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O efeito do genótipo HAL sobre o rendimento de carne em partes da carcaça de suínos cruzados

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Academic year: 2021

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O efeito do genótipo HAL sobre

o rendimento de carne em partes

da carcaça de suínos cruzados

Algumas raças de suínos mostram uma predisposição genética maior à Síndrome do Estresse, também denominada de Hipertermia Maligna. A ca-racterística é atossômica recessiva e está ligada à produção de carcaças com maior rendimento de carne magra de uma maneira aditiva. O presente trabalho teve como objetivo estudar o efeito do gene HAL sobre a percentagem de carne magra e determinar se existem diferenças de expressão do gene nas diferentes partes da carcaça, em animais cruzados, pois a ex-pressão do gene HAL é variável e dependente da raça. Para isso, 236 suínos, machos e fêmeas, com o peso da carcaça quente variando de 55 à 101 kg, foram abatidos entre os meses de março e outubro de 1996 e tiveram as carcaças completamente dissecadas em carne, osso, gordura, pele e resíduo. As mesmas foram classificadas pelo Método Brasileiro de Classificação de Carcaças. Para a genotipagem foi utilizada a técnica da reação em cadeia da polimerase nas seguintes condições: 1,0 mM de MgCl2, 6 pmoles de cada primer, 50 (M de dNTPs, tampão 10x para Taq DNA Pol (200 mM Tris-Hcl - pH 8,4, 500 mM KCl, 0,1 mM EDTA, 1 mM DTT), 1,25 U de Taq DNA polimerase e 100 ng de DNA, em um volume final de reação de 30 (l, com desnaturação inicial à 94°C por 5 minutos, seguido de 35 ciclos de desnaturação a 94°C por um minuto, anelamento à 58°C por 30 segundos, extensão a 72°C por 45 segundos. Após a amplificação, o DNA foi cortado pela enzima de restrição HhaI ou HinpI, separados em gel de agarose à 2,8%, e visualizados com brometo de etídio. Os animais heterozigotos apresentaram um rendimento de carne significativamente maior que os homozigotos do-minantes (61,54 vs. 59,97%). A expressão do gene HAL, ou dos genes a ele ligado, foi diferente ao longo da carcaça, sendo maior e estatisticamente significativa, no pernil (15,27 vs. 14,84 Kg) e paleta (15,54 vs. 15,12 Kg) seguido do costado posterior (8,51 vs. 8,47 Kg), e menor para a quantidade de gordura na barriga posterior (1,87 vs. 2,06 Kg). Houve efeito significativo para as características área do olho do lombo (46,28 vs. 42,74 cm2), área da gordura adjacente (17,61 vs. 20,15 cm2 ), espessura de toucinho no ponto P2 (14,00 vs. 15,82 mm), carne do costado anterior (6,35 vs. 6,08 Kg), do costado posterior (5,24 vs. 4,86 Kg), carne do pernil (10,93 vs. 10,55 Kg), lombinho (0,90 vs. 0,85 Kg), lombo (5,43 vs. 5,01 Kg), carne total (42,37 vs. 41,01 kg). Não foi encontrado efeito significativo da classe de peso a que o animal pertencia com relação ao rendimento de carne (60,53 vs. 60,99%). Por outro lado, as características carne da paleta (11,28 vs. 10,75 Kg), peso do pernil (15,20 vs. 14,88 Kg), lombinho (0,94 vs. 0,82 Kg) e carne total (42,45 vs 40,93 Kg) foram significativamente maiores nos animais pesados; enquanto a carne do costado anterior (6,38 vs. 6,66 Kg) foi estatisticamente menor nos mesmos. Os animais abatidos durante a época de chuvas (março, abril, setembro e outubro) apresentaram espessura de toucinho no ponto P2 (15,52 vs. 14,29 cm 2), carne do pernil (10,86 vs. 10,61 Kg) e lombinho (0,93 vs. 0,83 Kg) significativamente maiores que na época de seca (maio, junho, julho e agosto). Em contrapartida as características gordura do costado anterior (2,20 vs. 2,46 Kg), carne da barriga anterior (4,65 vs. 4,89 Kg), gordura da barriga anterior (1,40 vs.

R E S U M O

Robson Carlos

Antunes1, Maurício

Borges2, Luiz Ricardo

Goulart Filho3, Antônio

Batista Sancevero, Isa-bel Regina Scheid, Mau-rício Machaim3 e Bárbara

Amélia Aparecida Santana3. 1-Dalland do Brasil, 2-TopGen Consultoria, 3-Universidade Federal de Uberlândia. Endereço:

Rua Monsueto, n° 68, Bairro Liberdade, CEP: 38401-286. Fone: 0xx34-218-9477 ou 0xx34-213-1719. email: rcantunes@hotmail.com

