• Nenhum resultado encontrado

Educação Financeira. Profª Ana Carolina Gadotti Aurélio. Indaial a Edição

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "Educação Financeira. Profª Ana Carolina Gadotti Aurélio. Indaial a Edição"

Copied!
252
0
0

Texto

(1)

E ducação F inancEira

Profª Ana Carolina Gadotti Aurélio

(2)

Copyright © UNIASSELVI 2020

Elaboração:

Profª Ana Carolina Gadotti Aurélio

Revisão, Diagramação e Produção:

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial.

Impresso por:

A927e

Aurélio, Ana Carolina Gadotti

Educação financeira. / Ana Carolina Gadotti Aurélio. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.

242 p.; il.

ISBN 978-65-5663-285-8 ISBN Digital 978-65-5663-286-5

1. Segurança financeira. - Brasil. 2. Finanças pessoais. – Brasil. II.

Centro Universitário Leonardo da Vinci.

CDD 332.024

(3)

a prEsEntação

Prezado acadêmico! Seja bem-vindo à disciplina de Educação Financeira. O objetivo dessa disciplina é fornecer subsídios fundamentais para a formação acadêmica do discente na área financeira, para que este possa atuar como agente de divulgação da cultura de educação financeira no país.

Com o estudo dessa disciplina, podemos ampliar o nível de compreensão dos discentes para efetuarem escolhas conscientes relativas à administração de seus recursos financeiros e colaborar para a preparação dos estudantes para o consumo sustentável e para uma vida financeira responsável.

Na Unidade 1, você terá acesso ao estudo da introdução à educação financeira. Para isso, no primeiro tópico você estudará sobre a importância da educação financeira na educação básica e na vida das pessoas. Em seguida, relembrará os conceitos básicos da matemática financeira. No terceiro tópico você estudará sobre os juros compostos, e por fim, sobre as séries de pagamento.

Na Unidade 2, que trata sobre o estudo do planejamento financeiro, está dividido em três tópicos: planejamento financeiro pessoal, investimento e poupança, e fundos de investimentos. Nesta unidade, você compreenderá o que é e qual a importância de um planejamento financeiro, o que é um investimento, conhecer e entender como funciona o Tesouro Direto, e estudará sobre poupança e caderneta de poupança.

Por fim, na terceira unidade, que trata sobre o mercado financeiro, você terá acesso a algumas noções básicas do mercado financeiro no primeiro tópico. Você verá que o mercado financeiro pode ser dividido em quatro principais segmentos: mercado monetário, mercado de crédito, mercado cambial e mercado de capitais, por isso, no segundo tópico, você estudará sobre o mercado monetário e mercado de crédito, e, por fim, no Tópico 3, sobre o mercado de capitais e mercado cambial.

Você, aluno da Educação a Distância, deve saber que existem fatores importantes para um bom desempenho: disciplina, organização e um horário de estudos pré-definido para que obtenha sucesso em seus estudos. Em sua caminhada acadêmica, você é quem faz toda a diferença. Por isso, lembre- se que o estudo é algo primoroso. Aproveite esta motivação para iniciar a leitura deste livro.

Desejo bons estudos a todos!

Profª Ana Carolina Gadotti Aurélio

(4)

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfi m, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE.

Bons estudos!

NOTA

Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!

UNI

(5)
(6)

Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você

terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.

Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!

LEMBRETE

(7)

s umário

UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA ... 1

TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA ... 3

1 INTRODUÇÃO ... 3

2 O QUE É EDUCAÇÃO FINANCEIRA? ... 5

3 CONSUMISMO E ENDIVIDAMENTO ... 6

4 EDUCAÇÃO FINANCEIRA E CIDADANIA ... 11

5 EDUCAÇÃO FINANCEIRA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ... 12

RESUMO DO TÓPICO 1... 14

AUTOATIVIDADE ... 16

TÓPICO 2 — CONCEITOS BÁSICOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA ... 19

1 INTRODUÇÃO ... 19

2 TERMINOLOGIA ... 20

2.1 CONCEITOS BÁSICOS ...21

3 DIAGRAMA DAS OPERAÇÕES FINANCEIRAS ... 23

4 REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES ... 25

4.1 O REGIME DE JUROS SIMPLES ... 25

4.2 PERÍODOS NÃO INTEIROS ...27

4.3 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS A JUROS SIMPLES ... 32

5 TAXAS DE JUROS NOMINAIS E TAXA PROPORCIONAL ... 35

5.1 TAXA DE JUROS NOMINAIS ... 35

5.2 TAXA PROPORCIONAL ... 36

6 DESCONTOS ... 38

6.1 DESCONTO SIMPLES ... 39

6.1.1 Desconto racional simples ... 39

6.1.2 Desconto bancário ou comercial simples ... 39

6.2 TAXA DE DESCONTO EFETIVA ...41

RESUMO DO TÓPICO 2... 44

AUTOATIVIDADE ... 46

TÓPICO 3 — MATEMÁTICA FINANCEIRA: JUROS COMPOSTOS... 49

1 INTRODUÇÃO ... 49

2 JUROS COMPOSTOS ... 51

2.1 DIFERENÇA ENTRE JUROS SIMPLES E JUROS COMPOSTOS ... 52

3 CÁLCULOS ESPECÍFICOS PARA JUROS COMPOSTOS ... 54

3.1 VALOR PRESENTE A JUROS COMPOSTOS ... 54

3.2 PERÍODO DE CAPITALIZAÇÃO ... 54

3.3 TAXA DE JUROS ... 56

4 EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS E TAXAS A JUROS COMPOSTOS ... 57

(8)

4.3 TAXA OVER (TAXA POR DIA ÚTIL) E CDI ... 60

4.4 EQUIVALÊNCIA DE TAXA DE JUROS EFETIVA ... 60

RESUMO DO TÓPICO 3... 62

AUTOATIVIDADE ... 64

TÓPICO 4 — SÉRIES DE PAGAMENTOS... 65

1 INTRODUÇÃO ... 65

2 VALOR PRESENTE ... 66

2.1 VALOR PRESENTE PARA SÉRIES POSTECIPADAS ... 66

2.2 VALOR PRESENTE PARA SÉRIES ANTECIPADAS ... 67

3 VALOR FUTURO ... 68

4 VALOR DAS PARCELAS ... 70

5 TAXA DE JUROS ... 71

6 QUANTIDADE DE PAGAMENTOS ... 74

7 SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO ... 75

7.1 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE UMA OPERAÇÃO DE AMORTIZAÇÃO ...77

7.1.1 Tabela de amortização de empréstimos ...77

7.1.2 Diagrama dos fluxos de caixa de um financiamento ...77

8 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC) ... 78

9 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS (PRICE)... 80

10 SISTEMA DE AMORTIZAÇÕES CONSTANTES (SAC) ... 81

11 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO MISTO (SAM) ... 82

LEITURA COMPLEMENTAR ... 85

RESUMO DO TÓPICO 4... 88

AUTOATIVIDADE ... 90

UNIDADE 2 — PLANEJAMENTO FINANCEIRO ... 93

TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL ... 95

1 INTRODUÇÃO ... 95

2 O QUE É PLANEJAMENTO FINANCEIRO? ... 96

2.1 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO ...99

3 PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL E NOSSA RELAÇÃO COM O DINHEIRO ... 99

4 ORÇAMENTO PESSOAL ... 101

4.1 A IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO ...104

4.2 COMO ELABORAR UM ORÇAMENTO? ...104

4.2.1 Planejamento ... 105

4.2.2 Registro ... 106

4.2.3 Agrupamento ... 106

4.2.4 Avaliação ... 106

4.3 DIFERENÇA ENTRE ORÇAMENTO E PLANEJAMENTO FINANCEIRO ...107

5 VANTAGENS DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL ... 107

6 ERROS DE UM PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL ... 108

7 COMO FAZER UM PLANEJAMENTO FINANCEIRO PESSOAL ... 109

RESUMO DO TÓPICO 1... 117

AUTOATIVIDADE ... 118

TÓPICO 2 — INVESTIMENTO E POUPANÇA ... 121

1 INTRODUÇÃO ... 121

2 INVESTIMENTO ... 122

2.1 COMPONENTES DE UM INVESTIMENTO...122

(9)

