• Nenhum resultado encontrado

ENSINO EXPERIMENTAL DE FÍSICA NA UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ENSINO EXPERIMENTAL DE FÍSICA NA UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO"

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

ENSINO EXPERIMENTAL DE FÍSICA NA UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

Cleci Werner da Rosa – UPF

RESUMO - O presente trabalho refere-se a um estudo realizado junto à Área de Física da Universidade

de Passo Fundo – UPF, relacionado às aulas experimentais desenvolvidas nas disciplinas de física nos cursos de graduação desta instituição. O trabalho vem sendo desenvolvido há mais de quatro anos, tendo sido parte dele desenvolvido na forma de dissertação de mestrado, já concluído, e outra como pesquisa institucional, em andamento. O objetivo principal é um estudo sobre as atividades experimentais desenvolvidas nos laboratórios didáticos nos diferentes cursos de graduação da UPF. A primeira parte da pesquisa, a dissertação de mestrado, buscou elucidar as concepções teórico-metodológicas dos professores que utilizam laboratório didático de física na sua ação pedagógica, enfocando as suas bases teóricas e a metodologia utilizada, no sentido de relacioná-la com o seu processo de ensino-aprendizagem. A segunda parte da pesquisa trata do estudo referente aos objetivos propostos pelos professores na realização das suas atividades experimentais nos cursos de Engenharia Civil, Elétrica, Mecânica e Alimentos da UPF, em relação à visão dos alunos integrantes desses cursos. O texto refere-se à pesquisa já concluída, a respeito das concepções teórico-metodológicas dos professores da Área de Física da UPF.

1. INTRODUÇÃO

A ação educativa desenvolvida pelos professores no processo ensino-aprendizagem da física tem se caracterizado, muitas vezes, por atividades pedagógicas voltadas para apresentação de conceitos, leis e fórmulas de modo desarticulado e distanciado da realidade do educando. Essa visão tem dificultado a compreensão da física como ciência capaz de ser ensinada com base em referenciais que a tornem significativa para o aluno, de modo a proporcionar-lhe a apropriação de um conhecimento próximo da sua realidade, a evidenciar uma física presente nas mais diversas situações cotidianas, identificadas com o contexto social e cultural do aluno.

Nessa perspectiva, alguns professores têm consolidado seu processo pedagógico no uso do laboratório, aliado a discussões teóricas, visando a que a física seja, de fato, uma ciência próxima do aluno, relacionada com a realidade (presente ou futura). É necessário, entretanto, que a utilização do laboratório na ação pedagógica dos professores de física seja feita de maneira consciente e que contribua para o processo de formação dos educandos, não se tornando, apenas, mais uma ação ineficiente no processo educativo.

Foi da constatação dessa realidade que surgiram questionamentos referentes à metodologia utilizada, às bases teóricas e aos objetivos propostos pelos professores da UPF no ensino de física nas atividades experimentais.Tais questões possibilitaram definir a problemática a ser investigada neste trabalho. A pesquisa investigou a metodologia utilizada e as bases teóricas do grupo de professores que atuam no laboratório de Física da UPF, buscando resgatar o processo histórico deste setor e a sua atuação ao longo de sua existência.

(2)

Na busca por alcançar os objetivos propostos na pesquisa, adotou-se uma abordagem qualitativa, utilizando, para tanto, uma pesquisa do tipo estudo de caso. Os dados coletados retratam a percepção dos entrevistados frente aos questionamentos realizados sobre suas metodologias e suas bases teóricas no ensino em laboratório didático. Tais percepções foram acrescidas das inferências da autora enquanto professora de física da UPF. O universo da pesquisa centra-se ao Laboratório de Física da Universidade de Passo Fundo, envolvendo um grupo de professores pertencentes à Área de Física e que nele realizam aulas experimentais como parte do processo ensino-aprendizagem. A coleta dos dados para o estudo ocorreu sob a forma de entrevistas semi-estruturadas, cuja análise se desenvolveu à luz do referencial teórico selecionado e da experiência profissional da autora.

O referencial teórico foi construído após o resgate histórico das atividades desenvolvidas no LFI. Buscou-se, assim, refletir sobre as vertentes da natureza do conhecimento científico, principalmente nos trabalhos de Thomas Kuhn, Karl Popper e Gaston Bachelard. Pesquisaram-se aspectos relativos ao ensino de física no Brasil e sobre as abordagens freqüentemente utilizadas no ensino experimental de física no país. Outro ponto investigado foram os aspectos relativos ao processo ensino-aprendizagem, tanto no campo da psicologia, com a teoria histórico-cultural, como no campo da didática, enfocando o processo de transposição didática.

3. O LABORATÓRIO DE FÍSICA DA UPF

O Laboratório de Física na Universidade de Passo Fundo RS, teve seu início com a implementação do curso de Ciências Naturais, associado ao curso de Filosofia pelo Consórcio Universitário Católico de Passo Fundo no ano de 1966.

