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O PRINCÍPIO DA ADMINISTRAÇÃO PROBA COMO DIREITO FUNDAMENTAL À LUZ DO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO Osvaldo Resende Neto

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(1)

XXIV CONGRESSO NACIONAL DO

CONPEDI - UFMG/FUMEC/DOM

HELDER CÂMARA

TEORIAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

SÉRGIO URQUHART DE CADEMARTORI

RUI DECIO MARTINS

(2)

Copyright © 2015 Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito

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T314

Teorias dos direitos fundamentais [Recurso eletrônico on-line] organização CONPEDI/UFMG/ FUMEC/Dom Helder Câmara;

coordenadores: Sérgio Urquhart de Cademartori, Rui Decio Martins, Thiago Lopes Decat – Florianópolis: CONPEDI, 2015.

Inclui bibliografia

ISBN: 978-85-5505-138-8

Modo de acesso: www.conpedi.org.br em publicações

Tema: DIREITO E POLÍTICA: da vulnerabilidade à sustentabilidade

1. Direito – Estudo e ensino (Pós-graduação) – Brasil – Encontros. 2. Direitos fundamentais. I. Congresso Nacional do CONPEDI - UFMG/FUMEC/Dom Helder Câmara (25. : 2015 :

Belo Horizonte, MG). CDU: 34

(3)

XXIV CONGRESSO NACIONAL DO CONPEDI - UFMG/FUMEC

/DOM HELDER CÂMARA

TEORIAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Apresentação

A publicação que ora apresentamos é o resultado dos trabalhos concentrados no grupo de

Teoria dos Direitos Fundamentais, da 24a edição do CONPEDI. A transversalidade das

questões relativas a diretos fundamentais, aliada à relevância prática destas questões e ao

tratamento teórico/racional que o tema tem angariado na academia jurídica pátria, explica a

diversidade de temas e enfoques presentes nos textos deste volume. Aliando reflexões sobre a

fundamentação dos Direitos Fundamentais, sua efetivação e aplicação em contextos diversos,

esta obra exerce a importante função de divulgação acadêmica de como o campo jurídico,

nos termos de Bourdieu, elabora sua compreensão desta importante classe de direitos

subjetivos, na sua função ao mesmo tempo condicionadora do exercício dos demais diretos e

contramajoritária. Em constante tensão produtiva com a soberania popular, e equiprimordial

em relação a ela, o conjunto dos direitos fundamentais articula a proteção da autonomia

privada com a autonomia pública constitutiva da soberania popular, de modo a fornecer o

conteúdo mínimo daquilo que se chama hoje de estado democrático de direito. Neste sentido,

os direitos fundamentais e o conceito conexo de dignidade, ainda hoje próximo de suas raízes

kantianas, pode ser compreendido como topos inevitável da teoria do direito, mesmo que a

densificação de seu conteúdo para além dos critérios formalistas/procedimentais kantianos e

liberais remeta necessariamente, em sociedades pluralistas e postradicionais, a uma teoria da

argumentação. Esta é a razão pela qual não se poderia deixar de incluir no título do grupo de

trabalhos que deu origem a esta publicação a questão epistemológica de que tipo de teoria

seria apropriada para a concreção do sentido destes direitos em contextos concretos de ação.

Os trabalhos que integram a obra tratam de todas estas questões, abordando assuntos que vão

desde o tipo de teorias apropriadas para lidar com o tema, passando pela Dignidade da Pessoa

Humana, Estado democrático de Direito, a prioridade da proteção das crianças e

adolescentes, a Teoria dos Direitos Fundamentais de Robert Alexy, o princípio da laicidade,

a concretização tardia do valor iluminista da solidariedade, os direitos da personalidade, a

história e a terminologia dos direitos humanos, os direitos humanos na declarações de

direitos, a relação entre direitos humanos e o trânsito à modernidade, constitucionalização

simbólica e direito de reunião, a contraposição entre a relatividade dos direitos humanos e a

ideia de um núcleo conceitual invariável de tais direitos, direito à informação e liberdade de

expressão, probidade administrativa, a teoria dos princípios jurídicos, rumos possíveis do

processo histórico de compreensão dos direitos humanos, a ideia de ponderação de

(4)

povos tradicionais até a teoria dos limites aos limites dos direitos fundamentais. Acreditamos

que tal diversidade, em vez de revelar ausência de sistematicidade nas reflexões sobre os

direitos fundamentais, expõe um dos pilares de toda investigação científica digna deste nome:

a liberdade no pensar e a apropriação dos conceitos para reflexões próprias, característica de

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O PRINCÍPIO DA ADMINISTRAÇÃO PROBA COMO DIREITO FUNDAMENTAL À LUZ DO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO

THE PRINCIPLE OF HONEST ADMINISTRATION AS A FUNDAMENTAL RIGHT IN THE BRAZILIAN LEGAL SYSTEM WAY

Osvaldo Resende Neto Resumo

Este trabalho parte da hipótese de que os frequentes escândalos de corrupção desencadearam

um movimento social e institucional para adoção de medidas mais eficazes de combate à

corrupção. Essa pretensão é analisada sob o aspecto histórico-evolutivo das dimensões dos

direitos fundamentais, com a inserção do direito à administração proba nesse contexto.

Também são apresentadas brevemente algumas considerações históricas sobre a corrupção

no Brasil e marcos relevantes, como a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de

1789. Desse modo, esse trabalho passa a examinar a demanda concreta pelo respeito à uma

administração proba, bem como a admissibilidade jurídica da sua reformulação de princípio

constitucional setorial para promoção ao status de direito fundamental do homem, tendo em

vista a ampliação do seu raio de atuação e do poder normativo de eficácia. O objetivo aqui

empreendido é de delinear a adoção de medidas jurídicas efetivas na prevenção e repressão

da malversação do erário e na boa administração pública, alocando o momento atual dentro

de um cenário histórico-evolutivo do direito. Utilizando do método indutivo, foram

realizadas pesquisas sistemáticas de bibliografia nacional e estrangeira, além de exploração

da legislação vigente e revogada sobre o tema, para se chegar à conclusão, ao final deste

trabalho, que a concepção de um direito fundamental à administração proba representa

mudança de paradigma imprescindível para a concretização da dignidade humana e,

concomitantemente, para resguardar a ordem jurídica pátria de instrumentos eficazes para

punição efetiva aos transgressores desse postulado supraconstitucional.