2.1.1 Liquidez ... 123

2.1.2 Risco ... 123

2.1.3 Rentabilidade ...124

2.2 O QUE UMA PESSOA PRECISA SABER ANTES DE INVESTIR ...124

2.2.1 O seu perfil de investidor ... 125

2.2.2 Objetivos do investimento (meta de acumulação) ...127

2.2.3 Prazo de aplicação/realização ... 128

2.3 TIPOS E MODALIDADES DE INVESTIMENTOS ... 128

2.4 RECOMENDAÇÕES AO INVESTIR ... 130

3 POUPANÇA E CADERNETA DE POUPANÇA ... 131

3.1 O QUE É POUPANÇA E CADERNETA DE POUPANÇA... 132

3.2 CÁLCULO DO RETORNO DA CADERNETA ... 133

3.3 TAXA SELIC ... 135

4 TESOURO DIRETO ... 136

4.1 O QUE É TESOURO DIRETO? ... 136

4.2 VANTAGENS DO TESOURO DIRETO ... 138

4.3 TÍTULOS DO TESOURO DIRETO ... 138

4.3.1 Títulos prefixados ... 139

4.3.2 Títulos Pós-Fixados ... 139

4.4 RISCOS DO TESOURO DIRETO ...140

RESUMO DO TÓPICO 2... 142

AUTOATIVIDADE ... 143

TÓPICO 3 — FUNDO DE INVESTIMENTO ... 147

1 INTRODUÇÃO ... 147

2 O QUE É FUNDO DE INVESTIMENTO ... 147

3 COMO FUNCIONA UM FUNDO DE INVESTIMENTO ... 148

4 TIPOS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO ... 151

4.1 FUNDOS DE RENDA FIXA ... 151

4.1.1 Renda fixa – curto prazo ... 152

4.1.2 Renda fixa – referenciados ... 152

4.1.3 Renda fixa – simples ... 153

4.1.4 Renda fixa – dívida externa ... 154

4.2 FUNDOS DE AÇÕES ... 154

4.3 FUNDOS MULTIMERCADO ... 155

4.4 FUNDOS CAMBIAIS ... 155

5 RENTABILIDADE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO ... 156

6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO FUNDO DE INVESTIMENTO ... 156

LEITURA COMPLEMENTAR ... 158

RESUMO DO TÓPICO 3... 163

AUTOATIVIDADE ... 164

UNIDADE 3 — MERCADO FINANCEIRO ... 165

TÓPICO 1 — INTRODUÇÃO AO MERCADO FINANCEIRO ... 167

1 INTRODUÇÃO ... 167

2 NOÇÕES BÁSICAS DO MERCADO FINANCEIRO ... 169

3 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ... 174

(10)

3.2 ENTIDADES SUPERVISORAS ...177

3.2.1 Banco Central do Brasil (BACEN) ...177

3.2.2 Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ...179

3.3 ÓRGÃOS OPERADORES ... 180

3.3.1 Bancos de varejo (bancos comerciais) ... 181

3.3.2 Bancos de atacado ou bancos de investimento... 183

3.3.3 Bancos múltiplos ... 183

3.3.4 Instituições financeiras não bancárias ... 183

3.3.5 Fintechs ...183

RESUMO DO TÓPICO 1... 192

AUTOATIVIDADE ... 193

TÓPICO 2 — MERCADO MONETÁRIO E MERCADO DE CRÉDITO ... 195

1 INTRODUÇÃO ... 195

2 MERCADO MONETÁRIO ... 195

2.1 AGENTES PARTICIPANTES ... 198

2.2 OPERAÇÕES DO MERCADO MONETÁRIO ...199

2.2.1 Títulos públicos ...200

2.2.2 Mercado aberto ...201

2.2.3 Mercado interbancário ... 203

3 MERCADO DE CRÉDITO ... 204

3.1 PRODUTOS DO MERCADO DE CRÉDITO ... 208

3.1.1 Crédito às pessoas físicas ...209

3.1.1.1 Modalidade de operações ou limites de crédito às pessoas físicas ...210

RESUMO DO TÓPICO 2... 214

AUTOATIVIDADE ... 215

TÓPICO 3 — MERCADO DE CAPITAIS E MERCADO CAMBIAL ... 217

1 INTRODUÇÃO ... 217

2 MERCADO DE CAPITAIS ... 217

2.1 AÇÕES ...220

2.2 DEBÊNTURES ... 223

2.3 BOLSA DE VALORES ...224

3 MERCADO CAMBIAL ... 225

3.1 ABRANGÊNCIA DO MERCADO CAMBIAL ...227

3.2 POLÍTICA CAMBIAL ... 228

3.3 RISCO CAMBIAL ... 230

3.4 TAXAS DE CÂMBIO ... 230

3.5 DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL ... 231

LEITURA COMPLEMENTAR ... 233

RESUMO DO TÓPICO 3... 235

AUTOATIVIDADE ... 237

REFERÊNCIAS ... 239

(11)

UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO

FINANCEIRA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• compreender o que é Educação Financeira;

• reconhecer a importância da Educação Financeira;

• conhecer as terminologias básicas utilizadas na Matemática Financeira;

• compreender os conceitos básicos da Matemática Financeira;

• entender o que é uma taxa;

• diferenciar juros simples de juros compostos;

• entender o que são descontos;

• compreender o que são séries de pagamentos.

Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA TÓPICO 2 – CONCEITOS BÁSICOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA TÓPICO 3 – MATEMÁTICA FINANCEIRA: JUROS COMPOSTOS TÓPICO 4 – SÉRIES DE PAGAMENTOS

CHAMADA

(12)
(13)

TÓPICO 1 —

UNIDADE 1

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA 1 INTRODUÇÃO

Cada vez mais, seja através das mídias, TV, jornal ou internet, sabemos que questões ligadas à economia estão sempre em alta, principalmente quando são destacados assuntos que estão relacionados à crise financeira, consumismo e ao endividamento das pessoas.

Não podemos negar que, atualmente, comprar algo do nosso interesse, mesmo quando não temos dinheiro, tornou-se algo mais fácil com a opção de crédito. Porém, também não podemos negar que o uso incontrolável e inconsciente desse crédito tem tornado muitas pessoas consumistas e endividadas. Ainda podemos perceber que muitos estabelecimentos comerciais vendem mercadorias a prazo e quando o valor mensal é pequeno, as pessoas tendem a adquirir mais objetos, pois acreditam que “como as parcelas são baixas, posso comprar”.

Desde 1998, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Matemática para o terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental têm apontado que pesquisas realizadas sobre os temas trabalho e consumo podem fornecer contextos para que os conceitos e os procedimentos estatísticos ganhem significado. O documento também nos apresenta que trabalhar em sala de aula situações que envolvam Matemática Comercial e Financeira auxiliam os estudantes a compreender, decidir e avaliar diversas situações cotidianas, como, por exemplo, a melhor forma de pagar uma compra ou escolher um financiamento.