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The effect of HAL genotype on the yield of meat in

parts of the carcasses from crossed swine

Certain swine breeds show a higher genetic predisposition to the Stress Syndrome, also referred as Malignant Hyperthermia. The characteristic is autossomical recessive and it is linked in an additive way to the production of carcasses with a higher yeld of lean. The present work aimed to study the effect of HAL gene on the percentage of lean and to determine the gene expression differences in different parts of the carcass, in crossbred swine, since the HAL gene expression is variable and dependent upon the breed. For this purpose a total of 236 finished castrate males and females swine from a genetic improvement program located in Uberlândia, State Minas Gerais, Brazil where slaughtered from March to October, 1996. The hot carcass weight ranged from 55 to 101 kg. The carcasses were fully dissected in meat, bone, fat, skin and offal. The carcasses were classified by the brazilian method of carcass classification. The following protocol was used for the genotyping by polymerase chain reaction approach: 1.0 mM of MgCl2, 6 pmols of each primer, 50 (M of dNTPS, buffer 10x to Taq DNA Pol (200 mM Tris-HCl - pH 8,4, 500 mM KCl,0, 1 mM EDTA, 1 mM DTT), 1,25 U of Taq DNA polymerase and 100 ng of DNA template in a final reaction volume of 30 (l, with initial denaturation at 94(C for 5 minutes, followed by 35 cycles heat at 94(C for one minute, anneling at 58(C for 30seconds, extension at 72(C for 45 seconds. After amplification, the DNA was digested by Hha I or Hinp I restriction enzyme. The fragments were separated by electroforesis in 2.8% agarose gel and visualized with ethidium bromide and ultraviolet light. Heterozygous animals showed a significantly higher meat yield than dominant homozygous (61.54 vs. 59.97). The HAL gene expression, or genes expression linked to it, was different along the carcass and significantly higer for ham (15.27 vs. 14.84 kg), shoulder (15.54 vs. 15.12 kg), and backside (8.51 vs. 8.47 kg) a lower amount of fat in the back belly was also observed in heterozygous animals. There was a significant effect of HAL genotype for loin eye area (46.28 vs. 42.74 cm2), fat area adjacent to the loin (17.61 vs. 20.15 cm2), backfat thickness at the P2 (14.00 vs. 15.82 mm), meat from the fore side (6.35 vs. 6.08 kg), and from the back side (5.24 vs. 4.86 kg), ham meat (10.93 vs. 10.55 kg), tenderloin (0.90 vs. 0.85 kg), loin (5.43 vs. 5.01 kg), and total meat content in the carcass (42.37 vs. 41.01 kg). The carcass weight did not influence the meat yeld (60.53 vs. 60.9%). However shoulder meat (11.28 vs. 10.75 kg), ham weight (15.20 vs. 14.88 kg), tenderloin weight (0.94 vs. 0.82 Kg)and total meat (42.45 vs. 40.93 Kg) were significantly higher in heavy animals, The month of slaughter showed a significant effect on the carcass traits. Animals slaughtered in the rainy months March, April, September and October had significantly higer proportions of backfat thickness at the P2 (15.52 vs. 14.29 mm), ham meat (10.86 vs. 10.61 Kg) and tenderloin (0.93 vs. 0.83 kg) and lower proportions of fore side fat (2.20 vs 2.46 kg), fore belly meat (4.65 vs. 4.89 Kg), fore belly fat (1.40 vs. 1.60 Kg), back belly fat (1.87 vs. 2.07 Kg), ham fat (1.32 vs. 1.60 Kg) and loin (5.12 vs. 5.30 Kg), than animals slaugtered in the drougt months May, June, July and August.

SUMMARY

1,60 Kg), gordura da barriga posterior (1,87 vs. 2,07 Kg), gordura do pernil (1,32 vs. 1,60 Kg), e lombo (5,12 vs. 5,30 kg) foram menores (P0,05). Palavras-Chave: Síndrome do Estresse; Gene HAL; Hipertemia Maligna

Key-words: Stress Syndrome; HAL gene; Ma-lignant Hyperthermia

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Tabela 1 - Distribuição dos machos castrados segundo o genótipo, época e classe de peso. MACHOS CLASSE DE PESO 1 (55 a 75 Kg) CLASSE DE PESO 2 (75,1 a 101 Kg)

Especificação Unidade ÉPOCA1 ÉPOCA2 ÉPOCA 1 ÉPOCA 2 NN Nn NN Nn NN Nn NN Nn Número de Animais (cabeça) 4 8 20 14 20 21 22 11

Tabela 2 - Distribuição das fêmeas segundo o genótipo, época e classe de peso. FÊMEAS

CLASSE DE PESO 1 (55 a 75 Kg)

CLASSE DE PESO 2 (75,1 a 101 Kg)

Especificação Unidade ÉPOCA1 ÉPOCA2 ÉPOCA 1 ÉPOCA 2 NN Nn NN Nn NN Nn NN Nn Número de Animais (cabeça) 12 8 17 25 21 10 8 15

"Em ciência, do ponto de vista epistemológico, a interdisciplinaridade consiste no método de pesquisa voltado para a interação de duas ou mais disciplinas, num processo que pode ir da simples comunicação de idéias até a integração recíproca de finalidades, objetivos, conceitos, conteúdos, terminologia, metodologia, procedimentos, dados e formas de organizá-los e sistematizá-los no processo de elaboração do conheci-mento". (Gonçalves, 1996). O s conhecimentos adquiridos até o momento em relação ao genótipo HAL são frutos da integração de várias áreas de pesquisa, que iniciou-se na década de 60, com obiniciou-servação e mais tarde comprovação, de que alguns suínos possuíam uma predisposição maior ao estresse, a qual era geneticamente herdada. Na década de 70 desenvolveu-se um teste, no qual os suínos eram submetidos a anestesia inalatória por halotano, que permitia separar os animais com maior predisposição ao estresse daqueles resistentes. Utilizando-se deste teste foi possível delinear cruzamentos e determinar o modo de herança do então denominado gene HAL. Na década de 80, várias pesquisas foram conduzidas com a intenção de caracterizar as diferenças a nível fisiológico, bioquímico e genético, entre esses dois grupos de animais. Concomitantemente outras pesquisas mostravam que o gene HAL, além de determinar a maior predisposição ao estresse, em suínos, era responsável pela produção de carcaças com maior produção de carne magra, mas ao mesmo tempo era relacionado à produção de carne "P. S. E. "(pale, soft and exsudative ), um problema sério para a industrialização de carnes. E finalmente, na década de 90, estudos de biologia molecular, conseguiram mapear, clonar e sequenciar um gene, que codifica uma proteína fazendo parte de um

