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Tratamento da Disfunção Erétil após Prostatectomia Radical

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Academic year: 2021

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Dissertação – Artigo de Revisão Bibliográfica

Mestrado Integrado em Medicina – 2012/2013

Tratamento da Disfunção Erétil após Prostatectomia

Radical

João Vasco do Nascimento Barreira

Orientador:

Dr. Nuno Rossano Monteiro Louro

(2)

Tratamento da Disfunção Erétil após Prostatectomia

Radical

Treatment of Erectile Dysfunction after Radical Prostatectomy

João Vasco do Nascimento Barreira

1

Orientador: Dr. Nuno Rossano Monteiro Louro

2

1 Aluno do 6º ano profissionalizante do Mestrado Integrado em Medicina.

Endereço: Loteamento S. José Lote 8, 5400-581 Chaves Joao_vaxco@hotmail.com

Afiliação: Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar Rua de Jorge Viterbo Ferreira nº228, 4050-313 Porto, Portugal

2 Assistente convidado do Instituto de Ciências Abel Salazar; Assistente Hospitalar

de Urologia

Afiliação: Hospital de Santo António – Centro Hospitalar do Porto Largo do Prof. Abel Salazar, 4099-001 Porto, Portugal

(3)

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Dr.º Nuno Rossano Monteiro Louro por ter aceite a orientação científica deste trabalho, e pela disponibilidade e simpatia com que sempre procurou esclarecer as minhas dúvidas.

(4)

LISTA DE ABREVIATURAS

DE – Disfunção Erétil

PR – Prostatectomia Radical

IIEF - Índice Internacional da Função Erétil FE – Função Erétil

PRL - Prostatectomia Radical Laparoscópica

PRLR - Prostatectomia radical laparoscópica assistida por robot PSA - Antigénio prostático específico

PRPN - Prostatectomia radical com preservação nervosa iPDE5 - Inibidores da fosfodiesterase-5

PGE1 – Prostaglandina E1

TGF- β1 – Fator de transformação de crescimento β-1 ET-1 - TGF- β1 dependente de endotelina-1

APAs – Artérias Pudendas Acessórias DCV - Dispositivo de constrição de vácuo

(5)

RESUMO

A disfunção erétil (DE) é uma complicação bem reconhecida decorrente de cirurgias pélvicas. A procura de ótima qualidade de vida pós-operatória tem sido cada vez mais importante e a DE pode ter um profundo efeito nesta. A incidência do cancro da próstatacontinua a aumentar, o diagnóstico tende a ser feito em estadios mais precoces de doença do que antigamente, e um maior número de homens acaba por ser submetido a terapêuticas com intenção curativa, nomeadamente a prostatectomia radical (PR).

A patofisiologia da DE pós PR envolve três fatores major: lesão neural, lesão vascular e danos no músculo liso corporal. Consequentemente, a recuperação da função erétil (FE) está dependente do grau e reversibilidade dessas lesões.

Concomitantemente ao acentuado avanço cirúrgico, também o tratamento da DE mudou drasticamente ao longo dos anos.

O conceito de reabilitação penianaprecoce após PR ocorreu na década de 1990. A profilaxia farmacológica com fármacos orais ou intracavernosos, bem como o uso de outros dispositivos, podem ter um papel crescente nas estratégias terapêuticas que visem a preservação da FE pós-operatória. Novos desenvolvimentos, incluindo a reconstrução do nervo cavernoso e mecanismos de neuroprotecção são baseados em pressupostos interessantes, mas requerem um estudo de longo prazo.

  É neste seguimento que surge este trabalho, no qual se pretende fazer uma revisão bibliográfica e análise crítica do tratamento da DE pós PR. Focar a atenção sobre esta temática permitirá conhecer as vantagens das terapias propostas bem como uma sistematização dos conhecimentos nesta área e consequente contributo para uma melhor prática clínica.

(6)

ABSTRACT

Erectile dysfunction (ED) is a well recognized complication resulting from pelvic surgery. The demand for good post-operative quality of life has been increasingly important and ED can have a profound effect on this. The incidence of prostate cancer continues to increase; the diagnosis tends to be done at earlier stages of the disease than before, and a greater number of men will eventually be subjected to curative therapy, including radical prostatectomy (RP).

The pathophysiology of ED after RP involves three major factors: neural injury, vascular injury and damage to the corporal smooth muscle. Consequently, the recovery of erectile function (EF) is dependent on the degree and reversibility of these lesions.

Concurrent with the sharp advancement  of surgery, also the treatment of ED

has changed dramatically over the years.

The concept of early penile rehabilitation after RP occurred in the 1990s. The pharmacological prophylaxis with oral agents or intracavernosos as well as the use of other devices, may have an increasing role in therapeutic strategies aimed at preservation of EF postoperatively. New developments, including the reconstruction of the cavernous nerve and mechanisms of neuroprotection based contexts are interesting, but they require a long-term study.

It is in this context that this paper appears, and it intends to review the existing literature and make a critical analysis of the treatment of ED after RP. Focusing attention on this issue will reveal the advantages of proposed therapies as well as a systematization of knowledge in this area and the resulting contribution to a better clinical practice.

