• Nenhum resultado encontrado

Tipologia dos estabelecimentos escolares brasileiros

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Tipologia dos estabelecimentos escolares brasileiros"

Copied!
16
0
0

Texto

(1)

* Professor Doutor da Universidade Católica de Pernambuco – Unicap e Universidade de Pernambuco – UPE.

** Professora Phd do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional – Cedeplar, da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.

Cezar Augusto Cerqueira* Diana Reiko Oya Tutya Sawyer**

A proposta central do trabalho é a construção de uma tipologia para os estabelecimentos escolares brasileiros, a partir de um amplo conjunto de informações que envolvem a infra-estrutura oferecida pelos mesmos, seu porte, indicadores de qualidade do ensino oferecido, entre outros aspectos. A construção da tipologia cristaliza-se no delineamento de perfis extremos de escolas, na verdade grupos com características marcantes. Uma outra dimensão investigada foi a eficácia escolar, tendo como principal interesse verificar sua distribuição segundo os perfis anteriormente gerados. A tipologia das escolas revelou três perfis extremos: um de escolas com precárias condições de infra-estrutura e indicadores deficientes de eficácia escolar; outro, em situação oposta, com grandes escolas, com boas condições de infra-estrutura e bons indicadores de eficácia; e um terceiro perfil, que ficou em uma posição de transição entre os dois primeiros. Preocupa o fato de que a maioria das escolas brasileiras aderiu ao perfil de precárias condições de infra-estrutura, quadro agravado pelas disparidades regionais.

Palavras-chave: Educação. Demografia da educação. Escolas. Introdução

O cenário delineado, nas últimas dé-cadas, para o sistema educacional brasileiro, revela importantes transformações em seus diversos aspectos, com destaque para a ampliação do acesso à escola no ensino fundamental, além de uma melhoria nos níveis médios de escolarização atingidos. Entretanto, o Brasil ainda não alcançou pata-mares satisfatórios, situando-se em posição inferior a diversos países em desenvolvi-mento, tais como Colômbia, Bolívia e Equador, entre outros. Uma questão que também merece destaque diz respeito às desigualdades, principalmente regionais, em termos de acesso a oportunidades educacionais (MARTELETO, 2000).

Do ponto de vista demográfico, também foram observadas profundas mudanças no país, nas últimas décadas, destacando-se a redução no ritmo das taxas de cresci-mento populacional, conseqüência dos novos cenários delineados pela transição demográfica brasileira, em especial a partir dos anos 70, resultado, principalmente, da queda nos níveis de fecundidade. Tais mudanças têm provocado decréscimo na proporção de população em idade de cursar a educação primária, de tal modo que a falta de escolas parece não ser o principal problema do sistema brasileiro de educação, devendo ser dada maior atenção a questões como qualidade da educação e repetência (FLETCHER; RIBEIRO, 1987; KLEIN; RIBEIRO, 1991). Assim, assume

(2)

crucial importância a investigação de as-pectos sobre qualidade, eficácia e rendi-mento escolar.

Já a importância atribuída aos recursos escolares, entendidos como instalações e equipamentos existentes, que emerge da literatura sobre o desempenho escolar nos países em desenvolvimento, ressalta a urgente necessidade de que se aprofunde o conhecimento a respeito da realidade dos estabelecimentos escolares brasileiros, principalmente sobre como ocorre a distri-buição dos recursos escolares, dada a premissa de que os resultados escolares, especialmente em países em desenvol-vimento, são sensíveis aos níveis de recur-sos escolares (BUCHMAN; HANNUM, 2001).

A proposta central deste trabalho é construir uma tipologia dos estabele-cimentos escolares brasileiros, definindo seus perfis, com base em um amplo conjunto de indicadores que procuram retratar aspectos ligados a infra-estrutura, porte e características funcionais das es-colas, além de indicadores do nível so-cioeconômico dos municípios onde as mesmas estão localizadas.

Aspectos metodológicos

As variáveis utilizadas na caracterização dos estabelecimentos escolares e cons-trução da tipologia foram classificadas em três dimensões: i) aspectos da comunidade, em que se busca caracterizar os fatores liga-dos aos contextos social, espacial e demo-gráfico da área onde a escola está locali-zada; ii) infra-estrutura existente na escola, em que se pretende traduzir o potencial de cada estabelecimento escolar, em termos dos recursos e instalações disponíveis, o que, pelo anteriormente discutido, tem grande importância nos resultados escolares alcançados, principalmente em países em desenvolvimento; iii) características funcio-nais das escolas, incluindo-se indicadores do porte, disponibilidade e qualificação dos docentes, tamanho de classe, horas-aula diárias, entre outros, que sabidamente têm acentuada importância no processo de ensino/aprendizagem.

Os caminhos metodológicos seguidos no desenvolvimento do trabalho podem ser visualizados em três grandes etapas. A pri-meira trata da construção de uma tipologia municipal, que procura fornecer informa-ções sintéticas sobre o ambiente onde cada escola está inserida. A segunda e principal etapa aborda a elaboração da tipologia dos estabelecimentos educacionais, a partir de um amplo conjunto de indicadores relativos a diversos aspectos das escolas. A terceira consiste em verificar possíveis associações, considerando-se, de um lado, um conjunto de variáveis chamadas de externas, que procuram caracterizar aspectos relacio-nados com a eficácia educacional, e, de outro, os perfis estruturais e funcionais an-teriormente construídos. Todas essas eta-pas são desenvolvidas com o apoio do método Grade of Membership – GoM (MANTON et al., 1994), que lida com dois dos maiores problemas na determinação de uma classificação ou tipologia, que são a identificação de grupos e a descrição de diferenças entre os mesmos.

