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CAPITÃO AMÉRICA E FALCÃO: SUPER-HERÓIS DA AXIOLOGIA

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CAPITÃO AMÉRICA E FALCÃO: SUPER-HERÓIS DA

AXIOLOGIA

João Gabriel da Fonseca Mateus (IFG)

Resumo: Os quadrinhos constituem um palco de representações sociais surpreendente e

ainda pouco explorado, constituindo dessa forma, um terreno fértil para quem quer compreender, interpretar e resignificar um universo ficcional bastante complexo devido suas ligações com a necessidade de reprodução social da realidade concreta. Capitão América (alter ego de Steve Rogers) surgido em 1941 no contexto da Segunda Guerra Mundial, como reprodutor de uma lógica estabelecida do momento de criação, fundamentada em valores reproduzindo a sociabilidade capitalista contou, ao longo de sua trajetória nas HQs, com diversos aliados, por exemplo, Falcão, o alter ego de Samuel Thomas “Sam” Wilson, que aparece pela primeira vez em 1969. Dessa forma, o objetivo dessa comunicação é apresentar a trajetória conjunta destes super-heróis deixando claro que os valores expressos por estes são expressões dos interesses de quem produziu (autores e editorias) reproduzindo um “padrão dominante de valores numa determinada sociedade”. Capitão América e seu aliado, o Falcão, primeiro super-herói negro da Marvel, constitui uma forte dupla axiológica.

Palavras-chave: Histórias em Quadrinhos, Capitão América, Falcão, Axiologia.

INTRODUÇÃO

A presente análise corresponde a uma série de indagações e curiosidades decorridas após a análise feita por mim1 sob o título de Capitão América e seus valores:

a questão da sociabilidade capitalista. Após esta análise, algumas lacunas ficaram e

suscitaram novas questões sobre o objeto (os quadrinhos Captain America) que não foram analisadas no primeiro momento. Isso me incentivou a produzir o texto que se segue com o intuito de analisar o período em que surge o Falcão nas histórias em quadrinhos Capitão América. Tal período é inserido no que foi compreendido como Era

1

Tal participação ocorreu durante no II Encontro Nacional de Estudos sobre Quadrinhos e Cultura Pop (ocorrendo dentro de outro evento maior, a SUPER-CON) ocorrida nos dias 28 e 29 de julho de 2012 na Universidade Federal do Pernambuco, em Recife. Em tal evento, proferi a apresentação na Mesa Redonda 2 com o tema “Quadrinhos e Cultura: o social, o cultural e sua relação com as histórias em quadrinhos” juntamente com o Prof. Dr. Nildo Viana (UFG) e Edmilson Marques, professor da UEG e doutorando em História pela UFG. Para ter acesso ao texto completo, acesse os Anais do 2º EncontroHQ – Encontro Nacional de Estudos sobre Quadrinhos e Cultura Pop. 28 e 29 de Julho de 2012, Centro de Convenções da UFPE. Maceió: Edufal, 2012.

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de Prata dos Quadrinhos - fase compreendida entre 1955 e 1970 – ou como “a época da

retomada e renovação”2

que ocorre a partir do final da década de 1950 até os fins da década de 1960. Utilizarei para minha análise esta última compreensão que através da relação da historicidade da sociedade com a historicidade da superaventura é mais detida com a periodicidade e com as relações entre quadrinhos e sociedade.

Meu objetivo não é analisar formalmente os quadrinhos de Capitão América e Falcão. Pretendo ir além do formal fazendo uma análise crítica que busque compreender as relações mais aprofundadas presentes nas HQs. Marcuschi (2002, p. 219) nos diz que os gêneros textuais/imagéticos são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social, e estes (...) contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia-a-dia. São entidades sócio-discursivas e formas de ação social incontornáveis em qualquer situação comunicativa (...). Surgem emparelhados a necessidades e atividades sócio culturais, bem como na relação com inovações tecnológicas. Por isso que quero ir além, produzir uma análise crítica.

Porém, temos ainda um recorte limitado e que pode ser expandido, mas esse não é nosso objetivo no presente texto. Objetivamos a análise de Capitão América e Falcão como pressupostos de super-heróis axiológicos e nos limitaremos a analisar o período acima descrito. Para conseguirmos cumprir o que objetivamos, explicaremos o gênero superaventura – no qual Capitão América está inserido e suas características básicas; posteriormente analisaremos o surgimento de Falcão criado por Stan Lee e Gene Colan, super-herói negro3 que aparece em Captain America, #117 em

2 VIANA, N. Breve história dos super-heróis. In: REBLIN, I. A.; VIANA, N. (orgs. Super-heróis,

Cultura e Sociedade: aproximações multidisciplinares sobre o mundo dos quadrinhos. Aparecida: Ideias e Letras, 2011, pp. 15 – 54.