Os equipamentos utilizados nas atividades experimentais em laboratório, foram sendo adquiridos de empresas especializadas no ramo, como a Otto-Bender, Leybold, Maxwell, entre outras. Porém, grande parte dos utilizados nas atividades práticas das aulas de física são desenvolvidos e construídos pelos próprios professores, funcionários e bolsistas da área de Física com materiais alternativos. O trabalho de construção dos equipamentos a serem utilizados nas atividades práticas no Laboratório de Física da UPF teve seu início com o professor Santos.

Com o sucesso da iniciativa, houve uma significativa expansão dessa metodologia ao longo dos anos, que foi estendida à produção de equipamentos destinados a experiências em escolas de nível fundamental e médio. Hoje, a universidade, através do Laboratório de Física, tem possibilitado equipar laboratórios de escolas nas quais não há recursos disponíveis para a aquisição de materiais de empresas especializadas. Além desse serviço, o laboratório tem mantido a sistemática de construção de equipamentos para a realização de práticas na própria universidade, tanto em nível de ensino médio quanto no superior. Em alguns cursos, inclusive, como no caso das licenciaturas, os alunos chegam, às vezes, a construir em sala de aula os equipamentos que utilizarão com os alunos nas suas atividades escolares. Essa metodologia tem sido empregada também nos cursos de pós-graduação, atualização e extensão que envolvem a disciplina de física.

(3)

O corpo docente da Área de Física da instituição totaliza oito professores, que atuam diretamente com o ensino de física nos cursos de graduação e pós-graduação. A área de Física atende aos cursos de graduação em Matemática, Ciências, Geografia, Química, Biologia, Farmácia, Engenharia de Alimentos, Engenharia Mecânica, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica-Eletrônica e Agronomia, tanto em Passo Fundo como nos campi de Carazinho, Palmeiras das Missões, Soledade, Casca e Lagoa Vermelha. Na área de pós-graduação, são atendidos os cursos de especialização em Física, Ensino de Física e Metodologia de Ensino. Além dos cursos de graduação e pós-graduação, são oferecidos cursos de atualização para professores das redes particular e pública do ensino básico.

No ensino, a área de Física atua através de seus professores sempre tendo como preocupação principal à relação entre os conteúdos desenvolvidos teoricamente e os abordados nas atividades experimentais. Assim, todas as disciplinas da área de Física na UPF são divididas em aulas (períodos) teóricas e práticas, de maneira que o aluno possa ter contato com o ensino experimental dos conceitos e não apenas os discuta de forma expositiva. Considera-se, para efeito desta pesquisa, como aula teórica os fenômenos e leis físicas abordadas de forma expositiva e aula prática, os conceitos desenvolvidos experimentalmente. Salienta-se que, organizacionalmente, a UPF estrutura as aulas teóricas para uma sala de aula e as práticas para ambiente próprio, denominado laboratório. Nesse sentido, considera-se que as aulas teóricas se limitem ao espaço da sala de aula e as práticas ao laboratório, mesmo que se saiba que esse limite não é rígido. O Laboratório de Física, portanto, tem sido destinado ao desenvolvimento das atividades práticas tanto dos cursos de pós-graduação como dos de graduação e, até mesmo, da Escola de Ensino Médio mantida pela Fundação Universidade de Passo Fundo.

O Laboratório de Física da UPF tem prestado, ao longo dos anos, serviços à comunidade escolar da região, como a: a) construção de kits de materiais didáticos, nos quais são desenvolvidos equipamentos a partir de materiais alternativos para serem utilizados nas escolas de ensino fundamental e médio; b) confecção do microscópio-projeto que consiste na adaptação de lentes especiais em um microscópio-projetor de slides, permitindo a ampliação de forma satisfatória da imagem de um objeto, antes vista somente através do microscópio; c) cursos de atualização para professores de ciências das redes públicas de ensino, nos quais tem-se proporcionado discussões sobre metodologias de ensino da ciências em nível fundamental e a instrumentalização do ensino experimental das ciências físicas nesse grau de ensino; e) palestras para alunos de escolas da região, as quais são proferidas para alunos do ensino básico das escolas da região, que vêm à universidade acompanhados de seus professores. f) atualização de professores do ensino médio, que tem por objetivo oferecer cursos de atualização e instrumentalização para professores das redes pública e particular da região de abrangência da UPF e até fora dela; g) Núcleo do Ensino de Física, que envolve, simultaneamente, ensino, pesquisa e extensão e tem por objetivo discutir e refletir sobre o ensino desta ciência nos mais diversos níveis de ensino, promover encontros com professores, desenvolver equipamentos para o ensino experimental de físicas e estudar os fenômenos e princípios físicos. A linha norteadora do trabalho desenvolvido pelo núcleo tem sido promover a melhoria do ensino, sempre buscando uma aproximação entre as leis e teorias físicas discutidas nos livros-textos e as situações reais e cotidianas dos indivíduos, de modo a mostrar a relação entre a física e o dia-a-dia.

