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O uso de Mapas Conceituais como instrumento de apoio à aprendizagem da Matemática

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Academic year: 2021

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O uso de Mapas Conceituais como

instrumento de apoio à aprendizagem

da Matemática

Maria Auxiliadora Vilela Paiva1 Rony Cláudio de Oliveira Freitas2

Resumo

Este artigo apresenta pesquisa realizada com a utilização de Mapas Conceituais no curso de Licenci-atura em Matemática da Faculdade CESAT. Os Mapas conceituais foram construídos por meio de elabora-ções coletivas a partir de experiências práticas em disciplinas teóricas, mas, sobretudo, em atividades que envolvem conceitos matemáticos. Pretende-se, com isto, verificar as interligações mentais que cada aluno faz a partir de suas concepções e com isso facilitar na correção de conceitos mal formulados e organizar as diversas informações absorvidas. O trabalho está sendo realizado com a utilização do computador, especificamente do software CMap Tools, com a finalidade de facilitar, motivar e potencializar a aprendi-zagem de forma significativa.

Palavras-chave: Mapas Conceituais, Educação Matemática, CMap Tools, informática na Educação.

1. Introdução

A idéia de utilizar Mapas Conceituais partiu da necessidade de se buscar estratégias de organização de idéias e conceitos a respeito de certo assunto. Esta utilização ocorre basicamente de duas formas: por meio de estruturação do conhecimento construído sobre um certo assunto e pela estruturação do conhe-cimento de outras pessoas a partir de leituras de artigos.

Oferecer recursos para que os estudantes possam explorar e descobrir novas estratégias para o estudo faz parte das necessidades exigidas para o professor atual. Os Parâmetros Curriculares Nacionais para a área de Matemática, que estão pautados por princípios decorrentes de estudos, pesquisas, práticas e deba-tes desenvolvidos nos últimos anos, enfocam a abordagem de novas metodologias e práticas visando uma aprendizagem significativa, buscando as competências mínimas necessárias para a formação básica. Entre eles destacam-se: (I) a aprendizagem em Matemática está ligada à compreensão, isto é, à apreensão do significado e (II) recursos didáticos como jogos, livros, vídeos, calculadoras, computadores e outros mate-riais que têm um papel importante no processo de ensino e aprendizagem.

A busca desta abordagem diferenciada trouxe a possibilidade de utilizar um recurso informatizado para facilitar a construção de Mapas Conceituais, um instrumento de representação presente em diversas práticas pedagógicas e que agora é incorporada de forma significativa no ensino e aprendizagem da Mate-mática.

A importância dos mapas conceituais reside no fato deles permitirem que os conceitos sejam explicitados e ligados a outros por meio de uma organização hierárquica, podendo assumir a forma de rede, presente na teoria de Ausubel. Na sala de aula ocorre que os professores utilizam vários conceitos implicitamente e, por não explicitá-los, não os ligam com outros, dificultando em muito a aprendizagem da Matemática. Os alunos, por sua vez, constroem vários conceitos e, por não explicitarem a organização desses conceitos, não fazem conexões ou não refletem sobre essas conexões, o que acarreta muitas vezes uma visão compartimentada da Matemática e, o que é pior, uma Matemática sem significado. [Paiva, 1999]

Neste artigo apresentaremos uma abordagem prática na qual experimentamos uma forma de se traba-lhar com Mapas Conceituais no curso de licenciatura em Matemática, de maneira construtiva e significa-tiva, por meio de simulações de algumas estruturas cognitivas e, principalmente, com a possibilidade de

1 Dra. em Educação Matemática. Professora e Coordenadora do curso de Matemática do CESAT. dora.gaz@terra.com.br 2 Mestre em Informática na Educação Matemática. Professor do CESAT. ronyfreitas@terra.com.br

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utilizarmos um experimento para projetar novas si-tuações de aprendizagem, não nos comprometen-do com o resultacomprometen-do e sim com o processo, o desen-volvimento e a possibilidade de novas descobertas a partir de desafios que foram lançados e aceitos pelos aprendizes.

2. O que são mapas

conceituais

A técnica de utilização de mapas conceituais foi criada pelo professor Joseph D. Novak na Uni-versidade de Cornell em 1960. Novak baseou seus estudos nas teorias de David Ausubel que acredita-va que o conhecimento prévio tinha grande impor-tância na apreensão de novos conceitos. Para No-vak [1977] “Aprendizagem significativa envolve a assimilação de novos conceitos e proposição em estruturas cognitivas existentes”.

