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EFEITOS DO ALUMÍNIO E DO MANGANÉS NO FEIJOEIRO 1

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EFEITOS DO ALUMÍNIO E DO MANGANÉS NO FEIJOEIRO 1

ITAMAR PEREIRA DE OLIVEIRA e EURÍPEDES MALAVOLTA3

RESUMO - Trinta e oito cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris L.) foram submetidas a tratamentos de 0, 6,12, 18 e 24 ppm de alumínio e 0, 30, 60,90 e 120 ppm de manganês, em solução nutritiva em combinação fatorial. Análises de regressão do peso da matéria seca da planta inteira permitiram separar as cultivares em três grupos em relação ao alumínio: a. Tolerantes - cultivares que apresentam máximos de produção de matéria seca na presença de 14 a 16 ppm de alumínio: Jalo, Mulatinho Paulista, Rico-baio 1014, Roxo 760. b. Medianamente sensíveis - cultivares que apresentaram mínimos de produção em solução com 14 a 15 ppm de alumínio: Jamapa e Porrillo Sintético. c. Sensíveis'cultivares que apresentaram mínimos de produção entre 2 a 9 ppm de alumínio: Carioca, Costa Rica, Costa Rica 1031, Cuva 168 N, Goiano Precoce, Rico Pardo, Rio Tibagi e Tambó. Análises de regressão deste mes-mo parâmetro permitiram separar as cultivares em dois grupos em relação ao manganês: a. Mediana-mente sensíveis - cultivares que apresentaram mínimos de produção entre 102 a 118 ppm de manga-nês: Carioca, CR 911, Cuva 168N, Rico Pardo e Rio Tibagi. b. Sensíveis - cultivares que apresenta-ram mínimos de produção em solução na presença de 72 a 99 ppm de manganês: Costa Rica 1031, Goiano Precoce, Jamapa, Porrilio Sintético e Rosinha. Algumas cultivares não puderam ser classifica-das nos grupos tolerantes e sensíveis, porque as raízes classifica-das respectivas equações de regressão apresen-taram valores fora do campo experimental (0, > AI > 24 e O > Mn > 120). Por esse motivo, não foi possível concluir seguramente sobre os dados obtidos.

Termos para indexação: toxidez de alumínio, toxidez de manganês, máximo e mínimo de produção, análises de regressão, Phaseolus vulgaris (L.).

ALUMINIUM AND MANGANESE EFFECTS ON BEANS

ABSTRACT - Thirty eight bean (P/,aseous vulgatis L) cultivars were grown in nutrient solution under a factorial treatment using 4 leveIs of AI (0, 6, 12, 18 and 24 ppm) and 4 leveIs of Mn (0. 30, 60,90 and 120 ppm) to study their behavior in presence of Ai and Mn. By applying regression analysis to dry niatter yield data it was possible to classify said varieties to AI effect in a. Tolerant - cultivars whose maximum yield appeared in the presence of the element at 1416 ppm: Jalo, Mulatinho Paulis-ta, Ricobaio 1014 and Roxo 760; b. Moderately sensitiva - cuitivarswhose minimum yield occurred in solutions having between 14 and 15 ppm of AI: Jamapa and Porrillo Sintético; c. Sensitiva - cultivars whose yield showed a minimum when the nutrient solution had between 2 and 9 pprn of AI: Carioca, Costa Rica, Costa Rica 1031, Cuva 168W, Goiano Precoce, Rico Pardo, Rio Tibagi and Tambá. Mn toxicity regression analysis allowed the foliowing classification: a. Moderately sensitiva - cultivars showing minimum yieid when the nutrient solution contained from 102 to 118 ppm of Mn: Carioca, CR 911, Cuva 168W, Rico Pardo and Rio Tibagi; b. Sensitiva - cultivars showing minimurn yield when the nutrient solution presented from 72 to 99 pprn of Mn: Costa Rica 1031, Goiano Precoce, Jamapa, Porrilio Sintético and Rosinha. The remaining cultivars could not be ciassified because the estimated values of AI or Mn leveis which would allow for maximum of minimum growth feIl outside the exper-imental concentration (0 > AI > 24 and O > Mn > 120). For this reason it was not possible to draw safe conciusions on the data obtained.

