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PROJETO HORTA VERTICAL: EDUCAÇÃO AMBIENTAL E ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

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Academic year: 2022

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Mateus Camata - mateus.camata@hotmail.com

Graduando do Curso de Ciências Biológicas Centro Universitário São Camilo

Marildo Cordeiro Francisco - marildoc1@hotmail.com

Graduando do Curso de Ciências Biológicas Centro Universitário São Camilo

Natalia Ribeiro Bernardes – nataliabernardes@saocamilo-es.br Prof.ª Centro Universitário São Camilo

Doutoranda em Produção Vegetal com Ênfase em Química de Alimentos Mestre em Produção Vegetal com Ênfase em Química de Alimentos

Pós Graduação em Educação Ambiental Licenciada em Biologia

Curso de Graduação em Ciências Biológicas

Cachoeiro de Itapemirim – ES – 2013

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RESUMO

A educação ambiental é essencial na vida das pessoas, podendo criar uma consciência individual e sensibilizar para uma mudança na forma de pensar, sobre a natureza e tudo que envolve o ser humano. Este trabalho aborda a importância do projeto horta vertical na promoção de uma educação ambiental diferenciada pela prática da produção de hortaliças dentro da escola e posterior uso na merenda escolar, estimulando o envolvimento e satisfação dos alunos na participação das atividades e as possíveis mudanças efetuadas na cultura alimentar. Para verificação de tais fatores foi aplicado questionário em uma escola situada no município de Cachoeiro de Itapemirim-ES, que participaram efetivamente na construção da horta. Os discentes confirmaram a relevância do projeto pela oportunidade de relacionar teoria e prática, incentivar o cuidado com a natureza e produzir conhecimentos mais significativos, além de motivar uma alimentação mais saudável.

Palavras-chave: Horta Vertical; Educação Ambiental; Alimentação Saudável.

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INTRODUÇÃO

A educação ambiental é essencial na vida das pessoas, podendo criar uma consciência individual e sensibilizar para uma mudança na forma de pensar, sobre a natureza e tudo que envolve o ser humano. E a escola é um local privilegiado de opiniões diversas, ideal para propagar novas oportunidades, como a da horta vertical que visa reinventar destinos mais sustentáveis para os resíduos que são produzidos nas relações humanas e repensar no espaço geográfico da população atual, que vem diminuindo constantemente, além de possibilitar uma alimentação saudável, nutritiva e totalmente acessível (GOMES, 2012).

Accioly (2009) ressalta que a horta escolar traduz iniciativas e estratégias que promovem a boa alimentação na escola. O alimento pode ser consumido na merenda e contribuir decisivamente para a melhoria das condições nutricionais de crianças e jovens, diminuindo deficiências nutricionais e outros problemas relacionados ao consumo alimentar inadequado, mantendo e melhorando consideravelmente o desempenho escolar e favorecendo o crescimento e desenvolvimento adequados.

Diante do exposto, a escolha pelo tema em questão decorre da importância do projeto realizado na Escola Estadual Hosana Salles situada no município de Cachoeiro de Itapemirim, no qual permite aos alunos terem uma visão real de práticas voltadas à produção de alimentos através da implantação de uma horta vertical dentro da escola. O projeto possibilita ainda fazer relações entre a teoria e a prática preparando o aluno a uma formação ideal, desperta a criatividade e o interesse em cuidar dos recursos disponíveis na natureza de maneira mais consciente e sustentável. Com tantos benefícios advindos da implantação de uma horta vertical na escola, certamente os alunos terão prazer em comer as hortaliças produzidas, traduzindo mudanças em favor de uma alimentação mais saudável e podendo até propagar as novas descobertas no convívio social desses alunos.

O processo pelo qual as pessoas conseguem compreender como funciona o ambiente, sua importância, como é afetado e como se promove a sua sustentabilidade remete a educação ambiental (DIAS, 2000).