Já na versão atual (2017) da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), no ensino da Matemática, a BNCC propõe cinco unidades temáticas (números;

álgebra; geometria; grandezas e medidas; probabilidade e estatística), que orientam a formulação de habilidades a serem desenvolvidas ao longo do Ensino Fundamental. Na unidade temática números, a BNCC aponta que deve ser considerado o estudo dos conceitos básicos de economia e finanças, visando à educação financeira dos alunos e, assim,

[...] podem ser discutidos assuntos como taxas de juros, inflação, aplicações financeiras (rentabilidade e liquidez de um investimento) e impostos. Essa unidade temática favorece um estudo interdisciplinar envolvendo as dimensões culturais, sociais, políticas e psicológicas, além da econômica, sobre as questões do consumo, trabalho e

(14)

UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA

A BNCC também aponta que essas questões, além de promover o desenvolvimento de competências pessoais e sociais dos estudantes, podem também se constituir em excelentes contextos para as aplicações dos conceitos da Matemática Financeira, e também proporcionar contextos para ampliar e também aprofundar esses conceitos (BRASIL, 2017).

Acadêmico, sabemos que o estudo de temas matemáticos fornece instrumentos para uma leitura do mundo (SCHNEIDER, 2009), porém, isso só é possível quando os conteúdos ensinados pelos professores possuem um real significado para os estudantes. Diante disso, podemos destacar que a Educação Financeira contribui para os estudantes associarem os conteúdos matemáticos ensinados em sala de aula com o seu cotidiano, visto que o seu ensino envolve várias situações presentes no dia a dia das pessoas.

Peretti (2008), autor do livro Educação financeira: aprenda a cuidar do seu dinheiro, destaca que o objetivo da Educação Financeira é atingir a maturidade financeira, sendo importante para formação da consciência do controle e também do bom senso. O autor também destaca que a Educação Financeira desenvolve o caráter e a personalidade das pessoas, afastando-as do medo e fazendo que elas criem coragem para resolver os seus problemas financeiros.

Nesse sentido, podemos destacar que, com o ensino da Educação Financeira, as pessoas podem aprender a cuidar do seu dinheiro e dos seus investimentos. Se todos os estudantes tivessem a oportunidade de aprender sobre Educação Financeira nas escolas, a formação do cidadão crítico poderia acontecer, colaborando para todos terem consumos e uma vida financeira conscientes. O ensino da Educação Financeira nas escolas pode ajudar também no processo da construção da cidadania, colaborando para o desenvolvimento de um estudante mais autônomo e preparado para tomar melhores decisões no campo econômico e financeiro (BRASIL, 2018).

Com relação à importância da Educação Financeira, sabemos que o mundo mudou e muitos jovens possuem cartão de crédito, porém, muitos não foram educados sobre investimentos, finanças, economia e impostos, ou seja, muitos jovens estão despreparados diante do mundo consumista (PERETTI, 2008). Já as pessoas alfabetizadas financeiramente sabem lidar com o seu dinheiro, como também sabem gastar, ganhar, poupar e também investir. A Educação Financeira é um instrumento capaz de proporcionar às pessoas melhor bem-estar e melhor qualidade de vida (PERETTI, 2008).

Neste sentido, o ensino da Educação Financeira em sala de aula pode ajudar os estudantes a refletirem sobre essas práticas financeiras, auxiliando na tomada de decisões em diversas situações do cotidiano, bem como o conhecimento da diferença paga quando é comprado algum produto à vista ou no crediário, e quais as vantagens de cada opção de pagamento.

(15)

TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Como a Educação Financeira está ligada à autonomia e à formação do cidadão, a partir do momento que ela é ensinada para o estudante, o professor está construindo um saber que auxiliará os educandos nas decisões em diversas situações relacionadas ao seu dia a dia, bem como na construção de sua autonomia.

Assim, educando desde cedo as crianças e os jovens com situações financeiras úteis para o seu dia a dia e implementando a Educação Financeira nas escolas, podemos ajudar na formação das crianças e dos jovens estudantes em pessoas e cidadãos mais preparados não somente para o momento presente, mas também para o futuro.

2 O QUE É EDUCAÇÃO FINANCEIRA?

Afinal, o que é Educação Financeira? Peretti (2008, p. 17) destaca que:

É proporcionar uma mentalidade inteligente e saudável sobre dinheiro. É criar consciência do limite. É saber ganhar, gastar, poupar, investir e doar dinheiro. É a capacidade de administrar o seu rico dinheiro [...]. É fazer tudo o que se deseja com responsabilidade, ética e maturidade. Educação financeira é despertar a inteligência financeira, ou seja, dinheiro trabalhando para você. Ser inteligente é ser capaz de responder o que a vida nos propõe. É saber plantar para depois colher.

Por fim, o autor defende que Educação Financeira é criar o hábito de poupar para aprender a investir; é criar a independência financeira.

No site da ENEF (Estratégia Nacional de Educação Financeira) é apresentado o conceito de Educação Financeira no Brasil segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), no ano de 2005, apontando que a Educação Financeira é o processo através do qual os indivíduos e as sociedades em um todo melhoram a sua compreensão sobre conceitos e produtos financeiros, sendo que, com informações, formações e orientações, todos possam desenvolver valores e competências que são necessários para se tornarem pessoas mais conscientes das oportunidades e também dos riscos neles envolvidos. Com isso, todos podem ter escolhas bem informadas, ter o conhecimento de, se necessário, onde procurar ajuda, como também adotar outras ações que favorecem o seu bem-estar. Desse modo, segundo a OCDE, a Educação Financeira pode contribuir com a formação de indivíduos e sociedades mais responsáveis e comprometidos com o futuro (ENEF, s.d.).

(16)

UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA

A Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) é uma mobilização multissetorial em torno da promoção de ações de educação financeira no Brasil. A estratégia foi instituída como política de Estado de caráter permanente e suas características principais são a garantia de gratuidade das iniciativas que desenvolve ou apoia e sua imparcialidade comercial. O objetivo da ENEF, criada através do Decreto Federal n° 7.397/2010, é contribuir para o fortalecimento da cidadania ao fornecer e apoiar ações que ajudem a população a tomar decisões financeiras mais autônomas e conscientes. A estratégia foi criada através da articulação de nove órgãos e entidades governamentais e quatro organizações da sociedade civil, que juntos integram o Comitê Nacional de Educação Financeira (CONEF).

FONTE: <http://www.vidaedinheiro.gov.br/quemsomos/>. Acesso em: 20 mar. 2020.

IMPORTANTE

3 CONSUMISMO E ENDIVIDAMENTO

Acadêmico, é fato que o consumismo tem se tornado, aos poucos, um assunto cada vez mais presente no dia a dia das pessoas. Como já mencionado anteriormente, sabemos que um dos problemas do consumismo é o uso exagerado e inconsciente do cartão de crédito (PEREIRA, 2013). O consumismo é o ato que está relacionado ao consumo excessivo, ou seja, a compra de produtos ou serviços de um modo exagerado.

Consumo: o consumo está associado à prática econômica de adquirir bens e serviços. Quando se compra algum item, está se consumindo aquela unidade.

Pessoa consumista: uma pessoa consumista é aquela que compra de modo excessivo, exagerado.

NOTA

O autor Peretti (2008) destaca que o mundo mudou e que a maioria dos jovens de hoje já possuem cartão de crédito, porém, nunca tiveram uma aula sobre investimento, economia, finanças e até sobre impostos. A partir dessa constatação, o autor conclui que os jovens continuam sem experiência financeira, despreparados para o mundo consumista que estamos vivendo na atualidade,

(17)

TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA

sem responsabilidade com o seu futuro e sem o entendimento de que precisamos poupar para saber investir. O autor também enfatiza que essa falta de experiência dos jovens, ou seja, esse despreparo, traz consequências desagradáveis para a família, como, por exemplo, aborrecimentos e intrigas.