Palavras-chave: Direito fundamental, Administração proba, Corrupção Abstract/Resumen/Résumé

This article starts from the frequent corruption scandals triggered a social and institutional

movement to adopt more effective measures to combat the corruption. This idea is analyzed

from the aspect historical-evolutionary of the dimensions of fundamental rights, with the

inclusion of the right to Administration proba in this context. They are also presented some

considerations about the corruption from Brazil and importants milestones such as the

Declaration of the Rights of Man and of the Citizen of 1789. Thefore, this work goes on to

examine the demand of respect for an Administration Proba , as well as the legal

admissibility of the reformulation of constitutionals principle for promote the fundamental

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regulatory power. The objective here is undertaken to outline the adoption of effective legal

measures in the prevention and repression of misuse of treasury and good governance,

allocating the current time within a historical and evolutionary scenario of law. The method

used was the inductive, systematic research of domestic and foreign literature were

performed, as well as exploration of current legislation and revoked on the issue, to conclude

at the end of this work, the design of a fundamental right to Administration proba is changing

the essential paradigm for the realization of human dignity and the legal order homeland of

effective tools to offenders that supraconstitutionals postulate

Keywords/Palabras-claves/Mots-clés: Fundamental right, Honest administration,

Corruption

(7)

INTRODUÇÃO

O cidadão brasileiro tem acompanhado, no seu cotidiano, diversos escândalos

referentes a casos de corrupção praticados por agentes públicos, agremiações

político-partidárias e inciativa privada, levando a sociedade civil e instituições públicas a um clamor por

adoção de medidas eficazes que combatam a impunidade.

Essa necessidade proeminente nos dias atuais é consubstanciada pela pretensão de

respeito à coisa pública, em atenção aos ditames nucleares do Estado Democrático de Direito e

da própria definição etimológica de República.

São analisadas sucintamente as dimensões das teorias dos direitos fundamentais e

localização do direito à administração proba nesse quadro. Também são apresentadas

brevemente algumas considerações históricas sobre a corrupção no Brasil e marcos históricos.

Nesse diapasão, esse trabalho passa a examinar a demanda concreta pelo respeito ao

patrimônio público material e espiritual, bem como a admissibilidade jurídica da reformulação

do princípio constitucional setorial da administração proba à elevação de direito fundamental

do homem, tendo em vista a ampliação do seu raio de atuação e do poder normativo de eficácia.

O objetivo aqui empreendido é delinear a adoção de medidas jurídicas eficazes na

prevenção e repressão da malversação do erário e na boa administração pública,

contextualizando o momento social atual dentro de um cenário histórico-evolutivo do direito.

Utilizando o método indutivo, foram realizadas pesquisas sistemáticas de bibliografia

nacional e estrangeira, além de exploração da legislação vigente e revogada sobre o tema, para

se chegar a uma conclusão, ao final deste trabalho, sobre algumas possíveis consequências da

acepção do direito fundamental à administração proba.

1 EVOLUÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: BREVES APONTAMENTOS

A teoria do direito constitucional aborda, dentre as diversas classificações existentes,

a que leva em consideração o critério histórico-evolutivo. Nesse raciocínio, os direitos

fundamentais são categorizados em gerações ou, como outros preferem, em dimensões1.

1 O discurso acerca do vocábulo mais apropriado –“dimensão” ou “geração” – para a caracterização

histórico-evolutiva dos direitos fundamentais “não deslegitima a imagem metafórica e o seu inerente simbolismo, desde que, à evidência, se esteja ciente de que ela não reproduz o devir histórico dialético e dinâmico que marca a

(8)

Destaca-se que cada uma das gerações ou dimensões de direitos foi erguida para

atender novas demandas, surgidas paulatinamente no decorrer da história. Preciosas são as

palavras de Bobbio (2004, p. 9):

... os direitos não nascem todos de uma vez. Nascem quando devem ou podem nascer. Nascem quando o aumento do poder do homem sobre o homem – que acompanha inevitavelmente o progresso técnico, isto é, o progresso da capacidade do homem de dominar a natureza e os outros homens – ou cria novas ameaças à liberdade do indivíduo ou permite novos remédios para as suas indigências: ameaças que são enfrentadas através de demandas de limitação do poder; remédios que são providenciados através da exigência de que o mesmo poder intervenha de modo protetor.

A evolução do homem tem demonstrado que a adoção de novos modelos de direitos é

suficiente tão somente durante um certo período, de modo que, superado um espaço de tempo

considerável, emergem novas necessidades, que normalmente são supridas temporariamente

pela nova geração de direitos, enumerada, didaticamente pela doutrina atual, com o número

ordinal subsequente.

Cada novo ciclo de gerações de direitos, que vem a salvaguardar as demandas sociais

de uma fase histórica, não suprime e nem exclui os seus antecedentes. Ao contrário,

amoldam-se uns aos outros, conferindo eficácia máxima aos direitos fundamentais. Por tal razão, critica-se a expressão “geração”, visto que poderia levar à equivocada conclusão de uma nova etapa seria substitutiva e supressora do período anterior, quando, na verdade, são complementares

(SARLET, 2010, p. 52-53).

O historiador francês Numa Denis Fustel de Coulanges (2006, p. 15) expôs com

perspicácia a importância do passado no processo evolutivo do conhecimento humano:

Felizmente, o passado nunca morre por completo para o homem. O homem pode esquecê-lo, mas continua sempre a guardá-lo em seu íntimo, pois o seu estado em determinada época é produto e resumo de todas as épocas anteriores. Se ele descer a sua alma, poderá encontrar e distinguir nela as diferentes épocas pelo que cada uma deixou gravada em si mesmo.

(9)

A seguir, serão explorados sucintamente a evolução das gerações ou dimensões de

direitos.

1.1 CLASSIFICAÇÃO EVOLUTIVA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Ao se analisar a teoria dos direitos fundamentais, costuma-se remeter o leitor às lições

proferidas pelo jurista tcheco-francês Karel Vasak, em sua aula inaugural de 1979, no Curso do

Instituto Internacional dos Direitos Fundamentais do Homem, em Estrasburgo, na França, onde

se delineou os direitos fundamentais sob um critério histórico-evolutivo, consagrando-os, pela

primeira vez, em gerações2 (MARMELSTEIN, 2008, p.42).

Por se tratar de um assunto amplamente debatido pelo mundo jurídico, Karel Vasak

classificou os direitos fundamentais em três gerações. Os primeiros, intimamente ligados ao

paradigma de liberdade clássica, traduzem uma reação à política demasiadamente invasiva do

poder público, típica do regime absolutista do final do século XVIII. Nesse período,

buscava-se os direitos civis e políticos no plano jurídico, em um novo modelo burguês-liberal: o Estado

Liberal (SARMENTO, 2006, p. 12).