3 Torna-se salutar e profícuo apontar que os negros nos quadrinhos não foram uma “invenção” da

Marvel e tampouco surgira apenas no momento de efervescência do movimento negro mundial. O Movimento Negro se fortalecia em todo o mundo nos anos 60. Porém, os quadrinhos não reproduziram isso de forma rápida. Whitewash Jones, por exemplo, ou simplesmente, “Whitewash!, que foi o

primeiro personagem negro de destaque na Marvel, era um herói atrapalhado e fazia parte de uma equipe chamada “Young Allies”, que tinha entre seus membros Capitão América e Tocha Humana Pantera Negra (Marvel) – O personagem, rei de Wakanda — um país fictício no continente africano — já teve várias versões criadas, sendo T’Challa a mais famosa, criada por Stan Lee e Jack. Basílio (2012, s/p) ainda vem ressaltar o aspecto conservador da imagem relegada ao negro nesse contexto. Ele diz: “ficavam patentes os estereótipos daquilo que deveria em tese ser um ‘homem negro’: lábios grossos e

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setembro de 1969; em seguida faremos a relação entre axiologia e os valores expressos em Captain America e The Falcon e buscarei algumas conclusões para finalizar o nosso objetivo.

Compreendemos que as Histórias em Quadrinhos são “produtos sociais, constituídos por empresas e criadores que geram, num determinado contexto social e histórico, as histórias que são transmitidas via quadrinhos”4

. Nesse sentido, se torna impossível analisar o universo dos quadrinhos sem entender a realidade social, pois as ficções são produzidas por indivíduos que são históricos e cuja base, inevitavelmente, é social e histórica5.

O Capitão América possui algumas fases. Analisaremos a compreendida por Chagas (2008) como Anos 1960 a 1980: “Eu preciso de um Psiquiatra”. Tal fase é caracterizada por um momento em que a “(...) velha forma, dos seres inabaláveis, que não erram e não tem problemas, não funciona mais”, por isso, o objetivo dessas “novas histórias” é aproximar mais os super-heróis dos seres humanos (CHAGAS, 2008, p. 151).

O CONTEXTO DE RESSURGIMENTO

exemplo da primeira situação, uma das melhores histórias que o Mestre Carl Barks criou para o Pato Donald, história essa conhecida no Brasil como ’Donald na África’ (Voodoo Hoodoo, publicada pela primeira vez em 1949)”. Tais personagens geralmente eram colocados para fins humorísticos.Nesse sentido, Whitewash, que foi o primeiro personagem negro de destaque na Marvel, fazia parte de uma equipe de jovens heróis chamada Young Allies, equipe essa que tinha entre seus membros Bucky Rogers e Centelha. Para maior aprofundamento, ver: BASÍLIO, C. R. Os Negros nas Histórias em Quadrinhos: parte 1 – 4, 2012. Disponívelem: http://rquadrinhos.blogspot.com.br/2011/03/os-negros-nas-historias-em-quadrinhos_01.html

4

Cf. VIANA, Nildo. O Que Dizem os Quadrinhos?. In: Sociologia, Ciência & Vida, v. 17, p. 53-62, 2008. Disponível em: http://sociologiacienciaevida.uol.com.br/ESSO/Edicoes/18/artigo98209-1.asp

5

Concordando com a noção da relação ficção-realidade dos quadrinhos, Waldomiro Vergueiro nos aponta que “Pais e mestres desconfiavam das aventuras fantasiosas das páginas multicoloridas das HQS, supondo que elas poderiam afastar crianças e jovens de leituras “mais profundas”, desviando-os assim de um amadurecimento “sadio e responsável”. Daí, a entrada dos quadrinhos em sala de aula encontrou severas restrições, acabando por serem banidos, muitas vezes de forma até violenta” (VERGUEIRO, 2010, p. 8).

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Ressalto de antemão que o final dos anos 60 é marcado por movimentos sociais em ascensão, dentre os quais, destaca-se o movimento negro. É entendendo esse contexto em totalidade que podemos explicar o surgimento de um negro como aliado de um super soldado branco em uma sociedade marcada pela estratificação racial, estabelecendo uma relação no qual a questão da inferioridade emerge e é um ponto fundamental em Falcão. O contexto histórico de surgimento de Falcão é o momento de

integração do negro na sociedade e tal como na sociedade pós-escravista, seu processo

se deu com a incorporação do negro de maneira subalterna e de marginalização social. Se o movimento negro6 luta apenas contra o racismo ele ainda não é um movimento eminentemente libertário. Este para se tornar revolucionário, compactua, articula e faz parte de uma luta contra o capitalismo, contra as opressões de gênero, raciais e de classe.