canal de cálcio, podendo ser a responsável pela síndrome do estresse suíno e suas consequências (Fujii et al. 1991). Neste caso o gene HAL seria um gene principal ou estaria ligado a outros genes que formariam um QTL (Quantitative Traits Loci ) responsável pela maior produção de carne. O presente trabalho teve como objetivo estudar o efeito do gene HAL sobre a percentagem de carne magra na carcaça e determinar se existem diferenças de expressão do gene nas diferentes partes da carcaça, em animais cruzados.

MATERIAL E MÉTODOS Animais experimentais

Os suÍnos usados neste trabalho foram oriundos de uma unidade de terminação da Granja Rezende S/A.

Eles representavam a progênie do cruzamento das linhas 320 e 210. A linha 320 continha Piètrain e Large White e a 210 Large White e Landrace. Foram utilizados 236 suínos, sendo, 116 fêmeas e 120 machos castrados, distribuídos em dois genótipos, NN (livre do gene Hal) e Nn (heterozigoto para o gene Hal), duas classes de peso de abate, duas épocas de abate, (Tabelas 1 e 2). A época foi classificada em época 1 = março, abril, setembro e

outubro de 1996 e época 2 = maio, junho, julho e agosto de 1996, de acordo com as variações de temperatura e umidade relativa do ar, medidos na Granja de Pesquisa da Granja Rezende S/A. As classes de peso foram divididas de acordo com o peso da carcaça quente com cabeça em classe de peso1 = animais com peso de carcaça variando de 55 a 75 Kg e classe de peso 2 = animais com peso de carcaça variando de 75,1 a 101 Kg .

Os animais eram de uma criação industrial situada na região de Uberlândia - MG que adota o sistema de produção em dois sítios. Na fase de crescimento e terminação, entre 63 e 143 dias de idade em média, permaneceram alojados em baias coletivas, com uma densidade de

aproximadamente 0,8 m 2 / animal, até o dia do abate. Em todas as fases os animais tiveram ração à vontade. Ao atingirem o peso de abate, os animais foram pesados individualmente após jejum de 12 a 18 horas, transportados e abatidos no Frigorífico Triângulo situado em Uberlândia - MG, que dista aproximadamente 12 Km do sítio de terminação. Após um jejum alimentar suplementar de 2 à 6 horas, os animais sofreram atordoamento e

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insensibilização elétrica, seguido de sangria, depilação, evisceração, toalete, divisão longitudinal, inspeção e pesagem das meia carcaças. Permaneceram nas câmaras frias do abatedouro por 24 horas, a uma temperatura de 0 a 4°C, quando então foram transportados para outras dependências, onde foram totalmente dissecados em um prazo máximo de 48 horas, por uma equipe previamente treinada. Até a dissecação, as carcaças foram mantidas sob refrigeração.

Dissecação de carcaças

A técnica de dissecação empregada foi uma modificação da técnica descrita por Cuthbertson (1968), citado por Oliveira (1988). Foram medidos ainda a área do olho do lombo, comprimento da carcaça, de acordo com o Método Brasileiro de Classificação de Carcaça (Associação Brasileira de Criadores de Suínos, 1973) e a espessura de toucinho no ponto P2, medida à 65 mm da linha dorsal, entre a última vértebra torácica e a primeira vértebra lombar. O rendimento de carne e carne total foram calculados em relação ao peso da carcaça fria sem cabeça. Para se determinar a quantidade de carne e gordura nas diversas partes, cada corte foi completamente dissecado em resíduo, osso, pele, gordura, carne e pesado separadamente.

Obtenção do genótipo HAL

Antes de serem enviados ao abate os animais foram tatuados com números de identificação nas duas paletas e nos dois membros posteriores e foram submetidos à coleta de sangue na veia marginal da orelha em frascos contendo citrato como anticoagulante. Os frascos, adequadamente identificados, foram armazenados em freezer a uma temperatura de -20°C, para posterior extração de DNA. A extração de DNA foi realizada de acordo com o método descrito em "A Workshop on

DNA Technologies for the Conservation and Selection of Animal Genetic Resources" (1992), adaptado para um volume de 500 (l de sangue total. Para quantificação do DNA, uma alíquota de 50 (l foi diluída em 950 (l de H2O ultra-pura e a absorbância determinada através de espectrofotômetro à 260 nm. A concentração foi calculada segundo a fórmula abaixo:

