• Nenhum resultado encontrado

REVISTA EDUCAÇÃO E LINGUAGEM

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "REVISTA EDUCAÇÃO E LINGUAGEM"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

O Uso das Tecnologias da Informação e Comunicação por Meio dos Laboratórios de Informática na Escola

Maria Auxiliadora Marques Vasconcelos1

Resumo

Muito se tem discutido sobre as potencialidades do uso das tecnologias da informação e comunicação nos ambientes escolares. Neste sentido, a temática do uso das TIC no cotidiano escolar está ancorada, quase sempre, no trabalho com o laboratório de informática e as possíveis realizações que ali ocorrem, podendo gerar leituras diferenciadas sobre aprendizagens construídas e determinadas nesse espaço.

Palavras-chave: Tecnologias da Informação e Comunicação. Laboratório de

Informática. Escola.

Use of Information Technology and Communication through the School Computer Labs

Abstract

Much has been discussed about the potential use of information technology and communication in school settings. In this sense, the theme of ICT use in school life is anchored almost always work with the computer lab and possible achievements that occur there, which can generate different readings on learning constructed and determined that space.

Keywords: Information and Communication Technologies. Computer Laboratory.

School.

1 Pedagoga. Mestre em Educação. Docente da rede pública municipal de ensino de Cuiabá. Docente do curso de Pedagogia das Faculdades Integradas ICE e Docente colaboradora do Instituto de Capacitação e Pós-graduação – ICAP. Técnica da Área Instrumental do Governo- SEPLAN/MT. E-mail:

(2)

Introdução

As tecnologias da informação e comunicação (TIC)2 figuram como destaque nas discussões públicas sobre política educacional e também desempenham um papel importante no contexto de melhoria da educação brasileira.

Vale destacar o que diz também Kenski (2007, p. 109):

A escola da aprendizagem é muito diferente da escola do ensino. A escola da aprendizagem precisa de novos espaços, de outros tipos de temporalidades, de outra organização dos grupos de alunos e professores, de outras propostas pedagógicas, essencialmente novas e que se adaptem a diferentes formas e estilos de aprender de todos os participantes: professores e alunos.

Assim, com a inserção das tecnologias da informação e comunicação na educação há uma mudança nas formas de estudo, que passam a ser mais abertas e neste processo, mudanças também nos papéis do professor e do aluno, que passam a ter funções diferentes no processo do estudo.

Segundo Almeida & Menezes (2004, p.1):

Ao explorar as potencialidades das TIC no seu cotidiano, principalmente com o acesso à Internet, a escola abre-se para novas relações com o saber, vivenciando a comunicação compartilhada e a troca de informações com outros espaços do conhecimento que possuem os mesmos interesses.

A difusão das tecnologias da informação e comunicação estende-se à escola com a inserção do computador no ambiente escolar, além de que as tecnologias da informação e comunicação oferecem acessos a múltiplas possibilidades de interação, mediação e expressão de sentidos, propiciados pela informação e recursos disponíveis.

Nesta assertiva, entende-se a importância em incorporar as tecnologias da informação e comunicação à prática pedagógica do professor ao contexto da sala de aula com a possibilidade de utilizá-las em atividades sem apenas restringirem a esparsas práticas ou uso meramente superficial, ou seja, as tecnologias da informação e comunicação permitem a ampliação dessas possibilidades.

Neste contexto, Belloni (2008, p.742), registra:

O desafio da escola é o de potencializar as virtudes técnicas das Tecnologias da Informação e Comunicação, colocando-as a serviço de aprendizagens significativas e não convencionais mais adequadas às culturas jovens e infantis.

(3)

A integração das tecnologias da informação e comunicação no processo educativo consiste, sobretudo, nos desafios de ordem social e pedagógica, sendo que esta relação deve possibilitar a sua integração na escola e perceber as funções que elas podem desempenhar. O computador por si só não basta para que o aluno o utilize como ferramenta pedagógica. É imperiosa a mediação docente como condição para o sucesso das tecnologias da informação e comunicação no processo pedagógico.

A educação mediatizada pelas tecnologias da informação e comunicação pode trazer melhorias e transformações, mas, por outro lado, ela tem gerado desafios para os educadores, requerendo, ainda, muita reflexão, ou seja, as potencialidades das Tecnologias da Informação e Comunicação na educação devem permitir atividades planejadas e sistematizadas para o desenvolvimento de competência e autonomia do professor.