Ao deslocar meu foco de análise para um momento mais abrangente no qual ainda não havia uma leitura aprofundada pude perceber uma série de relações sociais presentes no Capitão América transmitida também por seus aliados. Nesse sentido, concordo plenamente que os “super-heróis só têm a fama que têm, porque estão o tempo todo sendo reinventados de forma a corresponder às expectativas de quem os lê” (idem,

ibidem).

Após uma tentativa frustrada de ressuscitar o Capitão América em 1954, no clima da Guerra Fria, enterram-no de vez. A partir dos anos 1960, a conjuntura social da sociedade Ocidental muda. Já no final da década de 1950, temos o prelúdio do que seriam os “anos 60”: a Literatura beat de Jack Kerouac, o rock de garagem, movimentos de vanguarda na literatura e no cinema, espalham-se por todo o continente americano. Do pólo sul ao pólo norte, é tempo do movimento de luta pela liberdade. Surgem importantes movimentos sociais como o Feminismo, a luta em favor dos negros e dos homossexuais, o movimento Hippie – em protesto contra a Guerra Fria e o Vietnã (...).Dentro desse contexto de luta pela liberdade e justiça, eis que surge o maior defensor das duas novamente. Em 1964, Stan Lee reviveu o Capitão América, afirmando que ele havia caído de um avião no Atlântico

6

Por mais reduzido que é nosso espaço, torna-se salutar dizer de maneira superficial que o movimento negro não é unitário e não tem um objetivo comum. Conforme aponta Fabre (1977, p.182), a articulação das lutas se dão principalmente no integracionismo (das relações sociais nas estruturas da sociedade industrial em expansão que ganha na década de 70 um apreciável apoio da burguesia negra), o pan-africanismo e nacionalismo negro (de organização separatista). Com isso, por mais que o slogan de Poder Negro aparecesse, a unidade de luta não existia.;

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Norte nos últimos dias da guerra e que passou as últimas décadas congelado, num estado de morte aparente (CHAGAS, 2008, p. 146).

De acordo com Knowles (2008, p. 153), na década de 1950 o Capitão América ressuscita como Capitão América, Esmagador de Comunistas. Porém, os esforços de Stan Lee em aproveitar-se da “Ameaça Vermelha” (e das ameaças do capitalismo estatal soviético), o Capitão é derrotado pelo próprio mecanismo que o dá visibilidade: é derrocado pelas quedas das vendas. Tal queda tem uma explicação bem difundida: o distanciamento da realidade da juventude em tal contexto – o nazismo havia sido vencido e o Caveira Vermelha ainda estampava as revistas como um super-vilão a ser combatido. Seu último número, em 1950 (Captain America's Weurd Tales, # 74), nem o exibia na capa. Porém, a Marvel Comics, utilizou de diversos mecanismos, como por exemplo, criar um grupo de super-heróis para competir com sua rival, a DC. A Marvel

Comics, que tinha rivalidades com a DC Comics, cria Os Vingadores (The Avengers)

para enfrentar a Liga da Justiça7. A Liga da Justiça tinha como membros fundadores Lanterna Verde (Green Lantern), Flash, Aquaman, Batman, Super-Homem (Superman), Mulher Maravilha (Wonder Woman), Caçador Marciano (Martian Manhunter), etc. Rama (2006), ao analisar o Batman aponta algumas considerações importantes para meu objetivo. Vejamos:

Outra solução da Marvel para enfrentar a Liga da Justiça, os Avengers, surgidos na “Era de Prata” dos quadrinhos, estabeleceram seu quartel no coração de Manhattan, numa mansão doada pelo patrocinador do grupo: o intelectual e milionário Tony Stark (vulgo Homem de Ferro). Fazem parte deste grupo o Capitão América (Captain América), o mencionado Homem de Ferro (Iron Man), o Hulk e o Thor (o deus do Trovão da mitologia nórdica), entre outros. A formação original dos Vingadores já foi alterada várias vezes, mas duas características principais permaneceram: a residência em Manhattan e a liderança do Capitão América, o mais evidente dos super-americanos. Eles são os primeiros entre os super-heróis, a serem requisitados pelo governo americano em caso de crise planetária. Esta “oficialidade” lhes garante um lugar de destaque: a “Mansão dos Vingadores” situa-se em plena Quinta Avenida no centro de Manhattan (RAMA, 2006, p. 51).

