DIREÇÃO GERAL DE ALIMENTAÇÃO E VETERINÁRIA
PLANO DE AÇÃO NACIONAL PARA A REDUÇÃO DO USO DE ANTIBIÓTICOS
NOS ANIMAIS
RELATÓRIO 2014
O PLANO DE AÇÃO NACIONAL PARA A REDUÇÃO DO USO DE ANTIBIÓTICOS
NOS ANIMAIS (PANRUAA) foi homologado pelo Diretor-Geral de Alimentação e
Veterinária, em 13 de dezembro de 2013 e publicado na página web da DGAV em 2
de janeiro de 2014, data em que entrou em vigor, e decorrerá pelo período de 5 anos e
nos termos ali previstos, que podem, sendo necessário, ser alterados, sem desvirtuar
o seu conteúdo e o interesse máximo dos seus objetivos: a redução do uso de
antibióticos nos animais, no âmbito da luta contra as antibiorresistências que urge
travar conjuntamente com o setor humano, na perspetiva de “Uma só Saúde”. Os seus
relatórios parciais serão publicados anualmente no mesmo dia do ano, sendo o
relatório final, um somatório destes, em janeiro de 2019.
Os Grupos de Trabalho identificados na última página do Plano, foram convidados a
participar numa primeira reunião, na última semana de janeiro de 2014, esclarecendo
como notas preliminares que este Plano, com fortes alicerces no papel do
médico-veterinário enquanto prescritor, na Academia enquanto formadores de profissionais de
saúde animal e das fileiras de produção animal, pela sua vertente sanitária e
económica na obtenção de alimentos seguros, pretende ser um compromisso nacional
e como tal, da responsabilidade de todos quantos nele participam, ou queiram
participar, de alguma forma, direta ou indireta.
A coordenação e decisão são atribuídas à DGAV enquanto Autoridade Sanitária
Veterinária Nacional e Autoridade Nacional do Medicamento Veterinário.
A todos compete divulgar, promover e implementar o PANRUAA em demonstração da
máxima responsabilidade do setor animal, na problemática das resistências aos
antibióticos e na parte que lhe diz respeito. As ausências e abstenções, individuais e
institucionais, serão consideradas anuências.
No ano de 2014 constituíram-se os seguintes GRUPOS DE TRABALHO
GRUPO ENTIDADE ENVOLVIDAS
CONHECIMENTO
(OBJ 1 e 2, 3,5 e 6)
RELATOR: Patrícia Poeta (UTAD)
DGAV (Helena Ponte); FMVL (sem nomeação), FMV U LUSÓF. (sem nomeação); UTAD (António Silva); ICBAS (João Niza Ribeiro e Paulo Martins Costa); FMV COIMBRA (Fernando Ramos); FMV ÉVORA (sem nomeação); OMV (sem
nomeação); SPCV (sem nomeação); APIFARMA (Manuel Dargent Figueiredo e Rui Gabriel); FCT (sem nomeação); REPRESENTANTE DA CI (Manuel Joaquim); INSA (Manuela Caniça); FFUP (Luísa Peixe).
NORMAS E ORIENTAÇÕES
(OBJ 4, 7, 8, 10, 11, 14, 15 a 22)
RELATOR: André Carvalho (ASPOC)
DGAV (Helena Ponte,); FMV (sem nomeação); OMV (sem nomeação); REPRESENTANTE DA CI (Manuel Joaquim); APMVEAC (Rui Onça); SUINICULTURA (Gonçalo Pimpão); AVICULTURA (Ricardo Batista);
BOVINICULTURA (sem nomeação); OVINICULTURA E CAPRINICULTURA (sem nomeação); AQUICULTURA (Nuno Pereira); CUNICULTURA (Luís Ribeiro); APICULTURA (sem nomeação); COLUMBOFILIA (sem nomeação); EQUINOS (sem nomeação); União de OPPs (UCADESA/António Ferreira); DSAV
REGIONAIS (Norte/sem nomeação; Centro/ Paula Madeira e Paulo Carneiro; LVT sem nomeação; Alentejo/sem nomeação; Algarve/Telma Marreiros).DSPA DA DGAV (Yolanda Vaz), OMV (sem nomeação); APIFARMA (Rui Gabriel, Manuel Dargent Figueiredo; João Lourenço) , SPAMCA (Ricardo Batista); APB (sem nomeação); SCS (sem nomeação)
LABORATÓRIOS E MÉTODOS
(OBJ 9)
RELATOR: Anabela Almeida (VETDIAGNOS)
DGAV (Helena Ponte) DSSA/ IT DA DGAV(Patrícia Inácio e Pedro Teixeira); APIFARMA (José Oliveira); REPRESENTANTE DA CI (Manuel Joaquim); INIAV (Lurdes Clemente); INSA( Manuela Caniça); DNA TECH (Ângela Xufre); SEGALAB (Adelaide Pereira) ; CONTROLVET (Ana Silva); LABIAGRO(sem nomeação); ASSISVET (sem nomeação) ; UTAD (Patrícia Poeta); ICBAS (João Niza Ribeiro); BIOMERIEUX ( Rosário Bernardo); SVA (Luís Pinho); LEICAR (Teresa Moreira); Cooperativa de Vila do Conde (Isabel Santos e Joana Correia)
PRESCRIÇÃO E VENDAS
(OBJ12, 23,24 a 29, 30, 31)
RELATOR: Lucília Mendes (DGAV)
DGAV (Helena Ponte), DSNA da DGAV (José Manuel Costa e Joana Rodrigues), INFARMED (Luís Aleluia); FFUL (E. Figueira) FFUC (Fernando Ramos); FFUP (Luísa Peixe); OMV (sem nomeação); OF (Raquel Neto); ANF (Paulo Duarte); APF (Manuela Pacheco e Helena Castro Machado); GROQUIFAR (João Batista); NORQUIFAR (sem nomeação); APIFARMA (Rui Gabriel e Manuel Dargent); ASAE (Rita Carvalheiro e A. Pinto); DSAV REGIONAIS (Alfredo Sobral, Eugénia Lemos, Paula madeira e Paulo Carneiro; Susana pombo; Maria do Carmo caetano; Cristina Ferradeira e Telma Marreiros); DSPA DA DGAV (Yolanda Vaz); FMV (sem nomeação); APIFARMA ( Rui Gabriel); GROQUIFAR (João Batista); ASAE (Rita Carvalheiro e A. Pinto); GNR (Coronel Oliveira); OPPS; OMV; REPRESENTANTE DA CI (Manuel Joaquim)
COMUNICAÇÃO
(OBJ 13)
RELATOR: Jaime Piçarra (IACA)
DGAV (Helena Ponte e Lucília Mendes); FMVL (sem nomeação); APIFARMA (Manuel Dargent Figueiredo); OMV (sem nomeação); SPCV (sem nomeação); OF (Luísa Peixe);REPRESENTANTE DA CI (Manuel Joaquim); UNIÃO DE OPPS (UCADESA/António Ferreira); DSAV REGIONAIS (Alfredo Sobral, Eugénia Lemos, Susana pombo, Maria do Carmo Caetano; Cristina Ferradeira e Telma Marreiros); DECO (Bruno Santos e Dulce Ricardo); FIPA (Pedro Queiroz); APIC (Pedro Queiroz); DGS (Elaine Pina); ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MÉDICOS DE SAÚDE PÚBLICA (Mário Durval); GRUPO DE INFEÇÃO E SEPSIS (Artur Paiva); INIAV (Lurdes Clemente); INSA (Manuela Caniça; FMV UTAD (Patrícia Poeta); FMVUL (José Pereira); MÉDICOS, MÉDICOS-VETERINÁRIOS (Rui Silva e Eduardo Andrade)
UMA SÓ SAÚDE
(OBJ 32 e 33)
RELATOR: José Vieira (SOJA SGPS)
DGAV Helena Ponte);DGAV/ DSPA (Yolanda Vaz);DGAV/ DSSA (Patrícia Inácio); FMV (sem nomeação); INIAV(Lurdes Clemente); INSA (Manuela Caniça);
