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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

NOEMIA BRAGA NOGUEIRA

PROCRASTINAÇÃO x ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO: ENTRAVES E POSSIBILIDADES PARA O GESTOR NAS ORGANIZAÇÕES

FORTALEZA 2018

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2 NOEMIA BRAGA NOGUEIRA

PROCRASTINAÇÃO x ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO: ENTRAVES E POSSIBILIDADES PARA O GESTOR NAS ORGANIZAÇÕES

Monografia apresentada como um dos requisitos para a conclusão do Curso de Administração pela Universidade Federal do Ceará.

Orientadora: Prof. Ms. Elidihara Trigueiro Guimarães.

FORTALEZA 2018

(3)

3 ___________________________________________________________________________

B1p BRAGA NOGUEIRA, NOEMIA.

PROCRASTINAÇÃO X GESTÃO DO TEMPO: ENTRAVES E POSSIBILIDADES PARA O GESTORNAS ORGANIZAÇÕES / NOEMIA BRAGA NOGUEIRA. – 2018.

58 f. : il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Economia,

Administração, Atuária e Contabilidade, Curso de Administração, Fortaleza, 2018.

Orientação: Prof. Me. ELIDIHARA TRIGUEIRO GUIMARÃES.

1. Procrastinação. 2. Administração do tempo. 3. Inteligência positiva. I. Título.

CDD 658

___________________________________________________________________________

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4 NOEMIA BRAGA NOGUEIRA

PROCRASTINAÇÃO x ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO: ENTRAVES E POSSIBILIDADES PARA O GESTOR NAS ORGANIZAÇÕES

Monografia apresentada como um dos requisitos para a conclusão do Curso de Administração pela Universidade Federal do Ceará.

Orientadora: Prof. Ms. Elidihara Trigueiro Guimarães.

Aprovada em: ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Prof. Ms Elidihara Trigueiro Guimarães (Orientadora) Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________

Prof. Ms. Carlos Manta Pinto de Araújo Universidade Federal do Ceará (UFC)

_________________________________________

Prof. Dra. Sueli Maria de Araújo Cavalcante Universidade Federal do Ceará (UFC)

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5

A Deus que sempre me ensina que para quem

NEle crê, tudo é possível e tudo dá certo. À Nossa Senhora das Graças que é minha intercessora fiel junto a Jesus.

À minha mãe Rosa Braga que quer sempre o meu melhor e torce muito pela minha felicidade.

Aos meus avós maternos que estão no céu Tácio e Lalá Braga que me ensinaram tudo a respeito de como ser uma pessoa melhor e de sempre ter um bom coração.

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6 AGRADECIMENTOS

À prof. Elidihara e ao prof. Carlos por sempre terem confiado no meu potencial e terem investido seu precioso tempo me ajudando a realizar a minha tão sonhada monografia.

À prof. Sueli, prof. Elidihara e prof. Carlos, meus sinceros agradecimentos por comporem a banca examinadora, por estarem comigo neste momento tão importante da defesa, pelas valiosas colaborações e sugestões.

Aos amigos Michele, Cely e ao anjo enviado por Deus Luciano, pelas reflexões, ajudas, críticas, energias e vibrações positivas e sugestões recebidas.

À minha madrinha Telma e à minha comadre Jeanne pelo imenso apoio com suas orações.

(7)

7

“Queira! Basta ser sincero e desejar profundo, você será capaz de sacudir o mundo. Tente outra vez.” (Raul Seixas)

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8 RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo analisar os aspectos da procrastinação e da administração do tempo, como também os seus impactos na perspectiva do comportamento humano na consecução das atividades no âmbito organizacional, bem como a influência da inteligência positiva no âmbito da postergação das atividades e da organização das tarefas, de forma a correlacionar esses aspectos com a produtividade e o desenvolvimento organizacional. A revisão literária focou nos conceitos de procrastinação, administração do tempo e inteligência positiva. A metodologia utilizada foi qualitativa-descritiva e bibliográfica, com vista a mensurar dados e verificar como isso se refletiu no trabalho pesquisado. Os resultados alcançados foram que a procrastinação afeta de maneira substancial na tomada de decisões e também funciona como um indicador de perda de tempo na execução das tarefas. Pôde-se concluir que a procrastinação é um elemento bastante nocivo no que concerne à organização das atividades, podendo levar desde a postergação da rotina das tarefas a doenças psicossomáticas.

Palavras-chave: Procrastinação; Administração do tempo; Inteligência positiva;

Produtividade.

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9 ABSTRACT

The objective of this study was to analyze the aspects of procrastination and time management, as well as their impact in the perspective of human behavior in the accomplishment of the activities in the organizational scope, as well as the influence of positive intelligence in the scope of postponement of activities and organization of tasks, in order to correlate these aspects with productivity and organizational development. The literary review focused on the concepts of procrastination, time management, and positive intelligence. The methodology used was qualitative-descriptive and bibliographical, in order to measure data and verify how this was reflected in the research work. The results achieved were that procrastination substantially affects decision making and also acts as an indicator of wasted time in the execution of tasks. It could be concluded that procrastination is a very harmful element in the organization of activities, and can lead from the postponement of routine tasks to psychosomatic diseases.

Keywords: Procrastination; Time management; Positive Intelligence; Productivity.

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10 LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 − Porcentagem dos entrevistados... 41

Gráfico 2 − Porcentagem da correlação do adiamento das tomadas de decisão decorrentes da procrastinação... 42

Gráfico 3 − Porcentagem da correlação da administração do tempo e da procrastinação... 42

Gráfico 4 − Porcentagem sobre a procrastinação nas redes sociais e sua reflexão na administração do tempo... 43

Gráfico 5 − Porcentagem da influência da chefia com a postergação das tarefas... 44

Gráfico 6 − Porcentagem da relação entre a não afinidade com a função da procrastinação... 44

Gráfico 7 − Porcentagem entre demanda de tarefas e poder... 45

Gráfico 8 − Porcentagem da realização de metas e procrastinação... 45

Gráfico 9 − Porcentagem com relação à metas versus prazo... 46

Gráfico 10 − Porcentagem relativo à organização das tarefas e limpeza... 47

Gráfico 11 − Porcentagem referente á organização do trabalho e resultados... 47

Gráfico 12 − Porcentagem relacionado à execução e procrastinação... 48

Gráfico 13 − Porcentagem da procrastinação versus estagnação no emprego... 48

Gráfico 14 − Porcentagem acerca do planejamento e gestão do tempo... 49

Gráfico 15 − Porcentagem referente à disciplina e gestão de tarefas da administração do tempo... 50

Gráfico 16 − Porcentagem referente à distração e procrastinação... 50

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11 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

2 PROCRASTINAÇÃO E SEUS EFEITOS COMPORTAMENTAIS NOS INDIVÍDUOS... 15

2.1 Os seis tipos de procrastinadores... 18

2.1.1 O perfeccionista neurótico ... 19

2.1.2 O caçador de grandes chances... 19

2.1.3 O Apreensivo crônico... 20

2.1.4 O procrastinador rebelde... 21

2.1.5 O viciado em drama ... 23

2.1.6 O doador furioso... 24

2.2 A educação contra procrastinação se inicia na infância... 25

3 OS SABOTADORES E OS ASPECTOS QUE LIMITAM O QUOCIENTE DE INTELIGÊNCIA POSITIVA... 28 3.1 Inteligência Positiva... 28

3.1.1 Sabotadores da inteligência positiva... 30

3.1.1 Dez tipos de sabotadores... 30

3.1.2 Características do Sábio... 31

4 Administração do tempo... 34

4.1 Conceitos Gerais... 34

4.2 Pareto... 35

4.3 Delegação de tarefas... 35

5 METODOLOGIA, PESQUISA E ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS... 38

5.1 Metodologia... 38

5.2 Pesquisa e análise dos dados... 40

5.2.1 Universo da pesquisa... 40

5.2.3 Amostra da pesquisa... 40

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 52

REFERÊNCIAS... 53

APÊNDICE – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ... 55

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12 1 INTRODUÇÃO

As exigências a que são submetidos os estudantes nos seus espaços educacionais e a condição de trabalhadores, na maioria dos casos, restringem o seu tempo de estudo.

