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Anais do VII Seminário Fazendo Gênero 28, 29 e 30 de agosto de 2006

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Entre pesquisar e militar: contribuições e limites dos trânsitos entre pesquisa e militância feministas – ST 52

Dieuwertje Dyi Huijg Universidade de Amsterdam

Palavra-chave: Relações raciais e branquitude – militância – mulheres jovens brancas

Contra quem? A conflituosa posição das militantes jovens brancas na luta transformadora

“[M]e incomoda me definir como branca.” “Eu simplesmente me definir como branca eu acho muito simplório, e aí tem toda a carga [histórica], e que carrega você sendo branco. Você sendo branco, você é o ser opressor do racismo. (...) É como o ser homem na questão da mulher. Quanto mais feminista que ele seja, ele é homem, ele carrega o poder fálico e todo o estigma de ser homem. Como instituição o homem representa o opressor e a mulher o oprimido. Na questão racial a mesma coisa. Branco representa o opressor e o negro o oprimido.”

(Juliana: 220, 252-256)i

O objetivo deste artigo é esboçar a posição conflituosa de militantes jovens brancas na sua ‘militância contra’, diante da questão racial.

Com este intuito, pretendo contribuir com este trabalho de investigação para uma militância branca crítica na luta transformadora a partir de uma militância feminina. Para tanto, pesquiseiii, no período de outubro de 2005 até janeiro de 2006, quinze mulheres jovens brancas na faixa etária de 17 até 31 anos atuando na área da Grande São Paulo. O foco da minha pesquisa é a posição social e identidade racial destas mulheresiii e, em particular, suas experiências cotidianas com e a reflexão sobre o seu próprio privilégio racial branco.

Todas as entrevistadas atuam na luta pela transformação social nas questões de sexualidade, de raça, e de gênero. São lésbicas no movimento LGBT lutando contra o heterosseximo, algumas brancas no movimento negro em solidariedade contra o racismo. Porém, na maioria são mulheres que atuam no movimento de mulheres (jovens) contra o machismo e as desigualdades de gêneroiv. Militam em movimentos anteriormente chamados ‘identitários’, grupos ‘marginalizados’ que se unem com base nesta identidade para melhorarem sua posição social ou em solidariedade com estes para melhorarem a sua posição social. Opõem-se a uma sociedade opressora e lutam contra as desigualdades sociais que ela causa e contra a discriminação que a sociedade -e seus membros- exerce, com o objetivo de uma mudança social: uma sociedade mais igualitária e justa para todos.

Legitimidade do discurso da militante branca falando sobre si

Nesta pesquisa procuro ter como referência a teoria da Essed (1990). Esta autora mostra a capacidade das entrevistadas (em sua pesquisa foram mulheres negras na California e Holanda) de avaliar suas experiências, sejam próprias ou absorvidas em seu meio de convivência, com

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desigualdades raciais, localizando-as em seu próprio quadro de conhecimento contextualizado de relações raciaisv.

É por sua participação em movimentos que lutam contra as relações desiguais de poder e que lutam em defesa das ‘oprimidas’, que as militantes jovens brancas têm um maior acesso ao conhecimento sobre relações de poder desiguais. Elas não somente identificam o lado oprimido,

[E]u sempre militei nas questões das mulheres, assim. Sempre foi uma coisa que me pegou muito, até porque o que eu via na minha casa.

(Severina: 132)

A gente fala sobre homossexualidade. Eu assumo que eu sou gay no palco, sempre, toda hora sim, que eu acho que é uma política que ninguém assume.

(Andrea: 105)

como também identificam o lado opressor ou dominante:

[A]cho que a contradição, toda essa contradição que o capitalismo põe de uma classe dominante, tão pequena e tão cheia de poder, sobre tantos outros seres humanos, isso me incomoda demais, é uma coisa que dói muito.

(Moema: 169)

[E]u acho que a gente tem que situar essa, não sei, visão, de heterossexualidade como normalidade, entende? Então parto do pressuposto que as relações de poder só ocorrem dentro desse âmbito e não é verdade também, entende?

