Curso Avançado em IC
Módulo 2
Tratamento da Insuficiência Cardíaca com Fracção de Ejecção Reduzida
Sara Gonçalves
Serviço de Cardiologia Centro Hospitalar de Setúbal Porto, 9 de Junho de 2018
Caso 1
Homem, 71 anos
Antecedentes Patológicos:
# EAM anterior em 2009 - angioplastia da DAm
# HTA
# Dislipidémia
# Doença arterial periférica
Medicação:
# ASP 100 id, lercanidipina 10mg id, ramipril 2.5mg id, atorvastatina 40mg id
Caso Clínico 1
Doença Actual:
Dispneia de esforço desde há 3 meses
Agravamento há 2 semanas com dispneia para pequenos esforços (não consegue subir 1 lance de escadas)
Sem ortopneia, dispneia paroxística nocturna
Sem angor
Caso Clínico 1
Exame Objectivo:
Peso 80kg Altura de 1,76m
PA 127/78mmHg
FC de 95bpm
Sat O2 de 97%
Ingurgitamento jugular
AC S1+S2 ritmicos, sopro sistólico grau III/VI no apex
AP com fervores crepitantes nas bases
Hepatomegalia 2cm abaixo rebordo costal
Edema bilateral dos membros inferiores Godet ++/++++
Caso Clínico 1
Exames Complementares de Diagnóstico:
Avaliação Analítica
Caso Clínico 1
Variáveis Valores
Hemoglobina (g/dL) 12,5
Creatinina (mg/dL) 1,8
TFG (ml/min/1.73m2) 44
Na (meq/L) 132
K (meq/L) 4,1
NT-proBNP (pg/mL) 2400
Caso Clínico 1
Exames Complementares de Diagnóstico :
ECG
I
II
III
aV R
aV L
aV F
V 1
V 2
V 3
V 4
V 5
V 6
II L ucas, E stela
18059852 2 8 .0 5 .2 0 1 8 1 0 : 5 6 : 4 2
C e n tr o H o s p i tal a r d e S etú b a l S e rv i ç o d e U rg ê n c i a S e tú b a l
QRS: 90 ms
QT / QTcBaz: 386 / 474 ms
PQ: 180 ms
P: 108 ms
RR / PP: 656 / 659 ms P / QRS / T:-6 / -10 / 148 Graus
91 /min -- / -- mmHg
GE MAC2000 1.1 12SL ™ v241 25 mm/s 10 mm/mV SAD 0.56-20 Hz 50 Hz 4x2.5x3_25_R1 1/1
Caso Clínico 1
Exames
Telerradiografia de Tórax
Caso Clínico 1
Exames Complementares de Diagnóstico :
Ecocardiograma Transtorácico
Caso Clínico 1
Exames Complementares de Diagnóstico :
Ecocardiograma Transtorácico
Caso Clínico 1
Exames Complementares de Diagnóstico :
Ecocardiograma Transtorácico
Caso Clínico 1
Exames Complementares de Diagnóstico :
Ecocardiograma Transtorácico
Caso Clínico 1
Exames Complementares de Diagnóstico :
Ecocardiograma Transtorácico
Caso Clínico 1
Exames Complementares de Diagnóstico :
Ecocardiograma Transtorácico
Ventrículo Esquerdo dilatado, com compromisso moderado a grave da função sistólica global (Fracção de Ejecção por método Simpson de 30%). Acinésia inferior, da parede infero-lateral, segmento médio e apical da parede lateral e ápex.
Aurícula Esquerda dilatada. Volume de 39ml/m2.
Cavidades direitas não dilatadas. Boa função sistólica do ventrículo direito.
TAPSE= 18mm.
Insuficiência mitral grave funcional
Válvula aórtica sem alterações relevantes.
Válvula tricúspide com insuficiência ligeira.
Hipertensão pulmonar ligeira. PSAP= 36mmHg
Veia cava inferior não dilatada mas com cinética respiratória diminuída.
Sem derrame pericardico
Caso Clínico 1 – Questão 1
Qual o diagnóstico?
A) Insuficiência Cardíaca com Fracção de ejecção Reduzida – NYHA II
B) Insuficiência Cardíaca com Fracção de ejecção intermédia – NYHA II
C) Insuficiência Cardíaca com Fracção de ejecção Reduzida – NYHA III
D) Insuficiência Cardíaca com Fracção de ejecção preservada – NYHA II
Caso Clínico 1 – Questão 1
Qual o diagnóstico?
A) Insuficiência Cardíaca com Fracção de ejecção Reduzida – NYHA II
B) Insuficiência Cardíaca com Fracção de ejecção intermédia – NYHA II
C) Insuficiência Cardíaca com Fracção de ejecção Reduzida – NYHA III
D) Insuficiência Cardíaca com Fracção de ejecção preservada – NYHA II
Caso Clínico 1 – Questão 2
O que fariam?
A) Furosemida 40mg id B) Espironolactona 25mg C) Iniciar metolazona 5mg id
D) Associar hidroclorotiazida a ramipril
Caso Clínico 1 – Questão 2
O que fariam?
A) Furosemida 40mg id
B) Espironolactona 25mg C) Iniciar metolazona 5mg id
D) Associar hidroclorotiazida a ramipril
Reduzir mortalidade (global e CV)
Prevenir (re)hospitalizações por IC
Melhorar estado clínico, capacidade funcional e qualidade de vida
Objetivos no tratamento do doente com IC
20
Monitorizar e tratar a congestão
Implementar terapêuticas modificadoras de prognóstico
Intervenções não farmacológicas
Controlar comorbilidades
Identificar e tratar a etiologia
21
Objetivos no tratamento do doente com IC
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22
Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891- 975.