Uma clara vantagem do método é não necessariamente assumir que os grupos são fixos, além de apresentar propriedades extremamente importantes para o problema em questão. A primeira é permitir que os estabelecimentos escolares possam per-tencer a mais de um grupo ou perfil, possi-bilitando que a heterogeneidade entre os mesmos seja expressa como um compo-nente do modelo, o que leva a descrições mais naturais dos grupos a serem gerados. Uma outra vantagem é a possibilidade de lidar com grande número de casos e variá-veis. O método é baseado em procedi-mentos de estimação estatística de máxima verossimilhança, tendo, portanto, o rigor estatístico necessário para atender aos objetivos desse estudo.

A aplicação do método GoM requer dados de J variáveis-resposta discretas, com um número finito (Lj) de categorias de respostas para a j-ésima variável. Para variáveis de natureza intrinsecamente discreta (sexo, região, etc.), a codificação é direta. Neste caso, os dados podem ser vistos como consistindo de J variáveis multinomiais (Xij) com Lj níveis de resposta

(3)

para a j-ésima variável, ou, de forma equi-valente, definir Yijl como a resposta do indiví-duo i à categoria l, da variável j, sendo uma variável binária, ou seja, assumindo valor 1 se este pertence à l-ésima categoria ou 0, caso contrário. Para cada escola é estimado um escore de pertinência, ou escore GoM, denotado por gik, o qual indica o grau de pertinência do i-ésimo elemento, ao k-ésimo conjunto ou perfil. Tais escores variam no intervalo [0,1]; um escore 0 (zero) indica que o estabelecimento escolar não perten-ce ao perfil K, enquanto um escore 1 (hum) significa que este possui todas as caracte-rísticas do k-ésimo perfil.

A probabilidade da resposta l, para a j-ésima variável, pela escola com k-ésimo perfil extremo é denotada por . Por pres-suposto do modelo, existe pelo menos uma unidade que é membro bem definido do k-ésimo perfil. Este pressuposto dá a proba-bilidade de resposta, para esta unidade, para os vários níveis de cada variável. Os são valores positivos, cuja soma é igual a um, para os níveis de cada variável, dentro de cada perfil.

Complementado por uma série de outros pressupostos (MANTON et al., 1994), o modelo de probabilidade para a construção do procedimento de estimação de máxima verossimilhança é formulado. Os parâmetros de interesse são então estimados a partir da maximização da expressão:

se pela definição de três perfis extremos, com resultados bastante satisfatórios, atendendo a princípios de parcimônia e facilidade de interpretação. A condição para caracterizar os perfis considerou como regra de decisão se a estimativa dos fosse su-ficientemente maior que a respectiva fre-qüência marginal. Foi definido o valor de 1,2 para a razão entre os lkjl e as freqüências marginais correspondentes, ou seja, os valores que delineiam as características predominantes em cada perfil correspon-dem à situação em que as probabilidades estimadas excedem em mais de 20% a sua freqüência marginal na população. A seguir são apresentadas as características de cada um dos três perfis extremos deli-neados.

O perfil extremo 1 é formado por es-colas com as seguintes características: localizadas em municípios das Regiões Norte e Nordeste; em geral de baixo e médio-baixo potencial humano e produtivo, em área rural; pertencentes à rede muni-cipal; desprovidas de instalações escolares tais como biblioteca, cozinha, quadra, sala de TV-vídeo; não ligadas à rede de esgoto; desprovidas ainda de equipamentos de comunicação (TV, vídeo e parabólica) e de equipamentos de informática. Em termos de porte, tais escolas funcionam com um ou dois professores, apenas uma sala de aula, poucas turmas no fundamental e até 30 alunos. Oferecem ainda quatro horas-aula diárias no ensino fundamental, observando-se que em sua totalidade tais escolas não contavam com nenhum professor com curso superior completo, em 2000. No tocante ao nível de ensino ofertado, os resultados su-gerem presença de escolas que não oferecem o ensino médio, incluindo ainda aquelas de nível pré-escolar. De acordo com os fatores predominantes nesse perfil, suas características mais marcantes podem ser resumidas como: pequenas escolas, de ensino fundamental, sem infra-estrutura, rurais, municipais, não informatizadas, com baixíssima qualificação docente, doravante referidas como escolas de baixa infra-estrutura.

O perfil extremo 2 corresponde aos seguintes tipos de escola: localizadas em

Resultados Os perfis extremos

A construção da tipologia dos estabele-cimentos escolares pode ser visualizada em duas grandes etapas, que são a construção dos perfis extremos e o cálculo dos escores de pertencimento dos estabe-lecimentos escolares a cada perfil gerado. As características de cada perfil são deli-neadas de acordo com o exame dos valores dos – fornecidos pelo método GoM – e, posteriormente, comparados com a fre-qüência marginal correspondente.