(Mirian: 82)

Então, elas são conscientes do caráter desigual das relações de poder, e a implicação diferencial, isto é desigual, que estas têm em relação a grupos diferentes, como o tratamento desigual e o acesso menor/maior a oportunidades. Se encontram no lado oprimido e na defesa deste (a exemplo da posição da mulher), discordando do outro lado do qual elas não fazem parte (a exemplo da posição do homem ou o sexismo).

O sistema opressor somente existe graças aos indivíduos que participam dele, beneficia estruturalmente os grupos dominantes. No que se refere ao sistema racista, não somente está em jogo a discriminação provocada por preconceito, “um sentimento de rejeição aos negros”, mas também a (manutenção da) discriminação por interesse (Bento, 2003: 28), resultando em privilégio racial.

Para poder refletir a própria posição social racial e, portanto, o seu privilégio branco que esta inclui, é essencial que as militantes jovens brancas tenham um quadro de conhecimento para contextualizar suas experiências e poder compreendê-las como parte deste sistema de desigualdades racias:

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[Se eu fosse negra, eu não sei se eu] teria tido as oportunidades que eu tive, não sei... O mesmo trabalho, e a própria faculdade, não sei se teria acesso a isso assim.

(Moema: 1076)

Eu acho que, [se eu fosse negra], eu teria enfrentado mais barreiras. (...) Discriminação na escola mesmo, eu acho que pelo fato da minha cor... (...) de não me darem tanta atenção.(...) sempre você vai esperar: ‘Cala a boca sua neguinha!’ ou: ‘Sai daqui, que não é seu lugar! (Dandara: 1429-1437)

As militantes jovens brancas se dão conta das conseqüências que as relações raciais desiguais têm para a população negra, como o tratamento diferencial e os limites e preconceitos que encontra na vida. Também demonstram a capacidade de reflexão, expressa por meio de uma certa atitude de parcialdade, sobre a própria posição social branca que as privilegia, como por exemplo, o tratamento preferencial (ou simplesmente justo e simpático), vantagens raciais na área de trabalho e educação. Considero legítimo, então, tomar as suas próprias falas como base de esta pesquisa. O fato deste quadro de conhecimento mostrar uma compreensão e (re)conhecimento parcial da própria branquitude, entendo justamente como uma marca desta. (Piza, 2000; Bento, 2003; Frankenberg, 2004).

Mas não existe uma branca jovem militante única, a (sua) branquitude depende de fatores diversos, como, entre outros, localização geo-política, classe, sexualidade e formação educativa (Frankenberg, 2004). Estudos, invlusive este, mostram que uma mulher branca criada em uma família racialmente diversa não tem as mesmas experiências como uma mulher branca criada em uma família euro-brasileira; uma jovem branca que mora na periferia não tem as mesmas oportunidades como uma jovem branca da classe média alta ou do Norte; o privilégio branco se expressa diferentemente na vida de uma branca heterossexual e de uma lésbica. Não pretendo neste trabalho dar conta de toda esta diversidade em identidades e posições sociais brancas, nem em objetivos ou maneiras de militância. As atuações na militância das entrevistadas são apenas expressões algumas em uma multiplicidade de militâncias exercidas por mulheres jovens brancas.

Afinal, este artigo não é uma prova moral de uma Militância Boa ou Má. Mesmo assim, tem que ser levado em consideração que por vários motivos as mulheres entrevistadas provavelmente são militantes jovens brancas mais progressistas do que são em geral.

A militante na pesquisa ou a pesquisa militando?

São justamente características típicas de branquitude, como a ausência de consciência e conhecimento profundo sobre a própria posição racial (grupal), o medo de ser considerada uma race

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que eu não realizasse esta pesquisa na Holanda. Pois, se tivesse feito esta pesquisa na Holanda, teria o dever de entrevistar as militantes com quem milito, como também a ‘mim mesma’. Mesmo não fazendo parte da pesquisa como entrevistada, eu, sendo uma mulher jovem branca que milita no movimento de mulheres holandês e deseja uma transformação social, poderia ter sido uma destas entrevistadas.

