pessoas: todos temos ideias, necessidades e experiências diferentes;

 Escute ativamente o que as outras pessoas dizem sem fazer julgamentos rápidos;

 Coloque-se no lugar das outras pessoas e tente compreender as ideias sob uma nova perspetiva, em vez de assumir à partida que você está certo e o outro errado;

 Aceite que é impossível as pessoas estarem sempre de acordo, mas não permita que isto o torne zangado, inseguro ou defensivo;

 Dê oportunidade aos outros de dizer o que pensam, mas de forma assertiva;

 Quando o tema de um desacordo é de pouca importância, o melhor a fazer é ignorar;  Se o essencial é manter um relacionamento harmonioso, desvalorize as diferenças de

opinião;

 Tente uma solução de compromisso;

 Se todos possuem um objetivo comum faça um esforço para colaborar ou utilize a negociação.

Reação ao conflito:

 Ignore avaliações insultuosas, não se defenda, não se justifique, nem contra-ataque, pois paradoxalmente isto aumentará a intensidade do conflito;

 Focalize os factos fazendo perguntas;

 Por mais falsa ou arbitrária que seja a crítica, procure um grânulo de verdade e concorde com o interlocutor;

 Mantenha a empatia, evite o sarcasmo, não julgue e fale sempre a verdade. Isto produzirá uma redução do ataque;

 Demonstre respeito e conquiste respeito;

 Reformule os factos sucessivamente até que o interlocutor apresente toda a visão do problema;

 Só então estará em posição de demonstrar que deseja entrar num acordo, faça uma proposta de solução mutuamente vantajosa.

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4. Autoproteção nas diligências Judiciais

Diligências em salas de audiência – Julgamentos

Das diligências que decorrem no espaço da sala de audiências, é indubitavelmente, o

julgamento (entendido no seu todo ou como fase de produção de prova ou leitura de

sentença) a fase processual que, por razões óbvias forçosamente ligadas ao seu carácter público, mais põe em causa a segurança de agentes e utentes da justiça.

Assim, a natural carga emocional que tal cato poderá acarretar, consoante a natureza do litígio, é potenciada pela obrigatória exposição pública dos agentes da justiça, designadamente magistrados e funcionários judiciais.

O processamento dos trabalhos num quadro de audiência de discussão e julgamento processa-se de forma similar, independentemente do foro respetivo.

O acesso à sala de audiências é geralmente livre (exceto nos casos expressamente previstos na lei) as testemunhas têm acesso à sala para produção de prova, conduzidas pelo Sr. Oficial de Justiça, os arguidos e assistentes encontram-se presentes na audiência.

Nesta conformidade, nos julgamentos onde se encontrem em causa questões relacionadas com arguidos perigosos, criminalidade organizada, crimes violentos, questões de grande

exposição mediática e outras, cujos Srs. Magistrados titulares dos respetivos processos

considerem potencialmente suscetíveis e perigosas, deverá ser solicitada a colaboração da força policial adequada e ter em atenção que:

 Os arguidos devem estar permanentemente enquadrados por força policial/serviços prisionais no interior da sala de audiências.

 Os arguidos, testemunhas e público, deverão ser sujeitos a um controlo de deteção de objetos metálicos antes da sua entrada na sala (devendo para o efeito ser utilizado equipamento próprio do tribunal, ou se tal não for possível, ser o mesmo solicitado à autoridade policial competente.

 Por norma, deverá haver uma separação clara entre os acessos à sala de audiências dos Sr. Magistrados, das testemunhas e do público, para segurança dos primeiros (não obstante tal nem sempre se mostrar possível).

 Medidas preventivas deverão ser tomadas, independentemente do carácter dos processos, sempre que no local seja detetado, pelos agentes da justiça, um ambiente de alguma animosidade, seja entre as partes intervenientes, seja relativamente ao órgão judiciário propriamente dito.

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A vigilância a detidos/arguidos deve ser particularmente atenta e eficaz:

 No percurso para a audiência;

 Durante a audiência (em particular na leitura da sentença), prevendo-se movimentos rápidos e bruscos;

 No final da audiência, para impedir qualquer contacto com familiares, amigos ou populares hostis.

Quando tiver de lidar diretamente com indivíduos considerados perigosos ou em situações consideradas de risco:

 Solicite sempre o apoio de uma Força de Segurança;  Tenha sempre presente o facto surpresa;

 Procure agir com decisão e extrema determinação, tato e bom senso, por forma a dominar psicologicamente o indivíduo em causa;

 Assegure-se que o detido está sob vigilância, mesmo que discreta e se encontra em local seguro e isolado;

 Quando tiver de o conduzir, faça-o utilizando preferencialmente o apoio de uma parede interior ou muro e deslocando-se, se possível, 2 passos ao seu lado (exterior ao apoio) e à sua retaguarda;

 Se eventualmente tiver de o manter no seu gabinete, recorra à sua imaginação e tenha-o sempre tenha-ocupadtenha-o ntenha-os temptenha-os mtenha-orttenha-os - ctenha-om leitura diversa, ctenha-onversas agradáveis que nada tenham a ver com o processo, passatempos, etc.