Mapas conceituais são mais uma forma criada pelo homem para, a partir de representações gráfi-cas, demonstrar seu sentimento a respeito de certo assunto. Neste caso, especificamente, a idéia é fazer uma representação gráfica do conhecimento sobre certo assunto, de forma simples e de fácil interpreta-ção.

“Os Mapas conceituais são representações da estrutura conceitual de uma fonte de conhecimen-tos em forma diagramática e hierárquica” [Gaines, 1996]. Sua forma e representação dependem dos conceitos e das relações incluídas, de como os con-ceitos são representados, relacionados e diferencia-dos e do critério usado para organizá-los.

Esses diagramas procuram refletir a organização conceitual de uma disciplina ou parte de uma disciplina, de um livro, de um artigo, de um ex-perimento de laboratório e da estrutura cogniti-va de um indivíduo sobre um dado assunto. [Mo-reira, 1987].

Em sua essência, provêm representações gráfi-cas de conceitos em um domínio específico de co-nhecimento, construídos de tal forma que as intera-ções entre os conceitos são evidentes. Os conceitos são conectados por arcos, formando proposições mediante frases simplificadas. “O Mapa conceitual mais simples se constituiria de dois nós conectados por um arco representando uma frase simples” [Bax e Souza, 2000], por exemplo, quadrado é um retân-gulo.

Figura 1: Exemplo de Mapa Conceitual Simples

Os mapas podem tornar-se muito complexos e requererem um bom tempo e muita atenção para sua construção, mas eles são úteis na organização, aprendizagem e demonstração do que se sabe so-bre algum tópico particular. A partir de mapas men-tais construídos por um grupo, se pode “perceber” como um determinado conhecimento ocupa lugar na organização geral dos conhecimentos, tendo-se assim uma maior visibilidade das características de cada indivíduo ou de cada grupo.

Abaixo, na Figura 2, é apresentado um Mapa Conceitual contendo alguns conceitos que poderão auxiliar no entendimento sobre o assunto e sua re-lação com o software CMap Tools, o qual será tra-tado em outro momento deste artigo:

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3. Construção de Mapas

Conceituais

Para Levy [2001], “a construção de mapas con-ceituais e o procurar compartilhá-los com os de-mais é uma atividade de estímulo ao pensamento reflexivo e a construção social do conhecimento”. Dessa forma, pode-se entender que os mapas con-ceituais, quando bem trabalhados, desde sua cons-trução, reconscons-trução, passando à apresentação e discussão dos conceitos organizados atuam como instrumentos para negociar significados.

A elaboração de mapas é uma atividade criati-va na medida que atua como mecanismo heu-rístico que permite aos alunos construir novas relações e, por conseguinte, novos significados. O mapa é uma forma de categorizar o mundo a partir dos esquemas mentais; sempre respeitan-do as regras de inclusão de uma categoria den-tro da outra, da mais típica a menos típica.. Eles devem ter flexibilidade na modelagem, serem organizados e altamente hierarquizados. [Gil at al, 2001]

Segundo GAINES e SHAW [1995], os mapas conceituais podem ser descritos sob diversas pers-pectivas, conforme o nível de análise considerado: • Perspectiva abstrata: os mapas conceituais cons-tituídos por nós ligados por arcos podem ser vistos como hipérgrafos ordenados. Cada nó tem um identificador único e um conteúdo, en-quanto as ligações entre nós podem ser direci-onadas ou não direcidireci-onadas, representados vi-sualmente por linhas entre os nós, com ou sem flechas nas extremidades.

• Perspectiva de visualização: os mapas concei-tuais podem ser vistos como diagramas, cons-truídos através do uso de signos. Cada tipo de nó pode determinar (ou ser determinado) pela forma, cor externa ou de preenchimento, en-quanto as ligações podem ser identificadas pela espessura da linha, cor ou outras formas de re-presentação.

• Perspectiva da conversação: os mapas concei-tuais podem ser considerados como uma for-ma de representação e comunicação do conhe-cimento através de linguagens visuais, porque estão sujeitos à interpretação por alguma co-munidade de referência. Esta interpretação per-mite o estabelecimento de um paralelo entre a linguagem natural e a linguagem visual - as es-truturas gramaticais e suas eses-truturas adquirem significado segundo são utilizadas em uma de-terminada comunidade.