7 A Liga da Justiça advém por inspiração da Sociedade da Justiça, outra liga de super-heróis criados na

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Posteriormente, em 1964 (após alguns anos congelado), o Capitão foi novamente encontrado, agora nos mares congelados do Ártico, por outro herói da década de 40 do século XX: Namor, o Príncipe Submarino8. Namor, em um momento de fúria, lança o Capitão de volta ao mar, porém, ele é encontrado por uma superequipe e tão logo se torna o “líder principal”. E é nesse período que quero analisá-lo. O período de “ressurgimento” com novas perspectivas, continuando seu caráter axiológico conforme seu surgimento na década de 40.

SURGIMENTO DE FALCÃO

O contexto é de fortalecimento da humanização dos super-heróis no âmbito da ficção na esfera da realidade é o momento de efervescência das lutas do movimento feminista, movimento negro, etc. De acordo com Basílio (2012), no final dos anos cinquenta e início dos sessenta o Movimento Negro começava a tomar as ruas dos Estados Unidos momento de ebulição social que acabou se refletindo nos quadrinhos.

No ano de 1966, muito provavelmente inspirado pelo surgimento do Partido dos Panteras Negras naquele ano (apesar de até hoje Stan jurar de pés juntos que não pensou em política na hora), Stan Lee e Jack Kirby introduziram nas páginas de “Fantastic Four #52” aquele que pode ser considerado o primeiro super-herói negro da história dos comics: o “Pantera Negra”! (...) Em 1968, no gibi “Avengers #52”, o Pantera Negra se torna membro dos Vingadores. O interessante é que o personagem, até para fugir da óbvia associação ao Partido dos Panteras Negras, durante um bom tempo era chamado só de Pantera, e até mesmo o nome de “Leopardo Negro” ele recebeu. Somente em “Avengers #100”, em 1970, foi estabelecido que a identidade heróica de Tchalla realmente se chamava Pantera Negra (BASÍLIO, 2012, s/p).

Nesse sentido, o contexto de surgimento de Falcão é elementar no seu aparecimento que não é algo isolado e autônomo. A Marvel fixou alguns indivíduos

8 Viana (2003) nos esclarece algumas questões de Namor. Diz ele que, quando o Capitão caiu em uma

geleira e ficou congelado por décadas, até que, Namor, O Príncipe Submarino, em um momento de irritação com os seres humanos, joga para longe uma imensa geleira e esta derrete libertando o Capitão América, que passa a atuar em nossa época. Namor, o Príncipe Submarino, é um exemplo de herói contestador. Porém, Namor, ao longo do tempo sofre alterações e estas se tornam conservadoras. De acordo com Viana (2005), o Príncipe dos fundos dos mares torna-se “calmo e controlado como qualquer outro super-herói conservador” (VIANA, 2005, p. 67).

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negros como super-heróis nos anos sessenta e dessa maneira, não foi apenas o Falcão (até apontei acima o aparecimento de Pantera Negra) que apareceu. Assim, a Marvel tinha a intenção de elaborar produtos para o consumo da população negra criando a inclusão no mercado dos quadrinhos.

Nesse contexto, ainda vale ressaltar que o próprio Capitão América tem características particulares nesse contexto específico. Para exemplificar essas diferenças vemos o processo de “humanização” do supersoldado. Dois exemplos são claros para apresentar esse contexto: o primeiro é que o Capitão América tem um relacionamento mais afetivo9 com a agente da SHIELD, Sharon Carter. Ela adere à organização disposta a enfrentar tudo por suas relações afetivas com o Capitão10; segundo exemplo é o fortalecimento de relações sociais humanas como “traição”, sendo que tal relação está exposta na figura dos Exilados (grupo de indivíduos traídos pelo Caveira Vermelha que estão presos em uma ilha abandonada). Ficaremos apenas nestes aspectos para exemplificar. Este é o contexto. Críticas, conflitos e relações humanas mais claras para retomar os tempos épicos dos super-heróis.

Boa parte de suas histórias, ainda que cheias de aventura e inimigos para distribuir socos, agora vão ter foco em um cont;exto da época, principalmente no que diz respeito as questões de gênero e racial. Apesar de ressuscitarem o Capitão, seu fiel ajudante Bucky, vai continuar enterrado, morto na Segunda Guerra Mundial em campo de batalha. Outro tormento na vida do herói, que se culpa constantemente pelo acontecido. Dessa forma, surge uma nova personagem não menos axiológica que o primeiro Capitão América, agora para o contexto da época: Falcão, um negro, pobre, assistente social que vive no Harlem, um bairro de afrodescendentes na periferia de Nova Iorque. Ele surge como um criminoso comandado pelo Caveira Vermelha, mas se rebela e vai lutar ao lado do Capitão América (CHAGAS, 2008, p. 148).