Versão Portuguesa “RECOMENDAÇÕES DE 23
BOLSO DA ESC” preparada pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia de Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891-975
Alívio de Congestão - Diuréticos
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IC = Insuficiência Cardíaca; NYHA = New York Heart Association;
aClasse de recomendação. bNível de evidência Versão Portuguesa “RECOMENDAÇÕES DE BOLSO DA ESC” preparada pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia de Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891-975
Alívio de Congestão - Diuréticos
Diuréticos
25
Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891-975
Aspetos práticos com o uso de diuréticos:
26 Como Usar? Usar apenas na presença de congestão e na dose
mínima necessária
Monitorizar a função renal e o ionograma
(K+>4mEq/L e Mg 2+>2mEq/L)
antes de iniciar, 1-2 sem após início e após cada ↑ dose
1ª linha: diuréticos de ansa
2ª linha: metolazona(eficácia mantida mesmo com TFG baixas, semivida + longa, uso diário com > vigilância até melhoria e depois em dias alternados)
Aspetos práticos com o uso de diuréticos:
27 Como Usar? Nos doentes com IC-FEr usar sempre em associação com
terapêutica neuro-hormonal (antagonistas SRAA e SNS)
Ensino ao doente para ajuste da dose
Diuréticos: complicações mais frequentes
28 Hipotensão o ↓ diurético (se congestão -) ou ↓ vasodilatador (se
congestão +)
Hipocaliémia Hipomagnasémia
o ↑ IECA/ARAII/ARNI ou MRA; suplementos K+ e Mg2+
Hiponatrémia o ↓ diurético (se congestão -) ou restrição hídrica com ↑ diurético (se congestão +)
Diuréticos: complicações mais frequentes
29 Gota alopurinol (profilaxia), colchicina (terapêutica);
evitar AINEs
Resistência aos diuréticos:
avaliar complianceterapêutica e restrição hídrica
usar doses + elevadas, aumentar nº tomas e/ou associar outro diurético (metolazona, MRA)
ponderar furosemida iv (em regime de ambulatório)
Insuficiência Renal
excluir hipovolémia/desidratação
excluir uso concomitante de nefrotóxicos (AINEs…)
se necessário suspender MRA ou reduzir dose IECA/ARAII
Diuréticos:
Redução congestão e alívio sintomático
Dose mínima necessária
Possibilidade de “autogestão de dose”
1ª linha – diurético de ansa
Doente com resistência a diuréticos:
Associar metolazona
Diurético EV
Mensagens Chave
Caso Clínico 1 – Questão 3
Que outras alterações fariam?
A) Iniciar bisoprolol 5mg id B) Aumentar ramipril 2,5mg 2 id C) Parar lercanidipina 10mg
D) Não aumentar ramipril pelo valor creatinina E) B e C
Caso Clínico 1 – Questão 3
Que outras alterações fariam?
A) Iniciar bisoprolol 5mg id B) Aumentar ramipril 2,5mg 2 id C) Parar lercanidipina 10mg
D) Não aumentar ramipril pelo valor creatinina E) B e C
Monitorizar e tratar a congestão
Implementar terapêuticas modificadoras de prognóstico
Intervenções não farmacológicas
Controlar comorbilidades
Identificar e tratar a etiologia
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Objetivos no tratamento do doente com IC
O declínio da função sistólica conduz à ativação dos três principais sistemas neurohormonais
1Ang=angiotensina; R-AT1=recetor tipo 1 da angiotensina II;
IC=insuficiência cardíaca; PNs=péptidos natriuréticos; RPNs=recetor dos péptidos natriuréticos; SRAA=Sistema renina-angiotensina-aldosterona
SINTOMAS
&
PROGRESSÃO DA IC-FER
Sistema nervoso simpático
Epinefrina Norepinefrina
α1, β1, β2 recetores Vasoconstrição Atividade SRAA Vasopressina Frequência Cardíaca Contratibilidade
Sistema renina- angiotensina-aldosterona
Vasoconstrição Pressão arterial Tónus simpatico Aldosterona Hipertrofia Fibrose Ang II R-AT1
Sistema dos péptidos natriuréticos
1.McMurray et al. Eur Heart J 2012;33:1787–847 Adaptado de Levin et al. N Engl J Med 1998;339:321–8; Nathisuwan & Talbert. Pharmacotherapy 2002;22:27–42;
Kemp & Conte. Cardiovascular Pathology 2012;365–71; Schrier & Abraham. N Engl J Med 2009;341:577–85
Vasodilatação Pressão arterial Tónus simpatico Natriurese/diurese Vasopressina Aldosterona Fibrose Hipertrofia
RPNs PNs
Moduladores do SRAA (IECA, ARA, MRA)
β- bloqueantes
Inibidores da neprilisina
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Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891- 975.
Inibidores da enzima de conversão da angiotensina - IECA
ARM = antagonista dos recetores dos mineralocorticoides; IC = insuficiência cardíaca; IECA = inibidor da enzima de conversão da angiotensina; IC- FEr = insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida. aClasse de recomendação. bNível de evidência. cOu ARA se o IECA não for tolerado/contraindicado.
Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891-
975. 36
Versão Portuguesa “RECOMENDAÇÕES DE BOLSO DA ESC” preparada pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia de Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891-975
Principais ensaios clínicos na IC-FER
SOLVD-T1(1991)
N=2.569
Benefícios principais do enalapril (IECA) vs placebo:
•16% mortalidade por todas as causas
1990 2000
CHARM-Alternative4(2003) N=2.028
Benefícios principais do candersatan(ARA) vs placebo:
•23% mortalidade CV ou hospitalizações por todas as causas
CHARM-Added5(2003) N=2.548
Benefícios principais do candersatan(ARA) vs placebo:
•15% mortalidade CV ou hospitalizações por todas as causas
1.SOLVD Investigators. N Engl J Med 1991;325:293–302; 2. CONSENSUS Study Group. N Engl J Med 1987;316:1429–35 3.CIBIS-II Investigators. Lancet 1999;353:9–13; 3. Granger et al. Lancet 2003;362:772−6; 4. McMurray et al. Lancet 2003;362:767–71; 5.
Swedberg et al. Lancet 2010;376:875–85; 6. Zannad et al. N Engl J Med 2011;364:11–21; 7. McMurray et al. N Engl J Med 2014;371:993–1004
IECA ARA
ECA: enzima de conversão da angiotensina; Ang: angiotensina; ARNI: inibidor do recetor da angiotensina e da neprilisina; AT1R: recetor angiotensina II tipo 1; IC: insuficiência cardíaca; IC-FER:
insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida; IECA=inibidor da enzima de conversão da angiotensina; ARA=antagonistas dos receptores da angiotensina; CV: cardiovascular;
MRA=antagonistas dos receptores mineralocorticóides; PARADIGM-HF: Prospective comparison of ARNI with ACEI to Determine Impact on Global Mortality and morbidity in Heart Failure
CONSENSUS2 (1987)
N=2.569 (NYHA – IV) Benefícios principais do enalapril (IECA) vs placebo:
•40% mortalidade por todas as causas
The CONSENSUS Trial Study Group. NEJM 1987;316:1429-35 The SOLVD Investigators. NEJM 1991;325:293-302
Enalapril, Lisinopril, Ramipril, Trandolapril, Captopril
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Inibidores da enzima de conversão da angiotensina - IECA
ARM = antagonista dos recetores dos mineralocorticoides; IC = insuficiência cardíaca; IECA = inibidor da enzima de conversão da angiotensina; IC- FEr = insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida. aClasse de recomendação. bNível de evidência. cOu ARA se o IECA não for tolerado/contraindicado.
Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891- 975.
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Versão Portuguesa “RECOMENDAÇÕES DE BOLSO DA ESC” preparada pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia de Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891-975
Antagonistas dos receptores da angiotensina II - ARA
ARA = antagonista do recetor da angiotensina;
ARM = antagonista dos recetores dos mineralocorticóides; IECA = inibidor da enzima de conversão da angiotensina; IC = insuficiência cardíaca; NYHA = New York Heart Association.
aClasse de recomendação. bNível de evidência.
Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891-
975. 40
Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891- 975.
41 Como Usar? Avaliar a função renale os eletrólitos
Começar com uma baixa dose
Duplicara dose em intervalos não inferiores a 2 semanas em ambulatório. Uma titulação mais rápida pode ser feita em doentes hospitalizados ou que estejam monitorizados de perto
O objetivo deve ser a dose alvo, ou a dose máxima tolerada (algum IECA/ARA é melhor do que nenhum IECA/ARA)
Reavaliar a bioquímica (função renal / ionograma) 1-2 semanas após o início e 1-2 semanas após o final da titulação da dose
Monitorizar bioquímica de 4 em 4 meses após essa fase
Regras práticas para o uso de IECA e ARA-II em doentes com IC-FEr
1Regras práticas para o uso de IECA e ARA-II em doentes com IC-FEr
1Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891- 975.
42 Hipotensão Arterial
Assintomática
Não requer habitualmente nenhuma alteração na terapêutica
Hipotensão Arterial Sintomática
Tonturassão comuns e frequentemente melhoram com o tempo
Reconsiderar a necessidade de nitratos, bloqueadores dos canais de cálcio e outros vasodilatadorese reduzir dose / suspender, se possível
Se não houver sinais ou sintomas de congestão, considerar reduzir a dose diurética
Tosse A tosse também é um sintoma de edema pulmonar, que deve ser excluído quando ocorre tosse de novo em agravamento
A tosse relacionada com os IECAsnem sempre requer descontinuação do tratamento
Quando tosse signficativa ocorre e que esteja provada estar relacionada com os IECAs (desaparece com a suspensão e recorre após recomeço de IECA), substituição por um ARA está recomendada
Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891- 975.
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Regras práticas para o uso de IECA e ARA-II em doentes com IC-FEr
1Contra-indicações
Estenose bilateral da artéria renal
História de angioedema
Gravidez/ risco de gravidez
Reação alérgica ou outra reação adversa conhecidas (droga-específica) Precauções
Hipercaliémiasignificativa (potássio sérico > 5.0 mmol/L)
Disfunção renal significativa (creatinina > 2.5 mg/dL ou eGFR < 30 mL/min/1.73 m2)
Hipotensão sintomática ou assintomáticaseveras (PA sistólica < 90 mmHg)
Interações medicamentosas a procurar:
Suplementos de potássio / diuréticos poupadores de potássio (ex.
amiloride e triantereno)
Antagonistas dos receptores dos mineralocorticóides / Inibidores da renina
AINEs
Trimetoprim/sulfametoxazol
Substitutos do sal com alto conteúdo em potássio
IECA/ARA
Terapêutica modificadora de prognóstico
Procurar atingir dose alvo – maior benefício; retirar medicação sem impacto prognóstico
Tolerar hipotensão assintomática
Vigilância ionograma e função renal
Mensagens Chave
Evolução: 2 semanas depois
NYHA II
Peso: 80kg77,6kg
Sem ingurgitamento jugular
PA 109/71mmHg
FC de 88 bpm
AP com fervores crepitantes bibasais
Melhoria do edema periférico – Godet +
Medicação:
Furosemida 40mg id
Ramipril 2.5mg 2id
ASP, atorvastatina
Caso Clínico 1
Caso Clínico 1 – Questão 4
Que atitute terapêutica tomariam?
