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AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DAS ESCOLAS DE TEMPO INTEGRAL DO MUNICÍPIO DE VILA VELHA/ES/BR: AVANÇOS PARA UM ENSINO INCLUSIVO, EQUITATIVO E DE QUALIDADE

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1 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DAS ESCOLAS DE TEMPO INTEGRAL DO MUNICÍPIO DE VILA VELHA/ES/BR: AVANÇOS PARA UM ENSINO INCLUSIVO,

EQUITATIVO E DE QUALIDADE

Ms. Thaise Ramos Varnier, Secretaria Municipal de Educação de Vila Velha/ES, Brasil, thaise.varnier@edu.vilavelha.es.gov.br.

Esp. Kalinca Neves Pinto, Secretaria Municipal de Educação de Vila Velha/ES, Brasil.

Esp. Sandra Lyrio Stofe, Secretaria Municipal de Educação de Vila Velha/ES, Brasil.

Sessões de Debate

Acesso a uma educação primária inclusiva, equitativa e de qualidade

RESUMO

O crescimento de avaliações institucionais na escola ganha destaque nos programas e projetos de ensino em tempo integral no Brasil, que desde a virada do século XXI, são consolidados com maior ênfase nos Programas de governos federais e municipais, que potencializam as ações previstas na Meta 6, instituída pelo Plano Nacional de Educação (PNE). Com o intuito de potencializar as ações desenvolvidas nestas escolas, no ano de 2018, a SEMED realizou as avaliações institucionais nas quatro escolas de tempo integral oriundas do decreto n° 258/2014.

Este estudo, em andamento, objetiva elucidar o processo de avaliação institucional nas escolas de tempo integral do Município de Vila Velha/ES, Brasil, que buscou contemplar todos os segmentos participantes da comunidade escolar (pais, estudantes, funcionários, corpo docente e outros) por meio de ferramentas metodológicas adaptadas a realidade dos sujeitos participantes e das particularidades de cada escola. De modo histórico, o estudo amplia os sujeitos participantes da pesquisa por meio de ferramentas metodológicas pioneiras para as avaliações institucionais, o que o torna um marco para o avanço das políticas públicas do Município, na busca por um ensino de qualidade inclusivo e equitativo.

INTRODUÇÃO

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2 O tema avaliação possui uma amplitude de abrangência conceitual, o que o leva a ser inserido em diversos contextos. Este, por sua vez, pode assumir contornos menos complexos, se fazendo presente constantemente nas ações e atitudes do cotidiano, como também de âmbito institucional, social, econômico e entre outros.

De forma objetiva, segundo Alburquerque e Oliveira (2008), o termo “avaliar”

tem a sua origem no latim a-valere que significa “dar valor a...” Já o termo

“avaliação” é vinculado a conduta de atribuir um valor ou qualidade a alguma coisa ou ação, obtendo um posicionamento positivo ou negativo. Luckesi (2002, p.33) entende que a:

(...) avaliação pode ser caracterizada como uma forma de ajuizamento da qualidade do objeto avaliado, fator que implica uma tomada de posição a respeito do mesmo, para aceitá-lo ou para transformá-lo. A avaliação é um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma tomada de decisão.

Assim posto, o ato de avaliar assume contornos de ação volátil podendo manter o ajuizamento da qualidade do objeto avaliado, como também, a transformação do mesmo. Segundo Vasconcellos (2005), deve-se avaliar para mudar o que tem que ser mudado ou ajustar o que tiver que ser ajustado. A avaliação deve ter efeito prático.

No âmbito Educacional, Hoffmann (1993a, 1993b); Luckesi (2002);

Vasconcellos (2000) entre outros, são autores que fundamentam o conceito de avaliação. Este por sua vez, destaca-se no segmento de avaliação de aprendizagem, que possui como instrumento auxiliar a aprendizagem do estudante, tendo função diagnóstica e não de reprovação ou aprovação.

No que se trata este estudo, o termo avaliação ultrapassa as questões das aprendizagens individuais, e se consolida no termo avaliação institucional.