Várias são as estratégias que podem ser utiliza-das na construção de mapas conceituais, dependen-do da aplicação e dependen-dos objetivos que se desejam atin-gir, entre os quais podemos citar:

Construção a partir de leitura de artigos, li-vros ou outros – Neste tipo de estratégia o que se

deseja é modelar o entendimento a respeito de um assunto não necessariamente criado e já incorpora-do pelo indivíduo. Deseja-se perceber como um certo assunto foi compreendido e como os concei-tos percebidos se inter-relacionam. Nesta aborda-gem podem-se seguir os seguintes passos:

• Leitura inicial do texto para a compreensão ge-ral do assunto;

• Releitura destacando-se os conceitos mais im-portantes;

• Retirada de palavras ou expressões destacadas e organização na tela do computador ou em uma folha de papel;

• Conexão entre as palavras ou expressões com verbo ou expressão que caracterizam ação (é importante salientar que estas conexões devem dar significado às palavras ou frases interliga-das);

• Reorganização dos conceitos de forma que as interligações fiquem claras.

Construção a partir de conhecimentos prévios – Neste tipo de estratégia o que se deseja é fazer uma representação gráfica dos conceitos já incor-porados a fim de se verificar como ocorrem as liga-ções mentais a respeito de certo assunto, se a pes-soa consegue interligar os vários conhecimentos adquiridos e dar significado aos vários conceitos e aplicações já estudados. Nesta abordagem podem-se podem-seguir os podem-seguintes passos:

• Relação dos vários conceitos que tem ligação com o assunto em questão;

• Organização das palavras ou expressões na tela do computador ou em uma folha de papel; • Conexão entre as representações dos

concei-tos com verbo ou expressão que caracterizam ação (é importante salientar que estas conexões devem dar significado às palavras ou frases in-terligadas);

• Reorganização dos conceitos de forma que as interligações fiquem claras.

Construções cooperativas – Esta estratégia pode utilizar os dois itens anteriores, agora como cons-trução grupal, a fim de entender o comportamento do grupo e promover a troca de experiências e aprendizados. Nesta abordagem podem-se seguir os seguintes passos:

• Discussão prévia a respeito do assunto ou da leitura feita;

• Cada componente do grupo indica um concei-to a ser listado. Esta etapa pode ser repetida quantas vezes for necessário;

• Seleção das palavras ou expressões a serem aproveitadas com verificação de reincidência; • Organização das palavras ou expressões na tela

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tos com verbo ou expressão que caracterizam ação (é importante salientar que estas conexões devem dar significado aos dois conceitos inter-ligados);

• Reorganização dos conceitos de forma que as interligações fiquem claras.

4. O Uso dos Mapas

Conceituais no Ensino

Mapas conceituais têm sido utilizados por vá-rias áreas do conhecimento para traduzir o entendi-mento acerca dos mais diversos assuntos. Por meio de mapas conceituais, podemos fazer uma espécie de “raio X” cerebral, mostrando como a construção e as ligações foram feitas internamente, podendo servir para mostrar como o conceito foi formulado, o que pode ajudar na correção de idéias mal elabo-radas ou na sua complementação.

Os recursos esquemáticos dos mapas conceitu-ais servem para tornar claro aos professores e alunos as relações entre conceitos de um con-teúdo aos quais deve ser dada maior ênfase. [NOVAK, 1996: 33]

Na área educacional os mapas conceituais po-dem ser usados pelos professores bem como pelos alunos para desenvolvimento de suas tarefas. Com mapas conceituais o professor é capaz de represen-tar em forma de diagrama as relações hierárquicas entre conceitos. Isto pode ser usado no planejamen-to de currículos e em seqüenciamenplanejamen-to de conteú-dos. Além disto, podem constituir-se poderosos au-xiliares em suas tarefas rotineiras, tais como:

• Ensinar um novo tópico: Na construção de ma-pas conceituais, os conceitos difíceis são clari-ficados e podem ser arranjados em uma ordem sistemática. O uso de mapas conceituais pode auxiliar os professores a manterem-se mais aten-tos aos conceiaten-tos chaves e relações entre eles. Os mapas podem auxiliá-los a transferir uma imagem geral e clara dos tópicos e suas rela-ções para seus estudantes. Desta forma torna-se mais fácil para o estudante não perder ou entender qualquer conceito importante. • Reforçar a compreensão: o uso dos mapas

con-ceituais reforça a compreensão e aprendizagem por parte dos alunos. Ele permite a visualiza-ção dos conceitos chave e resume suas inter-relações.