Index terms: aluminium toxicity, manganese toxicity, maximum and minimum yield, regression analysis, Pbaseolus vulgari&

INTRODUÇÃO

O alumínio, como a exemplo de outros cátions de altas valências, geralmente reduz a permeabili-

1

Aceito para publicação em 23 de novembro de 1981. Trabalho extraído de parte da tese para obtenção do Título de Doutor em Solos e Nutrição de Plantas na

2 ESALOJUSP - Piracicaba.

Eng?Agr?, M.Sc., Centro Nacional de Pesquisa de Ar-roz e Feijão (CNPÀF) - EMBRAPA, BR 153 -1cm 04, Caixa Postal 179, CEP 74000 - Goiânia, GO.

Eng? Agr?, Ph.D., Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiróz" 'ESALQ/USP, Caixa Postal 96, CEP 13400 .Piracicaba, SP.

dade do protoplasma e dificulta a entrada do fós-foro na raiz da planta. Reduz também a atividade metabólica do fósforo no tecido, a partir da raiz, segundo Wliallihan

(1948). A

concentração de alumínio da parte aérea, muitas vezes, é reduzida, devido a5 cargas do protoplasma, responsáveis pela aderência destes cátions. O excedente do alumínio do meio não é absorvido, mas acumulado na super-fície da raiz; pode combinar com o fósforo das so-luções, precipitando-o. Trabalhos de Magistad

(1925)

e Wright

(1943)

mostram que a

precipita-ção ocorre primariamente na raiz e causa, então, uma deficiência de fósforo na região meristemáti-

(2)

ca, a qual é refletida em decréscimo de produção. As plantas, segundo Howeler &Cadavid (1976), podem sofrer de toxidez causada pelo alumínio, quando a concentração na soiução do solo está acima de 1 ppm, e os sintomas aparecem nas fo-lhas, em concentrações acima de 25 ppm, nas so-luções nutritivas. Todavia, as primeiras evidências de injúrias nas plantas ocorrem na raiz, tornando--as descoloradas e atrofiando suas ramificações. O desenvolvimento é prejudicado e todo o sistema ra-dicular sofre redução. A sintomatologia vai-se agra-vando; há visível redução do desenvolvimento de ápice que pode levar a planta ao definhamento e à morte.

Revisões de Malavolta (1976) relatam que o alumínio reage com as cadeias do ácido poligalac-turãmico das paredes das células jovens, dando compostos pécticos "errados" do que resulta a perda de elasticidade e diminuição na elongação. Interfere também em reações de transferência de grupos fosforilados, na ação da hexoquinase, na formação de esteres de carboidratos e na de ácidos nucléicos.

O manganês, ao contrário do alumínio, é um elemento essencial às plantas. Absorvido pelas raízes, na forma bivalente, é encontrado nos pon-tos fisiologicamente ativos. Não se transloca apre-ciavelmente para os órgãos mais novos quando ocorre deficiência. As plantas podem absorvê-lo através de suas folhas, o que permite o uso de sãis de manganês em pulverizações, para corrigir defi-ciências (Malavolta 1976).

Malavolta (1967) relata, citando Nicholas (1957), que o manganês é ativador de enzimas oxidantes, arginase, muitas descarboxilases, desidrogenase

iso-cítrica e enzima málica. A reductase da hidroxila-mina, enzima que toma parte do sistema responsá-vel pela redução do nitrato amoniacal, depende do manganês para a sua atividade. Embora não seja bastante elucidado (Mengel & Kirkby 1978), há dúvidas quanto à função do manganês na atividade da reductase da hidroxilamina. Tem-se observado que o nitrato reductase é a única proteína respon-sável pela transferência direta de elétrons do nitra-to para amônia, em contraste com a idéia original de que esta redução teria como intermediários o hiponitrito e a hidroxilamina.