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A educação ambiental não é uma área de conhecimento e atuação isolada, mas com propósito de formar agentes capazes de relacionar a interdependência dos elementos que compõem a estrutura da vida, entender a resposta do ambiente à intervenção do homem, e buscar a prevenção e solução de problemas socioambientais, além de favorecer a igualdade entre as formas de vida e o equilíbrio do planeta (LUIZ, 2009).

Situando a educação ambiental em um contexto mais amplo voltado a educação para a cidadania como elemento determinante para a consolidação de sujeitos ativos na sociedade, percebe-se que o desafio do fortalecimento do ser cidadão para a população em geral, concretiza-se pela possibilidade de cada pessoa ser portadora de direitos e deveres, sendo corresponsável na defesa da qualidade de vida (JACOBI, 2003).

Nas escolas, são comuns exemplos de uma educação ambiental fragmentada, presente apenas nas datas comemorativas, como: Dia da Árvore, Dia do Meio Ambiente, Dia da Água, e outras. São apresentadas e discutidas nessas datas, várias manifestações de comportamento ecologicamente correto, entretanto, passadas as comemorações o que foi discutido é esquecido e todos voltam à rotina normal, não havendo continuidade dos trabalhos e possíveis mudanças na maneira de pensar e agir (LEITE e RODRIGUES, 2011).

Em contrapartida, a educação ambiental crítica assume papel importante, porque rompe com uma visão de educação tecnicista, difusora e repassadora de conhecimentos, convocando a educação a assumir a mediação na construção social de conhecimentos implicados na vida dos sujeitos. Ela atua no cotidiano escolar e não escolar, gerando novas situações de aprendizagem e desafios para a participação na resolução de problemas, buscando uma interação da escola com os ambientes mais próximos, conecta a experiência e os repertórios já existentes com outras que possam gerar novos conceitos e significados para quem se abre à aventura de compreender e se deixar surpreender pelo mundo que o rodeia (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2004).

Diz-se que a educação ambiental dever ser para a sustentabilidade, mas de acordo com Luiz (2009), só é possível constatar se uma determinada

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sociedade ou organização é sustentável quando satisfeitas suas necessidades, não compromete o direito das gerações futuras de atenderem também seus anseios indispensáveis e de herdarem um planeta preservado.

A implantação de uma horta vertical dentro da escola abrange alguns aspectos relevantes do conceito de sustentabilidade difundido por Brasil (2011), tais como:

A prática crucial da sustentabilidade social - visa essencialmente à melhoria da qualidade de vida da população;

Da sustentabilidade ecológica - referente ao uso dos recursos naturais de modo a minimizar danos ecossistêmicos, redução dos resíduos tóxicos e da poluição, reciclagem de materiais e energia, conservação, tecnologias limpas e de maior eficiência e regras para uma adequada proteção ambiental;

Da sustentabilidade espacial - propõe entre outras medidas a adoção de práticas agrícolas mais inteligentes e não agressivas à saúde e ao ambiente;

E de forma mais ampla da sustentabilidade ambiental - inclui toda iniciativa que contribui para a conservação dos territórios, equilíbrio entre espécies, igualdade social e direito as condições básicas para uma vida saudável.

Diante dessas novas perspectivas, se os professores tiverem a iniciativa de tornarem seus alunos conscientes e sensibilizados a nova visão sobre o ambiente em que é preciso repensar e avaliar de maneira diferente as suas atitudes diárias e as suas consequências para o meio, eles próprios se tornarão educadores ambientais em suas casas ou onde estiverem.

Promovendo essas atitudes, uma sequência de ações benéficas, a vida, a natureza e ao futuro serão observadas (EFFTING, 2007).