REPRESENTANTE DA CI (Manuel Joaquim); DGS (Elaine Pina); ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MÉDICOS DE SAÚDE PÚBLICA (Mário Durval); GRUPO DE INFEÇÃO E SEPSIS (Artur Paiva); FFUL (Maria Figueira); SOCIEDADES CIENTÍFICAS (Gonçalo Pimpão, Fernando Moreira, Ricardo Batista; APB (sem nomeação); APIFARMA (Rui Gabriel); ANVETEM (sem nomeação); MÉDICOS, MÉDICOS-VETERINÁRIOS (Rui Silva e Eduardo andrade)
As primeiras reuniões setoriais com os Grupos de Trabalho previstos no PANRUAA
tiveram lugar na sede da DGAV, entre os dias 27 e 31 de janeiro de 2014 e serviram
as mesmas para, relativamente aos:
Objetivos operacionais 1 e 2, se discutir o contexto nacional e internacional do
Plano, enquanto iniciativa da DGAV, referindo-se a dimensão global do problema e a
importância
da
cooperação
interdisciplinar,
reforçando
designadamente
a
comunicação da informação entre organismos e a divulgação dos resultados. O
objetivo primordial do Plano assenta na redução do consumo de AB nos animais,
usados de forma cada vez mais responsável, que só poderá ser aferida mediante
dados disponíveis e fiáveis que traduzem resultados e fundamentos, para a realidade
sanitária nacional.
Feita a caracterização económica nacional do medicamento veterinário como fator de
produção, ressalvaram-se outras medidas basilares como a necessidade de maior
referenciação geográfica de explorações, a sensibilização e informação crescente de
todos para estas matérias, a importância de se fazer um relatório de uso e resistência
aos antibióticos em veterinária e em Portugal bem como a criação de uma plataforma
de conhecimento e experiencia tecnológica, sugerindo-se a criação de um site e se
montasse um programa de monitorização do uso de resistência aos antibacterianos
com um relatório de síntese dos dados nacionais de uso e de resistência, incluindo
comentários,
a
importância
de
lecionar
matérias
relacionadas
com
as
antibioresistências a nível transversal nos programas académicos das faculdades,
designadamente nas de medicina veterinária, medicina e ciências farmacêuticas e a
importância da prescrição médico-veterinária eletrónica.
Objetivos operacionais 3, 5 e 6, a introdução ao projeto ESVAC, que cria uma
plataforma de dados, transcrita sob a forma de um relatório anual, de momento relativa
apenas a vendas de antibióticos veterinários por Estado Membro mas que a partir de
2015, se alargará à recolha de dados de consumos por espécies animais. Estas e
outras démarches comunitárias e internacionais decorrem do problema concreto das
antibioresistências que recrudesceu significativamente em 2007 na Europa, enquanto
questão científica mas também muito política e relativamente à qual os países
nórdicos têm, desde sempre, tido um papel muito ativo, sem que haja, para já qualquer
intenção de “colagem” nacional aos seus métodos mas sim aos seus fins,
salvaguardando
as
especificidades
dos
Estados
Membros.
Considerandos
semelhantes foram feitos relativamente à APAPA (Aliança Portuguesa para a
Preservação do Antibiótico) e aos objetivos aí traçados para o setor veterinário,
assinados pela DGAV em 2011, pese embora o papel central do médico veterinário,
relativamente ao qual deve ser a OMV (Ordem dos Médicos Veterinários) a
representar.
No que respeita ao ensino superior de matérias relacionadas com antibioresistências,
avaliou-se a utilidade de redação de uma carta aberta aos reitores das Faculdades
visadas, sugerindo-lhes um ensino mais transversal e abrangente às diferentes
disciplinas que melhor interligassem as causas e efeitos do uso de antibióticos numa
apreciação holística e intensificando as ações formativas, ao nível de pós-graduações.
Nesta ótica multidisciplinar, avaliou-se também o interesse das principais associações
de farmácias nacionais (ANF e AFP) em receber formação veterinária no âmbito da
aplicação da legislação a nível da prescrição/requisição médico-veterinária, que foi de
grande recetividade e de reconhecimento da importância, (quer por farmacêuticos quer
por médicos-veterinários), bem como o interesse de se prestar a devida informação
destes assuntos ao nível do ensino secundário, primário e outros, não veterinário, com
as necessárias adaptações e ainda das ações de formação ao nível Regional,
capacitando designadamente, as DRVR (Direções de Serviço Veterinárias Regionais)
a prestarem a necessária formação sobre antibiorresistências, no que respeita ao seu
desempenho em sede de PNCUM (Plano Nacional de Controlo de Utilização de
Medicamentos) que executam anualmente em todo o país.
No que respeita à formação de profissionais não veterinários, particular destaque foi
dado à componente clínica e terapêutica sem competência médico-veterinária cuja
ação ultrapassa a usurpação de funções na medida do risco das suas consequências
para a saúde pública veterinária e das antibiorressitências em particular.
Para efeitos da maior cobertura de formação de produtores pecuários sugeriu-se ainda
o envolvimento das confederações e dos médicos-veterinários responsáveis clínicos
e/ou sanitários para que sistematizassem a formação interna nas empresas,
definindo-se previa e consistentemente os respetivos programas que claramente demonstrem os
benefícios decorrentes do estabelecimento de ações que promovam boas práticas,
devendo promover-se de forma adequada e enaltecedora as empresas envolvidas,
contribuindo, na medida do possível, para a sua publicitação dentro e fora do país,
inclusive como apoio oficial às suas trocas intercomunitárias e exportações,
certificando os seus bons resultados em matéria de consumos de antibióticos, sempre
que é caso disso.