(4)

Optou-municípios com características da Região Sul, de médio a elevado potencial humano e produtivo, em áreas urbanas; pertencen-tes às redes estadual ou privada; com instalações tais como biblioteca, sala de professores, refeitório, sala de TV e vídeo, indicando a presença de equipamentos de comunicação (TV, vídeo e antena parabó-lica). Em termos de recursos de informática, em geral tais escolas não têm acesso à Internet e dispõem de apenas um compu-tador. Quanto ao porte, tal perfil sugere escolas que podem ter entre 3 e 16 profes-sores, de 2 a 10 salas de aula, de 4 a 19 turmas no ensino fundamental, mais de 15% de alunos em período noturno no en-sino fundamental e de baixo a médio/alto nível de qualificação docente. Tais escolas oferecem apenas o ensino fundamental. De acordo com as características predomi-nantes, este perfil poderia ser classificado como de escolas de porte médio, de ensino fundamental, com razoável nível de infra-estrutura, urbanas, estaduais ou particu-lares, não informatizadas, com médio/alto nível de qualificação docente, doravante chamadas de escolas de média infra-estrutura.

O perfil extremo 3 é formado por es-colas com as seguintes características: localizadas em municípios das Regiões Sul, Sudeste ou Centro-Oeste, de alto potencial humano e produtivo, em áreas urbanas; pertencentes às redes estadual ou privada; com instalações tais como biblioteca, videoteca, quadra, laboratório de ciências, sala de TV e vídeo, indicando a presença de equipamentos básicos de comunicação (TV, vídeo e antena parabólica); são escolas bastante informatizadas, com acesso à Internet, contando com rede local, labo-ratório de informática e impressora, o que indica a presença de um ou mais com-putadores. No tocante ao porte, esses estabelecimentos têm 17 ou mais profes-sores, de 6 a mais de 20 salas de aula e dez ou mais turmas no ensino fundamental. São escolas de ensino fundamental de grande porte ou de ensino médio de pequeno ou grande porte, com, no máximo, 31% de alunos em período noturno no ensino fundamental, oferecem quatro ou

mais de cinco horas diárias no ensino fundamental e apresentam de médios a muito elevados níveis de qualificação docente. No que tange ao tipo de ensino oferecido, são escolas com apenas o ensino médio ou ambos (fundamental e médio).

Um exame das características predo-minantes nesse perfil permite resumi-lo como de grandes escolas urbanas, de en-sino médio e/ou fundamental, com elevado nível de infra-estrutura, estaduais ou par-ticulares, com altos níveis de informatização e de qualificação docente, referidas como escolas de elevada infra-estrutura.

Os perfis mistos

A metodologia aplicada na construção da tipologia permite, conforme discutido anteriormente, que as escolas possam ser membros parciais dos diversos perfis extre-mos, o que torna necessário aprofundar a investigação dos mesmos. Desse modo, foram criadas expressões booleanas para possibilitar a criação de tipos mistos de perfis, a fim de se verificarem os perfis pre-dominantes, que descrevessem a combi-nação de graus de pertinência dos estabe-lecimentos escolares. Os perfis predo-minantes (puros) e os mistos são descritos a seguir, exemplificando-se para o caso dos perfis 1 e 2.

• Predominância do perfil 1 (P1): Se {g1k >= 0,75}; a escola tem pelo menos 75% das características do perfil extremo 1, ou ainda se:

• Perfil misto com predominância (PM12):

Se

Foram considerados amorfos, ou sem definição, os estabelecimentos escolares cujos escores de pertinência aos três perfis foram inferiores a 0,50.

A Tabela 1 apresenta os perfis extremos e mistos encontrados e a freqüência abso-luta e relativa, de escolas e matriculados, bem como uma descrição resumida de cada perfil extremo.

(5)

A maioria dos estabelecimentos es-colares do país aderiu ao perfil extremo 1, de escolas pequenas, rurais, desprovidas de infra-estrutura – predominante em quase metade delas (49,2%). Somando-se esse percentual com os perfis mistos com predo-minância, verifica-se que 58,4% das es-colas classificam-se neste perfil, sendo que cerca de 33,3% apresentaram pertinência total ao mesmo. Em seguida, tem-se o perfil 2, de escolas de médio/grande porte, com equipamentos e instalações básicas, não informatizadas, de nível fundamental – pre-dominante para 16% das escolas e majo-ritariamente predominante em um quarto (24,7%) delas, tendo ainda uma pertinência total de 7,1%. O perfil 3, que reúne as grandes escolas urbanas, bem equipadas, com boas instalações, informatizadas, de ensinos médio e fundamental, apresentou uma predominância geral de 9,6%, sendo majoritariamente predominante em 14,7% e apenas 5,1% de pertinência total.

A distribuição territorial dos perfis escolares traz importantes informações que permitem maior aprofundamento na inves-tigação de suas características. São apre-sentados recortes por grandes regiões do país, Estados, porte do município onde se

TABELA 1

Distribuição das escolas e matrículas, segundo os perfis extremos e mistos construídos Brasil – 2000

Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep. .Elaboração própria.

situam, localização da escola em área urbana ou rural e, finalmente, a distribuição segundo os 5.507 municípios existentes no país, em 2000. A ênfase dada concentra-se no percentual de escolas nos perfis extremos em cada unidade investigada, tendo em vista que o foco do trabalho compreende a escola e suas condições de infra-estrutura.