Além de promover educação ambiental, a implantação da horta estimula uma alimentação mais saudável dos estudantes. Dados do projeto Educando com a Horta Escolar (2009), afirma que a horta escolar possibilita uma relação mais estreita entre o estudante e o alimento, pois o aluno de forma lúdica vivencia o planejamento, o nascimento, o crescimento, a coleta e a sua

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preparação. Exerce ainda, influência sobre a cultura alimentar das crianças que após a convivência com a horta na escola, mudam os hábitos de toda a família, porque começam a pedir que algumas verduras e legumes sejam incluídos nas refeições. Com isso, muitas famílias implantam hortas também nos quintais de casa, principalmente com garrafas PET, e passam a buscar mais informações sobre as hortaliças regionais, o modo de preparo e o aproveitamento integral das mesmas (BRASIL, 2009).

É possível promover uma nova cultura alimentar nas escolas utilizando a educação ambiental como referência, oportunizando conhecer a importância dos alimentos com maior valor nutricional, a higienização e o consumo. A elaboração de cardápios ricos e nutritivos garante a importante função da merenda escolar na formação da criança, com uma vida mais saudável e com uma aprendizagem mais significativa (PIMENTA E RODRIGES, 2011).

De acordo com Silva (2011) o desenvolvimento do projeto de uma horta escolar assume importância fundamental, pois além de reforçar e enriquecer a merenda escolar ao mesmo tempo possibilita a mudança de hábitos e gostos alimentares, incentiva o plantio primário como nas hortas domésticas e coloca o aluno dos centros urbanos em contato com o solo.

Um laboratório vivo pode ser criado inserindo a horta no ambiente escolar, o que viabiliza o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas em educação ambiental e alimentar, integrando teoria e prática, além de complementar a merenda escolar com uma variedade de alimentos (AZARIO E MARTINS, 2012).

Outro aspecto a ser considerado na concretização da horta escolar é a importância nutricional das hortaliças produzidas em função de uma alimentação saudável. Para Muniz et al. (2013), apesar do consumo insuficiente de frutas e hortaliças ser considerado um risco para a saúde, tal prática ainda é observada tanto em países desenvolvidos quanto em países subdesenvolvidos. A (OMS) Organização Mundial de Saúde, (2013) estipula como adequado o consumo mínimo de 400 gramas diárias destes alimentos, equivalente a cinco porções diárias. Contudo, apenas uma minoria da

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população atinge a recomendação diária indicada, e principalmente entre os indivíduos mais jovens o consumo é ainda menor.

O interesse ou compromisso dos jovens em alterar determinado comportamento alimentar, deixar de consumir ou passar a preferir um determinado alimento, pode ser influenciado por informações obtidas por profissionais, amigos, familiares e meios de comunicação, pelas atitudes face ao alimento e pelo reforço social obtido com o novo comportamento (VIANA e GUIMARÃES, 2008).

Para que haja um melhor entendimento do termo horta vertical, deve- se pensar nas moradias atuais dos centros urbanos, apartamentos ou casas com quintais pequenos e quase sempre revestidos de concreto. Diante dessa realidade, o método da horta vertical orgânica surgiu como alternativa a ser implantada por aqueles que tiverem condições mínimas de aproveitamento do espaço, utilizando melhor o espaço aéreo com o cultivo em recipientes adequados e mantendo as características principais do cultivo orgânico, livre de agrotóxicos (BORGES, 2013).

A preocupação com o cuidado do meio ambiente é cada vez maior frente aos grandes problemas ambientais da atualidade o que impõe a sociedade buscar formas simples e eficazes de educar para a preservação da natureza, principalmente através da transformação de pequenas ações em resultados saudáveis e criativos. Um exemplo prático dessa proposta é o desenvolvimento de uma horta vertical utilizando garrafas PET, uma das maiores poluidoras de matas, rios e córregos, que pode levar até 800 anos para ser degradada na natureza (SIEPE, 2012).

Desse modo, fica evidente a intencionalidade desse trabalho, realizado a partir da elaboração e implantação de uma horta vertical, com a reutilização de garrafas PET como jardineiras na produção de hortaliças e com o aproveitamento da água destinada à irrigação. Acredita-se que proporcionando um espaço dentro da escola para plantar e colher alimentos saudáveis de maneira inteligente e sustentável seja possível levar os alunos a uma reflexão mais madura sobre o meio ambiente, estimular o compromisso e cuidado com

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a natureza visando o próprio bem estar e também de outras pessoas, além de fortalecer a merenda escolar diminuindo os custos.