Distanciar-me, portanto, como pesquisadora militante da minha pesquisa e das meninas militantes por mim pesquisadas, seria uma falsa distinção. Para entender o grupo alvo considero importante entender a minha relação com o assunto e o que motiva para a pesquisa.

No início da minha carreira como militante aprendi a chegar à transformação social pensando e agindo contra o ‘mal’, seja o sexismo, a homofobia, o neoliberalismo, ou o racismo: o(s) sistema(s) opressor(es). Como as meninas que entrevistei, enfrentei estas a partir de uma identidade e posição social menos privilegiada. Achava que estava em um lugar seguro e acolhido, até um pouco confortável, um lugar unido por uma suposta identidade e ideologia compartilhada. Sabia que andava no ‘lado bom’, pois fazia parte da luta contra o opressor! Conhecia o inimigo, e não era eu. Mas, foi justamente a partir desta posição de desigualdade na questão de gênero, que eu me vi na militância confrontada com uma (minha) posição de privilégio na questão racial. Era eu a opressora?

A militância contra o mal, o mal contra a militante, e a oposição falsa

Como Juliana (264) explicita, “Sou super contra o racismo”, todas as militantes brancas entrevistadas opõem-se ao racismo. São em favor da mudança, para lograr uma sociedade sem desigualdades raciais. Na sua militância elas se dizem em solidariedade com as militantes negras. Se organizam, entre outras coisas, com base nas suas identidade e posição marginalizadas e na luta em defesa destas identidades (de mulher, de lésbica, e de negra). Como Juliana descreve:

Talvez porque eu sou mulher e eu sei como é ser vítima em algumas situações eu acabo transpondo isso pras outras situações também: ‘eu sofro isso por ser mulher e ele sofre isso por ser negro

(Juliana: 705)

Encontra-se uma ambigüidade, até uma contradição. As entrevistadas organizam-se na luta

contra (o sistema opressor nas suas diversas faces) em base dos grupos marginalizados, mas na

questão racial, se bem que elas dizem opor o racismo, não necessariamente implica uma atuação ativa contra ele. Veja por exemplo o que Juliana e Andrea dizem:

[E]u me envolvo mais em outras questões, a questão racial eu acompanho pouco, mas o pouco que eu acompanho, eu admiro assim

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[A]gora eu consegui vencer alguns obstáculos e quero avançar no meu ativismo. Agora eu consigo me defender mais de machismo, um pouco mais, homofobia não tanto. (...) Eu queria avançar na coisa da transexualidade, mais do que no racismo, acho que tem mais a ver comigo. Mas, também queria avançar na questão do racismo.

(Andrea: 2344)

Poder-se-ia argumentar que elas são oportunistas, egoístas e que, ao final, são brancas e sempre escolherão o caminho de menor resistência, sendo o caminho com mais interesse ou ‘lucro’. E pode ser que seja assim no caso das entrevistadas, ou até no caso de (todas nós) brancas em geral. Não obstante, não é um entendimento construtivo ao quando pensarmos em uma trajetória de uma transformação social de verdade, na qual todas nós brancas precisamos nos mudar. Tampouco esta postura simplista está de acordo com o que se pode entender das entrevistas, que aponta para uma situação muito mais complexa.

Muitas vezes a militância nasce por necessidade de sobrevivência. São momentos nos quais a militante somente se sente no lugar de oprimida, talvez percebendo o outro lado, mas como indivíduo, sem condições de tomar uma atitude diante deste. É, de fato, um privilégio na militância poder se preocupar com a própria posição de privilegiada, que é quando na própria vida já se está um passo além da sobrevivência.