9 Em Capitão América: Capturado no Vietnã! nº 125 publicado em maio de 1970 vemos a seguinte

manifestação afetiva do super-soldado: “Desde que terminamos, tenho sido um homem em transe. Por mais que eu tente esquecê-la, mais ela está comigo...Cada hora... Cada minuto!Uma centena de vezes no dia eu quero telefonar para ela... correr para o lado dela...” (# 125, p. 2).

10 Para exemplificar isso, temos no número 155 de novembro de 1972, a história em que Carter e Rogers

estão em uma ilha nas Bahamas, desfrutando de suas férias, quando são atacados por outro Capitão América e Buck Barnes (falsos), criadas e mandadas por Caveira Vermelha para capturá-los.

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Em Captain America: the coming of The Falcon, título que marca o aparecimento de Falcão narrando sua história encontramos a forma que dará início o surgimento do primeiro super-herói afro-americano do Universo Marvel:

Depois de ter vencido a HIDRA, o Capitão América assumiu uma nova identidade secreta, já que como Steve Rogers ele era conhecido por todos. Sua amada Sharon, angustiada por imaginá-lo morto, ingressou na SHIELD como agente, dispondo-se a enfrentar toda sorte de perigos. Tempos atrás o Capitão América havia feito o Caveira Vermelha perder o CUBO CÓSMICO, um instrumento poderosíssimo, capaz de realizar coisas incríveis... mas o Caveira consegue recuperar o cubo e utiliza-o para trocar de corpo com o Capitão América... iniciando assim sua vingança derradeira! (CAPITÃO AMÉRICA, #117, 1969, p. 2).

Falcão não é o primeiro negro nos super-heróis. A criação de Gavião Negro11 pela DC, que surgiu inicialmente na revista Flash Comics

nº 1, em 1940, marca o

aparecimento de super-heróis negros. Porém, conforme já apontamos, o Falcão surge apenas em 1969. A Marvel cria um completo simbolismo na existência de Falcão.

(…) o Falcão é o alter ego de um meliante negro chamado Sam Wilson. Após cair em uma ilha deserta, Wilson encontra o arquiinimigo do Capitão América, o Caveira Vermelha. Usando a versão da Marvel da Pedra Filosofal da alquimia (agora chamada de “o Cubo Cósmico”), o Caveira Vermelha transforma magicamente Wilson em super-herói. A origem do Falcão é mais precisa que a de seu antecessor, pois Hórus é simbolizado por um falcão peregrino, e não por um falcão qualquer. No entanto, por algum motivo

11O Gavião Negro é o alter ego do arqueólogo Carter Hall, um típico personagem pulps que descobre que

é a reencarnação do príncipe egípcio Quéops. Para mais informações ver Knowles (2008, p. 150 – 151). Ilustração 1: Captain America: the coming of The Falcon, #117, 1969,

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inexplicável, no início Falcão não tinha asas. Só foi no número 171 que ele recebeu suas asas semelhantes às do Gavião Negro, que ele manteve desde então (KNOWLES, 2008, p. 151)12.

No número da estreia de Falcão, o verdadeiro Capitão América foi preso no corpo do Caveira Vermelha e o verdadeiro Caveira o transporta para uma ilha abandonada onde estão os seus maiores inimigos (do Caveira Vermelha). Com tal enredo, o intuito do Caveira

Vermelha de destruir o Capitão

América com os seus próprios inimigos (Os Exilados) se desenvolve. A trama desenrola com Os Exilados lutando contra o Capitão América (com o corpo do Caveira) até que um pássaro (um falcão) ajuda o Capitão América durante uma luta possibilitando sua fuga. Enquanto a perseguição contra o Capitão América na ilha aumentava, o Caveira utilizando da imagem, status e fama do supersoldado americano provocava dúvidas na população. Um fotógrafo diz: “Não estou entendendo! O Capitão América sempre foi modesto e evitou ser fotografado...” (#117, p. 14).

Na ilha, o verdadeiro Capitão América se encontra com Sam Wilson e estabelece o diálogo:

C.A.: Ei! Espere! S.W.: Hã? Quem é você?

C.A.: Você não iria acreditar se eu dissesse! Alguém bastante grato com seu animal de estimação!