Klamt (1969) considera que solos com níveis

de manganês acima de 20 ppm são tóxicos para a maioria das culturas, enquanto que níveis inferio-res a 2,5 ppm podem ser insuficientes para algumas plantas.

Possibilidade de seleção de cultivares tolerantes ao alumínio foi relatada por Magistad (1925), com várias espécies de plantas; 1 -lanson & Kamprath (1979), com soja; Mugwira et ai. (1978) e Foy et ai. (1974), com trigo e feijão; PolIe et aI. (1978), com milho e Nogueira (1979), com sorgo sacarino. Seleção de cultivares tolerantes ao manganês é relatada por Malavolta (1976); Munns et aI. (1963a, b, c), com aveia; Ohki (1977), com al-godão, soja e sorgo; Souto & Dôbereiner (1969), com várias espécies de leguminosas.

Este trabalho tem a finalidade de selecionar cul-tivares de feijão

(Phaseolus vulgaris

L.) tolerantes ao alumínio e manganês, bem como agrupá-las de acordo com o flível de tolerância de cada cultivar.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram testadas 38 cultivares de feijão (Fhaseo!us vul-garis L.) em cinco níveis de alumínio (0, 6, 12, 18 e 24 ppm) como AICI 3 .611 2 0 e cinco níveis de manganês (0, 30, 60, 90 e 120 ppm) como MnCl 2 .4H 2 01 em

combina-flo

fatorial, conforme a relação: C 1 - Aroana, C 2 - Bico de Ouro Claro Brilhante, C 3 - Bico de Ouro Escuro, C4 - Bico de Ouro Fosco, C $ - Carioca, C 6 - Chumbinho Opa-co, C 7 - Corneil 49.242, C g - Costa Rica, C 9 - Costa Rica 1031, C IO - CR 911, C 11 - Cubano, C 12 - Cuva 168 N, - Goiano Precoce, C 14 - Guatemala 162, C 15 -Igua-pu, C 16 - Jalo, C 1., - Jamapa, C 18 - Maquiné, C 19 - Moru-na, C 20 - Mulatinho Paulista, C 21 - Pai d'Égua, C 2 - Pori-ilo Sintético, C23 - P686 F 78, C 24 - P 704 F 78, C 25 - Rico 23, C 26 - Ricobaio 1014, C 2 , - Rico Pardo, C 28 - Rio Tibagi, C 29 Rosinha, C 30 - Roxinho, C 31 -Roxo 735 F 78, C 32 -Roxo 748 F 78, C 33 - Roxo 760 F 78, - Tambó, C 35 - Tayhu, C 35 -TMD 1 807 E 78,C 37 - Turrialba e C 35 -Venezuela 350.

As sementes foram germinadas em vermiculita umede-cida com CaSO 4 10' 4 M. As plântulas permaneceram neste meio até o quinto dia após a emergência, quando, então, foram colocadas em solução nutritiva n? 2 de Hoagland & Arnon (1950), modificada (concentração de fosfato biá-cido de potássico reduzida a 0,5 M na concentração da so-lução mãe). Os micronutrientes foram fornecidos, utili-zando-se a "Solução a", tendo como fonte de feno o Fe-EDTA, de acordo com Malavolta (1976). O manganês não foi colocado na solução original, sendo adicionado apenas nos tratamentos utilizados na seleção de cultivares. As plantas permaneceram em solução nutritiva em pH controlado em torno de 5,0 com arejamento permanente, em tanques de plástico com capacidade de 30 litros, ten-