Contudo, além dessa dificuldade, as novas tecnologias, sedutoramente, atraem para diversas aplicações de redes sociais. Tudo isto demanda uso do tempo, podendo gerar a procrastinação que, além de prejudicar a atuação, pode ocasionar a frustração ou ainda desencadear doenças psicológicas. Mas a procrastinação é tipificada, assim como seus motivos denominados de sabotadores e, na contramão disso, o Quociente de Inteligência Positiva que se apresenta como forma de limitar a procrastinação para aqueles que se esforçam para superá-la.

Aliada a isso, vem a administração do tempo que é muito importante no contexto contemporâneo, uma vez que é demarcado pela dinamicidade e imediatismo de resultados cada vez mais frequentes nas organizações. Esses se apresentam como indicadores que condicionam a postura e a conduta dos indivíduos nas empresas, impactando de maneira significativa nas pessoas que constituem a organização e seus grupos sociais, refletindo na missão, visão, valores que consolidam e balizam a cultura de uma organização.

As organizações sempre enfrentaram dilemas e desafios que impulsionaram as pessoas a atingirem metas e objetivos. Sendo assim, as empresas sempre foram passivas de demandas e contingências que interferem no ambiente organizacional, buscando, dessa forma, atingir os resultados esperados através da força de trabalho em que se tem como elemento condicionante: o tempo. Com isso, as organizações estão, cada vez mantendo um cuidado sutil com questões inerentes à eficiência e eficácia nas empresas, de forma a favorecer um resultado satisfatório para as mesmas.

No âmbito das organizações modernas, o tempo se tornou alvo decisivo no que concerne à otimização de recursos para maximizar o desenvolvimento organizacional. Desse modo, as empresas buscam estar cada vez mais atenuadas à vantagem competitiva que alude ao melhor acondicionamento de mecanismos que propiciem na melhor tomada de decisão pelos gestores.

Diante disso, a competitividade que advém do mundo globalizado e do mundo dos negócios, condiciona as organizações e, sobretudo, os gestores a atuarem de maneira estratégica, no que diz respeito à administração do tempo. Principalmente em uma sociedade bastante fluida e propensa a mudanças abruptas que propõe uma postura avassaladora dos gestores, no que diz respeito ao imediatismo dos resultados e sua efetividade. Assim, a administração do tempo se traduz a um arsenal de indicadores e nuances que buscam de

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13 maneira efetiva, aliar produto, processo e pessoas para o alcance dos objetivos organizacionais.

Vale sempre ressaltar que as organizações atuais estão cada vez mais preocupadas em se desenvolver em larga escala, em se destacarem muito mais que seus concorrentes, através dos melhores funcionários com maior desempenho possível e com a presença de lideres para obterem maiores lucros. Para isso, é necessária a sábia utilização do tempo entre todos os funcionários, facilitadores e gestores, pois quando todos os funcionários usam bem o tempo, eles produzem mais para a empresa e ambos ganham com isso. Assim, quando os gestores otimizam de maneira eficiente seu tempo na empresa, alcançam altos índices de produtividade, podendo desfrutar de mais tempo desempenhando outras coisas. Muitas vezes essa ação traz como consequência, menos estresse, porque usam seu tempo efetivamente para trabalhar, tendo um desempenho melhor que não é necessário ficar mais tempo que o já determinado na empresa.

Tendo em vista essas interfaces, o trabalho foi composto de conceitos e abordagens acerca da procrastinação e gestão do tempo, de maneira a correlacioná-los, para verificar o impacto que estes ocasionam na produtividade dentro do ambiente organizacional.

Assim, iniciaremos essa temática contextualizando sobre as causas que a procrastinação provoca nas pessoas e os tipos que são mais comuns nesse universo demarcado pela efervescência que as organizações presenciam atualmente.

Importante denotar que fazer o bom uso do tempo é o que há de mais moderno nos dias de hoje, visto que o tempo é precioso e valioso. A pessoa pode perder dinheiro se não souber utilizar estrategicamente o tempo, podendo resultar em retrabalho e, assim, não dá para se recuperar o tempo, pois este passa, voa e quando a pessoa se dá conta, já sumiram as oportunidades, o timing passou. O estudo da gestão do tempo é de grande relevância para a vida pessoal de cada ser humano na terra, pois saber fazer uso do bom tempo é uma questão de sabedoria.

Dessa forma, é necessário um diagnóstico contínuo da relação tempo e procrastinação dentro dos estudos estratégicos da gestão para que haja a percepção da amplitude de controle dos administradores no que diz respeito ao planejamento de ações que auxilie de forma linear e estruturada nas necessidades individuais e coletivas, transformando essas variáveis em valores que constituem a composição da cultura organizacional em prol de haver um retorno benéfico que atenda aos anseios da organização.

Assim, o objetivo do tema foi abordar a procrastinação e sua relação com a gestão do tempo que são assuntos importantes nos dias de hoje dentro do contexto da maximização e

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14 da utilização dos recursos no universo empresarial. Tendo em vista que o tempo é algo muito precioso. Isso porque as pessoas, sobretudo as organizações, não querem perder tempo e as empresas estão buscando a melhor relação custo-benefício na consecução das tarefas. Dessa maneira, o trabalho buscou abordar através de alguns autores a definição de procrastinação e gestão do tempo nas organizações, de forma a explanar meios de minimizar o tempo e alcançar a produtividade adequada e levanta questões que propiciem uma reflexão acerca de como um gestor procrastinador pode se tornar um profissional efetivo nas tomadas de decisão.

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15 2 PROCRASTINAÇÃO E SEUS EFEITOS COMPORTAMENTAIS NOS INDIVÍDUOS

Nesta seção, aborda-se conceitos e definições acerca da procrastinação, efeitos e suas nuances de forma a contextualizar a sua origem e como isso pode ser considerado um fator que acarreta em postergar o tempo no processo de organização das tarefas.

Diante de uma sociedade cada vez mais propensa a demandar atividades na rotina diária de tarefas nas organizações, muitas equipes frequentam seminários, palestras, reuniões com o intuito de melhorarem sua performance e diminuírem consideravelmente a procrastinação. Assim, estas ferramentas contribuem de maneira significativa no aumento da produtividade das pessoas no dia-a-dia. Mesmo assim, com todo esse arsenal de informações que propiciam a motivação das pessoas, o comodismo prevalece, afetando diretamente nos afazeres, acarretando falhas no compromisso, contribuindo para que haja mais atitudes procrastinatórias.

Assim, segundo COMBS (2012), a procrastinação é designada a se referir ao adiamento de uma ação ou atividade por uma pessoa. Sendo que para a pessoa que depreende tal conduta é denominada procrastinadora, que age evitando um conjunto de tarefas que lhe foram atribuídas ou uma atividade isolada.

Nos anos 800 a.C., o poeta grego Hesíodo identificou a procrastinação como preguiça ou pecado. Esse mesmo significado pode ser identificado em:

A primeira vez que ouvi o vocábulo “PROCRASTINAÇÃO” ser proferido, eu tinha aproximadamente oito anos de idade. Naquela ocasião, eu estava participando de um culto religioso na Primeira Igreja Batista da cidade do Assú, interior do Rio Grande do Norte, em companhia de meus pais e oito irmãos.[…] Ninguém deveria postergar o dia de sua conversão a Cristo, visto que ninguém poderia prever o dia de Seu retorno à terra, quando Ele teria de julgar vivos e mortos, e muito menos prever o dia de sua morte. (MACÊDO, 2016).

Na atualidade, a procrastinação é bem presenciada no cotidiano, pois com o advento da internet e da presença massiva das redes sociais, jogos virtuais, seriados contribuem de maneira significativa para postergar as prioridades que precisam realmente serem feitas no dia a dia. Com isso, muitas pessoas acabam perdendo muito tempo sem produzir ao desviarem sua atenção para a utilização de dispositivos digitais (pc’s, smartphones ou tablets).