A) Repetir avaliação analítica e iniciar B.Bloqueante B) Repetir avaliação analítica e iniciar ivabradina por
não ter margem tensional para titular IECA ou B.Bloqueante
C) Repetir avaliação analítica e iniciar espironolactona 12,5mg
D) Repetir avaliação analítica e aumentar diurético
Caso Clínico 1 – Questão 4
Que atitute terapêutica tomariam?
A) Repetir avaliação analítica e iniciar B.Bloqueante B) Repetir avaliação analítica e iniciar ivabradina por
não ter margem tensional para titular IECA ou B.Bloqueante
C) Repetir avaliação analítica e iniciar espironolactona 12,5mg
D) Repetir avaliação analítica e aumentar diurético
Caso Clínico 1 – Questão 5
Que B-bloqueante iniciariam?
A) Carvedilol 6.25mg bid B) Bisoprolol 5mg id C) Metoprolol 50 mg bid D) Carvedilol 25mg bid
Caso Clínico 1 – Questão 5
Que B-bloqueante iniciariam?
A) Carvedilol 6.25mg bid
B) Bisoprolol 5mg id C) Metoprolol 50 mg bid D) Carvedilol 25mg bid
Heart Academy | Treino Avançado em IC-FEr
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Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891- 975.
US Carvedilol HF Study Group. NEJM 1996;334:1394-55
CIBIS-II Investigators. Lancet 1999;353:9-13
Carvedilol, Bisoprolol, Nebivolol
51
Betabloqueantes
Betabloqueantes
ARA = antagonista do recetor da angiotensina;
ARM = antagonista dos recetores dos mineralocorticóides; IECA = inibidor da enzima de conversão da angiotensina; IC = insuficiência cardíaca; NYHA = New York Heart Association.
aClasse de recomendação. bNível de evidência.
Versão Portuguesa “RECOMENDAÇÕES DE 52
BOLSO DA ESC” preparada pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia de Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891-975
ARA = antagonista do recetor da angiotensina;
ARM = antagonista dos recetores dos mineralocorticóides; IECA = inibidor da enzima de conversão da angiotensina; IC = insuficiência cardíaca; NYHA = New York Heart Association.
aClasse de recomendação. bNível de evidência.
Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891- 975.
53
Betabloqueantes
ARA = antagonista do recetor da angiotensina;
ARM = antagonista dos recetores dos mineralocorticóides; IECA = inibidor da enzima de conversão da angiotensina; IC = insuficiência cardíaca; NYHA = New York Heart Association.
aClasse de recomendação. bNível de evidência.
Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891-
975. 54
Betabloqueantes - Classificação
β-bloqueante
Não selectivo
Propanolol, Timolol, Nadolol
Com actividade bloqueante α
Labetalol, Carvedilol
Selectivo β-1
Bisoprolol, Nebivolol, Metoprolol, Atenolol, Esmolol
Regras práticas para o uso de beta-bloqueantes em doentes com IC-FEr
1Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891- 975.
55 Quando? Em doentes estáveis em ambulatório
Em doentes hospitalizados com IC agravada – após estabilização, melhora da congestão e, se possível, restaurada a euvolémia (idealmente antes da alta)
Como usar?
Começar com uma baixa dose numa condição estável
Duplicar a dose em intervalos não inferiores a 2 semanas (uma titulação mais lenta pode ser necessária em alguns doentes)
O objetivo é a dose alvo ou a dose máxima tolerada (relembrar que algum beta-bloqueante é melhor do que nenhum beta- bloqueante)
Monitorizar a frequência cardíaca, a pressão arterial e o estado clínico (sintomas, sinais de congestão, peso corporal)
56
Regras práticas para o uso de beta-bloqueantes em doentes com IC- FEr1
Agravamento de sintomas ou sinais
Se ocorrer congestão, aumentar a dose de diuréticos ou diminuir a dose de beta-bloqueante (se o aumento da dose de diurético não funcionar)
Se cansaço marcado (ou bradicardia), reduzir a dose de beta-
bloqueante (raramente necessário); rever o doente em 1-2 semanas; se não estiver melhor, procurar conselho de especialista
Se deterioração significativa, reduzir a dose ou suspender o beta- bloqueante (raramente necessário); procurar conselho de especialista
Bradicardia Se FC < 50 bpm e agravamento de sintomas, reduzir a dose do beta- bloqueanteou, se deterioração severa, suspender o beta-bloqueante (raramente necessário)
Rever a necessidade de outros fármacos que baixem a FC (ex. digoxina, amiodarona, diltiazem ou verapamil)
Fazer electrocardiogramapara excluir bloqueio cardíaco
Procurar conselho de especialista
57 Hipotensão
Arterial assintomática
Não requer habitualmente nenhuma alteração na terapêutica
Hipotensão Arterial Sintomática
Se tonturas, reconsiderar a necessidade para nitratos, bloqueadores dos canais de cálcio e outros vasodilatadorese reduzir a dose / suspender, se possível
Se não houver sinais ou sintomas de congestão, considerar reduzir a dose diurética
Se estas medidas não resolverem o problema, procurar conselho de especialista
Regras práticas para o uso de beta-bloqueantes em doentes com IC- FEr1
B.Bloqueante
Terapêutica modificadora de prognóstico
Início na euvolémia
Procurar atingir dose alvo – maior benefício; retirar medicação sem impacto prognóstico
Tolerar hipotensão assintomática ou bradicardia sinusal assintomática
Seleccionar B.Bloqueante de acordo com perfil do doente
Mensagens Chave
Evolução: 3 meses depois
NYHA II
Efectuou CPM – FEVE 34%, necrose transmural do território da DA; sem isquemia
Sem sinais de congestão
PA 115/67mmHg
FC de 50bpm, pulso ritmico
Medicação:
Ramipril 10mg 1id
Carvedilol 25mg bid
Furosemida 40mg
ASP
Atorvastatina 40mg
Caso Clínico 1
Exames Complementares de Diagnóstico:
Avaliação Analítica
Caso Clínico 1
Variáveis Valores
Hemoglobina (g/dL) 12,1
Creatinina (mg/dL) 1,6
Na (meq/L) 136
K (meq/L) 4,5
NT-proBNP (pg/mL) 1200
Caso Clínico 1 – Questão 6
Que atitute terapêutica tomariam?