(3)

nw__co o o 0'tflQ ncre (0 00000 (00rfl0 ON O CO CO fl N (0 ei Ç'nO.0 co do doo roo 'o .0 .0 .0 .0 ro Laco (no 00 N(q0ç0 -o- o dodoo oo o, 13 2Ofl.Omu OOWONO 00 O "ts 'o 5 eiN.N0 00 coN,.WN CC-. lq (Or.tN.IIt Cio 00000 flO -o soou o Noei 0?'- COOoroc-i LaN .»-t"t'q . o. 00000 0 o so o co -0 0N,.fl 0(0 L0000, ,C0 ONNN IQO oodoo -o0 5 >5 <<<CC 00 .0 o .0 o o co o E o E a e o e O) o .2 -

e

'O O) E -c a o "O 5) Es O . o a" O)

III

o c

EFEITOS DO ALUMÍNIO E DO MANGANÊS 551

do, nos bordos superiores, as dimensões de 70 cm x 46,50 cm e 20 cm de profundidade.

As plantas foram colhidas após quatro semanas, as raí-zes foram destacadas da parte aérea, lavadas em água dc torneira e água destilada; sofreram pré-secamento ao natu-ral e ambas as partes foram condicionadas em sacos de papel perfurados. Completou-se o secamento, em estufa à temperatura 70-80°C, por um período de doze horas.

O delineamento utilizado foi o de blocos ao acaso com quatro repetições, sendo os tratamentos de alumínio e manganês dispostos em combinação fatorial. Foi conside-rada uma planta por repetição.

Para avaliar os efeitos dos tratamentos sobre as cult iva-res, foram determinados a altura da planta, o comprimen-to da raiz, o peso da matéria seca da parte aérea, o peso da matéria seca da raiz e peso da matéria seca total.

Os dados de produção da matéria seca total (Y) fo-ram submetidos à análise de variáncia e análise de regres-são. Procurou-se adaptar os dados por cultivar em equa-ções do modelo:

22

Ysbo+b 1 x 1 +b 2 x2 +B 11 x+b 12 x 1 x 2 +b 22 x 2 ,onde: bo- termo constante da equação de regressão.

b 1 , b 2 , b1 a' b 12 , b 22 - coeficientes de regressão parcial. x 1 ex 2 níveis dos fatores (AI e Mn).

Substituindo os valores de x 1 por alumínio e manga-nês obtém-se:

Y b 0 +b 1 Al+b 2 Mn+ b 3 Al 2 + b4 AlMn. b 5 Mn2

A precisão no ajustamento dos dados foi verificada através do nível de significância dos coeficientes de deter-minação (R 2 ). Como base para a classificação das culti-vares foram usados os valores máximos e mínimos obtidos das matrizes, discutidas por Myers (1971).

a. Primeiro caso

AB >0;b 11 >Oe/oub 22 >0.

O ponto obtido da matriz equivale ao ponto da curva onde a produção é mínima.

b. Segundo caso

B<0;b 11 cOe/oub 22 <0

O ponto obtiào da matriz equivale ao ponto da curva onde a produção é máxima.

e. Terceiro caso aB <0 e iJ > O ou tB>Oeb-.<O

ConsiderafMse, neste caso, como indeterminados os pontos de máximos e/ou mínimos:

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A produção de matéria seca, representada pelo peso total (Tabelas 1 e 2) de cada cultivar testada isoladamente, foi submetida à análise de regressão. Os resultados encontram-se na Tabela 3 e permi-tem classificar as cultivares em relação aos níveis de tolerância ao alumínio e ao manganês.

Os resultados obtidos mostraram um comporta-mento diferencial entre as cultivares; algumas tive-

(4)

TABELA 2. Peso da matéria seca total das cultivares de feijão submetidas a diferentes níveis de

manga-nês, em solução nutritiva, fixando os níveis de alumínio.

c13

c22

c28

Matéria seca total (g)

Alt

Mn0

0,661 a

0,627 a

0,829 a

Mn

30

0,594 b

0,401 c

0,650 b

Mn

60

0,495c

0,354d

0,613b

Mn

90

0,536 c

0,339 d

0,570 c

Mn120

0,509d

0,453b

0,529d

C.V.