Neste contexto, foi igualmente defendida a necessidade urgente de impossibilidade
e/ou impedimento, efetivos, de pressões inadmissíveis aos médicos veterinários, por
parte dos agentes empregadores, sempre que se trata de definir e/ou orientar a sua
atuação profissional contrariando a sua melhor conduta e juízo profissional.
Objetivos operacionais 4, 7, 8, 11 e 14: enquadrando-se o plano, no contexto de
Portugal como sendo um dos países com maiores índices de resistências aos
antibióticos em seres humanos, enquanto questão de saúde pública e ressalvando-se
o papel da DGAV como autoridade reguladora da saúde animal e do medicamento
veterinário embora não seja exequível, até ao momento, quaisquer comparações com
o sector de medicina humana, apesar de todo o trabalho da ESVAC se desenvolver
nesse sentido, apoiado a nível nacional pela APAPA que a DGAV também assinou.
A DSMDS informou que o plano assenta em 3 pilares fundamentais, o médico
veterinário (enquanto prescritor), a Academia (e a necessidade do conhecimento mais
transversal e partilhado) e a produção animal (em particular os produtores).
Neste âmbito, particular enfase foi dado à aquacultura onde se reconhece a
necessidade de maior participação médico-veterinária, ao que as universidades de
medicina veterinária em Portugal, referem estar já a prestar a devida formação
específica, a qual deverá ser estendida a outros nichos de atuação veterinária,
designadamente na apicultura, columbofilia e helicicultura.
Particular atenção foi assim dada não só ao ato da prescrição como ao da cedência de
medicamentos veterinários e à publicidade ilegal de medicamentos sujeitos a receita
médica junto dos detentores de animais de produção. Estes e outros assuntos
regulamentares foram identificados como entropias negativas a ter em conta, também
em matéria de combate às antibiorresitências e devem ter como tal uma abordagem
própria pelo Grupo de Prescrição e Vendas do PANRUAA, com especial tónica no
controlo das prescrições para efeitos de monitorização de consumos, o que passa
preferencialmente pela prescrição veterinária eletrónica, que se deseja ver
implementada em Portugal, tendo em mente que a prescrição é um ato médico
presencial.
Objetivo operacional 9: explanando-se que relativamente ao antibiótico em medicina
veterinária em Portugal, se pretende um uso prudente e não obrigatoriamente uma
redução imposta, sem fixação de metas para esse fim mas antes a responsabilização
de todos os stakeholders no sentido do seu uso mais prudente e simultaneamente
orientado para a articulação com as antibiorresistências em seres humanos sem
descorar a saúde animal, mencionando-se as classes de antibióticos consideradas no
momento mais críticas embora esta classificação seja infelizmente muito dinâmica.
Salientou-se a importância da envolvência do grupo Laboratórios e Métodos para uma
centralização dos resultados obtidos, trabalhá-los e partilhá-los a nível público para
uma melhor orientação, sem colidir com os planos oficiais da DGAV.
No âmbito do objetivo 9, a M18 foi a medida identificada como prioritária de forma a
possibilitar a comparação de dados e adoção de uma metodologia que permita essa
comparação. É fundamental que os dados existentes dispersos, possam ser
centralizados e trabalhados.
A Controlvet revelou total disponibilidade para participar, destacando a sua prestação
no domínio da avicultura, nomeadamente para Salmonella e E.coli e referindo que o
número de amostras é muito elevado na área de diagnóstico primário cujo apanhado
estatístico poderá ser disponibilizado anualmente numa plataforma informática que
venha a ser criada. Para esta espécie animal, a Controlvet constata a utilização de um
número de antibióticos cada vez mais reduzido por força de imposições legais, em
função da curta longevidade destes animais e porque a área avícula é uma área
relativamente limpa, informação que se entende ser do grande interesse da opinião
pública, complementada com a proveniente dos controlos oficiais que apontam
também para resultados muito positivos, com diminuição de resistências mas que
apenas à EFSA são comunicados. Os resultados dos auto-controlos e dos controlos
oficiais devem ser divulgados.
Na opinião deste Grupo, embora o setor da medicina veterinária seja sempre apontado
como sendo muito mais displicente, tal se deve apenas ao desconhecimento do
quanto se faz e como se faz, no combate às antibiorresistências e para alterar esta
realidade a monitorização irá precisar muito dos resultados oficiais e privados, de
forma a refletir mais fidedignamente a imagem do uso dos antibióticos nos animais.
Pela sua vasta experiência na matéria, o INSA defende que os laboratórios de
medicina humana e de medicina veterinária deveriam pautar-se por uma metodologia
padronizada uma vez que as estirpes são as mesmas. A padronização tem a ver com
realização dos testes de suscetibilidade aos antibióticos e com regras que impliquem
que todos os façam da mesma forma para que sejam comparáveis. Neste sentido,
muito trabalho tem ainda de ser proposto e executado em conformidade.
A DnaTech que trabalha sobretudo com animais de companhia, a Vetdiagnos com
suinicultura e a Segalab com bovinos salientaram a importância da heterogeneidade
do grupo por se complementar no sentido em que os seus elementos trabalham de
facto com diferentes espécies animais, disponibilizando também as suas bases de
dados para os objetivos em causa.
Abordada a tendência das antibiorressitências nos animais de companhia, foi sugerido
à Apifarma que se revissem os antibióticos mais antigos de forma a analisar quais
poderiam ser objeto de desincentivo ao uso crescente de antibióticos de última
geração, no contexto do seu uso mais prudente. O PANRUAA não é um plano de
controlo, embora preveja o aperfeiçoamento das medidas de controlo já
implementadas se for caso disso; o objetivo do Plano é reduzir o uso de antibióticos e
só a monitorização desse uso pode indicar e permitir a análise de resultados.
A possibilidade de apoio da FCT e do Proder para o projeto da criação da base de
dados, ficou de ser auscultada.
Objetivo operacional 10: A ApifarmaVet e a DSMDS debateram a utilização de
medicamentos veterinários em condições fora do uso recomendado e algumas das
razões práticas que poderiam levar os clínicos a uma determinada opção em
detrimento de outras. Foram discutidas formas de solicitar aos médicos-veterinários de
animais de companhia uma abordagem esclarecedora sobre antibioresistências junto
do público, na perspetiva de uma só saúde e considerando que esses clínicos têm
uma relação de proximidade privilegiada com o público em geral, destacando-se a
importância da colaboração da APMVEAC e da OMV nas reuniões deste Grupo no
que respeita designadamente à publicitação nas instalações dos CAMV de
recomendações explícitas ao uso prudente de AB nos animais, no âmbito da M20
através, eventualmente, da afixação de posters alusivos, sem beliscar as normas
legais de publicidade vigentes, nem os legítimos interesses concorrenciais da Indústria
farmacêutica no geral ou de empresas farmacêuticas em particular.