A Tabela 2 mostra a distribuição dos perfis extremos e mistos dentro de cada região do Brasil. O Norte apresenta cerca de 72,3% de suas escolas classificadas de forma predominante no perfil de baixa infra-estrutura. Somando-se os perfis mistos, verifica-se que este perfil foi majoritário para cerca de 78% das escolas dessa região. No Nordeste, este perfil foi predominante para 61,4% das escolas e majoritário para aproximadamente 70%. Já na Região Sudeste, tal perfil foi predominante para cerca de 27% das escolas e majoritário para aproximadamente 40% delas. No tocante ao perfil de alto nível de infra-estrutura, os maiores percentuais foram encontrados no Sudeste, onde cerca de 20% das escolas apresentam esse perfil como predominante, contra valores em torno de 4% nas Regiões Norte e Nordeste.

(6)

GRÁFICO 1

Escolas classificadas no perfil de baixa infra-estrutura Unidades da Federação – 2000

(7)

Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep. .Elaboração própria.

A distribuição por unidades da Fede-ração permite uma visão mais detalhada desse quadro de desigualdades, já vislum-brado no exame dos dados das regiões. Assim, verifica-se que Estados como Acre, Pará, Amazonas e Roraima, todos loca-lizados na Região Norte, apresentam mais de 70% de suas escolas classificadas no perfil de baixa infra-estrutura, ao passo que

TABELA 2

Distribuição dos estabelecimentos escolares, segundo perfis Regiões do Brasil – 2000

em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal tais percentuais não atingem 20% das escolas (Gráfico 1).

Um outro recorte territorial importante é o que examina a distribuição dos perfis escolares gerados, segundo o porte dos municípios, em termos de categorias de po-pulação residente em 2000. Os resultados são apresentados no Gráfico 2.

GRÁFICO 2

Distribuição dos estabelecimentos escolares, por classes de população residente, segundo os perfis de escolas Brasil – 2000

(8)

Os resultados indicam uma associação entre o porte do município onde a escola se localiza e os perfis gerados. Entre os muni-cípios menores (até 10 mil habitantes), por exemplo, o percentual de escolas classifi-cadas no perfil de baixa infra-estrutura é da ordem de 61%, passando para 64,6% naqueles com 10 mil a 20 mil habitantes e diminuindo a partir daí, até atingir 9,4% entre os de maior porte (mais de 500 mil habitan-tes). No perfil de mais elevada infra-estru-tura, observa-se situação inversa, embora com percentuais de menor magnitude, que variam de 5,6% para escolas localizadas em municípios de até 10 mil habitantes, 3,9% para aquelas situadas em municípios entre 10 mil e 20 mil habitantes, com ten-dência crescente, chegando a 26,5% no grupo daqueles com mais de 500 mil habitantes.

A questão da localização da escola em área urbana ou rural também assume importância fundamental na investigação de aspectos territoriais, dada a grande participação de escolas rurais no país e ainda em virtude de suas características peculiares de escolas com indicadores bastante desfavoráveis e com precárias ou inexistentes condições de infra-estrutura. A Tabela 3 mostra a distribuição dos estabe-lecimentos escolares brasileiros segundo sua localização.

Entre as escolas urbanas, há predo-minância do perfil intermediário de

estrutura (25,5%), seguido pelo de alta infra-estrutura (20,5%), ao contrário das rurais, que possuem, em sua maioria (quase 80%), baixa infra-estrutura. No que se refere à população atendida, entre as escolas urba-nas, cerca de 53% dos alunos matriculados estudam em estabelecimentos de alta infra-estrutura, enquanto na área rural apenas 3,3% têm acesso a esse tipo de escola. Considerando o perfil de baixa infra-estru-tura, verifica-se que menos de 1% dos alunos das áreas urbanas estudam em tais es-colas, ao contrário das rurais, onde este percentual alcança cerca de 45% dos alunos, salientando a importância e a magnitude desse grupo de escolas tão carentes e que se tornam alvos potenciais de futuras políticas públicas na área da educação.

O exame da distribuição de escolas segundo os perfis gerados, em cada um dos 5.507 municípios brasileiros, em 2000, complementa a investigação do padrão territorial desses perfis, fornecendo uma visão espacializada, de fundamental impor-tância para o aprofundamento do conhe-cimento das condições de porte e infra-estrutura dos estabelecimentos escolares do país. Tais resultados podem ser visualiza-dos nos Mapas 1 a 3, que apresentam os percentuais de escolas em cada um dos perfis extremos, classificados por quartis. Observa-se que municípios com percen-tuais mais elevados de escolas de baixa

TABELA 3

Estabelecimentos escolares, por localização, segundo perfil gerado Brasil – 2000

(9)

infra-estrutura tendem a se concentrar de forma mais acentuada nas Regiões Norte, Nordeste, norte de Minas e parte do

Centro-Oeste, ao passo que municípios com meno-res proporções de escolas nesse perfil tendem a se localizar, com mais

intensida-MAPA 1

Distribuição das escolas com perfil de baixa infra-estrutura 2000

Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep. Elaboração própria. MAPA 2

Distribuição das escolas com perfil de média infra-estrutura 2000

(10)

MAPA 3

Distribuição das escolas com perfil de elevada infra-estrutura 2000

de, nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (Mapa 1). Municípios com elevados per-centuais de escolas de condições interme-diárias de infra-estrutura (perfil 2) são obser-vados com maior freqüência nas Regiões Centro-Oeste e Sul (Mapa 2), enquanto aqueles com proporções superiores de es-colas de maior porte e elevadas condições de infra-estrutura encontram-se, principal-mente, nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste (Mapa 3).