(7)

ÍNDICE

INTRODUÇÃO 6

OBJETIVOS 9

MÉTODOS 10

PREVALÊNCIA DA DE APÓS PROSTATECTOMIA RADICAL 11

PRESERVAÇÃO DA FUNÇÃO ERÉTIL APÓS PROSTATECTOMIA RADICAL 12

FISIOPATOLOGIA DA DE PÓS PR 12

TRAUMA NERVOSO 12

ALTERAÇÕES DO MÚSCULO LISO CORPORAL /OXIGENAÇÃO CAVERNOSA 12

LESÃO ARTERIAL 13

SELEÇÃO DOS DOENTES PARA PRPN 14

TRATAMENTO 16

1.PRIMEIRA LINHA 16

1.1.TERAPIA ORAL 16

1.2.DISPOSITIVOS DE VÁCUO E ANÉIS DE CONSTRIÇÃO 18

2.SEGUNDA LINHA 19

2.1.INJEÇÕES INTRACAVERNOSAS 19

2.1.1.ALPROSTADIL INTRAURETRAL 20

3.TERCEIRA LINHA 20

3.1.PRÓTESES PENIANAS 20

4.OUTRO TRATAMENTOS 21

4.1.ESTIMULAÇÃO NERVOSA INTRACAVERNOSA 21

4.2.RECURSO A ENXERTOS DO NERVO SURAL 21

4.3.FATORES DE CRESCIMENTO PARA REGENERAÇÃO DO NERVO CAVERNOSO 21

REABILITAÇÃO PENIANA 22

CONCLUSÃO 25

(8)

INTRODUÇÃO

A ereção peniana é um evento neurovascular complexo que envolve a interação de vários sistemas fisiológicos: o sistema nervoso central (SNC), o sistema nervoso periférico, o músculo liso peniano, sistema vascular bem como o sistema hormonal (1). O relaxamento do músculo liso peniano é necessário para a ereção, resultando num fluxo de sangue para as estruturas do pénis, culminando num aumento da pressão intracavernosa (2). Deste aumento de pressão resulta a

compressão das vénulas subtúnicas contra a túnica albugínea (mecanismo veno-oclusivo), reduzindo-se simultaneamente a drenagem venosa dos corpos cavernosos. Este efeito duplo aumenta ainda mais a pressão dentro dos corpos cavernosos, possibilitando a ereção. O relaxamento do músculo liso durante a ereção depende da diminuição do cálcio intracelular, quer através do encerramento dos canais de cálcio da membrana, quer da entrada do cálcio no retículo endoplasmático (3). O Óxido Nítrico é provavelmente o principal neurotransmissor

que medeia a ereção peniana. Ele é responsável pela ativação da enzima guanilato ciclase. Esta enzima citoplasmática aumenta a formação de um mensageiro secundário, cGMP. Elevados níveis de cGMP periféricos promovem o efluxo de Ca

2+ das células do músculo liso cavernoso potenciando o relaxamento muscular, e

levando a um maior afluxo sanguíneo para os corpos cavernosos, ajudando assim a obtenção e manutenção de uma ereção peniana (4).

A enzima fosfodiesterase-5 degrada o cGMP, levando à contração do músculo liso peniano e à detumescência. A inibição desta enzima aumenta os níveis de cGMP e facilita a ereção. Um aumento dos níveis de cAMP propicia também a ereção. Muitos neurotransmissores, incluindo VIP e PG, estimulam a formação de cAMP, relaxando, assim, o músculo liso peniano (4).

Durante a detumescência peniana, uma drenagem venosa aumentada através de canais de efluxo diminui a pressão intracavernosa. O estado flácido do pénis é assim mantido pela contração do músculo liso peniano causado pela acumulação intracelular de iões de Ca 2+, efetuada principalmente pela estimulação

de receptores α1 - adrenérgicos através da noradrenalina (5, 6).

A disfunção erétil (DE) é clinicamente definida como a incapacidade de obter e/ou manter uma ereção peniana suficiente para sustentar uma relação sexual satisfatória, durante pelo menos três meses (7). A DE tem um impacto negativo na

(9)

qualidade de vida quer do doente, quer da sua parceira (8). Estima-se que a prevalência de qualquer tipo de DE, incluindo as ligeiras, atinge aproximadamente 840.000 portugueses, correspondente a 24% da população com mais de 18 anos. Contudo, a prevalência global da DE significativa, grau moderado a grave, é muito menor – 204.000 homens (5,8%)(9).

A DE pode ser de origem psicogénica ou orgânica, sendo que na maior parte dos casos a etiologia constitui uma mistura de ambas. As orgânicas abrangem a DE neurogénica, hormonal, arterial, cavernosa e a induzida por fármacos. O componente psicogénico parece ser mais importante em homens jovens (com menos de 35 anos) (10) e em homens mais velhos que iniciaram uma relação sexual

com nova parceira. Algumas das patologias mais prevalentes nos homens idosos como a doença vascular e diabetes têm um papel essencial, sendo que mais de metade dos homens acima dos 50 anos possui DE secundária a doença vascular (11).

Finalmente, a presença de DE, qualquer que seja a causa, é por si só capaz de criar stress psicológico, o que reduz a probabilidade de alcançar o desempenho erétil adequado (12).

Apesar de a DE poder atingir qualquer idade os homens mais velhos veem o seu risco aumentado devido a inúmeros fatores, nomeadamente a idade, as doenças associadas, diversos medicamentos, hábitos de vida. Quer a prevalência quer a severidade da DE aumentam com a idade, que é considerada um fator de risco independente (12, 13). Os homens diabéticos têm três vezes mais probabilidade de desenvolver DE quando comparados com não diabéticos. Relativamente às doenças cardiovasculares, existem estudos epidemiológicos que demonstram associação entre DE e doença cardíaca, pressão arterial elevada, doença vascular periférica e diminuição dos níveis de HDL (12). Outros fatores de risco a considerar são os hábitos tabágicos (12), a medicação (fármacos com ação hormonal,

psicotrópicos e anti-hipertensores) (14), o consumo de álcool e outras drogas

(cocaína e heroína) (12), e os distúrbios de humor (90% dos homens com depressão

severa, 60% com moderada e 25% com ligeira reportaram sintomatologia de DE moderada a severa) (12).