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16 Distraidamente, muitas pessoas não percebem que o tempo é algo bastante precioso, principalmente nos dias atuais onde são exigidos imediatismo de resultados e eficácia.

Por esta razão, possibilita-se um conflito entre a expectativa de prioridades a serem cumpridas quando a pessoa fica postergando muito suas atividades. As implicações são diversas, pois pode interferir na sua qualidade de vida, resultando em estresse, sensação de culpa, perda de produtividade e vergonha por não cumprir com as suas responsabilidades e compromissos. Assim, por mais que a procrastinação possa ser considerada normal se em níveis toleráveis, torna-se um problema quando impede o funcionamento normal das ações. E quando esta passa a ser recorrente, pode passar para uma procrastinação crônica, podendo ocasionar problemas fisiológicos ou psicológicos.

Entretanto, alguns indivíduos postergam ao máximo seu envolvimento em tarefas para alcançar algum objetivo. A procrastinação é um comportamento social complexo e múltiplo que envolve diversas dimensões, apresentando-se de forma diferenciada nos domínios social, de saúde, trabalho ou criativo. Se por um lado, o comportamento procrastinador pode ser encarado como benéfico ao reduzir os níveis de absenteísmo e turnover em tarefas entediantes (Harris e Sutton, 1983), por outro, pode ser percebido como maléfico ao produzir mais estresse e doenças após a finalização da tarefa adiada (Tice e Baumeister, 1997).

Já quem é produtivo, ou seja, quem obtém melhores resultados com menos recursos, os pensamentos e os sentimentos são outros. A emoção de ter a consciência do dever cumprido, ter feito o seu melhor, terminar suas tarefas no prazo ou até mesmo antes do prazo, pode ocasionar em promoções pelos seus ótimos resultados. Esses indicadores podem resultar em uma maior sensação de bem-estar, plenitude e serenidade por ter realizado suas tarefas.

Dessa forma, a pessoa se sente suficiente e capaz.

Diante disso, a procrastinação pode ser considerada um estado que está relacionado com a ansiedade, estresse, falta de criatividade e outros sentimentos que ajudam a desconcentrar a pessoa do seu objetivo, então para sair desse estado de desânimo da procrastinação, é necessário ouvir uma voz interior positiva, só deixar a mente fluir positivamente e juntamente a isso, ter ações determinadas, decisivas, de forma real e concreta.

Associada a isso, pode-se realizar esse planejamento de ações para que a pessoa produza mais e melhor.

Dessa forma, para vencer a procrastinação, é necessário saber o motivo existente e criar propósitos que sejam maiores do que o que leva a pessoa a cometer tal atitude procrastinatória. Sendo necessário ter motivação e inspiração para superar a procrastinação. A

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17 inspiração é um sentimento interior que faz a pessoa se reerguer depois de um abalo emocional, sendo a força interna que supera os desafios, vencendo os obstáculos.

Com isso, pode-se considerar que:

A motivação é uma força que se encontra no interior de cada pessoa e que pode estar ligada a um desejo. Uma pessoa não consegue jamais motivar alguém, o que ela pode fazer é estimular a outra pessoa. A probabilidade de que uma pessoa siga uma orientação de ação desejável está diretamente ligada à força de um desejo.

(BERGANINI, 1988, p.64).

Assim, buscar que as pessoas se motivem e percebam que o tempo é algo muito valioso na vida e tem-se que usufruir do melhor uso disso, de forma a otimizar resultados e desempenhar o melhor apreciamento da mesma, estruturando as atividades e fazendo-se plano de ações para que haja essa sucessão de acontecimentos de forma efetiva, pois a procrastinação pode desencadear mal à saúde e causar muito estresse e outras doenças psicossomáticas.

Com isso, insta citar que:

Uma pessoa que é altamente consciente e organizada, geralmente é laboriosa e produtiva. (COMBS, 2012, p. 21).

Quase todos os procrastinadores são ansiosos e a ansiedade se manifesta através do medo de fracassar, porque o indivíduo já pensa que não vai atingir o objetivo de realizar as tarefas que foram atribuídas para o procrastinador executar. São pensamentos de que é incapaz, de que é insuficiente, de que vai decepcionar as pessoas à sua volta, de que não vai conseguir fazer tudo perfeito. Todos esses maus pensamentos vão minando o procrastinador e ele acaba sem ter motivação para desempenhar a tarefa e ao mesmo tempo se sente arrependido, culpado e decepcionado consigo mesmo por mais uma vez não conseguir realizar as tarefas. O procrastinador se cobra muito e muitas vezes não consegue realizar a tarefa.

A indecisão também é outra das características do procrastinador. Melhor dizendo, o procrastinador até toma uma decisão, mas não a cumpre. Alguns procrastinadores vão se autoafirmando de que precisam de um curso para depois conseguir fazer determinada tarefa, precisam de um seminário de motivação para depois cumprir aquela obrigação, vão arranjando desculpas que postergam a consecução das ações. Dessa forma, o problema dos procrastinadores é porque eles não se comprometem e alguns não começam a produzir no momento que a tarefa é designada e ficam adiando as atividades, acarretando em um ciclo vicioso de inércia, acomodação e sentimentos de arrependimento e culpa.

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18 Apesar dessas variáveis que contribuem para a procrastinação, é possível sair da estagnação que é tão característica da procrastinação. Primeiramente, o indivíduo necessita atuar como agente modificador de mudança, pois não basta somente querer ter pensamentos positivos de que é uma pessoa produtiva, é algo interno que vai transformando progressivamente.

Além disso, é necessário aumentar seu nível de consciência, de forma a trabalhar o autoconhecimento, promovendo a sua autoestima e o amor próprio, depois entender as causas arraigadas que levam a pessoa a procrastinar. Por conta disso, é necessário que a pessoa trace metas claras, bem definidas e realistas, não metas fantasiosas nem metas que sobrecarregam demasiadamente, porque só causarão mais adiamento. É importante que o indivíduo projete metas que realmente possam ser atingidas em determinado prazo, para que passe a se planejar e a organizar as tarefas que precisam ser executadas, tendo o compromisso, o comprometimento que auxilie na tomada de decisão para que a pessoa simplesmente faça, execute.

Segundo KNAUS (2012), a procrastinação é como adiar o cumprimento de tarefas ao ponto do mal-estar.

Muitos procrastinadores adiam tarefas ou decisões, porque estas causam dor, desconforto, medo, sentimentos desagradáveis ao indivíduo, por exemplo: andar de avião, ir ao médico fazer o check-up (porque tem a síndrome da batina branca), falar em público, apresentar trabalhos.

Com isso, pode-se reforçar que:

A procrastinação acontece quando não há uma verdadeira paixão pela ação.

(COMBS, 2012, p.28).

Para o procrastinador que sente o desejo de transformar, é necessário realmente querer mudar e é de suma importância querer trocar seus maus hábitos de falta de rotina, de planejamento, de metas e falta de amor pelo o que está fazendo. Dessa forma, isso se dá por um processo que acontece paulatinamente para combater o mal da procrastinação, sendo importante levantar as causas que ocasionam o vício de procrastinar, mas acima de tudo, devendo-se ter em mente as metas e ações preestabelecidas para impactar na sua real produtividade.

2.1 Os seis tipos de procrastinadores

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19 Segundo COMBS (2012), o autor identificou e classificou características que identificam seis tipos de procrastinadores.

2.1.1 O perfeccionista neurótico

Os perfeccionistas neuróticos são críticos com si mesmos e com os outros e querem tudo de maneira impecável que acabam travando e paralisando, colocam muita pressão em si mesmos e alguns são ansiosos e tendem à depressão. São tão perfeccionistas que não aceitam o fracasso, então não se arriscam e adiam o início o quanto puderem e todos sabem que 100%

de perfeição não existe. Preferem trabalhar a sós e por causa da pressão de fazer tudo perfeito, não entregam no prazo e às vezes nem conseguem iniciar a tarefa, dessa forma, escrevem, revisam, pois precisam que tudo esteja perfeito. Assim, estão sempre atrasados em tudo:

prazos, compromissos, horários dos voos, traçam metas muito elevadas e a seguir travam, paralisam e a partir disso, não desenvolvem o que deveria ser produzido. Pessoas assim não são consideradas objetivas e se caracterizam por serem viciadas em adrenalina e gostam de esportes radicais. Apresentam muita energia e gostam de ter a razão, de discussão e de conflitos. São pessoas consideradas difíceis de conviver e de se relacionar e se consideram insuficientes.