Mais adiante, foi constatado que a mera proclamação formal da liberdade nas

constituições escritas se revelava insuficiente, diante das mazelas sociais trazidas pela

Revolução Industrial, a partir do século XIX.

De qualquer forma, é sabido que a igualdade formal – pressuposto da liberdade – preconizada pelo Estado Liberal através da lei não assegurou a igualdade material, intensificando-se as críticas a esse modelo, cuja legitimidade foi esvaziada e provocou a busca por definições materiais do Estado de Direito. Isso reflete diretamente na interpretação – bem como no próprio conteúdo e natureza/característica – dos direitos fundamentais. (GERVASONI; LEAL, 2013, p. 957).

As péssimas condições de trabalho e o apego excessivo ao modelo liberal-burguês

impulsionaram o surgimento de uma nova demanda, que veio a ser atendida pelos direitos de

2A expressão “geração” utilizada de forma inédita, no contexto apresentado, por Karel Vasak “não passa de uma

forma acadêmica de facilitar a reconstrução histórica da luta pela concretização dos direitos fundamentais” (CRUZ,

(10)

segunda geração: os direitos sociais, culturais, econômicos e coletivos3. A sua concretização

exigia algo além do que a formalidade, vez que era necessária a concretude substancial da

igualdade (SARLET, 2010, p. 47-48).

Pode-se dizer que as mudanças ideológicas do final do século XX, a massificação das

relações de consumo, a questão ambiental e o desenvolvimento tecnológico-científico

incrementaram um conteúdo complexo e até então distinto nessa novel sociedade. Mais uma

vez, vicissitudes levaram ao surgimento de novos direitos.

Impende salientar, nessa fase, os direitos de terceira geração. A preocupação se

deslocou do ser humano em si ou de determinada coletividade para a relação do homem com o

contexto coletivo e com o meio ambiente. Surgem os direitos de solidariedade ou fraternidade

e a proteção dos direitos transindividuais. Karel Vasak ainda cita o direito à paz como integrante

dessa dimensão (MEDEIROS, 2004, p. 74), embora haja divergência no tocante a sua

classificação.

Em relação aos direitos de quarta geração, há uma nítida divergência entre o tipo de

bem jurídico e interesses tutelados por essa dimensão, acarretando, de acordo com a concepção

adotada, na categorização de tipos de direitos distintos.

Para Bobbio (2004, p. 9) os direitos de quarta geração surgiram com os avanços

tecnológicos no campo da engenharia genética, suscitando uma série de conflitos éticos, os quais “apresentam novas exigências que só poderiam chamar-se de direitos de quarta geração, referentes aos efeitos cada vez mais traumáticos da pesquisa biológica, que permitirá manipulações do patrimônio genético de cada indivíduo”.

Em sentido diverso, Bonavides (2004, p. 571) afirma que “a globalização política na esfera da normatividade jurídica introduz os direitos de quarta geração, que aliás, correspondem

à derradeira fase de institucionalização do Estado Social”. O constitucionalista continua

classificando como de quarta dimensão o direito à democracia direta, à informação e ao

pluralismo.

Ademais, o acirramento progressivo do ódio entre culturas diversas, a crescente

desconfiança entre nações e a nova movimentação bélica no mundo catalisados pós-atentados

terroristas guiaram o constitucionalista Bonavides (2010, p. 593) a uma reflexão sobre a

3“Os direitos fundamentais de primeira dimensão que restavam assegurados nas Constituições liberais já não eram

suficientes para suprir estas carências humanas, sendo necessário o reconhecimento de novos direitos. Seriam eles os direitos fundamentais de segunda dimensão, os direitos fundamentais sociais, que visam tanto diminuir a pobreza e as desigualdades socioeconômicas, quanto a ratificar e a garantir os direitos fundamentais de primeira

dimensão” (BOLESINA; LEAL, 2013, p. 15-16).

(11)

necessidade de uma quinta dimensão de direitos fundamentais, detentores de uma alta carga

axiológica de universalização em seu espírito, constituída pelo direito à paz da humanidade.

Para melhor exemplificar sobre esta respeitável teoria, entende-se que o ponto

nevrálgico foram os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, ao World Trade Center e

à sede do Pentágono, nos Estados Unidos da América, uma vez que impulsionaram diversas

mudanças no panorama mundial, refletindo no plano político, econômico, ideológico, bélico e,

dentre outros, jurídico.

Diferentemente do ensinado por Karel Vasak, que capitulava a paz como direito de

terceira geração, Bonavides elege a paz como uma categoria autônoma, no intuito de lhe

conferir maior relevância, qualificando-a como um supremo direito da humanidade e a

relacionando com a democracia direta.

Apresentados brevemente as cinco dimensões de direitos fundamentais, no tópico

subsequente serão indagadas se as possíveis mudanças sociais requerem um novo ciclo de

direitos.

1.2 NOVOS ANSEIOS APÓS A REDEMOCRATIZAÇÃO DO PAÍS

Como foi dito, no decorrer da história do homem, ao menos na cultura jurídica

ocidental, registra-se a evolução dos direitos fundamentais em dimensões ou gerações de acordo

com o surgimento paulatino de necessidades, de forma que cada dimensão se revela suficiente

e eficaz apenas por um determinado período, sendo necessário ser complementado por outras

novas categorias de direitos4.

Ao transpor essa linha de raciocínio para a realidade jurídico brasileira, observa-se que

a Constituição Cidadã de 1988 foi concebida como uma Lei Fundamental imprescindível para

a ruptura do regime de exceção outrora vigente, este manifestado pela notória restrição de

direitos e garantias fundamentais, bem como pela prevalência e ingerência de um Poder

Executivo autoritário e antidemocrático em detrimento dos outros Poderes e dos cidadãos

(PIOVESAN, 2015, p. 89-90).

4Não há disputa, supressão e nem hierarquia entre as dimensões, mas sim uma relação de complementariedade.

