SOBRE EDUCAÇÃO PRESENCIAL
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EAD:algumas considerações rumo à construção de nossa proposta de Educação Híbrida
Há basicamente 2 (dois) modelos de EaD 1. UM-TODOS
GERAÇÕES DE EAD (Belloni 2003)
1ªGeração:
Fim do Século XIX. Marcada pelo desenvolvimento da imprensa e da locomoção a vapor.
Ensino por correspondência sem INTERAÇÃO com o docente, “[...] assimetria quanto à flexibilidade entre as dimensões de
ESPAÇO E TEMPO, bem como quanto à AUTONOMIA DISCENTE”.
Era para uma minoria e podia até ser considerada “privilégio” em muitos casos porque...
2ªGeração:
Início nos anos 1960, utilizou o ensino multimeios a distância, unindo o uso do impresso (desenvolvido na primeira geração)
com os meios de comunicação audiovisuais (antena ou cassete).
O modelo dessa geração se desenvolveu a partir de orientações behavioristas e industrialistas típicas da época: pacotes instrucionais, público de massa e economia de escala. Esse modelo é ainda hoje prevalente na maioria das experiências de EAD.
2ªGeração:
Nos anos 1970, os meios impressos e os programas de vídeo e áudio difundidos via cassete ou via antena ganham espaço na EAD.
As universidades abertas criadas nessa época se expandiram pelo uso desses novos multimeios e, em certa medida, pelo computador.
Nos países não desenvolvidos, surgiram muitas experiências de EAD baseadas principalmente em meios de comunicação de massa que tinham por objetivo universalizar o ensino básico, a alfabetização de adultos, a educação comunitária para a saúde e a formação profissional.
2ªGeração:
Há, pelo menos, 3 princípios entre o modelo fordista e a 2ª geração de EAD:
a racionalização, a divisão do trabalho e a produção em massa.
Como o processo de produção industrial não é estático, ou seja, ele se transforma contínua e constantemente, assim também na EAD o processo de ensino vai sendo gradualmente estruturado através de crescente mecanização e automação.
INTERAÇÃO ? (tutoria e encontros presenciais)
ESPAÇO X TEMPO (SÍNCRONA OU ASSÍNCRONA) ? AUTONOMIA DISCENTE ?
3ªGeração:
Começa na década de 1.990 com fundamento nas NTICs, com destaque para cursos mais interativos com fitas cassete, disquete, e-mails, listas de discussões, CD-ROMs didáticos com vídeos e áudio, COMPUTADOR E INTERNET.
Essa geração de EAD se transforma a partir do esgotamento do paradigma fordista, da redefinição da política econômica capitalista (neoliberalismo), da mundialização da economia, da introdução da informática, do surgimento de um novo paradigma industrial (pós-fordista ou toyotista), das novas demandas por formação e suas influências sobre a instituição escolar.
Gerações EaD:
GERAÇÃO PERÍODO FORMATAÇÃO RECURSOS PEDAGÓGICOS PRIMEIRA
(GERAÇÃO TEXTUAL)
Até 1960 Processo educativo por
correspondência Textos,impressos em gerallivros, materiais
SEGUNDA (GERAÇÃO ANALÓGICA OU MULTIMIDIA) De 1960
até 1980 Surgimentouniversidades e novasde mídias.
Rádio, audiovisuais, fitas
cassete ou antena pela
transmissão televisiva,
teleconferências, áudio,
vídeo, telefone, associação destes recursos ao material
impresso da primeira geração. TERCEIRA (GERAÇÃO DIGITAL) 1990 em diante.
Educação on-line, Novas
Tecnologias da
Informação e
Comunicação (NTICs)
Computador conectado à
internet, Ambientes Virtuais
de Aprendizagem (AVA),
redes de informação, redes sociais, fóruns, chat.
Elementos que interferem na qualidade da EaD
Características mais desejáveis Características menos desejáveis
Tempos flexíveis Tempos homogêneos Comunicação em tempo real
(on-line-on-line)
Comunicação em tempo diferente (off-line)
Avaliações presenciais Avaliações a distância e de múltipla escolha Curso para poucos alunos Curso para muitos alunos
Muita interação/interatividade Pouca interação
Centrado no aluno (aprendizagem) Centrado no professor (ensino) Cursos com múltiplas tecnologias Cursos unitecnológicos
Uso de videoconferência Uso de teleconferência
(SILVA, 2010, p. 44)
3ªGeração:
INTERAÇÃO/INTERATIVIDADE ?
ESPAÇO X TEMPO (SÍNCRONA OU ASSÍNCRONA) ? AUTONOMIA DISCENTE ?