 Por ser de todo conveniente preservar a integridade física do detido/arguido e a sua, sempre que aquele se encontrar na sua área de trabalho ou sob a sua responsabilidade, evite que se coloque próximo de acessos que facilitem a sua evasão ou de objetos contundentes.

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Diligências em gabinetes ou outros espaços:

Na orientação e localização do equipamento (secretária, armário, outros), deve ser considerada a proteção de eventual ameaça a partir do exterior e do interior.

Sempre que possível, é conveniente utilizar a persiana para evitar a fácil localização da sua posição a partir do exterior.

O que foi dito relativamente às diligências que decorrem na sala de audiências aplicar-se-á às diligências que decorrem nos gabinetes dos magistrados (instrução criminal, conferências, entre outras).

Assim, e com as devidas adaptações, as precauções a ter quando se encontram em causa indivíduos potencialmente perigosos deverão ser similares às tomadas para as diligências na sala. Ou seja, aqueles deverão encontrar-se permanentemente enquadrados por autoridade policial competente, devendo ser sujeitos a exame prévio a objetos metálicos.

Precauções similares deverão ser tomadas relativamente a “familiares/amigos” que se mantenham no espaço do tribunal durante a duração da diligência.

Em qualquer situação, em que tenha que comunicar com um detido/arguido, é conveniente que faça um bom uso da empatia, isto é, que tenha a capacidade de criar no outro a sensação que está a compartilhar e a compreender o seu problema.

A análise e a interpretação da linguagem verbal (o que é dito) e da não-verbal/gestual

(engloba os comportamentos e reações do detido/arguido), podem permitir antecipar-se aos incidentes e tomar medidas úteis em tempo oportuno.

O planeamento constitui um ponto de partida para a condução de qualquer processo que se quer metódico e com uma preparação adequada, por forma a que se atinjam os objetivos pretendidos.

O planeamento incide na recolha de informações sobre a situação em concreto e os seus intervenientes, na preparação do local onde se vai desenrolar e na escolha das técnicas a utilizar, em função das informações disponíveis, nomeadamente perfil psicológico e envolvimento no caso.

O local a escolher deverá ser um espaço adequado e exclusivamente utilizado para tal fim, devendo preferencialmente atender às seguintes características:

 Ser uma sala de dimensões médias, isto é, não deverá ser pequena porque se torna opressiva, nem excessivamente grande porque transmite uma sensação de liberdade exagerada ao interrogado;

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 Preferencialmente não deve ter janelas mas, se tiver, devem estar protegidas por estores;

 Oferecer privacidade.

A disposição do mobiliário e posicionamento dos intervenientes depende das situações e da pessoa que está na nossa presença; haverá no entanto algumas regras a seguir:

 Sentar o detido/arguido de costas para a janela, caso exista;

 Não interpor “barricadas” (secretária) entre os intervenientes, exceto na presença de indivíduos perigosos, situação em que poderá ser útil;

 Quando o indivíduo for classificado de perigoso, assegure-se de que as Forças de Segurança mantêm uma vigilância discreta e segurança próxima;

 No caso de haver outros intervenientes, estes devem ser posicionados fora do campo visual do indivíduo que está perante si.

 Nunca faça uso da coação física ou psicológica

Abordagens fora do gabinete:

A abordagem a pessoas nas instalações fora do seu gabinete ou posto de trabalho obriga à adoção de determinados procedimentos, diretamente decorrentes das tarefas a executar junto de determinada pessoa e da caracterização da situação de risco em que vai decorrer a ação. Antes de efetuar uma abordagem, deve ter em conta alguns princípios elementares:

 Considerar o tipo de indivíduo a abordar e a situação;

 Considerar o número de pessoas a abordar e o local onde estão inseridas as instalações;  Se possível, escolher um local apropriado e que ofereça condições de segurança e apoio

a quem executa a abordagem;

 Explore sempre os princípios da cortesia e da necessidade em qualquer abordagem;  Se da sua avaliação primária concluir que existe risco na abordagem, nunca executar a

abordagem sozinho;

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 Se estiver na presença de um colega que o apoia, estabeleça uma triangulação com a pessoa a abordar, mantendo um ângulo de 90o com o outro acompanhante e 45o com o indivíduo abordado;

 Anuncie claramente ao indivíduo as suas intenções informando-o corretamente;  Analise a linguagem verbal e gestual do indivíduo;

 Nunca aborde um indivíduo que possa constituir ameaça frontalmente;  Nunca se coloque em posição frontal de portas e janelas;

 Havendo necessidade de entrar numa área da instalação para uma abordagem (Ex: sala) um elemento deve permanecer, em princípio, no exterior da sala e em caso algum poderá perder a ligação à vista com o outro elemento, permanecendo atento ao meio envolvente. Este posicionamento é dissuasor.