S.W.: Então é você que está lutando contra os Exilados! Toque aqui! Qualquer inimigo deles é meu amigo! Agora vamos indo, antes que os exilados encontrem a gente!

12 Existem divergências em relação ao surgimento de Falcão. Como aponta Basílio (2012) em Captain

America and Falcon #186, a Marvel vem mostrar que na verdade Sam Wilson era um criminoso que, após uma lavagem cerebral feita pelo Caveira Vermelha foi “plantado” na Ilha dos Exilados para ser eventualmente usado contra o Capitão. Naturalmente, Sam consegue superar a lavagem cerebral e se redime de seus crimes passados.

Ilustração 2: Captain America: the coming of The Falcon, #117, 1969, p. 20.

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Minutos depois...

S.W.: Isto aqui era uma aldeia bem calma, antes dos Exilados aparecerem! Eles escravizaram os nativos e transformaram o lugar num reinado de terror! Ultimamente eu venho tentando organizar o pessoal para lutar pela liberdade! (#117, 1969, p. 18 - 19)

O personagem afro-americano não tem (a priori) nenhuma habilidade diferente dos demais super-heróis, porém, sua capacidade de comunicação com Asa Vermelha, um falcão, já apresenta traços extraordinários que aumentarão quando Pantera Negra dá as condições de Falcão voar (veremos isso mais a frente).

Ilustração 3: Captain America: The Falcon Fights! #118, outubro de 1969, p. 8. AXIOLOGIA EM CAPTAIN AMERICA E THE FALCON.

Ocorre uma pausa de publicações dos quadrinhos Capitão

América na década de

1950/1960. A nova fase do Capitão América que viria após esta paralisação tem características

particulares porém, Ilustração 4: Captain America: The Skull Falls!, #119, novembro de

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ainda perdura os principais elementos comuns à primeira fase. Essa “nova fase", como todas as outras do Capitão, são consideradas axiológicas13. Uma característica fundamental é o próprio exemplo que materializa essa nova fase: o surgimento do Falcão. Obviamente, que suas características básicas principais ainda permanecem.

Antes de ser um superpoderoso, Falcão tem dificuldades de se identificar como um herói e se sente inferior ao Capitão América. Ele clama por superpoderes em

Capitão América e Falcão: o Fim de uma lenda! de 1973. Vejamos:

Falcão: Sem essa Capitão! Você sabe que o grupo inteiro tava morrendo de medo da sua superforça! Uma coisa é certa... se continuar sendo seu parceiro, vou ter que ser bem mais do que um atleta uniformizado!

C.A.: Mas como, Sam? De que jeito você pode arranjar superpoderes? Falcão: Sei lá! Tava pensando em pedir ajuda pros Vingadores!

C.A.: É... Talvez Hank Pym possa inventar algum soro, ou quem sabe Tony Stark crie um aparelho.

Falcão: O cara que eu tinha em mente é o Pantera Negra! Pelo que você me falou, ele deve entender a beça de tecnologia!

C.A.: Vou dar um pulo até a mansão dos Vingadores e falar com o Pantera! Mais tarde agente se vê! (CAPITÃO AMÉRICA, # 169, 1973, p. 9 – 10).

Depois de ter sido vítima de um complô para coloca-lo contra a justiça, o Capitão não rogou em lutar contra o próprio Estado em nome da justiça. Em fevereiro de 1973, vemos isso. Porém, tudo passava de um mal entendido que fora resolvido em “nome da Justiça”.

Outro elemento axiológico presente é quando Falcão vai para o reino de Wakanda (na África), que tem o Pantera Negra como Rei, Leila é sequestrada pelo

13 De acordo com Viana (2007), na sociedade capitalista a classe dominante possui valores e os

transmite para a sociedade com o intuito de regularizar as relações sociais. Tais valores são

conceituados como dominantes, portanto, axiológicos. Nildo Viana apresenta diversos sentidos que a axiologia tomou historicamente, sendo que ele utiliza tal termo transformando-o de um construto em conceito (enquanto expressão da realidade, conforme Marx, já que não é possível separar o conceito da realidade). Nesse sentido, como ponto de partida para se transformar de definição para concepção, a axiologia para Viana (2007) é “o padrão dominante de valores numa determinada sociedade” (idem, p. 33), sendo então, a ética dominante, fundamentada em uma axiologia. Mas, cabe-nos a refutar: o que são os valores dominantes? Responde o autor: “Os valores dominantes são aqueles valores que correspondem aos interesses da classe dominantes e, portanto, servem para regularizar as relações sociais” (idem, p. 34). Nesse âmago, a hegemonia burguesa reproduz a consciência, os valores, os

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grupo do Cara-de-Pedra, vilão rival de Falcão. É nesse momento, que a roupa de Falcão está superpoderosa. Ele sai, ao lado de Pantera para livrar Leila.

