TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
VIGÉSIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL
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AGRAVO INTERNO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº
0004053-34.2014.8.19.0000
AGRAVANTE: ALINE CAMPOS BARCELLOS
AGRAVADO: BANCO SANTANDER BRASIL S/A
AGRAVADA: ASSOCIAÇÃO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO POUPEX
AGRAVADA: FUNDAÇÃO DE HABITAÇÃO DO EXÉRCITO
ORIGEM: Juízo de Direito da 3ª Vara Cível do Foro Regional de Bangu
AGRAVO INTERNO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. Revisão
contratual. Mútuo. Desconto em folha de pagamento. Limite de
30%. Demanda dirigida ao Banco, à Associação de Poupança e
Empréstimo (POUPEX) e à Fundação de Habitação do Exército
(FHE), de modo a atrair a competência da Justiça Federal, à qual
também cabe examinar se a entidade federal tem, ou não,
interesse no processo, defeso à justiça estadual que o faça
(verbetes 150 e 324, da Súmula do STJ). Escorreita a declinatória
da competência. Recurso a que se nega provimento.
ACÓRDÃO
Vistos e examinados estes autos, ACORDAM os
Desembargadores da Vigésima Quinta Câmara Cível do Tribunal de
Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por UNANIMIDADE, conhecer e
negar provimento ao agravo interno, nos termos do voto do relator.
VOTO DO RELATOR
Trata-se de agravo interno interposto contra decisão
monocrática por meio da qual o relator negou seguimento a agravo de
instrumento manejado pela ora recorrente, inconformada com
interlocutória que, nos autos de ação ordinária dirigida aos
agravados, declinou da competência em favor da justiça federal, tendo
em vista a Fundação Habitacional do Exército – FHE integrar o polo
passivo da lide (fls. 24-27).
Insiste em afirmar que descabe o declínio de competência em
face da prova de que as segunda e terceira agravadas são a mesma
instituição, apenas com CNPJ distintos, devido à lei da aparência,
sendo que a FHE tem a finalidade de conceder empréstimo referente à
habitação, ao passo que a agravante celebrou contrato de empréstimo
consignado, modalidade por meio da qual o desconto das prestações e
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CLAUDIO LUIS BRAGA DELL ORTO:000014566
Assinado em 14/03/2014 10:37:23TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
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respectivos encargos é feito diretamente sobre a remuneração do
tomador do empréstimo.
Reputa presentes os requisitos para a concessão da
antecipação dos efeitos da tutela, o que se extrai de simples análise
do contracheque da recorrente, ponderando que os valores debitados
em sua conta salário não podem ultrapassar 30% do vencimento
líquido, sob pena de prejudicar demasiadamente as suas condições de
sobrevivência. Daí sustentar que inexiste motivo para obstar o
conhecimento do recurso interposto, impondo-se o julgamento do
mérito, com a reforma da decisão interlocutória, devendo o feito
prosseguir na Justiça estadual (fls. 24-30).
A decisão monocrática ponderou, verbis:
Trata-se de agravo de instrumento contra decisão proferida
pelo Juízo de Direito da 3ª Vara Cível do Foro Regional de Bangu,
que, acolhendo preliminar suscitada pelo segundo réu, nos autos de
ação ordinária, declinou da competência por “ser competência da
justiça federal processar e julgar demandas que envolvam a
Fundação Habitacional do Exército” (fls. 02-03 do anexo).
A recorrente esclarece que a decisão agravada pautou-se no
verbete 324, da Súmula do STJ, que, de fato, remete à Justiça
federal as ações de que participa a Fundação Habitacional do
Exército. Ocorre que a Lei n° 6.855/80, que a instituiu, dispõe, em
seu art. 1°, que dita Fundação possui personalidade jurídica de
direito privado e, não, público. Assim, a recorrente impugnou a
preliminar suscitada pela segunda ré porque a Fundação e a
segunda ré são a mesma instituição, apenas com CNPJ distintos,
devido à lei da aparência. Segue-se que a Fundação tem por
finalidade conceder empréstimo referente à habitação e, não,
empréstimo consignado.