Objetivos operacionais 12, 23, 30 e 31: No que respeita à melhoria da informação
junto dos farmacêuticos em matéria de resistência aos antibióticos em MV a OF
concordou com os objetivos propostos e revelou disposição para colaborar, alertando
também para a importância da Divulgação do Plano Nacional de Controlo de Resíduos
e
respetivos
resultados,
tema
que
se poderá
relacionar
com
o
uso
apropriado/desapropriado de medicamentos veterinários, e que tem assento próprio
neste PANRUAA assim como de alguns dados sobre, antibióticos mais utilizados,
efetivos nacionais, dados de vendas, para uma melhor apreciação dos pontos críticos,
algo que é objetivo geral deste Plano.
Foi sugerida formação a nível da OF relativamente à utilização da receita/requisição
nas vendas a retalho (farmácias), mencionando-se a circular do Infarmed nesta
matéria e para um estudo realizado pela OMV que denuncia algumas práticas ilícitas a
esse nível, salientando-se para este PANRUAA a importância dos seus pilares de
ação, a academia, o médico veterinário e as fileira da produção mas também do
cidadão, relembrando que o plano não pretende reforçar a legislação mas reunir forças
para reduzir o uso de antibióticos e /ou usá-lo d aforma mais prudente também nos
animais.
A ANF ressalvou a falta de formação e apoio médico veterinário a nível das vendas a
retalho (farmácias), principalmente em zonas rurais onde predominam os pequenos
produtores de pecuária, matéria que é contraposta por médicos veterinários,
denotando por parte de ambas as classes a importância e necessidade de formação
transversal entre farmacêuticos e médicos-veterinários, incluindo a participação dos
representantes dos Serviços Veterinários Regionais, nas respetivas áreas de atuação,
designadamente os que executam o PNCUM.
A ANF fazendo referência aos planos de formação existentes para as equipas das
farmácias vê a possibilidade de integração de formação veterinária nesses planos. Foi
assim reforçado o cariz multidisciplinar do Plano e alertou-se para a importância da
sua componente técnica.
A ASAE, identificando-se sobretudo com o objetivo 23 fez referência ao Plano de
Inspeção e Fiscalização, salientando a estreita colaboração com a DGAV, apelando
para que assim permaneça esta colaboração e para que haja um contacto mais
estreito, mais rápido e direto entre as instituições. A DSMDS alertou para a venda
ilícita de medicamentos veterinários e informou sobre a inclusão da ASAE, GNR e
PSP nos Planos de controlo, sugerindo também a agilização de contactos também
entre a ASAE e o Infarmed.
A Apifarma demonstrou o seu apoio ao Plano desde o início, mesmo por parte da
IFAH Europe porquanto a redução não implica apenas uso prudente e racional, é
antes uma consequência deste. Questiona-se ainda sobre a existência de um uso
excessivo de antibióticos no sector da saúde animal, em comparação com os
restantes países da bacia mediterrânica, afirmando que Portugal tem valores
francamente mais baixos relativos a consumo comparado de antibióticos.
Objetivos operacionais 13: Abordou-se a problemática de fazer cumprir as premissas
da legislação e da necessidade de haver uma ação conjunta entre todas as entidades.
Foi explanado o papel da DGAV, desde 1998, sobre esta problemática até aos dias de
hoje ao nível da EMA com a criação da ESVAC cujos objetivos, num contexto de luta
contra as resistências antimicrobianas, englobam a adoção de uma unidade técnica de
medida de consumos de antibióticos nos animais e no contexto de uma só saúde, o
que certamente, assim se deseja, possa demonstrar que o setor animal é responsável
e vai fazer um esforço adicional para usar os antibióticos da forma mais prudente
possível, sem se colar, desde já, a nenhum modelo de redução já existente na Europa.
Para este objetivo importa acertar as formas de articulação do PANRUAA e os
componentes mais importantes que o podem influenciar nas suas diferentes ações,
medidas e até atividades, a montante e a jusante, reconhecendo-se, transversalmente,
ser impossível deixar de usar antibióticos fundamentais no contexto de saúde animal.
Expostas algumas fragilidades, da prescrição à utilização de medicamentos
veterinários, foram explicados os mecanismos previstos para as melhorias do seu
controlo, designadamente a implementação, prescrição veterinária eletrónica e a
criação de uma base de dados de registos de consumos de AB.
A IACA afirmou estar totalmente disponível para participar no plano e abordou a
questão de uma possível definição de metas, questão que pode vir a ser bastante
pertinente, não sem antes se fazer um diagnóstico muito concreto do que se
conseguiria de facto realizar de forma responsável, tendo também em mente a
vertente económica da pecuária e implicações do plano nessa vertente.Por este
motivo, entende-se ser importante a criação de uma plataforma de discussão técnica e
científica para acompanhamento das medidas adotadas e a adotar sob a égide deste
PANRUAA, criação de relatórios e de atas, a serem partilhadas por todos os seus
grupos de trabalho, implementando e desenvolvendo uma nova era de comunicação e
mentalidade de comunicação interdisciplinar e intersectorial.
Objetivos operacionais 15 a 22: aludindo à inexistência de qualquer Plano
comunitário de redução de antimicrobianos nos animais ou de Diretrizes nesse sentido
e como tal, este Plano nacional não tem uma meta quantitativa.
Reconheceu-se como tarefa deste Grupo por exemplo, a eleição de esquemas para
identificar as linhas de escolha de utilização de AB para as diferentes patologias das
diferentes espécies animais, propondo soluções com vista à substituição progressiva
dos AB por outros meios ou vias de prevenção/profilaxia.
Objetivos operacionais 24 a 29: Onde os serviços oficiais das Regiões podem ter um
importante contributo sobre a realidade das explorações na respetiva Região,
colaborando na promoção da mais correta utilização de antibióticos nos Animais sem
descurar o papel oficial no controlo do uso de medicamentos veterinários ilegais.
Sobre este aspeto, a Apifarma vet elencou 4 problemas principais como sendo as
Compras através da Internet; a contrafação (que é de cerca de 7% a nível mundial no
sector humano e por enquanto desvalorizável no setor veterinário); o fabrico de
matérias-primas ilegais em locais legalizados e a importação ilegal de Espanha.
