Breves considerações sobre o sarcocele

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BREVES

CONSIDERA ^ÇÕ

^ES

S O U H E

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THESE

APRESENTADA A’FACULDADE DE MEDICINA I>0 RIO DE JANEIRO PARA SER SUSTENTADA DEDEZEMBRO DK18445

EM

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NATURAL DO RIO DE JANEIRO

AlIM

DEBOUTER

^{OGRÁO DE}DOUTOR EM MEDICINA

MO

DE JANEIRO

TYPOGRAPHE IMPARCIAL DE F. DE PAULA PRAçA DACONSTITUIçãON. GV

.

1810

.

RRITO

«

FACULDADE DK MEDICINA DO RIODK JANEIRO.

DIRECTOR

O SNR.DR.JOBB*MARTINSDACRUZJODIM.

LENTES PROPRIETÁRIOS.

O* Srs.Drs.

1

—

^{A N N O.}

FranciscodePaula Candido

...

Francisco FreireAllciuão

Physira Medica

.

$ßotanicaMedica,cprincipio«elementares de7

.

• c logia

.

5GhimicaMedica,eprincipio*elementare*^deAline

-

< ^ralogia.

Anatomiageralcdescription.

Anatomia geral c descriptira.

Physiologia. II

—

^{A N N O}

^.

JoaquimVicenteTorres Homem

.

.

.

JesèMauricioNunesGarcia III

—

^{A N N O.}

JoséMauricio NunesGarcia Lourenço de Assis Pereira da Cunha

I V

—

^{A N N O.}

Iaiiz FranciscoFerreira JoaquimJosé da Silva.

.

João José de Carvalho

..

Pathologia externa.

Pnlhologiainterna.

SPharmacia,Matéria Medica,especalmente a lira ( sileira,Therap.,c Artedeformular.

Operações,Anatomiatopogr.cApparelhos.

Parto*,Moléstia*das mulheres pejadas cparidas,^c dos meninos reccm

-

^nascidos.

V

—

^{A N N O}

^.

Cândido Rorge*Monteiro,Presidente Francisco JulioXavier

VI

—

^{A N N O.}

Thomas.GomesdosSantos JoséMartins da CmzJobim

2.° ao4.“Manoel Feliciano Pereira deCarv

.

°.

ó.°^{ao 6}.“Manoel de ValladãoPimentel

í

Hygiene,chistoria da Medicina.

Medicina legal.

Clinica externa,c Anal.pathol.respectiva.

Clinica interna,e Anal pathol

.

^respectira

.

LENTESSUBSTITUTOS

.

FranciscoGabrieldaRocha Freire AntonioMariadeMirandaCastro Jose Bento daRosa AntonioFelix Martins

Domingos Marinho deAzevedo Americano^, laii/. daCunha Feijò

Secçãode sciencias accessorial.

Secção medica

.

Secção cirúrgica.

SECRETARIO DrLui/.CarlosdaFoncée»

.

AFaculdadenãoapprovanemdesaprova a*opiniõesemittidasnu, Theses,quelhesãoapresentada»

RREVES CONSIDERA

ÇÕ

ES

somiE

' h

liSTRODtCCAO .

AMOSo nomede

—

^sarcocelc

—

^{( derivadodeduas}palavras gre

-

vas

^{, quesignificão}

—

^carne

—

^e

^—

^tumor

—

^{)àdegoneração cance}

^-

rosa do testículo (1)

.

Os authorcs, queescreveram sobre a matéria,nãoestão accordes arespeitoda moléstia,a quederameste nome; e dissotemresultadoqueas suasdescripçoesdi

-

versificam bastantemente.

Unsderam umsentido muito vago^à palavra

—

^sarcoccle

^—

^{;de tal sorte que}

comcila se designavatodasasmoléstias,que affectassent as bolças, e ostestículos;c d esta arteconfundiamsobamesma denominaçãomoléstiasinteiramentedifferentes

.

Assim a

—

oscheocbulasia nomedadoporAlibert,cLarreyóelephantiasisdoscroto) aorchitis, a induraçãoda tunicavaginal,ostubérculosdotestículo,cetc

.

,foram confundidoscom o nome desarcocelc

.

Deste abuso de palavra, comodizBoycr,resultaram asnumerosascontradicçõcs, quesenotamnosauthorcs quando tractam das causasdo sarcocelc,deseu diagnos

-

tico,deseutratamento,edasprobabilidadesdesua cura

.