Aduz que, ao contrário do que dispõe a decisão agravada, a
empresa em questão não possui gestão da União, descabido o
declínio da competência. Na hipótese de que se ocupam estes autos,
o mutuário reconhece a dívida e pleiteia tão somente a limitação dos
descontos efetuados em sua remuneração a 30%, nenhuma questão
havendo de interesse do Fundo, o que, se houvesse, atrairia a
competência da Justiça federal.
O recurso, tempestivo e ao amparo da gratuidade de justiça,
veio instruído com as peças obrigatórias.
É o relatório. Passo a decidir.
Presentes as condições do recurso (legitimidade, interesse e
possibilidade jurídica) e os pressupostos legais (órgão investido de
jurisdição, capacidade recursal das partes e regularidade formal –
forma escrita, fundamentação e tempestividade), o agravo de
instrumento deve ser conhecido.
Sem razão a recorrente.
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Em que pese o fato de a recorrente não haver entranhado
nestes autos cópia da inicial da demanda principal, dúvida não há
de que a Fundação Habitacional do Exército (FHE) integra o polo
passivo da lide, o que se extrai da consulta processual à página
eletrônica deste Tribunal. Pacificou-se na jurisprudência o
entendimento de que sempre que a FHE figurar como autora, ré,
assistente ou opoente, a competência para processar e julgar o feito
é da Justiça federal, por força do disposto no art. 109, I, da CR/88.
Averbe-se a orientação da Corte Superior:
CONTRATO NO ÂMBITO DO SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. RECURSO ESPECIAL. ASSOCIAÇÃO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO GERIDA PELA FUNDAÇÃO HABITACIONAL DO EXÉRCITO. CONTRATO NÃO AFETO AO FCVS. COMPETÊNCIA PARA JULGAR CAUSAS QUE ENVOLVAM APENAS A ASSOCIAÇÃO E CONSUMIDOR. JUSTIÇA ESTADUAL. 1. Embora seja de
competência da Justiça Federal processar e julgar as ações em que é parte a Fundação Habitacional do Exército - FHE, no caso a fundação pública federal não ostenta condição de autora, ré, assistente ou opoente, pois cuida-se de demanda envolvendo
apenas a sua supervisionada Associação de Poupança e Empréstimo - POUPEX e consumidor. 2. Os artigos 1º, parágrafos 3º e 6º, II, da Lei 6.855/80 e 2º da Lei 7.750/89 estabelecem que a Associação de Poupança e Empréstimo - POUPEX é sociedade simples, criada e supervisionada pela Fundação Habitacional do Exército, com o registro de seus atos constitutivos e estatuto no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, não se confundindo com a fundação pública federal encarregada, por lei, de sua gestão. Precedentes. 3. Recurso especial provido para reconhecer a competência da Justiça Estadual (REsp 948482/RS, rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, T4 - QUARTA TURMA, DJe 19/03/2012) – a contrário senso;
CONFLITO DE COMPETÊNCIA – FUNDAÇÃO HABITACIONAL DO EXÉRCITO - JUSTIÇA FEDERAL. Tendo em vista as peculiaridades que envolvem a Fundação Habitacional do Exército, compete à Justiça Federal processar e julgar ação em que for ela parte. Conflito conhecido e declarada a competência do juízo suscitante (CC 36641/MS, rel. Min. CASTRO FILHO, S2 - SEGUNDA SEÇÃO, DJ 19/12/2003 p. 311; RSSTJ vol. 26 p. 385);
PROCESSUAL CIVIL. FUNDAÇÃO HABITACIONAL DO EXÉRCITO. FUNDAÇÃO PÚBLICA FEDERAL. AÇÃO REVISIONAL DE CLÁUSULA DE CONTRATO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. CONHECIMENTO DE OFÍCIO. PRECLUSÃO INEXISTENTE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS A DESPACHO INDEFERITÓRIO DE AGRAVO. CABIMENTO. PROVIMENTO, DE LOGO, DO PEDIDO DECLINATÓRIO. MULTA PROCRASTINATÓRIA AFASTADA. CPC, ARTS. 535, II, 538 E 557, § 1º. RI-STJ, ART. 257. I. Tratando-se de incompetência absoluta, pode e deve o juízo ou Tribunal dela conhecer e declinar da sua competência, independentemente de provocação da parte. II. Cabíveis embargos declaratórios contra decisão do relator, notadamente em face de omissão no exame do tema, inexistente, na espécie, a preclusão. III.