MATERIAL E MÉTODOS

Para execução do projeto de implantação da horta vertical, foi realizado contato com o responsável pela Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Professora Hosana Salles”, situada no bairro Aeroporto, município de Cachoeiro de Itapemirim - ES, para solicitar devida autorização e apoio ás atividades realizadas. O projeto contou com a participação de 28 alunos do projeto “Mais Tempo na Escola”, dos níveis fundamental e médio da referida Instituição, além da colaboração da professora de Ciências/Biologia e da pedagoga responsável.

Na concretização da horta utilizou-se: 200 garrafas PET com capacidade acima de 2 litros; 6 bandejas com 128 mudas de hortaliças em cada uma delas, sendo uma de cada variedade (rúcula, cebolinha, salsa, tomate italiano, couve e beterraba); e 1 Kit para aproveitamento de água da chuva, com caixa d’água, calhas para o telhado e encanamento.

1. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO HORTA VERTICAL:

Apresentação do projeto aos alunos;

Para a execução deste trabalho foi realizado palestra com objetivo de esclarecer à importância da horta no incentivo a produção de novos conhecimentos na produção de hortaliças de maneira eficiente e sustentável, e produção de alimentos saudáveis de grande valor nutricional para o consumo na merenda, além de informar sobre os recursos e materiais necessários ao cultivo da horta.

Atividade de recreação da horta através de desenhos;

Nesta atividade foi pedido para que os alunos ilustrassem o espaço da horta através das informações que eles obtiveram na aula de apresentação e considerando as opiniões de cada um, com o objetivo de propiciar um momento de descontração e despertar a criatividade.

Campanha de arrecadação de materiais;

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Para confecção da horta foram arrecadados diversos materiais para reutilização, tanto orgânicos para produção de adubo, quanto inorgânicos, como garrafas PET, latas e outros.

Montagem da horta;

Para a montagem da horta, esta foi realizada nos muros da escola, 8 metros no total, com escala para participação de todos os alunos (Fig.1). Os estagiários juntamente com a professora responsável, ensinaram aos alunos como preparar a estrutura para receber as mudas atentando para o correto manuseio dos materiais.

Figura 1. Montagem da horta nos muros da escola

Preparação da terra;

Após uma aula teórica sobre plantio, os alunos começaram a preparar a terra afofando-a e destorroando-a. Adubaram com o adubo orgânico produzido com restos alimentares trazidos de casa na campanha de arrecadação.

Plantio das hortaliças;

Durante a etapa de plantio das hortaliças, os alunos plantaram as mudas nos recipientes feitos com garrafas PET (Fig. 2) e regaram utilizando o sistema de captação de águas pluviais. Para manutenção foi montado cronograma de revezamento pelos 28 alunos envolvidos para que as mudas fossem regadas ao menos uma vez ao dia durante os dias letivos.

(10)

Figura 2. Plantando as mudas nos recipientes de garrafas PET

A colheita das hortaliças não será contemplada no trabalho em questão, devido estar prevista para acontecer entre os meses de dezembro de 2013 a fevereiro de 2014, de acordo com cada espécie cultivada.

Vale relatar que no decorrer do projeto foi desenvolvida uma atividade extra também com o auxílio dos alunos, o plantio de mudas frutíferas em vasos de cimento que a escola já havia adquirido (Fig. 3).

Figura 3. Plantio das mudas frutíferas

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A fim de avaliar se os objetivos do trabalho foram alcançados, foi aplicado um questionário aos 28 alunos do projeto Mais Tempo na Escola que participaram efetivamente na implantação da horta (Anexo 1).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A fim de se conhecer a relação dos alunos com a Educação Ambiental e com a implantação do projeto, foi realizado um questionário (Anexo 1) de onde foram relatados as experiências que seguem abaixo (Figura 4).