%

3,510

.

5,730

3,960

DM3

1%

0,021

0,026

0,027

TABELA 3. Valores máximos e mínimos em relação aos tratamentos de alumínio e manganês obtidos

pelas resoluções das equações de regressão; e os parámetros destas equações empregados

nas matrizes para obtenção e interpretação dos valores máximos e mínimos.

Alumínio

Manganês

Cultivares

Valores de b

Valores de x

máximo

mínimo

máximo

mínimo

C1 ' ' ' AS-O b 51 -0 b 22 >0 - ' ' ASCO b11-O b 2 2>0 - - ' - ASCO b 51 >0 b 22 -0 - - ' ASCO b 11 >0 1, 2 2-0 C5 - 6 - 109 AS>O b 15 >0 b 22 >0 C6 ' - - - ASCO b 15 -0 1, 22>0 AS-O b 1 5-0 1, 22 >0 -

-

4

. . AS>0 b 51 >O b32>O x 2 >2

5 83 AS>O b 51 >0 b 22 >0

CIO - 105 AB>0 b 15>O b 23 >O x 5 <'2

cil - . ASCO b 11 -0 b 23 >0 - 7 - 102 A8>0 b 51 >0' b 22 >0 - - 8 - 95 AS>O bjj>O 1, 22 >0 - - . - - AB<0 b55-0 b 22 -0 - C 15 - - ' - ASCO b110 b 22 >O - Clõ 16 - - ASCO b 11 Co b 22 >0 - IS . 90 AB>0 b 51 >O 1, 42 >0 cili - ASCO b 51 -0 b 32 >0 C 59 - . ASCO b 11 0 b 2 >0 - 14 . - . AB<0 b j1 CO 1, 22 >O - - - - ASCO b 11 O b 2 2-0 *

- 14 - 72 AB>O b 15 >O b 22 >O

- - - - AB<O b51-O b 22 >O -

C24 - - - - ASCO b51-0 1, 22 >O -

- - A8>0 b 11 >0 b 22 >O xt<.2,xz>2

14 - - - ASCO b 11 CO b 22 >0

7 - 112 A8>O b 15 >O 1, 23 >O

- 9 - lia A8>0 b 11 >O 1, 22>O

99 AS>0 b 15 >0 b 22 >0 c 5 <-2 - AS>O b, 1-O b 2 2>0 x 2 <-2 - - - ASCO b150 b 22 >O - ' - - 15S<0 b,j-0 b 22 >0 - 15 - - - ASCO b 15 <0 b 22 >O 2 . AS>O b 11 >0 b 22 >0 x 2 >2 AB>O b 11 >0 1, 2 2>O x 1 <-2.x 2 >2 - - ASCO b,5-0 1, 22>0 - AB>0 b15>O b 22 >0 x1 <-2,x 2 >2 ASCO b 11 0 b23>0

(5)

EFEITOS DO ALUMÍNIO E DO MANGANÊS

553

ram sua produção de matéria seca aumentada, até

certo ponto, em presença do alumínio, enquanto

que outras foram prejudicadas por esse elemento,

Os resultados obtidos concordaram com McLean

& Gilbert (1927). Foi possível, de acordo com

esses autores agrupar, as cultivares em faixa de

tolerância dentro dos níveis testados.

a. Tolerantes - as cultivares apresentaram

máxi-mos de produção da matéria seca na presença de

14 a 16 ppm de alumínio:

C 16 -Jalo (16 ppm), C 20 Mulatinho Paulista

(14 ppm), C 26 Ricobaio 1014 (14 ppm) eC 33

-

Roxo 750 (15 ppm).

b. Medianamente sensíveis - as cultivares que

apresentaram mínimos de produção de 14 a 15

ppm de alumínio:

C 1 , - Jamapa (15 ppm) e C 22 Porillo Sintético

(14 ppm).

c. Sensíveis - cultivares que apresentaram

míni-mos de produção de 2 a 9 ppm de alumínio:

C - Carioca (6 ppm), C 8 Costa Rica (4 ppm),

- Costa Rica 1031 (5 ppm),

C1 2

- Cuva 168 N

(7 ppm), C 1 Goiano Precoce (8 ppm), C 2

7

-

Ri-co Pardo (7 ppm), C 25 - Rio Tibagi e C 34 - Tambá

(2 ppm).