A avaliação institucional possui como intuito compreender as relações e as estruturas de caráter público e social de programas e/ou projetos. Essas, por sua vez, são avaliadas como forma de compreender e aprimorar seus compromissos com a sociedade. De acordo com Sílveres e Santos (2018, p. 222),

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3 Nos últimos anos, vem crescendo o interesse pela avaliação institucional da escola. Isso pode ser comprovado com o aumento do espaço que esse tipo de avaliação passou a ocupar nos eventos e nos veículos da área de avaliação educacional, bem como nos dispositivos legais e documentos oficiais que tratam da promoção ou da avaliação da qualidade educacional. Um espaço ainda restrito, é bem verdade, quando comparado com outros tipos de avaliação educacional, mas que, de qualquer modo, aponta para uma tendência de defender cada vez mais modelos de avaliação da escola cujo protagonismo seja assumido pela própria escola.

O crescimento de avaliações institucionais na escola ganha destaque nos programas e projetos de ensino em tempo integral no Brasil, que desde a virada do século XXI, são consolidados com maior ênfase nos Programas de governos federais e municipais, que potencializam as ações previstas na Meta 6, instituídas pelo Plano Nacional de Educação (PNE)1.

No Brasil, por exemplo, em 2007, o governo Federal lança o Programa indutor de jornada ampliada “Mais Educação”. Criado pela Portaria Interministerial nº 17/2007 e regulamentado pelo Decreto 7.083/10, constitui-se como estratégia do Ministério da Educação para indução da construção da agenda de educação integral nas redes estaduais e municipais de ensino que amplia a jornada escolar nas escolas públicas, para no mínimo 7 horas diárias.

No Município de Vila Velha/ES, o marco para a implementação de Políticas Públicas de Educação Integral em tempo integral para o Município se dá no ano de 2014. A Secretaria Municipal de Educação de Vila Velha (SEMED) elabora um Projeto Piloto Municipal de Educação Integral em quatro unidades de ensino, financiado por recursos próprios, que por meio do decreto nº 258/2014, passou a vigorar no ano de 2015. Este decreto dispõe normatizar medidas e critérios para implantação, organização e funcionamento do Projeto de Educação em Tempo Integral, da Rede Municipal de Vila Velha, para matrícula e permanência de alunos em tempo integral ampliação para no mínimo de 8h30min diárias.

Com o intuito de potencializar as ações desenvolvidas nestas escolas, no ano de 2018, a SEMED realiza as avaliações institucionais nas quatro escolas de tempo integral oriundas do decreto n° 258/2014, tendo como objetivo construir parâmetros

1 No ano de 2014, foi sancionado pela Presidência da República o Plano Nacional de Educação (PNE) que define metas e diretrizes a serem atingidas em um período de dez anos, conforme determina a Constituição Federal. Ao todo são vinte metas referentes aos diversos aspectos da educação brasileira, sendo um direcionado a ampliação da jornada escolar: a meta 6.

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4 para a ação cotidiana dessas escolas, possibilitando a identificação da realidade, dos problemas e das experiências vivenciadas. De acordo com o estudo produzido pela UNICEF (2013, p. 153):

“[...] a avaliação de projetos ou programas educacionais são instrumentos fundamentais na educação integral uma vez que podem nos dizer se as estratégias e processos desenvolvidos estão sendo eficientes e eficazes e se possuem os efeitos desejados.

Partindo deste pressuposto, este estudo, em andamento, objetiva elucidar o processo de avaliação institucional das quatro escolas de tempo integral do Município de Vila Velha/ES, Brasil, realizado no ano de 2018, que buscou contemplar todos segmentos participantes da comunidade escolar (pais, estudantes, funcionários, corpo docente, pedagógico e outros) por meio de ferramentas metodológicas adaptadas a realidade dos sujeitos participantes e das particularidades de cada escola.