Objetivos operacionais 32 e 33: destacando-se que o início da monitorização do
consumo de antibióticos por espécie animal, pelo ESVAC seria ao nível dos Suínos e
que no âmbito de uma reunião com alguns representantes da fileira, designadamente
a Direção da FPAS estes revelaram disponibilidade total para fornecer os seus dados,
numa clara demonstração de responsabilidade e de idoneidade que querem que
também seja reconhecida aos seus produtos. Prevê-se que posteriormente ou em
simultâneo sejam serão também monitorizados os consumos na avicultura e
bovinicultura.
A DSMDS alertou para o fato de que, para além dos animais de produção, ter que se
ter em atenção os animais de companhia (cão, gato, cavalo) porque, cada vez mais,
têm um tratamento muito próximo dos humanos salientando-se assim a necessidade
de articulação também com a Medicina Humana.
Quanto ao quadro atual de vendas de Antibióticos para animais em Portugal, tudo
indica que o recente e indesejado aumento de venda de macrólidos se deveu
principalmente a fatores económicos (reduções de intervalos de segurança, introdução
de medicamentos genéricos no mercado) mas deve ser tomada em consideração a
sua redução possível. Neste contexto, enumerou-se, segundo a OMS, 3 classes de
antibióticos como sendo inicialmente as mais importantes em veterinária, no que diz
respeito a antibiorresistências, quinolonas de 3ª e 4ª geração, macrólidos e
cefalosporinas de 3ª e 4ª geração, destacando-se ainda a Colistina como sendo
possivelmente o antibiótico atualmente sob maior pressão em medicina veterinária,
devido ao seu recurso hospitalar mas reconhecendo-se que a lista dos antibióticos
criticamente importantes para os humanos pode ser bastante variável e por
conseguinte, o foco deste PANRUAA não poderia nunca ser apenas num tipo de
antibiótico, até porque, segundo se julga saber, a taxa de infeção hospitalar em
Portugal (10 %) é o dobro da média europeia.
No setor veterinário, verifica-se uma relação entre os países com menores consumos
de antibióticos com a baixa existência de genéricos nos seus mercados e preços de
medicamentos veterinários mais elevados. Acredita-se que a falta de estimulo para a
investigação de novos antibióticos tem uma relação direta com os elevados custos, ,
com uma baixa proteção de patentes e também com a tendência para a redução da
utilização de antibióticos, pelo que há que procurar, eventualmente em sede
legislativa, maiores equilíbrios de interesses.
Para estes assuntos foi igualmente proposta a criação de um colaboration site para
partilha de informações importantes dos sectores.
AÇÕES REALIZADAS EM 2014 PELOS GT:
CONHECIMENTO
RELATOR: Patrícia Poeta (UTAD)
1. Dando início às ações abrangidas pelo PANRUAA a DGAV/DSMDS com a colaboração da APIFARMA, através da empresa Lilly, organizou em 05/03/2014 – Seminário «The urgent need for
harmonization in AMR monitoring programs» na DGAV, em Oeiras (apresentações em anexo)
Oradores: Shabbir Simjee, Ph.D. Principal Research Scientist – Microbiology; Helena Ponte, DVM MSc, Virgílio Almeida DVM, MSc, PhD, Associate Prof. in veterinary Infectious diseases and
Conservation Medicine (FMV-ULisboa) e João Niza Ribeiro (DVM, PhD, Dipl. ECBHM) Prof. Dep. Estudos de Populações, ICBAS/UP.
2. Posteriormente a Relatora deste grupo do Conhecimento promoveu:
A divulgação do PANRUAA na UTAD em conferência proferida pela Dra. Helena Ponte da DGAV – dia 9 de Abril 2014.
A divulgação sobre o PANRUUA nos órgãos de comunicação social com entrevista no dia 8 de abril 2014 à Universidade FM.
O desenvolvimento de trabalhos de revisão sobre resistências a antibióticos por estudantes da Unidade Curricular de Microbiologia Médica II do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária- UTAD.
A divulgação de 3 inquéritos on-line sobre o modo de prescrição e utilização de antibióticos por parte dos clínicos; averiguar o uso de antibióticos em medicina humana e veterinária e, ainda, verificar qual o conhecimento da comunidade académica em geral sobre o uso de antibióticos. Disponível http://goo.gl/UkG9ft,
O Dia Internacional do antibiótico no dia 18-22 de Novembro de 2014, na UTAD, com palestras Proferidas pelo Dr. Francisco George e Prof.ª Manuela Caniça.
3. No âmbito do Objetivo 5 (M10), a DGAV participou em apresentações subordinadas ao tema:
Em 25/03 pela IACA em Fátima;
Em 09/04 na UTAD em Trás-Os-Monte;
No Congresso APMVEAC em 17/05 Lisboa;
No Simposium de Segurança Alimentar no INSA em 21/05;
No Congresso da GROQUIFAR em 17/10 em Lisboa;
No 2º Encontro da CODIVET em 18/10 em Lisboa;
Na Reunião da ASPOC em 31/10 em Aveiro;
No Congresso da Sociedade Científica de Suinicultura em 07/11 em Sta Iria da Azoia;
Em 21/11 em Aljustrel nas III Jornadas Técnico-Veterinárias do Campo Branco, Pequenos Ruminantes.
4. A DGAV (Helena Ponte) esteve também no Seminário Regional da OIE na Macedónia de 17 a 20 /11, a convite da Organização Mundial da saúde Animal, onde apresentou internacionalmente este
5. Em reunião com a Vice-Reitora para a Ciência, Tecnologia e Inovação, em 10 de março de 2014, sobre a importância do PANRUAA a nível nacional e internacional e tendo como objetivo discutir quais as linhas de ação a tomar foram compiladas pela relatora as seguintes propostas a ter em conta:
Em relação ao Objetivo Operacional 3 e que se enquadra na “Formação sobre biossegurança e riscos de resistências aos AB” – sugeriu-se promover Colóquios/Fóruns sobre o tema com participação da UTAD e do Centro Hospitalar.
Em relação ao Objetivo Operacional 6 e que se enquadra na “Reestruturação e reforço da componente curricular dos estudantes de medicina veterinária” – sugeriu-se inserir uma UC opcional no MIMV sobre antibióticos, sua aplicabilidade, racionalização e resistência.
Em relação à Medida 10 e que se enquadra na “Realização de ações de formação, seminários, conferências ou simpósios” – sugeriu-se criar ações de formação na área através do GFORM.
No MIMV deveríamos fazer inquéritos aos alunos por forma a detetar aqueles que têm, eles próprios ou os seus familiares, problemas de saúde que conduzam a imunossupressão evitando a entrada destes nas salas de doenças infeciosas ou no internamento com o objetivo de evitar a disseminação de estirpes bacterianas resistentes.