Os authorcs modernosrestringindomais aapplicaçàodessa palavra,nttodetermi

-

naram ainda áquemoléstia aconsagravam.Roux,entre outros,querendo lixarosen

-

tido delia

,

e sabir dovagoemqueospr^áticos antigos tinhamcabido,exprime

-

^se

(I) Comprclienderaos debaixo d^'csUpalavranão sóotestículopropriamente,comooepidydimo A

—

²

—

assim a Penso quo por ella(^apalavrasarcocele)convémentender

-

^{sotodaaalïecçSo}

« dotesticulo,eseusannexos,opresen^lando

-

^{sedebaixodafôrmado umtumorsolido,}

«mais, oumenos volumoso, noqual a altera^çãoorganica das parlesmolestaik

«levadoá tal pontoque sua extirpaçãotorna

-

^{seo mais}ordinariamenteaomenos,

«absolutamenteindispensável (1) ^»

.

Aindaquo o sentidoda palavra sarcocele fique mais restrict», todaviacomo cm medicina osentido vago deuma palavratraznecessariamente inconvenientesmani

-

festos, pois que cada medico interprela

-

^aconformeo seu modo depensar, nósjulga

-

mos em nossa fraca intelligencequeoillustreoperadordo Hotel DieudeParis nao restringiu como convinhaa applicaçãoda palavra,poisquemuitas affeccócsdena

-

tureza differente podem attacarasbolças, ou ostestículos,ereclamar^aextirpação d^'essas partes

.

Eseelle reconheceoerrodosantigospráticosemestender muitoo sentido dariamente ao menospalavra,porque cahio

—

^{parecepois que}no mesmo erro^{a differenç}?^a,E^queaccresce que elle diz^{elle dá}

^—

^{a daextirpa}

—

^{ordinaçãoda-}

parteaflectada

—

^{náobasta ; equeásvezeso}sarcocele náoreclamaa extirpação

.

Jul

-

gamospoiscomBoyer,Begin,Delpech,emuitosoutros queconvémdenominar

-

^se

^-

sarcocele

—

^{ádegeneraçãocancerosado testículo}

^.

CAUSAS

.

Dividiremos ascausasdosarcocele

—

^em predisponentes,edeterminantes,ou effi

-

cientes

.

CAUSASPREDISPONENTES

.

Entreascausaspredisponentes mencionaremosaidade, pois que sendo bastante raranainfancia,enavelhice,étodaviamuito commum na idade adulta; ainda que alguns factosexistam de sarcocele em indivíduos,que ainda náotinhamchegadoápuberdade. Ütemperamento lympbatico parececon

-

correr bastanteparaoapparecimentodesta moléstia,pois queén^’ellequemaisvezes setem observadoosarcocele

.

Certasprofiss^ões, nasquaesosindivíduosestãoex

-

postosa machucaremostestículos

.

Assimaequitaçãodeterminando repetidasorchitis predisp^õe aos que usam d elia a esta funesta,eterrível moléstia

.

^Oabusodebe

-

bidasalcoólicas, asaffecçóes profundas daalma&c

.

,concorrem poderosamentepara adegenera^çãocancerosadotestículo.

DETERMINANTES,OUEFFICIENTES

.

^{AScontusões,c} machucadelasdos testículos^de indiv íduos jápredispostosporcausasanterioresdeterminamoseuapparecimento.A applica^ção por mãos inexperientesdoapparellios,que comprimamostestículosquer occupem elles as bolças, quer existam(comoasvezes succéd^é)noannelinguinal

.

(I) Dice de M loiu.29.art

—

^testículo

—

³

^—

Assim as fundas,suspensóriosAc

.

, applicadosdc talmodoque comprimamos testí

-

culos sáocausasd’estaterrível enfermidade. Lassusdiz terextirpado umtestículo, quesetinha demoradono annclinguinal, equeestava a íTectadodesarcoccle,emconse

-

quência daapplicaçãodeumapparelhoherniariob Aretençãodosperma irritandoexccs

-

sivamenteostestículos por seuaccumulo nosdelicadosvasosqueocontemou oabuso dosprazeres venercos,obrigandoasccrecçãoforçada degrandequantidade desemen sãoorigem damoléstia, deque tractamos.

SYMPTOMAS,MARCHA, E TERMINAÇÃO

.