A absorbância também foi medida à 280 nm para calcular a relação DNA/proteína. Após o cálculo da concentração original de DNA, o mesmo foi diluído para uma

concentração de 25 ng/(l e estocado a -80°C. O DNA foi amplificado através da técnica de Reação em Cadeia da Polimerase - P.C.R (Saiki et al., 1985 e 1988). Após otimização dos números de ciclos, de acordo com Bell & de Marini (1991), dos reagentes segundo Persing (1993) e da temperatura de anelamento, segundo Rychlik et al. (1990), chegou-se a seguinte concentração de reagentes: 1,0 mM de MgCl2 (cloreto de magnésio), 6 pmoles de cada "primer", 50(M de dNTPs, tampão 10x para Taq DNA Pol (200mM Tris-Hcl - pH 8,4, 500 mM Kcl, 0,1 mM EDTA, 1 mM DTT), 1,25 U de Taq DNA polimerase por reação e 100 ng de DNA, em um volume final de

Tabela 4 - Médias corrigidas para dados desbalanceados (LSMEANS), C.V. e probabilidade de significância para o teste F das características de carcaça para o efeito do sexo.

Características Unidade Sexo Análises Fêmea Macho C.V. P>f

Número de Animais (cab) 116 120

Idade de abate (dias) 144,49 141,64 3,43 0,0001

Peso após jejum(abate) (Kg) 90,35 93,09 6,12 0,0013

Peso carcaça quente c/ cabeça (Kg) 75,76 76,15 2,25 0,1232 Peso carcaça fria sem cabeça (Kg) 68,67 68,63 2,44 0,8698 Comprimento carcaça (cm) 91,62 91,38 3,06 0,5661 Área do olho de lombo (cm²) 46,28 42,74 10,64 0,0001

Área de gordura adjacente (cm²) 17,60 20,15 20,50 0,0001

Peso do pernil (MBCC) (Kg) 23,13 22,72 4,43 0,0062

Espessura de toucinho abatido (P2) (mm) 14,00 15,81 19,06 0,0001

Peso da paleta (Kg) 15,27 15,39 4,93 0,2905 Carne da paleta (Kg) 10,30 10,18 6,35 0,2443 Gordura da paleta (Kg) 1,50 1,711 17,57 0,0001

Peso do costado anterior (Kg) 10,94 11,117 7,27 0,1480 Carne do costado anterior (Kg) 6,35 6,08 8,09 0,0004

Gordura do costado anterior (Kg) 2,10 2,55 21,47 0,0001

Peso do costado posterior (Kg) 8,55 8,42 7,01 0,1385 Carne do costado posterior (Kg) 5,24 4,85 8,31 0,0001

Gordura do costado posterior (Kg) 1,57 1,85 23,65 0,0001

Peso da barriga anterior (Kg) 7,82 8,07 9,17 0,0230

Carne da barriga anterior (Kg) 4,72 4,82 11,57 0,2500 Gordura da barriga anterior (Kg) 1,44 1,56 21,45 0,0114

Peso da barriga posterior (Kg) 6,93 6,63 7,65 0,0001

Carne da barriga posterior (Kg) 3,91 3,67 10,26 0,0001

Gordura da barriga posterior (Kg) 1,98 1,95 20,27 0,6500 Peso do pernil (Kg) 15,12 14,96 4,43 0,1119 Carne do pernil (Kg) 10,93 10,54 7,07 0,0071 Gordura do pernil (Kg) 1,35 1,56 24,16 0,0001 Gordura do ventre (Kg) 0,82 0,93 27,67 0,0023 Peso do lombinho (Kg) 0,90 0,85 17,51 0,0271 Peso do lombo (Kg) 5,42 5,00 8,56 0,0001 Carne total (Kg) 42,36 41,01 5,12 0,0001 Rendimento de carne (%) 61,75 59,75 4,30 0,0001 concentração em mg/ml = A260 X 50X 1000/50

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reação de 30 (l. As condições de reação foram: desnaturação inicial à 94°C por 5 minutos, seguido de 35 ciclos de desnaturação a 94°C por um minuto, anelamento à 58°C por 30 segundos, extensão a 72°C por 45 segundos. Os "primers" foram os mesmos utilizados por Brenig & Brem (1992). Após a amplificação, o DNA foi cortado pela enzima de restrição HhaI ou HinpI de acordo com os autores citados, e visualizado em gel de agarose à 2,8%, corado com brometo de etídio de acordo com Sambrook et al. (1989). A genotipagem foi feita pelo padrão de bandeamento dos fragmentos de restrição. Os animais NN possuem o sítio de restrição enzimática para a enzima HhaI nos dois alelos e apresentam duas bandas, de 48 pares

de bases (pb) e 85 pares de bases, após a restrição enzimática. Os animais Nn, por outro lado, possuem um dos alelos com a mutação 1843 (C -› T), que elimina o sítio de restrição enzimática, apresentando uma banda de 133 pb e as duas citadas acima.