Assim, pessoas que se consideram dessa forma, acham-se insuficientes e são consideradas por especialistas como perfeccionistas neuróticos. E estes não se acham capazes de finalizar suas tarefas preestabelecidas, então perdem tempo procrastinando e muitos alegam não estar aptos em tempo suficiente para completar as tarefas. Na maioria das vezes, a pessoa se torna perfeccionista neurótico por causa de algo que aconteceu no passado, na infância, mas para a pessoa melhorar é necessário deixar o passado no passado e ter consciência de que para se viver bem tem que viver uma vida plenamente baseada no presente.

Para se libertar, é necessário conhecer qual a causa para a pessoa ter se tornado esse perfeccionista neurótico. É preciso sair da zona de conforto. Tem que estar disposto a se arriscar e se esquecer dessa postura de ser impecavelmente tudo perfeito para que a pessoa possa produzir e dar resultados. O importante é se trabalhar dia a dia, dia após dia. Dessa forma, o importante é fazer um plano de ação de maneira a organizar as atividades para que a pessoa tenha objetividade e foco nas tarefas.

2.1.2 O caçador de grandes chances

Estes têm muita energia, são os mais sonhadores (dentre os seis tipos de

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20 procrastinadores, segundo o autor) e têm baixa autoestima. Sonham grande e são idealistas, mas não têm um plano de ações para realizar esse sonho, além de falarem muito e fazerem pouco, abandonam os projetos antes do fim. Acreditam que não precisam se esforçar para terem sucesso e progresso. Pessoas assim não querem se sacrificar, não querem se dedicar ao projeto e não lutam para realizar os sonhos. Ficam só na vontade, na idealização do sonho.

Não partem para a ação, para a concretização dos objetivos. Ficam na teoria e não partem para a prática, ocasionando a desistência antes do término da atividade.

Assim, para sair dessa situação é necessário que haja disciplina diária e coragem para se transformar e deixar de ser essa pessoa retardatária, tornando-se um ser producente, pois na vida tudo tem jeito, basta a pessoa querer e, para sair dessa, o indivíduo tem que reconhecer que é um caçador de grandes chances e querer se sair de tal situação. O indivíduo tem que sentir a dor interior por ser um protelador e começar a se despegar de todos esses maus hábitos. É um processo longo e demorado que vai acontecendo ao longo dos dias e para vencer vai sendo paulatinamente dia após dia e assim por diante, pois como foi dito anteriormente, só se consegue vencer esses maus hábitos quem se dedica e tem disciplina diariamente.

Dessa forma, o caçador de pequenas chances em reabilitação ao invés de querer ganhar logo uma grande partida, vai começar ganhando uma pequena partida e assim por diante, tem que se concentrar na produção e em realizar resultados, de forma a transformar a grande meta em submetas e trabalhando diariamente até conseguir êxito, progresso e sucesso.

2.1.3 O apreensivo crônico

O terceiro tipo de procrastinador. Os apreensivos crônicos se preocupam muito, e com tudo. Eles têm foco em agradar, em falar a coisa certa, não magoar, e não errar. Amam o que é familiar e ficar na zona de conforto. São muito inseguros, ansiosos, indecisos e inquietos e não conseguem mudar, decidir e se comprometer com facilidade.

Pessoas assim se preocupam de maneira demasiada que se torna algo crônico, doentio. Eles gostam do que é seguro e familiar, não querem sair da zona de conforto e se comportam de maneira a não gostar de novos desafios, porque temem tudo que é novo.

Pessoas que apresentam essa característica, são muito inquietas, indecisas.

Geralmente eles têm baixa inteligência emocional, baixa autoestima e desperdiçam muito o tempo com coisas aleatórias. Eles amam sentirem-se aprovados pelos outros, eles necessitam da opinião dos outros, pois são dependentes disso. Geralmente a pessoa adquire toda essa

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21 preocupação durante a infância, muitas vezes repetindo o sentimento de preocupação vindo de pessoas bem próximas como os avós ou os pais.

Segundo COMBS (2012), pessoas que apresentam a procrastinação crônica confiam em quem tem mais autoestima, autoconfiança e segurança e procuram se orientar nas pessoas que são mais objetivas. Também se caracterizam por serem aqueles que se preparam muito para determinada função, se preparam bastante, mas nunca se consideram totalmente prontos para assumir uma atividade ou um cargo.

Mas com terapias melhora-se os índices de vencer, pois a pessoa tenta mudar sua filosofia de vida, tornando-se um ser producente de forma a se considerar suficiente e capaz e de alguma maneira, amenizar radicalmente toda essa preocupação.

Ainda segundo COMBS (2012), cada um tem a capacidade de mudar e atuar na tomada de decisão, no que concerne ao comprometimento. Todos têm a capacidade de passar pelas quatro fases da convicção: impossível, possível, provável e certo, consequentemente, a qualquer momento podem transitar para a certeza do propósito. Assim, todos merecem libertar-se da energia esgotante que envolve a preocupação.

Dessa forma, ainda de acordo com Combs (2012), o segredo para sair da preocupação excessiva que é acarretada com a procrastinação, é viver um dia após o outro e deixar de racionalizar, começando a viver no presente, no agora, pois dessa forma, ocasiona o que denomina-se de espaço “viver no presente”, o que permitirá a pessoa abandonar a procrastinação e a preocupação crônica. A perfeição é muito supervalorizada e quando se vive o momento presente, as barreiras podem se transformar em blocos de construção. Dessa forma, é possível que a pessoa atue como agente modificador de mudanças, em que se pode transformar essa situação, crescendo de forma gradativa e cada momento e cada situação é uma oportunidade de aprender algo novo, onde se pode expandir os horizontes e mudar aos poucos para que a grande e real transformação aconteça.

2.1.4 O procrastinador rebelde

A partir do momento que a pessoa se conhece suficientemente bem, consegue entender o porquê de agir de certa forma e assim tentar mudar sua maneira de agir e tender a ser menos procrastinador. É necessário saber o motivo pelo qual a pessoa tende a ter atitudes procrastinatórias. Para assim poder a pessoa se trabalhar seu comportamento e tentar melhorá- lo.

Os procrastinadores rebeldes possuem um comportamento passivo-agressivo,

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22 falam o que as pessoas querem ouvir, mas fazem o que der na cabeça e agem por impulso.

São aqueles que gostam mais de conflitos e confusões do que de trabalhar e produzir. São aqueles que atrapalham mais do que ajudam e querem chamar a atenção dos outros através das confusões que eles aprontam.

Aparentemente eles parecem ser tranquilos, agradáveis e são bem organizados, mas com o tempo os procrastinadores rebeldes vão demonstrando quem eles são realmente.

Eles se identificam muito em criar conflitos, confusões, provocações e situações em que eles querem manter o controle. Ao invés de produzirem, lá estão eles criando conflitos e confusões e assim se mantêm ocupados, ao invés de trabalharem e produzirem.

Geralmente são talentosos, mas não querem treinar nem praticar (no caso dos esportes), querem só chegar na partida e jogar. Não querem se dedicar com disciplina a algo, não querem treinar, praticar, querem apenas saber do lado bom, do retorno.

Procrastinadores rebeldes mascaram a própria baixa autoestima com uma forte autoconfiança. Eles se encaixam na categoria “bonito deprimido” e sob tudo isso, são vítimas, vivem na negação e usam a raiva para mascarar a baixa autoestima, uma vez que a raiva desse tipo se instala e o conflito no qual são viciados é criado, eles podem então justificar o adiamento. Dessa forma, eles conservam, sentem e descarregam uma energia muito hostil e venenosa. Quando fazem perguntas, eles o fazem com uma ponta de raiva e controle escondida e no geral, interrompem as pessoas antes mesmo delas responderem. Eles adoram provocar situações e conflitos. (COMBS, 2012, p. 71).