A doença oncológica constitui um dos principais problemas de Saúde Pública na Europa e em muitos países a nível mundial. Globalmente, o número absoluto de doentes tem vindo a aumentar ao longo das últimas décadas. Na Europa, o cancro da próstata representa cerca de 12% de todos os cancros(15, 16), sendo a segunda

causa de morte por patologia oncológica nos homens, responsável por uma em cada 10 mortes por cancro nos países desenvolvidos.

(10)

Em Portugal, o número de novos casos por ano foi estimado em cerca de 4.000. Atualmente, o cancro da próstata é a segunda causa de morte por cancro, em Portugal, logo a seguir ao cancro do pulmão(16). Nos últimos anos, o rastreio sistemático, e o desenvolvimento de campanhas de rastreio tiveram um papel fundamental no aumento dos casos diagnosticados em fase inicial(17) e este aumento

da incidência do cancro da próstata reflete-se num maior número de PR realizadas. A PR é uma opção terapêutica cada vez mais utilizada para doentes com cancro da próstata clinicamente localizado e com expectativa de vida de pelo menos 10 anos (18). O trabalho pioneiro de Walsh e Donker(19) contribuiu significativamente

para a compreensão da anatomia cirúrgica da próstata e constitui as bases para o posterior desenvolvimento da técnica da prostatectomia radical anatómica, ou seja, uma abordagem cirúrgica que visa remover completamente a próstata, facultando o controlo do cancro, mantendo a integridade das estruturas anatómicas dedicadas às funções de continência urinária e potência sexual(20).

Atualmente, existem várias técnicas, mas apesar da ampla difusão da prostatectomia radical laparoscópica (PRL) e da prostatectomia radical laparoscópica assistida por robot (PRLR), poucos estudos que comparem os resultados destas técnicas com a prostatectomia radical retropúbica (PRR) estão disponíveis(21). Embora a PRL e PRLR obtenham significativamente menor perda

sanguínea e taxas de transfusão e têm todas as vantagens tradicionais de um procedimento minimamente invasivo, não é possível afirmar superioridade de uma abordagem cirúrgica em termos funcionais. É provável que a questão mais crítica seja a seleção do melhor cirurgião, em vez da abordagem cirúrgica escolhida.(21)

Desde os relatos iniciais sobre a técnica da prostatectomia, um número crescente de estudos relatam taxas pós-operatório muito satisfatórios de continência urinária, enquanto a preservação da FE pós-cirurgia mostrou claramente ser um grande desafio para a maioria dos urologistas(22). Esta constatação contribuiu para o

desenvolvimento de um interesse crescente no esclarecimento da fisiopatologia da DE pós-operatório, bem como, na profilaxia e tratamento potencial. Além disso a DE pós PR revelou ter um efeito profundo na qualidade de vida. Foi mostrado que mais de 70% dos doentes submetidos a PR retropúbica tinha uma qualidade de vida moderadamente ou fortemente afetada pela DE pós-operatória, quando investigado(23).

(11)

OBJETIVOS

A função sexual deve ser considerada um fator essencial para a manutenção da qualidade de vida e, como tal, para os homens submetidos a PR existe hoje uma plenitude de opções terapêuticas capazes de proporcionarem a recuperação da FE pós-cirúrgica.

Este trabalho pretende abordar o tratamento da disfunção erétil pós prostatectomia radical, facultando uma revisão da literatura mais atual na matéria em causa.

(12)

MÉTODOS

A pesquisa de artigos foi realizada em sites de publicação científica, nomeadamente a MEDLINE-PubMed, Up ToDate, Elsevier Masson, Guidelines da European Association of Urology. Teve início em Setembro de 2012, terminando em Junho de 2013.

A seleção ou exclusão de artigos realizou-se de acordo com o conteúdo do título e/ou resumo. Não foi restringida a pesquisa quanto à revista de publicação nem à língua de publicação.

As palavras-chave utilizadas incluem Erectile dysfunction; Radical prostatectomy; Penile rehabilitation.

(13)

PREVALÊNCIA DA DE APÓS PROSTATECTOMIA RADICAL

O atual dilema em torno da DE pós PR é a grande variação nas taxas de potência relatados em estudos publicados. A prevalência de DE pós PR tem um variação significativa, com as taxas a variarem de 20% a 90%. A razão para estas discrepâncias são múltiplas, maioritariamente devida à falta de um padrão na literatura atualmente disponível. Três categorias de variáveis podem ser consideradas como problemas na avaliação da recuperação da FE pós PR: população de doentes, definição de DE, e os meios de aquisição dos dados(24).

Embora o IIEF tenha sido aceite como um instrumento válido de avaliação da DE, demonstrou-se que diferentes definições de potência pós-cirurgia produzem resultados diferentes quando aplicado aos mesmos doentes durante o mesmo tempo. Isto reforça a ideia de que a FE envolve muito mais do que a ereção peniana(25).Com base numa ampla revisão da literatura por Tal e colegas(26) ,a prevalência entre homens pós PR foi de 42%. Entre os estudos em que ocorria preservação nervosa, a recuperação da FE adequada para a relação sexual foi de 50%.

Embora a técnica cirúrgica e experiência continuem a ser as variáveis dominantes no resultado, outros fatores que afetam a DE pós-cirúrgica incluem a idade do doente, a FE prévia à cirurgia, a preservação dos feixes neurovasculares, incontinência urinária, e os tratamentos adjuvantes (radioterapia, terapia hormonal)(27).

(14)

PRESERVAÇÃO DA FUNÇÃO ERÉTIL APÓS PROSTATECTOMIA

RADICAL

Fisiopatologia da DE pós PR

A fisiopatologia da DE pós PR envolve três fatores major: lesão neural, lesão vascular e danos no músculo liso corporal. Consequentemente, a recuperação da função erétil (FE) está dependente do grau e reversibilidade dessas lesões(24).