Ocomeçodesta enfermidade ordinariamente pouco receio causaaosindiv íduos, queellaattaca,atribuindo ellesácausaspassageirasasleves dores,quosentem,ecn

-

ganando

-

^scatal pontoquedeixam deprocurarcombatel

-

a, quandotalvezsomente poder

-

sc

-

hia debellal

-

^{a com} umtratamentoapropriado quenãoaextirpação. Dis

-

cordes estão osauthorcsquandosetractadc saber qual dos dous testículosó mais fre

-

quentcinente aíTectado. Unsdizemsermais commumoapparecimenlo do sarcocelc notestículodireito:entreestesseeleva Fabriciodc Hilden, que diz positivamente,que cmtodaa suapraticasóumavezencontrara otestieuloesquerdoa íTectado dc sarcoccle

«Intotâpraximeãunicum solummodo, exsinistrfi partelaborantem hernia carnosa

«(quírque tandem in cancrumexulceratum, atquc insanabilemdegeneravit) me

«vidisseinemini

.

^»Outrospretendem seroesquerdo o queásmais das vezeséa séde do mal, e trazempara provaroqueavan^çam aauthoridade de Bauhino,quesus

-

tentaser oesquerdoordinariamente accommettido de sarcocele, porissoqueodireito é mais forte, e robusto. ^«Cum dexter forsan testiculus obmajorem per vasamajora

«eodelatamsanguinis copiam sit calidior sinistro,etper conscquensrobuslior

.

^»(1) Os práticos modernos baseados emmaior numero de observaçõesjulgamque pouca differen^ça ba a tal respeito, equeestamoléstia⁶tão commumemum, comoem outrotestieulo

.

Qualquer que sejaaopiniãoque se adopteatalrespeitooorgãoa íTectadoprincipia poraugmcnlardevolume,sendootestieulo oprimeiroque soíTrc osattaquesdo mal posto queásvezes principie pelo epidydimosegundo aopinião dePott,ainda quenão tãocoinmmumente

.

^«Lo plus ordinairement ilsattaquentd’abord lecorpsdutesti

-

«cule, etquoique Uepidydirnesoit souvent cancéreux,il nedevienttel leplusfrequen

-

«mentquesecondairement, etlorsqueletesticule estravagô: ensortequesonextir

-

«pation,si elleétaitpraticable,neserviraitàrien d^'avantageux,e ne détruiraitpasla

(1) Disputationcschirurgie»dc Ilailler.Those do Polh sobro o sarcocele

.

—

⁴

—

«maladie, qui, lepluscommuncmcit c^’esldéjàauparavant ompar^éodutcaticule.^» I Juutamenlecom o augmentadevolumeelle setorna duro

,

desigual,e^ásperoao toque: poucoupouco perdeasuaformaovoide, c searredonda

.

Asdores, queno principio eram leves,esupportavoisvfloaugmentando dointensidade; percorremo cordãospermatic«,ochegamá regifiolombar; doresdevidasáextensão for^çada do cordãopelopesodo testículo

.

Km alguns casosa moléstia⁽icaestacionariapormuitotempo. Wan

-

Swicten diz tervisto tumores schirrosos nãocausarem algum incommodepormais de vinteannos, eBocrhavc em seusaphorismesdiz.^«Suntpersc(ostumores schirrosos)evadunt^et

« moluincitato maligni

.

^{» Mas}justo6confessar que nemsempreostumores schir

-

rososlevam tantotempoáseulcerarem, òque o maisordinárioéquedepoisdeum certotempo d^'esto^{« stalù}quo^»otumortorna

-

sc bastante duro, pesado,e cresce progressivamente; todavia nãoadquiro o volumede00,ou80librascomo querem alguns, que descreveram a<coscheochalasia, eoutras mol^éstias do testículo, sob a de

-

nominaçãodc sarcocclc.^» Boycrdizqueomaior volumeáquechegaotestieulo af

-

fectadodcsarcoccle 6odo tamanho da cabeça dcummenino de3áAannos.

As dores, queaoprincipioeramtoleráveistornam

-

^selancinantes,epro priasdos tumoresschirrosos, dores tãofortes quoosdoentesasassemelham Asque produziriam fortíssimas agulhas,quetraspassassem o testieulo

.

Kstas dores augmentam, tornam

-

^se

horríveis,einsuportáveisaomenortoque. ^Asglandulasinguinaes tornam

-

^{sc duras,}

ealgumasvezesschirrosas. Entãoaconteceemalgunscasos, quetumores da naturezascdesenvolvem noabdomen,e emvíscerasimportantes

.