“Apesar da classificação dos direitos humanos em gerações, conforme explicitado acima, vigora nos dias atuais o

princípio da indivisibilidade, o qual sustenta que não há hierarquia nem prioridade entre elas. Uma geração não pode efetivar-se sem a outra. De que adianta ter liberdade (direitos individuais – 1ª geração) sem ter saúde ou acesso à educação (direitos sociais – 2ª geração) ou um meio ambiente sadio (direito coletivo – 3ª geração)? Seria possível usufruir essa liberdade? Parece claro que não se pode realmente considerar o indivíduo isolado do mundo,

(12)

“A Constituição de 1988 é o símbolo maior de uma história de sucesso: a transição de um Estado autoritário, intolerante e muitas vezes violento para um Estado democrático de

direito” (BARROSO, 2015, p. 492).

O regime de exceção iniciado em 1964 findou-se definitivamente, na ordem jurídica,

com a promulgação da Constituição Republicana, onde foram consagradas todas as cinco

dimensões ou gerações de direitos fundamentais, inclusive com referência explícita à defesa da

paz e solução pacífica dos conflitos, os quais, para Bonavides (2010, p. 593), são direitos

fundamentais de quinta dimensão.

Inaugurada essa nova fase de redemocratização do país, criou-se uma nova realidade

no panorama jurídico pátrio. A recém Constituição trouxe em seu bojo novos institutos e antigos

conhecidos restaurados ou ainda repaginados, mas que presentes nesse momento para atender

aos pleitos e reclamos sociais de uma população carente de direitos e garantias mínimos, tanto

que combatessem invasões desarrazoadas do poder público nos direitos civis como também de

promoções que assegurassem a efetividade de suas implementações.

Passados mais de duas décadas da sua existência, já é possível afirmar que houve um

avanço significativo no amadurecimento das instituições públicas5 e na promoção de direitos e

garantias individuais. Tanto que, não raro, um dos temas trazidos para os debates jurídicos é

justamente a insegurança jurídica ocasionada pelo demasiado apego, sob a justificativa de

promover direitos e garantias fundamentais, de ponderações principiológicas6 e/ou durante as

implementações de ações afirmativas (política de cotas, redução da maioridade penal, ativismo

judicial, políticas públicas sobre inserção do homossexualismo na rede de ensino escolar etc.).

Malgrado tantos avanços na seara dos direitos fundamentais das cincos dimensões

tratadas, observa-se, na realidade brasileira em específico, um problema real, evidente e,

5Fala-se em amadurecimento das instituições públicas porque, mesmo em situações de crise, as soluções são procuradas dentro da legislação vigente, evitando alternativas que ensejem em promessas de soluções mágicas que

contrariem as normas constitucionais e legais. Luiz Roberto Barroso (2015, p. 492) assegura que “a Constituição

assegurou ao país duas décadas de estabilidade institucional. E não foram tempos banais. Ao longo desse período, diversos episódios deflagraram crises que, em outros tempos, dificilmente teriam deixado de levar à ruptura institucional. O mais grave deles terá sido a destituição, por impeachment, do primeiro presidente eleito após a ditadura militar, sob acusações de corrupção. Mas houve outros, que trouxeram dramáticos abalos ao Poder Legislativo, como o escândalo envolvendo a elaboração do Orçamento, a violação de sigilo do painel eletrônico

de votação e o episódio que ficou conhecido como ‘mensalão’. Mesmo nessas conjunturas, jamais se cogitou de

qualquer solução que não fosse o respeito à legalidade constitucional. Não há como deixar de celebrar o

amadurecimento institucional brasileiro”.

6Barcellos (2005, p. 185) estabelece uma relação inversamente proporcional entre princípios e segurança jurídica,

ao afirmar que “quanto mais princípios existirem, maior será o grau de flexibilidade e sua capacidade de acomodar e solucionar situações imprevistas. No mesmo passo, porém, também crescerão a insegurança, em decorrência da imprevisibilidade das soluções aventadas, e a falta de uniformidade de tais soluções, com prejuízos evidentes para

a isonomia”.

(13)

algumas vezes, aparentemente intransponível, que diz respeito à ineficácia dos mecanismos de

combate a corrupção, que atualmente é considerado um dos assuntos mais discutidos

politicamente no Brasil.

Findo o regime militar, esperava-se que o amadurecimento das instituições públicas e

o restabelecimento da ordem constitucional iria ser acompanhado da redução, em concreto, das

situações envolvendo infrações ligadas à corrupção ou, ao menos, da efetividade de punição

dos corruptos e corruptores.

Os escândalos, quase que diários, de novos casos de corrupção envolvendo valores

estratosféricos – as cifras divulgadas nos noticiários saltaram de milhões para bilhões de reais

em desvio de contratos para pagamento a agentes públicos – somados à dificuldade no combate

efetivo a essa modalidade de ilícito (seja na esfera administrativa, cível ou penal) estão

incrementando um sentimento de revolta na população brasileira, inclusive com a eclosão cada

vez mais frequente de manifestações nas ruas pela sociedade civil.

Nesse sentido, o momento atual conduz inexoravelmente à pretensão de medidas

eficazes do resguardo do patrimônio público, de tal modo que leva a reflexão sobre a possível

necessidade de um novo ciclo de direitos fundamentais, ou seja, se não é chegado o momento

de uma nova dimensão ou geração de direitos fundamentais aptos para atender as atuais

demandas.

É nessa conjectura que emerge a discussão do direito a uma administração proba como

direito fundamental.

2 A ADMINSTRAÇÃO PROBA COMO DIREITO FUNDAMENTAL

2.1 BREVES APONTAMENTOS ACERCA DOS ANTECEDENTES HISTÓRICOS

A discussão da classificação do direito à administração proba como uma manifestação

dos direitos fundamentais do homem, em caráter universal, inicialmente requer a remissão sobre

seus precedentes históricos, notadamente aquele que veio a ser o grande marco histórico dos

direitos fundamentais do homem7.

7A análise minuciosa dos precedentes históricos mais primitivos sobre corrupção foge aos objetivos deste trabalho,

(14)

Os chamados direitos de primeira dimensão surgiram com o desmantelamento do

regime absolutista, normalmente referenciado pela doutrina com a Declaração dos Direitos do

Homem e do Cidadão de 1789, proclamado durante a Revolução Francesa. Embora seja

utilizado como marco histórico de consagração dos direitos de primeira geração, o seu

preâmbulo também havia exposição da corrupção como expressão da violação dos direitos do

homem8.

Não é só. O art. 12 da declaração versa que a “garantia dos direitos do homem e do

cidadão necessita de uma força pública. Esta força é, pois, instituída para fruição por todos, e não para utilidade particular daqueles a quem é confiada”. Portanto, a preocupação em se distinguir a coisa pública dos interesses particulares dos governantes não é acontecimento

recente, estando presente expressamente na declaração (CASTRO, 2007, p.251).