Trauma nervoso

Reconhece-se que a lesão macroscópica dos nervos cavernosos durante PR como transeção ou lesão térmica, irá resultar numa perda permanente da FE pós-cirúrgica. Até a tração mínima dos nervos cavernosos é suscetível de causar danos a longo prazo(28). Consequentemente, a recuperação da FE tem sido atribuída, em

grande parte, ao sucesso da preservação macroscópica do feixe neurovascular no momento da PR.

Porém, a capacidade do cirurgião para preservar os nervos cavernosos na altura da cirurgia não é o único fator que influencia a FE pós PR. Conforme descrito num estudo realizado por Katz e colegas(29) 25% dos doentes que tiverem ereções funcionais, com ou sem iPDE5, nos primeiros 3 meses pós-cirurgia foram não funcionais por 6 meses. Estes dados sugerem que fatores pós-operatórios, como edema e inflamação podem levar à degeneração walleriana pós-operatória, que, por sua vez, pode ser responsável pelo prolongamento do dano dos nervos cavernosos.

Os mecanismos patofisiológicos subjacentes que levam desde a neuropraxia ou neurotomia até à DE estão muito bem documentados em modelos animais e implicam consequências tanto em células do músculo liso como endoteliais(24).

Alterações do músculo liso corporal / Oxigenação Cavernosa

As alterações no músculo liso corporal são resultado de dois mecanismos, cada um conduz a um aumento da deposição de colagénio com a diminuição da distensibilidade peniana, que se traduz em disfunção veno-oclusiva.(24)

Após a PR, na ausência de ereção devido a neuropraxia, a oxigenação cavernosa fica diminuída e, como tal, as células musculares lisas ficam expostas a um ambiente prolongado de diminuição de oxigénio. Isto resulta na inibição de prostaglandina E1 (PGE1), que suspende o seu efeito inibidor sobre substâncias

(15)

pró-fibróticas, como fator de transformação de crescimento β-1(TGF-β1) e TGF-β1 dependente de endotelina-1(ET-1). Consequentemente, o TGF-β1 promove a síntese de tecido (especialmente colagénio I e III), com a subsequente substituição do músculo liso trabecular.(24)

Num homem saudável é plausível que a alternância entre o estado flácido e ereto, ocorrendo com certa frequência, permita a preservação do tecido erétil. Depois da PR, o balanço entre o estado flácido e ereto pode ser deslocado em favor da produção de citocinas fibrogénicas, levando a mudanças estruturais e de desenvolvimento de fuga venosa(24).

A ausência de quaisquer ereções durante o período de neuropraxia tem sido implicada na produção de hipoxia peniana persistente e fibrose. Leungwattanakij e colegas(30) relataram, em ratos, que 3 meses após a lesão do nervo cavernoso a biopsia peniana revelou sobre-expressão de TGF-β1 e colagénio. Similarmente, User e colegas (31) demonstraram existência de apoptose significativa no músculo cavernoso liso trabecular, sendo substituído por colagénio. Esta apoptose e, consequente, deposição de colagénio, resulta em doença veno-oclusiva, podendo, também, causar redução peniana devido ao tecido cicatricial.

É evidente, a partir da literatura, que a DE pós PR é multifatorial. A hipóxia peniana tem sido um dos fatores precipitantes mais importantes na formação da fibrose cavernosa. A subsequente doença veno-oclusiva tem sido implicada como uma das causas mais importantes de DE de longo prazo pós RP.

Lesão Arterial

As artérias pudendas acessórias (APAs) são vasos que têm origem acima do elevador do ânus (habitualmente a partir das artérias ilíacas,femorais, obturadoras ou vesicais) e dirigem-se para o períneo anterior. O fato de se localizarem na região periprostática coloca-as em risco de lesão durante a PR(32).

As APAs são uma fonte significativa de sangue para os corpos cavernosos. Num estudo de Rosen e colaboradores(33), no qual foi realizada angiografia seletiva

bilateral da pudenda interna em 195 homens com suspeita de DE arteriogénica, as APAs foram a principal fonte de sangue para o pénis em todos os casos onde foram identificadas.

Ereções induzidas farmacologicamente provocam alterações hemodinâmicas nas APAs similares às descritas nas artérias cavernosas, sugerindo um papel funcional das APAs na ereção(34).

(16)

Num estudo realizado no Hospital Johns Hopkins, com 52 doentes com APAs identificadas, submetidos a cirurgia conservadora nervosa bilateral, o efeito da preservação da artéria mostrou aumentar a probabilidade de recuperação da FE para mais do dobro e encurtar significativamente o tempo de recuperação da FE – 6 versus 12 meses(35). No entanto, estas conclusões não foram confirmadas por outros

investigadores. Box e Colegas(36) mostraram não haver associação significativa entre a presença ou ausência de APAs e FE pré-operatória. Sacrificar APAs não se correlacionou com o tempo de recuperação da FE, qualidade pós-operatório das ereções, ou média da pontuação no IIEF.

Em qualquer doente que seja submetido a PR, o dano pode ser primariamente neurogénico, vasculogénico ou misto. O processo que vai desde a cirurgia até à recuperação é dinâmico. Tanto nervos como fluxo sanguíneo são comprometidos em cada cirurgia, o que se torna evidente pelo fato de a resolução da neuropraxia estar associada a um período de 9 a 12 meses(37).