• Verificar a aprendizagem e identificar concei-tos mal compreendidos: os mapas conceituais também podem auxiliar os professores na re-elaboração do processo de ensino. Eles podem verificar o alcance dos objetivos pelos alunos com a identificação dos conceitos mal entendi-dos e os que estão faltando.

• Instrumento de Avaliação: a aprendizagem do

aluno (alcance dos objetivos, compreensão dos conceitos e suas interligações, etc.) podem ser testadas ou examinadas através da construção de mapas conceituais.

Como uma ferramenta de aprendizagem, o mapa conceitual é útil para o estudante, por exem-plo, para:

• Fazer anotações; • Resolver problemas;

• Planejar o estudo e/ou a redação de grandes relatórios;

• Preparar-se para avaliações;

• Identificar a integração dos tópicos.

5. Mapas conceituais no

ensino da matemática

Os mapas conceituais podem ser apresentados pelo professor ao introduzir ou fazer a síntese de um conteúdo, como também pelos alunos para que a compreensão de determinados con-ceitos seja avaliada e revista. São ferramentas instrucionais valiosas na medida em que ajudam os alunos a refletirem e fazerem conexões entre os conceitos matemáticos. O estudante que constrói mapas conceituais tem a oportunidade de visualizar como ele está relacionando con-ceitos e que ajustes deve fazer. O mapa concei-tual tem sua importância também como instru-mento de avaliação da aprendizagem, tendo neste enfoque o papel de promover e avaliar a compreensão da Matemática. [Paiva, 1999] Os mapas conceituais podem ser usados na Matemática como recurso didático, para mostrar re-lações hierárquicas significativas entre conceitos que estão embebidos no conteúdo de um curso inteiro. Eles são representações concisas das estruturas con-ceituais que estão sendo ensinadas e, como tal, pos-sivelmente facilitarão a aprendizagem dessas estru-turas.

O professor ao elaborar um mapa conceitual deve ter em mente a clareza e completeza. Deve também tentar maximizar a necessidade ou motivação cognitiva através do aumento na cu-riosidade intelectual, usando materiais que cap-tem a atenção do aprendiz, programando as li-ções de modo a assegurar sucesso na aprendi-zagem. [Faria, 1995].

A forma mais rica e produtiva de se utilizar Mapas Conceituais no ensino e aprendizagem da Matemática é, sem dúvida, deixando a criação para os alunos. Apesar de os mapas conceituais pode-rem ser usados para dar uma visão geral prévia do que vai ser estudado, eles devem ser usados prefe-rencialmente quando os aprendizes já tiverem uma certa familiaridade com o assunto. Ademais, deve ficar claro que o mapa conceitual pode ser traçado de várias maneiras e que pode mudar à medida que

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novos conceitos vão sendo acrescentados.

O processo de construção de um mapa concei-tual é uma poderosa estratégia de aprendizagem de natureza gráfica, que motiva o “aprender a pensar” acerca das relações entre os conceitos.

Com ele o professor poderá visualizar como o aluno está concebendo cognitivamente os proces-sos de interligações de conceitos e com isso agir de forma coerente e específica para corrigir ou acres-centar pontos que contribuirão para o acréscimo e melhoria da aprendizagem.

5.1. Construção de Mapas

Conceituais no Curso de

Licenciatura em Matemática do

CESAT

Os mapas conceituais foram utilizados pelos alunos com dois fins: para facilitar no esquema de

conceitos retirados de leituras de textos e assim fa-cilitar na compreensão dos mesmos; e para ajudar na organização dos conceitos matemáticos estuda-dos em disciplinas específicas.

A primeira abordagem é feita na disciplina In-formática na Educação Matemática estudada no pri-meiro período do curso. Nesta disciplina os alunos têm o primeiro contato com os mapas via leitura de artigos e também aprendem a utilizar o software Cmap Tools. Eles são levados a produzirem mapas conceituais sobre assuntos relacionados com mática Educacional, Pedagogia de Projetos e Infor-mática na Educação MateInfor-mática. Na Figura 3 é apre-sentado um mapa conceitual feito por alunos do cur-so de Matemática a partir da leitura do artigo “In-formática na Educação: O Computador auxiliando o processo de mudança na escola”.