A investigação da distribuição espacial dos perfis delineados revela a desigualdade na distribuição dos recursos escolares no país. O cruzamento de tais perfis com algu-mas informações relativas à infra-estrutura escolar apenas corrobora esse quadro.

Escolas com perfis de média/alta e predominantemente alta infra-estrutura destacam-se daquelas pertencentes aos demais perfis quanto a diversos aspectos investigados. A existência de biblioteca, por exemplo, chega a cerca de 90% no perfil de alta infra-estrutura, enquanto naquele predominantemente de baixa infra-estrutura

Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep. Elaboração própria.

este valor é praticamente nulo ou muito baixo. Instalações como sala de profes-sores alcançam percentuais acima de 70% nas escolas de média/alta e predo-minantemente alta infra-estrutura, atingindo pouco menos de 50% no perfil de média, quase 40% no misto de baixa e alta e em torno de 10% ou menos nos demais de predominância de baixa infra-estrutura.

A presença de equipamentos de in-formática também é visivelmente superior nos perfis de média/alta e predominan-temente de alta infra-estrutura, em que mais de 70% das escolas têm computador, recurso praticamente inexistente nos perfis de baixa e baixa/média infra-estrutura. O acesso à Internet, baixo no total do país, também parece ser um privilégio dos perfis de alta infra-estrutura, com percentuais em torno de 40% no de alta infra-estrutura e cerca de 30% nos mistos de alta/baixa e alta/média infra-estrutura.

A distribuição regional dos perfis, seja de alta ou de baixa infra-estrutura, revela um padrão espacial de desigualdades

(11)

regionais nos aspectos investigados de infra-estrutura educacional, exibindo um quadro nitidamente desfavorável nas Re-giões Norte e Nordeste do país.

Em seguida, investigam-se a questão da eficácia escolar e sua distribuição segundo os perfis gerados.

Perfis de eficácia escolar

Nesta seção, procura-se investigar pos-síveis associações entre os perfis de escolas gerados anteriormente e alguns indicado-res de eficácia escolar, repindicado-resentados pelas taxas de distorção idade-série, de apro-vação, de reprovação e de abandono, tanto no ensino fundamental como no médio.

As ferramentas teóricas que permitem a presente análise foram apresentadas na seção metodológica e tratam da estimação das probabilidades de uma escola pertencente ao perfil “k” apresentar a res-posta “l” para a variável “j*” pertencente ao conjunto das variáveis que representam a eficácia escolar – as chamadas variáveis “externas”. Convém ressaltar que tais variá-veis não foram utilizadas na construção dos perfis multidimensionais escolares, de mo-do que neste estágio os perfis foram pré-fixados e os parâmetros de eficácia re-esti-mados, de tal forma que as novas probabi-lidades estimadas procuram indicar a asso-ciação entre estas variáveis e os perfis extremos anteriormente gerados. De forma semelhante ao que foi feito no caso da cons-trução dos perfis escolares, será utilizada como medida de tal associação a relação entre os estimados e a freqüência margi-nal de cada categoria das variáveis exter-nas, tomando-se como referência também o valor de 1,2.

Os principais resultados encontrados no delineamento dos perfis são descritos a seguir.

Perfil 1 – Escolas de baixa infra-estrutura

Em termos de variáveis de eficácia es-colar, este perfil caracteriza-se, no tocante ao ensino fundamental, por altas taxas de distorção, níveis mais elevados de repro-vação e mais baixos de aprorepro-vação, ao lado

de patamares mais elevados de taxas de abandono escolar. Como esse é um perfil caracterizado por escolas de ensino funda-mental, são nulos os valores corresponden-tes ao ensino médio.

Perfil 2 – Escolas de nível intermediário de infra-estrutura

A eficácia escolar neste perfil, também constituído por escolas de nível funda-mental, caracteriza-se predominantemente por baixas taxas de distorção, níveis intermediários de aprovação e reprovação e mais baixos de abandono escolar.

Perfil 3 – Escolas de alta infra-estrutura

Esse perfil destaca-se como o de melhor situação em termos de eficácia escolar, apresentando, para o ensino fundamental, taxas mais baixas de distorção, níveis mais elevados de aprovação, baixa reprovação, juntamente com patamares menores de abandono escolar. No tocante ao ensino médio, não foi possível detectar alguma associação, tendo em vista a distribuição bastante uniforme das probabilidades condicionais estimadas, o que, combinado com as baixas freqüências marginais, acarreta fatores elevados para todas as categorias investigadas.

Concluindo

As mudanças demográficas observa-das, nas últimas décaobserva-das, tiveram impacto no sistema educacional brasileiro, princi-palmente no tocante à demanda por ensino fundamental, no qual o grau de cobertura já beira a universalização. Entretanto, as classes menos favorecidas da população apresentam dificuldades no acesso a um ensino de qualidade, além de outros de-safios urgentes a serem enfrentados, entre os quais a redução dos níveis de repetência e abandono.