Em um ambiente de trabalho, fica difícil conviver com um procrastinador rebelde, principalmente quando ele é o chefe, pois eles têm o temperamento difícil, são negativos e raivosos. Assim, eles precisam descobrir como canalizar essa raiva e assim conseguirem usar essa energia para a produtividade, de forma a transformar essa rebeldia acumulada e guardada em energia positiva para produzir.

Diante disso, é importante rever esse excesso de raivas, rancores e ressentimentos, pois já é comprovado que acumular esses sentimentos negativos no interior pode causar doenças sérias.

Um exemplo de procrastinador rebelde que se superou totalmente foi o ator Robert Downey Jr. Quando ele iniciou na vida artística, ele era mais famoso por conta das notícias sensacionalistas a que ele era vinculado do que propriamente pela sua carreira, era viciado em drogas. A partir dos 40 anos, começou a ter uma vida mais produtiva, se livrou do vício e teve no cinema o papel de destaque do super-herói homem de ferro. Regenerou sua reputação e ganhou prestígio, ou seja, refez a própria vida.

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23 Ainda segundo COMBS (2012), é preciso medidas cautelares para mudar esse aspecto de um procrastinador rebelde, ou seja, transformar a raiva em paixão e consequentemente em criatividade. Assim, você pode começar a se libertar da sua raiva e começar a amar a si mesmo.

2.1.5 O viciado em drama

É o tipo de procrastinador que acredita que trabalha melhor no último minuto dos 45 minutos do segundo tempo. Ele gosta dessa pressão, dessa adrenalina de fazer as atividades quando o prazo já está quase se esgotando. Ele mesmo provoca toda essa situação de atraso, porque deixa tudo para o momento final. Só age quando a dor e o sofrimento estão enormes por ele não ter realizado determinada atividade que foi endereçada a ele. O viciado em drama espera para agir quando realmente não dá mais para adiar. O viciado em drama cria para ele mesmo essa situação e ao final ele está cansado e exausto por ter criado toda essa situação e ter gerado toda essa energia e adrenalina negativas para ele mesmo. Toda essa energia dispendida nem faz bem para ele nem para quem convive com ele. Sente-se atraído pelos dramas, caos, crises. É um dos mais destrutivos de todos os tipos de procrastinadores.

Os viciados em drama vivem constantemente decepcionados. E adiando o que eles precisam fazer, continuam decepcionados, porque realmente procrastinam e não fazem o que é necessário, então a decepção continua viva. Vitimizam-se para terem a atenção dos outros.

As palavras prático, metódico e realista não existem no seu vocabulário. Eles são grandes sonhadores e extremamente idealistas. Não têm tempo para ser realistas ou práticos; é chato demais. (COMBS, 2012 p. 81).

O viciado em drama geralmente tem o vício do álcool ou das drogas para que ele possa amenizar todo esse mal-estar, crise, caos emocional que ele mesmo produz. Os viciados em drama são os que mais se suicidam de todos os tipos de procrastinadores.

É muito comum um viciado em drama ficar completamente acima do peso ou completamente desnutrido por causa da dualidade e contradição em que vivem. Eles podem oscilar entre o ganho de peso e uma enorme perda de peso. Não sabem onde achar o meio-termo. É esse meio-termo que ele procura se ele se identifica com essa personalidade: equilíbrio, harmonia, espiritualidade, realidade e objetividade.

(COMBS, 2012 p. 83).

Mas o viciado em drama pode se reabilitar. Com a sua criatividade, que é própria do viciado em drama, dá para ele se reabilitar e voltar a ser um ser humano que faz suas atividades em tempo normal e sem sofrimento. O principal para a virada do viciado em drama em reabilitação é ser objetivo. É preciso se reinventar, olhar para o próprio interior, procurar a

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24 própria paz interior e ser objetivo e produtivo em suas atividades diárias.

O oposto da procrastinação é a produção. (COMBS, 2012 p. 86).

2.1.6 O doador furioso

É aquele que consegue se doar e servir, mas tem dificuldades para receber e fazer cobranças de pagamentos, por exemplo.

É aquele tipo de pessoa que se doa totalmente ao outro e se decepciona porque o outro não agradeceu o suficiente, não ficou excessivamente eternamente grato. Então fica ressentido e magoado. Ele doa seu tempo ao extremo, a ponto de não ter quase nenhum equilíbrio nos outros setores da sua vida.

Ele doa com a intenção de ser aprovado e reconhecido pelos outros. A identidade do doador é servir a alguém, seja o patrão, o pai, o filho. Não tem vida própria. Não vive para si, mas sim em função do outro.

Não há nada de errado em fornecer um bom serviço, mas se o serviço se torna a sua identidade, com zero de equilíbrio e pouca produção, então isso se torna um vício. A essa altura você já sabe que um vício se transforma em postergação. (COMBS, 2012 p. 91).

Ele é mais doador do seu tempo e de seus serviços aos outros a ponto de ficar sobrecarregado que propriamente producente. Fica tão ocupado que não produz.

Doadores furiosos são aqueles que fazem mais do que foi pedido, porque amam servir, mas não fazem o que é prioridade para a própria vida deles (por exemplo, podem engordar, porque estão tão atarefados a ponto de não fazerem dietas, atividades físicas e, em contrapartida, podem ficar bem magros, pois de tão ocupados em se doar para os outros, deixam de lado a saúde, deixam de se alimentar, não descansam regradamente).

Dedique sua energia onde ela é merecida, não necessária. O tempo é o seu bem mais valioso e 80% do seu tempo deveria ser dedicado à produção. Os outros 20% do seu tempo produtivo deveria ser gasto em orientar, desenvolver, assistir e iniciar as pessoas com o pé direito. Os doadores furiosos revertem isso de forma que 80% do seu tempo é dedicado a ajudar, resgatar e salvar. Se esse é o seu padrão, provavelmente está tão decepcionado, exausto e tão esgotado, que não tem nem uma chance remota de ter sucesso. A pessoa deve traçar limites. Quando se trata de tempo, reconhecer o quão valioso é o seu tempo e aprender a dizer estas três letras:

não. (COMBS, 2012 p. 83).

Para se tornar um doador saudável (que é o mesmo que o doador furioso em reabilitação) é necessário equilíbrio, saber apreciar e curtir relaxadamente as pequenas coisas da vida, ter hobbies e fazer bom uso do seu tempo. Saber o que é melhor para si próprio. Só pode doar seu tempo ao outro se o doador saudável estiver com seu tempo livre e puder realmente dar o seu tempo a outra pessoa. O doador saudável tem que também fazer bom uso

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25 do tempo para descansar, ter lazer, viajar, fazer férias. O doador saudável precisa primeiro pensar no seu próprio bem-estar, fazer algo por si mesmo e se doar tempo para se dedicar a si mesmo.

2.2 A educação contra procrastinação se inicia na infância

Segundo MEGIDO (2016), a pessoa começa a se tornar guerreiro contra a procrastinação na infância, em que é de suma importância a atuação de pessoas que lapidem as crianças para que estas se desenvolvam, tenham imaginação, pratiquem o ato de ler, de forma a estimular a criatividade. Assim, a presença constante dos parentes e pessoas próximas da criança podem propiciar esse novo caminho, encantador, fascinante e surpreendente da leitura.

Aliado a isso, é importante uma infância feliz e a criação em uma família que cultive o prazer pela leitura e pelas artes, assim, moldando a personalidade e a autoestima da criança de forma suficiente para enfrentar as contingências da vida. Isso porque, há determinados contextos da vida que a pessoa se expõe a situações de desafios, mas tendo como elementos condicionantes e estruturantes o amor, a educação, a felicidade e a dignidade humana, tem grandes indícios de a criança vir a ser uma pessoa focada, determinada e motivada, de forma a evitar a procrastinação na consecução das ações.