Análise estatística

Todos os dados foram analisados através de uma análise de variância segundo o procedimento GLM (General Linear Methods) do "SOFTWARE" SAS (1989). Para todas as características analisadas foi utilizado o peso de abate como covariável, exceto para a característica peso de abate, cuja covariável utilizada foi a idade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Reação em Cadeia da Polimerase - PCR e " Restriction Fragment Lenght Polimorphic"- RFLP

A técnica utilizada para a genotipagem dos animais, PCR -RFLP, tem a vantagem de distinguir os animais Nn, o que não ocorre com o teste do halotano. Devido ser uma técnica altamente sensível a PCR deve ser otimizada, em relação a concentração de reagentes utilizados e também quanto as condições de tempo/temperatura empregados e número de ciclos. Neste trabalho fez -se uma adaptação da técnica descrita por Fujii et al. (1991), empregando-se os "primers" utilizados por Brenig & Brem (1992). Quanto as temperaturas utilizadas, a temperatura de anelamento, mereceu atenção especial quanto a sua otimização. O par de "primers" utilizado neste trabalho amplifica uma região um pouco maior (133 pb) que aqueles utilizados por Fujii et al. (1991), o que facilita a visualização dos fragmentos de DNA. Os mesmos, apesar de terem a região 5' mais estável em relação a sua região 3', uma proporção de G:C acima de 50% em relação a A:T e não possuírem estruturas em "grampos" que possam comprometer a reação, propiciam a formação de estruturas de dimerização, com uma energia livre positiva envolvida nesta estrutura, calculada pelo programa Oligo (Versão 4.0) (1994), que não interfere muito com a amplificação, mas aparece no gel e dificulta a genotipagem. Observa-se que o aumento na concentração dos reagentes (MgCl2, "primers" e dNTPs), principalmente MgCl2, aumenta a amplificação da região desejada, mas com uma produção aumentada de dimerização, concomitantemente, e na mesma proporção. A confusão do produto de dimerização com os fragmentos de restrição de DNA, força a utilização de duas enzimas de restrição: Hha I ou Himp I ou Cfol I, que cortam a

Tabela 3 - Médias corrigidas para dados desbalanceados (LSMEANS), C.V. e probabilidade de significância para o teste F das características de carcaça para o efeito do genótipo.

Características Unidade Genótipo Análises NN Nn C.V. P>F

Número de Animais (cab) 124 112

Idade de abate (dias) 142,76 143,38 3,37 0,3144 Peso após jejum(abate) (Kg) 91,80 91,64 6,13 0,8464 Peso carcaça quente c/ cabeça (Kg) 75,81 76,11 2,25 0,2390 Peso carcaça fria sem cabeça (Kg) 68,40 68,90 2,45 0,0443

Comprimento carcaça (cm) 91,57 91,44 3,05 0,7531 Área do olho de lombo (cm²) 43,49 45,53 10,64 0,0035

Área de gordura adjacente (cm²) 19,81 17,95 20,50 0,0013

Peso de pernil (MBCC) (Kg) 22,65 23,22 4,40 0,0002

Espessura de toucinho abatido (P2) (mm) 15,33 14,49 19,06 0,0419

Peso da paleta (Kg) 15,12 15,54 4,93 0,0002

Carne da paleta (Kg) 10,02 10,46 6,35 0,0001

Gordura da paleta (Kg) 1,63 1,57 17,57 0,1918 Peso do costado anterior (Kg) 11,11 10,95 7,27 0,1780 Carne do costado anterior (Kg) 6,17 6,25 8,09 0,2568 Gordura do costado anterior (Kg) 2,46 2,20 21,47 0,0005

Peso do costado posterior (Kg) 8,46 8,51 7,01 0,6405 Carne do costado posterior (Kg) 4,95 5,13 8,31 0,0030

Gordura do costado posterior (Kg) 1,79 1,63 23,65 0,0114

Peso da barriga anterior (Kg) 7,96 7,93 9,17 0,7802 Carne da barriga anterior (Kg) 4,76 4,7 11,57 0,7848 Gordura da barriga anterior (Kg) 1,52 1,47 21,45 0,2498 Peso da barriga posterior (Kg) 6,83 6,73 7,65 0,1662 Carne da barriga posterior (Kg) 3,743 3,84 10,26 0,0740 Gordura da barriga posterior (Kg) 2,06 1,87 20,27 0,0017

Peso do pernil (Kg) 14,83 15,24 4,43 0,0001 Carne do pernil (Kg) 10,49 10,98 7,07 0,0001 Gordura do pernil (Kg) 1,50 1,41 24,16 0,0692 Gordura do ventre (Kg) 0,93 0,81 27,87 0,0016 Peso do lombinho (Kg) 0,85 0,90 17,51 0,0165 Peso do lombo (Kg) 5,17 5,26 8,56 0,1808 Carne total (Kg) 41,01 42,36 5,12 0,0001 Rendimento de carne (%) 59,96 61,54 4,30 0,0001

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sequência normal em(C-1843) e a enzima AspH I ou BsiHKA I, que cortam a sequência mutada em (T-1843). Utilizando-se desta estratégia é possível uma genotipagem perfeita sem interpretação errônea do genótipo heterozigoto. O'Brien et al. (1993) utilizaram outro par de "primers", cuja sequência patenteada não é de conhecimento público. Em pelo menos 20% dos testes, a intensidade de fluorescência das bandas, não foi suficiente para permitir o diagnóstico preciso do genótipo. Segundo os autores, esta situação foi observada quando o intervalo entre a coleta do sangue e o teste excedeu 3 dias, ou quando havia presença de coágulos de sangue. Em aproximadamente 15% das amostras as análises foram repetidas uma vez, em 4%, duas vezes, e em 1,5%, 3 vezes ou mais e em algumas amostras (0,3%) a genotipagem não foi possível. As amostras de sangue utilizadas neste trabalho, foram armazenadas, em freezer por períodos variáveis, de até oito meses. Muitas apresentaram coágulos de sangue após o descongelamento. Isso em parte explica a dificuldade encontra-da na extração de DNA e na amplificação, que forçou a utilização de uma extração de DNA mais complexa do que o normal e a repetição da técnica em aproximadamente 10% das amostras.