 

Seleção dos doentes para PRPN

A prostatectomia radical com preservação nervosa (PRPN) é considerada em doentes com cancro da próstata clinicamente localizado. Os melhores candidatos são aqueles com estadiamento clínico T1 ou T2, determinado pelo toque retal e/ou ecografia transretal prostática, e, cada vez mais, pela ressonância magnética. .O estadio clínico é muitas vezes relacionado com o valor do antigénio prostático específico(PSA) e score de Gleason. Uma abordagem conservadora do feixe nervoso pode ser colocada em situações de PSA < 10 ng/ml e score de Gleason ≤ 7(38).

Os doentes considerados para PRPN devem ter potencia sexual prévia. Doentes que relatam algum grau de DE ou que fazem uso dos inibidores da fosfodiesterase-5 (

iPDE5)

pré-cirurgia são mais propensos a desenvolver DE grave pós-cirurgia(39).

A morfologia dos corpos cavernosos deteriora-se com a idade, o que pode estar relacionado com a elevada prevalência de DE nos homens idosos(40). Taxas

de recuperação da FE pós PRPN são inversamente proporcionais à idade, surgindo uma melhor recuperação em doentes mais jovens. A idade parece ser um dos

(17)

fatores mais importantes na recuperação da potência sexual. As comorbilidade também afetam a recuperação da FE pós PR, porque podem afetar os processos hemodinâmicos penianos. Diagnóstico concomitante de diabetes mellitus, hipertensão arterial, doença cardíaca isquémica ou dislipidemia, história de tabagismo são tidos em conta como fatores preditivos negativos para a recuperação da FE pós-cirúrgica(39).

(18)

TRATAMENTO

Uma vez que a DE é desencadeada por múltiplos factores, a terapêutica de intervenção deve cobrir os vários aspectos envolvidos e, sobretudo, ser orientada para cada doente em particular. A parceira do doente deve participar na discussão e escolha do tratamento. Existem intervenções básicas comuns a qualquer tipo de DE como aconselhamento sexual ou modificações do estilo de vida. Parar de fumar é recomendado devido à sua importância como risco cardiovascular e para a saúde em geral (41). O tratamento da DE é uma ótima oportunidade de controlo de doenças associadas (como diabetes, hipertensão, etc.) sendo este controlo essencial mas nem sempre suficiente para controlar a DE.

1.Primeira Linha

1.1.Terapia Oral

iPDE5 têm um papel estabelecido no tratamento da DE pós PR. Como o seu mecanismo de ação implica a presença de óxido nítrico no interior das células do músculo liso corporal, apenas os doentes submetidos a PRPN devem responder a estes agentes.

O Sildenafil restaura a resposta natural do organismo a estímulos sexuais

ao induzir o relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos, o que permite a obtenção e manutenção da ereção(42). Desejo sexual prévio e estimulação são

necessários para restabelecer a ereção. O início do efeito terapêutico ocorre em 30-60 minutos pós-administração, e a capacidade de atingir uma ereção persiste por 4-5 horas. Ingestão de alimentos ricos em gorduras pode atrasar o início de ação. Não interage com álcool, contudo o consumo de grandes quantidades de álcool pode prejudicar a FE(43).

Os efeitos colaterais mais comuns são rubor facial, cefaleias, dispepsia, rinite e perturbações da visão. Estes são mais frequentes com doses crescentes. Priapismo não foi observado em nenhum dos estudos clínicos. O tratamento com sildenafil não produz uma maior incidência de enfarte agudo do miocárdio ou angina(44).

As Principais contraindicações dos IPDE5 são o tratamento concomitante com nitratos orgânicos(p.ex. nitroglicerina) ou outras preparações de nitrato; doentes nos quais a atividade sexual esteja desaconselhada ( aqueles com angina instável,

(19)

insuficiência cardíaca grave, enfarte recente) e doentes alérgicos ou intolerantes ao sildenafil(43).

O Sildenafil está no mercado mundial desde 1988 e é, portanto, o medicamento mais extensivamente estudado neste subgrupo de doentes. Produz melhores resultados em doentes jovens (< 60 anos respondem melhor), doentes tratados com procedimento conservador nervoso bilateral, e naqueles que apresentam algum grau de FE espontânea pós-cirúrgica. É, habitualmente, administrado na dose máxima disponível, embora os doentes que tenham realizado PR respondam a doses entre os 25-50 mg. Tipicamente, a resposta melhora à medida que o tempo pós-cirurgia passa: melhores resultados são encontrados 12 a 24 meses pós-operatório(45).

Vários estudos têm examinado o papel pós-operatório do sildenafil no tratamento da DE pós-PRPN(46-48): a taxa de resposta foi desde os 35% até aos 75%

entre os que realizaram PRPN e entre 0% até 15% naqueles que realizaram cirurgia sem preservação nervosa. Um estudo recente identificou inúmeros fatores associados a um melhor resultado do restabelecimento da FE com tratamento à base de sildenafil pós-cirurgia(45). Estes incluem a presença de pelo menos um feixe

neurovascular, boa FE pré-operatória, idade menor ou igual a 65 anos, intervalo entre a PR e a iniciação da terapia >6 meses(45).

Zippe e colaboradores(48) estratificaram taxas de resposta por três intervalos

de tempo após PR e por dosagem de sildenafil usada. A taxa de resposta aumentou com o tempo durante o primeiro ano ( 3-6 meses, 44%; 6-12 meses, 55%; >12 meses, 53%), e os doentes foram mais responsivos a doses de 100 mg (71%) do que 50 mg (29%). Assim, os dados sugerem que o início precoce do tratamento é recomendado, mas uma melhoria realista na resposta não se deve esperar até 1 ano pós-cirurgia (46).