Observa-se que existe ainda uma prática pedagógica diferenciada no uso das tecnologias da informação e comunicação no âmbito da escola e seus respectivos docentes. Alguns docentes não têm ainda incorporado ou não veem, na sua prática pedagógica, o uso das tecnologias no laboratório de informática como possibilidades de mediação. Ao contrário, o grau de utilização do computador é assimilado, mas é apenas escolar ou lúdico.

Dessa forma, verifica-se que a utilização das tecnologias da informação e comunicação na educação formal na escola não é, ainda, instrumento de construção do conhecimento, visto que a utilizam de forma pontual ou complementar.

Sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação

As TIC têm aportado nas escolas, quase sempre, por meio dos laboratórios de informática, visto, ainda, como espaço de “computadores ou sala de informática”, e nessa perspectiva, a unidade escolar oportuniza acesso aos alunos ao “mundo” das TIC, constituindo uma compreensão sobre seu uso: a de que sua utilização estaria restrita, no caso da escola, ao espaço do laboratório. Nessa perspectiva são transferidos significados aos atores/sujeitos do processo educativo, fazendo com que seja restringido entendimento mais amplo sobre o assunto.

De acordo com Almeida & Menezes (2004, p.1):

Ao explorar as potencialidades das TIC no seu cotidiano, principalmente com o acesso à Internet, a escola abre-se para novas relações com o saber,

(4)

vivenciando a comunicação compartilhada e a troca de informações com outros espaços do conhecimento que possuem os mesmos interesses.

Certamente, este é o desafio, mas é importante desmistificar o uso das TIC na escola que se traduz em prática pedagógica e melhorias de acesso à educação básica.

Cabe ressaltar que não é suficiente implantar laboratório de informática nas escolas e projetos inovadores, se os mesmos não forem articulados e disponibilizados, em torno de um objetivo comum, que garantam condição necessária para todos. Por sua vez, este processo deve ser oportunizado com trabalhos permanentes e políticas adequadas, sobretudo, incorporado pela própria escola, através da sua gestão e pelo professor na construção da formação continuada.

Com relação ao aluno, este precisa se construir como cidadão, e a escola precisam fornecer os meios adequados para que o mesmo possa ter acesso à informação e, simultaneamente, familiarizar-se com eles, possibilitando também oportunidades de interação social. Com as TIC surgem também novos espaços importantes para o processo de ensino/aprendizagem, que modificam e ampliam o que fazíamos na sala de aula. Entretanto, não basta equipar as escolas envolvendo aquisição de equipamentos se não há uma apropriação e utilização das TIC por parte dos gestores em seu trabalho e nos processos de ensino e de aprendizagem.

Como afirma Sancho (1998): “É preciso lembrar que a escola é uma Tecnologia”. Ao adotar essa perspectiva, a escola deixou de ser, por isso, simples instrumento de transmissão de cultura, para chamar a si, decisivamente, na qualidade de órgão público, função mais larga de coordenação e regularização das necessidades de vida coletiva.

Portanto, a necessidade da mudança, da reconstrução do processo educacional com as TIC no âmbito escolar deve ser a causa e não a consequência. Para tanto, faz-se necessária à ressignificação do espaço escolar nos aspectos de inovação tecnológica, organizacional e pedagógica.

O Uso dos Laboratórios de Informática no Contexto Escolar

O PROINFO3 foi criado pela Portaria nº. 522 de 09/04/1997 pelo MEC é monitorado pela Secretaria de Educação a Distância (SEED), e tem como objetivo disseminar o uso do computador nas escolas públicas estaduais e municipais de todos os

3Programa Nacional de Informática na Educação. Disponível em http// www.proinfo.mec.gov.br. Acesso em 10 de outubro de 2012.

(5)

estados brasileiros e criar Núcleos de Tecnologia Educacional para concentrar ações de sensibilização e de capacitação dos professores das escolas para incorporar esta ferramenta em seu trabalho pedagógico. Esse programa prioriza a formação de professores e educadores em um processo que integra o domínio da tecnologia, teorias educacionais e prática pedagógica com o uso dessa tecnologia.