(4)

A área de Física, através do Laboratório de Física da UPF, tem, ao longo dos anos, desenvolvido projetos de pesquisa em duas áreas distintas: ensino de física e física aplicada. Alguns desses projetos têm sido desenvolvidos com o apoio de instituições como a Fapergs; outros, com o apoio da própria UPF. A sua execução é feita com a colaboração de bolsistas e funcionários do laboratório, sempre sob a coordenação do professor responsável pelo projeto. No ensino de física, os projetos podem ser classificados em desenvolvimento de equipamentos para uso didático, desenvolvimento de software educacional e outros. Entretanto, a maioria dos projetos de pesquisa na área de ensino tem buscado desenvolver equipamentos didáticos que possibilitem o ensino experimental de física, envolvendo os diversos graus de ensino. Na área de física aplicada, a pesquisa tem ocorrido no sentido de realizar estudos sobre equipamentos e materiais utilizados pelos diversos segmentos da sociedade, classificando-se em desenvolvimento de equipamentos, estudos de materiais e outros.

A produção científica da área de física tem se destacado na publicação de livros e na elaboração de artigos para revistas especializadas. O enfoque principal do trabalho tem sido a área de educação, com algumas publicações na área de física aplicada. Os livros produzidos pelos professores do LFI desenvolvem temáticas de aulas experimentais em nível fundamental e médio e são compostos por roteiros envolvendo tanto a construção com materiais alternativos como a realização de experimentos didáticos em física. Este trabalho tem propiciado aos professores participar de eventos científicos, com palestras e minicursos na área de instrumentalização para o ensino de ciências.

4. AS REFLEXÕES SOBRE AS CONCEPÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS: A ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

Nas entrevistas, feitas com os professores, procurou-se investigar, especificamente: a forma como se desenvolvem as aulas; as raízes do ensino experimental de física desenvolvido na UPF; as razões de o professor realizar atividades experimentais no processo ensino-aprendizagem; as bases teóricas nas quais estão alicerçados essas atividades; as abordagens experimentais utilizadas pelos professores em suas aulas e o modo como se relacionam os conteúdos desenvolvidos nas aulas teóricas (expositivas) com os abordados nas atividades experimentais. Para efeito de análise dos itens investigados junto aos professores, esses foram divididos em quatro tópicos, referentes às aulas experimentais: desenvolvimento das aulas, objetivo das aulas, abordagem utilizada e equipamentos utilizados.

5.1 DESENVOLVIMENTO DAS AULAS EXPERIMENTAIS

Iniciou-se o questionamento dos professores pela maneira como desenvolvem suas aulas experimentais. Nesse sentido, foi descrito por eles e observado pela pesquisadora que as atividades experimentais são organizadas e desenvolvidas de forma a representar 50% da carga-horária de cada disciplina, ou seja, as disciplinas da Área de Física são divididas em períodos teóricos e práticos (aulas expositivas e aulas experimentais), sendo que, aproximadamente, a metade dessa carga-horária é destinada a atividades experimentais. Tais atividades são desenvolvidas em espaço físico próprio,

(5)

denominado de Laboratório de Física, que integra três laboratórios didáticos, todos localizados no Instituto de Ciências Exatas e Geociências, juntamente com a área de Física.

Nesses laboratórios, as turmas são divididas em grupos de trabalho, num total de, no máximo, vinte alunos cada (limite que algumas vezes é ultrapassado). Esses alunos, por sua vez, são subdivididos em pequenos grupos de trabalho de até cinco elementos. Cada pequeno grupo recebe o equipamento para a realização da atividade proposta e a realiza conforme um roteiro-guia discutido inicialmente pelo professor de forma escrita ou oral; ao final, deve apresentar um relatório da atividade experimental desenvolvida.

Essa forma sistemática e expressiva como são organizadas e desenvolvidas as atividades experimentais no LFI pode ser identificada com o processo didático do professor. Tomando-se por referência a autonomia que o professor tem de organizar suas aulas, de escolher formas de enfocar o conhecimento, percebe-se que as atividades experimentais têm tomado a conotação de estratégia de ensino. Nas palavras do entrevistado 2, por exemplo: (...) quando comecei a lecionar na faculdade, as aulas

práticas eram quase nulas porque não existia laboratório, então a primeira providência foi a de conseguir os equipamentos Bender (...). Considerando que o entrevistado 2 foi o

primeiro professor a compor o grupo que hoje atua com o ensino de física na UPF, pode-se entender a expressiva carga horária que se tem atualmente de aulas experimentais no ensino de física nesta instituição.

Retomando a questão de o ensino experimental ser uma opção do professor, uma estratégia de ensino, não se poderia deixar de fazer referência ao processo de transposição didática dentro da didática das ciências. Essa forma de organizar as aulas constitui, na verdade, uma maneira encontrada pelos professores em foco de transformar o saber a ser ensinado em saber ensinado, ou seja, o fato de terem aulas com atividades experimentais e teóricas tem contribuído para que os conceitos a serem desenvolvidos sejam transformados, adaptados, possibilitando a aprendizagem. Na perspectiva de Schulman (1986), o processo de transposição didática está relacionado às questões pedagógicas dos conteúdos; assim, pode-se dizer que o laboratório didático, do modo como tem se apresentado para os entrevistados, pode ser interpretado como uma forma de representação, de ilustração, de demonstração visando contribuir para que os conceitos se tornem compreensíveis para os alunos.