Os parâmetros de crescimento utilizados para a

avaliação dos resultados foram: altura da planta,

comprimento da raiz, peso da matéria seca da

par-te aérea, peso da matéria seca da raiz e peso da

matéria seca total. Esses parâmetros podem ser

uti-lizados para avaliar o comportamento de plantas

em relação ao alumínio, como podem ser revistos

em trabalhos de Foy et aI. (1972), na observação

do desenvolvimento de plântulas contendo

alumí-nio; de Foy et al. (1969), em estudo do efeito do

alumínio no colapso de pecíolos e de Howeler

& Cadavid (1976), na observação do crescimento

relativo percentual na presença e ausência do

alu-mínio.

Algumas cultivarés aumentaram a produção de

matéria seca em solução contendo alumínio.

Magistad (1925) relata que pequenas quantidades

de alumínio são benéficas às plantas, devido a um

efeito catalítico desse elemento no processo da

fotossíntese. A diferença no comportamento das

cultivares pode ser atribuída ao grau de

permeabi-lidade da membrana celular, que permite o

alumí-nio penetrar na célula. O alumíalumí-nio provoca coagu-

lação de proteínas e cria diferentes condições para

os cátions presentes, o que permite saída rápida de

cálcio, potássio e outros elementos.

Foi observado que todas as cultivares tiveram o

mesmo comportamento em relação ao manganês.

Apresentaram mínimos de produção e não foram,

por isso, classificadas como tolerantes, mas

agrupa-das dentro agrupa-das faixas de sensibilidade.

& Medianamente sensíveis - as cultivares que

apresentaram mínimos na faixa de 102 a 118 ppm

de manganês:

C 5 - Carioca (109 ppm), C 10 - CR 911 (105

ppm). C 12 - Cuva 168 N (102 ppm), C 27 - Rico

Pardo (102 ppm) e C 23 -Rio Tibagi (118 ppm).

li. Sensíveis - as cultivares que apresentaram

mínimos na faixa de 72 a 99 ppm de manganês:

C 9 - Costa Rica 1031 (83 ppm),

C1 2

- Goiano

Precoce (95 ppm), C 1 , - Jamapa (90 ppm), C 22

-

Porillo Sintético (72 ppm) e C 29 - Rosinha (99

ppm).

Munns etal. (1963 c) discutem as diferenças

va-rietais em relação à tolerância ao manganês, em

trabalhos com aveia, através de mecanismos da

cinética de absorção e translocação do manganês

dentro da planta. De modo geral, o manganês

absorvido pelas raízes pode chegar ao topo da

planta não diretamente, mas através de etapas. As

diferenças dos genótipos podem se manifestar de

acordo com a variação no volume de manganês

acumulado no tecido e na capacidade da planta

em liberar este elemento dentro do vegetal.

Traba-lhos realizados por Vose & Jones (1963) e Souto

& Dtsbereiner (1969) relataram variações no grau

de tolerância ao manganês entre as diversas

espé-cies cultivadas.

Algumas cultivares não puderam ser

classifica-das entre os grupos tolerantes e sensíveis. As

raízes das respectivas equações de regressão saíram

do campo experimental (0 > AI > 24 e 0> Mn>

120) e, por esse motivo, não foi possível tirar

con-clusões seguras.