Cerbasi (2003), no seu livro Dinheiro: os segredos de quem tem, ressalta que em diversas situações do nosso dia a dia nós deixamos de economizar dinheiro porque não analisamos corretamente uma proposta de compra, ou até mesmo por não termos negociado, e que, assim como perdemos dinheiro com uma grande frequência, “constantemente deixamos de aproveitar ao máximo o vendedor potencial que há dentro de nós ou a nossa capacidade de análise”

(CERBASI, 2003, p. 57). O autor também alerta sobre o “vírus do consumo”, que, para ele, foi “criado nos laboratórios de marketing, é extremamente perigoso para a humanidade. Ataca o cérebro, mas os efeitos colaterais mais graves surgem em um dos pontos mais sensíveis do corpo humano no longo prazo: o bolso”

(CEBRASI, 2003, p. 57).

Cerbasi (2003) destaca que muitas compras realizadas pelas pessoas acontecem por impulso e a grande razão dessas compras sem planejamento são as eficientes estratégias de marketing criadas pelas empresas. Um dos motivos disso acontecer são os grandes investimentos e tecnologias que são utilizados pelas empresas para que as pessoas sejam convencidas a levar um produto para a sua casa.

A todo instante somos bombardeados por apelos de marketing.

Durante nossas compras em supermercado não vemos o produto que queremos. Ao invés disso, vemos embalagens feitas para chamar nossa atenção, letras e formatos chamativos, fotos de lugares e situações em que desejaríamos estar, atendentes bonitas oferecendo amostras de artigos que nunca pensamos em comprar. Artigos fúteis expostos ao lado de bens de primeira necessidade. Embalagens promocionais, embalagens novas, brindes que terão utilidade duvidosa em nossos armários de casa. Leve doze e pague dez, e tantas outras promoções que lhe empurram produtos e quantidades além daqueles que você planejava comprar. É claro que há casos em que essas promoções são realmente interessantes, desde que você faça uso de todos os itens adquiridos (CERBASI, 2003, p. 58)

Acadêmico, é fato que todas essas situações que envolvem apelos de marketing e que estão presentes nos dias de hoje fazem com que tenhamos cada vez mais pessoas consumistas. Perceba, por exemplo, que os comerciais estão sendo criados cada vez mais atraentes, e, muitas vezes, com propagandas enganosas, que iludem muitas pessoas. A autora Tolotti (2007), em seu livro As armadilhas do consumo: acabe com o endividamento destaca que alguns comerciais:

“[...] são espetaculares e envolventes, a criatividade aliada ao marketing é uma manifestação artística, e é agradável apreciar qualquer expressão de arte. Mas é

(18)

UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA

A autora também alerta: “o problema não está no marketing, nas operadoras de cartões de crédito ou nos meios de comunicação. O problema está na inversão que ocorreu: a maioria das pessoas passou a acreditar que o mais importante é ter e não ser” (TOLOTTI, 2007, p. 25, grifos do original). Nesse sentido podemos entender que muitas pessoas acabam tornando-se consumistas pelo simples fato de querer ter o que não tem condições de comprar, ou seja, por um status que não é compatível com a sua realidade financeira (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013).

O autor Peretti (2008) apresenta concepções sobre compradores compulsivos, destacando que esse comportamento é um hábito aprendido e seguido por questões emocionais, sendo normalmente a ansiedade e a angústia, e suas causas podem ser por insegurança no meio familiar ou até mesmo vivências do passado. “O comprador compulsivo é praticamente um dependente do hábito de comprar, e precisa fazê-lo sem limites para sentir-se bem, pelo menos naquele momento. O comprador compulsivo acaba comprando por comprar e não pela necessidade do objeto comprado” (PERETTI, 2008, p. 72). Por esse motivo, sendo o consumismo uma compulsão que leva as pessoas a comprarem sem necessidade e consciência, um comprador compulsivo é um consumista, ou seja, é aquela pessoa que compra sem planejamento.

Os compradores compulsivos são, geralmente, pessoas que estabelecem uma relação doentia com o uso do dinheiro, estão, na maioria das vezes, atoladas em dívidas e acabam fazendo um empréstimo para cobrir outro. Essas pessoas devem ter cuidado para não pegar dinheiro emprestado, pois quanto mais elas recebem, mais elas gastam e se endividam (PERETTI, 2008).

As principais necessidades dos compradores compulsivos estão relacionadas com a diversão, o status social, o apelo ao comércio e o modismo, ou seja, comprar e usar o que os outros estão comprando e usando (PERETTI, 2008).

Essas pessoas geralmente compram coisas muito similares, têm a sensação de que não podem ficar sem comprar por muito tempo, e, após as compras, acabam sentindo culpa e remorso. Também possuem baixa autoestima e falta de controle, são depressivas, ansiosas e muito agitadas (PERETTI, 2008).

A pressão do mercado, com propagandas cada vez mais instigantes ao ato de comprar, contribui para o aumento de pessoas compradoras compulsivas, ou seja, pessoas consumistas. Por esse motivo não podemos desconsiderar que o consumismo é um problema, e que, muitas vezes, gera dívidas, crise financeira, desequilíbrio individual e familiar, e, até mesmo, a falência. “A falência tem se tornado um problema nacional. Débitos com o cartão de crédito se alastram. E nossas crianças não sabem o suficiente sobre dinheiro” (GODFREY; EDWARDS, 2007, p. 11). Esses problemas estão se tornando progressivamente mais presentes no cenário brasileiro, o que acaba elevando o número de pessoas endividadas no nosso país.

(19)

TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA

O livro Dinheiro não dá em árvore: um guia para os pais criarem filhos financeiramente responsáveis, das autoras Neale S. Godfrey e Carolina Edwards, é um ótimo livro para os pais quando chega o momento de ensinar aos filhos sobre administração financeira. Nesse livro é apresentado exercícios e exemplos concretos, desde como desenvolver um planejamento financeiro responsável até compreender diferenças entre

“querer” e “precisar” para jovens de todas as idades.

DICAS

Domingos (2011), no seu livro Terapia financeira: realize seus sonhos com educação financeira, ressalta que comprar e gastar faz parte da nossa vida e do nosso dia a dia e que muitas das mercadorias que estão a nossa disposição realmente são fundamentais, porém, temos que fazer uma análise do nosso comportamento de consumo e mudar os hábitos que não fazem bem para a nossa saúde e para as nossas finanças. “Vivemos em uma sociedade totalmente consumista, em que a maioria dos hábitos de consumo se baseia em padrões sociais” (DOMINGOS, 2011, p. 49).

Para Domingos (2011), todas as pessoas precisam conhecer o seu “eu”

financeiro, observando tudo o que consomem e em quais situações do dia a dia as compras sem necessidade são feitas. O autor destaca que, antes de comprar, as pessoas devem parar e refletir, observando se as suas compras estão sendo motivadas pela busca da satisfação emocional ou pela real necessidade de determinado produto.

Domingos (2011, p. 50-51) aconselha as pessoas a pensar duas vezes em toda e qualquer situação de compra, sendo que, para evitar as compras por impulso, o autor sugere:

• Resista ao impulso: deixe para o dia seguinte, pois, se esse item for realmente necessário, você retornará depois para comprá-lo.

• Não compre nada que você não tenha certeza de que precisa e que realmente irá agregar algo a sua vida.

• Se for possível, experimente o bem desejado para ter certeza de que ele lhe agrada.

• Não leve dinheiro ou cartão de crédito ao sair de casa se não tem intenção de efetuar uma compra.

• Se não possuir dinheiro suficiente para comprar o que deseja, evite comprar a prazo.

• Verifique se esse gasto cabe em seu orçamento.

(20)

UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA

não planejados, e muitas dessas compras são realizadas por impulso. Também é apontado nas pesquisas que essas compras por impulso e sem planejamento ocorrem de modo excessivo principalmente nas épocas que antecedem as datas comemorativas, por exemplo, no Natal, na Páscoa, no dia das mães, dos pais, das crianças etc. É comum percebermos o quanto as propagandas publicitárias instigam as pessoas a comprarem nessas épocas do ano, incentivando a aquisição de mercadorias.