Outro ponto analisado no desenvolvimento das aulas experimentais é a relação entre os conceitos científicos e os conceitos cotidianos. Embora não tenha sido questionado diretamente sobre essa relação, ela pode ser identificada na fala dos entrevistados, para os quais as atividades de laboratório são desenvolvidas de modo a buscar esta proximidade entre os conceitos cotidianos e os científicos. Isso pode ser verificado, por exemplo, na análise dos roteiros-guia, percebendo-se que nas atividades experimentais os professores buscam, através da linguagem, da exemplificação e da aplicação dos fenômenos físicos estudados, uma forma de trazer para o ambiente escolar aquilo que o aluno utiliza no seu cotidiano, permitindo uma aproximação entre os conceitos científicos discutidos nas atividades experimentais e os adquiridos de forma espontânea.

As aulas experimentais são enfatizadas pelos professores como centradas na participação ativa do aluno, de modo que esse não seja apenas um espectador, mas um

(6)

elemento ativo do processo. Os pequenos grupos organizados no laboratório proporcionam a interação dos alunos com o objeto de estudo, além de propiciarem discussões em torno dos conceitos entre eles e de trocas com o próprio professor, já que o laboratório tem uma estrutura física propícia para aproximar aluno/professor e aluno/aluno. Essa permite que sejam proporcionados desenvolvimentos mentais capazes de instigar a chamada zona de desenvolvimento proximal, assim denominada por Vygotsky, que é responsável por possibilitar a aprendizagem. Para Vygotsky, a zona de desenvolvimento proximal é responsável pelas funções que ainda não amadureceram, mas que estão em processo de maturação nos indivíduos, principalmente se referindo à aprendizagem escolar, as quais, segundo ele, seriam favorecidas nesse tipo de atividade (1999).

5.2 O OBJETIVO DAS AULAS EXPERIMENTAIS

Quanto aos objetivos das aulas experimentais, ou, mais especificamente, do porquê de docentes realizarem atividades experimentais em física no ensino superior, dois enfoques prevaleceram nos depoimentos: que o ensino experimental está voltado para a comprovação (ou não) de um conhecimento abordado teoricamente pelo professor e que, ao se realizar atividades experimentais, se oportuniza o desenvolvimento no educando de habilidades como a observação, a análise e a interpretação dos fenômenos.

O primeiro, relativo ao ensino voltado para comprovações teóricas, foi evidenciado pelos entrevistados de forma enfática, ou seja, para praticamente todos eles o laboratório tem o papel principal de testabilidade da teoria. Essa visão das aulas experimentais vem reforçar a idéia de laboratório como fator motivacional para a aulas, atribuindo ao professor a função de não apenas "transmitir conhecimento", mas de possibilitar estratégias que incentivem o aluno a aprender.

Essa situação pode ser comprovada quando se analisam os roteiros-guia utilizados pelos professores nas suas atividades, nos quais constam objetivos como

calcular, determinar, identificar, entre outros. Na visão de Moreira e Levandowisky

(1983), objetivos como esses se destinam a ilustrar e facilitar a aquisição do conteúdo, atuando como fator motivacional no processo ensino-aprendizagem. Nesse sentido, parece que os entrevistados, mesmo sem o expressarem diretamente, acreditam no laboratório como possibilidade de motivação para a aprendizagem.

Por sua vez, a questão do desenvolvimento de "habilidades" remete a duas posições teóricas interacionistas, de Piaget e Vygotsky. A primeira relaciona-se ao primado do sujeito, em que a interação social estaria relacionada com "as transformações que o sujeito opera em si próprio, mediante sua ação sobre o meio" (Palangana, 1998, p.156); a segunda envolve a interação social através de ações partilhadas a processos cognitivos realizadas por vários sujeitos (Palangana, 1998). Na segunda perspectiva teórica, considera-se que é através de atividades práticas que os "homens interagem uns com os outros, criando e transformando a natureza e a si próprios" (Palangana, 1998, p.140).

O desenvolvimento de "habilidades" estaria identificado, na fala dos entrevistados, como mudança do sujeito, aspecto relacionado às duas teorias. Porém, na