Prosseguindo, explicita-se que o art. 15 do documento histórico estabelecia que “a

sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração”. Neste

dispositivo, observa-se nitidamente a conotação do princípio da transparência da administração

pública, bem como a necessidade da prestação de contas do gestor para apreciação de sua

regularidade.

Na etimologia da palavra, corrupção provém da expressão latina corruptio, que, por

sua vez, deriva da junção dos vocábulos cum e rumpo (romper). Assim, interpreta-se literalmente como romper totalmente, ou seja, “ruptura das estruturas, de quebra daquilo que constitui o fundamento de algo” (CALIXTO, 2010, p. 17).

Essa mesma preocupação estava presente no Brasil desde a primeira Constituição

Republicana de 1981, onde previa em seu art. 54, item 6º, dentre as situações tipificadas como

crimes de responsabilidade cometidos pelo Presidente, a probidade da administração.

Atualmente, o art. 85 da Constituição Federal de 1988 traz um rol de infrações de

responsabilidade cometidos pelo Presidente da República, que pode gerar a abertura do

1) do referencial linguístico Aristotélico; 2) do império romano; 3) da idade média; e 4) do pensamento político moderno (FILGUEIRAS, 2008, p. 29-81).

8 Os representantes do povo francês, reunidos em Assembleia Nacional, tendo em vista que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos Governos, resolveram declarar solenemente os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que esta declaração, sempre presente em todos os membros do corpo social, lhes lembre permanentemente seus direitos e seus deveres; a fim de que os atos do Poder Legislativo e do Poder Executivo, podendo ser a qualquer momento comparados com a finalidade de toda a instituição política, sejam por isso mais respeitados; a fim de que as reivindicações dos cidadãos, doravante fundadas em princípios simples e incontestáveis, se dirijam sempre à

conservação da Constituição e à felicidade geral. Disponível em:

< http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Documentos-anteriores-%C3%A0-cria%C3%A7%C3%A3o-da- Sociedade-das-Na%C3%A7%C3%B5es-at%C3%A9-1919/declaracao-de-direitos-do-homem-e-do-cidadao-1789.html>. Acesso em: consulta realizada no dia 10 de agosto de 2015.

(15)

processo político-administrativo de impeachment, dentre as causas motivadoras há os atos que

atentem contra a probidade administrativa9 (SILVA, 2014, p. 556-557).

Regulamentado o parágrafo único do referido disposto constitucional, há a Lei n.

1.079/1950, recepcionada em grande parte pela atual Constituição. Esse diploma legal foi

alterado parcialmente pela Lei n. 10.028/2000, resultando na ampliação das hipóteses previstas

de infrações político-administrativas, especialmente no que concerne aos crimes contra a lei

orçamentária10.

A preocupação com a probidade administrativa no Brasil assume contornos

imensuráveis para a concretização dos direitos fundamentais tendo em vista que a malversação

do patrimônio público remonta a própria construção embrionária da sociedade brasileira, que

se manifesta com uma propensão para confusão entre a coisa pública e interesses privados,

gerando prejuízo para a coletividade (SOBRANE, 2010).

Os contatos iniciais com a população indígena autóctone, quando da chegada dos

portugueses em terreno brasileiro, no século XVI, vieram acompanhados de transações

desarrazoadas, fundadas na exploração severa dos recursos naturais do país pelo extrativismo

português em troca de objetos de valores insignificantes11 e, posteriormente, na utilização da

mão de obra forçada (FAUSTO, 1995). Ainda que tais fatores não possam ser qualificados

tecnicamente como atos de corrupção, já demonstravam a criação de um ambiente propício para

sua proliferação.

9Um dos assuntos bastante noticiados pela imprensa nacional nos dias atuais diz respeito à apreciação pelo Tribunal de Contas da União de supostas irregularidades nas contas de 2014 prestadas pela presidenta da

República, Dilma Rousseff, em razão das chamadas “pedaladas” fiscais. As “pedaladas” fiscais constituíram no atraso de repasse de recursos financeiros a bancos públicos e privados para pagamento de despesas do governo federal, a exemplo do Bolsa Família e de benefícios previdenciários, os quais foram pagos em dia aos beneficiários pelas instituições financeiras, aumentando a dívida da União e, concomitantemente, simulando um alívio

temporário no orçamento. Disponível em: <

http://oglobo.globo.com/brasil/tcu-da-30-dias-para-dilma-rousseff-explicar-irregularidades-nas-contas-de-2014-16468244>. Acesso em: 17 de junho de 2015.

10 O capítulo V, do Título I, primeira parte, da Lei n. 1.079/1950, traz os casos de crimes de responsabilidade

relacionados a atos que atentem contra a probidade na administração pública, sendo: 1 - omitir ou retardar dolosamente a publicação das leis e resoluções do Poder Legislativo ou dos atos do Poder Executivo; 2 - não prestar ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas relativas ao exercício anterior; 3 - não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição; 4 - expedir ordens ou fazer requisição de forma contrária às disposições expressas da Constituição; 5 - infringir no provimento dos cargos públicos, as normas legais; 6 - Usar de violência ou ameaça contra funcionário público para coagi-lo a proceder ilegalmente, bem como utilizar-se de suborno ou de qualquer outra forma de corrupção para o mesmo fim; e 7 - proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo.

11“Os índios forneciam a madeira e, em menor escala, farinha de mandioca, trocadas por peças de tecidos, facas,

(16)

Posteriormente, no decorrer da história, a Coroa Portuguesa notou que, para a

manutenção de sua preciosa colônia, era necessária uma política de estímulo de povoamento do

solo brasileiro através do envio de fidalgos portugueses, vez que, até então, não havia interesse

na transferência da corte.

Para catalisar esse processo, a Coroa delegou aos mencionados fidalgos a função de

povoar e organizar as primeiras instituições públicas da colônia. Acontece que, para

estimulá-los, a metrópole não realizava controle e vigilância adequados, conferindo certa liberdade

exacerbada aos enviados.

Assim lecionam Emerson Garcia e Rogério Pacheco Alves (2013, p. 45-46):

Especificamente em relação ao Brasil, a corrupção tem suas raízes entranhadas na própria colonização do País. O sistema colonial português foi erguido sobre os pilares de uma monarquia absolutista, fazendo que Monarca e administradores se mantivessem unidos por elos eminentemente pessoais e paternalistas, o que gerou a semente indesejada da ineficiência. Não bastasse isso, tinham por objetivo comum o lucro desenfreado e, como única ação, o desfalecimento das riquezas da colônia a si subjugada, sem qualquer comprometimento com ideais éticos, deveres funcionais ou interesses coletivos. Remonta a essa época a concepção de que a coisa pública é coisa de ninguém, e que a sua única utilidade é satisfazer aos interesses da classe que ascendeu ao poder.