Pelo seu pertencimento a uma posição e identidade social da marginalidade, por necessidade -para sua própria defesa- tanto por solidariedade, estas militantes jovens brancas atuam no espaço de oprimida. É a partir desta posição, com base na qual construíram a experiência da atuação contra, e da luta em defesa de e com objetivo de empoderar as marginalizadas, que transpõem esta experiência em lutas nas quais elas não ocupam este espaço:

A luta é dos negros e a gente somente tem que estar dando um apoio, estar ao lado, a gente não tem que... não tem que fazer por eles. Eles podem fazer por eles.

(Dandara: 1411)

[N]ão confio nas motivações de alguns ativistas brancos heterossexuais. (...) Por que um branco de classe média se envolve em luta política, em sua opinião? (...) Um a menos, um branco a menos pra oprimir um negro, ou um homem a menos pra oprimir uma mulher, ou uma pessoa a menos pra oprimir um homossexual. Eu acho bom. Eu acho válido pra tentar erradicar o racismo ou sexismo. Heterossexuais transformando outros heterossexuais homofóbicos e não homofóbicos. Entre eles se articularem pra acabar com a homofobia e entre eles parar de oprimir a gente.

(Andrea: 1652-1664)

Existe uma desconfiança grande dos ‘com poder’ que têm, ou que pretendem ter, os mesmos objetivos como das ‘sem poder’. Isto não significa que não saibam detectar a posição privilegiada,

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branca ou outra. Partem da idéia de que as pessoas oprimidas, as entrevistadas se identificando assim, têm que se proteger ou têm que ser protegidas contra a opressão.

A minha intenção não é por em dúvida a necessidade de proteger as oprimidas, menos ainda pretendo desqualificar a importância do empoderamento das sem poder. Mas para um entendimento melhor da posição complexa destas militantes jovens brancas, acho importante ainda prestar atenção aos problemas aqui apontados.

Entende-se o sistema opressor como um antagonismo diante do oprimido, mutualmente excluindo o lado opressor e o lado oprimido. O que resulta em um certo cinismo que diz respeito à intenção dos ‘com poder’. Podemos exemplificar este fato com a fala de Mirian:

“[T]odo mundo diz aqui: ‘os homens não são feministas, são machistas esclarecidos’.” (Mirian: 70)

Ao segregarem estes dois lados, as entrevistadas estabelecem bipolaridades intrinsecamente opondo, por meio do caráter contra da própria militância, o lado oprimido ao lado opressor. Por sua identificação com a posição marginalizada, se exlui uma identificação própria com a posição oposta, delimitando esta posição opressora aos homens, machistas no máximo esclarecidos, e aos heterossexuais, no máximo não-homofóbicos.

Porém, isto leva a uma impressão enganada: a militância e a ideologia contra, na qual se atua contra um inimigo opressor exterior à própria militância e à posição e identidade social, se baseia em uma falsa oposição. Este caráter contra facilita um reconhecimento da importância da luta anti-racista, na qual se pode aliar ao movimento negro contra este mal, mas também é esta posição que impede uma própria posição racial em esta luta. Dentro desta luta anti-racista, o inimigo opressor é interior à própria militância, posição e identidade social. Como mulheres, elas talvez lutem contra um mal, mas como brancas elas ‘são’ este mal. Se tornaram a própria oposição.

A militante branca em conflito

Mesmo que não ativamente oprimindo ou exercendo discriminação como indivíduovii, ser branco muitas vezes causa sentimentos ruins. Quase todas as mulheres jovens brancas entrevistadas tratam deste lugar de privilégio com uma desaprovação que tem uma tendência à negação da própria posição social e identidade racial:

[E]u não gosto de saber que eu to numa posição melhor por ser branca. (Juliana: 268)

Como que eu posso negar a minha posição de privilégio? Eu acho que assumir a posição de privilégio ela é importante pra você se repensar como que eu posso romper essa minha posição? É lógico que pra mim é importante, porque a partir do momento que eu to num espaço de articulação do movimento negro e assumo que eu sou branca, tipo eu sou opressora, saca? Não que eu sou opressora ali naquele momento que eu tive uma atitude

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racista, eu sou uma coisa simbólica. (...) [Me identificar como branca, pra] mim é ‘foda’. Não é que... Sabe quando você quer negar um negócio?

