Valor presente, taxas de desconto e
reconhecimento de ativos passivos
TÓPICOS A ABORDAR
1. NCRF e valor presente: alguns exemplos
2. Literatura financeira, taxas de desconto e risco
3. Vantagens e desvantagens do valor presente
4. Exemplos sobre o procedimento de algumas
empresas
5.Excertos de “Insights into IFRS” : algumas notas
práticas sobre taxas de desconto
6.Custo
amortizado
e
momento
de
reconhecimento de perda potencial: mais juízos
de valor?
NCRF 11‐ PROP INV.
48 — Na ausência de preços correntes num mercado activo do género
descrito no parágrafo 47, uma entidade considera a informação proveniente de uma variedade de fontes, incluindo:
NCRF 12 ‐ IMPARIDADE Valor de uso (parágrafos 16 a 27)
Contudo, a(s) taxa(s) de desconto usada(s) para mensurar o valor de uso de um activo não deve(m) reflectir os riscos em relação aos quais as estimativas de fluxos de caixa futuros tenham sido ajustadas. De outro modo, o efeito de alguns pressupostos será tido em consideração duas vezes.
NCRF 13‐ INV EM ASSOCIADAS
51 — Tendo aplicado o método da equivalência patrimonial e reconhecido as perdas da associada de acordo com o parágrafo 49, o investidor deve determinar se é necessário reconhecer qualquer perda por imparidade adicional com respeito ao conjunto de interesses na associada.
52 — Dado que o goodwill incluído na quantia escriturada de um investimento numa associada não é reconhecido separadamente, a totalidade da quantia escriturada do investimento é testada quanto a imparidade segundo a NCRF 12 — Imparidade de Activos, comparando a
sua quantia recuperável (o mais elevado entre valor de uso e justo valor, menos os custos de vender) com a sua quantia escriturada. Ao determinar o valor de uso do investimento, uma entidade estima:
(a) A sua parte no valor presente dos futuros fluxos de caixa estimados que se espera que venham a ser gerados pela associada, incluindo os fluxos de caixa das operações da associada e os proventos da alienação final do investimento; ou
NCRF 21‐ PROVISÕES
Acontecimentos futuros (parágrafos 48 a 50feita de acordo com o parágrafo 82(b).
Valor presente (parágrafos 45 a 47)
45 —Quando o efeito do valor temporal do dinheiro for material, a quantia de uma provisão deve ser o valor presente dos dispêndios que se espera que sejam necessários para liquidar a obrigação.
1‐Ajustamento nos fluxos de caixa:
A designada “abordagem pelo fluxo de caixa esperado”, constante da Norma Interpretativa 2, do Aviso 15653/2009
§ 7‐Ao desenvolver uma mensuração, a abordagem pelo fluxo de caixa esperado usa
todas as expectativas possíveis acerca dos fluxos de caixa em vez do fluxo de caixa singular mais provável.
Por exemplo, um fluxo de caixa pode corresponder a 100 UM, 200 UM ou 300 UM com probabilidades de 10 %, 60 % e 30 %, respectivamente.
O fluxo de caixa esperado é de 220 UM.
2‐ Ajustamento pela taxa de desconto:
Modelos ou modos de quantificação:
‐ CAPM (Capital asset pricing model, modelo de valorização de activos financeiros) – teoria financeira
‐ Surveys (inquéritos a executivos sobre que taxas utilizam)
> 1
Risco do investimento > risco
do mercado
Se “beta”= 1,4 , significa que quando o
mercado varia 1%, o título varia 1,4%,
Prémios de risco nos EUA
Arithmetic Average Geometric Average
V = v
1
+ v
2
Valor durante o período explícito de
previsão de cash flows
(V
1)
Valor de perpetuidade após o
primeiro período
(V
2)
=
BETA capta todo o risco? Não.
Risco de mercado versus risco específico…
“Não existe prova empírica concludente e consensual de que a variabilidade das taxas de retorno de ativos financeiros seja explicável por variáveis como : beta, ratio valor de mercado/valor contabilístico (market to book ratio).
Mais de 95% de todas as empresas das América Latina são micro, pequenas ou médias. Assim, é muito improvável encontrar investidores diversificados entre os seus proprietários. Eles estão expostos ao risco de mercado, mas também a riscos específicos.”
In, Fuenzalida e Mongrut, “Estimation of discount rates in Latin America: empirical evidence and challenges”, Journal of Economics, Finance and
Nos testes realizados, o valor recuperável de cada grupo de unidades geradoras de caixa e comparado com o respetivo valor contabilístico.
Uma perda por imparidade apenas e reconhecida no caso do valor contabilístico exceder o maior valor de entre o valor de uso e o valor realizável liquido. No valor de uso os fluxos de caixa, apos impacto fiscal, são descontados com base no custo medio ponderado do capital depois de impostos (“WACC”), ajustado pelos riscos específicos de cada mercado.
As projeções de fluxos de caixa baseiam‐se nos planos de negocio a medio e longo prazo, aprovados pelo Conselho de Administração, prolongadas de uma perpetuidade.
Foram efetuados testes de imparidade para a generalidade das empresas que justificam o valor do goodwill, com base nas projeções dos cash-flows futuros descontados, não tendo daí decorrido qualquer perda de valor. Nos referidos testes foram utilizados os seguintes pressupostos:
WACC 9,30% OT 10 anos 4,39% prémio de risco 5,00%
Nos testes a empresas situadas em países considerados de risco, o prémio de risco foi acrescido, em média, em 3%.