Colocação de cartazes em todos os WC da UTAD explicando a forma correta de lavagem das mãos visto este ser o principal veiculo de transmissão de bactérias, muitas das quais, multirresistentes.
Deveríamos criar tabelas, com apoio do HVUTAD, onde se referissem as patologias mais comuns e organismos mais frequentes e com os antibióticos e doses a administrar (no caso de ser impossível realizar antibiogramas).
NORMAS E ORIENTAÇÕES
RELATOR: André Carvalho (ASPOC)
1. A Associação Portuguesa de Médicos Veterinários Especialistas em Animais de Companhia (APMVEAC) desenvolveu as seguintes atividades durante o ano de 2014:
5 de Março de 2014 – participação na reunião promovida pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) de informação e debate, sob a égide o PANRUAA e com a colaboração da Elanco, sobre o uso racional de antibióticos e resistências aos antimicrobianos;
17 e 18 de Maio de 2014 (Congresso Nacional da Associação): - Atribuição de prémio de Melhor Comunicação Livre a Ana Catarina Rodrigues pelo trabalho: “Frequência de colonização por Staphylococci meticilina-resistente em portadores humanos saudáveis com contacto diário profissional com animais em Portugal” –
No mesmo evento, Palestra efetuada por Dr.ª Helena Ponte submetida ao tema: “Uso racional de antibióticos”
- Setembro de 2014 – tradução para Português das recomendações da FECAVA (Federation of European Companion Animal Veterinary Associations) relativamente ao uso racional de antimicrobianos em animais de companhia e distribuição da informação traduzida aos Associados ao longo do primeiro trimestre de 2015.
2. Numa clara demonstração de enfoque naprofilaxia em detrimento do uso de antibióticos, a DGAV dispõe dos seguintes dados Autorização Especial de Uso de Medicamentos (AUE ) em
2013/2014:
Pedidos de AUE de Vacinas
Grupos/Espécie 2012 2013 2014 Aves 9 16 15 Ruminantes 34 45 43 Suínos 3 10 26 Coelhos 0 0 69 Equinos 3 0 0 TOTAL 49 71 153
De uma forma geral tem-se vindo a verificar um aumento dos pedidos de AUE. Sobretudo devido aos pedidos para a espécie alvo coelhos, na profilaxia da nova variante da doença hemorrágica viral.
Há também um maior conhecimento por parte dos médicos veterinários (MV) da legislação que foi criada para fazer face à falta de disponibilidade de certos medicamentos inexistentes no mercado nacional. Os Médicos-Veterinários têm vindo apostar no que diz respeito aos pedidos de AUE, sobretudo na profilaxia, comparando com o uso de antibióticos (apenas 1 pedido em 2013 e 4 pedidos em 2014, autorizados em situações muito excecionais).
Pedidos de AUE de Autovacinas
Grupos/Espécie 2012 2013 2014 Peixes 5 3 6 Aves 3 3 5 Ruminantes 1 1 0 Suínos 0 1 0 TOTAL 9 8 11
LABORATÓRIOS E MÉTODOS
RELATOR: Anabela Almeida (VETDIAGNOS)
1. Reunião em 09-12-2014, na DGAV, com a UTAD, a Segalab, a Apifarma, a DNAtech), e a Biomerieux, no sentido da Promoção da comunicação de informação científica sobre dados de resistência aos Antibióticos junto de todos os profissionais de saúde animal, nos termos legais, tendo sido apresentada a possibilidade de os laboratórios constituintes do grupo fazerem um levantamento das sensibilidades a antibióticos apresentadas pelas estirpes isoladas em cada laboratório e definidas as seguintes linhas de trabalho a seguir pelo grupo:
Criar uma Tabela para ser preenchida por cada laboratório, onde possa ser incluída a seguinte informação: microrganismo (com identificação do género), antibióticos, resultado de TSA e breakpoints utilizados por cada laboratório (EUCAST ou CLSI). Esta tabela será criada e disponibilizada para o restante grupo pela relatora do grupo, Anabela Almeida. Os dados serão relativos aos anos de 2013 e 2014.
Os laboratórios deverão devolver as tabelas preenchidas 3 meses após a recepção do documento.
Quando toda a informação estiver reunida, a mesma poderá ser divulgada “em plataforma informática para introdução e disponibilização da informação no sítio da DGAV.”(M16), para esta tarefa entraremos em contacto com o Grupo do Conhecimento, para que possa trabalhar estes dados.
Métodos:
O Laboratório DNAtech realizou 2 Reuniões Técnicas (Porto e Lisboa), que contou com a participação de cerca de 50 veterinários de animais de estimação, e nas quais divulgaram o PANRUA e sensibilizaram os profissionais para a Redução da Utilização dos Antibióticos, no âmbito do seu trabalho.
O Laboratório Segalab organiza anualmente um seminário para o qual convida profissionais do sector da produção de bovinos e leiteira, considerando a possibilidade de convidar um representante da DGAV para a divulgação do PANRUAA.
3. Os elementos dos diversos laboratórios concordaram que a divulgação do PANRUAA em sessões de formação organizadas pelos laboratórios, é uma das formas de divulgação e sensibilização de vários sectores de profissionais para o mesmo (dando-se cumprimento à M17 - Facilitação da comunicação entre médicos veterinários e laboratórios veterinários
4. Relativamente à M18 – “ Avaliação das necessidades de padronização de métodos laboratoriais”, quanto aos Breakpoints, os laboratórios presentes afirmaram ter os seus procedimentos estabelecidos de acordo com sistema CLSI. No entanto, reconheceu-se que após ser compilada a informação sobre as sensibilidades a antibióticos, nas tabelas que irão ser preenchidas pelos laboratórios, esta informação poderá ser discutida por todos os elementos do grupo. O grupo discutiu ainda a possibilidade de se elaborar uma Newsletter e divulgar pelos veterinários com que cada laboratório trabalha, com informação sobre os procedimentos CLSI e EUCAST.
PRESCRIÇÃO E VENDAS
RELATOR: Lucília Mendes (DGAV)
1. Em 15/09/2014 A DSMDS/DGAMV reuniu com a ANF e AFP com manifesta disponibilidade de colaboração para a organização de evento(s) a decorrerem junto de médicos-veterinários, farmacêuticos e ajudantes de farmácia, com a participação das associações que V. Exas bem representam e a DGAV, através desta DSMDS e os seus serviços regionais . Acordou-se que devidamente focados na formação e informação regulamentar necessária a ambas as classes profissionais envolvidas, respetivamente, na prescrição e venda de medicamentos veterinários e de medicamentos de uso humano destinados a serem administrados a animais, deveriam a DSMDS, a ANF e a AFP, através do novo Grupo «Prescrição e Vendas» do PANRUAA, propor ou incentivar um encontro bilateral entre as a OMV e a OF, também fundamentado nas questões que entretanto se entendessem como oportunas de serem abordadas àquele nível em proveito do PANRUAA. Apelou-se sobretudo, para a coesão deste GT nos objetivos que os unem e que são bastantes. Posteriormente não houve qualquer observação a este texto por parte da ANF e AFP que também nada mais acrescentaram ou diligenciaram pelo que nova mensagem lhes foi enviada em 16/01/2015: considerando que a anterior não teve qualquer continuidade, procurando a DSMDS por isso saber, de novo, do interesse de se reatar e prosseguir com as intenções anteriormente discutidas, de bastante importância e como tal, prioritárias para a DSMDS.