As HQs Captain America and Falcon são recheadas de violência. A violência é um valor fundamental fundamentada pela competição, em que aparece o fenômeno do maniqueísmo. Nesse sentido, a violência existe para exteriorizar uma “luta contra o mal” “em nome da justiça, da liberdade e da democracia”. Isso é mais uma manifestação da axiologia. A violência não o único elemento. Podemos dizer que a existência de super-heróis só acontece com a existência de vilões, super-vilões e suas associações: Caveira Vermelha; Modok; IMA (Ideias Mecânicas Avançadas); Diamond Head (Cabeça de Diamante); Ciclone; Porco-espinho; Batroc, o Saltador; Barão Strucker, Stone Face (Cara-de-Pedra), dentre vários outros.

No número 132 de dezembro de 1970, Modok (chefe da IMA – Invenções Mecânicas Avançadas) envia dois de seus agentes disfarçados como estudantes para uma Universidade com o intuito de “provocar os estudantes, fomentando greve e desordem no campus...” (#132, 1970, p. 9) para acarretar na morte de Capitão América. Após isso, Modok mantém contato com o Doutor Destino (líder do reino de Latvéria e um excelente criador de androides) para que ele crie um robô que ludibriasse o Capitão América. Sua criação nada mais é que Bucky Barnes, o companheiro do Capitão que morreu na Segunda Guerra Mundial14. Porém, sua trajetória não foi longa. Enquanto uma criação perfeita com personalidade e memória, Barnes ao tentar derrotar o Capitão América tem algumas lembranças e não consegue destruir o Capitão. Vejamos a fala de Barnes ao tentar destruir o Capitão:

Adeus Companheiro!

O que... O que está me detendo? Por que não posso fazer isso? Muitas lembranças do passado estão circulando em minha mente.... Lembranças de uma grande amizade... da coragem dele e de sua lealdade... Elas são tão reais que parecem minhas!

São as mesmas lembranças que verdadeiro Buck teria! O Capitão foi meu amigo! Eu não posso matá-lo ... Não posso! (#132, 1970, p. 19).

14 No contexto da Segunda Guerra, Barnes e Rogers eram os “verdadeiros sentinelas da liberdade” (#155,

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Nesse sentido, interpretando mais essa criação, vemos aqui a manifestação da humanização nas histórias do super-soldado da axiologia. Por mais que Bucky Barnes seja um robô, ele possui características humanas, sejam elas afetivas sejam elas naturais, que o impede de realizar algo tão “antihumano”. Isso reflete o processo de exaltação da figura leal e companheira do Capitão América.

Outro elemento presente neste número é a “ressurreição”. Este é sempre presente nas histórias, visto que este é revestido de um caráter religioso, de imortalidade, volta dos melhores, etc. Isso se manifesta nas ressurreições do Capitão, do Caveira e de Bucky Barnes15, companheiro do Capitão na Segunda Guerra.

Outro elemento axiológico presente em Falcão é sua inferioridade. Ainda neste número, se manifesta mais uma dúvida e a inferioridade de Falcão. No episódio em que Bucky é descoberto (após a sua “ressurreição” planejada por Modok), a TV anuncia a volta de Bucky Barnes, o companheiro de Capitão América que havia sido morto durante a Segunda Guerra Mundial. O Falcão diz:

Droga! E eu tava crente que um dia ainda ia formar uma superdupla com O Capitão! Bom... Agora com a volta do Bucky, isso vai ser impossível! É Asa Vermelha... Acho bom a gente começar a pensar em pendurar as chuteira! Com os dois rodando por aí, duvido que sobre algum pilantra para nós! (#132, 1970).

Para finalizarmos essa análise temos que alertar que Capitão América e Falcão são super-heróis criados por indivíduos e estes não são autônomos. Estão imersos em relações sociais capitalistas. A presença da sociabilidade enquanto um conjunto de relações sociais existentes em nossa sociedade é elementar. Esta sociabilidade, a capitalista, ou seja, determinadas relações sociais marcadas pela competição, pela mercantilização e pela burocratização se expande para a sociedade como um todo. A sociabilidade capitalista é marcada por três elementos fundamentais (a competição

15 A Ressureição de Barnes ocorre no mês de novembro de 1970 em Capitão América: A Ressurreição de

Bucky, #131. Tal ressurreição foi planejada por um arquiinimigo do Capitão América, Modok, chefe da IMA.