O alumínio e o manganês afetaram o

desenvol-vimento da planta cujos efeitos foram observados

na altura da planta (Tabelas 4 e 5), no

comporta-mento da raiz (Tabelas 6 e 7), no peso da matéria

seca da parte aérea (Tabelas 8 e 9), no peso da

ma-téria seca da raiz (Tabelas 10 e 11). Não foi

observa-da mesma constância nos efeitos destes elementos

(6)

TABELA 4. Altura das cultivares de feijão submetidas a diferentes níveis de alumínio em solução nutritiva, fixando os níveis de manganês.

c 16

c 20

Tolerantes

c 26

c 33

Sensíveis

c 28

C34 Altura da planta (cm)

AI0 Mn. 51,800a 26,750b 30,500a 23,100a 31,200b 38,100b 28,300a A16 41,600 b 43.450 a 31,650 a 34,100 a 43.650 a 40,400 a 23,750 b AI1 2 29,950 c 25.500 b 26,900 c 17.100 c 16,550 c 32.300 c 19,650 c AIts 26,700 d 21,300 c 28,350 b 16,900 c 17,100 c 22.050 c 16,050 d Al24 24,900 d 18,300 d 24.000 d 16,000 c 14,500 d 32,900 c 14.550 d C.V. % 5,049 6,185 5,546 6,065 7,762 4,250 9.578 DM520 1% 1,913 1,825 1,392 1,408 2,044 1,622 2,133

TABELA S. Altura das cultivares de feijão submetidas a diferentes níveis de manganês em solução nutritiva, fixando os níveis de alumínio. Cia C22

c ia

Altura da planta (cm) AI. Mn0 25.900 a 28,700 a 36,900 a Mn30 19.200 b 21,150 b 37,950 a Mn60 16,550 c 20,500b 33,050 b Mn90 15,800 c 19,500 cb 32,200 b 18,100b 21,100b 34,150b C.V. % 6,969 6,096 4,250 DM520 1,422 1,464 1,622

TABELA 6. Comprimento da raiz das cultivares de feijão submetidas a diferentes níveis de alumínio em solução nutriti' va, fixando os níveis de manganês.

C16 C20 Tolerantes C26 C33 C17 Sensíveis C26 C34 Comprimento da raiz (cm) AI0 Mn. 52,350 a 25,950 li 32,550 a 20,050 b 35,750 b 39,450 b 30,650 a AI4 44,500 b 42,050 a 33.900 a 36,100 a 46,250 a 41,5508 25,600 b 12 30.100 c 22,000 c 28,650 bc 17,550 dc 17,750 c 32,650 dc 18,850 c A118 27,150 c 19,100 d 31,850 ab 11,900 C 18,500 c 34,250 c 18,450 c Al24 26.940 cd 16.300 de 27,550 c 16,300 d 17,550 c 34.400 c 16,300 d C.V. % 4,020 10,730 5,090 5,200 6,860 4,390 5,480 DMS20 1,560 2,849 1,685 1,259 1,999 1,716 1,291

(7)

EFEITOS DO ALUMÍNIO E DO MANGANÊS 555

TABELA 7. Comprimento da raiz das cultivares dc feijão submetidas a diferentes níveis de manganês em solução nutri-tiva, fixando os níveis de alumínio.

C13 - C 2 2 C 28 Comprimento da raiz (cm) AI Mn 0 28,900a 31,250a 37,150a i Mn 30 22,250 b 23,850 b 38,250 a Mn 50 16,400c 22,150c 34,950cb Mn 90 17,500 bc 22,150 c 37,500 ab Mn 120 20,650 b 23,800 b 36,250 b C.V. % 17,070 5,520 4,390 DM8 20 1% 3,873 1,448 1,716

TABELA 8- Peso da matéria seca da parte aérea das cultivares de feijão submetidas a diferentes níveis de alumínio em solução nutritiva, fixando os níveis de manganês em solução nutritiva.