O processo de construção da tipologia dos estabelecimentos escolares brasileiros, desenvolvido nesse trabalho, encontrou três perfis de escolas com características distintas. O perfil 1 reuniu, de modo geral, escolas pequenas, rurais,

(12)

predominante-mente municipais, sem as mínimas condi-ções de infra-estrutura e com indicadores educacionais de eficácia escolar deficien-tes. O perfil 3 englobou escolas, em geral, de grande porte, com excelentes condições de infra-estrutura, elevados níveis de infor-matização e bons indicadores de eficácia escolar. O perfil 2 tem como característica marcante o fato de reunir escolas em uma situação considerada intermediária quanto aos aspectos de infra-estrutura disponível, porte e funcionais, sendo ainda não informa-tizadas e com indicadores intermediários de eficácia escolar.

A distribuição das escolas segundo os perfis gerados vem revelar faces de um sistema escolar permeado por grandes la-cunas a serem preenchidas. Aproximada-mente metade das escolas do país teve como predominante o perfil 1, que, conforme mencionado, tem como característica marcante o fato de reunir estabelecimentos extremamente carentes em termos de infra-estrutura e com indicadores de eficácia bastante desfavoráveis. Entretanto, esse perfil congrega apenas cerca de 7% dos alunos do país, pois se trata, em sua maioria, de escolas de pequeno porte. Quando desagregados por localização, verifica-se que, nas áreas rurais, a maior parte dos alunos estudam em escolas desse perfil de baixa infra-estrutura (45%), valor que atinge níveis inferiores a 1% nas áreas urbanas. Já o perfil de escolas de boas condições de infra-estrutura e com indicadores de eficácia favoráveis congregou apenas aproximada-mente 10% das escolas do país e cerca de 58% dos alunos matriculados. No entanto, nas áreas rurais, é bastante baixo o percen-tual de alunos que estudam nessas escolas de alta infra-estrutura: 3,3%, contra valores da ordem de 53% nas áreas urbanas.

A investigação da distribuição espacial dos perfis gerados revelou, entre outros fatos, que cerca de 72% das escolas da Região Norte e 61,4% do Nordeste perten-cem ao perfil de baixa infra-estrutura, va-lores bem mais elevados que os 27,2% e 33,2% encontrados para as Regiões Sudeste e Sul, respectivamente.

Entre as unidades da federação, o Distrito Federal apresentou tanto o maior

percentual de escolas de elevada infra-estrutura quanto o menor daquelas de bai-xa infra-estrutura. Cabe destacar ainda Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo, que estavam entre os Estados com menores percentuais de escolas de baixa infra-estru-tura, e o Acre, Pará, Amazonas e Roraima, que, por sua vez, registraram as maiores proporções de escolas nesse último perfil. A distribuição municipal dos perfis de alta ou de baixa infra-estrutura só vem cor-roborar tais achados, ao revelar um padrão espacial em que se salientam as fragi-lidades encontradas nas Regiões Norte e Nordeste, ao contrário do que se observa principalmente no Sul e Sudeste do país.

A investigação dos indicadores de eficácia escolar complementa esse quadro de desigualdades entre os perfis, revelando diferenças estatisticamente significativas entre os perfis extremos quanto aos indi-cadores selecionados. O perfil de baixa infra-estrutura está associado a elevados níveis de distorção idade-série, altos níveis de reprovação e abandono no ensino fun-damental, ao contrário do perfil de elevada infra-estrutura.

Os resultados apresentados com o exame das características de cada perfil extremo ou misto agregam novos tons ao quadro delineado. Foram encontradas im-portantes associações entre a distribuição dos perfis e aspectos tais como porte das escolas, instalações existentes, equipa-mentos disponíveis e, em particular, o nível de informatização atingido pelas escolas, sempre colocando os perfis em uma es-pécie de hierarquia, desfavorável ao perfil 1 e situando no outro extremo as escolas de condições, se não ideais, mas ao menos favoráveis nesse quadro traçado.

Desse modo, o processo de construção dos perfis dos estabelecimentos escolares brasileiros também trouxe à tona a fragili-dade do sistema educacional, a precarie-dade em termos de instalações e equipa-mentos, além de uma série de outras ques-tões fundamentais, entre as quais as mar-cantes desigualdades, principalmente re-gionais, quanto aos aspectos investigados. De posse desse quadro revelado pela tipologia dos estabelecimentos escolares

(13)

brasileiros, mesmo ciente de sua natureza incompleta, espera-se que importantes in-formações e achados tenham sido revela-dos e que possam contribuir no aprofunda-mento do conheciaprofunda-mento da realidade do sistema escolar do país.

Algumas possibilidades de estudos futuros podem ser vislumbradas, como, por exemplo, a investigação do rendimento es-colar, segundo as tipologias geradas, que forneceria uma visão de fatores associados ao rendimento escolar e seu comporta-mento entre escolas de diferentes perfis.

Uma outra possibilidade poderia ser a construção de tipologias em níveis de abran-gência geográfica mais específicos, como regional, estadual ou até mesmo municipal. Estes estudos podem ser de grande utili-dade no delineamento de metas de melho-ria na infra-estrutura das escolas em diferen-tes níveis de abrangência geográfica. O aprofundamento dos perfis mistos, de maior complexidade por sua natureza, e suas características também poderia ser uma outra linha de investigação derivada desse trabalho.

Referências bibliográficas

ALBERNAZ, A.; FERREIRA, F. H.G.; FRANCO, C. A escola importa? Determinantes da eficiência e equidade no ensino fundamen-tal brasileiro. Maio, 2002. Mimeografado. ARMOR, D. J. School and family effects on black and white achievment: a reexamination of the USOE data. In: MOYNIHAN, D. P. (Ed.).