Visto sob esta ótica, o Programa Nacional de Informática na Educação expandiu-se e tem como um de seus eixos estruturantes, disponibilizarem equipamentos às escolas da rede pública e também oportunizar na formação de professores. Desse modo, no contexto das tecnologias por meio do PROINFO abre-se um canal de comunicação efetiva na escola entre os envolvidos no processo educacional com as Tecnologias da Informação e Comunicação.

Nesse sentido, a introdução das tecnologias da informação e comunicação na escola está relacionada ao uso do computador por meio do laboratório de informática. Entretanto, a utilização do computador encontra outros desafios: a capacidade da sua integração no processo pedagógico em relação aos recursos e domínio das TIC, bem como a dinamização pedagógica das TIC. As suas vantagens na construção do conhecimento são inegáveis, contudo a sua integração ainda não é muito frequente. E, o computador por si só não basta para que o aluno o utilize como ferramenta pedagógica. É imperiosa a mediação docente como condição para o sucesso das tecnologias da informação e comunicação no processo pedagógico. Via de regra, o uso que a escola tem dado às TIC não ultrapassa um uso meramente superficial, isto é, não alteram substancialmente a lógica que subjaz às práticas pedagógicas. Pode-se dizer, ainda, que as práticas têm sido como extensão das aulas, como formas alternativas de trabalho e procedimentos ocasionais ou isolados. Percebe-se que os laboratórios de informática são às vezes mal usados, querem pelo espaço físico, pela organização das atividades do professor, pela mediação pedagógica, número de computadores, etc.

Há, portanto, o entendimento que o contato com o laboratório de informática seja vivenciado como espaço de troca de experiências em torno dos recursos que devem ser colocados a serviço da educação de boa qualidade, acompanhando as exigências da formação cultural.

Com referência ao professor, talvez falte familiaridade em se adaptar às novas exigências dos laboratórios de informática, motivado pela ausência de cursos ou, também de interesse particular. As escolas implantaram a tecnologia de modo isolado da sala de aula, visto na forma de laboratórios de informática, sob a responsabilidade de

(6)

um “especialista”, e, talvez por isso o que faz o professor não se sentir à vontade para utilizá-la.

Sistematicamente, a escola ou tem dado as costas às ferramentas tecnológicas largamente usadas por seus alunos em atividades não escolares ou tem feito um uso tímido, não propositivo e meramente superficial dessas ferramentas. O computador e a internet são assimilados na sala de aula sem alterar substancialmente a forma como se faz aula.

Assim, vultosos investimentos, públicos ou privados, acabam se perdendo com o desuso ou o uso inadequado dessas tecnologias sem que isso represente uma alteração significativa nos resultados da ação fim da escola: a construção do conhecimento.

Moran (2008, p.41) que afirma:

As Tecnologias da Informação e Comunicação são meios, apoios, e se transformam em instrumentos fundamentais para a mudança na educação. Permitem que o foco da escola não seja transmitir informações, mas orientar processos de aprendizagem.

Nesse sentido, as tecnologias orientam para o uso de uma proposta diferente no processo de ensino com perspectivas diferenciadas. Assim, a aplicação das Tecnologias da Informação e Comunicação na educação compreende o acesso às informações e a facilidade de interação entre pessoas, no que se refere aos conteúdos a serem aprendidos, à forma com que as pessoas se comunicam, enfim, uma nova concepção de tempo.

A difusão das tecnologias estende-se à escola com a inserção do computador no ambiente escolar, mas são necessárias ações que conduzam à superação da mera instrumentalização tecnológica e que remeta ao desenvolvimento consciente da apropriação tecnológica, para haver qualitativa transformação do processo de ensino e consequentemente do processo de aprendizagem.

Considerações Finais

Tão essencial, quanto às tecnologias da informação e comunicação na escola, vale acrescentar que o laboratório de informática deve ser inserido no contexto educativo da escola de forma espontânea, como um espaço indispensável à concretização de ações pedagógicas.

Em outras palavras, mister se faz que as tecnologias da informação e comunicação, quanto a ambiência do laboratório de informática, estejam integradas

(7)

permanentemente à prática pedagógica do professor e que não seja relegada a segundo plano ou vista apenas como um espaço limitado a resolver questões pontuais e periféricas do processo de aprendizagem do aluno e a gestão escolar.

Ressalta-se que o desafio é de refletir sobre o lugar que elas ocupam, e de perceber as funções que elas podem desempenhar. E, que as TIC incorporadas ao processo de ensino aprendizagem podem contribuir com a tarefa de ensinar, sobretudo ao acesso, em lugar de ser apenas apoio tecnológico de informática para os professores nas escolas.