2. Em dezembro de 2014: De reunião realizada com a DSPA, Dra. Sofia Quintas propôs-se trabalhar no sentido de :
- PICOA (plano integrado de controlo dos apiários);
O boletim de apiário irá integrar a folha de registos conforme artigo 82º do DL n.º 148/2009, alterado e republicado pelo 314/2009;
Se promoverem ações de formação com as diferentes regionais, no âmbito do PICOA.
3. Relativamente às ações desenvolvidas em 2014, DSMDS/DGAMV da DGAV concretizou uma série de atividades, algumas em estreita cooperação com outras entidades. Para além do realizado, propomos ainda a execução de várias iniciativas. A Associação de Farmácias de Portugal enviou também as suas propostas que embora não sejam diretamente relacionadas com as medidas referentes aos objetivos operacionais deste grupo, também aqui interessam e por isso estão vertidas no final deste documento, bem como os comentários da DGAMV às mesmas. Assim destacam-se Reuniões da DGAV/DGAMV com:
APMVEAC- dia 16 de dezembro - debatida a possibilidade de alteração dos requisitos à receita médico-veterinária, nomeadamente a obrigatoriedade de uma receita “normalizada” para animais de companhia com aposição de vinheta identificativa do médico veterinário. A proposta foi bem recebida pelo presidente da APMVEAC. Tendo em conta a necessidade de alteração legislativa, a DGAV irá proceder em conformidade, caso seja possível.
ANF - Foi acordada uma futura programação de um “seminário” para sensibilização sobre o uso apropriado de AB, receita, requisição e livro de registo de medicamentos.
4. A DGAV/DGAMV participou ativamente através da apresentação de temas que interessam aos objetivos em causa, a saber, além das já mencionadas nas ações do Grupo Conhecimento:
- VI Jornadas da ASPOC / UA, no dia 31 de Outubro de 2014, com a apresentação do tema “Desmedicalização um projeto para um futuro com qualidade” e ainda na mesa redonda em que se debateu a temática da utilização correta de antibióticos;
- Ação de Formação destinada aos produtores do ADS de Castro Verde- 16.10.2014- palestra subordinada ao tema: “Procedimentos para aquisição de MV , Biocidas e seus registos nos livros de Medicamentos”
- XV Fórum Nacional de Apicultura, realizado pela FNAP – Federação Nacional dos Apicultores de Portugal - Apresentação de uma palestra subordinada ao tema: “Medicamentos Veterinários e licenciamento de Pontos de Venda”-25.10.2014
- III Jornadas Técnico-Veterinárias do Campo Branco, 21 e 22 de novembro de 2014 - “Uso de medicamentos nas explorações pecuárias”
2º Encontro Codivet - Plano de Ação Nacional para Redução de Uso de Antibióticos - Aspetos Práticos para o MV – outubro 2014
- VII Encontro Regional de Apicultura - 18 de Novembro, no Auditório da DRAP do Algarve, - “Medicamentos Veterinários”
- 8ª jornadas do Mel do Alto Minho - “Medicamentos e registo no âmbito do plano nacional de controlo da utilização de Medicamentos”
5. Foram propostas da DGAV/DGAMV – Realizar uma (ou duas, separadas por temas e público alvo), ação de formação/sensibilização sobre o uso apropriado de AB, receita, requisição e livro de registo de medicamentos, bem como sobre “autorizações de utilização especial” e uso da “cascata”. Destinada a farmacêuticos, médicos veterinários, ajudantes de farmácia e diretores técnicos de estabelecimentos de venda a retalho/distribuidores. De preferência devem estar envolvidos na divulgação e realização,
6. Sugerimos, com a cooperação de outras entidades (OMV, OF, AFP, associações profissionais de médicos-veterinários, universidades), a planificação e realização de ações de sensibilização ao público-alvo já mencionado, em todo o país, a partir do final do primeiro trimestre.
7. - Na sequência da coordenação que tem havido entre a DGAV e o SEPNA/GNR, relativas ao controlo de medicamentos de uso veterinário, o SEPNA realizou uma operação de fiscalização em todo o território continental entre os dias 8 e 11 de abril. No decurso dessas ações foram levantados 15 autos. 8- Foi realizada uma ação conjunta DGAV/GNR a um distribuidor por grosso e um retalhista ilegal e levantados os respetivos autos.
9 - Considerando o interesse de cooperação mútua entre a DGAV/GNR/ASAE e na sequência do acordado com estas entidades relativamente à formação necessária para a fiscalização das áreas da comercialização, transporte e aplicação ilegal de medicamentos veterinários, transporte e uso dos mesmos, técnicos da DGAMV deram formação sobre os temas referidos a agentes destas instituições, bem como a técnicos dos serviços regionais da DGAV, durante os meses de abril e maio, nas instalações da GNR de Lisboa, Vila Real, Coimbra, Castelo Branco, Évora e Faro.
10- Foi homologado superiormente, um plano de inspeção para Distribuidores de Medicamentos e Postos de Venda a Retalho para 2014, que contempla a fiscalização pelas DSAVR, da DGAV a um número determinado dessas entidades, em Portugal continental e Regiões autónomas..
11- Foi homologado superiormente o plano Nacional de Controlo de Utilização de Medicamentos (PNCUM) que se destina a fazer o controlo do grau de cumprimento das explorações pecuárias no que se refere à utilização de medicamentos e medicamentos veterinários. A execução do PNCUM compete às Direções de Serviços de Alimentação e Veterinária dos diferentes Serviços Regionais em Portugal continental e Regiões autónomas.
12 - No âmbito deste PNCUM, foi de março a maio ministrada formação pela DGAV/DGAMV, in loco, nas explorações, às DSAV das regiões Norte, Centro e Alentejo.
13 - No âmbito das atividades de fiscalização desenvolvidas pela ASAE que se enquadrem no PANRRUA, apresentam-se os resultados das ações de fiscalização realizadas no controlo da legalidade da comercialização de medicamentos veterinários.