Os dados dessas pesquisas atuais você encontra no site do SPC Brasil: https://

www.spcbrasil.org.br/pesquisas.

DICAS

As dívidas não planejadas podem ser evitadas se as pessoas tiverem consciência do quanto ganham e do quanto podem gastar, e uma alternativa é controlar e planejar os seus gastos. Tolotti (2007, p. 31) apresenta que uma pessoa pode ser considerada endividada, “[...] quando não consegue cumprir seus compromissos financeiros e possui um atraso que oscila entre 1 mês e 3 meses”. A autora também ressalta que o endividamento pessoal pode ser dividido em dois grupos: o endividamento passivo e o endividamento ativo.

O endividamento passivo acontece quando existe um aumento de dívidas por consequência de alguma situação que é alheia a vontade da pessoa, por exemplo, doença, morte, desemprego, algum acidente ou até mesmo separação.

Já o endividamento ativo é caracterizado por uma quantidade de dívidas adquiridas por escolhas erradas, ou seja, originadas por uma má gestão financeira.

São considerados endividados ativos aquelas pessoas que, independentemente dos rendimentos que possuem, se encontram constantemente endividadas, e, geralmente, não se programam para imprevistos (TOLOTTI, 2007). A autora também aponta que, de qualquer modo, o endividamento é um problema que no mínimo, tira o sossego, a autoestima, e também a segurança do devedor.

Acadêmico, pelos motivos aqui apontados, precisamos evidenciar a importância do ensino da Educação Financeira em sala de aula por meio de resoluções de problemas com situações que os estudantes se deparam no dia a dia.

É importante também trazer questões atuais que façam os estudantes refletirem sobre suas atitudes financeiras.

(21)

TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Acadêmico, no site do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), https://www.

spcbrasil.org.br/, você encontra várias notícias atuais sobre educação financeira no Brasil.

Acesse ao site e veja quantas notícias você pode utilizar em sala de aula para apresentar aos estudantes.

DICAS

4 EDUCAÇÃO FINANCEIRA E CIDADANIA

Para o CONEF (Comitê Nacional de Educação Financeira), um dos objetivos da Educação Financeira é formar para a cidadania. Sandra Tiné (2017), presidente do Grupo de Apoio Pedagógico do CONEF, destaca que a educação financeira vai além do que comumente as pessoas entendem, como algo vinculado apenas à matemática; é planejar para ver seus sonhos realizados. É poupar em todas as áreas, como economizar água fechando a torneira. Essas são ações que podemos trabalhar desde a educação infantil até adolescentes e adultos nas universidades.

Cidadania é o conjunto de direitos e deveres exercidos por um indivíduo que vive em sociedade, no que se refere ao seu poder e grau de intervenção no usufruto de seus espaços e na sua posição em poder nele intervir e transformá-lo.

NOTA

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, a educação básica tem por finalidade o desenvolvimento do educando, preparando-o para o exercício da cidadania e também para a sua qualificação no mercado de trabalho, fornecendo meios para que os estudantes possam progredir no trabalho e também em estudos posteriores.

Já no ensino médio, sendo a etapa final da educação básica, a lei apresenta quatro finalidades, sendo que uma delas é a preparação básica para o trabalho e para a cidadania dos educandos, para que assim eles tenham a oportunidade de continuar aprendendo, e que sejam capazes de se adaptar com flexibilidade

(22)

UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Conforme destacam Godfrey e Edwards (2007), quando o estudante aprende sobre dinheiro, ele aprende sobre valores, e um desses valores é a cidadania. As autoras trazem também um questionamento muito interessante que, segundo elas, os pais devem sempre se perguntar: “o que devo dizer ao meu filho sobre finanças que eu gostaria que alguém tivesse me dito quando eu tinha a idade dele?” (GODFREY; EDWARDS, 2007, p. 170). As autoras também defendem que as escolas e as empresas, aos poucos, estão percebendo que a Educação Financeira é importante, e que as crianças de hoje não têm conhecimento suficiente sobre dinheiro. Por esse motivo, é importante introduzir Educação Financeira na vida das pessoas desde cedo.

Nesse sentido, com o ensino e a compreensão da Educação Financeira, seja no ambiente escolar ou familiar, os jovens estudantes podem tornar-se pessoas mais preparadas para tomar decisões em sua vida, fazendo com que eles se tornem cidadãos mais responsáveis no presente e mais preparados para o futuro. Por isso, dizemos que a Educação Financeira pode preparar as crianças e os jovens para o exercício da cidadania (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013).

5 EDUCAÇÃO FINANCEIRA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Como já mencionado, nos dias de hoje a aquisição desenfreada de bens e de mercadorias, ocorre, muitas vezes, de forma desnecessária. Por esse motivo, é importante que sejam discutidos em sala de aula com os estudantes os problemas gerados pelo consumismo.

Pena (2020) nos apresenta que se entende por desenvolvimento sustentável a capacidade de utilizar os recursos e os bens da natureza sem comprometer a disponibilidade desses elementos para as gerações futuras, isso significa adotar um padrão de consumo e de aproveitamento das matérias- primas extraídas da natureza de modo a não afetar o futuro da humanidade, aliando desenvolvimento econômico e também responsabilidade ambiental.

Nesse sentido, pode-se compreender que o desenvolvimento humano sustentável é uma forma de crescimento que visa uma vida melhor para todos, com um consumo consciente e que se preocupe com os impactos causados no meio ambiente.

Acadêmico, é sempre importante lembrar que é comum percebermos que a mídia tem apresentado mensagens publicitárias dirigidas diretamente para as crianças de pouca idade, o que é um problema, pois essas crianças já crescem sendo incentivadas para a aquisição de mercadorias desnecessárias.

(23)

TÓPICO 1 — A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Nesse sentido, podemos destacar que a Educação Financeira contribui para o desenvolvimento humano sustentável a partir do momento que as pessoas se conscientizarem sobre os problemas gerados pelo consumismo e o quanto o consumo exagerado prejudica o meio em que vivemos. É importante ressaltar que esse é outro tema muito importante que devemos discutir com os estudantes em sala de aula, pois é inegável que nos últimos anos a questão ambiental tornou- se uma preocupação mundial.

(24)

Neste tópico, você aprendeu que:

• Educação Financeira é o processo através do qual os indivíduos e as sociedades em um todo melhoram a sua compreensão sobre conceitos e produtos financeiros, sendo que, com informações, formações e orientações, todos podem desenvolver valores e competências que são necessários para se tornarem pessoas mais conscientes das oportunidades e também dos riscos neles envolvidos.

• Nos dias de hoje, comprar algo do nosso interesse, mesmo quando não temos dinheiro, tornou-se algo mais fácil com a opção de crediário.

• Com o ensino da Educação Financeira, as pessoas podem aprender a cuidar do seu dinheiro e dos seus investimentos.

• Se todos os estudantes tivessem a oportunidade de aprender sobre Educação Financeira nas escolas, a formação do cidadão crítico poderia acontecer, colaborando para todos terem consumos e uma vida financeira conscientes.

• O ensino da Educação Financeira nas escolas pode ajudar também no processo da construção da cidadania.

• A Educação Financeira desenvolve o caráter e a personalidade das pessoas, afastando-as do medo e fazendo que elas criem coragem para resolver os seus problemas financeiros.

• A Educação Financeira pode contribuir com a formação de indivíduos e sociedades mais responsáveis e comprometidos com o futuro.

• Uma pessoa pode ser considerada endividada quando não consegue cumprir seus compromissos financeiros e possui um atraso que oscila entre 1 mês e 3 meses.

• O consumismo é o ato que está relacionado ao consumo excessivo, ou seja, a compra de produtos ou serviços de um modo exagerado.