Figura 3: Mapa conceitual construído por alunos com o softwa-re Cmap Tools

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A segunda abordagem é a utilização de mapas conceituais para o mapeamento dos conteúdos ma-temáticos estudados em disciplinas específicas. Mais precisamente, as disciplinas de Fundamentos de Matemática Elementar I e II, Geometria I e II e Prá-ticas Pedagógicas. Nestas disciplinas os alunos são levados a, individualmente ou em grupo, mapear o conhecimento construído a respeito de certo assun-to. A seguir é apresentado um mapa conceitual

so-Figura 4: Mapa Conceitual sobre Grandezas e Proporcionalidade

CMap Tools e Inspiration

Duas ferramentas computacionais interessantes para a construção de Mapas Conceituais são o CMap Tools (http://www.coginst.uwf.edu), uma ferramenta para edição de mapas, desenvolvida pelo Institute for Human and Machine Cognition, e que permite a associação de nós de um mapa a outros mapas, a arquivos de áudio e vídeo, figuras, páginas de texto e páginas Web, além de permitir construções coo-perativas. A outra ferramenta é o Software Inspirati-on (http://www.inspiratiInspirati-on.com), uma ferramenta que serve para auxiliar a desenhar conceitos, ma-pear pensamentos, elaborar diagramas, programar estudos e diversas outras atividades, tudo isso utili-zando uma linguagem visual, multimídia, que favo-rece a criatividade, o pensamento lateral e a produ-tividade dos usuários, muito interessante para o tra-bre o conceito de proporcionalidade construído co-operativamente por professor e alunos durante au-las da disciplina Fundamentos de Matemática Ele-mentar I. A construção deste mapa ocorreu a partir de pesquisas feitas por pequenos grupos dos mais diversos conceitos ligados à proporcionalidade, a partir destes estudos foram feitas as interligações entre estes conceitos com participação da turma.

6. Construção de mapas

conceituais no computador

O computador se apresenta neste contexto como uma ferramenta com possibilidades de poten-cializar o uso e construção de mapas conceituais, de forma individual ou cooperativa, de forma inte-rativa e amigável, facilitando o processo de arma-zenamento e recuperação de mapas conceituais, facilitando inclusive o reuso de mapas em novas atividades. Sendo assim o computador permite a realização de diversas atividades que envolvam pro-fessores e alunos, podendo inclusive gerar gráficos a serem publicados na internet.

Apresentaremos dois softwares que podem ser utilizados para construção de Mapas conceituais:

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balho com crianças. As Figuras 5 e 6, abaixo, apre-sentam as telas dos dois softwares CMap Tools e Inspiration, respectivamente.

Figura 5: Tela do CMap Tools

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7. Considerações Finais

Ao trabalhar com Mapas Conceituais no ensi-no da Matemática, não se pretende criar uma ensi-nova metodologia, o processo exige muita cautela, pois o que não se quer é fazer algo inerte que não con-tribua no processo de ensino e muito menos que nada acrescentasse às aulas tradicionais, é impor-tante que se vincule a três elementos imporimpor-tantes: “o ‘saber fazer’, o ‘como fazer’ e ‘para que fazer’ da atividade intelectual” [Mantoan, Martins e Misku-lin, 1998].

A proposta está embasada em conhecimentos anteriores, a partir de práticas de sala de aula e de leituras e discussões com o grupo de professores do CESAT e de profissionais das áreas de educação ma-temática e de informática educacional. A atividade pretende fazer com que o estudante possa ser res-ponsável pela sua organização e representação men-tal, contribuindo para o entendimento e controle de suas atividades cognitivas (metacognição).

Os resultados conseguidos até agora são muito proveitosos, pudemos verificar não somente um au-mento na motivação ao aprendizado, mas, sobretu-do, a possibilidade de se trabalhar vários conceitos matemáticos de forma simultânea e muito mais leve e proveitosa. O computador é uma ferramenta im-portantíssima, é com ele que as construções podem ser facilitadas, testadas e refeitas até se conseguir o resultado desejado e, com isto, melhorar as possi-bilidades de construção do conhecimento.

É importante ressaltar que a avaliação da expe-riência a coloca em sintonia com as teorias de Vygostsky [1988], que diz que o desenvolvimento deve ser olhado de maneira prospectiva, isto é, com referência ao que está para acontecer na trajetória de cada um. De acordo com este autor, devem-se procurar os “brotos”, “as flores” ou “ramos” do de-senvolvimento e seus rumos em vez de somente seus frutos.

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