Tolerantes Sensíveis

Matéria seca da parte aérea (9)

AI 0 Mn. 0,709 a 0,356 c 0.475 c 0,381 d 0,600 a 0,596 a 0.345 a AI 6 0,632 c 0,454 ab 0,571 b 0,371 d 0,473 a p532 c 0,261 c 0,659 b 0,467 a 0.598 b 0,545 b 0,515 b 0,471 b 0,225 d 0,663 b 0,478 a 0,661 a 0.606 a 0.522 ab 0.552 ab 0,293 b Al 24 0,626 c 0,439 b 0,493 c 0.460 c 0,547 a 0,566 a 0,304 b C.V. % 4,280 5,050 4,690 5,660 5,000 4,760 4,690 DM8 20 1% 0,022 0,023 0,028 0,028 0,028 0,027 0,014

TABELA 9. Peso da matéria seca da parte aérea das cultivares de feijão submetidas a diferentes níveis de manganês em solução nutritiva, fixando os níveis de alumínio,

C 1 3 C 22

Matéria seca da parte aérea (g)

Ali Mn 0 0,554 a 0,543 a 0,713 a Mn 30 0,506 b 0,341 c 0,555 b Mn 60 0,428 d 0,309 d 0,524 c Mn 90 0,467 c 0,287 e 0,481 d Mn 120 0,444d 0,383b 0,444 e C.V. % 4.360. 4,960 4,760 DM820 1% 0,022 0,019 0,027

(8)

TABELA 10. Peso da matéria seca da raiz das cultivares de feijão submetidas a diferentes níveis de alumínio em solução nutritiva, fixando os níveis de manganês.

c

16

e20

Tolerantes

C 26 c33 Cil

Sensíveis

c26 c34

Matéria seca da raiz (g)

AI 0 Mn. 0.091 c 0,075 c 0.087 e 0.098 c 0,143 a 0,099 b 0,047 a AI 6 0,141 a 0,150 a 0,106 a 0,154 a 0,136 a O,lOSab 0,042 a A1 12 0,133 ab 0,093 b 0,113 a 0,077 c 0,103a 0,068 c 0,026 b AI 18 0,129 b 0,054 d 0,101 ab 0,105 b 0,093 e 0,091 b 0,048 a AI 24 0.090 e 0,083 be 0,085 e 0,071 c 0,083 c 0,110 a 0,042 a C.V. % 8,720 11,440 10,620 11,040 9,570 9,970 15,910 DM5 20 1% 0,011 0.011 0.011 0,012 - 0,011 0,008 0,007

TABELA II .Peso da matéria seca da raiz das cultivares de feijão submetidas a diferentes níveis de man-ganês em solução nutritiva, fixando os níveis de alumínio.

C 13 C 22

Matéria seca da raiz (g) AI. Mn 0 0,107 a 0,099 a 0,116 a Mn 30 0.083 b 0,059 c 0,095 b Mn 60 0,066 e 0,048 dc 0.089b Mn 90 0,069 c 0.055 e 0.089 b Mn 120 0,065 e 0,070 b 0,085 bc C.V. % 9,330 12,260 9,970 DM3 20 0,008 - 0,009 0,008

sobre os parâmetros instalados e por esse motivo optou-se pelo peso da matéria seca total na seleção de cultivares, porque esse parSmetro reúne outros parâmetros e reflete o desenvolvimento geral da planta.

CONCLUSÕES

1.0 uso de regressão utilizando peso da matéria seca total permitiu agrupar as cultivares, em rela-ção ao alumínio, em tolerantes, medianamente sensíveis e sensíveis propriamente ditas.

2. O

mesmo processo, em relação ao manganês,

permitiu agrupar as cultivares em medianamente sensíveis e Sensíveis.

3. Algumas cultivares não puderam ser classifi. cadas nos grupos tolerantes e sensíveis porque os valores de máximos e/ou mínimos extraídos das equações de regressão caíram fora do limite expe-rimental.

4. O peso seco da parte aérea, o peso seco da raiz, a altura da planta e o comprimento da raiz

fo-ram afetados pelo alumínio e pelo manganés.

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(9)

EFEITOS DO

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E DO

MANGANÊS 557

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