Apelle das bolças sc adelgaça,tomauma còr escura , rompc

-

^{se, e se}transformaem umaulceracancerosa, da qualcorreumpús negro,e fétido

.

^Oindiv íduoéaccomettido dediathese cahc em um completo marasmo, eno meio do fortes, o horríveisdures dáoultimo suspiro.

mesma

cancerosa,

DIAGNOSTICO, EPROGNOSTICO

.

Em geral6facilodiagnosticodo sarcocelo, com tudocomo

bastanteobscuro, c difficil, nósmencionaremos ^asvezes _{olle sc}torna oscaracteres mais salientes distinguodas outras alTecçoes do testieulo,comasquaes niais

podeserconfundido

.

Poder

-

^se

-

hia confundil

-

^ocomohydrocele, quoo acompanha muitas dureza doorgão,sua forma irrcgularmentc arredondada,

nohydrocele,seumodo dedesenvolvimento,seupeso superior

queo

commummente

elle vezes,sia deum_{igual vo}como

-

c não pv riforme

(3) Pull.Torno 2.^«pag.202.

—

⁵

—

lumo«I»agua, sua faltaabsoluta^«Irtransparências««I«llucluaçfio ouondulação

i|uenàose«lánohydrocele) ^naoservissem parn distinguil

-

o

.

Ainllamma^çaodotesticule d^álugarásvezosaingurgitamentos,quo persistem por muito tempo,e quenao^conveiuconfundircomosarcocele cmprincipio, ^{posto que} ordinariamente seja uma causa prcdisponentodosarcocele.

Caracteres bastante notáveis dilTercnçamaherniascrotaldosarcocele. Assim a ausência de inllammaçào nocordãospcnnatico,odesenvolvimentodo tumor no corpo do testiculo,oabalo,ouimpulsão,qucsoffre^otumor hcrniariodurante ^os esforços da tosse, eque não scdá nosarcocele,eíinalmcnto anãosuscoptibilidade de diminuiçãode volume,oudereducçãoesclarecemsullicientemente aopraticoem seu diagnostico

.

Facilserádistinguiramoléstia deque tractamosdadegencrcconcia elcphaiiliaca doscrolo da infiltração dasbolças, 4c

.

; por consequência julgamosiuutil in>i>lir sobre esta materia

.

A’bastantesconsideraçõesdeve alternier^opraticoquando tractar dc fazer^oseu prognosticosobre esta aiïccçâo

.

Sendo^osarcocele uma moléstia assásgrave, que nomaior numero de casosreclamaaextirpaçãodoumorgáobastante importante,

omedico prudente,ecircunspectonáodeverá prognosticarum exito favor^ável,ou funesto, sem 1er em vista a idade do individuo, seutemperamento, sua consti

-

tuição, aduraçãodo mal, sua intensidade4c.,erecordar

-

se bem que esta en

-

f

.

^{rmidadade,coinoá}cima dissemos, exige as mais das vezesumaoperação, quenem sempreéfeliz,eque6bastante dolorosa. Opratico,queàestasconsideraçõesnão altender expor

-

^se

-

ha a ser desmentido pelo resultado, quea moléstiaapresentar.

ANATOMIA PATHOLOGICA.

Quando so analysaumtesticulo aflectado desarcocele,cqueotemos extirpado, observa n’clle tecidos degenerados, os quaes foram divididosem

—

^{tecidos, quo}

tem analoges nocorpo humano,otecido dcnaturezadifferente

,

isto 6

,

que nào temanalogia com nenhum tecido da economia.

Porém entro os primeirossãomais constantesotecidosebirroso, e^ocerebri

-

forme, nãonegando, que muitas vezes seencontram testieulos cuja substanciaó

fibrosa, fibro

-

cartilaginosa , e^ásvozes cartilaginosa. Mascomo estes sejam muito raro,descreveremos tão sómento aquellcs,que mais vezes seencontram tessão,comodissemos, otecidosebirroso, cocerebriforme

.

mais ecs

-

0tecidosebirrosoéuma substancia branca asulada,oumesmocinzenta, cuja consistência varia, dividida cmmassas,asquaes por seu turnosesubdividem

porçoes diminutas,compostas de cellulas, dentrodosquaesexiste um liquidoum em

poucoconsistente

.