32,14%

42,86%

17,86%

7,14%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Ruim Regular Boa Ótima

Figura 4. Opinião dos alunos sobre as aulas de ciências abordando a Educação Ambiental

Através da Figura é possível observar que apenas 42,86% dos alunos disseram que as aulas de ciências abordando a Educação Ambiental são regulares, e (32,14%) optaram por ruins, sendo que somente (17,86%) declaram que as referidas aulas são boas ou ótimas (7,14%), evidenciando não estarem totalmente satisfeitos com a qualidade das aulas envolvendo Educação Ambiental. Esse resultado também foi apresentado por Leite e Rodrigues (2011), que abordaram que nas escolas são comuns exemplos de uma educação ambiental fragmentada, presente apenas nas datas comemorativas, entretanto, passadas as comemorações o que foi discutido é esquecido e todos voltam à rotina normal, não havendo continuidade dos trabalhos e possíveis mudanças na maneira de pensar e agir.

(12)

Nesse contexto, procurou-se verificar se os alunos tem maior preferência por aulas teóricas ou práticas, em sua escola (Figura 5).

7,14%

92,86%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Teóricas Práticas

Figura 5. Preferência dos alunos em relação às aulas

A preferência dos alunos por aulas práticas como mostrado na Figura 5 (92,86%), revela que a iniciativa de implantar uma horta escolar oportunizando aos alunos a relação da teoria com a prática é uma escolha produtiva.

Buscou-se ainda entender melhor a opinião dos alunos sobre a importância da realização de aulas práticas na escola (Figura 6).

(13)

0,00%

23,43% 28,57%

50,00%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

A B C D

Figura 6. Importância da realização de aulas práticas

A realização de aulas práticas é importante, na opinião dos alunos, sendo que foi dada uma ênfase maior ao fato delas estimularem o aprendizado e a vivência das novas descobertas no cotidiano (50%), o que corrobora com o conceito de educação crítica difundida pelo Ministério do Meio Ambiente (2004) onde atua no cotidiano escolar e não escolar, gerando novas situações de aprendizagem e desafios para a participação na resolução de problemas, buscando uma interação da escola com os ambientes mais próximos, conecta a experiência e os repertórios já existentes com outras que possam gerar novos conceitos e significados. Além disso, considera-se também a importância deste tipo de aula como estimulo a uma melhor compreensão do assunto (28,57) e a possibilidade de sair da rotina imposta pelas aulas teóricas (23,43%).

Dando maior enfoque ao projeto realizado questionou-se a percepção dos alunos sobre a implantação da horta vertical na escola (Figura 7).

A - Não considera importante B - São

importantes, pois permitem sair da rotina

C - São

importantes, pois estimulam a compreensão D - São importantes para o aprendizado e experiência cotidiana

(14)

3,57%

17,86%

14,29%

64,28%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

A B C D

Figura 7. Benefícios com a implantação da horta

Grande parte dos alunos (96,43%) identifica benefícios com a implantação da horta vertical, sendo que somente (3,57%) não os reconhecem, para os demais esse método de cultivo ajuda à escola a reduzir os custos com a merenda escolar (14,29%), possibilita o conhecimento de uma técnica diferenciada de plantio (17,86%), além de promover uma educação voltada para prática aproveitando as condições de espaço do local (64,28%). Esses dados corroboram com Borges (2013), que ressalta que o método da horta vertical surgiu como alternativa a ser implantada por aqueles que tiverem condições mínimas de aproveitamento do espaço, utilizando melhor o espaço aéreo com o cultivo em recipientes adequados e mantendo as características principais do cultivo orgânico.

Outra questão abordada foi se a relação direta com os alimentos da horta favorece para que os alunos sejam estimulados ao consumo das hortaliças plantadas (Figura 8).