A) Reduziam B.bloqueante pela FC B) Iniciavam espironolactona 12,5mg
C) Pediam ECG para excluir alterações da condução D) A), B) e C)
E) B) e C)
Caso Clínico 1 – Questão 6
Que atitute terapêutica tomariam?
A) Reduziam B.bloqueante pela FC B) Iniciavam espironolactona 12,5mg
C) Pediam ECG para excluir alterações da condução D) A), B) e C)
E) B) e C)
Heart Academy | Treino Avançado em IC-FEr
63
Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891- 975.
Principais Ensaios Clínicos com MRA
64 RALES
1999 2003
EPHESUS
2010 EMPHASIS HF
Pitt et al. NEJM 1999;341:709-17 Zannad et al. NEJM 2010;364:11-21
Espironolactona, Eplerenona
65
Antagonista dos receptores dos mineralocorticoides
66
Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891- 975.
Antagonistas dos Recetores dos Mineralocorticóides
ARA = antagonista do recetor da angiotensina;
ARM = antagonista dos recetores dos mineralocorticóides; IECA = inibidor da enzima de conversão da angiotensina; IC = insuficiência cardíaca; NYHA = New York Heart Association.
aClasse de recomendação. bNível de evidência.
Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891- 975.
67
Regras práticas para o uso de ARM em doentes com IC-FEr
1Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891-
975. 68
Como Usar? Avaliar a função renal e os electrólitos(em particular o potássio)
Começar com uma dose baixa
Considerar titulaçãode dose após 4-8 semanas
Avaliar bioquímica1 e 4 semanas após iniciar/aumentar a dose e às 8ª e 12ª semanas; de 4 em 4 meses após esse período
Se o potássio aumentar > 5.5 mmol/L ou creatinina aumentar para 2.5 mg/dL/eGFR < 30 mL/min/1.73 m2, diminuir a dose e monitorizar a bioquímica frequentemente
Se o potássio aumentar para > 6.0 mmol/L ou creatinina aumentar para > 3.5 mg/dL/eGF < 20 mL/min/1.73 m2, suspender imediatamente e procurar conselho de especialista
Regras práticas para o uso de ARM em doentes com IC-FEr
69 Contra-indicações
Reação alérgica ou outra reação adversa conhecidas (droga-específica)
Precauções
Hipercaliémiasignificativa (potássio sérico > 5.0 mmol/L)
Disfunção renal significativa (creatinina > 221 µmol/dL (2.5mg/dl) ou eGFR < 30 mL/min/1.73 m2)
Interações medicamentosas a procurar:
– Suplementos de potássio / diuréticos poupadores de potássio (ex.
amiloride e triantereno) – IECA/ARA/Inibidores da renina – AINE
– Trimetoprim/sulfametoxazol
– Substitutos do sal com alto conteúdo em potássio – Potentes inibidores do CYP3A4 (cetoconazole, itraconazole,
nefazodona, claritromicina, ritonavir e nelfinavir (com o uso da eplerenona)
Regras práticas para o uso de ARM em doentes com IC-FEr
70 Agravamento da
função
Renal/hipercaliemia
O principal problema é ahipercaliémia(> 6.0 mmol/L)
Um nível normal-alto de potássioé desejável em doentes com IC
É importante evitar outros fármacos que retêm potássio (ex. outros diuréticos poupadores de potássio) e agentes nefrotóxicos (ex. AINEs)
Está contraindicada a associação com IECA/ARNI + ARA (triplo bloqueio do eixo RAA)
Alguns substitutos do sal têm elevado conteúdo de potássio
Ginecomastia Doentes do sexo masculino tratados com espironolactona podem desenvolver desconforto mamário e ginecomastia (considerar substituir por eplerenona)
A terapêutica médica otimizada
71
Antagonistas dos Recetores dos Mineralocorticoides
Terapêutica modificadora de prognóstico
Doentes sintomáticos sob terapêutica com IECA e B.Bloqueante otimizada
Vigilância de hipercaliémia e disfunção renal
Tolerância a hipercaliémia ligeira (5.0-5.5mEq/L)
Mensagens Chave
Evolução: 6 meses depois
NYHA I
Eco TT – FEVE 38%
Sem sinais de congestão
PA 115/67mmHg
FC de 65bpm
Medicação:
Ramipril 10mg 1id
Carvedilol 25mg bid
Espironolactona 25mg
Furosemidq 40mg
ASP
Atorvastatina 40mg
Caso Clínico 1
Variáveis Valores
Creatinina (mg/dL) 1,5
K (meq/L) 5.0
NT-proBNP (pg/mL) 350
Caso 2
Mulher 62 anos
Antecedentes Patólogicos:
MCD pós QT diagnosticada em 2016 – FEVE 33%
CDI implantado em 2017 por prevenção primária
Medicação:
Furosemida 40mg id, Ramipril 10mg, Bisoprolol 10mg, Espironolactona 25mg
Caso Clínico 2
Doença Actual:
Refere fazer a vida “normal” mas diz não conseguir correr para apanhar o autocarro
Exame Objectivo:
PA 108/51mHg
FC de 69 bpm
ACP sem alterações
Sem ingurgitamento jugular
Sem edema periférico
Caso Clínico 2
Exames Complementares de Diagnóstico:
Avaliação Analítica
Caso Clínico 2
Variáveis Valores
Hemoglobina (g/dL) 13
Creatinina (mg/dL) 1,2
Na (meq/L) 135
K (meq/L) 4.1
NT-proBNP (pg/mL) 1600
Caso Clínico 2 – Questão 1
Que atitute terapêutica tomariam?