(Mirian: 716-740)

Esta é uma postura que não é construtiva. Não querendo ser branco, ou fechar os olhos para este fato, não mudará as relações desiguais raciais. Este lugar incômodo é um espaço relativamente confortável, o privilégio racial facilita a nossa vida, garantindo vantagens e tratamentos preferenciais. Imagina, como seria uma vida sem estes privilégios brancos?

Considerando todos os argumentos e contra-argumentos, ainda não foi encontrada uma abertura para uma militância branca crítica. E várias outras perguntas surgem com isso. Se lutamos

contra a opressão, e queremos mudar este sistema racista, contra que(m) estamos lutando?

Implicando com isso uma outra pergunta, quem deve mudar, e como podemos mudar? Se lutamos contra a opressão, e somos nós as opressoras, como podemos lutar nós mesmas?

Esta ideologia contra, e, portanto, a militância e a militante contra, não oferece uma abertura na luta anti-racista, nem no pensar sobre esta ideologia enquanto a posição de militante branca. Se fosse entender a militância a partir de um olhar sobre as relações raciais, as mulheres se encontram em ‘condição de branco’. Sendo brancas, se forem lutar contra esta posição opressora e privilegiada, elas lutariam contra si mesmas. Assim, estas militantes brancas se encontrariam em uma posição conflituosa.

Uma militância contra não traz uma solução construtiva. Além de todos os outros obstáculos aos brancos na luta anti-racista, não se encontra, até o momento, meios para lutar à posição racialmente privilegiada a partir de uma posição de gênero menos privilegiada. É preciso pensar em uma militância branca crítica e consciente, na qual se toma responsabilidade por seu privilégio e posição racial, sem cair na oposição falsa que o sistema opressor parece determinar, e que, confortavelmente, facilita a nós brancas nos esconder-nos atrás da nossa posição de oprimida.

Referências

BENTO, Maria Aparecida Silva. “Branqueamento e branquitude no Brasil”, Psicologia Social do

Racismo. Estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis: Ed. Vozes. 2003

ESSED, Philomena. Understanding Everyday Racism. An interdisciplinary theory and analysis of

the experiences of black women, Tese de conclusão para o Doutorado, Amsterdam: Universidade de

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FRANKENBERG, Ruth. “A miragem de uma branquidade não-marcada”, Branquidade: Identidade

branca e multiculturalismo, Rio de Janeiro, Ed. Garamond. 2004

PIZA, Edith. “Branco no Brasil? Ninguem sabe, ninguem viu”, Tirando a Máscara. Ensaios sobre

o racismo no Brasil. São Paulo: Paz e Terra. 2000

i

Todos os nomes são fictícios para manter o anonimato das entrevistadas. ii

Esta pesquisa, em andamento, é para a minha dissertação de mestrado em Ciências Sociais e Políticas na Universidade de Amsterdam, Holanda.

iii

Não todas as mulheres entrevistadas se auto-identificam como brancas. Algumas delas ‘são’ de uma família negra ou parda com quem lógicamente se identificam, como por exemplo a Dandara. Mesmo assim, todas as entrevistadas reconhecem ser consideradas na sociedade (por sua aparência branca ou clara) como brancas, e por conseqüência, ‘ter’ na vida cotidiana privilégio racial branco. Na minha dissertação entro mais nesta questão da identidade racial pessoal, familiar histórica e social, e as tensões entre elas.

iv

Também atuam nas áreas de música, arte, comunicação, partido político, anti-capitalismo, juventude e em específico no temático de direitos sexuais e reprodutivos.

v

Na minha dissertação expus sua teoria em detalhes. vi

A race traitor, ‘traidor da raça’, é uma pessoa que não se mostra leal à ‘própria raça’, ou até ao ‘pacto’ entre brancos, para emprestar um conceito da Bento (2003: 26).

vii

Nas entrevistas várias meninas lembraram situações na militância em que companheiras brancas se expressaram explicitamente racistas.

Referências

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