Dissecação de carcaça

Para melhor visualização dos resultados obtidos pela dissecação de carcaça, as Tabelas 3, 4, 5 e 6 mostram os efeitos de genótipo, sexo, classe de peso e época, expressos em LSMEANS (Médias corrigidas, pelo programa SAS, para dados desbalanceados), o coeficiente de variação (C.V) e a probabilidade de significância para o teste F (P>F), para cada característica testada. Na Tabela 3 pode-se observar que, a área do olho do lombo, a gordura adjacente à área do olho do lombo e

a espessura de toucinho medida no ponto P2, que segundo Felício et al. (1986) são características altamente correlacionadas com a quantidade de carne magra na carcaça, foram significativamente melhores para os animais heterozigotos (P0,05), concordando com os resultados apresentados por Webb & Simpson (1986). O pernil, independente do método de dissecação utilizado, e a paleta, foram significativamente mais pesados e com maior quantidade de carne nos animais heterozigotos (P0,05), o que concorda com os resultados encontrados por Simpson & Webb (1989) e O'Brien et al. (1994), apesar de não verificar-se diferença estatisticamente significativa para a quantidade de gordura, nesses cortes. O costado posterior nos animais heterozigotos também mostrou uma deposição de músculo significativamente maior, em relação aos homozigotos dominantes, e ao mesmo tempo, uma deposição de gordura significativamente menor (P0,05). No costado anterior apenas a quantidade de gordura foi significativamente menor (P0,05); a carne e o peso não diferiram estatisticamente neste corte. Quanto a barriga, encontrou-se sig-nificativamente menor deposição de gordura na barriga posterior e menor deposição de gordura na parte interna da barriga ("gordura do ventre") nos heterozigotos (P0,05). Não houve diferença significativa para os pesos da barriga e quantidade de carne, o que discorda dos resultados encontrados por Aalhus et al. (1991). O peso da carcaça fria sem cabeça também mostrou vantagem para os animais heterozigotos (P 0,05). Esses dados são suportados pelos resultados obtidos por Kukoyi et al. (1981). Em contrapartida o peso de abate e o peso da carcaça quente com cabeça não diferiram estatisticamente. Essas discordâncias com outros autores, em parte, são explicadas pelo fato de que a raça afeta a manifestação do

genótipo HAL (O'Brien et al., 1994). O comprimento de carcaça e o peso do lombo dos animais heterozigotos não diferiram estatisticamente em relação aos animais NN, o que discorda do levantamento feito pelo National Genetic Evaluation Programme (Baas, 1996), e de outros autores (Christian, 1995; Simpson & Webb, 1989). Esses resultados podem ser explicados, em parte, pelo fato do costado anterior não ter diferido estatisticamente entre os genótipos; e que metade do lombo, no método de dissecação utilizado neste trabalho, pertence ao costado anterior. Por outro lado, o lombinho teve um peso significativamente maior nos animais heterozigotos (P0,05). Todos os dados citados acima parecem subsidiar o resultado encontrado quanto a quantidade de carne na carcaça e rendimento de carne, que foram significativamente maiores para os animais do genótipo (Nn), concordando com vários autores (Hanset et al. 1995; Leach et al. 1996; Zhang et al., 1992). Os resultados obtidos neste trabalho indicam que os animais Nn são mais lucrativos que os animais NN, já que de acordo com Cameron (1995), " o aumento de carne magra na carcaça melhora a conversão alimentar, pois gasta-se três a quatro vezes mais energia, para produzir 1 kg de gordura, do que 1 kg de músculo (simplesmente porque o conteúdo de água no músculo é de aproximadamente 73%)". E além do mais os resultados aqui apresentados mostram uma maior deposição de carne, em cortes de bons valores comerciais, como pernil, paleta e lombinho.

Quanto ao efeito de sexo a Tabela 4 indica que os machos castrados atingiram um peso de abate signifi-cativamente maior e em menor tempo (P0,05), que resultou em um peso de carcaça quente significativamente maior (P0,05); mas não em peso de carcaça fria, que não diferiu estatisticamente. Esses dados estão de

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Tabela 5 - Médias corrigidas para dados desbalanceados (LSMEANS), C.V. e probabilidade de significância para o teste F das características de carcaça para o efeito da classe de peso.

Características Classe de Peso Análises Unidade 55-75 (Kg) 75,1-101(Kg) CV P>F

Número de Animais (cab) 108,00 128,00

Idade de abate (dias) 141,13 145,00 3,43 0,0003

Peso após jejum(abate) (Kg) 86,92 96,51 6,12 0,0001

Peso carcaça quente c/ cabeça (Kg) 75,00 76,87 2,25 0,0001

Peso carcaça fria sem cabeça (Kg) 67,69 69,60 2,44 0,0001

Comprimento carcaça (cm) 91,14 91,87 3,05 0,2236 Área do olho de lombo (cm²) 44,36 44,65 10,64 0,7736 Área gordura adjacente (cm²) 18,66 19,09 20,50 0,6048 Peso pernil (MBCC) (Kg) 22,81 23,05 4,40 0,2620 Espessura de toucinho abatido (P2) (mm) 15,49 14,32 19,06 0,0520 Peso da paleta (Kg) 15,17 15,49 4,93 0,0504 Carne da paleta (Kg) 10,06 9,42 6,35 0,0107