Acrescenta-se que a grande distância entre a colônia e a metrópole portuguesa,

milhares de quilômetros que, à época, só poderiam ser vencidos em embarcações, também

dificultava eventuais fiscalizações.

Nesse diapasão, é nesse clima vulnerável que é verificada mais firmemente a presença

da corrupção, a qual foi se disseminando na medida em que as instituições públicas eram

ampliadas. Contudo, esclareça-se, desde logo, que não foi algo exclusivo do Brasil, porém tem

relação peculiar com o processo de construção histórico do país.

2.2 O DIREITO FUNDAMENTAL À ADMINISTRAÇÃO PROBA

(17)

Indubitavelmente, a presente realidade brasileira ergueu como prioridade, em suas

diversas manifestações de cidadania12 e em atos de órgãos institucionais13, o combate efetivo à

corrupção. Assim como ocorreu em épocas pretéritas, o modelo atual de direitos norteadores

de todo o ordenamento jurídico não se revela suficiente e apto para suprir as necessidades atuais.

A administração pública, direta e indireta, e de qualquer dos Poderes da República é

norteada por princípios próprios, alguns explícitos no art. 37 da Constituição Brasileira –

legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência – que servem à boa

administração, a uma administração proba, o que equivale a prestada com honestidade,

honradez, integridade de caráter e retidão (MEDAUAR, 2015, p. 152-153).

Em que pese os largos avanços efetuados até o momento14, tem-se vislumbrado que o

status desses princípios constitucionais relacionados à administração pública não está

conseguindo, de per si, cumprir a razão básica norteadora de sua concepção: reduzir a índices

toleráveis os atos que impliquem em dilapidação do erário e atentem contra a moralidade

administrativa.

O estágio hodierno do mundo, com destaque para a realidade brasileira, requer uma

elevação ainda superior da consagração constitucional de princípios jurídicos setoriais15, cuja

aplicação é destinada apenas a determinadas hipóteses.

É preciso mais. A roupagem constitucional de princípios relacionados à boa

administração foi relevante, todavia se tem demonstrado insuficiente. O próximo passo

12Nos últimos anos, aumentou consideravelmente, em quase todo o país, o número de passeatas populares e de

manifestações da sociedade civil organizada com pleitos que versam principalmente sobre o combate a corrupção. Disponível em: <http://infograficos.oglobo.globo.com/brasil/protestos-de-domingo.html>. Acessado em: 18 de agosto de 2015.

13As instituições públicas, como o Ministério Público Federal e Estaduais, a Polícia Federal e Civis, a Secretaria

Nacional de Justiça, os Tribunais de Contas etc. também incorporaram ao discurso institucional o combate à prática de atos que importem em corrupção. Os próprios endereços eletrônicos de muitos desses órgãos dispõem de espaços para campanhas publicitárias, promoção de cursos e palestras, proposição de medidas, divulgação de estatísticas atinentes a esta temática.

14Um desses avanços é muito bem retratado por Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2009, p. 804), para quem “a

inclusão do princípio da moralidade administrativa na Constituição foi um reflexo da preocupação com a ética na Administração Pública e com o combate à corrupção e à impunidade no setor público. Até então, a improbidade administrativa constituía infração prevista e definida apenas para os agentes políticos. Para os demais, punia-se apenas o enriquecimento ilícito no exercício do cargo. Com a inserção do princípio da moralidade na Constituição, a exigência de moralidade estendeu-se a toda a Administração Pública, e a improbidade ganhou abrangência maior, porque passou a ser prevista e sancionada com rigor para todas as categorias de servidores públicos e a abranger

outras que não apenas o enriquecimento ilícito”.

15Barroso (2015, p. 360) ensina que “princípios setoriais ou especiais são aqueles que presidem um específico

conjunto de normas afetas a determinado tema, capítulo ou título da Constituição. Eles irradiam limitadamente,

(18)

evolutivo está voltado para a adoção um novo paradigma, que norteie todo o ordenamento

jurídico em suas diversas facetas.

A compreensão de um novo modelo que conduza o direito à administração proba para

a esfera dos direitos fundamentais do homem, como norma de concretização da dignidade da

pessoa humana16, servirá como vetor para toda a realidade, desde a interpretação das normas,

como o respectivo processo de elaboração, além da orientação para os agentes públicos e de

aplicações, inclusive, no domínio das relações privadas quando houver interesse público

relacionado à boa administração.

O constitucionalista SILVA (2014, p. 180), ao traçar os conceitos dos direitos

fundamentais do homem, ensina sobre os quais que:

além de referir-se a princípios que resumem a concepção de mundo e informam a ideologia política de cada ordenamento jurídico, é reservada para designar, no nível de direito positivo, aquelas prerrogativas e instituições que ele concretiza em garantias de uma convivência digna, livre e igual de todas as pessoas. No qualificativo fundamentais acha-se a indicação de que se trata de situações jurídicas sem as quais a pessoa humana não se realiza, não convive e, às vezes, nem mesmo sobrevive; fundamentais do homem no sentido de que a todos, por igual, devem ser não apenas reconhecidos, mas concreta e materialmente efetivados.

Realizadas tais considerações, suscita-se a indagação sobre a permissibilidade dessa

nova acepção no ordenamento jurídico pátrio. Esse suposto obstáculo sequer existe quando é

feita uma análise mais atenta dos direitos implícitos, do regime vigorante e dos princípios

adotados pela Constituição.

O caput do primeiro dispositivo da Constituição Federal de 1988, ao consagrar a

República como forma de governo, em contraposição ao regime monárquico, sobressalta a res

16Bolesina e Leal, (2013, p. 41), em sucintas palavras, salientam com destreza a relação entre direitos fundamentais

e a máxima da dignidade humana, expondo que “a maioria dos direitos fundamentais representa o respeito à dignidade da pessoa humana e o meio pelo qual ela será concretizada. Igualmente, tem-se ciência de que os direitos fundamentais, dada a sua importância singular para a dignidade humana, representam a máxima instância de direitos a serem tutelados e protegidos, sendo instituídos, por tal razão, em nível constitucional, com méritos de superconstitucionalidade, no sentido de serem tidos como os principais e nucleares direitos de um ordenamento

jurídico”.