Segundo MEGIDO (2016), é muito mais difícil uma pessoa ser preparada sob maus tratos e indiferença, e com a ausência de educação. E, pior ainda, é uma criança ser ensinada para os maus hábitos, sem trabalhar a empatia e o vigor no tônus e na vontade do trabalho.

Dessa maneira, ainda segundo MEGIDO (2016), se não for trabalhado esses aspectos, a criança cresce sem ser ensinada a admirar as melhores pessoas em suas áreas e, ao contrário, ela passa a olhar o mundo de maneira arrogante e com prepotência. Enfim, uma educação desestruturada com certeza não criará os guerreiros ascensionais e poderá sim, criar guerreiros para os exércitos nefastos das forças da maldade, ou nos amorfos e resignados da turma das órbitas das medianas durante a vida.

Diante dessas perspectivas, é de suma importância que a criança tenha bons exemplos para seguir, sendo através de pessoas que tenham ética, bons valores, bondade, dignidade, generosidade, pois pessoas que sirvam de inspiração determina que a criança se

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26 torne um adulto guerreiro, porque as crianças tendem a refletir muito o resultado dos seres adultos que convivem.

Conforme MEGIDO (2016), guerreiros não nascem prontos, são esculpidos pelas relações humanas que exercitam e assim, assumem o comando do seu preparo quando passam a escolher seus mestres e passam a ter a consciência viva de aprender com outros seres humanos, pois é importante ressaltar que para que a pessoa se torne um bom guerreiro é necessário que a criança tenha uma infância feliz e criativa, como já foi bastante comentado anteriormente. Agora quem é adulto e não teve a sorte e a felicidade de ter uma infância, adolescência e juventude tão enriquecedoras, como adulto tem que olhar para frente e viver o melhor que puder, da maneira que der, enfrentando os desafios e obstáculos que vão surgir daqui para frente e tentar desenvolver o guerreiro gigante que existe dentro de cada um.

Ainda conforme MEGIDO (2016), do passado só interessa aquilo que serve para construir o futuro, mais nada. Assim é necessário resgatar a criança interior que vive dentro de cada um e sempre procurar colocar em prática a criança existente no interior de cada um para visualizar as mudanças com o olhar de forma corajosa, pois a arte da adaptação para a mudança se faz com o vigor. Portanto, uma coisa vital para ensinar ao guerreiro interior é a competência de não se entregar, jamais desistir e sempre querer participar e ser protagonista da arte do conviver.

De acordo com o autor MEGIDO (2016), é bom desenvolver o máximo de atividades possíveis, trabalhar mais e melhor, procurar muitas coisas para fazer, prezando pela qualidade e pela excelência, contribui de maneira significativa no desenvolvimento quanto seres ativos e proativos, tendo a iniciativa, deixando o guerreiro interno agir e trabalhar com esmero, pois é muito importante cada um sempre dar o seu melhor, trabalhar com qualidade e solidez, porque vivendo o somatório de todas essas experiências profissionais, consegue-se visualizar melhor onde está o dom, talento, como também a vocação de cada pessoa. Estudar muito, se capacitar e se reciclar de forma a adquirir autoconhecimento também é importante, pois agrega valor no trabalho e ajuda a aprimorar onde cada um mais necessita. Assim, estar em movimento sempre fornece subsídios e recursos necessários para que cada um trabalhe cada vez melhor.

Segundo MEGIDO (2016), como extraímos da nossa existência na forma de contribuições exteriorizantes? Trabalho. Não podemos nos preocupar aqui com valor, dinheiro, posição e status, tudo isso é decorrência de um processo, de muito aprendizado, erros, tentativas, e acertos – quase sempre originados pela lei serendipity, lei essa de acharmos

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27 o caminho do nosso sucesso em pedaços que não estávamos exatamente procurando, que brotam; lei essa que só explode na nossa frente a partir do momento em que estamos fazendo – e fazendo muitas coisas. O tempo conta e é preciso descobrir logo, desde criança, na juventude.

Na próxima seção será abordado o tema Inteligência positiva, sua definição, formas de alavancar a inteligência positiva dentro de cada pessoa para se evitar a procrastinação.

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28 3. OS SABOTADORES E OS ASPECTOS QUE LIMITAM O QUOCIENTE DE INTELIGÊNCIA POSITIVA

Nesta seção se define, segundo CHAMINE (2013), a possibilidade transformadora da inteligência positiva mediante a identificação de sabotadores que contribuem para a procrastinação.

3.1. Inteligência positiva

Segundo CHAMINE (2013), a inteligência positiva é um indicador que combina neurociência, psicologia positiva, ciência organizacional e liderança para ajudar as pessoas a alcançar o verdadeiro potencial tanto para o sucesso profissional como para a realização pessoal.

Assim, o QP é a abreviatura para Quociente de Inteligência Positiva em porcentagem que varia de 0 a 100%. O QP dando de 75% em diante já é considerado bom.

Isso quer dizer que a partir de 75% de 100% do tempo, usa-se a inteligência positiva alta (a seu favor) e apenas 25% do tempo não usa a inteligência positiva, ou seja, neste período, a mente pode funcionar como inimiga, de maneira a sabotar. Não é contado o tempo que a mente nem sabota nem está usando a inteligência positiva.

Quem tem o QP mais elevado pode ter maior desempenho profissional, pode receber maiores salários, pode ter maior sucesso na área pessoal, afetiva, profissional, financeira. Quem tem QP mais elevado e trabalha como vendedor, consegue vender mais que os outros vendedores.

Com o QP alto, a pessoa obtém mais sucesso, mais saúde e mais felicidade.

Isso tudo porque quem tem QP alto não se deixa levar por aquela vozinha interna que fica murmurando dizendo que a pessoa não é capaz, que a pessoa não é suficiente, que a pessoa não vai conseguir atingir aquele desafio, que a pessoa não é inteligente o suficiente para solucionar determinados problemas.

De acordo com o relato a seguir: Quem tem o QP elevado tem a mente como amiga. Os pensamentos são prósperos. Os pensamentos são para solucionar, para melhorar, para aperfeiçoar e isso reflete na melhoria da saúde, na melhoria dos relacionamentos, na superação dos desafios.

Segundo CHAMINE (2013), que inicia o livro contando a história de Frank que

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29 estava com problemas na empresa em que ele era CEO. Frank se sentia triste, fracassado, se culpava, não conseguia dormir, estava passando por sua pior crise no ano de 2008. Dessa forma, a equipe de Frank estava se empenhando para que tudo melhorasse, mas os esforços eram em vão.

Foi aí que Frank decidiu procurar Shirzad Chamine. Então ele revelou ao Frank que a melhor maneira de otimizar os resultados da empresa seria usando os princípios da Inteligência positiva.

A pergunta inicial era o que Frank e sua equipe precisariam fazer para que em três anos eles pudessem dizer que essa crise de 2008 foi a melhor coisa que poderia ter acontecido com a equipe e a empresa.

Primeiramente, a equipe de Frank não acreditou muito nisso, mas logo depois o entusiasmo foi aumentando e a equipe foi acreditando mais. Frank iniciava cada reunião com a mesma pergunta. Daqui a pouco, a dúvida e a incerteza da equipe foram dando lugar à criatividade, empolgação e ação direcionada. O autor Shirzad fez um cálculo que em 365 dias eles conseguiriam sair do fracasso e chegar a vitórias, no entanto, em menos de seis meses eles conseguiram sair da crise.

Conforme CHAMINE (2013) fala no livro sobre sua infância pobre e difícil.

Assim que o autor Shirzad nasceu, seu pai tinha um mercadinho e faliu. E seu supersticioso pai logo associou o nascimento do filho a uma má sorte. E desde então nunca mais chamou o filho do nome próprio dele Shirzad. Então Shirzad cresceu nesse ambiente de pouco afeto, amor e carinho. Quando já adulto, Shirzad queria encontrar alguma forma de viver sem aquela dor, ressentimento, raiva pelo afeto, carinho e amor não recebidos durante a infância. Shirzad estudou muito, se formou, fez mestrado, se destacou muito nos estudos, ele queria se tornar alguém melhor financeiramente e profissionalmente.