5. Procedimentos a adotar em caso de sequestro

O sequestro materializado num tribunal é uma ocorrência de probabilidade reduzida mas de impacto elevado.

Qualquer indivíduo sequestrado que queira sobreviver como refém, deve adotar os seguintes procedimentos elementares:

 Desempenhe um papel exemplar. Se a vítima está calma, o sequestrador poderá tornar-se calmo. Seja cortês e trate o tornar-sequestrador com respeito e poderá esperar um tratamento semelhante.

 Não antecipe prematuramente a sua libertação. Muitos sequestros duram horas ou dias. Prepare-se mentalmente para um longo cativeiro por forma a diminuir o impacto emocional duma situação prolongada. Um estudo das situações hostis e sequestros,

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mostra que nestes incidentes há grandes probabilidades da vítima ser eventualmente resgatada ou libertada.

 Construa e estruture relações humanas. Identifique os sequestradores com quem comunica e tente estabelecer um relacionamento com um ou alguns deles. Evite o confronto ou argumentar; mas tente negociar uma saída ou solução neutral.

 Não se lamente, nem se queixe, evite ser beligerante e coopere com os sequestradores ou outros reféns.

 Não vire deliberadamente as costas aos sequestradores, particularmente ao leader.  Não recuse qualquer favor concedido pelos sequestradores. Isso inclui oferta de comida,

bebidas, tabaco, etc.

 Lembre-se que as negociações e os planos de resgate em execução estão a progredir em seu benefício.

 Deve obedecer às ordens dos sequestradores ou dos seus comandos.

 Deve estar sempre alerta aos sinais e indícios de esforço de resgate exterior.

 Não hesite em responder a perguntas que digam respeito à sua pessoa, exceto se a sua resposta, posição ou atitude, puser em causa os esforços de negociações ou constituir uma ameaça para os sequestradores ou para a sua ideologia.

 Durante a operação de salvamento ou resgate os reféns devem tentar proteger-se deitando-se junto ao solo se isso for possível. Os reféns não se devem mover, correr ou fazer movimentos rápidos durante o assalto das Forças Táticas. Estas forças de assalto podem não distinguir imediatamente os reféns dos sequestradores e os movimentos vivos ou repentinos podem ser vistos como uma possível ameaça para elas.

6. Correspondência postal suspeita

As organizações terroristas, alguns grupos criminosos, ou mesmo os homicidas, fazem por vezes uso de cartas ou encomendas postais como veículo portador de Engenhos Explosivos Improvisados (EEI). Assim, torna-se pertinente analisar-se este tipo de invólucros de EEI, pois facilmente conseguem chegar ao seu destinatário, se não estiverem implementadas medidas de segurança, e se o pessoal não estiver alertado e preparado para este tipo de ameaça. Os utilizadores destes tipos de invólucros de EEI têm normalmente por objetivo flagelar, mutilar ou mesmo matar o destinatário, pelo que utilizam essencialmente dois tipos de carga: as explosivas ou incendiárias e as venenosas (químicas ou biológicas).

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As pessoas que recebem e processam a correspondência, devem estar alertadas para a possibilidade de poderem estar na presença de uma carta armadilhada.

As cartas e encomendas postais podem chegar através dos correios, por isso, quando da sua receção, devem ser submetidas a uma triagem, sendo para o efeito separadas em particulares e oficiais.

Antes de abrir o correio, deve-se verificar e separar todos os pacotes suspeitos. Lembra-se das seguintes palavras de atenção: OLHE, CHEIRE, PESE e SINTA CUIDADOSAMENTE; tais ações podem, em muitos casos, ajudar a detetar cartas ou encomendas armadilhadas.

OLHE:

Os seguintes itens devem ser verificados visualmente:

 Há um endereço do remetente? (muitas cartas-bombas não têm endereço do remetente ou está incompleto).

 A pessoa que consta do endereço do remetente é conhecida da pessoa que recebe?  Foi postada num lugar estranho? (Muitas cartas-bombas são enviadas de fora do país de

destino). O carimbo dos correios é invulgar?  O endereço do remetente e o do correio diferem?