(7)

perspectiva de Vygotsky essa relação se estenderia à ação do sujeito sobre o mundo, através do desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Para Vygotsky (1999), as funções psicológicas superiores, como atenção voluntária, memória lógica, abstração, entre outras, decorreriam da combinação entre o instrumento e o signo. Tais elementos seriam básicos para mediar a relação do homem com o mundo: o instrumento, com a função de regular as ações sobre os objetos, e o signo, de regular as ações sobre o psiquismo das pessoas. Vygotsky esclarece que o uso de instrumentos e signos se relacionaria com o desenvolvimento dos indivíduos. Os signos, particularmente, se organizam através da linguagem, a qual possibilita analisar, abstrair, generalizar objetos. Considerando-se a fala dos entrevistados, como, por exemplo, (...) eu tenho três

objetivos no laboratório: observação, análise e depois a interpretação, então isso se desenvolve muito mais a meu modo de ver, observando uma experiência ou muito mais do que observando um quadro, um desenho (...), essas palavras vêm ao encontro das

duas teorias mencionadas, porém acredita-se numa maior aproximação com a teoria histórico-cultural, pois, analisando outros momentos das falas dos entrevistados, percebe-se que há uma preocupação voltada para a ação do aluno (sujeito) sobre o mundo. Assim, pode-se dizer que através desses objetivos os professores estão proporcionando o desenvolvimento das função psíquicas do educando, permitindo que ele se desenvolva e se relacione com o mundo. Vygotsky (1999) enfatiza a idéia de cada disciplina escolar deve ter uma relação própria com o curso do desenvolvimento do aluno, mostrando que as atividades experimentais devem transcender a visão de objetivar apenas o domínio do conceito.

Os dois objetivos elucidados nas falas dos professores não se excluem, na verdade, ambos convergem para um denominador comum, a formação do educando. Há de se ressaltar que alguns dos entrevistados mencionam os dois objetivos, como, por exemplo (...) desenvolver neles esse espírito de observação, mas de qualquer forma

comprovando aquela parte teórica que nós tivemos. Caberia, ainda, destacar que a

integração desses dois objetivos possibilita reflexões em torno do caráter provisório da ciência e da importância de se levar em consideração a natureza subjetiva das ações que norteiam a construção de teorias científicas.

5.3 ABORDAGEM UTILIZADA NAS AULAS EXPERIMENTAIS

As aulas experimentais desenvolvidas no LFI apresentam uma abordagem que inclui, na maioria das vezes, a realização de práticas experimentais em pequenos grupos, realizadas pelos próprios alunos, com distribuição de roteiros-guia e finalizadas com discussões sobre os resultados obtidos. Após, os alunos devem elaborar um relatório, no qual é registrado todo o trabalho experimental. Em alguns casos, nos roteiros-guia, que darão origem aos relatórios, estão incluídas a montagem e construção do equipamento utilizado.

A abordagem experimental descrita por eles tem como enfoque principal desenvolver um laboratório segundo os modelos tradicionais de ensino, no qual o aluno realiza a atividade com base em roteiros preestabelecidos pelo professor, atingindo resultados também previstos por ele. Retomando a pesquisa referente aos tipos de laboratório empregados no Brasil na década de 1970, identifica-se esse modelo de laboratório como laboratório tradicional, conforme pesquisa efetivada por Pinho Alves

(8)

(2000) relativamente às metodologias empregadas historicamente no ensino de física no país. Já, segundo Moreira e Levandowisky (1983), essa abordagem estaria próxima da classificação de laboratório programado, cujo objetivo é proporcionar a habilidade de manuseio de equipamentos e a aprendizagem de conteúdos ministrados em aula.

No primeiro caso, é um laboratório tradicional porque objetiva o manuseio de equipamentos, a obtenção e a análise de dados e a verificação de leis e fenômenos. Na realidade, o aluno desenvolve uma atividade com base em numa seqüência preestabelecida de passos, de itens, atingindo um resultado já previamente esperado pelo professor. No segundo caso, um laboratório programado para Moreira e Levandowski (1983), esse se destina a ilustrar e facilitar a aquisição do conteúdo. Para os autores, seguidamente são levantadas objeções a esse tipo de laboratório, as quais, entretanto, decorrem de uma associação errônea feita entre o laboratório estruturado, no qual o programado pode ser incluído, e as famosas "receitas", pois o fato de esse laboratório ser estruturado não implica que seja, necessariamente, uma "receita", ou que seja desinteressante e não leve o aluno a pensar (1983, p. 14).

Entretanto, há um ponto importante a salientar: a metodologia utilizada na UPF no ensino experimental de física não segue integralmente as classificações anteriores, pois há momentos em que é enfatizada a construção de equipamentos e, até mesmo, esses são construídos com os alunos, item que não caracteriza o laboratório tradicional nem o programado.

Com relação à abordagem utilizada nas aulas experimentais, cabe ainda destacar a importância dada pelos professores à discussão dos resultados encontrados pelos alunos e, sobretudo, à confrontação desses com os teóricos. A respeito disso eles revelam: (...) nossa idéia é que o aluno mexa, que o aluno critique, que compare os

resultados, que questione o porquê de eu não ter os mesmos resultados dos outros grupos (...). Nesse momento, como se percebe, o professor tem a oportunidade de

retomar o trabalho desenvolvido, de discutir resultados e refletir sobre a diferença entre os fenômenos discutidos nos livros-textos e os demonstrados no laboratório.