Quando Shirzad foi fazer um MBA, descobriu, pelos comentários dos seus colegas do curso, que passou a vida inteira ouvindo seu crítico sabotador (é um dos sabotadores que serão mencionados a seguir). Shirzad descobriu que a mente pode funcionar como o pior inimigo, são os famosos sabotadores que sabotam qualquer forma de felicidade e sucesso e que moram dentro da mente e dos pensamentos. Shirzad fala que a partir do momento que conhece e identifica-se esses sabotadores, eles podem ser enfraquecidos, a partir do momento que toma-se conhecimento que os sabotadores existem.

Shirzad também descobriu que a parte do cérebro que fornece sabedoria se

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30 enfraquece muito se não for exercitada. Mas que a partir do momento que toma-se conhecimento, pode-se fazer com que a cognição consiga se fortalecer para que se possa ter acesso a sabedoria, que é muito maior que a sabedoria que se usa normalmente.

As dicas da Inteligência positiva ajudam a fortalecer nossa capacidade cognitiva, assim, qualquer um pode aumentar o seu QP, basta querer!

O autor conseguiu transformar as dificuldades que ele teve desde a infância em dádivas e oportunidades, graças ao aumento do seu QP.

A Inteligência positiva pode ajudar a enfraquecer os inimigos internos (os famosos sabotadores) . De um lado estão os sabotadores (que nos sabotam a todo instante, se permitirmos) e de outro lado está o Sábio que é aquele que tem acesso à sabedoria e discernimento da mente. O autor denominou de Sábio este lado.

3.1.1 Os sabotadores da Inteligência positiva

Os sabotadores são aqueles que formam as crenças limitantes. Quanto mais elevado o QP é porque mais é usado o lado Sábio. Quanto mais baixo o QP é porque mais é usado os sabotadores internos invisíveis que são os destruidores do sucesso pessoal, autoestima, amor próprio, felicidade, progresso, paz interior. Os sabotadores trabalham contra. Desenvolve-se os próprios sabotadores na infância.

3.1.2 Dez tipos de sabotadores

a) O Crítico: Este é o principal sabotador. Afeta a todos. É aquele que julga, que coloca defeitos tanto nos outros, como em si próprio, como nas circunstâncias. Ativa os sabotadores cúmplices. É o que atormenta pelos erros passados. Sempre olha os defeitos dos outros, nunca os pontos positivos. Gosta de comparar.

b) O Insistente: É o que dita que a pessoa tem que fazer tudo com perfeccionismo, ordem e organização em exagero e esperar dos outros também perfeccionismo, o que vai ocasionar frustração, estresse, já que ninguém é 100% perfeito. Muito metódico.

c) O Prestativo: É o que faz as coisas pelos outros, mas no fundo quer ser aceito pelos outros, quer ter o afeto dos outros. Quer ser elogiado e amado pelas suas boas ações. Quer que os outros retribuam suas boas ações. Faz esperando receber em troca.

d) O Hiper-realizador: É o que diz que a pessoa tem que sempre ter ótimo desempenho e se realizar para que tenha o respeito dos outros. Dita que a pessoa precisa sempre ter sucesso exterior. Muitos ficam viciados em trabalho, porque sempre têm que ir mais e além. É muito

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31 competitivo. Acha que a pessoa só tem valor se for bem-sucedido profissionalmente e financeiramente. Não é sentimental.

e) A Vítima: É o que se faz de vítima das circunstâncias, porque aí acha que vai receber atenção, carinho, cuidado, zelo, mas os outros fazem é se afastar por não conseguirem fazer com que a vítima melhore. É o carente. Se for criticado, fica com raiva. É dramático. Fica retendo pensamentos negativos por muito tempo.

f) O Hiper-racional: É o que racionaliza tudo, tanto no trabalho como nos relacionamentos.

É aquele ser humano frio e calculista. Não consegue se comover com as emoções dos outros nem tem empatia de se colocar no lugar do outro para saber o que o outro está sentindo. Fica bem concentrado no trabalho. Não é sentimental.

g) O Hiper-vigilante: É o ansioso. Nunca relaxa. Sempre está em estado de alerta, vai que algo vai dar errado. Isso o torna altamente estressado. Gasta muita energia vital sem ser produtivo por ser muito ansioso.

h) O Inquieto: Se mantém sempre ocupado em várias tarefas. É tão ocupado que parece que está vivendo a vida intensamente.

i) O Controlador: É o que gosta de controlar tudo e todos. Impaciente. Quer controlar tudo, porque tem medo que os outros não façam o combinado.

j) O Esquivo: É o que procrastina, foge de conflitos, evita tarefas difíceis, provoca atrasos nas tarefas, evita problemas.

Assim, depois de algum tempo, se a pessoa consegue identificar quais são seus sabotadores internos, pode trabalhá-los a ponto de amenizá-los. E assim, descobrir meios através de tentativas para melhorar a vida pessoal e profissional, dessa maneira, identificar que houve um desenvolvimento no que diz respeito a otimização do tempo, de forma que a mente pode condicionar ou não para que a postura aconteça. Assim, a inteligência positiva pode permitir de maneira significativa a melhora do processo da gestão do tempo, de forma a lapidar e condicionar a mente para que não sabote as ações dos indivíduos.

3.1.3 Características do Sábio

O sábio é a parte mais inteligente. É o lado que quer que a pessoa amadureça, apareça, cresça, se desenvolva, progrida, prospere. É o lado que quer o melhor. É o lado que não se faz de vítima e que não cai nas garras dos sabotadores internos. É o lado que desmente os sabotadores, que enfraquece os sabotadores, que confronta os sabotadores e diz que esses

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32 sabotadores não têm nenhum poder. O Sábio encara qualquer desafio que a pessoa tem que encarar como algo que vai se transformar em dádiva ou em oportunidade. Todo erro, toda falha pode se transformar em dádiva e/ou oportunidade pela perspectiva do Sábio.

Segundo o autor, as características do sábio se enquadram nesses cinco aspectos:

- Busca entender as situações com grande curiosidade e mente aberta;

- Aprecia trabalhar a empatia por si próprio, pelos outros e leva compreensão a qualquer circunstância;

- Possui caráter inovador e age com ousadia em novas perspectivas e soluções fora dos parâmetros convencionais;

- Navega e escolhe o caminho que mais se identifica com os seus valores e missão;

- Tem ações e atitudes sem a interferência perturbadora dos sabotadores internos.

O lado Sábio sempre tem uma melhor forma de lidar com os desafios e dificuldades que surgem na vida de toda pessoa.

O lado do cérebro em que os sabotadores atuam é chamado de cérebro sobrevivente e o lado do cérebro em que o Sábio atua é chamado de cérebro QP. À medida que o cérebro QP vai se fortalecendo, o cérebro sobrevivente (onde os sabotadores estão) vai enfraquecendo seus pensamentos negativos e destrutivos que os sabotadores insistem em fazer acreditar.

O lado Sábio é voltado para a ação. Usando o lado Sábio, sempre encontra-se uma maneira mais alegre, mais criativa, mais fácil e melhor de enfrentar os problemas e as dificuldades. O lado Sábio não acusa como os sabotadores fazem. Quando a pessoa visualiza a situação pela perspectiva do Sábio, não fica se culpando nem se martirizando nem lamentando nem se fazendo de vítima por ter falhado ou por ter errado, a pessoa se convence de que falhar é perfeitamente humano e parte para as ações para encontrar soluções para o erro/falha. O indivíduo se torna mais misericordioso consigo mesmo.

Segundo o autor CHAMINE (2013), tanto seus sabotadores quanto seu Sábio podem levá-lo ao sucesso, mas eles fazem isso por caminhos bastante diferentes. Os sabotadores empurram você à ação e ao sucesso por meio de raiva, arrependimento, medo, culpa, ansiedade, vergonha, obrigação, etc. Mas o Sábio puxa você para agir por meio de compaixão, curiosidade, criatividade, alegria de se expressar, desejo de contribuir e criar significado e empolgação de ação. Só o Sábio permite que a pessoa chegue ao sucesso sem

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33 sacrificar a felicidade e a paz de espírito.