DESENVOLVIMENTO

Desde a implementação do Projeto Piloto Municipal de Educação Integral (decreto nº 258/2014), a SEMED utiliza a avaliação institucional, de caráter anual2, como instrumento investigador e reflexivo da realidade das escolas envolvidas:

UMEI Casulo Vovô, UMEF Dr. Tancredo Neves, UMEF Rev. Antônio da Silva Cosmo e UMEF Rev. Waldomiro Martins Ferreira.

A UMEI Casulo Vovô é uma unidade escolar que atende o segmento da Educação Infantil, com a oferta de aproximadamente 150 vagas para idades de 4 e 5 anos. Ela fica localizada no bairro nobre do Município, intitulado Praia da Costa.

A UMEF Dr. Tancredo Neves, está localizada no bairro Cobi de cima, bairro de classe média baixa. Atualmente, a escola atende 134 estudantes do segmento de ensino fundamental do 1° ao 5º ano.

2 No ano de 2017, não foi realizada a avaliação das escolas de tempo integral devido a mudança de gestão ocorrida no setor responsável por esta ação: o setor de Educação Integral.

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5 A UMEF Rev. Antônio da Silva Cosmo é uma escola de ensino fundamental que atende 569 estudantes matriculados do 6º ao 9º ano. Localiza-se no bairro Jardim Colorado que possui classe social média.

As primeiras avaliações institucionais das escolas de tempo integral no Município foram realizadas no ano de 2015 e 2016, de forma quantitativa, sob o formato online por meio do preenchimento de questionários. Os sujeitos participantes da pesquisa foram pais, estudantes3, professores, corpo docente, funcionários –porteiro, merendeira e equipe da limpeza – e corpo administrativo e pedagógico – coordenador, pedagogo e direção.

No ano de 2018 são retomadas as avaliações institucionais das escolas de tempo integral do Município, visando assumir contornos próprios na tentativa de avançar qualitativamente o que até o momento fora produzido.

Para a conclusão deste formato avaliativo, foram seguidos alguns caminhos metodológicos de caráter exploratório como: levantamento bibliográfico, apropriações das avaliações institucionais de escolas em tempo integral realizadas em outros municípios e, por fim, observação inloco nas escolas participantes.

O levantamento bibliográfico foi realizado com o intuito de mapear as produções acadêmicas pertinentes a temática de avaliação institucional em programas de educação integral de tempo integral. Como resultado da pesquisa, foram encontrados estudos produzidos pela UNICEF no ano de 2011 e 2013, que apontaram alguns caminhos: identificar a realidade, os problemas e as experiências vivenciadas; construir parâmetros para a ação cotidiana, melhoria do trabalho em equipe e instituições envolvidas; promover transparência as ações públicas; buscar engajar todos os sujeitos envolvidos no projeto; permitir o diálogo entre diferentes pessoas envolvidas no projeto para a confrontação e negociação entre pontos de vistas distintos; criar momentos de aprendizagem compartilhada por aqueles que estão envolvidos; atender os aspectos de formação em valores, subjetivos e dentre outros e etc.

Para além disso, foram analisadas as pesquisas anteriores do ano de 2015 e 2016 com o objetivo de retomar historicamente o que até o momento havia sido produzido. A elaboração das avaliações também levou em consideração as avaliações institucionais de educação em tempo integral realizadas por Municípios

3 Exceto os estudantes matriculados na UMEI Casulo Vovô (educação infantil), que por serem via preenchimento de questionários, inviabilizou o atendimento destes estudantes.

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6 vizinhos, especialmente, as realizadas na capital Vitória/ES. Por fim, as observações inloco realizadas nas escolas, visaram adaptar a produção avaliativa ao cotidiano e a realidade de cada escola (observar os espaços, observar o cotidiano da escola e

“ser a escuta” de alunos, professores diretores e etc).

Assim, para o ano de 2018, é introduzido a produção de desenhos para os estudantes de educação infantil (4 e 5 anos) e primeiro ciclo do ensino fundamental (1º ao 5º ano). Além disso, aos estudantes com déficit cognitivo foram elaboradas perguntas simples que foram elucidadas no formato de entrevista e complementadas por amostra de imagens.