Esta substancia bastante semelhança leni com otom mho, ^#•

com elle, quetodososmedicosocomparam

.

Otecidocerebriforme,oucncepbaloido, 6 também esbranqui^çado, menoscon

-

sistentequeoprecedente, mais opaco

,

^{dividido cm lobulos dcsiguaes, nosqua«»»}

existem vasosdisseminados

.

Grandeanalogia tem estasubstancia^{com a}cerebral, e é porissoque selhedeuonome decncepbaloido.

TH ATA MENTO

.

Emquantoosarcocele está emseuprimeiroperíodo,quedoreslancinantesain

-

da não percorrem otesticulo, eque a pelle dasbolças ainda não seulcerou, ^e sobretudo quandoainda ocordãospermatico não temsetornadoschirroso,po

-

der

-

^se

-

^haapplicar medicamentos,quesegundoaopiniãodealgunsaulhores ser

-

vem para aresolução do tumor

.

Osresolutivostem sido aconselhado por serem vantajosos. Assimasfricções depomada mercurial, ou deioduretó depotássio,o emplastrodovigocom mercúrio,&c

.

,temsido preconisados

.

Mr.Begin aexem

-

plo de Mr

.

Gama pr^éconisa aapplicação de sanguexugas repelidas, oemplastro devigo, einternamentea administraçãodepilulas deextractode cicuta, 4/5de grão,e calomelanos1/5, dóscquegradualmentese eleva

.

Oscuidadoshygienicosconcorrerãobastante paraa cura d^’esta moléstia

.

Assim o individuo a íTectadodesarcocele trará ostestículos dentro desuspensórios, a lim de queestejam sempresuspensos

.

Evitaráoexercícioaturado, econstante, e so

-

bre tudoa equitação, as contusões,&c

.

Seoindividuo forescrupuloso,ousyphi

-

liticoseguiremosoconselhode Dupuytren, que dizemsuasliçõesoraes de cli

-

nica cirúrgica, que asua pratica lhetem demonstrado serbastante ulilosubjeitar os indiv íduos atacadosdc sarcoceleá um tratamento anli

-

syphiliticorigoroso, ^e que por estemeio estes tumores muitíssimas vezes tem desopparecido,como por encanto. Nosindivíduosscrophulosos,otratamentonnti

-

scrophuloso seráposto em pratica

.

Acreditamosnaexperiencia do todos os práticos que ^acabamosdecitar^, porém nos casosem que sob^diversos tratamentosa moléstia temdesapparecido

,

existiria defacto um^sarcocele ou uma inflammaçãochronica dotestículo ? Siporema moléstia está maisadiantada,sio pratico naoforchamado^senãoquando o maltemfeito bastantes progressos,ent^ãoconsultará oestado do cordãosperma

-

tico, edoabdomen,oestadodo doente Ac. Sitodosestes exameslhedemonstrarem a necessidade daopera^ão, recorreráacila

.

Poremsitumoresschirrosossctiverem desenvolvidonotrajccto^docordãospermatico, eno abdomen,siumadialbesecan

-

cerosa tiver invadido odoente, devemos nosabster deoperar

.

Aobservaçãotem demonstrado^{que a}operação feitaemcasos tacsemnadaaproveita, e queas

conso -

—

⁷

—

quenciassinão sãofunestas,oappareci monto^{»Io mal}

einfullivel

.

Edeque serviria assubjeilarmos o doonte a uma opera^{çãodolorosa}, e grave paranãoobtermosacuraradicaldamoléstia ?

outroorgan6quasicerto,

no

OPKRAÇAÕ1⁾0SARCOCELE

.

Logo queomedicojulgaque deverecorreráextirpa^çãodo testículo alíectndo^alim de salvar^odoente, deve p^ôl

-

^{aempratica. Nessecasoprepararáum,}ou dous bisturis rectos, pinças, tenaculoscomfios,ataduras,compressas,panno crivado^,lios, &e

.

O doente se deitar^ásobreodorso,elevar

-

se

-

^baaparteinferior do tronco tioindiv íduo comtravesseiros

.

0 operadorse eollocaádireitaqualquerque sejaoladoemqueo testículoesteja alTeclodo

.

Dispostososajudantes,ooperadorfazumadobra napelle immediatamenle abaixo doannelinguinal,seguranaextremidade,quelhecorres

-

ajudante,edivide estadobraemtoda asuaaltura , con

-

ponde, econfia aoutraaum

linuando a incisão até aparteinferior do scroto,echegando mesmoumpoucoa posterior

.