A) Furosemida passa a 40mg bid B) Iniciar sacubitril-valsartan 49/51mg C) Iniciar ivabradina 5mg bid
D) Iniciar metolazona 2,5mg id E) Nenhuma, a doente está bem
Caso Clínico 2 – Questão 1
Que atitute terapêutica tomariam?
A) Furosemida passa a 40mg bid B) Iniciar sacubitril-valsartan 49/51mg
C) Iniciar ivabradina 5mg bid D) Iniciar metolazona 2,5mg id E) Nenhuma, a doente está bem
Heart Academy | Treino Avançado em IC-FEr
80
Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891- 975.
Inibidor da neprilisina e dos recetores da angiotensina II
Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891- 975.
ARM = antagonista dos recetores dos mineralocorticóides; ARNI = Inibidor da neprilisina e dos recetores da angiotensina; BNP = peptídeo nartriurético auricular tipo B; IC = insuficiência cardíaca; IC-FEr = insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida; IECA = inibidor da enzima de conversão da angiotensina; NT-proBNP = terminal-N do peptídeo natriurético auricular do tipo B; NYHA = New York Heart Association-
aClasse de recomendação. bNível de evidência. cO doente deve ter peptídeos natriuréticoselevados (BNP plasmático ≥ 150 pg/mL ou NT-proBNP plasmático
≥ 600 pg/mL ou no caso de internamento por IC nos últimos 12 meses BNP plasmático ≥ 100 pg/mL ou NT-proBNP plasmático ≥ 400 pg/mL) e deve ter capacidade de tolerar o enalapril 10 mg b.i.d.
81
↑ SRAA
↓ SPN Vasodilatação
Pressão arterial Tónus simpático Natriurese/diurese Vasopressina Aldosterona Fibrose
Hipertrofia ↑ SNS Vasoconstrição
Atividade SRAA Vasopressina Frequência Cardíaca Contratilidade
Vasoconstrição
Pressão arterial Tonus simpático Aldosterona Hipertrofia Fibrose
Tratamento neuro-hormonal
82
Modulação neuro-hormonal sinérgica
83
Vasodilatação
Pressão arterial
Tónus simpático
Aldosterona
Fibrose
Hipertrofia
Natriurese/diurese
Fragmentos inativos ANP, BNP, CNP, outros péptidos vasoativos*
Receptor AT1
Vasoconstrição
Pressão arterial
Tónus simpático
Aldosterona
Fibrose
Hipertrofia Angiotensinogé
neo (secreção hepática)
Ang I
Ang II
SRAA
Sacubitril / Valsartan
Sacubitril (AHU377; pro-fármaco)
Inibe
Estimula Sacubitrilato
(inbidor da NEP)
OH O HN O HO O
Valsartan
N NNH N N O
OH O
Restabelece o equilíbrio neuro- hormonal
Adaptado de Volpe M, Carnovali M, Mastromarino V. Clin Sci (Lond). 2016
Jan;130(2):57-77
PARADIGM- HF
84
Aleatorizaç ão n=8442
2
Semanas 1–2 Semanas 2–4
Semanas Período de run-inativo, em ocultação
Período de tratamento em dupla ocultação
Para além da terapêuticapadrãoda IC (excluindo IECA ou ARA) Follow-upmédio de 27 meses2 (Estimado inicialmente para 30/32
meses) Sacubitril/
valsartan 200 mg BID‡ Sacubitril/
valsartan 100 mg BID† Enalapril
10 mg BID*
Enalapril 10 mg BID§ Sacubitril/valsartan 200 mg BID‡
*Enalapril 5 mg BID (10 mg/Dia) durante 1-2 semanas seguido de enalapril 10 mg BID (20 mg/Dia) como dose opcional de run-inpara doentes tratados com ARA ou com dose baixa de IECA; †200 mg/dia; ‡400 mg/dia; §20 mg/dia.BID: duas vezes dia | IECA: inibidores da enzima conversora da angiotensina ARA: antagonistas dos recetores da angiotensina