Pertence à Justiça Federal a competência para processar e julgar
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as ações em que é parte a Fundação Habitacional do Exército, dada a sua natureza de fundação pública federal (Precedentes do STJ). IV. Recurso especial conhecido e provido, determinada a
remessa do feito à Justiça Federal (REsp 481965/DF, rel. Min. ALDIR PASSARINHO JUNIOR, T4 - QUARTA TURMA, DJ 23/06/2003 p. 383; RSSTJ vol. 26 p. 391).
E ainda o verbete 324, da Súmula do STJ: “Compete à Justiça
Federal processar e julgar ações de que participa a Fundação
Habitacional do Exército, equiparada a entidade autárquica federal,
supervisionada pelo Ministério do Exército”.
E deste TJRJ:
DECISÃO MONOCRÁTICA. EMPRÉSTIMOS. DESCONTO EM FOLHA. MILITAR. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. LIMITE DE 30% DE DESCONTO. Preliminarmente, a legitimidade da parte, uma das condições necessárias ao legítimo exercício do direito de ação, deve ser apreciada conforme a teoria da asserção, ou seja, à luz dos fatos narrados na peça inicial. A ação foi proposta pelo agravante
somente em face da POUPEX e do Banco Intermedium, não sendo a Fundação Habitacional do Exército indicada como ré no processo, e nem sequer tendo se manifestado nos autos. Assim, não sendo a referida fundação parte no processo, não há como se afastar a competência da Justiça Estadual para julgar o feito. Da
análise dos documentos anexados aos autos, observa-se ter a Fundação Habitacional do Exército - FHE por objetivo gerir a Associação de Poupança e Empréstimo - POUPEX, atuando esta como braço financeiro daquela, e oferecendo ambas, em parceria, crédito aos militares associados, além de constar no documento eletrônico 00094 fls. 106 que o empréstimo será concedido por meio de crédito em conta poupança POUPEX. Assim, tudo indica a existência de solidariedade entre tais instituições, a facultar ao consumidor a escolha contra quem pretende demandar. Dá-se provimento ao recurso, nos termos do artigo 557, § 1º - A, do CPC para declarar competente a Justiça Estadual para julgar o presente feito (Agravo de Instrumento n° 0057093-62.2013.8.19.0000, rel. Des. MARIA AUGUSTA VAZ, Primeira Câmara Cível - Julgamento: 04/12/2013);
Agravo de instrumento. Decisão que declinou da competência em favor de uma das Varas Federais, a que couber por distribuição. É certo que a Fundação Habitacional do Exército - FHE e a POUPEX são pessoas jurídicas distintas, com independência patrimonial prevista no artigo 27 da Lei 6.855/80. No entanto, neste caso,
especificamente, o agravante interpôs a demanda em face de dois réus: Banco Bradesco S.A e o Fundo Habitacional do Exército.
Não foi interposta a ação em face de POUPEX, como quer fazer crer a parte autora. Assim, nos moldes do artigo 109, I da CF, existindo
uma Fundação Federal figurando como réu na ação, não há como não reconhecer a competência da Justiça Federal para processar e julgar o feito. Precedente Jurisprudencial (Agravo de Instrumento
n° 0070944-08.2012.8.19.0000, rel. Des. HELDA LIMA MEIRELES, Terceira Câmara Cível - Julgamento: 24/01/2013);
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Direito do consumidor e Direito Processual Civil. Demanda indenizatória. Empréstimo consignado. Agravo retido. Preliminar de ilegitimidade passiva que se afasta. Cobranças enviadas pela FHE/POUPEX. Estatuto da demandada dando conta de que a POUPEX é um agente financeiro criado e gerido pela Fundação Habitacional do Exército (FHE), sendo que ambas, em parceria, oferecem crédito aos militares associados. Arguição de incompetência absoluta da Justiça Estadual para julgar o caso. Situação que envolve somente a autora e a POUPEX. Não sendo a FHE parte no
processo, e não se tratando de discussão sobre o Fundo de Compensação de Variações Salariais – FCVS, é da Justiça Estadual a competência para julgar o caso dos autos. Precedentes
do STJ... Agravo retido desprovido. Recurso de apelação da demandada parcialmente provido. Recurso da autora prejudicado (Apelação n° 0013464-38.2009.8.19.0207, rel. Des. Alexandre Freitas Câmara, Segunda Câmara Cível - Julgamento: 07/11/12).