• Desenvolvimento sustentável é a capacidade de utilizar os recursos e os bens da natureza sem comprometer a disponibilidade desses elementos para as gerações futuras, e isso significa adotar um padrão de consumo e de aproveitamento das matérias-primas extraídas da natureza de modo a não afetar o futuro da humanidade, aliando desenvolvimento econômico e também responsabilidade ambiental.

RESUMO DO TÓPICO 1

(25)

• A Educação Financeira contribui para o desenvolvimento humano sustentável a partir do momento que as pessoas se conscientizarem sobre os problemas gerados pelo consumismo e o quanto o consumo exagerado prejudica o meio em que vivemos.

(26)

1 Vimos que a Educação Financeira pode ajudar as pessoas a cuidarem do seu dinheiro e dos investimentos, colaborando para que elas tenham consumos e uma vida financeira consciente. Por isso, diante do que você estudou nesse tópico, defina e explique o que é Educação Financeira.

2 Com relação à Educação Financeira, sua crescente relevância nos últimos anos vem ocorrendo em decorrência do desenvolvimento dos mercados financeiros e das mudanças demográficas, econômicas e políticas.

Nesse sentido, analise as sentenças e classifique V para as sentenças VERDADEIRAS e F para as FALSAS:

( ) A Educação Financeira é importante para os consumidores, visto que ela auxilia as pessoas a gerirem a sua renda com responsabilidade.

( ) A Educação Financeira é importante apenas para pessoas com baixa renda.

( ) A Educação Financeira contribui para as pessoas pouparem e investirem com responsabilidade e consciência.

( ) A Educação Financeira é um tema que está relacionado à forma como compreendemos o dinheiro e todas as informações relacionados a ele.

Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:

a) ( ) V – V – F – F.

b) ( ) F – V – V – F.

c) ( ) V – F – V – V.

d) ( ) F – F – F – V.

3 Vimos, neste primeiro tópico, que as pessoas estão sempre envolvidas com finanças, seja no ambiente escolar, familiar ou profissional. Diante disso, qual a importância da Educação Financeira na vida das pessoas?

4 Alguns autores estudiosos sobre Educação Financeira alertam que o ensino da Educação Financeira é pouco trabalhado no ambiente escolar, logo, muitos jovens estão concluindo a educação básica sem nenhum aprendizado sobre situações financeiras. Nesse sentido, sobre a importância do ensino da Educação Financeira em sala de aula, analise as sentenças a seguir:

I- Para iniciar o estudo da Educação Financeira em sala de aula, primeiramente, o professor deve deixar claro para os estudantes o que é Educação Financeira.

II- A Educação Financeira deve ser abordada pelos professores somente nas séries finais do ensino fundamental e no ensino médio.

III- Quando a Educação Financeira é ensinada em sala de aula, os estudantes podem se tornar cidadãos mais responsáveis e conscientes com o seu futuro financeiro.

AUTOATIVIDADE

(27)

Agora, assinale a alternativa que corresponda às sentenças CORRETAS:

a) ( ) I e II.

b) ( ) II e III.

c) ( ) I e III.

d) ( ) I, II e III.

5 É fato que o consumismo é um problema que afeta muitas pessoas e famílias nos dias de hoje. Nesse sentido, responda: quais as contribuições do ensino da Educação Financeira para evitar o consumismo?

6 Neste tópico, vimos que, nos dias de hoje, muito mais que a alguns anos atrás, ouve-se falar sobre o endividamento da população, consumismo e crise financeira. Diante disso, disserte sobre a importância da Educação Financeira para evitar o endividamento das pessoas e das famílias.

(28)
(29)

TÓPICO 2 —

UNIDADE 1

CONCEITOS BÁSICOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA 1 INTRODUÇÃO

Acadêmico, para iniciaremos nosso estudo sobre Matemática Financeira, conteúdo deste segundo tópico, primeiramente precisamos entender o que ela significa.

Santos (2017, p. 10) destaca que “a Matemática Financeira é um ramo da matemática que tem como objeto de estudo o comportamento do dinheiro ao longo do tempo. Esse tema avalia a forma como esse dinheiro é ou será empregado, visando maximizar o resultado”. Santos (2017, p. 10) ainda destaca que “a Matemática Financeira busca quantificar as transições que ocorrem no meio financeiro, levando em conta o valor monetário no tempo. No atual cenário de economia globalizada, nenhum projeto prossegue sem que sejam levados em conta todos seus aspectos financeiros”. Nesse sentido, podemos destacar que a matemática financeira é a aplicação de métodos matemáticos para problemas financeiros.

Sabemos também que a Matemática Financeira pode ser aplicada em várias situações do dia a dia, como, por exemplo, calcular as prestações de um financiamento de um móvel ou imóvel, optando pela forma de pagamento à vista ou parcelado. Desse modo, o estudo da Matemática Financeira se mostra como uma ferramenta essencial para qualquer pessoa que deseja entender o fluxo de capital corrente pelo mundo (SANTOS, 2017).

O autor Gimenes (2009, p. 19) nos apresenta o motivo do porquê estudar Matemática Financeira:

A matemática financeira pode ser sua maior ferramenta na tomada de decisões no dia a dia. O mercado está estruturado para vender cada vez mais rápido, ‘por impulso’, para você, ‘consumidor’. Nem sempre as operações são claras e bem explicadas, e isso faz com que, em certas situações, o consumidor não saiba decidir o que é melhor para ele.

Cálculos financeiros, algumas vezes básicos, são muito úteis; eles o ajudarão a fazer bons negócios e a economizar seu dinheiro, acredite!

Afinal, qual o objetivo da Matemática Financeira? “A matemática financeira trata, em essência, do estudo do valor do dinheiro ao longo do tempo.

(30)

UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Receber uma quantia hoje ou no futuro não são evidentemente a mesma coisa. Em princípio, uma unidade monetária hoje é preferível à mesma unidade monetária disponível amanhã. Postergar uma entrada de caixa (recebimento) por certo tempo envolve um sacrifício, o qual deve ser pago mediante uma recompensa, definida pelos juros.

Desta forma, são os juros que efetivamente induzem o adiamento do consumo, permitindo a formação de poupanças e de novos investimentos (ASSAF NETO, 2012, p. 1).

Acadêmico, mais adiante estudaremos sobre os juros.

ESTUDOS FUTUROS

2 TERMINOLOGIA

Toda operação financeira, como a contratação de empréstimos, como, por exemplo, as dívidas em cartão de crédito e os financiamentos bancários, tem quatro componentes essenciais: o valor presente, o tempo, os juros e o valor futuro.

O valor presente funciona como ponto de partida da operação. Exemplo:

o montante que você pega emprestado de um banco ao fazer o financiamento do seu carro ou da sua casa. A notação para o valor presente é a letra P. O valor presente também é chamado de origem (O), principal (P), ou capital (C).

O segundo componente essencial é o tempo. Toda operação se passa dentro de uma quantidade específica de tempo, certo? Pense, por exemplo, nos financiamentos de imóveis que se estendem até 30 anos, de acordo com o plano.

Para nos referirmos à quantidade de tempo, usamos a letra n. É importante lembrar que não há uma regra nos dizendo se devemos utilizar dia, mês ou ano como unidade de medida, pois tudo depende do cálculo que desenvolveremos.

Tudo isso tem relação com o próximo componente, que são os juros.

Sabemos que os juros podem ser aplicados por mês, dia, ano ou qualquer outro prazo estabelecido. O importante é que façam referência ao n (tempo), ou seja, quando falamos de 10% de juros ao mês, todos os nossos cálculos terão o mês como unidade de tempo e assim sucessivamente. I é a notação para a taxa de juros quando expressa em porcentagem e i para a citação em decimal.

O último componente, valor futuro, é o resultado da ação dos juros sobre o valor presente. Sua notação é Fn (esse n é o mesmo n da quantidade de tempo).