Melhoria erétil significativa foi relatada com a combinação de um dispositivo de constrição de vácuo (DCV) e citrato de sildenafil 100 mg ( tomada 1-2 horas antes de usar o DCV) em homens afetados pela DE pós PR e insatisfeitos com os resultados do DVC isolado(49). Este regime de combinação permitiu melhoria

significativa e satisfação sexual em 77% dos doentes, além disso, a adição de sildenafil foi associado a um aumento significativo na rigidez axial peniana. De notar, que 30% dos doentes responsivos a esta combinação reportaram um retorno às ereções naturais aos 18 meses de follow-up.

Tem sido sugerido que as primeiras injeções de alprostadil profiláticas pós-operatórias permitiram aos doentes uma melhor taxa de resposta subsequente ao

(20)

O Tadalafil, um iPDE5 disponível desde 2003, é eficaz a partir de 30 minutos após administração, com um pico cerca de 2 horas após. A eficácia é mantida até 36 horas(51) e não é afetada por alimentos. É administrado em doses de 10 e 20 mg. A dose inicial é de 10 mg e deve ser adaptada de acordo com a resposta do doente e efeitos secundários. Os eventos adversos, que incluem cefaleias, dispepsia e mialgias, são geralmente ligeiros e autolimitados. Ereções melhoradas foram reportadas por 67% e 81% dos homens que tomaram 10 e 20 mg de taladafil, comparado com 35% do grupo controle placebo(52).OTaladafil também melhora a ereção em subgrupos difíceis de tratar, exemplo dos diabéticos(53).

O Vardenafil, outro iPDE5 disponível desde 2003, é eficaz a partir de 30 minutos pós-administração. O seu efeito é reduzido por uma refeição pesada, e é administrado em doses de 5,10 e 20 mg. A dose inicial é de 10 mg e deverá ser ajustada de acordo com a resposta do doente e efeitos colaterais. In vitro, é 10 vezes mais potente que o sildenafil, no entanto, não significa, necessariamente, uma maior eficácia clínica(54). Eventos adversos, como cefaleias e rubor, são geralmente

leves e autolimitados. Foi relatado melhoria da FE por 66%, 76% e 80% dos homens a fazer 5, 10 e 20 mg de vardenafil, respetivamente, em comparação com 30% correspondentes ao placebo(55). Também o Vardenafil melhora a ereção em

subgrupos difíceis de tratar, como no caso dos diabéticos(56).

Até à data não existem dados disponíveis a comparar a eficácia e/ou preferência do doente para o Sildenafil, Tadalafil e Vardenafil. A escolha dependerá da frequência do coito e da experiência pessoal do doente.

1.2.Dispositivos de vácuo e Anéis de constrição

Os dispositivos de vácuo e os anéis de constrição são outra alternativa

de primeira linha úteis em doentes com ED multifatorial. Embora possam limitar a espontaneidade do ato sexual e afetar a ejaculação, uma baixa incidência de efeitos colaterais e baixo custo associado são considerações importantes. Os índices de satisfação dos doentes são altos e as complicações são geralmente mínimas, no entanto, eles são raramente utilizados. Quando a ereção inicial é satisfatória, mas o problema é a detumescência prematura, podem ser utilizados anéis de constrição. Estes são aplicados na base do pénis, onde bloqueiam o retorno venoso, mantendo a ereção. Tal como com os dispositivo de vácuo, só pode ser utilizado por um período curto e não superior a 30 minutos, devido à necessidade de oxigenação do músculo liso peniano. (57)

(21)

2. Segunda Linha

Quando os tratamentos de primeira linha falham ou não podem ser usados, um tratamento mais agressivo é necessário. Entramos, então, numa terapia designada de segunda linha. O médico deve possuir formação suficiente e capacidade de reposta em caso de complicações imediatas ou tardias.(43)

2.1.Injeções Intracavernosas

O Alprostadil, prostaglandina que atua através do relaxamento muscular, é o primeiro e único medicamento aprovado para o tratamento intracavernoso da DE(58). É a monoterapia mais eficaz em doses de 5-40 µg. A ereção sucede após 5-15 minutos e a duração está dependente da dose injetada. É necessário ensinar ao doente a correta execução das injeções, se existir uma escassa destreza manual a técnica pode ser ensinada à parceira.

A taxa de eficácia para o alprostadil intracavernoso na população em geral é superior a 70%, bem como em subgrupos de doentes ( diabéticos, por exemplo). A atividade sexual descrita após 94% das injeções e taxas de satisfação em torno dos 87-93.5 % em doentes e 86-90,3% nas parceiras.(59-61)

As complicações incluem dor peniana (50% dos doentes), ereções prolongadas (5%), priapismo (1%) e fibrose (2%)(62). A dor é geralmente autolimitada após uso prolongado, podendo ser aliviada com a adição de bicarbonato de sódio ou anestesia local (63, 64). O aparecimento de fibrose requer a suspensão temporária do

programa de injeções por vários meses. Os efeitos colaterais sistémicos são raros, o mais comum é a hipotensão leve, especialmente, quando se utilizam doses mais elevadas. Contraindicações incluem homens com hipersensibilidade ao alprostadil, aqueles com risco de priapismo e com distúrbios hemorrágicos.

As injeções Intracavernosas estão associadas a altas taxas de abandono e compliance limitada. A Taxa de abandono tem rondado os 41-68%(65, 66), com a maioria das desistências nos primeiros 3 meses.

O tratamento combinado permite que o doente possa tirar partido de diferente modos de ação dos fármacos associados, bem como reduzir os efeitos colaterais pela utilização de doses inferiores desses mesmos fármacos.

A papaverina é um inibidor não específico das fosfodiesterases. É usado em conjunto com o Alprostadil e/ou fentolamina e reduz os efeitos adversos do alprostadil, beneficiando doentes que são não responsivos à monoterapia com

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alprostadil. A fentolamina é um bloqueador alfa não específico que inibe a contração do músculo liso, potenciando o seu relaxamento. É utilizado em combinação com os dois fármacos anteriores, tendo um efeito sinérgico.(43)

Esta estratégia pode ser considerada em doentes cuidadosamente selecionados antes de se prosseguir para tratamentos de terceira linha.