A - Não percebo nenhum benefício B - Conhecimento de uma técnica diferenciada de plantio

C - Redução dos custos com a merenda escolar D - Educação para a prática e aproveitamento do espaço

(15)

53,57%

28,57%

10,72%

7,14%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

A B C D

Figura 8. Relação entre o contato com os alimentos da horta e o incentivo ao consumo das hortaliças

O contato direto com as hortaliças plantadas na horta vertical estimula o seu consumo devido a possibilidade dos alunos conhecerem os métodos de produção e a importância delas na alimentação (53,57%), pelo interesse despertado em comer o alimento produzido pelos próprios alunos (28,57%) e, porque incentiva o apreço pela natureza com o que ela pode oferecer (10,72%). Segundo Brasil (2009) a implantação de uma horta escolar promove Educação Ambiental e estimula uma alimentação mais saudável dos estudantes porque possibilita uma relação mais estreita com o alimento, visto que o aluno de forma lúdica vivencia o planejamento, o nascimento, o crescimento, a coleta e a sua preparação. No entanto, há quem não tenha sido estimulado pelo contato direto com a horta devido não apreciarem este tipo de alimento (7,14%).

Salientou-se a frequência com que os alunos consomem os tipos de alimento produzidos na horta, em suas refeições (rúcula, cebolinha, salsa, tomate italiano, couve e beterraba) (Figura 9).

A - Sim , pelo conhecimento adquirido e importância na alimentação B - Sim, surge interesse em comer o alimento

produzido

C - Sim, porque faz apreciar a natureza e o que ela pode oferecer

D - Não, porque não aprecio este tipo de alimento

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14,29%

53,57%

25,00%

7,14%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Diariamente Às vezes Quase nunca Nunca Figura 9. Frequência do consumo de hortaliças

De acordo com Muniz et al. (2013) a Organização Mundial de Saúde (OMS), estipula como adequado o consumo mínimo de 400 gramas diárias de hortaliças e frutas, equivalente a cinco porções diárias. Contudo, apenas uma minoria da população atinge a recomendação diária indicada, e principalmente entre os indivíduos mais jovens o consumo é ainda menor. Tal prática pode ser observada entre os alunos questionados visto que (53,57%) deles só consomem hortaliças às vezes, (25%) quase nunca consomem e (7,14%) não possuem o hábito de ingerir hortaliças, sendo que somente (14,29%) dos alunos questionados consomem das espécies de hortaliças produzidas na horta diariamente conforme indicado pela OMS.

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92,86%

7,14%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Sim Não

Figura 10. Pretensão de consumo das hortaliças produzidas na horta

Entretanto (92,86%) dos alunos pretende consumir as hortaliças assim que forem oferecidas na merenda escolar como mostra a (Figura 10) demonstrando que o interesse ou compromisso dos jovens em alterar determinado comportamento alimentar, deixar de consumir ou passar a preferir um determinado alimento, pode ser influenciado por informações obtidas por profissionais, amigos, familiares e meios de comunicação, pelas atitudes face ao alimento e pelo reforço social obtido com o novo comportamento (VIANA e GUIMARÃES, 2008).

Foram observados no questionário quais os conteúdos ou práticas ganharam maior destaque na implantação da horta vertical (Figura 11).

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0,00%

10,71%

67,86%

21,43%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

A B C D

Figura 11. Aspectos mais importantes na implantação da horta

Destaca-se com a realização do projeto na escola “Hosana Salles” a importância dada pelos alunos ao cuidado com a natureza e alimentação saudável (67,86%), às noções de plantio e aproveitamento do espaço (21,43%) e também ao trabalho realizado em equipe (10,71%).

Baseado nos dados coletados acredita-se na relevância dos benefícios alcançados com a implantação da horta, como economia de espaço, praticidade e cuidado com o meio ambiente, destacando que o custo para a produção de uma horta com cerca de quatro pets é muito baixo, em média R$

2,00, obtendo retorno ágil e após a colheita toda a estrutura montada pode ser reutilizada, inclusive a terra adubada (ARAÚJO, 2013).