Gordura da paleta (Kg) 1,59 1,61 17,57 0,7193 Peso do costado anterior (Kg) 10,75 11,28 7,27 0,0041

Carne do costado anterior (Kg) 6,65 6,37 8,09 0,0034

Gordura do costado anterior (Kg) 2,31 2,34 21,47 0,7644 Peso do costado posterior (Kg) 8,37 8,60 7,01 0,0800 Carne do costado posterior (Kg) 4,96 5,12 8,31 0,0677 Gordura do costado posterior (Kg) 1,71 1,71 23,65 0,9906 Peso da barriga anterior (Kg) 7,84 8,05 9,17 0,1835 Carne da barriga anterior (Kg) 4,68 4,86 11,57 0,1421 Gordura da barriga anterior (Kg) 1,49 1,50 21,45 0,8837 Peso da barriga posterior (Kg) 6,74 6,82 7,65 0,4371 Carne da barriga posterior (Kg) 3,76 3,82 10,26 0,4572 Gordura da barriga posterior (Kg) 1,95 1,98 20,27 0,6970 Peso do pernil (Kg) 14,88 15,19 4,43 0,0296 Carne do pernil (Kg) 10,58 10,88 7,07 0,0666 Gordura do pernil (Kg) 1,46 1,46 24,16 0,9923 Gordura do ventre (Kg) 0,85 0,89 27,87 0,4714 Peso do lombinho (Kg) 0,82 0,93 17,51 0,0006 Peso do lombo (Kg) 5,18 5,24 8,56 0,5544 Carne total (Kg) 40,93 42,44 5,12 0,0001 Rendimento de carne % 60,52 60,98 4,30 0,4247

acordo com Hanset et al. (1995). Em contrapartida, as fêmeas apresentaram resultados que sugerem uma melhor qualidade de carcaça, com uma área do olho do lombo significativamente maior (P0,05), peso do pernil pelo Método Brasileiro de Classificação de Carcaça, signifi-cativamente maior (P0,05) e peso da barriga posterior, lombo e lombinho significativamente maiores. A quantidade de carne dos dois costados, da barriga posterior e do pernil também foram significativamente maiores nas fêmeas (P0,05). Os machos por outro lado apresentaram maior área da gordura adjacente à área do olho do lombo, maior espessura de toucinho no ponto P2, maior quantidade de gordura na paleta, nos dois costados, na barriga anterior, no pernil e no ventre, estatisticamente significativos (P0,05). Esses resultados explicam a maior quantidade e rendimento de carne, apresentados pelas fêmeas em comparação aos machos castrados (P0,05) e estão de acordo com os re-sultados encontrados por Ellis et al (1996). Resultados idênticos quanto à quantidade de carne e rendimento, foram encontrados por Elizondo et al. (1976), que adicionalmente acharam diferenças no comprimento da carcaça, com as fêmeas sendo mais compactas que os machos castrados, discordando dos resultados obtidos neste trabalho, apenas quanto a este aspecto. Esses resultados sugerem, indiretamente, que o efeito da castração realmente provoca uma di-minuição na qualidade da carcaça dos machos, o que está de acordo com Squires (1996) e Arantes (1996).

Resultados interessantes foram obtidos em relação ao efeito da classe de peso, onde pode-se observar na Tabela 5 que, idade de abate, peso de abate, carcaça quente com cabeça e carcaça fria sem cabeça, apresentaram-se, significativamente maiores nos animais pesados (P0,05) o que já era esperado. Os resultados

mostram que a maior quantidade de carne na paleta e no costado anterior e os maiores pesos apresentado pelo costado anterior, pernil e lombinho, estatisticamente significativos (P0,05) é que explicam as diferenças acima descritas, já que os outros cortes medidos não apresentaram diferenças estatisticamente

significativas. Em um trabalho

recente, Leach et al. (1996) demostraram que as vantagens obtidas pelo genótipo Nn, em relação a qualidade de carcaça, são mantidas mesmo com o peso de abate variando de 100 a 140 kg. Houve interação entre genótipo, sexo e classe de peso onde os machos castrados leves, heterozigotos, tiveram a área da gordura adjacente à área do olho do

lombo e a gordura do costado posterior, significativamente menores que os machos castrados, leves, homozigotos dominantes (P0,05), enquanto os machos pesados, heterozigotos, tiveram o costado posterior significativamente mais pesado que os machos castrados, homozigotos dominates (P0,05). Também foi encontrada uma interação entre genótipo, época e classe de peso em que os suínos leves do genótipo Nn mostraram uma menor deposição de gordura durante os meses de maio à agosto (P0,05). Outra interação foi encontrada entre genótipo e classe de peso, onde os animais leves, heterozigotos, apresentaram área da gordura adjacente à área do olho do lombo,

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gordura da paleta e gordura da barriga anterior, menor e mais leves, respectivamente, que os animais

leves do genótipo NN. Ainda com

relação ao efeito da classe de peso, pode-se dizer que apesar dos animais mais pesados apresentarem uma maior quantidade de carne, esse resultado não foi acompanhado por um maior rendimento de carne na carcaça. Irgang (1996) cita que o rendimento de carne diminui com o aumento do peso de abate, de 80,5 kg para 143,2 kg.

