Escola de Teresina fecha às portas após 10 arrombamentos só este ano Escrito por Saraiva
Sáb, 09 de Abril de 2016 09:00 -
Uma onda de violência vem assustando professores e alunos de escolas municipais e estaduais em Teresina. A Unidade Escolar Desembargador Pedro Conde, no Bairro
Mocambinho, Zona Norte de Teresina-PI, por exemplo, foi fechada após registrar baixo número de estudantes matriculados por conta dos inúmeros roubos, sendo 10 arrombamentos
registrados somente este ano. Sem funcionamento, a escola Pedro Conde foi cedida esta semana para a Unidade Escolar Marcílio Rangel, da Vila Santa Bárbara, que se encontra em reforma. Sabendo do histórico de assaltos e arrombamentos ocorridos no prédio, o diretor Washington Alain revelou ter tomando algumas medidas e reforçado a segurança do local antes da mudança.
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Bandidos invadiram escola de Teresina pelo teto
"Antes mesmo de nos mudar, entraram na diretoria pelo teto e roubaram o restava por lá. Por precaução reforçamos as grades, trouxemos bens de pouco valor para a escola e tive uma conversa com o Pelotão Escolar para aumentar o policiamento nas proximidades. Mesmo com uma semana aqui, já temos registro de alunos assaltados na porta da unidade de ensino", disse.
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Unidade Escolar Pedro Conde foi arrombada 10 vezes este ano
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado do Piauí (Sinte-PI), outras três escolas estaduais que ofereciam aulas no turno da noite também deixaram de funcionar por causa da violência. Para o secretário de comunicação da entidade, Kassius Lages, os professores se sentem tão vulneráveis quanto os alunos. "É triste uma situação dessas. As escolas do Pedra Mole, Parque Brasil e Esplanada fecharam às portas, porque não aguentaram tanta violência. Nós professores nos sentimos impotentes, parece que o nosso trabalho não surde efeito. A culpa é da má estrutura, das condições ofertadas e poucos profissionais. É preciso parar para saber onde estamos errando", declarou.
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Diretor conta que mandou reforçar segurança da escola
Mais ocorrências
O G1 visitou também a Escola Municipal Iolanda Raulino, localizada no bairro Mafrense, Zona Norte de Teresina, que também vive momentos de terror nos dois últimos meses. Esta semana por duas vezes bandidos tentaram entrar na unidade e no dia 18 de março, o vigia e o ajudante de limpeza foram agredidos durante um arrastão.
"Como não estávamos em horário de aula, só os funcionários foram vítimas dos assaltantes, que ainda arrombaram a porta da secretaria, mas não conseguiram levar nada. O clima é tenso, alguns pais vieram nos procurar preocupados e já procuramos a Secretaria de Educação para pedir mudanças, como aumento do muro e mais segurança", informou um funcionário, que não quis se identificar. A Escola Iolanda Raulino também encaminhou um ofício para o Pelotão Escolar cobrando mais rondas nas proximidades e vem orientando os alunos para não ficarem na frente da unidade após o fim das aulas.
Com medo, uma professora da unidade revelou que vem dando aula com os alunos trancados na sala, porque a qualquer hora eles podem ser alvos dos bandidos.
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Onda de violência é registrada na Escola Municipal Iolanda Raulino
Segundo ela, a direção não tem recurso para investir em segurança e que os próprios docentes não têm garantia para trabalhar. "Todos andam muito assustados. Os alunos vêm qualquer movimento, correm para a sala e colocam as cadeiras nas portas. Não sabemos mais o que fazer", lamentou. Para o vice-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Teresina (Sindserm), José Mendes, a violência nas escolas é um reflexo da crise social que vem passando o país e que ela reflete como uma má influência aos
alunos. "Algumas escolas parecem ter
calendário constante de assalto. É difícil contabilizar tantas ocorrências e isto acaba
desistimula os estudantes, assim como o professor que fica refém e se sente coagido. Só o reforço policial não vai resolver a problemática", declarou José Mendes.
Reforço
O capitão Jansen Cerqueira, do Pelotão Escolar, confirmou conhecer o crescente número de assaltos nas escolas públicas de Teresina e que a Polícia Militar iniciou esta semana uma ação, por tempo indeterminado, para diminuir estas ocorrências. "Começamos os trabalhos pelas escolas da Zona Sul, mas vamos estender por todas as zonas de Teresina. Vamos intensificar as rondas principalmente nos horários de 6h30min às 22h30min, que é de movimentação de alunos e funcionários", explicou o capitão.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) ressaltou que as escolas são vítimas de inúmeros casos de violência na capital e, assim como toda a população, exige providências da segurança pública. Para tentar coibir as ações de criminosos, o órgão mantém agentes de portaria e cercas de segurança em parte das escolas.
A Prefeitura de Teresina também está licitando o serviço de monitoramento e vigilância eletrônica com apoio de viatura 24h para as 303 unidades de ensino.
A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) também foi procurada para se posicionar sobre o caso, mas até o final da reportagem ninguém havia sido encontrado. Com informações do Portal G1/PI.
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