2.1.1. Alprostadil Intrauretral

Uma fórmula específica de alprostadil (125-100 mg) foi aprovado para utilização na DE. A interação vascular entre a uretra e os corpos cavernosos permite a transferência de drogas entre estas estruturas(67). Ereções suficientes para a

relação sexual foram alcançadas em 30-65,9% dos doentes. A aplicação de um anel de constrição na raiz do pénis pode melhorar a eficácia.(68)

Os eventos adversos mais comuns são dor local (29-41%) e tontura (1,9-14%). Fibrose e priapismo são muito raros (<1%). Hemorragia uretral (5%) e infeções do trato urinário (0,2%) são eventos adversos relacionados com o modo de administração.

As Taxas de eficácia são significativamente mais baixos que a terapia intracavernosa(69), contudo fornece uma alternativa às injeções intracavernosas em doentes que preferem um tratamento menos invasivo, apesar de menos eficaz.

3. Terceira Linha

3.1. Próteses Penianas

O papel das próteses penianas na prática atual é limitado a doentes que não respondam a todas as outras terapêuticas supracitadas ou que não estejam interessados em usar tratamentos convencionais, preferindo uma solução permanente.

A taxa de satisfação em doentes implantados com as mais recentes gerações de próteses é superior a 90% e as grandes desvantagens, incluindo a infeção e falha mecânica, estão atualmente abaixo de 5%.(70)

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4. Outro tratamentos

4.1. Estimulação nervosa intracavernosa

Durante a cirurgia a identificação nervosa nem sempre é alcançada. O sistema CaverMap® é um dispositivo de estimulação nervosa para auxiliar na identificação intra-operatória dos nervos, comprovando, objetivamente, a preservação nervosa pós-PR.

Ainda não está claro se o uso do CaverMap aumenta a FE. O principal benefício pode passar por obrigar o cirurgião a prestar especial atenção à componente da preservação nervosa da operação, na tentativa de a realizar otimamente. (71)

4.2. Recurso a enxertos do nervo sural

Enxertos do nervo sural podem agir como modelos para a potencial regeneração nervosa pós-cirúrgica. Apesar do enxerto nervoso ser um procedimento que prolonga o tempo operatório pode ser uma opção razoável num doente jovem que realizou PR sem preservação nervosa ou PRPN unilateral.

Kim e colaboradores (72) averiguaram que 4 (33%) dos 12 doentes que

receberam um enxerto nervoso sural tinham ereções espontâneas suficientes para a relação sexual em comparação com 1 doente no grupo de controle (sem tratamento).

4.3. Fatores de crescimento para regeneração do nervo cavernoso

Estudos recentes em animais têm fornecido resultados promissores sobre o uso de fatores de crescimento vasculares e nervosos na promoção da regeneração dos nervos cavernosos danificados e, consequente, retorno da FE.

Lee e colaboradores (73) mostraram que a administração intracavernosa de fatores neurotróficos cerebrais após crioablação bilateral do nervo cavernoso em ratos preveniu a degeneração dos neurónios que continham síntase do óxido nítrico e melhoraram a recuperação da FE. Além disso, a injeção intracavernosa de fator de crescimento endotelial vascular em ratos com DE arteriogénica protegia a FE de base (73). A aplicabilidade deste conceito a um modelo humano ainda está para ser

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REABILITAÇÃO PENIANA

Uma melhor compreensão da fisiopatologia da DE pós PR, incluindo o dano tecidual induzido pela má oxigenação corporal, sustentou o caminho para o uso de esquemas farmacológicos para melhorar o preenchimento de sangue corporal no pós-operatório imediato.

O uso de um DCV foi proposto como programa de reabilitação peniana precoce para promover a oxigenação cavernosa adequada, evitando a fibrose do pénis (74).

Montorsi e colaboradores(75) mostraram que com a administração de

injeções intracorpóreas de alprostadil logo após PRPN a taxa de recuperação

das ereções espontâneas era significativamente maior quando comparada apenas com a observação. A terapia de injeção de Alprostadil deve ser iniciada tão cedo quanto possível após PR, geralmente no final do primeiro mês pós-operatório.

Brock e colaboradores (76) demonstraram que o uso contínuo de alprostadil

intracavernoso melhorou significativamente a hemodinâmica peniana e trouxe um retorno das ereções espontâneas (parcial ou total) em doentes com DE arteriogénica. Uma descoberta que confirma o potencial papel curativo para esta modalidade terapêutica em doentes selecionados.

A justificação para a utilização dos iPDE5 como reabilitação não é bem compreendido. O conceito básico consiste em administra-lo ao deitar para facilitar as ereções noturnas, o que se crê ter um efeito protetor natural na função base dos corpos cavernosos.

Schwartz e colaborares (77) demonstraram que a administração a longo prazo de sildenafil aumenta o teor de musculatura lisa intracavernosa pós-cirurgia. A administração diária de iPDE5 em doses elevadas pode ser um fator-chave na preservação do músculo liso cavernoso, o que reforça a ideia do seu uso pós-cirurgia como reabilitação para DE.

Vários estudos em modelos animais têm demonstrado um efeito positivo referente ao uso regular de iPDE5 ( Tadalafil, sildenafil ou Vardenafil) após lesão do nervo cavernoso. Tal pode resultar de um mecanismo protetor dos iPDE5 em vários tecidos envolvidos na FE.