SOBRE LEGISLAÇÃO EaD X Presencial:
1. O movimento da EaD foi se tornar mais presencial
Decreto nº 5.622/2005
Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a
Distância (2007)
2. O movimento do presencial foi se tornar EaD/híbrida
Portaria nº 4.059/2004 (chamada de Portaria da quinta)
Art. 1º, § 1º . Para fins desta Portaria, caracteriza-se a
modalidade semi-presencial como quaisquer atividades
didáticas, módulos ou unidades de ensino-aprendizagem
centrados na auto-aprendizagem e com a mediação de
recursos didáticos organizados em diferentes suportes de informação que utilizem tecnologias de comunicação remota.
2. O movimento do presencial foi se tornar EaD/híbrida
PORTARIA Nº 2.117, DE 6 DE DEZEMBRO DE 2019 (chamada
de Portaria dos ...)
Art. 2º As IES poderão introduzir a oferta de carga horária na modalidade de EaD na organização pedagógica e curricular de seus cursos de graduação presenciais, até o limite de 40% da carga horária total do curso.
PORTARIA Nº 544, DE 16 DE JUNHO DE 2020
Dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de pandemia do COVID-19, e revoga as Portarias MEC nº 343/2020 e 345/2020.
QUE FAREMOS COM O FUTURO, O DITO “NOVO NORMAL”?
O FUTURO é resultado das construções do presente
Qual é nosso presente a para aonde queremos ir? Qual nossa opinião sobre EaD em relação a:
INTERAÇÃO ?
ESPAÇO X TEMPO (SÍNCRONA OU ASSÍNCRONA) ? AUTONOMIA DISCENTE ?
”NOVO NORMAL” BRASILEIRO:
Segundo FGV: 230 milhões de smartphones em uso em abril/2020, 180 milhões incluindo computadores, notebooks e tablets em uso,
2 dispositivos digitais por habitante (incluindo smartphone,
computadores, notebooks e tablets, 96 acessos à net a cada 100 habitantes,
60% das residências das classes D e E não têm internet,
17% dos alunos das escolas públicas (6,5 milhões de estudantes) não
têm acesso,
No MA, 62,4% estudantes com acesso, mas 99,7% são pelo celular,
UNICEF: 4,8 milhões de 9 a 17 anos não têm acesso,
43 milhões de brasileiros NUNCA acessaram a net,
NOSSOS 3 (TRÊS) PRINCIPAIS DESAFIOS:
1. INTERNET DE QUALIDADE.
Sobre inclusão digital, fala-se em 2 níveis:
1º Nível: caracterizado por ter conexão precária, só no celular, com pacote de dados limitado
2º Nível: Ter internet potente, tipo banda larga, com qualidade da conexão.
2.. EQUIPAMENTOS: Ter computador para estudo e/ou trabalho
O QUE FAREMOS?
1. Diagnóstico da realidade dos nossos docentes e discentes,
2. Formação continuada na área de metodologias ativas,
3. Currículo flexibilizado com menu de disciplinas mais diverso,
4. Nossa moradias estudantil como espaço de inclusão digital,
5. Nossa biblioteca como espaço de inclusão digital com dezenas de computadores,
6. Nossos LABIN ressignificado,
O QUE FAREMOS?
8. Canal Educativo Digital aberto a qualquer aparelho sem consumo de net,
9. Parceria da UFT com a esfera municipal, estadual e federal para oferecimento de net (2º nível) de qualidade e construção de polos de apoio nas comunidades rurais, para os povos tradicionais, quilombolas e comunidades carentes,
10. Rede aberta de internet de qualidade (não só dentro da UFT), pelo menos nas cidades onde tem Câmpus para acesso da comunidade acadêmica,
11. Computadores nas salas de aula (pelo menos 30% do total de espaço),
12. “PROJETO UCA – Um Computador por Aluno” para a Educação Superior.
Antonio Machado, poeta modernista espanhol (1875 – 1939)
CANTARES
CAMINHANTE são tuas pegadas O caminho e nada mais;
Caminhante não há caminho Se faz caminho ao andar
Golpe a golpe, verso a verso Caminhante não há caminho Senão há marcas no mar...
REFERENCIAS:
ARAÚJO, Nataniel da V. C. G.; CASTRO, Alda M. D. A. A expansão do ensino superior a distância: do
emergencial ao definitivo. In: CASTRO, Alda M. D. A.; CABRAL, Goreti (Orgs.). Políticas de expansão da
educação superior: dimensões, cenários e perspectivas. Natal: EDUFRN, 2015 (p. 187-210).
SILVA, Marco. Sala de aula interativa. 3. ed. Rio de Janeiro: Quartet, 2004.
SILVA, Marco (Org.). Educação online: teorias, práticas, legislação e formação corporativa. 2. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2006.
SILVA, Marco e SANTOS, Edméa (Orgs.). Avaliação da aprendizagem em educação online: fundamentos, interfaces e dispositivos, relatos de experiências. São Paulo: Edições Loyola, 2007.
SILVA, Marco. O que é interatividade. SENAC, 2010. Disponível em: < http://www.senac.br/bts/242/boltec242d.htm>. Acesso em: 18 maio 2016.