A questão relativa à elaboração de um relatório ao final da atividade experimental nos remete, novamente, à teoria histórico-cultural, pois é no momento em que o aluno o produz, no momento em que deve explicar o que desenvolveu na referida aula, que estará verificando se, de fato, internalizou o conceito. Nesse sentido, Vygotsky (1999) mostra que um conceito só será verdadeiramente apropriado se o aluno for capaz de explicá-lo. Retomando os roteiros-guia, percebe-se que a elaboração dos relatórios baseados nesses roteiros parece ter sido a forma encontrada pelos professores para verificar até que ponto o aluno internalizou o conceito desenvolvido na atividade experimental proposta.

Com isso, constata-se que os roteiros-guia e, posteriormente, os relatórios elaborados pelos alunos têm tido papel fundamental na abordagem utilizada pelos professores na suas atividades experimentais.

(9)

No decorrer das entrevistas, outro ponto foi investigado de maneira direta: os equipamentos utilizados nas aulas experimentais. Tal aspecto foi merecedor de destaque no processo investigativo em virtude do descrito no capítulo referente ao Laboratório de Física da UPF. No relato histórico feito nessa parte do estudo, percebeu-se um expressivo interesse por construir equipamentos didáticos com materiais alternativos.

A investigação sobre os equipamentos utilizados nas atividades experimentais iniciou-se pelo questionamento direto sobre quais eram utilizados, sobre os critérios para a sua escolha, especialmente sobre a opção entre trabalhar com equipamentos confeccionados por empresas especializadas ou os desenvolvidos na UPF no LFI. Nesse aspecto, os entrevistados mostraram uma tendência à utilização de equipamentos de empresas especializadas para cursos de bacharelado, como os de engenharia, agronomia e farmácia, e de equipamentos construídos na própria instituição para os cursos de formação de professores, como as licenciaturas. Essa tendência foi explicitada por alguns entrevistados; já outros se mostraram indiferentes frente à questão. Os professores que fazem opções diferentes quanto ao equipamento em função do curso, que representam a maioria, justificam sua escolha por aqueles construídos na instituição para os cursos de licenciatura por ser uma forma de incentivar o professor (aluno das licenciaturas) a utilizar a experiência em suas práticas docentes. Para os entrevistados, a razão de a maioria dos professores não realizarem atividades experimentais em suas escolas é por não possuírem equipamentos para isso. Desse modo, se a universidade oferecer a alternativa de que o professor, na realização do seu curso de graduação, além de desenvolver aulas experimentais, também discuta a construção de equipamentos com uso de materiais de uso cotidiano, estará favorecendo a utilização da experimentação no processo ensino-aprendizagem.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A importância da realização de uma atividade experimental pode ser inegável se considerarmos que os professores, ao exercerem a docência, são formadores de pessoas que desenvolverão papel fundamental na sociedade em que estão inseridas. Nessa perspectiva, têm-se jovens que, independentemente da profissão que escolheram, atuarão na sociedade, a qual se encontra em processo constante de transformação, principalmente na área tecnológica, da qual a experimentação é base. Desenvolver atividades que permitam ao aluno refletir, questionar, entre outros aspectos deveria, pois, ser o papel do componente experimental no processo ensino-aprendizagem.

Em se tratando do ensino experimental de física, Pinho Alves (2000), em suas pesquisas, mostrou que, para se fazer física é preciso o laboratório; então, para aprender física, ele também é necessário. O autor enfatiza que, para cursos universitários, a vinculação entre o laboratório didático e o processo ensino-aprendizagem parece ser mais pacífica que nas escolas de ensino médio. Outro ponto destacado por Pinho Alves (2000) é que há um consenso entre os professores de física sobre a importância do laboratório no processo ensino-aprendizagem, no entanto isso não significa que eles o utilizem nas suas ações pedagógicas. Dessa forma, haveria uma falta de coerência entre o discurso e a prática pedagógica desses professores.

Especificamente em se tratando do trabalho experimental desenvolvido nos cursos de graduação da UPF no ensino de Física, a experimentação tem assumido papel

(10)

relevante, pelo menos sob o ponto de vista dos docentes objeto de investigação deste trabalho. A confrontação dos dados qualitativos obtidos através das entrevistas, da pesquisa histórica referente às atividades desenvolvidas no LFI e das observações da autora enquanto docente dessa área de conhecimento na própria instituição permite apresentar os principais elementos identificados durante o processo, os quais, inicialmente, foram propostos como objetivos da pesquisa: o LFI pode ser classificado como um laboratório didático, no qual a preocupação central é o processo ensino-aprendizagem; as aulas são organizadas de forma a valorizar o desenvolvimento de atividades experimentais com os alunos, individualmente ou em pequenos grupos, baseadas em roteiros-guia, os quais aqueles devem seguir de modo a encontrar um resultado já previsto pelo professor; a abordagem principal utilizada é centrada na demonstração de conceitos e fenômenos discutidos anteriormente nas aulas expositivas; por fim, o objetivo de desenvolver atividades experimentais estaria centrado em aspectos como proporcionar o desenvolvimento das capacidades científicas (domínio dos conceitos e de fenômenos físicos) e o de habilidades, como de análise, observação e interpretação.