O valor futuro é essencial para que o investidor saiba o quanto ele receberá no fim do investimento. Observação: os termos montante (M) e saldo (S) também são usados para designar o valor futuro.

(31)

TÓPICO 2 — CONCEITOS BÁSICOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA

Acadêmico, mais adiante trataremos sobre juros compostos, quando utilizaremos essas terminologias aqui apresentadas.

ESTUDOS FUTUROS

2.1 CONCEITOS BÁSICOS

Quando uma pessoa deseja pegar dinheiro emprestado em um banco, ela deve pagar uma espécie de “aluguel” pelo tempo que ficará com o dinheiro. Por esse motivo, quando termina o prazo do empréstimo, a pessoa precisará pagar ao banco um valor maior do que pediu emprestado.

Esse aluguel é sempre uma porcentagem do valor do empréstimo. Assim, se a pessoa fizer um empréstimo maior, ela pagará mais aluguel. Além disso, o valor do aluguel é proporcional ao tempo que a pessoa fica com o dinheiro, ou seja, quanto maior for o período, maior será o aluguel.

Acadêmico, esse aluguel que comentamos até agora chama-se juros. A porcentagem que se paga de aluguel é a taxa de juros. O dinheiro que se pede emprestado é o capital, e o total que se paga no final do empréstimo é o montante.

Veja, na figura a seguir, uma ilustração sobre o dinheiro emprestado pelo banco, mais os juros, que será igual ao montante que a pessoa deverá pagar no final do empréstimo.

FIGURA 1 – DEFINIÇÃO DE JUROS

FONTE: <https://blog.professorferretto.com.br/wp-content/uploads/2017/12/28.png>.

Acesso em 20 mar. 2020

(32)

UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA

No sistema de juros simples, o percentual é aplicado apenas sobre o valor inicial, sendo que, geralmente, o juro simples é usado em situações de curto prazo.

Já nos juros compostos, a taxa incide sobre o montante de cada mês e não sobre o capital inicial. Sendo assim, podemos definir juros como o rendimento de uma aplicação financeira, valor referente ao atraso no pagamento de uma prestação ou a quantia paga pelo empréstimo de um capital (SANTOS, 2017).

Afinal, o que são juros? Por que eles existem? O autor Samanez (2010, p. 1) nos traz uma definição para juros mais técnica: “juro é a remuneração do capital empregado”. Isso quer dizer que é a taxa de juros que faz com que um capital aplicado ou uma dívida acumulada tenha um valor diferente depois de um determinado período de tempo (WAKAMATSU, 2012).

Como vimos anteriormente, a taxa de juros tem notação i em seu formato decimal. Sua fórmula pode ser expressa por:

Nessa fórmula, J é o rendimento, ou seja, o quanto o valor inicial evoluiu, e P é o valor presente.

Agora, desenvolveremos essa fórmula para chegar a um outro dado interessante. Se

temos por extensão que J = P . i. Por definição, o rendimento é a diferença entre P e Fn. Daí, concluímos que P . i = Fn – P. Colocando P em evidência, temos: Fn= P (1 + i)

Acadêmico, antes de continuarmos nosso estudo sobre os conceitos básicos, é importante destacar que os juros podem ter qualquer periodicidade, ou seja, podemos usar dias, meses ou anos. O importante é deixar isso bem claro e trabalhar sempre com a mesma medida de tempo. Uma boa maneira de explicitar isso é com uma notação simples, no formato a.x, em que x se refere a unidade de tempo que escolhemos. Ou seja:

a.a. – ao ano.

a.m. – ao mês.

a.d. – significa ao dia.

a.s. – ao semestre.

a.t. – ao trimestre.

(33)

TÓPICO 2 — CONCEITOS BÁSICOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA

Para compreendermos melhor o que estudamos até aqui, observe esse exemplo: vamos supor que temos uma aplicação inicial de R$1.000,00 com juros de 6% a.m. Qual valor vamos ter depois de um mês?

Fn= P (1 + i) Fn= 1.000 (1 + 0,06)

Fn= 1.000 . 1,06 Fn= 1.060

Ou seja, se aplicarmos R$1.000 com juros de 6% a.m., após um mês, teremos R$1.060,00, isso quer dizer que teremos um rendimento de R$60,00.

Acadêmico, note que definimos nesse exemplo uma taxa de juros de 6%, porém, para realizar o cálculo, utilizamos 0,06. Essa notação percentual para decimal é essencial para a execução do cálculo. Lembre-se que 6% é o mesmo que ou 0,06.

NOTA

3 DIAGRAMA DAS OPERAÇÕES FINANCEIRAS

Para que uma operação financeira exista, é necessário a presença de dois agentes: o tomador e o financiador. Acadêmico, sabemos que todos os negócios que envolvem juros contêm uma parte de “entrada” e uma de “saída”. Pense, por exemplo, em um empréstimo bancário, em que, de um lado está o cliente, e, de outro está a instituição financeira que repassa o dinheiro. Para ambos os lados, os valores inicial e final do processo são os mesmos. O que modifica é o fluxo da quantia, se está “entrando” ou “saindo”. Entre o valor inicial e o final está o tempo, variável essencial quando falamos de juros, afinal, sabemos que a quantidade de tempo envolvida é o que determinará o tamanho da diferença entre o valor presente e o futuro (WAKAMATSU, 2012).

NOTA

(34)

UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA

O diagrama das operações financeiras é uma representação gráfica em uma reta, dos períodos e dos valores monetários em cada período. É traçado uma reta horizontal, que é denominada eixo do tempo e que pode ser expresso em dias, meses, anos etc., na qual são representados os valores monetários, considerando a seguinte convenção: seta para cima para o dinheiro recebido e seta para baixo para o dinheiro pago. Ou seja, o diagrama deve ser feito sempre sob as duas óticas: a do tomador e a do recebedor da operação.

Gimenes (2009) nos traz um exemplo prático para ilustrar a produção de um diagrama: vamos supor que um amigo pede dinheiro emprestado a outro.

O amigo A empresta R$1.000,00 ao amigo B, e eles combinam que, 5 meses após a realização do empréstimo, B devolverá a A os R$1.000,00 e mais R$100,00 adicionais (uma espécie de “compensação” pelo tempo de espera). O fluxo de caixa, na visão de B, o tomador do empréstimo, teria o aspecto da figura a seguir:

FIGURA 2 – FLUXO DE CAIXA NA VISÃO DO TOMADOR

FONTE: Gimenes (2009, p. 22)

Agora, compreenderemos cada um dos elementos diagrama. A primeira figura oval aponta “para cima”, isso significa que ela se refere a uma entrada de dinheiro. Nela apontamos o valor do início do processo. Logo, a figura oval da direita, que aponta para baixo, representa a saída de dinheiro, onde citamos os R$1.100,00, valor que o tomador terá que desembolsar no fim da operação.

Entre uma figura oval e outra, temos a linha do tempo, sendo zero na entrada e cinco na saída. Acadêmico, é importante destacar que, se a situação é bem descrita, não é necessário esclarecer qual a unidade de tempo representada pela linha. Veremos agora como ficará o diagrama na visão do financiador:

(35)

TÓPICO 2 — CONCEITOS BÁSICOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA

FIGURA 3 – FLUXO DE CAIXA NA VISÃO DO FINANCIADOR

FONTE: Gimenes (2009, p. 22)

Certamente você percebeu que os dois diagramas são praticamente uma versão espelhada. A linha do tempo é exatamente a mesma. O segredo está na inversão do sentido das duas figuras ovais. O que havia aparecido como entrada vem agora como saída e vice-versa. A primeira figura oval, que aponta “para baixo”, representa saída de dinheiro para o financiador, R$1.000,00. Logo, a figura oval da direta, que aponta “para cima”, significa que ela se refere a entrada de dinheiro, ou seja, R$1.100,00.