^{Nestaincisãoficam}ordinariamentecomprebendidasas artériasvergonho

-

sasexternas, cujosanguesabedo labio externo daferida. Develigal

-

as,outorcel

-

as conformeconvier aooperador, esegundoas suasideasa talrespeito,poisquepor causa da laxidão dos tecidos das bolças asartérias se retrahem muitofacilmente,e graves embaraçoscausariam aooperador senãosubstasseocorrimento do sangue immediatamentedepoisda incisão

.

Depoisdaligaduradas artériasvergonhosas,o operador devo destacar otestículo,queseapresentanofundoda incisão,das adhe

-

renciasque tiver contraindo

.

Estesegundotempoda operação ébastantedoloroso, emuitíssimasvezesdiíficilparaooperador, sobre tudoquandoasadhercnciasdotumor com otecido das bolças são taes, quo obriguem a fazer uma dissec^çãovagarosa,alim deque pordescuido dooperadora pelle das bolçasnãosejatraspassadapelo bisturi.

Durante adissecçãomuito cuidado deve1erooperador paraquenãodividaosepto do dartos,eevitar sobre tudo a lesão da uretra ou corpos cavernosos, quaesumsarcocelovolumoso adhere ordinariamente

.

Isoladointeiramenteotumor, separao cordãospermaticoseelle algumasadherenciastivercontrahido. Feito isto entregao tumora umajudante,eprepara

-

separacortaro cordãospermatico

.

Como esto orgãotende a so retrahirparao interior do annel, e mesmoparaoabdomen, diversos meiossetemproposto para impedira sua retraeção,eparaseligaros vasos, queellecontém

.

Uns propozeram ^a ligadura mediata,aqual algunspráticosnão apertam senão moderadamente,e outros pelo contrario aserramforteinentccomo fimde diminuirtoda asensibilidadonoorgão

.

Sharp aconselhavaatravessarocordão com uma agulhacom umfioduplo,eligar separadamente_cadaumadasmetadesdo cordão

.

Maseste processotem osmesmosinconvenientesdoprocesso do ligar

-

seo cordãoem massa,eestes inconvenientessão: inllammaçáofortedocordão,eàs péritonites comoquer Delpech, cexcessivadOr, que soffrem osdoentes,

comos

vezes emconsc

-

—

⁸

—

qucncia^«laligadura;porissoospráticosmodernospreferemligar asartériassperm tioasseparadamente

.

Parapraticar^,pois, asccçaodo corda

segura corn^opollegar cindex dainãoesquerda,em«juantoque um ajudante

otumor ou vice

-

^{vcrsa, c ocortacomumbisturiconvexo,oucomoquerKoux, com}

uma tesoura. Feitoisto ooperadorliga asartérias,quoseapresentamna extremi

-

dadedo cordão, tendoo cuidadode nao scesquecer de uma arteriola,que acompanha ocanaldeferente,cqueAsvezestemcausado hcmorrhagias,quetemcomprometlido avidados doentes

.

Siduranteasecçãodocordãoelle scescapassepara^ointerior do abdomen,poder

-

^sc

-

^hiaprocural

-

^{o ahicomumapinça,sinãoforpossivclcncontral}

^-

^o,

então ã exemplode Kouxdividiremos^oannclinguinal, e iremosprocurarocordão

«piasiaoabdomen,aindaquegrandes inconvenientesseapresentem^,entreosquaes existeodo enfraquecimento doannelinguinal,epredisporoindiv íduoao desenvol

-

vimento de hernias, inconveniente,queoproprioKoux reconhece, eporissoacon

-

selhaque nãose recorraa estemeiosenãonocasodeabsoluta eindispensávelne

-

cessidade

.

Para obstar aeste inconveniente, ßichat propoz ocortar ocordão deixandoo canal deferenteintacto;ligarasart^érias,edepoisentãodividil

-

^o complctamenle^. NóscornKoux,Mantfaucon ci&c

.

^,preferiríamoseste meio maisvagaroso, 6 ver

-

dade, porem mais seguro,eprudente,quando nãocont^ássemoscomumajudante intelligente.