Salienta-se o quanto tem sido validado pelos estudantes o trabalho desenvolvido desse modo no LFI e a forma significativa como tem contribuído para a sua formação, tendo como testemunho a própria autora, quando aluna desta instituição. Destaca-se, ainda, o reconhecimento dado ao trabalho através dos inúmeros convites para a sua divulgação, como se descreveu em capítulos anteriores.

O laboratório tem sido caracterizado como um ambiente no qual se tem permitido o diálogo não só sobre grandezas físicas, mas, também, sobre as relações entre essas grandezas e o mundo vivencial do educando, como as suas relações com a tecnologia e a sociedade em si. Porém, a pesquisa mostrou que alguns aspectos deverão receber uma reflexão maior por parte dos professores pesquisados, para que se dê continuidade ao significativo trabalho desenvolvido por eles no LFI, como por exemplo, uma retomada na clareza dos objetivos propostos nas atividades práticas; uma reflexão quanto as bases teóricas subjacentes as atividades experimentais; e, um estudo sobre outras abordagens possíveis para o ensino experimental em laboratório didático.

Este trabalho pretendeeu ser o início de um processo mais amplo e contínuo de reflexão sobre as atividades desenvolvidas pelo Laboratório de Física da Universidade de Passo Fundo no que diz respeito ao ensino da disciplina nos cursos de graduação da instituição, principalmente com relação ao ensino experimental. As percepções obtidas com esta reflexão mostra a necessidade de que, permanentemente, sejam discutidas e avaliadas as atividades nele propostas, pois o ensino experimental, assim como todo ensino, necessita ser constantemente contextualizado e adaptado à realidade. Nesse sentido, outros trabalhos estão sendo desenvolvidos como continuidade deste, destacando-se o que envolve os objetivos propostos pelos professores no desenvolvimento das atividades experimentais nos cursos de Engenharia da UPF .

7. REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICOS

AMALDI, Ugo. Imagens da física: as idéias e as experiências, do pêndulo aos quarks. Tradução de Fernando Trotta. São Paula: editora scipione, 1995.

(11)

ANDRÉ, M. E. D. A. Etnografia na prática escolar. Campinas: Papirus, 1995. ASTOLFI, J.; DEVELAY, M. A didática das ciências. Campinas: Papirus, 1990. BACHELARD, G. Epistemologia: trechos escolhidos. Rio de Janeiro: Zahar, 1983. _____. La formation de l’espirit scientifique. Paris: Vrin, 1947.

BARBOSA, L. L. Filosofia e cultura: influências na educação brasileira. Revista Educação, Porto Alegre, ano XVI, n. 27, pp. 15-27, 1994.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1988.

BEM-DOV, Yoav. Convite à física. Tradução de Maria Luiza X. de A . Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.

BRODIN, G. The role of the laboratory in the education of industrial physicists and electrical engineers. 1978 (mimeo.).

BROSS, Ana M. M. Recuperação da memória do ensino experimental de física na escola secundária brasileira: produção, utilização, evolução e preservação dos equipamentos. 193 p. Dissertação (Mestrado) - Instituto de Física/Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. São Paulo, 1990.

CATELLI, Francisco. O alvorecer da medida: uma gênese virtual. Caxias do Sul: Educs, 1999.

CHEVALLARD, Yves; JOHSUA, Marie-Albrete. La transposition didatique: du savoir savant au savoir enseigné. Paris: La Pensée Sauvage, 1991.

DETSCH, Rudolfo José. Ensino de física e laboratório: concepções epistemológicas. 156 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Centro de Ciências Humanas, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 1997.

DELIZOICOV, D.; ANGOTTI, José André. Metodologia do ensino de ciências. São Paulo: Cortez, 1994.

FARIAS, A. J. O. A construção do laboratório na formação do professor de física. Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis, v. 9, n. 3, p. 45-51, 1992. FERREIRA, Norberto Cardoso. As diferentes formas de atuação no laboratório.1985. Tese (Doutorado) - Instituto de Física, Universidade de São Paulo, São Paulo.

FREIRE, Paulo. Fazer escola conhecendo a vida. 5. ed. Campinas: Papirus, 1990. _____. Pedagogia da Autonomia. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

GOUVEIA, M. S. F. Cursos de ciências para professores de 10 grau: elementos para uma política de formação continuada. Tese (Doutorado) Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, 1992.

(12)

GRANDO, Neiva Inês. Transposição didática e educação matemática. In: RAYS, O. A. (Org.). Educação e ensino: constatações, inquietações e proposições. Santa Maria: Pallotti, 2000.

HORKHEIMER, M.; ADORNO, T. Textos escolhidos. 5. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991.

KUHN, Thomas S. A estrutura das revoluções científicas. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 1990.

JAPIASSU, Hilton. Questões epistemológicas. Rio de Janeiro: Imago, 1981. _____. A pedagogia da incerteza. Rio de Janeiro: Imago, 1983.

JOHSUA, S.; DUPIN, J. Introduction à la didactique des sciences et des mathématiques. Paris: Puf, 1993.

MOREIRA, M. A.; LEVANDOWSKI, C. E. Diferentes abordagens ao ensino de laboratório. Porto Alegre: Ed. da Universidade, Ufrgs, 1983.