 Verificar se o destinatário aguarda qualquer correspondência daquela origem e em caso afirmativo se as características e o volume correspondem ao esperado;

A marcação do pacote:

 A correspondência está corretamente endereçada?  Os nomes estão escritos corretamente?

 O título está correto? Direção incorretamente dactilografada?

 Está endereçado à mão? (A maior parte das cartas-bomba são endereçadas à mão, não dactilografadas.)

 Tem marcas restritivas (pessoal, frágil, confidencial, urgente)?  É dirigido a alguém que possa constituir um alvo potencial?

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A correspondência em si:

 Tem um excesso de tarifa postal? (Cartas armadilhadas, muitas vezes têm 3 ou 4 vezes o número de SELOS necessários para mandar um pacote de peso/volume semelhante.)  É normal em tamanho, peso ou aparência?

 Há fios ou barbantes protuberantes ou amarrados em lugares anormais?  O pacote está excessivamente embrulhado ou selado com excesso de fita-cola?  Manchas de gordura?

CHEIRE:

 O pacote tem um cheiro peculiar? (Muitos explosivos utilizados habitualmente, cheiram a gasóleo ou amêndoa amarga.).

PESE:

 O pacote é anormalmente leve ou pesado para o seu tamanho? É desigual e fora de proporção?

 Rigidez anormal ou excessiva?  Espessura e rigidez irregular?

SINTA (CUIDADOSAMENTE):

Sinta o pacote para determinar se tem objetos ou formas estranhas dentro dele. NÃO DOBRE, OU VIRE o objeto ou pacote.

As seguintes indicações de uma carta-bomba podem ser sentidas:

 A parte de cima, os lados ou o fundo do pacote são elásticos ao toque?

 O pacote está imobilizado com cordas ou outros materiais de embrulho? (Esse tipo de imobilização pode indicar um percutor provido de molas)

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Tratando-se de cartas e encomendas postais suspeitas, estas devem durante a investigação ser manuseadas com o máximo cuidado, não devendo ser imediatamente abertas nem sujeitas a grandes pressões ou outras ações que possam cativar o seu dispositivo. Em caso de estarem armadilhadas, colocar em local isolado e seguro, requisitar as equipas especializadas em inativação de engenhos explosivos, para proceder ao seu desmantelamento.

Cartas ou encomendas postais suspeitas entregues por portador:

Os terroristas atacam individualidades por vezes através de cartas ou encomendas entregues por portador. Para conter esta ameaça, as pessoas que eventualmente possam constituir alvos potenciais devem conhecer os sinais que identificam uma provável bomba ou armadilha explosiva, e os procedimentos que se devem observar quando se recebe uma carta ou encomenda suspeita.

Devem também aprender a ensinar a reduzir as possibilidades de risco, quer em sua casa, quer no seu local de trabalho. Para tal:

 Não aceite correspondência, especialmente embrulhos ou pacotes, em seu nome numa área estranha; Indícios que levantam suspeição AUSÊNCIA DE REMETENTE MARCAS RESTRITIVAS ESCRITA IMPERFEITA POSTAGEM DE LOCAL ESTRANHO EXCESSO DE TARIFA POSTAL RÍGIDO E VOLUMOSO LETRAS OU PALAVRAS OMISSAS ODOR ESTRANHO MANCHAS 0LEOSAS FIOS E BARBANTES SALIENTES

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 Assegure-se de que os seus familiares e subordinados sabem como recusar ou proceder com correspondência imprevista em sua casa ou no local de trabalho;

 Lembre-se – Isto pode ser uma bomba? – A oferta é suspeita?

 Se um objeto, carta ou encomenda é suspeito, isole-o e chame a equipa especializada. Sempre que uma encomenda é entregue por mão, devemos adotar os seguintes

procedimentos de segurança:

 Verificar se é suspeita;

 Identificar o portador através de documento de identificação;

 Confirmar com o destinatário se está à espera, indicando o remetente;  Interrogar o destinatário se já foi alvo de ameaças anteriores;

 Se possível, procurar abrir na presença do portador;

 Ter sempre presente quais os indícios e procedimentos, na eventualidade de estar na presença de uma carta ou encomenda postal armadilhada.

Quando se confirmar que um pacote é suspeito, devem ser tomadas os seguintes

procedimentos de emergência:

 Colocá-lo num local isolado. Se possível, removê-lo do edifício e isolá-lo preferencialmente junto a uma parede

 O dispositivo explosivo não foi detonado quando o Correio o transportou para o presente local pelo que provavelmente não detonará, a não ser que tente abri-lo.

 Abrir janelas e portas;

 Evacuar a área ao redor do pacote;  Isolar a área;

 Avisar a Força de Segurança da área.

NUNCA:

 Tente abrir o pacote;

 Molhe ou coloque a carta num balde com água;

Referências

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