A partir do momento que a pessoa toma conhecimento de que possui seus sabotadores internos, a partir do momento que passa a observá-los e identificá-los como por exemplo: este é o sabotador Crítico, esse é o sabotador esquivo querendo que a pessoa procrastine essa tarefa desagradável, aquele é o sabotador Vítima querendo que a pessoa sinta pena de si mesmo. Quando a pessoa aprende a controlar melhor os sabotadores, a pessoa passa a exercer seu lado Sábio e não vai mais ser tão vulnerável aos ataques dos sabotadores internos. Assim os sabotadores começarão a silenciar, porque agora a pessoa sabe da presença deles e vai fazer de tudo para viver sob a perspectiva do Sábio. Isso tudo é um processo de autoconhecimento que serve para amenizar os efeitos nocivos dos sabotadores internos.

Tendo em vista todas essas abordagens acerca da inteligência positiva, é necessário salientar a importância da administração do tempo como elemento condicionante no processo de desprocrastinação.

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34 4 ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO

Nesta seção, discorre-se sobre a definição de administração do tempo e seus benefícios, como também os dilemas que são enfrentados nas organizações com essa temática.

4.1 Conceitos Gerais

A administração de tempo é associada à habilidade para planejar as tarefas que devem ser executadas, como cumpri-las e quando fazê-las (Maher, 1981). Esse planejamento engloba as prioridades, de forma que as atividades tenham um nível razoável de importância que irão estabelecer os objetivos e, a partir deles, as estratégias para alcançá-los. Diante disso, relações e estudos entre estresse e administração de tempo são encontrados em pesquisas com trabalhadores e estudantes universitários (Macan, 1994; Macan, Shahani, Dipboye & Phillips, 1990), que afirmam que ter maior amplitude sobre o tempo faz com que as pessoas se tornem menos estressadas, mais produtivas e mais satisfeitas, desenvolvendo menos tensão somática.

A administração do tempo é uma ferramenta vital no âmbito das organizações que contribui de forma a melhorar a qualidade de vida das pessoas, diminuindo significativamente o estresse e propiciando o aumento da produtividade e assim, o aumento do desenvolvimento organizacional.

Segundo Barbosa (2011) a administração do tempo não existe, é impossível administrar o que não pode ser alterado. As coisas que podem ser administradas, nesse contexto, são os eventos que acontecem no tempo, como a rotina e nossas ações.

Para Chaves (1992), administrar o tempo é usá-lo com sabedoria para executar ações que são prioritárias, tanto no âmbito profissional e pessoal.

Para Junqueira (1988), a gestão do tempo torna o administrador mais eficaz, dando a ele maior tempo para colocar em prática tarefas importantes.

Uma boa estratégia de administração de tempo é um veículo para que se produza mais e se tenha uma vida melhor. Clegg (2002, p. 20)

De acordo com Chaves (1992, p. 6), a forma que o tempo é utilizado, depende do que se pretende atingir. Assim, o mau uso do tempo causa estresse, pois o tempo utilizado de forma inadequada é tempo desperdiçado, fazendo aquilo que não se considera importante e urgente.

Ainda segundo Tiago e Andrade (2006) no contexto da administração do tempo, é

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35 importante no início do expediente, estabelecer caminhos acerca das atividades do dia, organizando de forma a estruturar o que pode ou não ser realizado no dia seguinte. Estruturar um plano de prioridades ajuda na gestão das tarefas no dia a dia, otimizando o tempo que traz como benefícios uma melhora significativa na qualidade de vida, seja no ambiente organizacional ou social.

Segundo ALVARÃES (2004), os dias apresentam vinte e quatro horas e neste intervalo de tempo deve se aproveitar, além do trabalho, lazer, família, saúde, de forma a incrementar o desenvolvimento pessoal e emocional, através do relaxamento e o descanso.

Ainda conforme Druker (1968), é importante ressaltar que muitas vezes não é possível atingir objetivos diários pois, no contexto da administração do tempo, trabalha-se de forma predominantemente contrária. Para começar a melhorar o modo como é gasto o tempo, é preciso observar a forma que ele está sendo empregado, sendo assim, torna-se necessário levantar questionamentos acerca de como o tempo é usado.

Nessa teoria, torna-se essencial realizar uma análise estruturada das variáveis externas e internas que estão contribuindo na procrastinação. Assim, a presença de um plano de ações para o dia a dia é essencial para que o indivíduo estabeleça prioridades nas suas metas rotineiras.

Assim, é de suma importância que o administrador analise as variáveis internas como a força de vontade, as barreiras emocionais e as variáveis externas como a postura, atitudes que evitem a postergação do tempo na rotina e na organização das tarefas.

4.2 Pareto

Conforme Clegg (2002), Pareto era um economista italiano do séc. XIX, que por meio de pesquisas, descobriu que 80% da riqueza se concentrava nas mãos de 20% da população. A partir disso, a Regra 80/20 passou a ser utilizada em muitos contextos, ou seja, a pessoa realiza 80% com 20% de esforço. Dessa forma, é importante estabelecer estratégias para viabilizar esforços utilizando o tempo da maneira melhor possível, e essa é uma ferramenta que pode auxiliar nesse plano.

Dessa forma, é importante ressaltar que:

Oitenta por cento do sucesso que você obtém, ou virá a obter, depende, ou dependerá, de vinte por cento de suas atividades. Isso significa que se você se contentar com apenas oitenta por cento do sucesso que você aspira a alcançar, você poderá eliminar oitenta por cento das coisas que hoje faz. (CHAVES, 1992 p. 10).

4.2 Delegação de Tarefas

Para Junqueira (1988), a delegação é uma das ferramentas mais completas no

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36 âmbito da Administração do Tempo. Delegar é uma denominação designada para transferir uma autoridade e responsabilidade da execução de uma atividade para que seja executada pelo delegado.

De acordo com Clegg (2002), a delegação é um instrumento potencialmente eficaz, de modo que não haja uma monitoração da atividade de maneira constante.

Conforme Barbosa (2011), o tempo é uma peça chave na vida das pessoas, pois no universo do conhecimento, exige-se que as pessoas trabalhem em equipes, gerando a necessidade da delegação. A delegação necessita de uma comunicação eficaz, regras transparentes e dúvidas que sejam esclarecidas durante o processo. A falta desse processo de delegação, pode impedir que os subordinados se desenvolvam profissionalmente e consigam resolver os problemas de maneira independente.

Assim, a maioria das pessoas não delega atividades por achar que o subordinado não irá executar bem o que foi solicitado por ele ou que perderá tempo explicando a situação, no entanto, quando esta atividade é ensinada e o indivíduo se torna capaz e a tarefa pode passar a ser realizada de maneira constante pelo subordinado, evitando assim, atrasos e perda de tempo.

Conforme Chaves (1992) há quatro tipos de contextos: as importantes e urgentes, as importantes e não urgentes, as não importantes e urgentes e as não importantes e não urgentes. Qualificando as tarefas de forma que fique mais simples de realizar as tarefas que são passíveis de delegação. Essas situações são denominadas por Covey (2004) de Teoria dos Quadrantes, como pode ser analisado no quadro 01.

Quadro 01: Teoria dos quadrantes

URGENTE NÃO URGENTE

IMPORTANTE

(I) Crises;

Problemas com prazo;

Problemas urgentes

(II)

Prevenção de problemas;

Desenvolvimento de relacionamentos;

Identificação das oportunidades;

Planejamento de recreação

NÃO IMPORTANTE

(III)

Interrupções, telefones;

Relatórios e correspondências;

Questões urgentes próximas;

Atividades populares

(IV)

Detalhes, pequenas tarefas;

Correspondências;

Perda de tempo;

Atividades agradáveis

Fonte: COVEY (2004)

O quadrante I cita os resultados que merecem atenção imediata. Os indivíduos que se identificam nessa coluna se tornam administradores de conflitos e somente estão aptos a

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