(19)

publica, enaltecendo a importância da coletividade desde o início das normas constitucionais

básicas e pilares.

Seguindo adiante, observa-se que dos fundamentos da República Brasileira17, da

fixação da soberania popular18, dos objetivos a serem alcançados19 e dos princípios que regem

o país nas relações internacionais é possível extrair um conteúdo que se coaduna com o direito

do homem a uma administração proba, principalmente quando se evidencia que há uma “relação simbiótica entre corrupção e comprometimento dos direitos fundamentais dos indivíduos” (GARCIA; ALVES, 2013, p. 25).

Ratificando a ideia aqui exposta, menciona-se que a cláusula de abertura do art. 5º, §

2º, da Constituição de 1988, é claro ao prever a possibilidade da vigência de outros direitos e

garantias constitucionais, além dos expressos, que decorram do regime e dos princípios

adotados20 ou de tratados internacionais (PIOVESAN, 2015, p. 155).

Os tratados ou convenções internacionais relacionados à uma administração proba, em

que o Brasil é signatário e estão vigentes no país, são: 1) Convenção sobre o combate à

corrupção de funcionários públicos estrangeiros em transações comerciais21; 2) Convenção

interamericana contra a corrupção22; e 3) Convenção das Nações Unidas contra a corrupção23.

O enfrentamento à corrupção ultrapassa os limites territoriais do país, na medida em

que, no mundo globalizado, as infrações de colarinho branco e correlatos tendem também a se

17O art. 1º da Constituição traz como fundamentos da República do Brasil: I soberania; II cidadania; III

dignidade da pessoa humana; IV – valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V – pluralismo político.

18O parágrafo único do art. 1º da Constituição dispõe sobre a soberania popular, traçando que “todo o poder emana

do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

19Celso Bastos (1997, p. 159), ao examinar os objetivos fundamentais da República do Brasil, mencionados no

art. 3º da Lei Fundamental, diz que “a ideia de objetivos não pode ser confundida com a de fundamentos, muito

embora, algumas vezes, isto possa ocorrer. Os fundamentos são inerentes ao Estado, fazem parte de sua estrutura.

Quanto aos objetivos, estes consistem em algo exterior que deve ser perseguido”.

20Sarlet (2010, p. 78-79) explica que o significado e alcance do art. 5º, § 2º, da Constituição Federal, denota “que,

para “além do conceito formal de Constituição (e de direitos fundamentais), há um conceito material, no sentido de existirem direitos que, por seu conteúdo, por sua substância, pertencem ao corpo fundamental da Constituição de um Estado, mesmo não constando no catálogo. Neste contexto, importa salientar que o rol do art. 5º, apesar de analítico, não tem cunho taxativo. A regra, por outro lado, encontra semelhante formulação na Constituição portuguesa de 1976 (art. 16, nº 1), assim como nas Constituições da Argentina (art. 33), do Peru (art. 4º), da Guatemala (art. 44) e da Venezuela (art. 50), apenas para citar algumas das ordens constitucionais mais próximas

de nós”.

21Aprovada pelo Decreto Legislativo n. 125/2000 e promulgada pelo Decreto n. 3.678/2000, inserindo, por

intermédio da Lei n. 10.467/2002, os crimes previstos nos arts. 337-B, 337-C e 337-D no Código Penal, criminalizando a corrupção ativa nas transações comerciais internacionais e o tráfico de influência. Segundo Mônica Nicida Garcia (2007, p. 328-329), o aspecto inovador foi a responsabilização dos particulares, corruptores de funcionários públicos estrangeiros.

22Aprovada pelo Decreto Legislativo n. 152/2002 e promulgada pelo Decreto n. 4.410/2002.

(20)

internacionalizarem, atuando por meio de organizações criminosas internacionais, pela lavagem

de dinheiro em pulverizações de contas bancárias e investimentos no exterior, por delitos

financeiros etc.

A política de confronto preventivo e repressivo a esses ilícitos – infrações civis,

criminais, político-administrativas, administrativas e/ou de improbidade stricto sensu24 – que

atentem contra uma administração proba deve ocorrer de maneira integrada e coordenada pelos

Estados e em consonância com os acordos internacionais firmados. Bem assim assevera Ramos

(2002, p. 7):

A tutela de probidade administrativa não é mais um imperativo meramente nacional, mas sim internacional, baseada na análise de diplomas normativos internacionais, explicitando o fundamento atual dessa internacionalização do combate a práticas de corrupção, que é a implementação de direitos humanos.

Portanto, nota-se que o interesse do homem a uma administração proba pode e deve,

como de fato o é, ser tutelado pelo direito nos planos jurídicos nacional e internacional.

Ademais, o seu desrespeito enseja grave violação à normas basilares do Estado Democrático de

Direito e da própria concepção de República, primordialmente em um ordenamento jurídico em

que se encontra erguido em prol da dignidade da pessoa humana25.

Outro aspecto que merece destaque, manifesta-se no fato de que a violação ao direito

fundamental à administração proba enseja inevitavelmente no desrespeito ao valor axiológico

do princípio da dignidade da pessoa humana. E, não raro, a vinculação de danos entre esses

direitos fundamentais é também de causalidade objetiva, causa e efeito.

24Os ilícitos que atentem contra uma administração proba podem ser classificados nos seguintes: 1) violadores de

normas administrativas ou de normas político-administrativas; 2) violadores de normas penais; 3) violadores de normas civis; 4) violadores de normas da Lei n. 8.429/1992, definidores de atos de improbidade stricto sensu; e 5) violadores de convenções internacionais (GARCIA, 2007, p. 231).

25Alexy (1999, p. 61) ensina com maestria peculiar quando um determinado interesse do homem pode e dever ser

tutelado pelo direito, bem como quando esse interesse é tão fundamental ao ponto de ser elevado à categoria de

direito fundamental do homem. “”Deve tratar-se, em primeiro lugar, de interesses e carências que, em geral, podem e devem ser protegidos e fomentados pelo direito”. Em seguida, o autor exemplifica a necessidade do homem ao

amor, cujo interesse não é passível de ser compelido pelo direito. Continua afirmando que a “segunda condição é

que o interesse ou a carência seja tão fundamental que a necessidade de seu respeito, sua proteção ou seu fomento se deixe fundamentar pelo direito. A fundamentabilidade fundamenta, assim, a prioridade sobre todos os escalões do sistema jurídico, portanto, também perante o legislador. Um interesse ou uma carência é, nesse sentido, fundamental quando sua violação ou não-satisfação significa ou a morte ou sofrimento grave ou toca no núcleo

essencial da autonomia”.