Por outro lado, a jurisprudência dominante na Corte Superior é
também uníssona em repelir a tese, reeditada nestes autos, de que a
falta de interesse da entidade federal no processo autoriza a
permanência da demanda na justiça estadual. Ocorre que também é
da justiça federal a exclusiva competência para examinar a questão
do interesse de entidade federal no processo; se concluir pela falta
de interesse, remeterá o processo de volta à justiça estadual, defeso
a esta tal exame. Assim: “Compete à Justiça Federal decidir sobre a
existência de interesse jurídico que justifique a presença, no
processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas” (verbete
150, da Súmula do STJ).
Averbe-se a orientação da Corte Superior:
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO ORDINÁRIA DE RESPONSABILIDADE OBRIGACIONAL SECURITÁRIA. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. INTERESSE JURÍDICO DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. RECONHECIMENTO PELA JUSTIÇA FEDERAL. SÚMULA N. 150/STJ. NÃO CONHECIMENTO DO CONFLITO. 1. Compete à
Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas. Súmula n. 150/STJ. 2. O reconhecimento
pela Justiça Federal do interesse jurídico da Caixa Econômica Federal na demanda atrai a competência desse juízo para processar e julgar a causa. Conflito não conhecido. 3. Agravo regimental provido (AgRg no CC 124572/MS, rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, S2 - SEGUNDA SEÇÃO, DJe 25/10/2013);
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO ORDINÁRIA DE RESPONSABILIDADE OBRIGACIONAL SECURITÁRIA. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. AUSÊNCIA DE INTERESSE JURÍDICO DA UNIÃO, DE ENTIDADE AUTÁRQUICA OU DE EMPRESA PÚBLICA FEDERAL (ART. 109, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL). SÚMULA N. 150/STJ. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. Trata-se de conflito negativo de competência estabelecido entre o Juízo de Direito da 2ª Vara Cível de Ponta Porã (MS) e o Juízo Federal da 2ª Vara da mesma localidade, nos autos de ação ordinária de responsabilidade
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obrigacional securitária decorrente de compra e venda de imóvel. O Juízo comum declinou a competência para o julgamento da causa para a Justiça Federal, que, discordando, determinou a devolução dos autos. A Justiça comum, então, suscitou o conflito. É o relatório. Decido. Conforme a orientação desta Corte, afastada pelo Juízo
federal sua competência para apreciar o feito ante a constatação de não se enquadrar o caso na hipótese prevista no art. 109, I, da CF/88, deve o julgamento do feito prosseguir na Justiça estadual. Nesse sentido, cito os seguintes enunciados: Súmula n.
150/STJ: "Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência
de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas pública"; Súmula n. 224/STJ:
"Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar conflito"; e Súmula n. 254/STJ: "A decisão do Juízo
Federal que exclui da relação processual ente federal não pode ser reexaminada no Juízo Estadual". A propósito do tema, dou
destaque a estes precedentes: Segunda Seção, AgRg no CC n. 122.649/SP, relatora Ministra Maria Isabel Gallotti, DJe de 28.8.2012; Primeira Seção, AgRg no CC n. 107.692/TO, relator Ministro Benedito Gonçalves, DJe de 20.9.2011; e Primeira Seção, AgRg no CC n. 109.096/SC, relator Ministro Cesar Asfor Rocha, DJe de 10.6.2011. Ante o exposto, com fundamento no art. 120, parágrafo único, do CPC, conheço do conflito e declaro competente o Juízo de Direito da 2ª Vara Cível de Ponta Porã (MS) (CC 124.572/MS, rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJ de 27/05/2013).