On equality of educations opportunity:

papers deriving from the Harvard University Faculty Seminar on the Coleman Report. New York: Vintage Books, 1972, p.168-229. BARBOSA, L. D. M. Perfis de

vulnerabi-lidade ao risco de contrair o HIV nas Regiões Nordeste e Sudeste brasileiras:

aspectos individuais e da comunidade. Tese de Doutorado. Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, Universidade Federal de Minas Gerais, 2001. 158 p. BARBOSA, M. L. Efeitos da qualidade da

escola sobre o desempenho dos alunos.

Setembro, 2001. Mimeografado.

BARBOSA, M. L. O.; VEIGA, L. Eficiência e equidade: os impasses de uma política.

Revista Brasileira de Política e Adminis-tração da Educação, v.12, n.2, julho/

dezembro, p.211-242, 1998.

BARROS, R. P.; MENDONÇA, R.S.P.; SHOPE, J.A. Regional disparities in education

within Brazil: the role of quality of education.

Ipea, agosto 1993, p. 1-9. (Textos para discussão, 311).

BARROS, R. P. et alii. Determinantes do

desempenho educacional no Brasil. Ipea,

outubro 2001, p.1-33 (Textos para dis-cussão, 834).

BERKMAN, L.; SINGER, B.; MANTON, K. Black and white differences in health status and mortlity among the elderly. Demography, v.26, November 1989.

BIRDSALL, N.; BRUNS, B.; SABOT, R.H. Education in Brazil: playing a bad hand badly. In: BIRDSALL, N.; SABOT, R.H. (Ed.).

Oportunity forgone: education in Brazil.

Inter-American Development Bank, 1996, p.7-47.

BUCHMANN, C.; HANNUM, E. Education and stratification in developing countries: a review of theories and research. Rev.

Sociol., v.27, p.77-102, 2001.

CALDWELL, J. C. Education as a factor in mortality decline: an examination of Nigerian data. Population studies, v.33, p.395-413, 1979.

CARD, D. A. K.; ALAN, B. School recources and student outcomes: an overview of the literature and new evidence from North and South Carolina. Journal of Economic

Perpectives, v.10, n.4, p.31-50, Fall 1996.

CARVALHO, J. A. M. Crescimento

populacional e estrutura demográfica no Brasil. Belo Horizonte, 1992.

CARVALHO, J. A. M.; WONG, L. A window of

opportunity: some demographic and

socioeconomic implications of the rapid fertility decline in Brazil. Universidade

(14)

Federal de Minas Gerais, outubro 1995 (Tex-to para discussão, 91).

CARVALHO, J. A. M.; SAWYER, D.O.; RODRIGUES, R.N. Introdução a alguns

con-ceitos básicos e medidas em demografia.

Belo Horizonte: Abep, 1998. 63 p. (Textos didáticos).

CASTRO, M. H. G.; DAVANZO, A. M. Q.

Situação da educação básica no Brasil.

Brasília: Inep, 1999. 134 p.

CERQUEIRA, C. A. Uma tipologia dos

municípios da região Nordeste. Belo

Horizonte, 2002. Mimeografado.

CHRISTENSON, B. A.; JOHNSON, N.E. Educational inequality in adult mortality: an assesment with death certificate data from Michigan. Demography, v.32, n.2, May, 1995, p.215-229, 1995.

COLEMAN, S. Equality of educational

opportunity. Office of Education, U.S.

Washington D.C. 1966.

DAVIDSON, J. et alii. A study of depressive typologies using grade of membership analysis. Psychol Med. v.18(1), p.179-189, 1988.

EBOLI, M. G. L’éteregeneità dell’agrocoltura: chave classificatorie e interpretative nella letteratura economico-agraria. Agricoltura

familiare in transizione, v.s1, p.75-91, 1995.

FLETCHER, P. R.; RIBEIRO, S.C. O ensino

de primeiro grau no Brasil hoje. Inep, 1987.

FULLER, B.; CLARK, P. Raising school effects while ignoring culture? Local conditions and the influence of classroom tools, rules and pedagogy. Review of

Educational Research, v.64, n.1,

p.119-157, 1994.

GARCIA, R. A. Modernização e crescimento populacional nos municípios de Minas Gerais: uma aplicação do método “Grade of Membership”. In: SEMINÁRIO SOBRE A ECONOMIA MINEIRA, IX. Diamantina: Cedeplar/UFMG, 2000.

HANUSHEK, E. A. Interpreting recent research on schooling in developing countries. The World Bank Research

Observer, v.10, n.2, August, p.227-246,

1995.

IBGE. Perfil dos municípios brasileiros. Rio de Janeiro: IBGE, 2001.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS. Sinopse da

educação básica no Brasil. Disponível em:

<http://www.inep.gov.br>. Acesso em: out./ 2003.

__________. Geografia da educação

bra-sileira 2001. Brasília: Inep, 2002.

KAGEYAMA, A.; LEONE, E.T. Uma tipologia

dos municípios paulistas com base em indicadores sociodemográficos. Campinas,

IE/Unicamp, 1999 (Textos para discussão, 66).

KLEIN, R.; RIBEIRO, S. C. O Censo Edu-cacional e o modelo de fluxo: o problema da repetência. Revista Brasileira de

Estatística, v.52, n.197, p. 5-45,1991.