Quanto ao efeito da época em que os abates e as dissecações foram realizados, nota-se que os animais abatidos nos meses de maio a agosto (Tabela 6) apresentam uma idade ao abate significativamente menor (P0,05), o que está em concordância com os dados analisados por Roso (1991), ao mesmo tempo em que exibiram um peso de abate, carcaça fria sem cabeça significativamente maiores (P0,05). Os cortes que explicam essas diferenças são a barriga anterior e posterior e o lombo, que foram significativamente maiores, tanto em peso total, quanto em quantidade de carne e gordura, nos animais abatidos entre os meses de maio a agosto. Os animais abatidos, nesses meses do ano, também mostraram uma maior deposição de gordura na carcaça, de uma maneira geral, como pode ser visto, pela gordura do costado anterior, e área da gordura adjacente à área do olho do lombo, que foram significativamente maiores (P0,05). Esses resultados podem, em parte, ser explicados pela temperatura, que em média, apresentou-se mais baixa nesses meses. Isso poderia desencadear uma resposta fisiológica inata nos animais de acúmulo de gordura, para reserva energética, como preparação para um provável inverno. Na natureza esse comportamento é marcante (Harri, 1993) citado por Puolonne & Demeyer (1992), e pode não ter sido

Tabela 6 - Médias corrigidas para dados desbalanceados (LSMEANS), C.V. e probabilidade de significância para o teste F das características de carcaça para o efeito da época.

Características Unidade Época Análises

Mar/Abr-Set/Out

Maio/Jun e Jul/Ago

C.V. P>F

Número de Animais (cab) 104,00 132,00

Idade de abate (dias) 143,84 142,24 3,43 0,0242

Peso após jejum(abate) (Kg) 90,86 92,58 6,12 0,0402

Peso carcaça quente c/ cabeça (Kg) 75,93 75,98 2,25 0,8530 Peso carcaça fria sem cabeça (Kg) 68,23 69,06 2,44 0,0010

Comprimento carcaça (cm) 92,33 90,68 3,05 0,0001

Área do olho de lombo (cm²) 44,64 44,37 10,64 0,6975 Área gordura adjacente (cm²) 18,30 19,45 20,50 0,0460

Peso pernil (MBCC) (Kg) 22,94 22,92 4,40 0,9126 Espessura do toucinho abatido

(P2)

(mm) 15,52 14,29 19,06 0,0034

Peso da paleta (Kg) 15,37 15,28 4,93 0,4081 Carne da paleta (Kg) 10,249 10,23 6,35 0,9963 Gordura da paleta (Kg) 1,63 1,58 17,57 0,2284 Peso do costado anterior (Kg) 11,00 11,05 7,27 0,6829 Carne do costado anterior (Kg) 6,23 6,20 8,09 0,6888 Gordura do costado anterior (Kg) 2,20 2,45 21,47 0,0007

Peso do costado posterior (Kg) 8,45 8,52 7,01 0,4203 Carne do costado posterior (Kg) 5,01 5,07 8,31 0,3041 Gordura do costado posterior (Kg) 1,66 1,76 23,65 0,0835 Peso da barriga anterior (Kg) 7,73 8,16 9,17 0,0001

Carne da barriga anterior (Kg) 4,65 4,89 11,57 0,0028

Gordura da barriga anterior (Kg) 1,40 1,60 21,45 0,0001

Peso da barriga posterior (Kg) 6,56 7,00 7,65 0,0001

Carne da barriga posterior (Kg) 3,65 3,93 10,26 0,0001

Gordura da barriga posterior (Kg) 1,87 2,06 20,27 0,0011

Peso do pernil (Kg) 15,11 14,96 4,43 0,1355 Carne do pernil (Kg) 10,86 10,61 7,07 0,0265 Gordura do pernil (Kg) 1,32 1,59 24,16 0,0001 Gordura do ventre (Kg) 0,47 0,91 27,87 0,0808 Peso do lombinho (Kg) 0,92 0,83 17,51 0,0001 Peso do lombo (Kg) 5,12 5,30 8,56 0,0053 Carne total (Kg) 41,60 41,77 5,12 0,5761 Rendimento de carne % 60,98 60,52 4,30 0,2258

perdido completamente com a domesticação.

CONCLUSÕES

Nas condições do presente trabalho os resultados obtidos permitem concluir que:

O genótipo Nn é superior ao genótipo NN, quanto a composição da carcaça, produzindo carcaças com maior deposição de músculos e menor deposição de gordura. A expressão do gene HAL, ou dos genes a ele ligado, é diferente ao longo da carcaça, sendo maior no pernil e paleta, seguido do costado posterior e anterior, e menor na barriga. O sexo afeta a composição da carcaça e as

fêmeas produzem, carcaças de melhor composição que os machos castrados. Os machos castrados atingem um peso de abate maior e em menor tempo que as fêmeas. O rendimento de carne não varia com o peso da carcaça quente variando de 55 a 101 kg. Os animais abatidos nos meses de temperatura mais baixa (entre maio e agosto) apresentam carcaças com maior deposição de gordura. Os suínos do genótipo Nn apresentam 1,5% à mais de rendimento de carne na carcaça que os suínos do genótipo NN. O genótipo Nn possui vantagens do ponto de vista econômico sobre o genótipo NN.

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