Desta forma, de caráter quantitativo e qualitativo, as avaliações foram desenvolvidas em dois momentos.

O primeiro momento foi direcionado a aplicação dos questionários sob o formato online para os segmentos de estudantes (6º ao 9º ano), pais, corpo administrativo pedagógico, corpo docente, funcionários e direção.

Para o segmento escolar da educação infantil e ensino fundamental (1° ao 5º ano) foram realizadas contação de história que, de forma lúdica, possuía em seu enredo a história de uma menina que não sabia o que era escola. Desta forma, as crianças eram estimuladas a relatarem e a desenharem o cotidiano da própria escola.

No segundo momento, todos os dados produzidos (registros iconográficos, diários de campo, desenhos e questionários) foram analisados e transformados em temáticas de discussão (infraestrutura, práticas pedagógicas, acesso e permanência e etc), intitulado como Fórum participativo.

Neste fórum, cada escola participa com um representante de cada segmento da pesquisa (pais, estudantes, professores, funcionários e etc), totalizando assim, 21 componentes participantes que de forma reflexiva discutem os eixos temáticos oriundos do primeiro momento da avaliação.

Os resultados produzidos durante todo o processo avaliativo serão divulgados no dia 05 de dezembro, do referido ano, no Seminário de Educação Integral que acontecerá no Teatro Municipal da cidade promovido pela Secretaria Municipal de Educação de Vila Velha.

Diante ao exposto, o referido estudo buscou caminhos metodológicos que evidenciassem a subjetividade escolar, tendo a intenção de construir um diálogo entre as ações da organização, os saberes da escola e os interesses e

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7 necessidades da comunidade. Assim, de acordo com Gerhardt e Silveira (2009, p.

31) “a pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc”.

CONCLUSÕES

Este estudo, em andamento, traz em seus dados, até o momento, características perceptíveis de empoderamento político e social dos sujeitos participantes desta avaliação institucional.

Os 1.500 participantes da pesquisa utilizaram o instrumento avaliativo como ferramenta democrática indutora do protagonismo daqueles que nela participaram.

Além disso, a participação destes solidifica a escola como um espaço político e decisivo para a tomada de decisões, que de forma comum e compartilhada, visa encontrar um melhor caminho para o ensino de qualidade inclusivo e equitativo.

De modo histórico, o estudo amplia os sujeitos participantes da pesquisa, visando contemplar toda a comunidade escolar englobada pelo segmento de educação integral, mostrando respeito aos participantes, por trazer ferramentas metodológicas pioneiras para as avaliações institucionais, e se tornando assim, um marco para o avanço das políticas públicas do Município.

BIBLIOGRAFIA

ALBURQUERQUE, Tárgélia; OLIVEIRA, Eloiza. Avaliação da Educação e da Aprendizagem. Taigélia. 2.ed – Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2008.

GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da préescola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 1993a. __________. Avaliação:

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8 Mito e Desafio: uma perspectiva construtivista, 12 ed. Porto Alegre: Educação e realidade, 1993b.

LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. 13º ed. São Paulo:

Cortez, 2002.

SÍLVERES, Luiz; SANTOS, José Est. Avaliação institucional na educação básica: os desafios da implementação. Aval. Educ., São Paulo, v. 29, n. 70, p. 222-253, jan./abr. 2018.

VASCONCELLOS, C. S. Avaliação: concepção dialético-libertadora do processo de avaliação escolar. 11. ed. São Paulo: Libertad, 2000.

UNICEF. Monitoramento e Avaliação da Educação Integral: (Re)Conhecer Processos e Potencializar Resultados. In: Tendências para a educação integral. São Paulo : CENPEC, 2011.

_________ Monitoramento e avaliação em programas de Educação Integral. In:

Percursos da educação integral em busca da qualidade e da equidade. São Paulo : CENPEC, 2013.

Referências

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