LEME, M.; WAJNMAN, S. A alocação de

tempo dos adolescentes brasileiros entre o trabalho e a escola. Ouro Preto-MG:

Associação Brasileira de Estudos Popu-lacionais, 2000.

MANTON, K. G.; VERTREES, J.C. The use of grade of membership analysis to evaluate and modify diagnosis-related groups. J.C.

Medical care, v. 22(12), p.1067-1082, 1984.

MANTON, K. G.; WOODBURY, M.A.; TOLLEY, H.D. Statistical applications using fuzzy

sets. New York: John Wiley, 1994. 312 p.

MARTELETO, L. Desigualdade regional e intergeracional de oportunidades: a matrícula e a escolaridade de crianças e jovens no Brasil. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTUDOS POPULACIONAIS, XIII. Ouro Preto-MG, 2002. Anais... Abep, 2002. Disponível em CD-ROM.

MELLO, G. N. Escolas eficazes: um tema revisitado. In: IPEA (Ed.). Gestão escolar: desafios e tendências. Brasília, 1994 (Série Ipea, 145).

NAÇÕES UNIDAS. Panorama social de

(15)

Chile: Naciones Unidas/Cepal, 2002. 272 p.

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Relatório do

Desen-volvimento Humano – 2002. Portugal:

PNUD, 2002. 277 p.

SAWYER, D. et alii. Caracterização dos tipos de doadores de sangue em Belo Horizonte: heterogeneidade do homo-gêneo. In: ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS, X. Caxambu-MG, 2000. Anais... Abep, 2000. Disponível em CD-ROM.

SCHWARTZMAN, S. The challlenges of

education in Brazil. University of Oxford

Centre for Brazilian Studies, Jan.-Mar. 2003. (Working paper series, v.CBS 38/2003). Disponível em: <http://www.schwartzman. org.br/simon/publicac.htm> p.1-40, 2003. WILLMS, J. D.; SOMERS, M.A. Schooling

outcomes in Latin America. Unesco,

agosto, 1999, p.1-43.

WILLMS, J. D. Monitoring school performance for “standards-based reform”. Evaluation and

Research in Education, v.14, June,

p.237-253, 2000.

Resumen

Tipología de los establecimientos escolares brasileños

La propuesta central del trabajo es la construcción de una tipología para los establecimientos escolares brasileños, a partir de un amplio conjunto de informaciones que comprenden la infraestructura ofrecida por los mismos, su porte, indicadores de calidad de la enseñanza ofrecida, entre otros aspectos. La construcción de la tipología se cristaliza en el delineamento de perfiles extremos de escuelas, en verdad grupos con características distintivas. Otra dimensión investigada fue la eficacia escolar, teniendo como principal interés verificar su distribución según los perfiles anteriormente generados. La tipología de las escuelas reveló tres perfiles extremos: uno de escuelas con precarias condiciones de infraestructura e indicadores deficientes de eficacia escolar; otro, en situación opuesta, con grandes escuelas, con buenas condiciones de infraestructura y buenos indicadores de eficacia; y un tercer perfil, que quedó en una posición de transición entre los dos primeros. Preocupa el hecho que la mayoría de las escuelas brasileñas se encuadran en el perfil de precarias condiciones de infraestructura, cuadro agravado por las disparidades regionales.

Palabras-clave: Educación. Demografía de la educación. Escuelas. Abstract

Typology of Brazilian schools

The main objective of this article is to develop a typology of Brazilian schools using a broad set of information, such as school size, infrastructure, quality of educational offer, and many others. The typology is based on the establishment of extreme profiles of schools, clustering them by similar characteristics. School efficiency was also investigated, in order to observe its distribution according to the extreme profiles. The typology of the schools indicated three extreme profiles. The first profile is of schools with inadequate infrastructure and poor efficiency indicators, the second refers to large schools with high infrastructural level and good efficiency indicators. The third profile is at an intermediate range between the first and second. One cause for concern is that most Brazilian schools are classified in the category of having precarious infrastructures, which are worse in some regions than in others.

Key Words: Education. Educational demography. Schools.

Recebido para publicação em 30/01/2006. Aceito para publicação em 31/05/2007.

(16)

Referências

Documentos relacionados

aulas a serem ministradas, possibilitando a construção do senso crítico do aluno diante do estudo, buscando sempre uma relação com a temática proposta e o cotidiano

As palavras Cangaço e Cangaceiro foram largamente utilizadas pela bibliografia que trata do tema, contudo elas podem ser empregadas em dias distintos e em períodos diferentes. No

Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi verificar a incidência e características das lesões musculoesqueléticas em árbitros do futebol paranaense,

I - nas unidades escolares: na educação infantil (pré-escolar), na educação especial, e no ensino fundamental, os portadores de curso de Licenciatura Plena em

Implica indivíduos, padrões de comportamento, envolve “relações, processos, estruturas de dominação, ou de poder” (IANNI, 2011, p. Ao longo deste período o

SOLUÇÃO mas outras têm um elemento adicional a que chamamos CODA. A seqüência real de acontecimentos descritos na narrativa n;:io se estende, como regra, até o

Nos intervalos, podem utilizar o espaço exterior, junto ao jogo de xadrez, à entrada da escola, no lado esquerdo (na perspetiva de quem entra na escola).. Utilizam a casa de banho

A prevalência global de enteroparasitoses foi de 36,6% (34 crianças com resultado positivo para um ou mais parasitos), ocorrendo quatro casos de biparasitismo, sendo que ,em