Adaptado de McMurray et al. Eur J Heart Fail. 2013;15:1062–
73
1. McMurray et al. Eur J Heart Fail. 2013;15:1062–73 2. McMurray JJ, et al. N Engl J Med. 2014 Sep 11;371(11):993-1004.
Estudo de outcomesde fase III, multicêntrico, aleatorizado e duplamente cego
4 fases
Características basais dos doentes
85
Características* Sacubitril/valsartan (n=4187)
Enalapril (n=4212)
Idade, anos 63,8 ± 11,5 63,8 ± 11,3
Mulheres, n (%) 879 (21,0) 953 (22,6)
Cardiomiopatia isquémica, n (%) 2506 (59,9) 2530 (60,1)
FEVE, % 29,6 ± 6,1 29,4 ± 6,3
Classe funcional NYHA, n (%) II
III
2998 (71,6) 969 (23,1)
2921 (69,3) 1049 (24,9)
PAS, mmHg 122 ± 15 121 ± 15
Frequência cardíaca,
batimentos/min 72 ± 12 73 ± 12
NT pro-BNP, pg/mL (IQR) 1631 (885–3154) 1594 (886–3305)
BNP, pg/mL (IQR) 255 (155–474) 251 (153–465)
História de diabetes, n (%) 1451 (34,7) 1456 (34,6) Tratamentos na aleatorização, n
(%)
Diuréticos 3363 (80,3) 3375 (80,1)
Digitálicos 1223 (29,2) 1316 (31,2)
Bloqueadores-β 3899 (93,1) 3912 (92,9)
MRAs 2271 (54,2) 2400 (57,0)
CDI 623 (14,9) 620 (14,7)
CRT 292 (7,0) 282 (6,7)
NYHA: New York Heart Association| FEVE: fração de ejeção ventricular esquerda | PAS: pressão arterial sistólica BNP: péptido natriurético tipo-B | NT-proBNP: N-terminal do pro-péptido natriurético tipo B | MRA: antagonistas dos recetores dos mineralocorticoides | CDI: cardioversor desfibrilhador implantável | CRT: terapêutica de ressincronização cardíaca
PARADIGM-HF Trial
86
CV: cardiovascular | IC: Insuficiência cardíaca
NNT: Number Needed to Treat
Adaptado de McMurray et al. N Engl J Med 2014;371:993–1004
Curva de Kaplan-Meier de probablidade cumulativa 10
0,6
0,4
0,2
0
0 180 360 540 720 900 1080 1260
Enalapril Sacubitril/valsartan Hazard ratio = 0,80 (95% IC: 0,73–
0,87); p<0,001*
*(p=0,0000004)
20%
Redução do risco relativo
NNT=21
Tempo desde a aleatorização (dias)
Endpoint primário composto: Morte CV ou hospitalização por agravamento da IC
Packer et al. Circulation2015 Jan 6;131(1):54-61 McMurray et al. N Engl J Med 2014;371:993–1004 Desai et al. Eur Heart J2015 Aug 7;36(30):1990-7
Maior capacidade de modificar a progressão clínica da doença
187
O sacubitril/valsartan duplica o efeito na mortalidade CV conseguido com os inibidores do SRAA atuais
488 30
%
40
%
% ReduçãonamortalidadeCV 18
%
20
% 15
%
CHARM- Alternative1
PARADIGM- HF3 10
%
20
% 0
%
SOLV D2
Adaptado de McMurray J, et al... Eur Heart J. 2015 Feb 14;36(7):434-9.
ARA IECA
ARNI
1. McMurray et al. Lancet 2003;362:767–71 2. SOLVD Investigators. N Engl J Med 1991;325:293–302 3. McMurray et al. N Engl J Med 2014;371:993–1004
4. McMurray J, et al. Eur Heart J. 2015 Feb 14;36(7):434-9.
Caso Clínico 2 – Questão 2
Relativamente ao sacubitril-valsartan qual é falsa?
A) Pode-se sobrepor com IECA
B) Pode ser necessário reduzir diurético
C) Deve ser avaliada função renal e ionograma antes do início
D) A dose inicial deve ser seleccionada de acordo com perfil tensional do doente
E) O BNP não deve ser avaliado em doentes sob sacubitril- valsartan
Caso Clínico 2 – Questão 2
Relativamente ao sacubitril-valsartan qual é falsa?
A) Pode-se sobrepor com IECA
B) Pode ser necessário reduzir diurético
C) Deve ser avaliada função renal e ionograma antes do início
D) A dose inicial deve ser seleccionada de acordo com perfil tensional do doente
E) O BNP não deve ser avaliado em doentes sob sacubitril- valsartan
Apresentações
1. RCM EMA Entresto®. Última atualização a 07/2016; 2. Senni M. et al Eur J Heart Fail. 2016 Sep;18(9):1193-202
91
Entresto,
sacubitril/valsartan, 24 mg/26 mg
Entresto,
sacubitril/valsartan, 49 mg/51 mg
Entresto,
sacubitril/valsartan, 97 mg/103 mg
28 comprimidos (blister 14 x 2)
28 comprimidos (blister 14 x 2)
28 comprimidos (blister 14 x 2)
56 comprimidos (blister 14 x 4) 56 comprimidos
(blister 14 x 4)
Sacubitril - Valsartan
Esquema de titulação de acordo com terapêutica atual e tolerabilidade Titulação normal – 2 passos
1. RCM EMA Entresto®. Última atualização a 07/2016; 2. Senni M. et al Eur J Heart Fail. 2016 Sep;18(9):1193-202
Doente em dose alta* de:
iECA
(ex: enalapril >10 mg dia)
SUSPENDER
durante 36 horas Substituir na toma seguinte
ENTRESTO 49 mg/ 51 mg b.i.d, de acordo com a tolerabilidade do doente
A dose de ENTRESTO deve ser duplicada até à dose alvo97 mg/103 mg b.i.d., de acordo com a tolerabilidade pelo doente
Titulação normal
Monitorizar PAS Ajuste de terapêutica
concomitante (ex.
diuréticos), se necessário
2-4 semanas
ARA
(ex: valsartan >160 mg dia)
92
2
*Doses altas: 1
IECA : captopril > 100 mg dia, lisinopril >
20 mg dia, ramipril > 5 mg dia, perindopril
> 4mg dia
ARA: candesartan >16 mg dia, losartan
>50 mg dia, irbesartan >150 mg, olmesartan >10 mg, telmisartan >40 mg
Adaptado de RCM EMA Entresto®. Última atualização a 07/2016; Senni M. et al Eur J Heart Fail. 2016 Sep;18(9):1193-202
Esquema de titulação de acordo com terapêutica atual e tolerabilidade Titulação lenta – 3 passos
Doente não medicado com iECA ou ARA
ENTRESTO 24 mg/ 26 mg b.i.d.