Daí a necessidade de formação dos docentes, sob outros paradigmas que lhes permitam desenvolver a capacidade da investigação na sala de aula, necessitando, por isso, de novos saberes, pois que a aprendizagem só faz sentido se ligada ao processo da vida e a escola está num contexto onde se processam aprendizagens.

De qualquer forma, que as TIC não sejam um produto inócuo apenas de consumo durante as aulas, mas desmitificadas. E a ambiência do Laboratório de Informática como local da colaboração, possibilidades de cada aprendiz, e que no todo do contexto escolar demandem outras reflexões à escola, à gestão escolar e, sobretudo, ao professor a respeito do que ela faz (e sobre) sua ação pedagógica.

Portanto, o uso das TIC é mais um meio para a aprendizagem que oferece um suporte na comunicação entre indivíduos e grupos, possibilitando uma organização nas atividades e nos processos desempenhados nesta aprendizagem. Assim, pensar nas TIC aplicadas à educação é um desafio, mas sem dúvida apontam, nos meios educacionais, novos rumos de trabalho.

Referências Bibliográficas

ALMEIDA, M. e MENEZES, L. O papel do gestor escolar na incorporação das TIC

na escola: experiências em construção e redes colaborativas de aprendizagem. São

Paulo, PUC-SP, 2004.

BARRETO, Raquel Goulart. (Org.). Tecnologias educacionais e educação à

distância: avaliando políticas e práticas. Rio de Janeiro: Quartet, 2001.

BEHRENS, Marilda Aparecida. O paradigma emergente e a prática pedagógica. Petrópolis, Vozes, 2005.

(8)

BELLONI, Maria Luiza. O que é mídia-educação. Campinas: Autores Associados, 2001.

KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas, SP: Papirus, 2007.

____________________Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas. SP: Papirus, 2003.

LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da

informática. São Paulo. Editora 34, 1994.

LÜDKE, Menga & ANDRÉ, Marli E. D. Pesquisa em educação: abordagens

qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

MARQUES, Mario Osório. Conhecimento e modernidade em reconstrução. Ijuí, Ed. UNIJUÍ. 1993.

MEC. Ministério da educação e cultura. Disponível em http://www.mec.gov.br. Acesso em 10 de outubro de 2012.

MORAN, José Manuel. Formação de educadores para uma nova escola. Educação

digital e tecnologias da informação e da comunicação. Salto para o Futuro. Boletim

18, set/out/2008.

____________________ A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar

lá. Campinas, SP: Papirus, 2007.

MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas

tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2000.

PALOFF, Rena M; PRATT, Keith. Construindo comunidades de aprendizagem no

ciberespaço. Porto Alegre: Artmed, 2002.

PRIMO, Alex. Interação mediada por computador: comunicação, cibercultura,

(9)

PROINFO. Programa nacional de tecnologia educacional. Disponível em: <http://www.proinfo.mec.gov.br. Acesso em 10 de outubro de 2012

Referências

Documentos relacionados

Além disso, pode ser concluído também que a direção de incidência da corrente representa pouca influência para o dano à fadiga da estrutura no trecho

Figura 1 - Fluxograma de elegibilidade, segundo critérios de inclusão e exclusão, dos pacientes submetidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas que utilizaram o

Se as mulheres acreditarem que existem papéis e condutas específicas das mulheres que diferem das dos homens (tipos de trabalho a ser executados: dentro e fora da propriedade; forma

Esse procedimento, por sua vez, se- guiu os seguintes passos: (i) calcu- lar os coeficientes técnicos diretos de valor adicionado de cada um dos 42 setores da economia contempla-

Em outras palavras, o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação deve ser pensado dentro do contexto do sistema econômico capitalista que lhe

Proteinúria não-nefrótica persistente, proteinúria nefrótica e insuficiência renal aguda e crônica foram avaliadas em até 1, 5, 10 e 15 anos após o diagnóstico.. A mediana

Podemos citar algumas das atividades que foram oferecidas, como por exemplo os cursos de idiomas (espanhol, alemão e inglês) onde os alunos têm uma noção básica de um novo idioma,

Nesta Câmara Municipal, apenas existe um Técnico Superior com a categoria de Arquitecta, que declarou estar legalmente impedida de se pronunciar sobre a situação