(21)

Basta imaginar as situações em que o ilícito praticado contra a administração proba

ocasionar desvios de recursos públicos que seriam aplicados em setores da educação, saúde,

segurança pública etc. Mesmo se tratando de direitos sociais, a inexistência do mínimo

existencial destes irá, no caso aludido, ser um empecilho à efetivação da dignidade da pessoa

humana.

Expostos breves arrazoados sobre a necessidade e admissibilidade da classificação do

direito à administração proba como direito fundamental do homem, no ordenamento jurídico

pátrio, no tópico seguinte serão exploradas algumas consequências práticas dessa mudança de

paradigma.

3 REFLEXOS DA FORÇA NORMATIVA DO DIREITO FUNDAMENTAL DO HOMEM A UMA ADMINISTRAÇÃO PROBA

A compreensão da administração proba como um direito fundamental do homem

implicará inevitavelmente em uma intensa força propulsora que se irradiará por todo

ordenamento jurídico, não servindo de orientação somente para o intérprete da norma jurídica,

mas para toda atividade em que estiver envolvida interesses diretos ou indiretos da

administração pública.

Em uma realidade como a brasileira, é recorrente a carência de eficácia da norma jurídica pelos mais diversos motivos. Entrementes, o “intérprete constitucional deve ter compromisso com a efetividade da Constituição: entre interpretações alternativas e plausíveis, deverá prestigiar aquela que permita a vontade constitucional” (BARROSO, 2015, p. 341).

Esse assunto merece atenção especial, em se tratando de casos em que são discutidas

a violação aos postulados da administração proba, visto que é frequente a adoção nos Tribunais

de interpretações que desprestigiam o direito fundamental aqui defendido em prol de garantias

individuais dos seus supostos violadores, servindo, na prática como instrumento de impunidade

nos ilícitos de colarinho branco.

Mattos (2015, p. 17-18) expõe nitidamente o problema:

(22)

Nesse contexto, as garantias processuais são tão superestimadas que se esquece que o processo não é um fim em si mesmo, mormente quando milhares de ações criminais são fulminadas à espera do segundo reexame de mérito no Superior Tribunal de Justiça.

O magistrado Moro (2014, p. 1) realiza uma crítica construtiva à tendência

interpretativa do Poder Judiciário Brasileiro nos casos de corrupção, em contraposição aos

entendimentos normalmente firmados nos julgamentos de infrações comuns26, retratando que é “imprescindível também mudança de percepção dos juízes quanto aos males da corrupção. Se um terço do rigor contra os criminosos do tráfico de drogas fosse transferido para os processos de corrupção, haveria grande diferença”.

Explicita-se que a irradiação dos postulados do direito fundamental à administração

proba, além de nortear os gestores da administração, também serve de orientação a todos atores

da administração pública, direta e indireta, e de qualquer dos Poderes constituídos.

Por conseguinte, o Legislativo deve ficar atento às mudanças de paradigmas desde o

momento em que a administração proba passa a ser concebida como direito fundamental, seja

na sua atividade fiscalizadora do Executivo, seja na melhor readequação da legislação vigente

nesse novo modelo. A título de exemplo, mencionam-se a questão do julgamento das contas

orçamentárias, da impunidade advinda do foro por prerrogativa de função, dos exíguos prazos

prescricionais etc.

4 CONCLUSÃO

Decorridos três séculos da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, a

propagação frequente pela imprensa de novos escândalos de corrupção de servidores públicos

e agentes políticos, envolvidos em desvios de vultosos recursos financeiros, conduziram a

intensificação do movimento da sociedade civil e das próprias instituições públicas pela

promoção de medidas de combate efetivo à corrupção.

26 Interpretações díspares pelos Tribunais com manifestações excessivamente garantistas nas situações de

colarinho branco em contraposição a uma visão mais repressora nos delitos comuns. É inegável a insegurança

jurídica nas infrações que desrespeitam o princípio fundamental à uma administração prova. “He reiterado hasta

convertirlo em auténtico leitmotiv de estas consideraciones el carácter inequívocadamente axiológico de la seguridade jurídica. En sustento de esta tesis nuclear he intentando mostrarnque la seguridade jurídica no es um mero factum inmanente a cualquiersistema de Derecho, sino um valor del Derecho justo que adquierensu plena

dimensión operativa en el Estado de Derrecho” (LUÑO, 1994, p. 140).

(23)

É notório que o regime jurídico vigorante acerca da administração proba como

princípio constitucional setorial não se demonstra mais idôneo de satisfazer essa nova

necessidade, de tal modo que é imprescindível a reclassificação do direito à probidade

administrativa, elevando-o ao status de direito fundamental do homem, pois assim terá força

normativa suficiente para deflagrar toda sua eficácia no ordenamento jurídico.

A cláusula de abertura prevista no art. 5º, § 2º, da Constituição, os tratados e

convenções internacionais ratificados pelo país, a conjectura internacional e a busca pela

máxima concretização da dignidade da pessoa humana servem como fundamento para a

promoção da administração proba à direito fundamental do homem.

Essa nova concepção requer uma nova postura por todos, de modo a melhor garantir a

sua aplicabilidade efetiva, real no mundo concreto, vez que Bobbio (p. 32) bem adverte das

dificuldades de sua implementação:

descendo do plano ideal ao plano real, uma coisa é falar dos direitos do homem, direitos sempre novos e cada vez mais extensos, e justificá-los com argumentos convincentes; outra coisa é garantir-lhes uma proteção efetiva. Sobre isso, é oportuna ainda a seguinte consideração: à medida que as pretensões aumentam, a satisfação delas torna-se cada vez mais difícil (...) Poder-se-iam multiplicar os exemplos de contraste entre as declarações solenes e sua consecução, entre a grandiosidade das promessas e a miséria das realizações. Já que interpretei a amplitude que assumiu atualmente o debate sobre os direitos homem como um sinal de progresso moral da humanidade, não será inoportuno repetir que esse crescimento moral não se mensura pelas palavras, mas pelos fatos. De boas intenções, o inferno está cheio.

Assim, espera-se que a ascensão da administração proba à escala de direito

fundamental, seja como uma nova dimensão de direitos, seja como manifestação do direito da

coletividade de geração pretérita, possa orientar todos a sua efetividade para consagração da

dignidade da pessoa humana.

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