Duplicar a dose de ENTRESTO para 49 mg/ 51 mg b.i.d., de acordo com a tolerabilidade do doente
A dose de ENTRESTO deve ser duplicada até à dose alvo97 mg/103 mg, b.i.d., de acordo com a tolerabilidade do doente
iECA
(ex: enalapril ≤10 mg dia)
ARA
(ex: valsartan ≤160 mg dia)
Titulação lenta
Doente em dose baixa* de:
PAS >100 e ≤110
Compromisso renal moderado a grave
Compromisso hepático moderado SUSPENDER
durante 36 horas Substituir na toma seguinte
3-4 semanas3-4 semanas Monitorizar PAS Ajuste de terapêutica concomitante (ex.
diuréticos), se necessário
Monitorizar PAS Ajuste de terapêutica concomitante (ex.
diuréticos), se necessário
93
*Doses baixas IECA : captopril ≤ 100 mg dia, lisinopril ≤ 20 mg dia, ramipril ≤ 5 mg dia, perindopril ≤ 4mg dia ARA: candesartan ≤ 16 mg dia, losartan ≤ 50 mg dia, irbesartan
≤ 150 mg, olmesartan ≤ 10 mg,
telmisartan ≤ 40 mg 1
2
3
1. RCM EMA Entresto®. Última atualização a 07/2016; 2. Senni M. et al Eur J Heart Fail. 2016 Sep;18(9):1193-202
Adaptado de RCM EMA Entresto®. Última atualização a 07/2016; Senni M. et al Eur J Heart Fail. 2016 Sep;18(9):1193-202
Evolução
Suspendeu ramipril 10mg 36h
Iniciou sacubitril-valsartan 49/51mg
Repetiu avaliação laboratorial titulação 97/103mg
Caso Clínico 2
Variáveis Valores iniciais Após ARNI Creatinina
(mg/dL)
1,2 1.3
K (meq/L) 4.1 4.4
NT-proBNP (pg/mL)
1600 900
ARNI
Terapêutica modificadora de prognóstico
Doentes sintomáticos sob terapêutica com IECA e B.Bloqueante e ARM
Vigilância de hipercaliémia e disfunção renal
Ajuste terapêutica diurética
Mensagens Chave
ARNI
Interromper terapêutica com IECA durante 36h antes do início de sacubitril
Seleccionar a dose inicial de acordo com perfil do doente
Mensagens Chave
97
Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891- 975.
aSintomático = Classes II-IV da NYHA. bIC-FEr = FEVE < 40%. cSe o IECA não for tolerado/contraindicado utilize um ARA. dSe o ARM não for tolerado/contraindicado utilize um ARA. eCom um internamento por IC nos últimos 6 meses ou os peptídeos natriuréticos elevados (BNP > 250 pg/ml ou NTproBNP > 500 pg/ml nos homens e 750 pg/ml nas mulheres). fCom um nível elevado de peptídeo natriurético (BNP 150 pg/mL ou NT-proBNP 600 pg/mL), ou em caso de internamento nos últimos 12 meses com BNP100 pg/mL ou NT-proBNP400 pg/mL). gEm doses equivalentes ao enalapril 10 mg b.i.d. hCom uma admissão hospitalar por IC no ano anterior; iA TRC é recomendada se QRS130 ms e BCRE (em ritmo sinusal). jA TRC deve/pode ser considerada se QRS130 ms sem BCRE (em ritmo sinusal) ou nos doentes em FA desde que haja uma estratégia para assegurar a captura biventricular (decisão individualizada). Para mais detalhes, consultar os Capítulos 7, 8 do documento Ponikowski
Ponikowski et al. Eur Heart J 2016;37:2129–200
Bloqueador dos canais If - ivabradina
98
ARA = antagonista do recetor da angiotensina; ARM = antagonista dos recetores dos mineralocorticóides; bmp = batimentos por minuto; FEVE = fração de ejeção ventricular esquerda; IC-FEr = insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida; IECA = inibidor da enzima de conversão da angiotensina; NT-proBNP = terminal-N do peptídeo natriurético auricular do tipo B; NYHA = New York Heart Association.
aClasse de recomendação. bNível de evidência.
Versão Portuguesa “RECOMENDAÇÕES DE BOLSO DA ESC” preparada pela Sociedade Portuguesa de Cardiologia de Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891-975
ARA = antagonista do recetor da angiotensina; ARM = antagonista dos recetores dos mineralocorticóides; bmp = batimentos por minuto; FEVE = fração de ejeção ventricular esquerda; IC-FEr = insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida; IECA = inibidor da enzima de conversão da angiotensina; NT-proBNP = terminal-N do peptídeo natriurético auricular do tipo B; NYHA = New York Heart Association.
aClasse de recomendação. bNível de evidência.
Ponikowsky P et al. Eur J Heart Fail. 2016 Aug;18(8):891- 975.
99
Bloqueador dos canais If - ivabradina
Swedberg et al. Lancet 2010;376:875-85
Estudo SHIfT
100