Em 2014, no âmbito desta matéria especifica, foram fiscalizados 135 operadores, 30 dos quais com infrações identificadas e 17 com apreensões.
Foram instaurados 30 processos de contraordenação (verificadas 52 infrações) e 1 processo-crime. A taxa de incumprimento rondou os 28%.
Foi ainda suspenso um estabelecimento na sua totalidade e outro parcialmente. Relativamente às apreensões, as mesmas ascenderam a um valor de 16264€ (7206 unidades) de medicamentos veterinários. Foram ainda apreendidos, no âmbito desta intervenções alimentos compostos para animais no valor de 5061€ e 2 instrumentos de pesagem no valor de 450€.
14. Está a ser elaborada uma proposta de receita eletrónica, pela DGAV/DGAMV, com a colaboração de uma empresa que nos possibilitará em breve a existência da Base de dados de medicamentos veterinários DGAV no nosso portal. Essa proposta será em breve circulada pelos nossos parceiros. 15. Por forma a promover uma maior eficiência nos procedimentos de controlo, foi ministrada formação
ANO: 2014 Inspeções Apresentações/Açõe s de Formação Nº de Formandos Resultados Vistorias Plano de Inspeção de 2014- elaborado na DSMDS /DGAMV e a realizar pelas DSAVR
Ações de Formação SEPNA, ASAE e DSAVR: Porto – 03.04 V.Real- 04.04 Lisboa- 07.04 Coimbra- 10.04 C. Branco- 11.04 Évora- 08.05 Faro- 30.04 57 46 45 32 42 38 18 - 4,32 3,83 4,10 3,90 3,73 4,38 4 5 visto rias: Janeiro= 4 Fevereiro= 11 Março = 2 DSAVN= 6 (DG)+ 8(VR) Abril = 11 DSAVLVT=6(DG)+6(V R) Maio= 6 DSAVC=6(DG)+4(VR) Junho = 4 DSAVAl= 1(DG)+4(VR) Julho= 5 DSAVALG=2(DG)+1(V R) Setembro=2
adequada pela gestora coordenadora central, a todas as gestoras do PNCUM nas diferentes DSAV das regiões, bem como a todos os técnicos das DSAV das regiões, propostos pelos respetivos gestores coordenadores. As ações de controlo até 2013 incidiam no universo das explorações pecuárias ou agropecuárias definidas pelas DSAV, no âmbito do Plano Nacional de controlo de resíduos. Em 2014, foi alargado ao plano de Bem-estar animal e portanto abarca um número muito superior de explorações, em Portugal continental, Região Autónoma da Madeira e Região Autónoma dos Açores.
16. No âmbito da monitorização das vendas/consumo de Medicamentos Veterinários contendo Antimicrobianos na sua composição, foi solicitado em maio aos distribuidores de MV, os dados de cedência, relativos ao ano de 2013, a Explorações pecuárias, incluindo pisciculturas, Médicos veterinários, Farmácias, Cooperativas, Vendas a retalho de medicamentos veterinários, OPPs, Fabricantes de alimentos medicamentosos e CAMVs.
Os formulários preenchidos foram recebidos na DGAV até ao dia 15 de JULHO de 2014, trabalhados e os resultados enviados para a ESVAC, cujo relatório foi confirmado em Novembro de 2014.
17. Publicações:
Tendências das vendas de agentes antimicrobianos em Portugal 2010-2012 (Portugal, 2010-2011) - VI CONGRESSO CIÊNCIAS VETERINÁRIAS 2014
COMUNICAÇÃO
RELATOR: Jaime Piçarra (IACA)
O Grupo não desenvolveu qualquer trabalho, uma vez que não existiu qualquer feedback de outros Grupos do PANRUAA, durante o ano de 2014. No entanto, a Drº Helena Ponte apresentou publicamente o PANRUAA aos associados da IACA, integrada numa reunião para o efeito e que se realizou em 25 de março. Este Grupo considera da maior importância receber as principais conclusões emanadas dos outros GT para preparar e articular a estratégia de comunicação do PANRUAA, sendo importante, pelo menos, a realização de uma reunião anual doe todos os coordenadores.
UMA SÓ SAÚDE
RELATOR: José Vieira (SOJA SGPS)
1. Em 15/01/15, a ASAE promoveu uma reunião alargada do seu Painel Temático Alimentação, Saúde e Bem-Estar Animal, subordinado ao tema “ O uso de antibióticos em aquicultura”, considerando que: Em produção animal o uso «abusivo» de antibióticos é uma preocupação crescente para as autoridades sanitárias comunitárias e nacionais. Essa preocupação abrange naturalmente as áreas emergentes da produção animal, como é o caso da aquicultura. Pretendeu-se contribuir para uma clarificação sobre diversos aspetos que se prendem com aquela problemática, tais como: - fixação de conceitos; padronização de informação; normalização da recolha de dados; avaliação e tratamento dos dados disponíveis.
2. Seguindo o PLANO DE ACÇÃO, procedeu-se ainda à:
Formação para garantir o “compliance” do uso de antibióticos de acordo com o seu registo (dose correta no tempo correto), monitorizando eventuais situações de risco de falta de “compliance, como por exemplo medicações intermitentes por fornecimentos ou problemas técnicos/logísticos na administração correta do medicamento.
Maior focalização na Biossegurança para reduzir os potenciais riscos de contaminações através de medidas de higiene nomeadamente.
a) Sensibilizar o sector sobre a sua importância b) Promover formações sobre Biossegurança
c) Formar equipas e pessoal sobre Boas Práticas de higiene/biossegurança com o objetivo de diminuir os riscos de infeção e transmissão de doenças.
d) Promover ações direcionadas para o cumprimento das regras de bem estar animal visando a diminuição de patologias associadas.
e) Sensibilizar a sociedade geral sobre a correta manipulação dos alimentos de origem animal em todas as fases da cadeia.
Maior focalização na Prevenção nomeadamente:
a) Priorizar a utilização de programas profilácticos baseados no uso de vacinas b) Maior recurso a meios de diagnóstico disponíveis para uma melhor precisão
na utilização de antibioterapia face aos antibióticos de largo espectro.
Desenvolvimento de modelos de monitorização de antibióticos por produtor (nomeadamente por kg de carne produzida) e/ou por integração no sector pecuário, bem como estudos de sensibilidade associadas aos antibióticos.
Utilização de antibióticos com base em resultados epidemiológicos locais, estudos de sensibilidade baseados em antibiogramas certificados.
Facilitar o acesso a novas alternativas terapêuticas e apoio á investigação nesta área.
Garantir a sustentabilidade de todas as partes envolvidas, nomeadamente através da aplicação do EPRUMA e dos meios acima descritos para garantir a continuidade futura do atual conjunto de meios disponíveis.