Nãofadaremos dosprocessosde Petit, cPuuteau , dosquaeso l.°^,queria quenão seligassem as artérias do cordão, massimsccomprimissemcontrao ramodopubis por meio deumacompressãogradativa ;eo2.°, que não scextrahisseotestículo

«las holças, porem quesedescobrisse uma porçãodocordãoespermatico,c sc li

-

gasse; por|«iioestesdous processosestãocm desuso

.

Depoisde cortadoocordão,eligadas as artérias,applicarcmos algumaslirasaclu

-

tinativassobre a pelledabolça operada, afim detrazer asbordas daferida ameio contacto ; cobriremos toda asoluçãodecontinuidadecom umpanno crivado,untado deceroto; sobre este,fios, uma atadura circular manterá todo esteaparelho, e em fim recorreremosaumsuspensório, queconservaráoorgào emconveniente po

-

sição

.

Procuraremosobter a cicatrisação da ferida por segunda intensão,porque^a cxpericnciatem demonstrado « juo a uniãoimmcdiata quasi nunca tem lugar, o quenosraros casos, cmqueisso acontece,_abcessosseformam nointeriordasbol

-

ças,que determinam aabertura daferida já quasi cicatrisada

.

Tendo concluídoa opera^ção, conduziremosodoenteparaoleito,no qual ficaráalóquasi aperfeitacu

-

ra

.

Guardará um reposo absoluto atóquoa cicatrisação daferida opermitiale

-

vantar

-

^sc

.

Si osarcocclc que tivermos de operar j^átiver ulceradoapelle,ou mesmo si esta posto que não ulcerada já tiver mudado«lo suac^ór naturalpara

então comprehcndcromos essa por^ção do pelle,quonosbsuspeitacom duas incis^ões pormalico,^{onpvnul r«}

•

MS

sogur

.

ⁱ

uma^maisescura,

—

⁹

—

clipticas

,

quosc correspondam pela suaconcavidade,osepararemosotestículo aporção de pelle aflbetada

.

Poderemosedeveremos mesmo sacrilicar^uniaporçSo dapelle,si osarcocelo f^òr bastante volumoso, no casomesmo emque cilaseache perfeita. No caso cm que umhydrocelecompliqueosarcoceloseguiremos o conse

-

lhodeSharp, quo fazia primeiramente uma pune^ção com um trocater, oprati

-

cava depoisaoperação. E Pott quer quetodas asvezes em que osarcocelo nãofor doloroso,nemdesigual,oque tiveraforma depôra sefaçaprimeiroapuneção com otrocater, si julgarmos, que acastracçãodeva serpraticada ainda mesmo comessa obscuridade do diagnostico

.

Temosconcluído onosso trabalho. Seja

-

nos permittidoagradecer aqui ao III

.

_“⁰

Sr. Dr

.

Borgesa urbanidade, ebondade,comquesedignou acceitarapresidência de nossa these, ficandoS.S.certo de quea nossogratidãocamizadeserãoeternos.

com

HIPPOCRATIS APHORISMI

.

I.

Vitabrevis, ars longa,occasio præceps, experimentum pcriculosum, judicium verodifficile. Oportet autem nonsolumsc ipsum exhibcro⁽acientem,qua? opor

-

tet , verumctiam ægrotantem, etpresentes, etea,qua?suntab extra. (Sect

.

1

.

^"

Apb

.

l.°)

.

II

.

Cum morbus in vigore fuerit,tuncveltenuíssimo victu utinecesse est. (Sect.I.¹

Apb

.

⁸)

.

III.

Adextremosmorbos,extremaremédia exquisitòoptima. (Sect.1.' Apb

.

6

.

^#).

IV.

Quosmorbosmedicamentanonsanant,ferrum sanat, quosferrum non sanat, ignissanat; quosvero ignisnonsanat!insanabilcs, existimaro oportet. ( Apb

.

G

.

°)

.

V.

ln omni morbomente valerc,etpromptum se babero ad ea,quæ oiïeruntur, bonum

.

Contra autem,malum

.

(Sect 3

.

_°Apb

.

4

.

°)

VI

.

Circa initia

,

omniasuntremission, circastatusvero vebementissima

.

(Sect

.

²

.

° Aph

.

3

.

‘)

.

TYP.IMPARCIALDE FRANCISCO DE PAULA DIUTO

. —

¹⁸⁴⁰

^.

Estathesee.^»làconformeos estatutos. RiodeJaneiroem13 de dezembrode18-46

.

O Dr

.

Cândido Borges Monteiro.