Tem sido demonstrado em modelos de rato com acidente vascular cerebral que a administração de iPDE5 (sildenafil) aumenta os níveis cerebrais de GMP cíclico, induz neurogénese e reduz os défices neurológicos quando administrado a ratos 2 ou 24 horas depois do AVC(78, 79). Este efeito neuroprotector decorrente do

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uso crónico do iPDE5 foi mostrado por Mulhall e colegas(80) ocorrer, também, nos nervos cavernosos.

Os iPDE5 são eficazes na prevenção da fibrose. De fato, vários estudos têm demonstrado uma diminuição da deposição de colagénio e fibrose nos tecidos do pénis de animais tratados cronicamente com iPDE5(81, 82). O mecanismo molecular

subjacente parece estar relacionado com o fato de o iPDE5 ter um efeito anti-fibrótico em níveis persistentemente elevados numa variedade de tecidos e funcionar como dador de NO(83) . Além disso, foi demonstrado que os iPDE5 têm um efeito protetor contra a apoptose. Mulhall e colegas(81) mostraram que a sua

administração crónica foi capaz de reduzir o processo de apoptose cavernosa após lesão do nervo cavernoso.

A eficácia do iPDE5 na preservação do tecido é presumível ser altamente tempo-dependente. Na verdade, o efeito do Sildenafil em todas as alterações pós-lesão nervosa foi mais evidente quanto mais cedo foi administrado (84). Além disso, no modelo de rato, a maior taxa de recuperação da FE ocorreu com doses mais elevadas e maior tempo de administração de Sildenafil (81).

O primeiro estudo a comparar diretamente a capacidade de Alprostadil e iPDE5 para melhorar a recuperação peniana pós-PRPN foi publicado por McCullough e colegas (85) em 2010. Neste, dois grupos de doentes pós-PR com

cancro da próstata clinicamente localizado iniciaram o tratamento noturno após 1 mês da cirurgia com alprostadil Intrauretral (n=139) e 50 mg de citrato de sildenafil oral (n=73), respetivamente, durante 9 meses. 97 doentes completaram o ensaio do grupo alprostadil e 59 no grupo Sildenafil. O retorno da FE com recurso ao citrato de sildenafil foi comparado ao do alprostadil Intrauretral no primeiro ano de cirurgia, mostrando não haver diferença estatística em qualquer ponto de tempo entre os dois grupos.

Atualmente, está claro que os androgénios têm um efeito não só no aumento do desejo sexual, como também na manutenção e melhoria dos componentes estruturais e funcionais da ereção peniana.(86)

Existem relatos recentes de doentes que após PR receberam suplementação de testosterona sem um aumento significativo nos valores de PSA mensuráveis(87) e existem dados que sugerem que a terapia de substituição de testosterona pode melhorar significativamente a FE pós PR. A privação de androgénios é pensado afetar negativamente a FE através de 4 mecanismos principais. Estes incluem a deficiência na libertação da síntase do óxido nítrico; alterações na expressão e atividade da fosfodiesterase tipo 5; afetação da função do nervo cavernoso;

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A recuperação da FE pós PR pode ser melhorada com a utilização de androgénios. Uma diminuição destes tem sido associada a um aumento significativo da taxa de fuga venosa. Isto sugere que a suplementação com testosterona pode retardar a progressão da fuga venosa pós PR em homens com hipogonadismo. Os iPDE5 desempenham um importante papel na reabilitação peniana, e a sua atividade tem demonstrado ser androgénio dependente. Os androgénios têm, também, revelado melhorar a função do nervo cavernoso.(86)

Estes dados sugerem que homens com hipogonadismo pós PR podem estar em desvantagem na recuperação da FE quando comparados com homens eugonadais. Apesar dos aparentes benefícios da terapia de substituição de testosterona, a questão da segurança deve ser abordada. A combinação dos fatores supracitados justifica o papel da testosterona pós-cirúrgico. No entanto, a preocupação com a suplementação de testosterona pós PR permanece controverso(88, 89).

A reabilitação peniana pós-operatória deve ser discutida com o doente. Este deve ter a oportunidade de orientar a sua decisão, com base na informação fornecida pelo profissional de saúde de modo a recuperar a sua FE pós PR.

(27)

CONCLUSÃO

O aumento do uso da PR nos último anos resultou num aumento da ocorrência de DE. Como a média de idade da população que realiza este procedimento diminui devido aos programas de rastreio oncológico da próstata, a procura por uma qualidade de vida pós-operatória ideal é cada vez mais relevante.

A FE pode ser preservada em doentes submetidos a PRPN, desde que os doentes sejam rigorosamente selecionados pré-cirurgicamente e que uma PR siga os modelos mais modernos, usando a maior precisão. Apesar deste progresso, muitos homens continuam a desenvolver DE como efeito colateral cirúrgico.

A utilização de armas farmacológicas pós PR é muito importante na reabilitação da FE, havendo maior recuperação de FE pós PR em doentes que receberam qualquer fármaco (terapêutico ou em regime de reabilitação) para DE. Historicamente, as opções de tratamento incluíam injeções intracavernosas, uretrais, DCV e implantes penianos. Injeções e implantes penianos ainda são sugeridos como segunda e terceira linhas de tratamento, respetivamente, quando os componentes orais não são suficientemente eficazes ou contraindicados para doentes no pós-operatório.

A gestão de DE pós-PR foi revolucionada pelo advento de iPDE5, tendo demonstrado alta eficácia e impacto positivo na qualidade de vida. Atualmente os iPDE5 são a escolha de primeira linha em doentes que foram submetido a PRPN.

A reabilitação peniana pode, potencialmente, ter um papel decisivo nas estratégias que visem recuperar a FE pós PR. Novos avanços no tratamento estão a ser explorados, tendo pressupostos interessantes, exigindo, contudo estudos a longo prazo.

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