MOREIRA, Marco Antonio. Uma abordagem cognitivista ao ensino da física; a teoria de David Ausubel como sistema de referência para a organização do ensino de ciências. Porto Alegre: Ed. da Universidade, Ufrgs, 1983.

MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São Paulo: Cortez; Brasíla: Unesco, 2000.

MOSQUEIRA, Juan J. M. Educação, estruturação e epistemologia: Questões para o ensino e a cultura brasileira. Revista Educação, Porto Alegre, ano XVI, n. 24, pp. 7-14, 1993.

MOYSÉS, Lucia. Aplicações de Vigotsky à educação matemática. Campinas: Papirus, 1997.

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vigotsky: aprendizado e desenvolvimento um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1993.

PAIS, Luiz C. Transposição didática. In: FRANCHI, Anna et al. Educação matemática: uma introdução. São Paulo: Educ, 1999.

PALANGANA, I. C. Desenvolvimento e aprendizagem em Piaget e Vigotsky. 2. ed. São Paulo: Plexus, 1998.

PERRELLI, M. A. de S. A transposição didática no campo da indústria cultural: um estudo dos condicionantes dos conteúdos dos livros didáticos de ciências. 1996. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

PIAGET, Jean. Psicologia e epistemologia (por uma teoria do conhecimento). 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1978.

(13)

PINHO ALVES, J. Fo. Regras da transposição didática aplicadas ao laboratório didático. Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis, v. 17, n. 2, pp. 174-188, ag. 2000.

POPPER, K. R. Conhecimento objetivo. São Paulo: Edusp, 1985. _____. Lógica da pesquisa científica. São Paulo: Edusp, 1975.

POPKEWITZ, Thomas S. Reforma educacional. . Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. RIO GRANDE DO SUL (Estado). Secretaria da Educação. O Programa Estadual de Feiras de Ciências do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1995.

REGO, T. C. Vygotsky: Uma perspectiva histórico-cultural da educação. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1996.

RENNER, J.W.; LAWSON, A.E. Promoting development through science teaching. Am. J. Ph., p. 273, 1973.

ROSA, M. I. F.; ROSA, D.S. Educação científica em questão – As concepções de ciência que rodeiam e chegam a escola. Revista Educação e Ensino, Bragança Paulista, v. 2, n. 1, pp. 73-90, jan/jun., 1997.

SILVA, B. A. da. Contrato didático. In: FRANCHI, Anna et al. Educação matemática: uma introdução. São Paulo: Educ, 1999.

SILVA, I. B. da. Inter-relação: a pedagogia da ciência: uma leitura do discurso epistemológico de Gaston Bachelard. Ijuí: Editora Unijuí, 1999.

SHULMAN, L.S. Those who undestand: knowledge growth in teaching. Educational Researcher, v. 15, n. 2, pp. 4-14, 1986.

SNYDERS, G. O marxismo poderá inspirar uma pedagogia? In: Para onde vão as pedagogias não-directivas? Lisboa: Moraes, 1978.

SOUZA, M.H. S. Guia prático de laboratório: do material à elaboração de relatórios. São Paulo: Scipione, 1997.

TAILLE, Ives de La; OLIVEIRA, Marta Kohl de; DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky e Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992. THOMAZ, Marília Fernandes. A experimentação e a formação de professores de ciências: uma reflexão. Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis, v. 17, n. 3, pp. 360-369, dez. 2000.

TRINDADE, José Análio de Oliveira. Os obstáculos epistemológicos e a educação matemática. 165 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Centro de Ciências da Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000.

TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

(14)

VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. Tradução José Cipolla Netto et al. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

_____. Pensamento e linguagem. Tradução Jefferson Luiz Camargo. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

_____. LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1988.

Referências

Documentos relacionados

Este estudo se dedicou a analisar como ocorreu a implementação da política pública para o Ensino Médio, vigente no Estado de Minas Gerais, em três

A rede atende a praticamente toda a demanda existente no que se refere às crianças de 4 e 5 anos, sendo o grande desafio oferecer atendimento às crianças de 0 a 3

Não obstante a reconhecida necessidade desses serviços, tem-se observado graves falhas na gestão dos contratos de fornecimento de mão de obra terceirizada, bem

intitulado “O Plano de Desenvolvimento da Educação: razões, princípios e programas” (BRASIL, 2007d), o PDE tem a intenção de “ser mais do que a tradução..

Esta dissertação pretende explicar o processo de implementação da Diretoria de Pessoal (DIPE) na Superintendência Regional de Ensino de Ubá (SRE/Ubá) que conforme a

Aqui são propostas ações que visam a estimulação da Rede de Apoio para a promoção da inclusão educacional. Dentre todas, esta é considerada a mais ambiciosa,

A presente dissertação é desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em Gestão e Avaliação da Educação (PPGP) do Centro de Políticas Públicas e Avaliação

É importante destacar também que, a formação que se propõem deve ir além da capacitação dos professores para o uso dos LIs (ainda que essa etapa.. seja necessária),