A - Higiene e saúde

B - Trabalho em equipe

C - Cuidado com a natureza e alimentação saudável D - Noções de plantio e aproveitamento do espaço

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O foco de estudo deste trabalho foi destacar a importância do projeto horta vertical na realização de uma proposta de educação ambiental diferenciada em que os alunos relacionam teoria e prática na produção de alimentos que serão utilizados na merenda escolar possibilitando uma alimentação mais saudável.

Os alunos consideram regulares as aulas de ciências abordando a educação ambiental. Preferem aulas práticas, principalmente pelo fato delas estimularem o aprendizado e proporcionarem que as novas descobertas possam ser levadas para o cotidiano, o que evidencia a importância de ir além do espaço da sala de aula através de atividades como a implantação da horta vertical que pode agregar conhecimentos mais significativos e prazerosos na vida do aluno. Os relatos mostram que os discentes percebem os benefícios da implantação da horta vertical, que além de promover educação para a prática aproveita as condições mínimas de espaço do local, observam ainda a importância do projeto realizado no cuidado com a natureza e na alimentação saudável, constatando a horta como uma maneira eficiente de trabalhar a educação ambiental nas escolas. Quando o aluno tem a oportunidade de conhecer e participar dos métodos de produção dos alimentos associando à sua importância na alimentação as chances dele passar a consumir esses alimentos são evidentemente maiores, visto que a maior parte dos alunos consome hortaliças, em suas refeições, com pouca frequência mas pretendem mudar essa realidade passando a ingerir esses alimentos constantemente, inclusive na merenda escolar.

A escola é um ambiente crucial na disseminação de ideias e valores na vida das pessoas. Assim sendo, seria de grande valia que os professores adotassem maneiras diferentes de trabalhar os conteúdos valorizando as práticas que motivam e alcançam melhores resultados, observando contudo as peculiaridades de cada escola e as possibilidades existentes.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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(23)

ANEXO 1

1) Como são as suas aulas de Ciências abordando a Educação Ambiental?

( ) Ruim ( ) Regular ( ) Boa ( ) Ótima 2) Você prefere aulas de que tipo?

( ) Teóricas ( ) Práticas

3) Dê a sua opinião sobre a importância da realização de aulas práticas em sua escola.

( ) Não considero importante a realização de aula práticas

( ) São importantes, pois possibilitam ao aluno sair da rotina das aulas teóricas

( ) São importantes porque estimulam uma melhor compreensão do assunto em questão

( ) São importantes porque além de estimular o aprendizado, as novas descobertas podem ser levadas para o dia a dia do aluno

4) Quais benefícios você percebe com a implantação da horta vertical em sua escola.

( ) Não percebo nenhum beneficio

( ) Possibilita o conhecimento de uma técnica diferenciada de plantio ( ) Ajuda a escola a reduzir os custos com a merenda escolar

( ) Promove uma educação para a prática e aproveita as condições de espaço do local

5) A relação direta com os alimentos da horta favorece para que os alunos sejam estimulados ao consumo das hortaliças plantadas? Por que?

( ) Sim , através do conhecimento de como foram produzidas e de como são importantes na alimentação

( ) Sim, é interessante comer um alimento no qual se pode ajudar na produção

( ) Sim, porque nos faz apreciar a natureza e o que ela pode oferecer ( ) Não, a horta não me estimula porque não aprecio este tipo de alimento

(24)

6) Com que frequência você consome os tipos de alimento produzidos na horta, em suas refeições (rúcula, cebolinha, salsa, tomate italiano, couve e beterraba).

( ) Diariamente ( ) Às vezes ( ) Quase nunca ( ) Nunca

7) Você pretende consumir estes alimentos com frequência assim que forem ofertados na merenda escolar.

( ) Sim ( ) Não

8) Quais os conteúdos ou práticas foram mais importantes na implantação da horta vertical.

( ) Higiene e saúde ( ) Trabalho em equipe

( ) Cuidado com a natureza e alimentação saudável ( ) Noções de plantio e aproveitamento do espaço

Referências

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