4 REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES

Caro acadêmico, para dar continuidade ao nosso estudo, iremos agora estudar sobre o regime de juros simples. Vamos lá!

4.1 O REGIME DE JUROS SIMPLES

Acabamos de estudar uma situação em que um valor de empréstimo

“nasce” em R$1.000,00 e é quitado por R$1.100,00. Sabemos que o que faz uma quantia se elevar até a outra são os juros. Nesse exemplo podemos afirmar que houve R$100,00 de juros, visto que é essa a diferença entre o valor inicial e o valor final.

Podemos definir o regime de juros simples, como aquele em que “os juros de cada período são calculados sempre sobre o mesmo principal” (SAMANEZ,

(36)

UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Veja o exemplo do autor Wakamatsu (2012), que ilustra bem o regime de juros simples: o cidadão C obtém um empréstimo de R$1.000,00 com seu amigo D. Eles combinam entre si que o sistema é de juros simples e que haverá uma taxa de 10% ao mês. Após 5 meses, qual o valor exato que C deverá pagar a D? Primeiramente, precisamos recorrer à terminologia e às fórmulas que já aprendemos anteriormente nesse tópico.

O valor presente, P, é 1.000. A taxa de juros, i, é 10%, e com representação decimal i = 0,1. O valor futuro, Fn , é exatamente o que nós queremos calcular.

Agora, entra em cena um componente que ainda não havíamos estudado nesse tópico, o tempo. Nesse exemplo, estamos falando sobre um processo que dura 5 meses e que tem taxa de juros de aplicação mensal.

Para aferir a passagem do temo, basta inserir a quantidade de tempo correspondente multiplicando a taxa na fórmula que já vimos anteriormente:

Fn= P (1 + i) A qual passa a ser expressa como:

Fn= P [1 + (i . n)]

Aplicando a fórmula no nosso exemplo, temos que:

Fn= P [1 + (i . n)]

Fn= 1.000 [1 + (0,1 . 5)]

Fn= 1.000 [1 + (0,5)]

Fn= 1.000 (1,5) Fn= 1.500

Logo, após 5 meses, o cidadão C deverá pagar ao seu amigo D, R$1.500,00.

Acadêmico, com base no autor Wakamatsu (2012), entenderemos como chegamos à fórmula Fn= P [1 + (i . n)]. Nossa meta era incluir o componente tempo para calcular o valor futuro, certo? Por definição, o valor futuro é igual à soma entre o valor presente e o rendimento; ou, em notação, Fn= P + Jn. Esses juros variam de acordo com o tempo e são resultantes da multiplicação entre o valor presente, a taxa de juros (em decimal) e a quantidade de tempo. Então: Jn

= P

. i . n .

Agora, transpondo o cálculo do rendimento para o do valor futuro, ficamos com Fn= P + (P . i . n) , de onde podemos extrair o Fn= P [1 + (i . n)] que acabamos de utilizar.

(37)

TÓPICO 2 — CONCEITOS BÁSICOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA

Algumas manipulações na fórmula nos levam a um mecanismo que nos permite calcular o rendimento mesmo quando não temos o valor presente. Nesse caso, precisamos trabalhar somente com o valor futuro, o tempo, e a taxa de juros.

Veja:

Se

J

= P

. i . n

Logo,

P

. i . n = J Logo, isolando P, temos que:

Se J é, por essência, igual a Fn–P, ao substituirmos P pelo que acabamos de calcular, teremos:

Outro mecanismo existente para o cálculo dos juros simples é o que chamamos de método hamburguês. Esse método pode ser empregado quando temos uma mesma taxa de juros, mas com valores presente e contagens de tempo distintos – sua aplicação clássica é o cheque especial. A fórmula do método hamburguês é:

Jn

=

i . [(P1. n1) + (P2 . n2) + ... + (Pn . nn)],

Sendo P e n relativos a cada um dos períodos de tempo que estamos analisando. Geralmente, o método hamburguês é utilizado com o auxílio de uma planilha eletrônica.

4.2 PERÍODOS NÃO INTEIROS

(38)

UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FINANCEIRA

nos traz que, muitas vezes, “o período de investimento é somente uma fração do período expresso na taxa de juros. Nesses casos em que a unidade de tempo da taxa de juros e do período de investimento são diferentes, é necessário homogeneizá- las por meio de um ajuste na taxa”.

Acadêmico, pense, por exemplo, em um empréstimo contraído com uma taxa de juros de 10% ao ano e do qual queremos saber o valor de quitação no prazo de 15 meses. Nesse caso, não podemos simplesmente aplicar a taxa de juros anual, certo?

Se ocorrer isso, ou qualquer outra situação em que haja “discordância”

entre o tempo e a referência temporal da taxa de juros, precisamos utilizar recursos matemáticos para efetuar o cálculo dos juros de forma correta (WAKAMATSU, 2012). Veja agora alguns exemplos de ajuste na taxa de juros:

a) Se a taxa de juros for mensal e o prazo de aplicação referir-se a dias:

(juro comercial)

b) Se a taxa de juros for anual e o prazo de aplicação referir-se a meses:

(juro comercial)

c) Se a taxa de juros for anual e o prazo da aplicação referir-se a dias:

(juros comerciais), e (juros exatos)

As taxas entre parênteses representam taxas proporcionais, homogêneas em relação ao prazo de aplicação.

O ano comercial tem 360 dias e não 365; assim como atribuímos o total de 30 dias por mês quando falamos de mês genérico. Além do comercial, temos o ano civil, no qual as datas são representadas com exatidão. Antes de qualquer exercício ou atividade geral para calcular valores futuros, confirme qual contagem de tempo será adotada.

IMPORTANTE

(39)

TÓPICO 2 — CONCEITOS BÁSICOS DA MATEMÁTICA FINANCEIRA

Veja agora dois exemplos de aplicação:

Exemplo 1: qual o rendimento de R$10.000,00 aplicados por um mês à taxa de juros simples de 36% a.a.?

Dados:

P = R$10.000,00 n = 1 mês i = 36% a.a. = 0,36

J = ? Calculando:

Ou seja, o rendimento será de R$300,00.

Exemplo 2: calcular o rendimento de R$12.000,00 aplicados durante os primeiros 5 meses do ano à taxa de juros simples de 40% a.a. Efetuar os cálculos considerando ano comercial (360 dias) e ano civil (365 dias).

Dados:

P = R$12.000,00

n = 150 dias (comercial) e 151 dias (civil) i = 40% a.a. = 0,40

J =?

Calculando (ano comercial):

Calculando (ano civil):

Referências

Documentos relacionados

Os resultados são apresentados de acordo com as categorias que compõem cada um dos questionários utilizados para o estudo. Constatou-se que dos oito estudantes, seis

Para Pinto (2008), o princípio da legalidade evita o arbítrio do gestor público, exigindo que o mesmo obedeça aos ditames da lei. A unidade executora é uma das exigências para que

Tendo como parâmetros para análise dos dados, a comparação entre monta natural (MN) e inseminação artificial (IA) em relação ao número de concepções e

Quando contratados, conforme valores dispostos no Anexo I, converter dados para uso pelos aplicativos, instalar os aplicativos objeto deste contrato, treinar os servidores

Isso foi feito por meio de oficinas, aplicadas a alunos de primeiro e segundos anos do ensino médio politécnico de uma escola pública se Santa Maria, RS, utilizando os

fotograf ia causas lesiones básicas lesões elementares: causas: Eczema numular. (eczema discóide)

Ficou com a impressão de estar na presença de um compositor ( Clique aqui para introduzir texto. ), de um guitarrista ( Clique aqui para introduzir texto. ), de um director

Foi realizada uma revista da literatura onde se procurou discutir parâmetros para indicações, melhor área doadora e técnicas cirúrgicas para remoção do enxerto de calota