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social, a mercantilização e a burocratização das relações sociais) (VIANA, 2008) e isto está explícito.

Lembremos que :

O processo de criação da super-aventura é um processo consciente no qual o criador envia uma mensagem na maioria das vezes axiológica. Porém, nenhuma produção cultural é somente consciente e junto com o processo consciente caminha o processo inconsciente. No caso da ficção isto é ainda mais forte. Na super-aventura a imaginação ganha autonomia na narrativa e isto permite uma manifestação mais forte do inconsciente. Porém, além do inconsciente individual derivado da repressão individual que se manifesta em cada obra individual, também se manifesta o inconsciente coletivo, derivado da repressão coletiva. Tal repressão coletiva é a do mundo burocrático e mercantil em que vivemos. Se lembrarmos que a produção da super-aventura é uma forma de manifestação da criatividade, que é uma

potencialidade humana reprimida em nossa sociedade, então podemos supor que ela é, para os criadores, um momento de liberdade e de realização. Porém, devemos reconhecer que tal criatividade se manifesta mas de forma controlada. Os criadores de super-aventuras não são livres para produzirem o que quiserem e como quiserem. Eles estão submetidos às grandes empresas que controlam esta produção, seja a Marvel Comics, a DC, a Image, ou qualquer outra. Tais empresas são tão burocráticas e mercantis quanto qualquer outra. A partir disto se conclui que tal controle é um dos elementos que originam tal produção (VIANA, 2003, s/p).

É exatamente o tratamento reverencial através de interpretações naturalizadoras e conservadoras dado a esses personagens, às suas vestimentas e as suas aparências físicas16 (corpo perfeito, musculatura impecável, fisionomia aberta e simpática) (VIANA, 2005, p. 36) como modelos sociais, que faz-se presente a continuidade

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Isso reflete o que vai ser conhecido como o movimento “Black Power” que coopta a imagem do negro com um estereótipo “forte e poderoso” (como mera questão de afirmação e inclusão social) na sua

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conservadora desses superpoderosos. Seus superpoderes ressoam a continuidade de uma gigantesca massa de espectadores atuais (KNOWLES, 2008, p. 36) que apresentam explicitamente o caráter conservador e axiológico dos super-heróis dos quadrinhos.

Outro elemento axiológico presente em Falcão é a forma da origem de seus poderes. Na classificação que Nildo Viana faz, o super-herói negro possui o poder mágico (que surge com um caráter misterioso de comunicação com Asa Vermelha, seu pássaro) e o poder tecnológico (sua roupa que permite voar, criada por Pantera Negra).

Se os valores (aquilo que é significativo, importante) são constituídos socialmente e expressam os interesses e o modo de vida de uma determinada classe social, Falcão e o Capitão América, representam os valores dominantes, sendo, portanto, super heróis da axiologia.

CONCLUSÕES

Podemos concluir que Capitão América e seu novo aliado, o Falcão, constituem uma dupla axiológica. Captain America foi um grande instrumento de propaganda durante a Segunda Guerra Mundial, mas desde o fim desse fato perdeu vendagens e relevância. É nesse sentido, e talvez sentindo a diminuição da importância do supersoldado norte americano que seus editores reeditaram-no dando mais proximidade com o contexto social de seus leitores e consumidores.

Tal percepção só pode ser notada se entendermos que, por mais que os tempos passam, as histórias em quadrinhos “mostram-se sintonizadas às inovações, às descobertas e aos eventos-chave da realidade por meio do trabalho conjunto de vários profissionais, dentre os quais, editores, artistas e roteiristas, que se apropriam dos fatos

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reais e transportam essas noções para as páginas dos quadrinhos” (GASQUE e RAMOS, 2012, s/p) para reproduzir a realidade social, fortalecendo os valores dominantes de nossa sociedade. Impossível entender isso sem entender que a ficção do mundo dos quadrinhos está intimamente ligada à realidade dos autores, da editora e dos consumidores.

Ainda acreditamos que as Histórias em Quadrinhos através da ligação entre o visual, estético e o conteúdo – elementos que as constituem - apresentam-se como elementos fundamentais de um universo ficcional muito rico que possibilita ser mais uma fonte histórica para compreender as relações humanas. Porém, é necessária uma capacidade crítico-reflexiva do leitor que entende o personagem em constante relação com a sociedade que o cria. Portanto, a superaventura nada mais é do que uma narrativa contemporânea sujeita às leis de mercado e capaz de dizer ao ser humano algo profundo sobre si mesmo (REBLIN, 2012, p. 81 – 82).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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